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Registro da Sessão
O Ministério Público apresentou acusação contra o paciente e outras 11 pessoas, alegando a prática
do crime previsto no art. 333, p.ú da Lei 9613/98, com redação anterior à Lei 12683/2012. O período
em que o crime teria ocorrido é de 1998 a 2002.
De acordo com o Dr. Alberto Zacarias, duas imputações foram dirigidas ao paciente: uma que já havia
sido rejeitada pelo TRF3 (lavagem de dinheiro) e outra que está sendo julgada agora, relacionada à
corrupção ativa. O advogado contesta a acusação, argumentando que a imputação abrange um
período abusivo de 1998 a 2002, considerando que o paciente deixou a empresa em março de 2000,
conforme comprovado por evidências documentais.
Voto do Min. Marco Aurélio: Considera que a narrativa atende aos requisitos legais, não havendo
inépcia na denúncia. A materialidade e autoria serão esclarecidas durante o processo, e a ausência
de menção a fatos após a saída do paciente, em março de 2000, não justifica o trancamento parcial
do processo, pois seria uma antecipação do desfecho. Afirma que a permanência no cargo não é
indispensável ao cometimento do crime.
Voto do Min. Alexandre de Moraes: Defende que a denúncia é válida, atendendo aos requisitos
legais, e que a alegação de que o réu pode ter continuado a praticar atos ilícitos após sua saída deve
ser apurada no decorrer da ação penal. Considera prematuro o pedido de Habeas Corpus. Indeferiu a
ordem.
Voto do Min. Luís Roberto Barroso: Destaca que o trancamento de ação penal é medida excepcional
e que a alegação da saída do paciente é uma questão de mérito, que deve ser examinada na
instrução da ação penal. Indeferiu a ordem.
Houve levantamento de uma questão de fato pelo advogado, alegando que a denúncia não imputou
nenhum crime ao acusado. No entanto, o Ministro Marco Aurélio afirma não poder entrar nesse
mérito em um Habeas Corpus sem dualidade de defesa.
Voto da Min. Rosa Weber: Sustenta que as questões que levam ao pedido de decote da denúncia
devem ser examinadas na instrução da ação penal, não sendo possível decidir sobre o recorte em um
Habeas Corpus. Indeferiu a ordem.