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COLAPSO

Debora Chagas
Janildes Teles
Nathyele Batista1

Diamond, Jared.2 Colapso: as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Editora Record.. Rio
de Janeiro, 2006. 3ª edição. Capítulo 14,15,16. p. 282 a 348.

De acordo a narrativa do livro Colapso, o que leva as sociedades complexas


a cometerem tantos erros e entrar em colapso não é a má administração de seus
recursos ambientais, mas a incapacidade de se tomar decisões em grupo por parte
de sociedades ou outros grupos.
Uma sociedade complexa é caracterizada através da sua condição de tomar
decisões centralizadas, analisar alto fluxo de informações, coordenar as partes,
possuir canais de comando e compartilhamento de recursos, o que os permite uma
estruturação administrativa e a capacidade de alocar trabalho e recursos .
Por outro lado está mesma sociedade bate de frente com a dificuldade individuais,
que norteiam as tomada de decisões coletivas, como conflitos de interesses entre
membros do grupo e dinâmica de grupo.
Mediante a essa complexidade o autor propôs um mapa rodoviário com
quatro categorias de fatores que podem contribuir para o fracasso na tomada de
decisão em grupo e também ajudar avaliar o todo, contribuindo para tomada de
decisões assertivas.

1ª categoria de fatores: incapacidade de prevê um problema antes que ele surja,

 pois não possuíam experiência prévia de tal problemas e portanto, não tinham
sensibilidade às possibilidades, exemplo introdução de espécies em outro
ecossistema.

 por falsas analogias, quando estamos em uma situação desconhecida,


tendemos a traçar analogias com situações familiares.

1
Alunas do curso de Psicologia, na Faculdade Santíssimo Sacramento
2
Jared Mason Diamond (Boston, 10 de setembro de 1937)é geógrafo, historiador, ornitólogo e escritor norte-
americano.Conhecido por seus livros Armas, Germes e Aço - Os Destinos das Sociedades Humanase Colapso -
Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso, entre outros, Diamond é formado em bioquímica e
fisiologia e por transitar entre áreas como antropologia, ecologia, geografia e biologia evolutiva. É professor de
geografia na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Em 2005, Diamond estava em novo lugar no ranking
organizado pelas revistas Prospect e Foreign Policy de 100 intelectuais mais relevantes. Em 1999, foi
condecorado com a Medalha Nacional de Ciências, do governo dos Estados Unidos.
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jared_Diamond
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2ª categoria de fatores: o problema surge e o grupo não consegue identificar,


envolve a percepção ou a não percepção de um problema que de fato se
apresentou, três motivos podem ser indicados para esse fracasso:

 as origens de alguns problemas são literalmente imperceptíveis.

 a administração a distância- o oposto do fracasso causado pelo


distanciamento administrativo, é o sucesso obtido com a administração local.

 As circunstâncias mais comuns sob o qual as sociedades não conseguem


resolver um problema é quando este se arrebata em formato de uma
tendência lenta, oculta por grandes e frequentes variações. O melhor exemplo
disto nos tempos modernos é o aquecimento global.

3ª categoria de fatores: Perceber, porém não tentar resolver

Conflitos de interesse- pensamento racional alguns indivíduos avaliam


corretamente que podem agir em seu próprio benefício através de comportamentos
que serão nocivos para outras pessoas.

 Tragédia do bem comum, intimamente relacionada aos conflitos


denominados " dilema dos prisioneiros" e a lógica coletiva. É a
superexploração de recursos, os tornando escassos, ao ponto de
desaparecer.

Medidas punitivas e preventivas serão necessárias para se resolver esse


modelo de situação, como uma ação mais presente dos governos e forças externas,
e um conscientização por parte dos consumidores, reconhecendo a necessidade de
projetarem. Obedecerem e aplicarem quotas que beneficiem as todas as partes do
nicho.
Contudo, os grandes impasses para essas resoluções envolve o custo
excessivo para o policiamento e administração, assim como a homogeneidade por
parte dos consumidores, aprendendo a confiar uns nos outros e a se comunicar
entre si.

 Os conflitos de interesses envolvendo o comportamento racional também


tende a surgir quando o consumidor principal não tem interesse de longo
prazo na preservação do recurso, mas a sociedade como um todo o tem. Por
exemplo, terras arrendadas a curto prazo para a extração de madeira.

 Outro conflito de interesses envolvendo o comportamento racional ocorre


quando os interesses da elite que toma as decisões entram em conflito com o
restante da sociedade. Especialmente se a elite pode se precaver das
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consequências de seus atos tendendo a realizar aquilo que as beneficie sem


levar em consideração as consequências á longo prazo. Através da história,
ações ou inações de reis, chefes e políticos egocêntricos têm sido um motivo
comum de colapsos sociais, exemplo: os maias, os chefes da Groelândia
Nórdica, os políticos da Ruanda moderna, entre outros.

Por outro lado, a incapacidade de resolver problemas percebidos devido a


conflitos de interesses entre a elite e as massas são muito menos prováveis quando
a sociedade que estão inseridas não as eximem das consequências de seus atos.
Ex: os holandeses, o povo das terras altas de Nova Guiné.

Comportamento irracional : comportamento nocivo para todos, sempre surge


quando cada um de nós está individualmente prejudicado pelo conflitos de valores.
Podendo ignorar um mau status quo porque é favorecido por alguns valores
profundamente arraigados aos quais nos aferramos. Ex: valores religiosos.

 Outros motivos irracionais para a incapacidade de lidar com os problemas


incluem o fato de que o público pode ficar amplamente descontente com
aqueles que primeiro perceberem e se queixarem de um problema.

 A capacidade parcialmente irracional de tentar resolver problemas pode surgir


de conflitos entre motivos de curto e de longo prazo do mesmo indivíduo.
Querer uma solução imediata para um problema atual, e não um
planejamento detalhado que exigirá manutenção a longo prazo. Que visualiza
o futuro.

 Psicologia da multidão: apoiar a decisão do grupo, embora esses mesmos


indivíduos pudessem rejeitar a decisão caso lhes fossem permitido pensar no
caso a sós e com calma. Ex: cruzadas, o nazismo, julgamento das bruxas de
Salem.

"Como indivíduos todo mundo é tolerante e razoável-


como membros de uma multidão, todos
imediatamente se transformam em cabeças-duras."
Schiller

 Pensamento de grupo, ocorre quando um pequeno e coeso grupo tentam


tomar decisões sob circunstâncias estressantes, o estresse e a necessidade
de apoio e aprovação mútua podem levar à supressão de dúvidas e do
pensamento crítico, ao compartilhamento de ilusões, a consensos prematuros
e por fim, a decisões desastrosas, exemplos guerra do Vietnã, crise da baía
dos porcos.
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 Negação psicológica - termo técnico utilizado para alienação. Se algo gera


uma emoção dolorosa, subconscientemente suprimi-se ou nega a sua
percepção de modo a evitar a dor insuportável, mesmo que os resultados
práticos de ignorar tal percepção acabam se mostrando desastrosos.

4ª categoria de fatores: perceber, tentar resolver e não ser bem sucedido. Pois o
problema pode esta além da capacidade de resolução, por circunstâncias proibitivas,
por esforços limitados ou tardios.

O autor também realiza uma análise argumentativa sobre interesses e


conflitos discutidos por parte das grandes empresas, ambientalistas e da sociedade
como um todo. Ao analisar o comportamento de empresas extrativistas, com as
quais manteve contato, pôde explorar com domínio de conteúdo algumas das
razões pelas quais diferentes empresas adotam políticas diferentes quer
prejudicando, quer preservando o ambiente.
As práticas ambientais das grandes empresas são moldadas por um fator
fundamental que ofende o sentido de justiça de muitos.
Dependendo da circunstâncias, uma empresa de fato pode maximizar os
seus lucros, ao menos a curto prazo, degradando o ambiente e ferindo pessoas,
exemplo os pescadores que trabalham com gerenciamento ou cotas. as empresas
madeireiras internacionais com arrendamento de curto prazo, entre outros.
Quando a regulamentação do governo é efetiva, e quando o público
ambientado é consciente, as grandes empresas ambientalmente limpas podem
superar as sujas, o inverso é proporcional.
É fácil e barato culpar uma empresa por está ferindo as pessoas, mas
certamente não irá mudar absolutamente nada. Ao culparmos as empresas
ignoramos a responsabilidade final do público por criar condições que permitem a
uma empresa lucrar através do prejuízo deste mesmo público. Ex: não exigindo que
as empresas de mineração limpem suas minas, ou continuando a comprar produtos
de madeira de operações madeireiras não sustentáveis.
A longo prazo, é o público, seja diretamente ou através de seus políticos, que
tem o poder de tornar não lucrativas e ilegais as políticas ambientais sustentáveis
lucrativas. Ao concluir que o público tem a responsabilidade final mesmo sobre
grandes empresas é estimulante e auspiciosa, em vez de decepcionante.
As empresas serão pressionadas a agir se o público passar a esperar e exigir
comportamento diferente.
Para o autor os problemas mais sérios enfrentados pela sociedade do
passado e do presente recaem em uma dúzia de grupos, sendo 8 desses já eram
significativos no passado, ao passo que quatro se tornaram sérios apenas
recentemente.
Os primeiros quatro dos doze consistem na destruição ou perda de recursos
naturais, os três seguintes envolvem limites de recursos naturais, os outros três
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consistem em coisas perigosas que produzimos ou transporíamos e os dois últimos


são questões populacionais.
Apesar desses 12 conjuntos de problemas serem descritos separadamente,
na realidade estão interligados, um problema exacerba outro ou dificulta a sua
solução.
A comunidade mundial está atualmente em um curso de não
sustentabilidade, esses problemas são como bombas de tempo com detonador de
menos de 50 anos.
O maior problema é a visão equivocada de tentar identificar um problema
central, quando se não tratarmos dos doze com o mesmo nível de importância não
conseguiremos sair do apuro, pois como já foi dito acima estão entrelaçados.
Portanto, os problemas ambientais do mundo serão resolvidos de um modo ou de
outro. A única pergunta é se serão resolvidos de modos agradáveis de nossa
escolha, ou de modo desagradáveis através de um colapso global.
Fenômenos como guerras, genocídio, fome, doenças epidêmicas, aumentam
com a degradação ambiental, como a história da humanidade já comprovou. Esses
são exemplos de soluções desagradáveis.
A maioria dos problemas ambientais envolve incertezas particulares que são
assuntos legítimos para debate. Porém, dois tipos de escolhas parecem cruciais
para o sucesso ou fracasso: planejamento a longo prazo e vontade de reconsiderar
antigos valores. Do mesmo modo, também podemos reconhecer o papel crucial
dessas duas escolhas para o resultado de nossas vidas individuais.
Uma dessas escolhas depende da coragem de praticar raciocínio de longo
prazo, e tomar decisões antecipadas firmes, corajosas, em um tempo em que os
problemas se tornam perceptíveis, mas antes de assumirem proporções críticas.
Fugir do modelo de decisão reativa de curto prazo tomada no calor do momento.
A outra escolha crucial iluminada pelo passado envolve a coragem de tomar
decisões dolorosas em relação a valores. Que valores outrora serviram bem a
sociedade podem continuar a ser mantidos sob as novas e alteradas circunstâncias?
Quais desses valores devem ser alijados e substituídos por abordagens diferentes?
Embora não seja fácil diminuir o impacto, também não é impossível fazê-lo. O
colapso é o produto: população multiplicado pelo impacto por pessoa.
Outro fator positivo é que hoje com a interdependência do mundo moderno
globalizado as informações chegam numa velocidade instantânea, então temos a
oportunidade de aprender com os erros de gente distante do nosso espaço/tempo.
Essa é uma oportunidade que nenhuma sociedade do passado desfrutou.
Com a leitura dos capítulos 14-16, do livro colapso e dos conhecimentos
adquiridos em sala de aula sobre a Psicologia Ambiental, concluímos que assim
como é possível identificar as condições e características que contribuem para um
colapso, é possível intervir através de ações assertivas e planejada, como à
educação ambiental, se posicionando conscientemente e presencialmente na luta ao
incentivo por práticas e condutas sustentáveis pelas grandes empresas e população
em geral, bem como fiscalizando e cobrando a implementação de políticas de
proteção ambiental, entre outros.
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Com uma atuação mais participativa, podemos fazer a diferença!

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