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espaço de refúgio e bem-estar

LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

NEUROARQUITETURA APLICADA A AMBIENTES RESIDENCIAIS:


Anteprojeto de arquitetura de interiores de uma residência unifamiliar em Natal/RN

NATAL/RN
2022
THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

NEUROARQUITETURA APLICADA A AMBIENTES RESIDENCIAIS:


Anteprojeto de arquitetura de interiores de uma residência unifamiliar em Natal/RN

Trabalho Final de Graduação do curso de


Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário do Rio Grande do Norte (UNIRN),
como requisito final para a obtenção do grau de
Arquiteta e Urbanista.

Orientador: Prof (a). Me. Suerda Campos da


Costa.

NATAL/RN
2022
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO – BIBLIOTECA UNI-RN SETOR DE
PROCESSOS TÉCNICO

Catalogação na Publicação – Biblioteca do UNI-RN


Setor de Processos Técnicos

Nascimento, Theresa Norberta Bessa.


Neuroarquitetura aplicada a ambientes residenciais: anteprojeto de
arquitetura de interiores de uma residência unifamiliar em Natal/RN /
Theresa Norberta Bessa Nascimento. – Natal, 2022.
118 f.

Orientadora: Profa. M.Sc. Suerda Campos da Costa.


Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Centro
Universitário do Rio Grande do Norte.
Material possui 5 pranchas.

1. Residência – Monografia. 2. Bem-estar físico e mental –


Monografia. 3. Neuroarquitetura – Monografia. 4. Arquitetura de interiores
– Monografia. I. Costa, Suerda Campos da. II. Título.

RN/UNI-RN/BC CDU 72

Larissa Inês da Costa (CRB 15/657)


THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

NEUROARQUITETURA APLICADA A AMBIENTES RESIDENCIAIS:


Anteprojeto de arquitetura de interiores de uma residência unifamiliar em Natal/RN

Trabalho Final de Graduação do curso de


Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário do Rio Grande do Norte (UNIRN),
como requisito final para a obtenção do grau de
Arquiteta e Urbanista.

Aprovado em:____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________
Prof (a). M.Sc. Suerda Campos da Costa.
Orientadora

________________________________
Prof (a). Dra. Camila Furukava
Convidado interno

_______________________________
Arq. M.Sc. IIanna Paula de Oliveira Macedo Revorêdo
Convidado externo
Dedico este trabalho a minha mãe
Maria Betilha Bessa (in memorian), mulher
de força e coragem, que sempre conduziu
e incentivou a minha educação e que
continua sendo minha maior inspiração de
vida. Mãe, apesar de sua partida, comigo
ficaram nossas memórias, seus
ensinamentos, uma eterna saudade e um
amor que nem a morte pode apagar.
AGRADECIMENTO
(Para quem fez acontecer...)
A vida é uma longa caminhada, com constantes transformações, e assim
vemos que a vida é feita de ciclos onde tudo precisa começar e terminar para dá lugar
a novos planos, propósitos, sonhos e experiências. Com isso, um desses ciclos se
concluiu, a tão sonhada e almejada graduação chegou. Uma caminha bastante
desafiadora, com muitos altos e baixos, em 2016 iniciei essa jornada com grande
felicidade, mas também com muitas incertezas e aqui estou, 6 anos depois finalmente
me formando, sou grata a todos os momentos que passei, pois dessa forma me
ensinou a ser uma pessoa melhor. Contudo, chegou a hora de criar espaço para uma
nova história, para um novo começo.
Agradeço primeiramente ao meu Pai Oxalá, por todas as bençãos em minha
vida, pela espiritualidade que me ampara e por esta sempre comigo em todos os
momentos. Aos meus mentores espirituais que com sua força sempre me guia,
mantem os meus caminhos abertos, trabalharam e trabalham para me ajudar a
realizar os meus sonhos. Agradeço a todos, pois sem eles não conseguiria chegar
aonde cheguei.
Agradecer a minha mãe (in memorian), uma mulher de muita força e coragem
que sempre batalhou para oferecer uma educação de qualidade e incentivou a minha
formatura seja em qualquer área que eu escolhesse. Uma mulher guerreira que
ensinou a enfrentar os desafios da vida de cabeça erguida, sei que, apesar de não
estar presente fisicamente, está satisfeita aonde cheguei e como enfrentei cada
desafio, além disso, espero, deixá-la cada dia mais orgulhosa.
Agradeço ao meu amor, Fabiano Henrique, pelo apoio e paciência em todos os
momentos de dificuldades, de nunca sair do meu lado quando o cansaço e o estresse
me dominavam e está sempre me enaltecendo nos momentos de alegria. Agradeço
cada motivação, amparo e pelo companheirismo, agradeço eternamente por está
comigo no momento mais importante da minha vida. Obrigada por ser a minha base,
te amo.
À minha orientadora Suerda Campos, meus profundos agradecimentos por
toda assistência, pela paciência e pelo conhecimento que foram compartilhados. E
por sempre transmitir segurança, motivação e certeza de estar no caminho certo para
a conclusão do trabalho.
Por fim, e não menos importante, dedico este trabalho a mim, por nunca ter
desistido, por sempre ir atrás dos meus sonhos e por estar sempre firme e forte em
todos os trabalhos que fiz sozinha durante o curso. Além disso, pode-se constatar que
a Arquitetura me mostrou que vai além de questões estéticas e construções
exuberantes, como também, não está relacionada a dinheiro e pode ser acessível a
todos, evidenciando que a riqueza está na simplicidade e que pode sim transformar
positivamente a vida de todos seja qual classe esteja.

A todos, o meu muito obrigada por essa conquista e por terem compartilhado
um pedacinho dessa luta comigo.
RESUMO

O homem está em constante interação com o espaço físico, na qual surgiu da


necessidade de abrigo e organização, com isso, a arquitetura foi se desenvolvendo
conforme a evolução humana, na qual o espaço foi sendo moldado e transformado
para atender as diversas necessidades. Dessa forma, um dos principais pontos da
arquitetura começa a partir da casa, pois é o primeiro universo da vida humana sendo
o símbolo que representa proteção, refúgio, bem-estar e reorganização para novos
enfrentamentos do dia a dia. Tendo em vista, da importância da residência para a vida
do homem, foi desenvolvido um anteprojeto visando a neuroarquitetura e o bem-estar
aplicado ao projeto de reforma e interiores de um ambiente residencial. Tem como
objetivo central buscar entender de que forma o ambiente doméstico está sendo visto
e quais suas influências no bem-estar físico e mental, além disso, analisar como a
arquitetura de interiores é capaz de influenciar no comportamento e nas emoções,
aprofundar os conhecimentos em neuroarquitetura e relacionar ao ambiente
residencial e abordar a influência da arquitetura nos cincos sentidos humano. A
residência está localizada no bairro da Cidade Alta, nº 321, na cidade do Natal – RN,
o projeto de reforma, ampliação e ambientação contará com as estratégias da
neuroarquitetura, utilizando a união dos elementos de conforto, iluminação e
ventilação, cores, design biofílico e ambiência. Para elaboração da proposta projetual,
programa de necessidades, definição de fluxos garantindo a funcionalidade e
integração dos espaços e a possibilidade de ser uma residência adaptável a
acessibilidade foram utilizadas pesquisas bibliográficas, estudos de referências,
normas e legislações. Conforme aos aspectos estudados, verificou-se a importância
de aplicar os princípios da neuroarquiteura no ambiente residencial, para que promova
ambientes multissensorial, gerando mais qualidade de vida e bem-estar.

Palavras-chave: Residência. Bem-estar físico e mental. Neuroarquitetura. Arquitetura


de interiores
RESUMEN

El hombre está en constante interacción con el espacio físico, el cual surgió de


la necesidad de cobijo y organización, con ello, la arquitectura fue desarrollándose de
acuerdo con la evolución humana, en la cual el espacio fue modelado y transformado
para satisfacer las diversas necesidades. De esta manera, uno de los puntos
principales de la arquitectura parte de la casa, pues es el primer universo de la vida
humana, siendo el símbolo que representa protección, refugio, bienestar y
reorganización para los nuevos enfrentamientos cotidianos. Dada la importancia de la
residencia para la vida del hombre, se elaboró un anteproyecto de neuroarquitectura
y bienestar aplicado al proyecto de rehabilitación e interiorismo de un entorno
residencial. Su objetivo central es buscar comprender cómo se está viendo el entorno
doméstico y cuáles son sus influencias en el bienestar físico y mental, además,
analizar cómo la arquitectura de interiores es capaz de influir en el comportamiento y
las emociones, profundizar conocimientos en neuroarquitectura y relacionar al entorno
residencial y abordar la influencia de la arquitectura en los cinco sentidos humanos.
La residencia está ubicada en el barrio de Cidade Alta, nº 321, en la ciudad de Natal -
RN, el proyecto de renovación, ampliación y ambientación contará con estrategias de
neuroarquitectura, utilizando la combinación de confort, iluminación y ventilación,
colores, diseño biofílico y ambiente. Para la elaboración de la propuesta de proyecto,
programa de necesidades, definición de flujos garantizando la funcionalidad e
integración de los espacios y la posibilidad de ser una residencia adaptable a la
accesibilidad, se utilizó investigación bibliográfica, estudios de referencias, normativa
y legislación. De acuerdo a los aspectos estudiados, se verificó la importancia de
aplicar los principios de la neuroarquitectura en el ámbito residencial, para que
promueva ambientes multisensoriales, generando más calidad de vida y bienestar.

Palabra claves: Residencia. Bienestar físico e mental. Neuroarquitectura.


Arquitectura de interiores
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 - Nuvem de palavras sobre as emoções sentidas no contexto do


isolamento ............................................................................................................ 27

Figura 02 - Nuvem de palavras sobre as emoções sentidas com relação a casa ... 27

Figura 03 - Diagrama de origem da Neuroarquitetura .............................................. 29

Figura 04 - A arquitetura afeta os cinco sentidos ..................................................... 35

Figura 05 - Iluminação natural em residência ........................................................... 38

Figura 06 - Sala - Atmosfera intimista e sofisticada, com sensação de aconchego 39

Figura 07 - Home office - Atmosfera organizada e inovadora, com sensação de


atenção ................................................................................................................. 39

Figura 08 - Entrada de ventilação............................................................................. 41

Figura 09 - Esquema de ventilação mecânica com ventilação ................................. 41

Figura 10 - Acordes cromáticos e seus significados ................................................. 46

Figura 11 – Fachada frontal com encapamento por brises ...................................... 47

Figuras 12 e 13 - Planta baixa de layout e representação isométrica ...................... 47

Figuras 14 e 15 - Estrutura metálica, brises, rasgo no teto, placas de cimento ....... 47

Figuras 16 e 17 - Materiais e paisagismo ................................................................. 48

Figuras 18 e 19 - Posicionamento do layout e a integração do espaço ................... 48

Figura 20 - Casa Soul Garden .................................................................................. 50

Figura 21 - Planta baixa de todos os pavimentos da Casa Soul Garden ................. 50

Figura 22 - Visão do jardim central ........................................................................... 51

Figuras 23 e 24 - Integração sala de estar e home office com jardim central .......... 52
Figuras 25 e 26 - Integração sala de estar, jantar e cozinha com jardim central...... 52

Figura 27 - Interior quarto do casal e a varanda invertida ........................................ 53

Figuras 28 e 29 - Quarto infantil com varanda invertida ........................................... 53

Figura 30 - Planta baixa de layout da suíte master .................................................. 54

Figura 31 - Suíte Master Neurosensorial .................................................................. 54

Figuras 32 e 33 - Composição da iluminação natural com a artificial ....................... 55

Figura 34 - Fachada frontal da residência CA .......................................................... 56

Figura 35 - Planta baixa de layout da casa CA......................................................... 56

Figura 36 - Detalhe da pequena garagem na fachada frontal .................................. 57

Figuras 37 e 38 - Dormitório e banheiro com uma abertura zenital.......................... 57

Figuras 39 e 40 - Detalhe da abertura zenital e o banheiro ..................................... 58

Figuras 41 e 42 - Integração dos ambientes ............................................................ 58

Figura 43 - Área externa feita em piso de orsometal para a passagem de luz ......... 58

Figura 44 - Espaço de contemplação ao ar livre ...................................................... 59

Figura 45 - Mapa dos bairros de Natal - RN ............................................................. 60

Figura 46 - Localização dos bairros da Cidade Alta e Ribeira .................................. 60

Figura 47 - Mapa de localização e situação dos bairros da Cidade Alta e Ribeira ... 61

Figura 48 - Entorno da residência ............................................................................ 62

Figura 49 – Mapa sonoro do tráfego veicular ........................................................... 63

Figura 50 - Condicionantes físico e ambientais da residência .................................. 64

Figura 51 – Modelo de fluxo de gestão de obra de reforma de edificação ............... 67


Figura 52 – Dimensões mínimas de uma cadeira de rodas ..................................... 71

Figura 53 – Espaço suficiente para a realização de manobras ................................ 71

Figuras 54 e 55 – Largura mínima corredores e vão livre de passagem das portas 71

Figura 56 – Dimensões mínimas para o cadeirante manipular os comandos .......... 72

Figuras 57 e 58 – Medidas mínimas de um banheiro acessível sem o box ............. 72

Figura 59 – Banheiro com todas as características acessíveis ................................ 72

Figura 60 – Planta original da residência ................................................................. 74

Figura 61 – Método Problem Seeking, definição de conceito ................................... 75

Figura 62 – 1º Estudo preliminar - planta de layout .................................................. 77

Figura 63 – 2º Estudo preliminar - planta de layout .................................................. 78

Figura 64 – 3º Estudo preliminar - planta de layout .................................................. 79

Figura 65 – Planta de setorização dos ambientes .................................................... 80

Figura 66 – Planta de fluxos nos ambientes ............................................................. 80

Figura 67 – Planta de layout adaptável .................................................................... 82

Figura 68 – Fachada frontal...................................................................................... 85

Figuras 69 e 70 – Garagem, Hall e Recuo lateral direita .......................................... 85

Figura 71 - Planta baixa humanizada de layout hall, sala de estar e sala de jantar . 86

Figura 72 e 73 - Perspectiva interna do Hall............................................................. 86

Figuras 74 e 75 - Perspectiva interna da sala de estar ............................................ 87

Figuras 76 e 77 – Perspectiva interna da sala de jantar .......................................... 88

Figura 78 – Planta baixa humanizada de layout cozinha ......................................... 89


Figuras 79 e 80 – Perspectiva interna da cozinha.................................................... 89

Figura 81 – Planta baixa humanizada de layout home office ................................... 81

Figuras 82 e 83 - Perspectiva interna do home office .............................................. 91

Figuras 84 – Planta baixa humanizada de layout banheiro social ............................ 91

Figuras 85 e 86 – Perspectiva interna do banheiro social ........................................ 92

Figuras 87 – Planta baixa humanizada de layout dormitório 02 ............................... 93

Figuras 88 e 89 - Perspectiva interna do dormitório 2 .............................................. 93

Figuras 90 e 91 - Perspectiva interna do dormitório 2 .............................................. 93

Figura 92 - Planta baixa humanizada de layout suíte master ................................... 94

Figuras 93 e 94 - Perspectiva interna da suíte master ............................................. 95

Figuras 95 e 96 – Perspectiva interna do closet....................................................... 95

Figuras 97 e 98 - Perspectiva interna do banheiro ................................................... 95

Figura 99 - Planta baixa humanizada de layout recuo lateral direito ........................ 96

Figuras 100 e 101 - Perspectiva do paisagismo do recuo lateral direito .................. 96

Figura 102 – Pl. baixa humanizada de layout do recuo lateral esquerdo e quintal ... 97

Figuras 103 e 104 - Perspectiva externa do recuo lateral esquerdo e quintal .......... 97

Figura 105 – Pl. baixa de layout da varanda gourmet, lavabo e área de serviço ..... 98

Figuras 106 e 107 - Perspectiva interna varanda gourmet ....................................... 98

Figuras 108 e 109 - Perspectiva interna do lavabo e área de serviço ...................... 98

Figura 110 - Sistema construtivo convencional e vedação em alvenaria ............... 100

Figura 111 - Tijolo cerâmico ................................................................................... 101


LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Área, dimensões e pés direitos mínimos .............................................. 69

Tabela 02 – Prescrições urbanísticas ...................................................................... 73

Tabela 03 - Dimensões dos ambientes existentes da residência ............................ 74

Tabela 04 - Dimensões dos ambientes novos ambientes – Programa de


necessidades ....................................................................................................... 81

Tabela 05 - Memorial descritivo – Forro ................................................................. 101

Tabela 06 - Memorial descritivo – Revestimento de piso e parede......................... 102

Tabela 07 - Memorial descritivo – Tintas ................................................................ 105

Tabela 08 - Memorial descritivo – Paisagismo........................................................ 105


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 21

2.1. A POÉTICA DO HABITAR DAS EMOÇÕES .................................................... 21


2.1.1 Lugares poéticos da memória e a concepção espaço emocional ........... 22
2.1.2 A casa saudável e a casa doente ................................................................ 25

2.2. NEUROCIÊNCIA APLICADA Á ARQUITETURA .............................................. 27

2.3. EMOÇÕES NA INTER-RELAÇÃO PESSOA E O HABITAR ............................ 30

2.4. A INFLUÊNCIA DA NEUROARQUITETURA NOS PROJETOS DE


INTERIORES EM ESPAÇOS RESIDENCIAIS .................................................... 33

3 REFERENCIAL EMPÍRICO .................................................................................. 46

3.1. REFERENCIAL EMPÍRICO DIRETO ................................................................ 46


3.2. REFERENCIAL EMPÍRICO INDIRETO ............................................................ 49
3.2.1. Referencial Internacional – Casa Soul Garden / Spacefiction Studio ...... 49
3.2.2. Referencial nacional - Suíte Neurosensorial / Piacesi Arquitetos
Associados ......................................................................................................... 54
3.2.3. Referencial nacional – Casa CA / Super Limão ......................................... 55

4 DIRETRIZES PROJETURAIS .............................................................................. 59

4.1. CONDICIONANTES FÍSICOS: ESTUDO E ANÁLISE DA ÁREA DE


INTERVENÇÃO ................................................................................................... 59
4.2. CONDICIONANTES AMBIENTAIS: ASPECTOS CLIMÁTICAS, INSOLAÇÃO
E VENTILAÇÃO .................................................................................................. 63
4.3. CONDICIONANTES LEGAIS ........................................................................... 64
4.4. APRESENTAÇÃO DO PROJETO ................................................................... 73
4.5. CONCEITO E PARTIDO DO PROJETO DE INTERIORES ............................. 75
4.6. CONCEPÇÃO PROJETUAL E EVOLUÇÃO DA PROPOSTA ........................ 77

5 O PROJETO ......................................................................................................... 84

6 MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO................................................... 101


6.1. SOLUÇÕES COSNTRUTIVAS ......................................................................... 99
6.2. SOLUÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO, LUMÍNICO E ACÚSTICO ............. 100
6.3. FORRO ........................................................................................................... 101
6.4. REVESTIMENTO – PISO E PAREDE ............................................................ 102
6.5. PINTURA ........................................................................................................ 104
6.6. PAISAGISMO ................................................................................................. 105

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 109

8 REFERÊNCIA ..................................................................................................... 110


17

1 INTRODUÇÃO

O homem desde o seu nascimento está em constante interação com o espaço


físico, partindo do ponto de vista da evolução humana que está diretamente associada
à arquitetura, é notável que o espaço acompanhou o desenvolvimento da sociedade,
ou seja, surgiu da necessidade de abrigo e organização. Com isso, no decorrer da
história da arquitetura percebe-se que o espaço foi sendo moldado, alterado e
transformado pelas diversas civilizações, com o intuito de atender as necessidades
de cada momento (GONÇALVES, 2021).
A arquitetura é a arte de construir para proporcionar bem-estar, conforto e
segurança. Os ambientes construídos sejam com função de abrigo ou o meio urbano,
utiliza-se das formas, funções, sonoridade e simbologia para emitir estímulos e gerar
sensações em cada indivíduo. Essas emoções influenciam diretamente no estado
mental e físico, consequentemente interferem na atenção, socialização, memória e
bem-estar (BESTETTI, 2013).
Na poesia de João Dorderlein (2022), define as características da arquitetura:
Arquitetura é arte e ciência ao mesmo tempo, é traçar as linhas de um sonho.
É enxergar o invisível. É fazer com paredes e escadas o que o poeta faz com
palavras. É o que ergue monumentos. É o ofício do criador. É o artista de
esquadro e prancheta. São as entranhas de uma nação. “à arquitetura é
música petrificada”.

Essa passagem deixa claro o quanto a arquitetura impacta na vida do homem


e demonstra que o espaço físico pode ser considerado como um gatilho para nossas
emoções, podendo alterar a performance do estado mental. As sensações que
sentimos no ambiente construído são geradas pelo cérebro, e consequentemente
geram reações inatas no corpo, influenciando na linguagem corporal, nas atitudes e
expressões faciais. A função das emoções é ajudar na regulação biológica e como
respondemos às mudanças do ambiente, seja de forma consciente ou inconsciente.
Essas experiências provocam mudanças no comportamento e no bem-estar, é dessa
forma que o indivíduo distingue o conforto ou desconforto no meio construído (PAIVA,
2018).
Seguindo com esse pensamento, o local que apresenta uma forte influência
sobre as emoções é o lar, pois é o espaço construído que passamos mais tempo.
Giordani e Ruschel (2022), afirma que a moradia é o primeiro universo da vida
humana, é o lugar na qual desenvolvemos as emoções e sentimentos, define a forma
18

como nos relacionamos com o mundo e tem como função principal de guardião e
refúgio da menta e do corpo. Segundo Silva e Marcílio (2020), o habitar é como um
ato simbólico, é onde possui a personalidade do morador, local que integra memórias,
desejos, medos, passado, presente e futuro.
A casa é o símbolo que representa aos moradores proteção, conforto, abrigo,
bem-estar e reorganização para novos enfrentamentos do dia a dia. Silva e Marcílio
(2020) afirma que o habitar é a organização da vida do ser humano, local que acolhe
o nosso corpo, desejos, memórias, sonhos e necessidades físicas. Segundo Fuente
(2013, p. 77), “a experiência humana está intimamente ligada à experiência espacial,
e, portanto, os espaços devem ser projetados para proporcionar emoções positivas”.
Dessa forma, os espaços residenciais mal projetados possibilita experiências
negativas na qual afeta o psicológico e emocional, provocando sensação de
desconforto, ansiedade, angústia, depressão, dentre outras emoções negativas, isso
surge na relação sensorial com o espaço que são considerados degradados, mal
organizados, pouco ventilados e apertado (SILVA E MARCÍLIO, 2020).
Partindo do ponto de visto da evolução da arquitetura e do homem, a casa e o
corpo apresentam um relacionamento dinâmico, conectivo e integral, na qual a
arquitetura da casa pode influir em nossos estados emocionais, comportamentais, na
saúde mental e física (SILVA; MARCÍLIO, 2020). Pode-se relacionar a influência do
ambiente construído com o homem através dos estudos da neuroarquitetura, que
pode ser conceituada como uma área interdisciplinar que integra os conhecimentos
da ciência cognitiva e da psicologia com a arquitetura (PAIVA, 2022). Dessa forma, a
neuroarquitetura investiga como o espaço físico impacta em nosso cérebro, os
critérios que influenciam na percepção dos indivíduos com o meio em que vive, e dos
diversos fatores que manipulam na compreensão do meio, por exemplo as cores,
texturas, a acústica, ventilação e iluminação natural e estratégias biofílicas, na qual
provocam estímulos em seus usuários e absorvem de maneiras diferentes interferindo
assim no comportamento (ESTÊVÃO, 2022).
Sendo assim, busca-se entender de que forma o ambiente doméstico está
sendo visto e quais suas influências no bem-estar físico e mental. Nesse contexto,
tem-se como objetivo principal do presente Trabalho de Conclusão de Curso
desenvolver um anteprojeto visando a neuroarquitetura e o bem-estar aplicado ao
projeto de reforma e interiores de um ambiente residencial. Assim, os objetivos
específicos são analisar como a arquitetura de interiores é capaz de influenciar no
19

comportamento e nas emoções, aprofundar os conhecimentos em neuroarquitetura,


entender como o ambiente doméstico pode provocar transtornos de ansiedade e
depressão, estudar e inserir os elementos que estimulam no bem-estar no projeto e
abordar a influência da arquitetura nos cincos sentidos humano.
A escolha do tema surgiu do interesse distinto de entender a temática da
neuroarquitetura e aprofundar-se no tema Arquitetura de Interiores em espaços
residenciais. Estudar e analisar como o espaço construído é capaz de influenciar as
pessoas, interferir nas emoções e sentimentos, que ambientes multissensoriais
podem proporcionar o bem-estar físico e mental, sendo um fator importante capaz de
contribuir na qualidade do espaço que será projetado e vivenciado.
Em seguida, a escolha do espaço residencial como objeto de estudo dessa
pesquisa surgiu da necessidade de expor o quanto o lar é importante para a vida
humana, que não apenas serve para as necessidades básicas, mais sim, para criar
raízes, renovar as energias, servindo de proteção e nutrição do corpo e da alma, pois
a casa é a extensão do homem, sendo o local que carrega a identidade e
personalidade de cada indivíduo. É devido a isto, que o lar deve transmitir a sensação
de bem-estar, harmonia e aconchego.
Dessa forma, foi pretendido aliar as temáticas acima citadas a fim de embasar
o trabalho final de graduação, que será um projeto de arquitetura de interiores em uma
residência unifamiliar, que está localizada no bairro da Cidade Alta, na Região
Administrativa Leste da cidade do Natal, Rio Grande do Norte. O objetivo do projeto é
utilizar as características da neurociência aplicada à arquitetura, com intuito de
proporcionar um ambiente mais saudável e melhorar a qualidade de vida dos
moradores visando o bem-estar.
Objetivando alcançar o que foi proposto anteriormente, com o propósito de
desenvolver um projeto de interiores em uma residência unifamiliar, a pesquisa se
enquadra do ponto de vista da sua natureza básica, com abordagens quantitativa e
qualitativa, a fim de gerar conhecimento novos e úteis com o intuito de contribuir para
o avanço do conhecimento humano envolvendo verdades e interesses universais
(PRODANOV E FREITAS, 2013).
Nesse sentido, a pesquisa apresenta procedimentos exploratórios e descritivos
a partir de pesquisas bibliográficas, estudo de caso e de levantamento. Além disso,
utiliza o método científico dedutivo, fundamentado pela análise do problema geral para
solucionar problemas particulares (GIL, 2018). Dessa forma, o processo metodológico
20

foi separado em três etapas, que é dividido em fundamentação teórica, partido


arquitetônico e anteprojeto. Sendo assim, no que diz respeito etapa de fundamentação
teórica, para o entendimento do tema foram utilizados livros, artigos, dissertações e
teses no campo da arquitetura com ênfase na neuroarquitetura, psicologia ambiental
estudo sobre conforto, uso das cores, utilização equilibrada da ventilação e iluminação
natural e artificial.
Para tanto, esta pesquisa se estrutura, em seis capítulos, desenvolvidos de
forma a atender aos objetivos propostos. A princípio, será abordada a relação do
indivíduo com o espaço residencial e como esse espaço é capaz de influenciar nas
emoções e sentimentos, entender como um ambiente mal projetado pode gerar
experiências negativas, podendo ocasionar problemas para saúde, tais como
transtorno de ansiedade e depressão. Posteriormente, faz uma abordagem com
ênfase no conceito e estratégias da neuroarquitetura. Em seguida, abordará como as
emoções são geradas no espaço construído, analisando as emoções dos indivíduos
frente a uma percepção espacial ampliada, além de relacionar as emoções com os
cinco sentidos.
Logo após, discorrerá questões específicas relacionadas ao contexto das
estratégias que precisam ser adotadas na construção de uma proposta do projeto, a
fim de transmitir conforto e proporcionar bem-estar aos moradores, relacionando-os
aos cinco sentidos. A seguir, serão descritos os referenciais empíricos nos quais
servirão para nortear a elaboração do objeto de estudo deste trabalho. Por fim, será
apresentado o estudo e análise da área de intervenção, assim como, o conceito, o
partido arquitetônico, o programa de necessidades, diretrizes projetuais, evolução do
projeto, a descrição do projeto e o memorial descritivo e justificativo.
21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo consiste na apresentação dos elementos utilizados para


construir a argumentação teórica da proposta arquitetônica sugerida. O mesmo será
embasado em pesquisas bibliográficas feitas através de livros, revistas, artigos e
dissertações acerca da temática a ser estudada. Dessa forma, serão explanados os
seguintes tópicos: 1 A poética do habitar das emoções que será subdividido em outros
dois tópicos: Lugares poéticos da memória e a concepção espaço emocional; 2 A casa
saudável e a casa doente: uma relação do homem com a casa após a COVID-19, em
seguida será conceituado a neuroarquitetura; 3 a Emoção na inter-relação pessoa e
o habitar. Por fim, será contemplado a Influência da neuroarquitetura nos projetos de
interiores em espaços residenciais.

2.1. A POÉTICA DO HABITAR DAS EMOÇÕES

O habitar é a relação entre o homem e a casa, é nesse lugar que desperta e


construímos as emoções, a forma de como vemos o mundo, de como nos
relacionamos com a vida, com as pessoas, sonhos e desejos (BRANDINI E
LORENZETTI, 2015). Dessa forma, o lar abriga as nossas vivências físicas, afetivas
e intelectuais e o corpo expressa as nossas ações cognitivas e emocionais, ou seja,
a casa representa a nossa psiquê. De acordo com Alves (2017), “o habitar é como
uma peça de teatro, onde o homem é o ator que através das suas ações atua num
palco que é a casa”. O homem tem como função desempenhar ações no espaço,
conforme as suas necessidades, a casa, por sua vez, tem a função de abrigar o
conjunto de atos que são desempenhados na vida quotidiana do homem.
Seguindo nesse mesmo pensamento, Brandini e Lorenzetti (2015) mencionam
que a casa é como cenografia e que cada morador apresenta a sua peça de formas
diferentes, seja uma família ou um indivíduo que retrata a sua personalidade,
contando assim as suas histórias.
Brandini e Lorenzetti (2015, p.43) afirmam:

Casas muito fechadas, escuras e formais não abrigam pessoas


descontraídas, alegres e expansivas. Também não encontraram em uma
casa entulhada de móveis, objetos de todos os tipos e coisas acumuladas,
pessoas desapegadas e desprendidas, tampouco acharemos numa casa
22

desorganizada, desleixada, pessoas que apreciem a ordem, a organização e


o belo.

Alves (2017) afirma que, a casa tem o papel de contar a história de quem habita,
é o local que evoca as sensações, experiências, sentimentos e costumes. Além de
cumprir o propósito de transmitir segurança e abrigo, proporcionar felicidade,
satisfação, sensação de bem-estar e harmonia. As experiências vividas pelo homem
na casa provocam emoções, tanto positivas quanto negativas. Segundo Silva (2020),
as emoções são estados mentais que resultam mudanças no organismo em função
de mudanças percebidas no ambiente, seja interno ou externo. Esses estados mentais
influenciam o nosso comportamento, que tem como função biológica de se adaptar às
mudanças e situações no ambiente. Ao relacionarmos com o lar, um espaço saudável
é aquele que desperta todo tipo de emoção, seja negativa ou positiva, para que uma
família tenha uma convivência coletiva sadia e prazerosa, os mesmos devem
colaborar e conduzir em conjunto de forma harmoniosa e equilibrada as emoções,
através de atitudes que cultivam uma boa relação afetiva de modo respeitoso,
acolhedor, atencioso e amoroso. Dessa forma, ao agregar o espaço construído com
as emoções, torna-se um lar mais equilibrado, gerando assim o bem-estar.
Com isso, Bachelard discorre (2003, p.274), que “a casa que cresce na medida
exata de seus hóspedes, é uma maravilha do Universo” logo é o fortalecimento dos
laços afetivos, de um espaço saudável e de “contemplação para o espírito”. Pode-se
destacar também, que o “ser humano completo é corpo e alma” (Bachelard, 2003, p.
273), ou seja, o homem é o corpo e a casa é a alma, o homem insere a sua
personalidade, as experiências que teve durante a sua vivência no mundo e quem ele
é, na casa, mas é em família que se constrói um lar acolhedor, amoroso e respeitoso.
Como mencionado por Bachelard (2003, p. 267), “É preciso viver para construir a sua
casa, e não construir a sua casa para viver nela”. O homem constrói a sua casa a
partir das suas vivências e impõem o reflexo de sua personalidade.

2.1.1 Lugares poéticos da memória e a concepção espaço emocional

A arquitetura tem como principal função provocar emoções, despertar e criar


memórias. Ao se projetar é preciso saber observar e compreender o espaço/lugar,
entender das diversas matérias para que se comunique com os sentidos e sentir o
movimento e o ritmo na qual o espaço pode proporcionar e entender as necessidades
23

para que possa agregar-se a técnica como ergonomia, circulação, posicionamento de


mobiliário, escolha de revestimentos e texturas entre outros. A arquitetura possibilita
espaço em que apresentam uma cooperação contínua entre a emoção e a razão e
que possa influenciar na vida das pessoas, seja em momentos bons ou ruins. Pelo
apresentado, fica fácil compreender que há influência da arquitetura nas emoções. No
dizer de Mariz (2014, p. 53):

“(…) EMOÇÃO. Emoção porque sem ela não existe arquitectura. Sem ela a
Arquitectura torna-se inócua, sem vontade própria. A Arquitectura tem de ter
comoção, ter agitação, ou ter calma, ser exuberante, ou discreta, ser
comunicativa, ou ser silenciosa, ser dinâmica, ou ser estática, ser fria, ou ser
acolhedora, ser por si só. Ela tem de ser. Tem de transmitir uma vontade,
uma poética que nos invade de um modo natural e se apodera da nossa
atenção, se revela no nosso pensamento e atinge a nossa consciência. (…)
a Arquitectura evoca sensações, experiências e emoções, tem valores
permanentes que a instruem. Tudo isto num espaço conquistado por um
qualquer indivíduo, que, numa primeira fase o vê, numa segunda o assimila,
numa terceira o interpreta e, finalmente, lhe dá uma razão, um carácter
emocional e perceptivo próprio.”

Desta forma, pode-se levar em consideração o estudo da casa, que foi criada
para o homem habitar. Contudo, é papel do arquiteto criar no espaço habitado
ambientes e atmosferas que desempenham tarefas como lazer, descansar, cozinhar,
trabalhar, estudar entre outros, ou seja, proporcionar espaços mais flexíveis, criando
diferentes possibilidades de interação entre os moradores e com os ambientes, é
importante ressaltar que a casa precisa revelar a personalidade de quem a habita
despertando o lado afetivo para que haja conexão e lembranças vividas no espaço, a
construção de novas memórias e refletir a essência e a leveza, por fim despertar as
emoções que estão na memória, isto é, emoções do nosso refúgio (ALVES, 2017).
Zonno (2020) afirma que o arquiteto ao projetar tem como principal objetivo
resgatar a memória, na qual está inserida no contato do indivíduo a situação ou a uma
paisagem específica e diante desta relação é que surge na imaginação os sentidos e
reflexos do passado. E indica que “Arte e arquitetura têm o potencial de promover a
ressonância do passado no presente, ou melhor, de oportunizar uma experiência
capaz de produzir afectos no presente, na relação com a virtualidade de nossa
memória, que enovela não somente os tempos, mas também sentidos construídos
individual e coletivamente” (ZONNO, 2020, p. 38). Por fim, Alves (2017) complementa
que as emoções são sentidas quando o homem se apaixona e encontra harmonia no
lugar onde vive.
24

A harmonia se inicia através da busca pela beleza e conforto do espaço, é essa


ligação com a casa que gera as diversas emoções ao homem, “essas emoções são
sentidas de forma individual e íntima” (ALVES, 2017, p.29). O habitar não pode
modificar os comportamentos humanos e transformar a personalidade dos indivíduos,
dessa forma, deve-se acolher o homem e fazer sentir-se presente, proporcionando a
satisfação do usuário (DIETZ, 2021). O objetivo de projetar o ambiente interno é levar
em consideração as necessidades claras dos moradores, criar espaços internos,
decidir materiais que evidenciam a personalidade de cada um, analisar a luz, o
conforto térmico e acústico, as texturas e cores, o cheiro, enfim o habitar deve ser
projetado dentro da realidade e personalidade de quem a habita, na qual o espaço
habitado e o homem se transformem em um único corpo, podendo enxergar a beleza
e a harmonia de onde vive.
Definir e entender os diversos materiais ao projetar é fundamental, é desta
forma que desperta os sentidos, as texturas podem ser sentidas através do tato e esse
sentido é essencial para promover sensação de conforto e resgate de memórias, as
cores, formas e a iluminação deve influenciar a percepção estética e satisfazer a visão,
assim como a visão e o tato os materiais também se comunicam através da audição,
visto que o som tem a capacidade de relaxamento, além de poder despertar as
memórias afetivas que remetem a momentos inesquecíveis, isso ocorre quando
percepcionamos através dos passos, vozes, a madeira queimando na lareira entre
outro, o olfato é um dos sentidos mais importantes, sendo o elemento responsável por
mudar completamente a percepção de uma pessoa no espaço, trabalhar com aromas
garante sensações agradáveis e harmonizam os ambientes. Por fim, até o paladar a
arquitetura pode nos influenciar, é na cozinha que é estimulado o apetite através do
aroma das comidas, os sabores, as cores como o vermelho, laranja e verde que nos
atraem e até mesmo com alimentos expostos como frutas, legumes e docinhos. Dessa
forma, pode-se construir um espaço arquitetônico que desenvolva emoções
agradáveis, resgate memórias antigas, assim como proporciona novas memórias.
Ao se projetar é necessário que o arquiteto observe e compreenda a essência
do espaço, o que o ritmo e o movimento podem provocar no morador. Alves (2017,
p.25) argumenta que a emoção na arquitetura é como uma coreografia onde a emoção
é uma dança e “a coreografia acontece no lugar habitado”. O espaço habitado é
construído a partir do movimento que se pretende provocar aos seus moradores, tais
movimentos são provocados pela definição dos espaços, definição de móveis no
25

ambiente e da forma como se interligam, criando um ritmo ao seu habitante.


Considerando o ritmo da música, o homem é quem dança e controla toda a coreografia
e a casa é o espaço onde os movimentos são limitados e transformados ocasionando
a coreografia do habitar. Essa coreografia estabelece uma relação íntima com a casa,
devido ao movimento rítmico que o homem criou nela. Dessa forma, a casa imprime
a imagem do nosso refúgio, abrigo e proteção. Alves (2017, p.28) complementa “esta
é a casa do homem, o espaço exterior que é a arquitetura, sentida no espaço interior
que é o seu corpo, terminando no pensamento que se transforma em sentimento
guardado na memória. O encontro de si, no seu lugar, no seu tempo”.
Essas relações pessoa-ambiente, distingue o modo como cada indivíduo
compreende o espaço em que vive, essas experiências, expectativas, preferências e
referências estão associadas a estímulos específicos e que influenciam no
comportamento de cada pessoa no ambiente. Portanto, é fundamental o projeto de
interiores transmitir aos moradores a sensação de conforto de sentir-se em casa, bem-
estar e pertencimento.

2.1.2 A casa saudável e a casa doente

A noção de abrigo e proteção da casa está relacionada a história da nossa


evolução, nos primórdios da espécie humana as cavernas e grutas foram os primeiros
locais de refúgio contra as ameaças externas – animais perigosos e intempéries da
natureza – e sentíamos confortáveis para relaxar e cuidar uns dos outros sem temer
ataques (SCARDUA, 2011). A casa em seu sentido mais comum é uma construção
destinada a abrigar e proteger o homem, é um espaço na qual deve adequar-se ao
modo de viver de seus moradores, essa necessidade de sobrevivência, sensação de
se refugiar e de buscar pela proteção, conforto e bem-estar em nossas casas que
temos hoje foi desencadeada por um sentimento primitivo, ou seja, é uma herança
emocional herdada dos nossos ancestrais. Se o ambiente doméstico oferece
proteção, segurança e reconhecimento, consequentemente contribuirá para o bem-
estar físico e emocional. A casa, como mencionado anteriormente, está relacionada
intimamente com o homem, esse espaço é como um ato simbólico, onde o morador
transforma o local onde vive em algo pessoal impondo a sua personalidade.
Rocha e Rocha (2015) complementa:
26

“...a casa representa o ser humano em seus elementos mais fundamentais,


em sua essência; de certa forma, é a pedra angular de sua personalidade. A
representação de uma casa leva em conta as interações entre a natureza e
a cultura, entre o inato e o adquirido, entre o indivíduo e a sociedade”.

A expressão “sentir-se em casa” é um sentimento natural e genuíno ao retornar


para casa, o sentir-se bem está diretamente ligado a relação entre a pessoa e ao local
onde vive, Scardua (2009) afirma que a casa é a representação da essência do ser
humano, ao se construir uma casa ou decorar um ambiente, as pessoas têm a
necessidade de expressar quem elas são e lembrar de si próprias além de um lugar
de refúgio psicológico, é também guardada a identidade de quem a habita. Dessa
forma, a necessidade de expressar a nossa personalidade onde vivemos é primordial
para sentirmos integrados e termos sensações agradáveis. Quando o indivíduo se
sente essencialmente necessário, bom, agradável e confortável no espaço que se
reconhece sendo como próprio, cria condições para combater o estresse cotidiano,
dos desgastes diários, tem mais foco, facilidade em entender os sentimentos,
pensamentos, sensações e emoções, mas receptivo aos problemas e consegui-los
solucionar de forma mais fácil (DIETZ, 2021).
Na poesia de João Doederlein (2017, p. 170), descreve de forma sucinta e clara
como uma casa deve ser:

Lar (s.m.)
é se sentir bem-vindo. lugar para onde a gente corre quando tudo fica mal.
lugar de maior segurança do mundo. refúgio. nosso. possível de ser
compartilhado com outras pessoas. melhor quando compartilhado. é se sentir
parte de algo. pertencer.
o mochileiro é aquele que faz do mundo inteiro o próprio lar.

No entanto, para Silva e Marcílio (2020) afirmam quando a casa não está
conforme as características do morador ou apresenta deformidades como ambientes
que consideramos feios, degradados, pouca iluminação e ventilação natural, mal
organizados, apertados, desconforto acústico e térmico, ausência de privacidade e de
elementos verdes e/ou naturais, espaços com esses aspectos influenciam nas
emoções e humor das pessoas de forma negativa através do medo, desconforto,
angústia, tristeza, desamparo, desânimo, irritação, insônia, pode provocar trans tornos
de depressão e ansiedade, além de problemas de saúde como diabetes, obesidades,
alergias respiratórias, entre outros. Dessa forma, ocasiona a má qualidade de vida,
diminui a capacidade de produção, de foco e interfere na autoestima.
27

A vista disso, todo ambiente precisa ser pensado e planejado para que o
objetivo principal seja o conforto e bem-estar. Scardua (2009) afirma que para alguém
se sinta feliz com sua casa, não é preciso ter uma privilegiada situação financeira,
porém é primordial respeitar as particularidades de cada morador. Em uma pesquisa
feita por Gary Evans (2005), da Universidade Cornell, em Nova York, foi identificado
que para uma residência proporcionar bem-estar, depende da possibilidade que os
moradores têm de fazer mudanças na casa. Evans (2005) complementa que essa
autonomia juntamente com a organização da casa forma um elo emocional entre o
morador e a casa. Com pequenas mudanças no espaço podem melhorar a percepção
subjetiva e provocar sentimentos positivos, como explica Zaleski (2006, p. 19):

Homem e ambiente convivem num processo de interdependência, criando


uma ligação íntima entre os processos psicológicos de percepção do espaço
e os processos de criação desse espaço. Ainda, a maneira pela qual o
homem modifica o ambiente é hoje um tema de muita relevância, pois os
espaços são expressões culturais do homem ao mesmo tempo em que são
suportes espaciais para a construção de sua identidade. Assim, é de extrema
importância que o arquiteto ou o profissional que atua no ambiente
compreenda como os materiais que participam desse ambiente têm influência
na percepção do conforto.

Conclui-se que, para que se tenha uma maior conexão do homem com a casa
visando reduzir emoções negativas proveniente de deformidades no espaço
doméstico, é essencial ao se projetar pensar em um espaço com caráter híbrido,
versátil e multifuncional, na qual tenha a conexão com a natureza e com a
personalidade de quem a habita. Dessa forma, o indivíduo consiga sentir o bem-estar,
aumentar a produtividade e criatividade, além disso, ter a sensação de pertencimento
com o local onde vive para que possa sentir parte de algo, despertando a
responsabilidade, cuidado, amor e respeito, ocasionando assim o fortalecimento e
nutrição das raízes com o lar.

2.2. NEUROCIÊNCIA APLICADA Á ARQUITETURA

A arquitetura é a arte de construir para proporcionar bem-estar, conforto e


segurança, além disso, de atender aos desejos e anseios do homem. Os espaços
construídos sejam com função de abrigo contra a animais perigosos e intempéries da
natureza, espaços grandiosos para expressar apenas a estética, luxo e poder de
grandes famílias, governos e religiões ou o meio urbano, tem como função de
28

influenciar nas emoções e gerar estímulos e sensações diferentes em cada indivíduo,


essas emoções provocadas pelo espaço que interagimos interfere diretamente no
nosso estado mental e físico.
A arquitetura está em constante evolução utilizando formas, materialidades e
técnicas arquitetônicas que proporcione simbologia para emitir diferentes sensações
nos seres humanos, devido ao avanço da tecnologia e da neurociência surgiu a
necessidade de estudar e compreender como o espaço construído influência no nosso
cérebro e comportamento, essa área ficou popularmente conhecida como
Neuroarquitetura (PAIVA, 2021). Paiva (2021) afirma que é uma área interdisciplinar
que une os conhecimentos da neurociência, da ciência cognitiva e da psicologia com
a arquitetura e urbanismo (Figura 03), visando compreender de forma mais completa
como os espaços, seja arquitetônico ou urbano, afetam as nossas emoções,
percepções, o comportamento, a saúde física e mental e o bem-estar.

Figura 03: Diagrama de origem da Neuroarquitetura

Fonte: Acervo da autora (2022)

A união entre arquitetura com a neurociência, ocasionou em novas tendências


e tornou-se importante para auxiliar os arquitetos na forma de projetar os espaços, no
entanto, vale ressaltar que a neuroarquitetura não é um conjunto de regra a ser
seguida, visto que, o espaço construído impacta em cada indivíduo de forma diferente,
Mariz (2014) descreve que o espaço conquista e vincula o indivíduo de forma oculta
onde qualquer pessoa vê, assimila, interpreta e busca uma razão, um caráter
emocional e perceptivo próprio, ainda complementa, que a arquitetura é como uma
obra de arte, na qual a obra não pode, não deve, “dizer” tudo, precisa deixar algo para
a imaginação de quem a vê e sente, gerando vontades interpretativas próprias que
são compreendidos de acordo com os princípios de quem os observa.
29

A nossa relação com o ambiente é muito complexa para que existam


respostas exatas que funcionem para todos os casos. Cada indivíduo possui
um grau diferente de suscetibilidade ao meio. Além disso, memórias pessoais
de cada um e memórias culturais dos diferentes grupos influenciam na nossa
relação com o ambiente. Ou seja, dependendo da cultura e das vivências
pessoais de cada um, um mesmo espaço pode gerar percepções e
comportamentais diferentes (PAIVA, 2020).

Dessa forma, compreende-se que a neuroarquitetura vai além da


funcionalidade e a complementação da estética, pois a idealização de ambientes
perfeitos depende do ponto de vista de cada um (ANDRADE, 2020). Sendo assim, ao
se projetar com as diretrizes da neuroarquitetura é pensar nas relações ocultas e
inconscientes que o espaço proporcionará em cada indivíduo, pois é um conceito que
entende e analisa as diferentes particularidades cerebrais e as reações sensoriais e
fisiológicas (CARVALHO, 2020). Segundo PAIVA (2021) a maioria dos estímulos
ocasionado pelo espaço construído afeta diretamente o subconsciente humano,
devido a isto permite que o indivíduo mude o seu comportamento ou desfrute
sensações agradáveis sem perceber o que está presente no espaço.

Segundo a neurociência, a capacidade de processar informações


conscientemente é inferior a 1% da capacidade de processamento
inconsciente. Isso significa que a maioria dos estímulos afetarão os indivíduos
em um nível subconsciente. Portanto, mesmo que as pessoas possam ser
afetadas por isso, elas não estarão cientes disso. (PAIVA, 2018, p.133)

Ainda na visão da autora, o cérebro pode ser moldado através das experiências
e culturas vividas pelo indivíduo, como também é programado para demonstrar
comportamentos inatos, dessa forma, o indivíduo ao está inserido no espaço, seja no
ambiente natural ou construído, o cérebro interpreta de forma diferente, julgando o
que for relevante e que faça sentido no contexto em que vive o indivíduo. A
neuroarquitetura também estuda os efeitos que um ambiente pode afetar em longo
prazo, ou seja, quanto mais longa é a permanência em um determinado ambiente ou
local, mas duradouro tendem a ser os impactos gerados no nosso organismo em sua
maioria persiste mesmo quando não estamos mais ocupando o espaço, como as
residências e ambientes de trabalho (PAIVA, 2021).
Nessa perspectiva, ao analisar o conceito de utilização no espaço residencial a
partir da percepção da neuroarquitetura, nota-se que para cada ambiente da moradia
experienciamos, sentimos e construímos conexões emocionais, como tristeza, medo,
alegria e ansiedade, essas experiências está diretamente relacionada a nossa
30

percepção do/no espaço, pois são conectados aos múltiplos processos cognitivos e
sensoriais, é dessa forma que representamos a nossa personalidade e desejos no
espaço em que vivemos (SILVA E MARCÍLIO, 2020). Nessa mesma conjuntura, Silva
e Marcílio (2020) afirma que a casa afeta e é afetada na relação do indivíduo com o
local onde vive, despertando sentimentos de enraizamento e permanência.
Portanto, a Neuroarquitetura nos permite compreender os impactos que o
espaço construído gera no nosso organismo e como os ambientes podem influenciar
na percepção, estado mental e físico e nas ações, ou seja, cada indivíduo pode
demonstrar comportamentos e expectativas diferentes apenas depende das
características físicas dos lugares, isto é, cada um responderá de forma distinta uma
das outras, Silva e Marcílio (2020) complementam que a arquitetura é viva e moldada
por quem a utiliza. Dessa forma, a busca pelo conhecimento da neurociência aplicada
à arquitetura auxilia arquitetos e urbanistas no processo de criação de projetos
repensando antigas soluções e transformando a forma de pensar e criar espaços,
através das novas ferramentas e tendências (PAIVA, 2020).

2.3. EMOÇÕES NA INTER-RELAÇÃO PESSOA E O HABITAR

A palavra emoção provém do verbo latino emovere que significa mover de


dentro para fora, pode-se analisar que as emoções nos dinamizam, colocando-nos
em movimento internamente e influenciando as nossas atitudes, modelando a nossa
conduta, a relação com o mundo, com as outras pessoas e com o ambiente em que
vivemos. De acordo com António Damásio (2012), as emoções são geradas através
do aparelho sensorial – o cérebro -, porém é sentida no corpo todo, afetando as
pessoas de forma consciente ou inconscientemente. O autor complementa, em uma
visão evolutiva, o papel das emoções está integrado ao mecanismo que regula o
organismo a sobrevivência, auxiliando o nosso corpo a se adaptar e nos manter vivos,
ou seja, sendo sensores entre nós e as circunstâncias, entre a nossa natureza em
sobreviver e as situações do meio em que vivemos.
Segundo Alves (2017), a emoção começou a ser estudada através de
abordagens filosóficas, inicialmente pelos filósofos Platão, Aristóteles e Descartes, na
qual desenvolveram teorias que ajudam a entender e contextualizar em como
chegamos aos estudos atuais. No final do século XIX, a emoção começa a ser
explorada em uma perspectiva psicológica, posteriormente, com o objetivo de se
31

aprofundar nessa abordagem, iniciaram estudos no campo da neurociência onde


enfatizaram a relação pessoa-ambiente, em como o ambiente construído gera as
emoções e alteram o nosso estado mental e físico, afetando diretamente na tomada
de decisão, atenção, socialização, memória e sensação de bem-estar, por meio
desses estudos surgiu o que popularmente conhecemos de neuroarquitetura.
Cavalcante e Elali (2018) em seu livro Psicologia Ambiental: conceitos para a leitura
da relação pessoa-ambiente deixa claro a importância da emoção no ambiente em
que relacionamos:
Emoções e afetividade ambiental são partes importantes no processo de
explicação da vinculação das pessoas com os espaços e lugares. Na
perspectiva do simbolismo do espaço, o lugar é visto como um território
emocional, tornando-se, portanto, uma dimensão na construção dos
significados e na extensão da subjetividade dos indivíduos. As emoções
podem ser muito úteis para a avaliação e transformação dos ambientes [...].
(CAVALCANTE; ELALI, 2018, p. 79 - 80)

Dessa forma, como o contexto deste trabalho é a relação do homem com o


ambiente construído, e como o meio pode afetar as emoções, sentimentos e
comportamentos, é necessário abordar as emoções, analisando em uma visão geral
do que é a emoção e como o homem se comporta com as emoções sentidas no meio
em que está inserido. A fundamentação teórica neste campo é essencial, para que
seja fácil a compreensão no contato com o objeto arquitetônico, entendendo o impacto
sobre o indivíduo que tem uma constante vivência com a arquitetura todos os dias,
focando especialmente no ambiente residencial, pois está inserido no seu espaço
mais íntimo.
Na visão do filósofo Platão, a emoção era vista como meramente um desejo do
corpo e que impedia o homem de agir racionalmente, ou seja, a emoção distorce a
razão humana. Aristóteles descrevia que a emoção influenciava nos sentidos
cognitivos e sentimentais, isto é, estava ligado ao sofrimento e ao prazer, como
também as sensações advindas do meio. Por fim, para Descartes o ser humano é
constituído de uma mente/alma e corpo, substancialmente distintos, porém em
constante interação. A emoção está incorporada na mente/alma através dos sentidos
cognitivos, na qual a influência do meio chega na mente que, por sua vez, a emoção
manipula as realizações das ações físicas e dos movimentos corporais (ALVES, 2017
apud Strongman, 1996, p. 5-6).
Partindo desse breve contexto filosófico, será iniciado o campo da neurociência
aplicada à arquitetura objeto de estudo principal deste trabalho. A neuroarquitetura
32

visa estudar como certas características específicas do ambiente construído alteram


o desempenho cerebral, o estado emocional e afetam o comportamento humano
(PAIVA, 2018). Alves (2017) afirma que cada indivíduo apresenta uma percepção
única e que essas percepções determinam a reação e o comportamento do homem
no meio. O cérebro e o corpo, distintos sistemas, no entanto, apresentam uma inter-
relação contínua, estão sempre reagindo às mudanças do ambiente tanto de forma
consciente como inconsciente, porém, quando a área responsável por processar as
emoções no cérebro é comprometida, os indivíduos apresentam fortes mudanças de
personalidade e comportamentos negativos (DAMÁSIO, 1994).
Posto isto, pode-se concluir que as nossas emoções nos influenciam o tempo
todo, como também está intimamente ligada com o nosso comportamento, quando há
alterações no estado emocional como consequência dessa ação o comportamento
também sofrerá mudanças podendo ocasionar reações positivas e/ou negativas.
Portanto, é dessa forma que compreendemos o espaço ao nosso redor por meio das
emoções que estamos sentindo no momento, logo afetando a nossa percepção e as
decisões que tomamos, com isso, pode-se perceber que a arquitetura influencia
diretamente no nossas estado emocional, onde o cérebro ao processar as
informações advindas do espaço ajuda a criar uma percepção da realidade e alterar
o nosso comportamento (PAIVA, 2018). Paiva (2018) complementa “a arquitetura
“fala” diretamente com nosso emocional e este, por sua vez, influencia nossas
escolhas, desempenho e decisões”.
Damásio (1994) discorre em seu livro que a emoção se origina através dos
cincos sentidos – olfato, visão, paladar, tato e audição -, que envia estímulos para o
cérebro e resulta nas emoções. A arquitetura com as suas características, como
volumes, simbologias, cores, proporções, temperaturas, cheiros, sons, entre outros,
quando combinadas induz o cérebro a gerar um estado emocional específico, fazendo
o indivíduo a criar memórias e sentimentos por um determinado local. Essas reações
emocionais são desencadeadas quando o homem se relaciona com um espaço que
lhe transmite valor, no entanto, cada indivíduo interpreta o que é importante de forma
diferente, embora estejam no mesmo espaço (ALVES, 2017). Devido a isto, ao
relacionarmos com o objeto de estudo deste trabalho, a casa, percebemos que o
nosso lar é criado de forma individual, para possibilitar uma relação emocional única
e equilibrada e que nesse objeto arquitetônico possamos encontrar um local de
proteção e refúgio emocional.
33

A experiência do contato com a nossa casa que advém dos sentidos, onde
através da visão temos experiências perceptivas espaciais, ao tocarmos em uma
textura ou material nos experiencia uma ligação íntima com o objeto criando memórias
e emoções ou sentimos o cheiro de algo que fazem resgatar lembranças ou até
mesmo ao degustarmos algo conseguimos associar ao espaço em que vivemos e
quando escutamos um som específico em nossa casa cria uma atmosfera de
intimidade e cumplicidade com o espaço. Essas experiências com o local onde
vivemos é importante, pois é dessa forma que construímos a nossa relação emocional
e memórias sejam elas boas ou ruins, tornando assim um local de refúgio e abrigo do
mundo e é a base do equilíbrio emocional (ALVES, 2021).

2.4. A INFLUÊNCIA DA NEUROARQUITETURA NOS PROJETOS DE


INTERIORES EM ESPAÇOS RESIDENCIAIS

É indiscutível que os ambientes, sejam naturais ou construídos, influenciam


diretamente na percepção, no comportamento, sentimentos e emoções de seus
usuários. Segundo Migliani (2021) afirma que os seres humanos passam cerca de
90% do seu tempo em espaços internos, devido a isto é de grande relevância a
elaboração de projetos de interiores, visto que, desenvolver um projeto é criar uma
solução ao problema específico e favorecer positivamente nossa capacidade mental.
Um caminho bastante relevante é a análise no campo da neuroarquitetura, na qual há
diversas discussões que apresenta como a qualidade do espaço físico de onde
habitamos – ventilação e iluminação natural e/ou artificial, conforto térmico e acústico,
organização do espaço, elementos naturais, cores, disposição dos móveis e
decoração - afeta no nosso comportamento e emoções (SILVA E MARCÍLIO, 2020).
É de suma importância que os projetos de interiores tenham princípios com
base na neuroarquitetura, pois visa impactar na saúde e bem-estar físico e mental,
proporcionando mais qualidade de vida. Estêvão (2021) afirma que ao analisar
estudos desenvolvidos sobre o cérebro humano comprovam que o espaço físico afeta
as conexões neuronais, estimulando o cérebro a criar conexões positivas ou transmitir
reações negativas. A autora completa, ao elaborar projetos objetivando as percepções
dos usuários com relação ao meio em nível neuronal, a neuroarquitetura traz
respostas para a produção de projetos que atendam às necessidades intrínsecas dos
34

usuários no espaço, afetando o emocional, o estado de espírito e a nossa saúde


(ESTÊVÃO, 2021).
Nesse sentido, é imprescindível analisarmos que as nossas percepções no
ambiente em que vivemos é absorvido por meio dos cincos sentidos - visão, audição,
olfato, tato e paladar (Figura 04) -, esses sentidos serão fixados no cérebro, onde cada
indivíduo reage aos estímulos de maneira única e desempenham sensações de forma
racional, baseando-se no seu contexto cultural e pessoal, e assim ocasionando
gatilhos positivos e/ou negativos (ESTEVÃO, 2021). Migliani (2021) complementa,
“que as boas lembranças são sempre decodificadas de forma positiva pelo cérebro”,
dessa forma é bastante relevante que ao projetar interiores provoque estímulos que
desenvolva boas memórias e que permita os usuários se sentirem pertencentes ao
local onde vivem. Portanto, projetar envolvendo os sentidos ajuda a construir espaços
com base na neuroarquitetura (ESTÊVÃO, 2021).

Figura 04: A arquitetura afeta os cinco sentidos

Fonte: Camila Estêvão (2021)

Ao se tratar de projeto arquitetônico de interiores é necessário refletir o


ambiente e as diversas possibilidades de projetar, relacionando as necessidades do
usuário (DIETZ, 2021). De acordo com Rocha e Rocha (2015), “na concepção de um
novo espaço, principalmente os residenciais, deve contar com a personalidade de
seus moradores, sua cultura e seu estilo de vida”, complementam que para um bom
projeto deve priorizar em transmitir a sensação confortante de “sentir-se em casa",
objetivando as necessidades e desejos dos usuários. Porém, ao se elaborar um
projeto de interiores além de traduzir as necessidades e desejos deve-se também
agregar alguns elementos fundamentais para ter uma excelente relação do indivíduo
no ambiente em que vive, como: conforto, iluminação, ventilação, acústica, vegetação,
35

cores e ambiência. Esses elementos influenciam diretamente aos cinco sentidos


humanos e desenvolvem ambientes confortáveis e agradáveis (ESTEVÃO, 2021).
Quando pensamos em qualificar um espaço, proporcionar conforto é o primeiro
elemento que é considerado, visto que resulta em uma satisfação pessoal plena,
contudo o conforto não admite generalizações e pode variar entre cultura a cultura e
de pessoa a pessoa (SILVA E SANTOS, 2012, p. 139). Na arquitetura de interiores é
essencial e importante que o morador se sinta confortável, e acima de tudo, que
aquele ambiente é o seu lar (DIETZ, 2021). A autora acrescenta que ao gerar conforto
no ambiente é preciso relacionar fatores objetivos e subjetivos, por exemplo, conforto
térmico, acústico, lumínico, agregar cor, vegetação e a ambiência, dessa forma esses
fatores quando unidos de maneira correta gera bem-estar e melhora a qualidade vida
dos moradores. O arquiteto e escritor Witold Rybczynski (1986) descreve que o
conforto é uma circunstância que cada um de nós buscamos alcançá-la, pois é um
sentimento generalizado de bem-estar, que por sua vez o bem-estar é uma
necessidade humana e está profundamente enraizada. Segundo Zaleski (2006, p.18-
19) “[...] o conforto depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de
seus instintos, experiências e juízos, a postura do usuário, suas necessidades e
modificações determinam requisitos mínimos de conforto”.
Nos projetos com princípios da neuroarquitetura, a iluminação, seja natural ou
artificial, é o segundo elemento mais importantes, pois impacta diretamente na
percepção dos espaços, fazendo com que o indivíduo compreenda as dimensões,
proporções e contrastes dos ambientes, ou seja, é a partir dela que definimos
volumes, enfatizamos as cores e sentimos as texturas (MARTINO, 2021). Ainda na
visão da autora, ao se projetar utilizando a iluminação o arquiteto passa por alguns
desafios visto que tem a necessidade de conduzir a iluminação para além do natural,
fazendo a introdução e controle de outras fontes de luz, proporcionando o bom
funcionamento dos espaços somente através da luz e sombra.
Enfatizando a iluminação residencial, Pereira (2010, p. 6) afirma que “a
iluminação residencial é essencial para melhorar a qualidade de vida”, dessa forma a
principal função da iluminação em uma residência é obter boas condições de visão
em cada ambiente conforme as diferentes tarefas a serem desempenhadas –
cozinhar, trabalhar, estudar, entre outros -, além disso, deixar os espaços mais
agradáveis e saudáveis através dos destaques da iluminação nos objetos decorativos,
criar atmosferas e ambientações específicas para deixar os ambientes mais atraentes,
36

seguros e confortáveis. O autor complementa que ao inserir a iluminação no projeto


deve-se levar em consideração a harmonia da iluminação, flexibilizando a luz natural
e a artificial juntamente com a arquitetura e a decoração.
A iluminação natural é considerada o elemento primordial, pois influi na
qualidade do ambiente residencial, além disso é essencial para a organização
temporal da fisiologia dos organismos (PAIVA, 2018), visto que os seres humanos
apresentam um relógio natural que está intrínseco ao organismo, na qual o cérebro
distingue os períodos de dia e noite e reagem com estímulos a cada horário específico
(ANDRADE, 2020). Com isso, a luz natural permite a sincronização do ciclo circadiano
que designa o período de 24 horas (um dia) no qual regula o funcionamento e o ritmo
biológico e psicológico do corpo humano, sendo o maior responsável em influenciar
no sono, expressões genéticas, digestão, regular hormônios, renovar células entre
outros fatores, ou seja, “é através da luz que nosso cérebro sincroniza grande parte
do seu funcionamento com o mundo exterior” (PAIVA, 2018). Consequentemente, a
entrada de iluminação natural nos cômodos influencia diretamente no humor e bem-
estar, como também aumenta a disposição e produtividade (Figura 05).

Pesquisas mostram que um volume adequado de luz diariamente melhora os


níveis de humor e energia, enquanto a iluminação insuficiente contribui para
a depressão e diversas outras carências no corpo. A quantidade e o tipo de
iluminação afetam diretamente a concentração, o apetite, a disposição, etc.
(SOUZA, 2021)

Figura 05: Iluminação natural em residência

Fonte: PROJETOU (2021)

Com o surgimento da iluminação artificial possibilitou grandes mudanças no


estilo de vida das pessoas, porém essas mudanças com o tempo foram alterando o
relógio biológico humano afetando diretamente a saúde física e psicológica, devido ao
37

excesso de iluminação artificial nos períodos do dia (ANDRADE, 2020). No entanto,


com o tempo foram modificando o uso da luz artificial para que desempenhassem
funções parecidas com a luz natural e não trouxesse tantos aspectos negativos para
a saúde humana. Dessa forma, quando os pontos de luz artificiais são bem-
posicionadas, fazendo uso das cores e intensidades da forma correta e
implementando camadas de iluminação no espaço ajuda o corpo a se adaptar ao ciclo
e as necessidades inatas, além disso cria nos ambientes diferentes atmosferas,
proporcionando assim diversas cenas e flexibilidade dos espaços (MARIA, 2020).
Para cada atividade desempenhada na residência é necessário receber a
iluminação para ser executada, visto que a contínua exposição à iluminação de forma
inapropriada resulta em efeitos negativos à saúde, desregulando o funcionamento do
ciclo circadiano e do humor, como também causa desconforto e interfere na
produtividade (CARVALHO, 2020). Por exemplo, fica claro que ao utilizar a luz natural
é um elemento primordial e indispensável e que exerce um papel fundamental a nossa
saúde (PEREIRA, 2010), porém ao utilizar a iluminação artificial de maneira
complementar, possibilita a ativação de estímulos sensoriais agradáveis e gera
reações fisiológicas e emocionais de bem-estar, como as luzes quentes (cor âmbar)
que é associada ao entardecer e ao amanhecer, quando utilizada nos ambientes
provocam sensações no indivíduo de aconchego, relaxamento e agradabilidade
(Figura 06) e enquanto luzes, mas frias (cor branca) tornam os ambientes mais
estimulantes, provocando sentido de alerta, concentração e produtividade (Figura 07),
porém se usada de forma excessiva pode causar irritação, ansiedade, insônia, inibe a
secreção de melatonina entre outros (SOUZA, 2021).
38

Figura 06: Sala - Atmosfera intimista e sofisticada, com sensação de aconchego

Fonte: ENTENDANTES (2020)

Figura 07: Home office - Atmosfera organizada e inovadora, com sensação de atenção

Fonte: THE INTERIOR EDITOR (2016)

As habitações têm como principal função de abrigar e proporcionar condições


favoráveis para serem desenvolvida as atividades do quotidiano, dessa forma o
espaço precisa se adequar ao meio em que está introduzido, ao usuário e aos usos
que serão executados, para gerar conforto ambiental, segurança e salubridade
(FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2022). Ao se projetar é essencial pensar no conforto
dos moradores, principalmente o conforto térmico, visto que está relacionado às
sensações físicas e reações do organismo submetidas através das percepções do
indivíduo no espaço. Ao gerar conforto térmico é necessário que as aberturas estejam
39

bem-posicionadas e dimensionadas, é válido também considerar as características


climáticas do local e a escolha dos materiais, pois a falta da ventilação acarreta a
proliferação de ácaros e mofo devido ao excesso de umidade, acúmulo de partículas
de sujeira e insuficiência térmica, consequentemente originando doenças respiratórias
e sensações negativas ocasionadas pela falta do bem-estar (DIETZ, 2021).
A ventilação natural, é uma estratégia essencial para espaços internos, pois
auxilia na purificação dos ambientes, garante a circulação eficiente do ar, elimina
toxinas presentes no espaço através da entrada e saída de ar, controla a umidade e
melhora a sensação térmica, além disso é um recurso natural e renovável (ESTÊVÃO,
2021). E quando é pensado em projetos de interiores para residências com relação a
ventilação natural, essa estratégia precisa ser potencializada, assim como a
iluminação natural a ventilação também desempenha a mesma função de influenciar
no bem-estar, na saúde física e na qualidade de vida das pessoas (Figura 08).
Contudo, quando se faz necessário o uso de aquecedores, ventiladores,
aparelhos de ar-condicionado ou exaustores é primordial prever alguns cuidados para
diminuir o seu uso, pois se o uso for intenso pode ocasionar danos à saúde – doenças
respiratórias -, porém se utilizada de forma equilibrada gera ambientes agradáveis,
como aponta Estevão (2021). Para garantir o conforto térmico através da ventilação,
seja natural ou mecânica, é necessário o equilíbrio de ambas, como também da
temperatura e a pressão dos ambientes, pois se utilizada da forma errada pode causar
desconforto (Figura 09).

Figura 08: Entrada de ventilação natural

Fonte: FORUM DA CONSTRUÇÃO (2022)


40

Figura 09: Esquema de ventilação mecânica com ventilação natural

Fonte: Imagem produzida pela DAIKIN (2022), adaptada pela autora

Com o desenvolvimento acelerado do meio urbano ocasionaram um grande


volume de ruídos, como trânsito, vizinhos barulhentos, música alta, alarmes, entre
outros são sons indesejados que incomodam e geram efeitos graves a saúde física e
mental, interferindo diretamente no nosso humor, qualidade do sono, na concentração
ou desencadear quadros mais graves como ansiedade e nervosismo (DIETZ, 2021).
O conforto acústico é uma área de estudo que está inserido no conforto ambiental na
arquitetura, e tem o mesmo grau de importância que o conforto térmico e a iluminação
natural. É através da acústica que se pode entender e controlar a reprodução,
recepção e transmissão dos ruídos, devido a isto torna-se um fator determinante na
qualidade de uma construção. Dessa forma, é fundamental que ao se projetar
interiores pensar na acústica dos ambientes é extremamente importante, pois
proporciona harmonia, equilíbrio e bem-estar entre os moradores e seus lares
(CONSTRUTORA JN, 2021).
Além das questões de saúde, outro fator relevante que está diretamente
relacionado ao conforto acústico é a privacidade. Para Evans (2005) a sensação de
perda do espaço individual contribui para o estresse do indivíduo, dessa forma
influência na socialização com os outros moradores como também atrapalha na
execução das atividades diárias. Scardua (2011), complementa “no espaço privado
da casa, ao contrário do que ocorre no público, podemos ser nós mesmos. [...] A casa,
portanto, é um refúgio no qual nos permitimos nos expressar integralmente”. À vista
disso, ao projetar interiores visando proporcionar isolamento acústico deve adotar
elementos porosos, fibrosos e com alta absorção do som, filtrando ruídos e evitando
41

ecos, como os tapetes, almofadas, cortinas painéis de madeira, carpetes ou piso de


madeira, forro de gesso, elementos naturais - jardins verticais - entre outras, assim
garante a sensação de aconchego, bem-estar, impactando de forma positiva no
comportamento e no sistema cognitivo e elevando a produtividade das tarefas diárias
(DIETZ, 2021).
A neuroarquitetura possui diversas ramificações como já podemos perceber,
dentre as quais pode-se também destacar a biofilia. Essa palavra é traduzida como
“amor pela vida” ou “amor pelos seres vivos”, visto que é uma palavra que deriva do
grego, na qual bio significa vida e philia significa amor. Contudo, o termo foi difundido
por Edward Osborne Wilson, renomado entomólogo e biólogo norte-americano, que
publicou o livro Biophilia em 1984, na qual descreve a hipótese de que os seres
humanos têm uma ligação emocional inata e desejos instintivos de se conectar com a
natureza (GONÇALVES, PAIVA, 2015). Os autores mencionam que de acordo com a
evolução humana, o nosso cérebro foi condicionado ao pleno convívio com a
natureza, ou seja, está em nossos genes e tornou-se hereditário, devido a isto os
seres humanos buscam de forma inconsciente essa conexão, portanto quando há
privação desse contato causam resultados negativos na qualidade de vida das
pessoas. Gonçalves e Paiva (2015, p. 424) afirmam que:

De acordo com vários estudos realizados, enquanto o mundo moderno


provoca um cansaço mental, só olhar para uma imagem da natureza leva
nossa mente a um maior relaxamento, tendo um efeito de restauração.
Depois de ver imagens da natureza, sejam elas reais ou artificiais, a
capacidade de focar aumenta e o nível de estresse diminui, a pressão
sanguínea baixa e as tensões musculares relaxam consideravelmente.

O conceito biofílico difundido por Edward Osborne Wilson, em 1984, possibilitou


o surgimento do Design Biofílico através de um dos pioneiros da área Stephen Kellert
e Elizabeth Calabrese que publicaram o livro chamado A prática do design biofílico,
em 2015, na qual menciona como pode ser aplicado a biofilia nos aspectos projetuais.
Esse novo princípio de acordo com Kellert e Calabrese (2015), busca projetar
ambientes com experiência da natureza, com intuito de criar um bom habitat inserindo
organismos biológicos no ambiente construído moderno para promover a saúde
integral das pessoas, buscando o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Na
visão dos autores, a aplicação do design biofílico no ambiente construído tem como
objetivo de beneficiar a vida humana a curto e longo prazo, na qual a curto prazo deve-
42

se alterar as condições de um edifício inserindo os elementos naturais e a longo prazo


deve inserir na comunidade condições naturais e ecologicamente robusta e
sustentável. Dessa forma, se aplicação do design biofílico for imposta da maneira
correta obtém-se resultados benéficos na saúde física, mental e comportamentais.
Kellert e Calabrese (2015, p. 8) descreve:

Os resultados físicos incluem maior aptidão física, pressão arterial mais


baixa, maior conforto e satisfação, menos sintomas de doenças e melhora da
saúde. Os benefícios mentais variam de maior satisfação e motivação, menos
estresse e ansiedade, até uma melhor resolução de problemas e criatividade.
A mudança comportamental positiva inclui melhores habilidades de
enfrentamento e domínio, atenção e concentração aprimoradas, interação
social aprimorada e menos hostilidade e agressão.

A prática do design biofílico envolve a utilização de vários princípios e


estratégias, o emprego desses atributos pode variar de projeto a projeto, pois depende
das circunstâncias e restrições, como uso e tamanho do projeto, fatores econômicos,
logísticos, condições culturais e ecológicas (KELLERT E CALABRESE, 2015). Rafaelli
(2022) acrescenta que, projetar utilizando os princípios da biofilia “não é apenas
incorporar as plantas nos ambientes e nem paisagismo, mesmo as plantas fazendo
parte, esse elemento não determina o todo”. Ao inserir a biofilia é entender o impacto
das características da natureza na vida humana para criar ambientes mais saudáveis.
O design biofílico está estruturado em três pilares: A experiência direta com a natureza
referindo ao contato pleno com as características ambientais no ambiente construído,
incluindo o contato direto com a luz e ar natural, plantas, animais, água, paisagens e
o fogo. A experiência indireta refere-se ao contato com materiais naturais, formas e
formatos naturais, cores naturais, entre outros. Por fim, a experiência de espaço e
lugar está relacionado às configurações do espaço construído com as características
naturais para promover a saúde e bem-estar (KELLERT E CALABRESE, 2015).
Dessa forma, fica claro que unir as estratégias do design biofílico com a
neuroarquitetura resultam em ambientes com impactos positivos para a saúde
humana. Espaços com aspectos multissensoriais com a natureza contribuem para o
conforto, satisfação, prazer, desempenho cognitivo, melhora o bem-estar, a
criatividade e a produtividade. Com relação a residência, assunto principal deste
trabalho, cabe destacar a importância de adotar os princípios biofílicos neste espaço
tão importante para os seres humanos, espaços estes que afetam diretamente nas
nossas emoções, sentimentos e principalmente na saúde física e mental. Relacionar
43

a natureza com o espaço doméstico, nos aproxima da nossa própria condição


primitiva, e promove tranquilidade, diminui os índices de depressão e ansiedade,
incentiva ligações emocionais e interações positivas entre as pessoas (BALDWIN,
2020).
Ao refletir sobre os elementos da neuroarquitetura, observa-se que podemos
ressaltar como é importante o uso das cores, pois as cores são responsáveis por
provocar uma série de estímulos conscientes e inconscientes em nossa relação com
o espaço, como também está presente em tudo e pode ser associada à psicologia,
simbolismo e misticismo, obtendo-se distintos significados, dependendo apenas do
período artístico, histórico ou cultural (PEREIRA, 2018). Deste modo, nos leva ao um
questionamento, qual o papel das cores na arquitetura?
Os elementos construtivos compõem o objeto arquitetônico, e as cores nas
superfícies criam atmosferas nos espaços quando se une com a luz, texturas, aromas,
linhas e volumes, a cor torna o lugar único, ou seja, é a responsável pela comunicação
da arquitetura com o ser humano (DIETZ, 2021). Contudo, pode-se evidenciar a
psicologia das cores, estudo elaborado para descobrir como o nosso cérebro se
comporta dentre as informações captadas visualmente. As cores influenciam no nosso
estado interior criando sentimentos de satisfação ou insatisfação, transforma o
comportamento e humor e é capaz de gerar bem-estar como também ansiedade ou
depressão. Isso ocorre, porque cada cor apresenta características e significados
distintos, dessa forma ao contato delas são conectados inconscientemente pelo nosso
cérebro interferindo na saúde física e mental (MABONI, 2020).
A percepção das cores varia de acordo com a análise da representatividade e
o significado que ela evoca, as reações geradas através dessas percepções é um
fator intrapessoal, apenas dependerá do gênero, idade e cultura, isto é cada pessoa
capta os estímulos de acordo com os seus sentidos (DIETZ, 2021). As cores podem
evidenciar e refletir a nossa personalidade, estado de espírito e caráter individual,
como também inserir no espaço como gostamos que nos vejam. Dietz (2021), afirma
que as cores “possuem uma força surpreendente, sem que necessite juntar elementos
instrutivos ou sentimentais. A cor identifica espaços, pessoas e objetos. O processo
de definição, de escolha das cores, é uma ciência que impõe equilíbrio e harmonia
que vai muito além das questões estéticas [...]”. A autora complementa que ao
escolher a cores para um determinado ambiente deve-se analisar e estudar como vai
empregá-la, pois é importante o equilíbrio entre o ambiente e o indivíduo, para gerar
44

bem-estar, preservar a saúde e alterar o humor, sentimentos e sensações de forma


positiva.
No livro A psicologia das cores escrito pela cientista Eva Heller (2013) descreve
como a emoção e a razão são afetados pelas cores, interpreta como cada cor pode
despertar sensações diferentes e o conjunto delas transforma o nosso
comportamento, sentimento e humor. Como já mencionado anteriormente, cada cor
produz diversos efeitos, porém os efeitos podem ser contraditórios dependendo
apenas das ocasiões, isto é, os efeitos intervêm da união de várias cores, nomeado
por Heller (2013) de acorde cromático. A autora afirma que o acorde cromático é
composto pela combinação de diferentes cores com a cor principal que está em
análise, esse conjunto de cores determinará as sensações e os sentimentos (Figura
10).
Figura 10: Acordes cromáticos e seus significados

Fonte: HELLER, 2013, p. 33-35 Acesso em 16 de maio de 2022

Como podemos perceber, somos capazes de manipular as cores de diversas


formas, despertando emoções e sensações distintas, as reações perceptivas ao
visualizar uma determinada cor ou o conjunto delas serão diferentes para cada
pessoa, pois os estímulos estão relacionados aos fatores pessoais. Portanto, explorar
as cores com base em seus significados permite criar espaços mais representativos,
com isso vinculando o indivíduo com o ambiente, através de estímulos sensoriais
transmitidos, provocando novas experiências e consequentemente transmitindo
informações inéditas e ocasionando novas memórias. Dessa forma, as pessoas
construirão laços afetivos e emocionais com o espaço.
Por fim, a ambiência do espaço também está ligada à neuroarquitetura, visto
que é a união de todos os elementos mencionados anteriormente, unidos de forma
45

harmônica para proporcionar bem-estar ao usuário e conectá-lo com o local onde vive,
a casa. Deste modo, a organização espacial do ambiente é a base do projeto
arquitetônico de interiores, é através do layout e dos aspectos objetivos e subjetivos,
- os aspectos objetivos relacionam-se às sensações vivenciada no lugar
condicionadas por meio do conforto térmico, acústico e luminoso, no entanto, os
aspectos subjetivos está relacionada as sensações causadas pelas cores, texturas,
formas e a vegetação - que quando articuladas na maneira correta cria propostas
relacionadas às experiências que se busca inserir em um determinado espaço
(DIETZ, 2021).
No que diz respeito a casa, observa-se que o homem quando se apropria do
seu lugar, ele tenta humanizá-lo e modificá-lo através de signos e símbolos, para
mostrar em seu espaço a sua personalidade (MALARD, 2017). Nesse sentido,
percebe-se que há uma relação íntima entre o morador e a casa, devido a isto, é
fundamental que ao se projetar interiores deve se atentar as escolhas de
revestimentos, móveis, cores, peças decorativas, vegetação, iluminação, entre outras,
pois cada elemento precisa estar de acordo com a personalidade dos moradores, uma
vez que ao empregar esses elementos da forma correta terá um significado e uma
função simbólica para cada usuário, desempenhando assim sensações positivas
(DIETZ, 2021).
Com base no que foi apresentado, pode-se compreender que o bem-estar é
um fator psicológico e está vinculado aos estímulos realizados pelas pessoas com o
ambiente em que está inserido, nesse sentido, empregar os estudos da
neuroarquitetura em um ambiente é primordial, pois ajudará os usuários do espaço a
sentir-se integrado, proporcionando sensações agradáveis e melhorando a saúde
física e mental. Nesta perspectiva, todo ambiente necessita de um adequado projeto
arquitetônico de interiores para que o objetivo principal seja o conforto e bem-estar.
46

3 REFERENCIAL EMPÍRICO

Este capítulo será subdividido em referencial empírico direto e indireto, no qual


serão apresentados os projetos que foram selecionados para análise e que serviram
como norteadores para a elaboração da proposta projetual desenvolvida ao final do
trabalho. Os projetos escolhidos foram desenvolvidos no âmbito da arquitetura de
interiores para residências, a proposta contém aspectos da neuroarquitetura, visando
o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores, como também um projeto de
reforma, na qual foram observados os elementos, formas e conceito dos projetos, com
isso, irão contribuir como inspiração para o desenvolvimento do projeto interiores.

3.1. REFERENCIAL EMPÍRICO DIRETO

Os estudos de referenciais diretos são realizados in loco em residências com o


uso da neuroarquitetura, a fim de compreender a funcionalidade dos ambientes na
residência e quais foram os impactos provocados na vida dos moradores. Entretanto,
vale salientar que essa visita somente irá ocorrer se forem encontrados projetos
residenciais com esses aspectos em Natal, caso não seja possível, ocorrerá uma
mudança na abordagem, tornando-se um estudo de caso.

3.1.1. Referencial nacional – Casa da Serra / Piacesi Arquitetura Associados

A Casa da Serra é um projeto desenvolvido pelo escritório Piacesi Arquitetos


Associados, que teve a conclusão em 2021, a residência apresenta 320 m² de área
construída e está localizada em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. A
proposta do projeto foi baseada no conceito lifestyle e slow living que emprega uma
vida sem pressa, leve e equilibrada. Com esse estilo pode-se agregar na arquitetura,
no design e na decoração sugerindo uma vida e trabalho inspirados em valores
simples, reais, sustentáveis e com a valorização das raízes (Figura 11). A casa é
modo-lar, com estrutura metálica, encapada por brises como mostra as Figuras 12 e
13, também foram utilizadas placas de cimento no piso e rasgos de luz no teto, dessa
forma coloca em prática o conceito de simplicidade tanto na montagem, quanto na
arquitetura e o uso do espaço, além disso, apresenta uma relação forte com o natural
47

através do paisagismo interno, elementos vazados e abundância e o equilíbrio entre


a iluminação e ventilação natural e artificial (Figuras 14 e 15).

Figura 11: Fachada frontal com o encapamento por brises

Fonte: ARCHDAILY (2021)

Figuras 12 e 13: Planta baixa de layout e representação isométrica

Fonte: ARCHDAILY (2021)

Figuras 14 e 15: Estrutura metálica, brises, rasgo no teto, placas de cimento

Fonte: ARCHDAILY (2021)


48

Foram adotados outros tipos de revestimentos e elementos que remetem a


natureza como, a madeira no teto e em alguns mobiliários, a textura do linho cru no
estofado das cadeiras e sofá, o couro na poltrona, a palhinha nas banquetas, as
formas orgânicas nos mobiliários e decorações e principalmente o paisagismo no
interior da residência, na qual foi proposto de forma naturalista e inspiradora (Figuras
16 e 17). Na paleta de cores, o preto, madeira e a neutralidade do cimento favorecem
ao básico e mostra que pode ser bastante aconchegante, cheio de beleza e muito
prático. Esses elementos foram pensados estrategicamente, para que a casa pudesse
proporcionar abrigo nos momentos de reclusão, como também, se adaptar à realidade
do dia a dia, para que essas obrigações possam ser cumpridas com facilidade, mas
que seja possível recarregar as energias. Por fim, para o layout adotou-se um conceito
aberto entre os ambientes e a conexão com a natureza (Figuras 18 e 19).

Figuras 16 e 17: Materiais e paisagismo

Fonte: ARCHDAILY (2021)

Figuras 18 e 19: Posicionamento do layout e a integração do espaço

Fonte: ARCHDAILY (2021)


49

3.2. REFERENCIAL EMPÍRICO INDIRETO

Os estudos de referenciais indiretos consistem em pesquisas realizadas


através de sites voltados a projetos de arquitetura, como o ArchDaily. Será utilizado
como principal ponto de análise e escolha as estratégias de utilização e aplicabilidade
do conceito da neuroarquitetura, analisando, de forma mais aprofundada as
estratégias de conforto, iluminação e ventilação natural, acústica, a empregabilidade
dos materiais e texturas, disposição do layout, uso da vegetação, as cores utilizadas.

3.2.1. Referencial Internacional – Casa Soul Garden / Spacefiction Studio

A casa Soul Garden é um projeto desenvolvido pelo escritório Spacefiction


Studio, em 2019, a residência conta com uma área total de 360 m² e está localizada
na cidade de Hyderabad, na Índia (Figura 20). A casa apresenta as estratégias da
neuroarquitetura, visando o bem-estar e a qualidade de vida de seus moradores. O
projeto foi desafiador para o escritório, onde eles buscaram soluções introvertidas e
compactas devido à pequena parcela do lote, que possui uma área aproximada de
170 m². Primeiramente, decidiram começar o projeto incorporando um jardim central
e ao redor do mesmo distribuir os demais cômodos, ou seja, o escritório visou no bem-
estar dos moradores a partir da vegetação como sendo o “coração” da casa, chamada
de estratégia biofílica, como mencionado no capítulo anterior, tem como objetivo
incorporar ambientes mais saudáveis para resultar impactos positivos para a saúde
dos residentes. Na figura 21 destaca como ficou posicionada todos os ambientes ao
redor do jardim central, a residência é composta pelo térreo, 1º pavimento, 2º
pavimento e o terraço.
50

Figura 20: Casa Soul Garden

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Figura 21: Planta baixa de todos os pavimentos da Casa Soul Garden

Fonte: ARCHDAILY (2019)

O jardim central representa totalmente os elementos da natureza, pois é


composto por plantas tropicais e uma fonte onde é permitido ouvir o agradável ruido
da água, visto que apresenta pé-direito duplo revestido com painéis de aço perfurados
a laser, a fim de criar diferentes níveis de privacidade e iluminação. Os painéis foram
parametricamente projetados, na qual contém perfurações menores para ter uma
maior privacidade por causa dos edifícios mais próximos e os maiores foram inseridos
onde não tem edifícios, além disso, o sistema de painéis protege contra a chuva e
insetos, a luz natural é inserida de forma delicada espaço e permite o crescimento
contínuo do jardim tropical (Figura 22).
51

Figura 22: Visão do jardim central

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Após definirem o jardim central como núcleo principal da casa, dessa forma, foi
projetado o estacionamento, sala de jogos e espaços técnicos necessários no nível
da rua, elevando assim o jardim e os demais espaços da casa. Os cômodos de serviço
ficaram no limite sul do terreno, esta região por apresentar o clima quente e úmido
provoca massa térmica intensa, desse modo ao posicionar o ambiente a sul do terreno
ameniza o calor oriundo da incidência direta de raios do sol. As áreas de uso comum,
como a sala de estar, jantar e home office, foram implantados ao redor do jardim com
amplas vistas e acesso direto ocasionando uma união do jardim com a casa
estabelecendo assim uma única entidade, apenas foi colocado uma porta de vidro de
correr para uma maior privacidade, além disso os três ambientes apresentam enormes
janelas em vidro, para permitir a entrada de iluminação natural e a ventilação natural
e cruzada no interiores da residência conectando com as perfurações estabelecidas
nos painéis de aço (Figuras 23, 24, 25 e 26).
52

Figuras 23 e 24: Integração sala de estar e home office com jardim central

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Figuras 25 e 26: Integração sala de estar, jantar e cozinha com jardim central

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Os quartos estão posicionados no segundo pavimento e tem a mesma


disposição que a sala de estar e jantar apenas com mais privacidade, a suíte do casal
e o quarto infantil tem uma varanda invertida, com o objetivo de contemplação do
jardim central e para a luz adentrar aos quartos de forma delicada para que os
moradores fossem distinguindo os horários conforme a mudança da luz do dia, assim
como são nos banheiros, o intuito principal era que o jardim fosse sempre visto e que
a iluminação natural e a ventilação pudesse fluir livremente no interior da casa, no que
podemos associar em um bom funcionamento do ciclo circadiano (Figuras 27, 28 e
29).
53

Figura 27: Interior quarto do casal e a varanda invertida

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Figuras 28 e 29: Quarto infantil com varanda invertida

Fonte: ARCHDAILY (2019)

Todo o mobiliário foi feito com materiais locais, para provocar uma memória
afetiva aos moradores, o piso é feito de azulejos artesanais feito à mão, compõem
cimento amarelo e branco, o forro em concreto foi permanecido aparente para
contrapor com as paredes brancas, que são amplamente iluminadas pela constante
luz difusa que se espalha por todos os espaços da casa, a cor branca foi inserida para
propor uma sensação de paz e equilíbrio e a cor amarela estimula a criatividade,
representa a alegria, o otimismo e a jovialidade. Posto isto, podemos concluir que a
residência visa todas as estratégias neuro arquitetônicas onde os arquitetos prezam
pelo conforto dos moradores, adotando a ventilação e a iluminação natural de forma
abundantes, a conexão com a natureza através dos elementos verdes – planta – e da
água, como também utilizou cores e materiais que tivessem uma ligação afetiva e
posicionou os móveis de forma que não deixasse o ambiente pesado e incoerente.
Dessa forma, os arquitetos projetaram ambientes multissensoriais contribuindo para
54

desempenho cognitivo, criatividade, produtividade, prazer e satisfação, assim de tudo


o bem-estar e a qualidade vida de cada um que reside na casa.

3.2.2. Referencial nacional - Suíte Neurosensorial / Piacesi Arquitetos


Associados

O ambiente minimalista foi um projeto de interiores feito pelo escritório Piacesi


Arquitetos Associados, apresentado a Casa Cor Minas Gerais, em 2014, o ambiente
é uma suíte master de 50 m² (Figuras 30 e 31) que contém abordagens sensoriais,
elementos que enriquece a vivência e o bem-estar e estratégias neuro arquitetônicas.
O espaço apresenta o equilíbrio entre a iluminação natural e a artificial juntamente
com a utilização da madeira, essa solução foi adotada para gerar um local
aconchegante, leve, confortável e oferecer bem-estar alicerçado através da
iluminação com a composição das texturas amadeiradas, podendo provocar
experiências sensoriais por meio da visão e do tato (Figuras 32 e 33). Para provocar
o sentido olfativo foi trabalhado no ambiente uma verbena, a fim de promover o frescor
e a memória.

Figuras 30 e 31: Suíte Master Neurosensorial e Planta baixa de layout da suíte

Fonte: ARCHDAILY (2021)


55

Figuras 32 e 33: Composição da iluminação natural com a artificial

Fonte: ARCHDAILY (2021)

3.2.3. Referencial nacional – Casa CA / Super Limão


A casa CA era um sobrado deteriorado e mal iluminado, onde foi feito um
projeto de reforma pelo escritório Super Limão, em 2015, a residência contém uma
área de 120 m² (Figura 34), está localizada na cidade de São Paulo. A ordem usual
de um programa residencial foi totalmente modificada, de modo que a área privativa
do usuário ficou no térreo e as áreas sociais e de serviços nos níveis superiores,
precisou-se adaptá-la conforme às necessidades do futuro morador (Figura 35). Além
disso, o partido foi definido para proporcionar amplitude, devido a casa ser bastante
estreita e não possuir janelas nas laterais, teve como objetivo abrir o seu interior para
a rua e para o jardim na área posterior.
56

Figura 34: Fachada frontal da residência CA

Fonte: ARCHDAILY (2015)

Figura 35: Planta baixa de layout da casa CA

Fonte: ARCHDAILY (2015)

A entrada da residência foi transformada em uma pequena garagem, então


foi pensado em uma porta que conseguisse abrir das duas formas – para pedestres
ou para motocicleta- (Figura 36), logo ao lado ficaram os dormitórios, closet e banheiro
(Figuras 37 e 38), colocou-se entre o quarto e o banheiro elementos vazados (Figuras
57

39 e 40), abertura zenital e um pequeno jardim, para permitir a entrada de iluminação


natural e ventilação cruzada. No pavimento superior, ficam os cômodos sociais e de
serviço (Figuras 41 e 42) – sala de estar, cozinha e área de serviço -, para promover
um conforto térmico e lumínico foi projetado uma área externa feita em piso de
orsometal, para a passagem de luz, já que a residência não contém janelas nas
laterais (Figura 43).

Figura 36: Detalhe da pequena garagem na fachada frontal

Fonte: ARCHDAILY (2015)

Figuras 37 e 38: Dormitório e banheiro com uma abertura zenital

Fonte: ARCHDAILY (2015)


58

Figuras 39 e 40: Detalhe da abertura zenital e o banheiro

Fonte: ARCHDAILY (2015)

Figuras 41 e 42: Integração dos ambientes

Fonte: ARCHDAILY (2015)

Figura 43: Área externa feita em piso de orsometal para a passagem de luz

Fonte: ARCHDAILY (2015)

Além disso, para aproveitar a arborização do entorno e as vistas abertas ao


horizonte, pensou-se em inserir nas laterais frontal e posterior – pavimento superior –
59

caixilhos que permitem a entrada de iluminação e ventilação natural, permeabilidade


visual e a inserção de forma subjetiva da vegetação no ambiente fechado, por meio
das árvores localizadas no entorno. Os materiais e as cores utilizadas contrastam uma
nova intervenção, o uso do tijolinho rústico que já estava presente na residência foi
permanecido apenas adicionou materiais novos nos mobiliários, onde estabeleceu um
diálogo coerente entre o antigo e o novo. No segundo pavimento (Figura 44), foi
projetado um espaço de contemplação ao ar livre que funciona como um terraço, onde
o telhado foi retirado, feita uma nova estrutura com painéis Wall, impermeabilizada e
recebeu um novo contrapiso, o espaço foi refeito com todos os cuidados necessários
pois não existia na casa original.

Figura 44: Espaço de contemplação ao ar livre

Fonte: ARCHDAILY (2015)

4 DIRETRIZES PROJETURAIS

Este tópico trata-se das diretrizes, estudos iniciais e elaboração de ideias para
auxiliar no desenvolvimento do projeto, com isso este tópico é composto pelos estudos
e análises sobre as características do local de intervenção, diagnostico do entorno
destacando o uso e ocupação do solo, como também, estudo das condicionantes
ambientais com aspectos do clima, insolação e ventilação e condicionantes legais,
além disso, será descrito o programa de necessidades e o conceito e partido do
projeto.

4.1. CONDICIONANTES FÍSICOS: ESTUDO E ANÁLISE DA ÁREA DE


INTERVENÇÃO
60

O presente trabalho tem como objetivo central elaborar um projeto de


arquitetura de interiores em uma residência unifamiliar. A residência escolhida para o
desenvolvimento do projeto está localizada no estado do Rio Grande do Norte (Figura
45), entre os bairros de Cidade Alta e Ribeira, situada na região Administrativa Leste
da cidade do Natal, mais precisamente na avenida Rio Branco, nº 321 (Figura 46).

Figura 45: Mapa dos bairros de Natal - RN

Fonte: Encontra Rio Grande do Norte. Acesso em setembro de 2022.

Figura 46: Localização dos bairros da Cidade Alta e Ribeira

Fonte: Google Earth. Acesso em setembro de 2022. Adaptado pela autora


61

Os bairros da Cidade Alta e Ribeira são considerados importantes devido a


suas características históricas e enquadra-se como Área Especial de Preservação
Cultural – AEPC, de acordo com o Plano Diretor de Natal (Lei Complementar n º 208
de 07 de março de 2022). Souza (2010) afirma que a cidade do Natal foi fundada em
25 de dezembro de 1955, na área que é denominada como Cidade Alta onde iniciou
com pequenos povoados e os principais edifícios do poder político, administrativo e
militar, posteriormente surgiu o bairro da Ribeira que era caracterizado por uma área
de comercio e pescadores, e tinha um pequeno porto para auxiliar na economia
(Figura 47) (ASSUNÇÃO,2014).

Figura 47: Mapa de localização e situação dos bairros da Cidade Alta e Ribeira

Fonte: Produzida por MIRANDA, 1999, modificada por TEIXEIRA, 2015.

A Cidade Alta e a Ribeira foram se desenvolvendo lentamente até o século XIX,


de forma independentes, pois existia um grande alagamento provocado pelo Rio
Potengi, que separava fisicamente os dois bairros, porém as duas áreas eram
interligadas pela Ladeira da Cruz, íngreme e precária, que futuramente chamaria de
Avenida Junqueira Aires e passaria por melhoramentos e modernizações até se tornar
a Avenida Câmara Cascudo, como é conhecida atualmente (ASSUNÇÃO, 2014). No
final da década de 1930, outro eixo viário que se destacava em Natal, era a Avenida
Rio Branco, também conhecida como Rua Nova, que se localiza na Cidade Alta,
porém se prolongava até a Ribeira, tornando assim a segunda ligação entre os bairros
(ASSUNÇÃO,2014). Atualmente, a Cidade Alta e a Ribeira têm abundância de
comércios e serviços.
Diante disto, a residência escolhida para ser desenvolvida o projeto de reformar
e ambientação encontra-se ilustrada na figura 39, está situada na Avenida Rio Branco,
nº 321, o terreno possui 270 m² e a residência tem área construída de 131 m², a
62

escolha da residência se fez devido a sua localização e aparência histórica, além de


ser a residência que a presente autora mora. Para levantamento da caracterização do
entorno, foi delimitado um raio de abrangência de 150 metros a partir do terreno
escolhido, para obter informações de uso e ocupação do solo. Dessa forma, como
mencionado anteriormente a residência está situada em uma das principais vias do
bairro, na qual possui uma grande movimentação de veículos e pessoas, além disso,
em seu entorno estão presentes edifícios com uso comercial e de serviço e
residências (Figura 48) – escolas, oficinas mecânicas, gráficas e posto de gasolina –,
ou seja, é uma área que apresenta bastante fluxo de veículos, pessoas e ruído sonoro.
Os horários de maior fluxo de veículos, pessoas e ruído sonoro de segunda a sexta e
no período da manhã estendendo-se para a tarde entre 7:30 às 12:00hrs e de 14:30
às 18:00 hrs. O período da noite não há predominância de ruídos, diminui o fluxo de
veículos e de pessoas. No sábado, domingo e feriados diminui o fluxo de veículos e
pedestre e não há o funcionamento do comercio e serviços. A figura 49 mostra uma
avaliação do mapa sonoro do tráfego veicular no entorno da residência e como pode-
se perceber apresenta um alto nível de ruído.

Figura 48: Entorno da residência

Fonte: Google Earth. Acesso em março de 2022. Adaptado pela autora.


63

Figura 49: Mapa sonoro do tráfego veicular

Fonte: Débora Nogueira Pinto Florêncio, 2018. Adaptado pela autora.

4.2. CONDICIONANTES AMBIENTAIS: ASPECTOS CLIMÁTICAS, INSOLAÇÃO E


VENTILAÇÃO

Este tópico é de extrema relevância, pois de acordo com os estudos feitos dos
condicionantes climáticos que interfere na residência é possível elaborar um projeto
que vise o conforto térmico mesmo sendo um projeto de reforma. A vista disso, é
necessário o estudo climático, o sentido dos ventos predominantes e posição do sol
nascente e poente. A cidade do Natal está situada no ponto oriental da costa do
Atlântico Sul, que é compreendida entre o mar e a margem direita do Rio Potengi.
Tem como clima tropical quente-úmido, a cidade se destaca pela baixa amplitude
térmica anual e pela alta insolação anual, isso ocorre devido à proximidade com a
linha do Equador, dessa forma, exercendo uma influência direta sobre o clima local,
interferindo também nos ventos.
Com relação a insolação, a cidade apresenta sol durante o ano todo devido a
sua proximidade com a Linha do Equador – regiões do planeta próximas a linha
possuem a maior média de incidência solar durante o ano todo – sendo este o principal
fator responsável pelas elevadas temperaturas e poucas variações térmicas, mesmo
em períodos chuvosos, é por esse motivo que Natal é considerada a cidade do sol,
64

pois mesmo em períodos chuvosos há presença do sol (DIPE, 2008). Os ventos que
incidem sobre o Município de Natal variam durante o ano, tanto na direção quanto a
sua velocidade. A respeito da direção dos ventos, variam entre leste, sul e sudeste,
no entanto, os ventos predominantes vêm do Sudeste.
Em uma análise dos condicionantes ambientais, a residência está posicionada
de maneira que os ventos predominantes vêm do Sudeste e sul, assim os ventos
predominantes têm uma maior incidência na fachada lateral esquerda cruzando no
interior da casa para o lado direito. A posição do sol nascente está voltada na fachada
lateral direita e na fachada posterior e o sol poente está voltado na fachada frontal e
um pouco na fachada lateral esquerda, isso acaba tornando-se um problema pois nos
meses de dezembro a março, no verão, a fachada frontal recebe o calor intenso do
sol no período da tarde (Figura 50).

Figura 50: Condicionantes físico e ambientais da residência

Fonte: Google Earth. Acesso em março de 2022. Adaptado pela autora.

4.3. CONDICIONANTES LEGAIS

Para que toda e qualquer obra de construção, ampliação, reforma ou


demolição, seja executado devidamente, é necessário atender aos aspectos e
critérios das condicionantes legais, de acordo com a ABNT NBR 16.280/2014, o objeto
de estudo enquadra-se como projeto de reforma, pois discorre na lei a seguinte
afirmação, reforma é a alteração nas condições da edificação existente com ou sem
mudança de função, visando recuperar, melhorar ou ampliar suas condições de
habitabilidade, uso ou segurança, e que não seja manutenção. Dessa forma, para
65

legalizar o projeto de interiores de reforma e ambientação, foram utilizadas como base


a norma ABNT NBR 16.280/2014 referente a Reforma em edificações, sistema de
gestão de reformas e requisitos, ABNT NBR 15.575 referente a Norma de
Desempenho, o Código de Obras de Natal (Lei Complementar nº 055, de 27 de janeiro
de 2004) e Plano Diretor (Lei Complementar nº 208 de 07 de março de 2022).
Além disso, ao pensar com relação a deficiência que era encarada como um
“problema”, onde a pessoa deficiente deveria sempre se adequar e a se adaptar a
sociedade e aos lugares, porém hoje esse parâmetro foi modificado na qual o
indivíduo deficiente não é mais visto com uma incapacidade ou falta de habilidade e
que precisava se moldar à sociedade, mas sim a sociedade deve-se construir pontes
que assegurem a efetiva inclusão a esses indivíduos, para que gere mais qualidade
de vida e respeito. Dessa forma, o presente projeto será pensado em como uma
residência pode ser adaptável, de modo que possa ser alterado o layout, dimensões
internas ou quantidade de ambientes, mas sem que seja afetado a estrutura da
edificação. Com isso, para propor acessibilidade ao espaço interno será utilizado a
ABNT NBR 9050/2020, que se refere a Acessibilidade a edificações, mobiliários,
espaços e equipamentos urbanos, assim como o Decreto nº 9.451, de 26 de julho de
2018, regulamenta o art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e o Guia prático de acessibilidade
em unidades residenciais.

4.3.1. Reforma em edificações, sistema de gestão de reformas e requisitos - NBR


16.280/2014

A Norma de Reforma da ABNT NBR 16.280/2014 estabelece etapas para obra


que se encaixam como reformas e lista requisitos para antes, durante e depois de
uma reforma em um prédio ou em uma unidade. De acordo com o CAU (2018),
discorre que toda obra de imóvel que altere ou comprometa a segurança da edificação
ou do seu entorno precisa ser submetidas à análise da construtora/incorporadora e do
projetista, dentro do prazo estabelecido pelo Município. Após este prazo, exige laudo
técnico assinado por engenheiro ou arquiteto e urbanista e autorização expressa do
proprietário legal da edificação. Como também, especifica as atividades que apenas
o profissional devidamente habilitado deve-se elaborar, como construção ou
demolição de paredes e divisórias, substituição de revestimentos (piso, paredes e
66

teto), abertura ou fechamento de vãos, alteração nas instalações elétricas, hidráulicas,


sanitárias e gás e instalação de mobiliário fixo. A vista disso, a norma afasta
definitivamente o chamado o “faz-tudo”, o curioso ou o amador – e privilegia a boa
técnica.
Em conformidade com a norma 16.280/2014, discorre que é necessário seguir
requisitos para a gestão da reforma (Figura 51), onde o serviços de reformas devem
atender a um plano formal de diretrizes, que comtemple a preservação dos sistemas
de segurança existentes na edificação, apresentar toda e qualquer modificação que
altere ou comprometa a segurança da edificação ou do seu entorno, meios que
protejam os usuários das edificações de eventuais danos ou prejuízos decorrentes da
execução dos serviços de reforma e sua vizinhança, descrever os processos de forma
clara e objetiva, definir quem são os responsáveis e suas atribuições em todas as
fases do processo, descrever os recursos para o planejamento da obra, como
materiais e profissionais capacitados à atender às interferências nos diferentes
sistemas da edificação e prover informações e condições para prevenir ou mitigar os
riscos, por fim garantir de que a reforma não prejudica a continuidade dos diferentes
tipos de manutenção das edificações, após a obra.
De acordo com os requisitos para o início da obra de reforma foram listados as
seguinte diretrizes para o responsável legal pela edificação, deve-se contratar
profissional habilitado que deverá assumir a responsabilidade técnica pelas obras e
cumprir o plano de reforma, e todas as normas internas, que interfiram na segurança
da edificação, pessoas ou sistemas, requerer a necessária atualização do manual de
operação, uso e manutenção da edificação, observadas as normas pertinentes
vigentes, receber as documentações ou propostas da reforma do profissional
habilitado, encaminhar a proposta de reforma para análise técnica e legal e autorizar
a entrada na edificação de insumos e pessoas contratadas para realização dos
serviços de reforma somente após atendimento a todos os requisitos do plano de
reforma.
Durante a reforma, a norma lista um requisito importante, o responsável legal
precisa tomar as ações legais necessárias, sob qualquer condição de risco iminente
para a edificação, seu entorno ou seus usuários. Por fim, após a finalização das obras
de reforma o proprietário legal da edificação deve solicitar ao profissional responsável
pela obra ou o mesmo deve delegar para terceiros a vistoria das condições de
finalização da obra concluída, receber o termo de encerramento das obras, encerrada
67

a obra e cancelar as autorizações para entrada e circulação de insumos ou


prestadores de serviço da obra e arquivar toda a documentação oriunda da reforma,
incluído o termo de encerramento das obras emitido pelo executante.

Figura 51: Modelo de fluxo de gestão de obra de reforma de edificação

Fonte: ABNT NBR 16.280/2014, acesso em setembro de 2022.

4.3.1. Norma de desempenho - ABNT NBR 15.575

A Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575 apresenta uma preocupação no


desenvolvimento dos empreendimentos residenciais com a expectativa de vida útil, o
desempenho, a eficiência, a sustentabilidade e a manutenção dessas edificações, visa
a qualidade da edificação a ser entregue aos usuários, além disso, o seu foco está na
atenção dos elementos empregados e se o sistema do edifício atende os requisitos
dos usuários. Nessa conjuntura, a norma foi organizada da seguinte forma: requisitos
que são as condições de implantação da edificação e as exigências dos usuários
sendo considerado como uma característica qualitativa, em seguida, os critérios que
são os elementos e sistemas utilizados para atender os requisitos considerada como
grandeza quantitativa, por fim, métodos de avaliação sendo constituído por análises
de projeto ou simulações computacionais para certificar que a edificação tem
segurança, habitabilidade e sustentabilidade.
68

De acordo com a norma, é papel do arquiteto definir a vida útil do projeto no


qual será estipulado o período do edifício e/ou seus sistemas, elementos e
componentes projetados, atendendo os níveis de desempenho, periodicidade e a
correta execução dos processos de manutenção. É fundamental para a especificação
da Vida Útil do Projeto (VUP) a análise do levantamento e registros das condições do
entorno da edificação identificando as condições de exposição e risco. O projeto
arquitetônico deve especificar o valor teórico da VUP para cada um dos sistemas que
o compõem. Além disso, deve-se incorporar três conceitos essenciais, os efeitos da
falha no desempenho do sistema ou elemento, a maior facilidade ou dificuldade de
manutenção e reparação em caso de falha no desempenho e o custo de correção da
falha, considerando-se inclusive o custo de correção de outros subsistemas ou
elementos afetados. Dessa forma, ao adotar estes parâmetros e requisitos os
arquitetos consigam desenvolver projetos que promovam a segurança, habitabilidade
e sustentabilidade.

4.3.2. Código de Obras

A lei complementar nº 055, de 27 de janeiro de 2007, que é um instrumento que


permite ao Município administrar, controlar e fiscalizar os espaços edificados e seu
entorno, garantindo segurança e salubridade das edificações. Com isso, após estudos
e análise do Código de Obras de Natal, no Art. 1º discorre que toda e qualquer obra
de construção, ampliação, reforma ou demolição é necessário o licenciamento por
parte do Município. No Art. 3º - XXXII, especifica que é necessário o memorial
descritivo simplificado, com uma descrição sucinta do projeto, contendo área total de
construção, ampliação ou reforma e descrição dos compartimentos, no Art. 21
descreve que toda e qualquer obra e/ou serviço só pode ser iniciado após obter
licenciamento pelo Município, através da expedição do respectivo Alvará de
construção, de ampliação, de reforma ou de demolição e, quando for o caso da
Licença Ambiental.
De acordo com o capítulo III, referente a classificação e do dimensionamento
dos compartimentos, no Art. 139 todo compartimento da edificação deve ter
dimensões e formas adequadas, de modo a proporcionar condições de higiene,
salubridade e conforto ambiental, condizentes com a sua função e habitabilidade. O
objeto de estudo deste presente trabalho é classificado conforme o art. 140 e 141,
69

como de uso prolongado, por abrigar as funções de dormir ou repousar, trabalhar,


estar, estudar, consumir alimentos, reunir, recrear e tratar ou recuperar a saúde. O
art. 144 descreve que todo compartimento da edificação deve atender as dimensões,
pés direitos e área mínimos estabelecidos, como mostra a tabela 01.

Tabela 01: Área, dimensões e pés direitos mínimos

Fonte: ABNT NBR 15.575, acesso em outubro de 2022.

No escopo da lei o capítulo IV, retrata sobre a insolação, iluminação e


ventilação, na qual o artigo 148 menciona que para efeito de insolação, iluminação e
ventilação, todos os compartimentos da edificação devem dispor de aberturas diretas
para logradouro, pátio ou recuo. No art. 149 condena que a edificação não pode ter
aberturas voltadas para a divisa do lote. Por fim, no art. 150 afirma que a superfície
da abertura voltada para o exterior, destinada à insolação, iluminação e ventilação,
não pode ser inferior a um sexto (1/6) da área do compartimento, quando se tratar de
ambientes de uso prolongado e para as áreas definidas como ambientes de uso
transitório não pode ser inferior a um oitavo (1/8).

4.3.3. Decreto nº 9.451, de 26 de julho de 2018

Para que o presente projeto de reforma seja uma unidade adaptável será
considerado o que está exposto no decreto nº 9.451 no art. 2º anexo III, na qual a
unidade autônoma de edificações de uso privado cujas características construtivas
permitam a sua adaptação, a partir de alterações de layout, dimensões internas ou
quantidades de ambientes, sem que sejam afetadas a estrutura da edificação.
70

4.3.4. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos - ABNT NBR 9050/2020

Para se elaborar um projeto acessível deve seguir parâmetros de referência


com os preceitos de acessibilidade, de acordo com a norma o item 4.2.2 é prescindível
considerar que o módulo de referência adotado para a definição de fluxos por uma
cadeira de rodas precisa atender as dimensões mínimas de 0,80m x 1,20m (Figura
52), para as manobras conforme o item 4.3.4 é necessário adotar 1,20m para rotações
a 90º, 1,50 m para rotações a 180º e para rotações a 360º o círculo deve ter diâmetro
de 1,50 m, como mostra a figura 53. Para atender uma circulação interna mais
acessível, deve-se adotar largura mínima para corredores de 0,90m, as portas conter
vão livre de maior ou igual a 0,80 m de largura e devem ser abertas para o lado de
fora do ambiente (Figura 54 e 55). Para que o cadeirante possa manipular comandos
de torneiras, campainhas, interruptores, entre outros itens, é necessário aplicar uma
relação entre altura e profundidade para o alcance manual lateral, prevista no item
4.5.2 da NBR 9050/2020, como sendo para profundida de 0,25m a 0,55m a altura
deve variar de 0,40 m a 1,40 m, como mostra a Figura 56.
De acordo com o item 7.4.3 que descreve o número mínimo de sanitários
acessíveis define que a edificação de uso privado que seja ampliada ou reformada
deve-se garantir que, no mínimo, 1 banheiro, tenha a possibilidade de ser convertido
em internamente acessível. O item 7.5, que se refere a dimensões do sanitário
acessível e do boxe sanitário acessível, os banheiros em edificações existentes ou
em reforma, quando não for possível atender as medidas mínimas de circulação da
Figura 57, serão admitidas as medidas mínimas demonstradas na Figura 58, a
aproximação frontal ao lavatório admite-se o avanço do módulo de referência em
0,30m sob o lavatório, dimensões mínimas para o box para chuveiro é 0,95m x 0,90m,
o piso da área de chuveiro não deve apresentar desnível, deve conter um banco
articulado com 0,45m x 0,70m abaixo do chuveiro, além disso prever barras de apoio
de 90º na parte lateral ao banco e na parede de fixação do banco instalar uma barra
vertical, por fim pode ser instalada portas de correr embutida na alvenaria ou
sobreposta, conforme as dimensões mínimas do vão livre da porta (Figura 59).
71

Figura 52: Dimensões mínimas de uma cadeira de rodas

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 e Guia de acessibilidade em unidades residenciais,


adaptada pela autora em outubro de 2022.

Figura 53: Espaço suficiente para a realização de manobras

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 e Guia de acessibilidade em unidades residenciais,


adaptada pela autora em outubro de 2022.

Figura 54 e 55: Largura mínima dos corredores e vão livre de passagem das portas

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 e Guia de acessibilidade em unidades residenciais,


adaptada pela autora em outubro de 2022.
72

Figura 56: Dimensões mínimas para o cadeirante manipular os comandos

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 e Guia de acessibilidade em unidades residenciais,


adaptada pela autora em outubro de 2022.

Figura 57 e 58: Medidas mínimas de um banheiro acessível sem o box

Fonte: ABNT NBR 9050/2020, adaptada pela autora em outubro de 2022.

Figura 59: Banheiro com todas as características acessíveis

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 e Guia de acessibilidade em unidades residenciais,


adaptada pela autora em outubro de 2022.
73

4.3.5. Plano Diretor de Natal – Lei Complementar nº 208 de 07 de março de 2022

O Plano Diretor da Cidade do Natal é o instrumento básico da política de


desenvolvimento urbano sustentável do Município, dessa forma para garantir que a
ocupação do solo de forma adequada às características do meio físico, bem como o
equilíbrio climática da cidade, deve-se observar as seguintes normas urbanísticas:
taxa de ocupação, taxa de permeabilização e recuos. Portanto, para que o projeto
esteja dentro das normas previstas no Plano Diretor de Natal, foi elaborado uma tabela
contendo as informações descritas anteriormente e sendo acrescidas mais
informações afim de obter uma maior esclarecimento (Tabela 02).

Tabela 02: Prescrições urbanísticas

PRESCRIÇÕES URBANÍSTICAS
Índices urbanísticos Referência do PDN Projeto
AREA DO LOTE - 270,00 m²
ÁREA CONSTRUÍDA - 149,34 m²
APROVEITAMENTO Máximo 1,20 -
ÁREA DE OCUPAÇÃO 216,00 m² 148,50 m²
TAXA DE OCUPAÇÃO 80% 55%
ÁREA PERMEÁVEL 54,00 m² 116,10 m²
TAXA DE PERMEABILIDADE 20% 43%
RECUO FRONTAL 3,00 m 3,22 m
RECUO LATERAL DIREITO /
Não obrigatório 1,60 m / 2,18 m
ESQUERDO
RECUO DE FUNDO Não obrigatório -

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

4.4. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

A escolha da residência, como supracitado, é da presente autora que foi


motivada pela facilidade de adquirir as informações arquitetônicas, além de conter
características históricas e pela sua localização. Para a elaboração do projeto apenas
será adotado as características da neuroarquitetura, dos estudos de referência e não
apresentará fotos internas da edificação para preservar a privacidade da autora e sua
família. A edificação a ser estudada neste presente trabalho, não apresenta
74

documentos que mostre a data oficial da construção, portanto, foi adquirido


informações baseadas em relatos de vizinhos mais antigos, na qual relataram que a
residência foi construída em aproximadamente nos anos 30 e que mantém as suas
características apenas na fachada e na sala de estar, jantar e nos dormitórios, nos
outros cômodos, revestimentos no piso e o teto sofreram modificações no decorrer
dos anos. O terreno possui um lote com dimensões de 9m x 30m (Figura 60), a vista
disso, apresenta como área 270 m² e como área construída de 131 m², contendo
garagem, hall social, sala de estar, sala de jantar, três dormitórios, dois banheiros,
home office, cozinha, quintal, dois depósitos, lavanderia e canil (Tabela 02).

Tabela 03: Dimensões dos ambientes existentes da


residência AMBIENTES EXISTENTES
AMBIENTES DIMENSÕES (m²)
GARAGEM 13,97 m²
HALL SOCIAL 6,47 m²
SALA DE ESTAR 10,68 m²
SALA DE JANTAR 14,73 m²
DORMITÓRIO 01 10,79 m²
DORMITÓRIO 02 10,29 m²
BWC 01 5,53 m²
HOME OFFICE 3,17 m²
COZINHA 22,60 m²
DORMITÓRIO 03 7,12 m²
BWC 02 3,01 m²
LAVANDERIA 2,68 m²
DEPÓSITO 22,54 m²
CANIL 1,98 m²

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Figura 60: Planta Original da residência

Fonte: Acervo da autora (2022).


75

4.5. CONCEITO E PARTIDO DO PROJETO DE INTERIORES

O projeto arquitetônico de interiores tem como premissa proporcionar bem-


estar e qualidade de vida, adotando todos os princípios e estratégias descritos na
fundamentação teórica e no referencial empírico direto e indireto, dessa forma,
podendo projetar um espaço mais convidativo, atraente e aconchegante, além disso,
visando a funcionalidade e total aproveitamento da residência. Para dar origem ao
conceito de uma proposta seja arquitetônica, interiores, urbana ou paisagística, trata-
se da ideia, intenção e sensações que o arquiteto quer transmitir na proposta do
projeto, por ser apenas ideias esta etapa consiste em algo mais abstrato. E o partido,
é a etapa mais importante, pois é nessa fase que define as técnicas a serem adotadas
para concretizar as ideias apresentadas no conceito.
Diante disto, ao elaborar o conceito e o partido do projeto foi utilizado o método
Problem Seeking (1977), de William M. Peña e Steven A. Parshall. Os autores
descrevem que um bom projeto seja arquitetônico, ampliação, reforma, demolição,
paisagístico ou urbanístico não acontece por acaso, necessitam de planejamento para
ter boa aparência e um ótimo desempenho e funcionalidade, isso só ocorre quando
arquitetos e clientes se unem em um esforço atencioso e cooperativo, visando a
função, a forma, economia e tempo. Portanto, programar é procurar o problema e
projetar e planejar é resolvê-lo (PEÑA, PARSHALL, 1977). Com isso, Peña e Parshall
(1977) desenvolveram cinco princípios, que são: estabelecer metas, coletar e analisar
fatos, descobrir e testar conceitos, determinar necessidades e instituir o problema.
Portanto, o método Problem Seeking foi relacionado com a função do objetivo e com
o contexto temático do presente trabalho, como mostra a Figura 61.
76

Figura 61: Método Problem Seeking, definição de conceito

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

De acordo, com as coletas e análises das informações e conforme o quadro


acima, foi possível definir ideias e estratégias para o projeto, sendo assim, o conceito
do projeto tem como objetivo de proporcionar conforto, bem-estar, qualidade de vida,
sendo um local acolhedor e de refúgio físico, mental, emocional e espiritual. Desse
modo, serão criados espaços visando as estratégias da neuroarquitetura, mas com
funcionalidade, possibilitando integração e consenso em todos os ambientes, além
disso, será adotado ao projeto possibilidade de acessibilidade ao espaço para
proporcionar um espaço com mais diversidade de uso. Assim, criar espaços
aconchegantes, convidativo, atraente e integralizado aproveitando todos os espaços
da residência.
Por conseguinte, o partido será concretizar o que foi exposto no conceito, na
qual a intenção do projeto é fazer uma residência moderna, utilizando as cores de
forma consciente, pensando em o que ela pode transmitir, ousando em texturas e
acabamentos, utilizando materiais, revestimentos e mobiliários que proporcione
conforto visual. Além disso, será proposto o uso abundante da iluminação e ventilação
natural, equilibrando com a iluminação e ventilação artificial, para criar um clima
romântico e aconchegante quando for necessário, propor no projeto o conforto
acústico e a valorização do paisagismo, para criar uma conexão com a natureza do
interior da residência com o exterior.
77

4.6. CONCEPÇÃO PROJETUAL E EVOLUÇÃO DA PROPOSTA

Este subitem trata-se da etapa de evolução projetual, as quais resultarão na


formulação da setorização, soluções projetuais, programa de necessidades com
dimensionamento e estudo e evolução do layout. Primeiramente, foi elaborada o
estudo do layout com base nas estratégias da neuroarquitetura, posteriormente,
elaborou-se a setorização de todo o lote sendo identificado as áreas intimas, áreas
sociais, área de serviço, área de trabalho, área de lazer e área de circulação interna
e externa e um mapa de fluxos para identificar as circulações no interior da residência.
Subsequente ao desenvolvimento do layout e a setorização da residência, foi possível
progredir para a concepção do programa de necessidades e pré-dimensionamento
dos ambientes.
No primeiro estudo do layout (Figura 62), na garagem houve a modificação da
escada para se ter uma maior amplitude do espaço tanto para o carro quanto a
circulação da família, no hall não houve modificação apenas o acréscimo de
mobiliários para proporcionar um espaço convidativo e agradável, sala de estar com
um sofá, poltrona e o rack com a televisão, a sala de jantar com uma mesa de seis
lugares e o buffet, no banheiro foi pensado em uma bancada com duas cubas e o box
em L, para ficar mais amplo e confortável, como o home office é um ambiente pequeno
apenas foi colocado uma mesa em toda a extensão da parede maior respeitando a
circulação mínima. Para o dormitório 01 foi posicionado a cama próximo a janela maior
e a televisão ao lado da janela menor e o dormitório 02 foi posicionado a cama em
frente ao guarda-roupa.
Na circulação interna e na cozinha foi aberto uma porta de vidro e madeira de
1,50m para fazer a integração do interior com exterior, na cozinha foi fechada a porta
que acessava o quintal do lado esquerdo, para posicionar uma bancada em U e
colocar uma janela acima da cuba, para propor mais luminosidade e ventilação
natural, do lado direito foi pensado em colocar uma porta também em vidro e madeira
de 1,50m, para propor uma área de lazer íntima, além de ter integração dos ambientes
e a conexão com a natureza através do paisagismo tanto no recuo lateral direito
quanto o recuo lateral esquerdo. Para o dormitório 03 apenas foi colocado uma cama
e uma cômoda, visando o conforto na circulação por ser um espaço pequeno. Por fim,
para a área gourmet foi pensado em uma mesa redonda, com a rede e poltrona,
78

bancada e a churrasqueira ao lado, para aproveitar o espaço foi inserido uma área de
serviço. Além disso, demoliu a lavanderia e o canil, o banheiro foi reformulado
inserindo uma cuba e reposicionando a bacia sanitária e o box.

Figura 62: 1º Estudo preliminar - planta de layout

Fonte: Acervo da autora (2022).

Em uma segunda análise do aproveitamento dos espaços, visando a circulação


e posicionamento dos móveis foram necessárias algumas alterações pertinentes
(Figura 63). Como no dormitório 01 que precisou alterar a posição da cama devido ao
sol poente está totalmente voltado para a fachada frontal, dessa forma se continuasse
como estava o casal iria sentir bastante desconforto térmico pois a cabeceira da cama
iria estar em uma das paredes que tem maior incidência solar, no quarto da filha
apenas mudou a posição da cama, pois a circulação entre a cama e guarda-roupa era
pequena, devido a isto iria ficar bastante desconfortável.
Na sala de estar foi colocado apenas uma mesa de centro para compor melhor
o espaço, na circulação foi colocado um armado para rede, pois em momentos do dia
pode ter o aproveitamento deste espaço contemplando o paisagismo na lateral
externa, na cozinha foi alterada a mesa para uma mesa redonda tendo uma
flexibilidade na circulação, a bancada foi estendida, fazendo com que torne uma
península podendo colocar banquetas abaixo e aproveitar melhor o espaço. No recuo
lateral direito apenas foi alterado o mobiliário.
No dormitório 03 foi apenas alterada a cama por um bicama, concluindo com a
área gourmet e o quintal, o posicionamento dos mobiliários foram alterados, no quintal
foi feito um paisagismo para contemplação do espaço. Com base nisso, pode-se
79

perceber que a residência teve total aproveitamento da iluminação natural e ventilação


natural além da conectividade com a natureza.

Figura 63: 2º Estudo preliminar - planta de layout

Fonte: Acervo da autora (2022).

No terceiro e último layout (Figura 64), tiveram maiores modificações onde os


dormitórios 01 e 02 foram reposicionados para o espaço onde é a cozinha e o
dormitório 03, pois teve como intenção de isolar a área íntima da social, dessa forma
a cozinha ocupou todo o espaço dos dormitórios e o dormitório 03 foi retirado. Com
isso, a sala de estar teve uma maior amplitude devido a porta que dava acesso ao
dormitório 01 foi fechada, portanto foi pensado em um rack com prateleiras. A sala de
jantar não teve modificações na posição do layout, porém houve a modificação do
banheiro social com o home office, na qual também foram reposicionados. Em que o
banheiro ficou no próximo aos quartos unindo assim a área íntima e o home office
próximo a sala de jantar.
Dessa forma, para ter um melhor conforto térmico, acústico e circulação o
dormitório 01 ficou posicionado onde era a bancada com a cuba na cozinha e precisou
ser ampliada para dar lugar a um closet e um banheiro, tornando uma suíte. Desse
modo, pensou-se em uma porta de vidro para o recuo lateral direito para proporcionar
uma maior conexão do ambiente com o paisagismo, no layout uma cama de casal
com duas mesas de cabeceira, banco estofado na frente da cama para proporcionar
mais aconchego ao dormitório, o closet apresentou a posição dos armários em U com
uma penteadeira em frente a janela, o banheiro teve a disposição do mobiliário de
forma padrão apenas atendeu a circulação adequada. No dormitório 02, que ficou
posicionado para o recuo lateral esquerdo, também foi ampliado, agora este ambiente
80

tem uma porta em vidro para integrar o espaço interno com o externo assim como
uma janela para a ventilação cruzada, no layout utilizou-se uma cama no estilo
solteirão, espaço para leitura e de estudo, os mobiliários foram posicionados de
maneira que o conforto com a circulação estivesse adequado.
Portanto, ambos os quartos, após a modificação tiveram conforto, uma maior
privacidade, iluminação e ventilação natural adequado, integração com o biofílico e o
posicionamento do layout excelente. A posição das esquadrias do closet, banheiro da
suíte, dormitório 01 e 02 e da circulação facilitaram para uma ventilação cruzada no
interior da residência. No quintal, continuou a área gourmet, porém foi modificado o
layout e acrescentou um lavabo e a área de serviço no mesmo espaço. Para se ter
um melhor aproveitamento do espaço foi inserido mais paisagismo, um chuveiro e
espreguiçadeiras.

Figura 64: 3º Estudo preliminar - planta de layout

Fonte: Acervo da autora (2022).

Nesse sentido, levando em consideração os estudos feitos, foi possível definir


que a terceira planta de layout atendeu melhor as necessidades de aproveitamento
dos espaços, visando as condicionantes físicas e ambientais com relação a
residência, além disso, tem-se uma disposição satisfatória com relação dos espaços
internos e externos. Em síntese, a proposta de layout atendeu o conceito estabelecido
que foi ser um local acolhedor e de refúgio físico, mental, emocional e espiritual,
através do conforto na circulação, posicionamento dos mobiliários e a relação que os
indivíduos têm com interior e exterior por meio do paisagismo, além disso, os espaços
tiveram a funcionalidade e a integração e consenso em todos os ambientes atendidos.
81

Por conseguinte, o partido foi atender o que estava exposto no conceito,


através de mobiliários modernos, a disposição do mesmo, pensando na iluminação e
ventilação natural dos espaços. Por fim, para um melhor entendimento a Figura 65 e
66 demonstra a setorização e o mapa de fluxos da residência e na tabela 03 está
descrito o programa de necessidades e o dimensionamento dos ambientes.

Figura 65: Planta de setorização dos ambientes

Fonte: Acervo da autora (2022).

Figura 66: Planta de fluxos nos ambientes

Fonte: Acervo da autora (2022).


82

Tabela 04: Dimensões dos novos ambientes – Programa de necessidades


PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTES DIMENSÕES (m²)
GARAGEM 20,47 m²
HALL SOCIAL 6,47 m²
SALA DE ESTAR E SALA DE JANTAR 25,41 m²
COZINHA 21,60 m²
HOME OFFICE 3,90 m²
BWC SOCIAL 4,50 m²
CIRCULAÇÃO INTERNA 4,06 m²
DORMITÓRIO 01 (SUÍTE MASTER) 18,40 m²
DORMITÓRIO 02 10,54 m²
ÁREA GOURMET 10,74 m²
LAVABO 2,32 m²
ÁREA DE SERVIÇO 2,55 m²
RECUO LATERAL DIREITO 24,98 m²
RECUO LATERAL ESQUERDO 17,28 m²
QUINTAL 45,13 m²

Fonte: Acervo da autora (2022)

Para agregar acessibilidade ao projeto foi elaborado uma quarta proposta


visando atender o Decreto nº 9.451 de 26 de julho de 2018, propondo uma
possibilidade do projeto ser uma unidade adaptável, para isso foi utilizado a norma
ABNT NBR 9050/2020 a fim de projetar nas medidas acessíveis. Dessa forma,
adotou-se na residência portas de 0,80m até 1,50m, aberturas para corredores com
no mínimo de 0,90 m, para ter acesso ao interior da residência foi pensado em uma
plataforma elevatória de 1,40m x 1,40m próximo a escada, terá apenas um banheiro
acessível e em alguns ambientes serão modificados o layout, como mostra na Figura
67.
83

Figura 67: Planta adaptável

Fonte: Acervo da autora (2022).


84

5 O PROJETO

Neste capítulo concerne à apresentação do projeto, serão abordadas as


soluções e estratégias de acordo com todo o embasamento teórico e empírico descrito
nos capítulos anteriores juntamente com o programa de necessidades e o conceito e
partido estabelecido. O projeto arquitetônico de interiores deste trabalho final de
graduação tem como objetivo principal de mostrar a importância de cuidar do nosso
lar, pois é o local que nos abriga, nos faz ter vivências afetivas e intelectuais, além
disso, é o lugar que evoca as sensações, experiências, resguarda as nossas emoções
e costumes, assim como cumpri com o propósito de transmitir segurança e abrigo,
proporcionar felicidade, satisfação, sensação de bem-estar e harmonia, ou seja, a
casa tem o papel de contar a história de quem habita.
Em resumo do que foi descrito anteriormente, a neuroarquitetura não é projetar
ambientes eficientes baseados apenas em parâmetros técnicos de legislação e
ergonomia, é projetar visando índices subjetivos como emoção, bem-estar e qualidade
de vida. Para desenvolver um projeto de interiores baseado em estratégias da
neuroarquitetura deve-se agregar os cinco elementos fundamentais para se obter uma
excelente relação do indivíduo no ambiente em que vive, são: conforto, iluminação,
ventilação, vegetação, cores e ambiência.
Será adotado também algumas características projetuais do referencial
empírico direto e indireto, onde a Casa da Serra apresenta um conceito baseado em
uma vida sem pressa, na simplicidade, leveza, valorização das raízes, a conexão com
o verde e o equilíbrio. A forma como adotaram os revestimentos, paleta de cores,
paisagismo e os mobiliários propôs o lugar de naturalidade e inspiração. Na Casa Soul
Gardem apresentou ambientes com integração de todos os ambientes com o verde,
iluminação e ventilação natural, através do posicionamento um jardim central e da
utilização de janelas em vidro e painéis perfurado, deste modo, foi projetado
ambientes que contribui para o desempenho cognitivo, criatividade, produtividade,
prazer e satisfação. Na Suíte Neurossensorial contém abordagens sensoriais,
elementos que enriquece a vivência e bem-estar. O espaço apresenta o equilíbrio
entre a iluminação natural e artificial juntamente com a composição das texturas
amadeiras, que proporciona experiências de aconchego e leveza. Por fim, a Casa CA,
é uma residência antiga, porém teve um projeto de reforma na qual foi modificado o
programa de necessidades mais sem descaracterizar o antigo, estabelecendo um
85

diálogo entre o antigo e o novo. Este projeto também agregou a conexão com o natural
e o ar livre através de um terraço.
Com isso, o projeto teve início pela fachada e garagem, buscou-se empregar a
modernidade preservando a fachada histórica, portanto, a escada, os portões e os
revestimentos foram os elementos modificados. Dessa forma, ao pensar nas
estratégias da neuroarquitetura – conforto, iluminação, ventilação, cores, biofílico e
ambiência – foi pensado em reposicionar e redimensionar a escada, pois a escada
original não apresentava dimensões desproporcionais que ocasionava desconforto,
ocupa bastante espaço no que dificulta na circulação.
Na fachada para que pudesse transmitir sensação de segurança, confiança e
modernidade foi utilizado a cor azul médio e o branco nos detalhes, os portões têm
um design diferente em que metade é fechada e outra tem elementos vasados,
apresenta as cores branco e azul médio para proporcionar uma unidade e
personalidade com a fachada. A escada foi totalmente remodelada para uma escada
no estilo flutuante, pensou-se utilizar spots em luz amarela – balizadores – para criar
um efeito de holofotes afim de enfatizar o revestimento em pedra limestone tanto na
parede quanto no piso, além disso, empregado para orientar a atenção ou direcionar
o caminho. Posto isto, a escada provoca amplitude para o espaço da garagem e
transmite a modernidade e leveza para o espaço.
Na garagem, colocou-se uma cobertura para resguarda o carro com material
de policarbonato, pois é um material que possui proteção contra os raios UV e oferece
uma ótima eficiência térmica, assim evita danos à pintura do automóvel e não reflete
tanto o calor intenso. Com relação ao revestimento do piso, foi proposto um piso
cimentício atérmico, confere elegância ao espaço, conforto térmico por absorver
pouco calor, é antiderrapante e bastante permeável por ser poroso. Como forma de
aplicar o biofílico colocou-se vasos de plantas de Espada de São Jorge que tem
características marcantes e simboliza a prosperidade e proteção e o Agapanto, essa
planta tem floração o ano inteiro e uma das suas particularidades é atrair as borboletas
e beija flor (Figuras 68, 69 e 70).
86

Figura 68: Fachada frontal

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 69 e 70: Garagem, Hall e Recuo lateral direita

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Em seguida, no hall, sala de estar e jantar (Figura 71) foi trabalhado a partir dos
sentidos, objetivando impactar na saúde e bem-estar físico e mental, inicialmente, no
hall foram utilizadas cadeiras amadeiras, jardim vertical e nas paredes tonalidades
neutras, a vegetação utilizada foi a Hera e a textura amadeirada das cadeiras confere
leveza, conectividade com a natureza e sensação de relaxamento, como iluminação
além da natural foi utilizado um plafon de led embutido na cor neutro, para propor o
aconchego e conforto ao espaço (Figura 72 e 73).
87

Figura 71: Planta baixa humanizada de layout hall, sala de estar e sala de jantar

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 72 e 73: Perspectiva interna do Hall

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Ao projetar a sala de estar e jantar pensou-se em inserir ao ambiente a


sensação de aconchego, conforto, contribuir no desempenho cognitivo, prazer e
satisfação, através das texturas e revestimentos, paleta de cores, mobiliários e na
estruturação do ambiente com o pé direito alto. Na sala de estar (Figura 74 e 75), ao
aplicar o revestimento travertino, o rack suspenso e as prateleiras amadeiradas, a
mesa de centro em um estilo orgânico, as texturas de linho natural presente no tapete
e sofá, e os pontos de cores laranja, preto, terrosos e o verde, na cadeira Acapulco,
nas mesas laterais, decoração e no tapete com forma orgânica conferiram ao espaço
naturalidade, inspiração e criatividade.
O uso das cores foi pensado de forma estratégica, na qual a cor laranja tem a
intensão de transmitir sensações de alegria, atenção e criatividade, o preto está
associada a personalidade, força e curiosidade, as tonalidades terrosas despertam a
88

sensação de aconchego, comodidade e conforto e o verde remete ao equilíbrio,


renovação e a vida. A iluminação há abundância de luz natural através da janela que
tem na porta de entrada e a janela na sala de estar, com pontos de luz artificial foi
proposto a luz na cor amarela, assim o ambiente apresenta sentimento de acolhimento
e conforto.
Como forma de agregar mais o design biofílico ao espaço foi pensado em vasos
com a Espada de São Jorge, Dinheiro em Penca e Jiboia, todas as plantas têm
benefícios de absorver e purificar os poluentes do ar, como complementar com as
formas e texturas orgânica presente no espaço. Segundo Paiva (2020) para a
neuroarquitetura, o pé direito alto está diretamente relacionado a temperatura do
ambiente, tira a sensação de aprisionamento, estimula o foco e a criatividade e
aumenta a produtividade. Portanto, ao unir esses elementos afeta de maneira positiva
o usuário, dessa forma estimula o bem-estar e a qualidade de vida.

Figura 74 e 75: Perspectiva interna da sala de estar

Fonte: Acervo pela autora (2022).

A sala de jantar está integrada com a sala de estar, portanto, estabelece


parâmetros semelhantes como, as texturas amadeiradas e o linho natural, mobiliários
e decorações com formas orgânicas. De acordo, com as estratégias da
neuroarquitetura, foi usado tonalidades neutras compondo com os tons amadeirados,
na qual a mesa de jantar com textura em laca no tampo e madeira na base e as cadeira
com estofado em linho juntamente com os boiseries nas paredes, o buffet conferiu
sensação de elegância, frescor e sofisticação que complementou com os espelhos
orgânicos, ao alinhar com a presença abundante da iluminação e ventilação natural o
ambiente evoca ainda mais o sentimento de bem-estar e emoções positivas, como
89

ponto de luz artificial foi pensado em um pendente também na cor amarela para
aquecer o ambiente e retratar conforto (Figuras 76 e 77).
Conclui-se que, ao analisar utilizando o conceito e as estratégias da
neuroarquitetura os ambientes influenciam diretamente na percepção e
comportamento do usuário, quando se adota o conjunto de características físico-
sensoriais ao espaço, dessa forma afeta o estado mental do indivíduo, estimulando a
criatividade, o imaginário, aumento de desempenho cognitivo e a redução de
estímulos negativos.

Figuras 76 e 77: Perspectiva interna da sala de jantar

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Como supracitado, a cozinha foi reposicionada para oferecer uma maior


privacidade aos quartos, com isso onde antes eram os dormitórios 01 e 02 deu lugar
a cozinha (Figuras 78, 79 e 80). À vista disso, a cozinha é o lugar que mais influência
nos cincos sentidos, por meio do aroma da comida, texturas e a beleza das frutas e
legumes, o gosto do café da tarde e das conversas que estão sempre presente neste
ambiente. Como forma, de resgatar a memória afetiva e influenciar no desempenho
cognitivo, foi desenhado um espaço de convivência acolhedor, impondo traços de
simplicidade e leveza ao ambiente. Com isso, utilizou-se pedras naturais na bancada,
os armários apresentam um estilo provençal que ligar o antigo ao novo, do rústico ao
moderno e que torna o ambiente atemporal, as prateleiras na cor branca com detalhes
na mão francesa, os itens de decoração, a pequena horta e as frutas permitem que o
ambiente estimule a visão, o olfato, paladar e o tato e com que ocorra o resgate da
memória afetiva. A cor verde e as tonalidades amadeiradas remetem a natureza e
confere harmonia e personalidade, além da vegetação presente no espaço como, a
90

horta, a jiboia, a zamioculca, o pendente em palha natural e a abundância da


iluminação e ventilação natural fazem uma ligação com o design biofílico.

Figura 78: Planta baixa humanizada de layout cozinha

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 79 e 80: Perspectiva interna da cozinha

Fonte: Acervo pela autora (2022).

O banheiro e o home office também sofreram alteração dos ambientes, para


que o banheiro ficasse próximo a área intima – dormitórios – e o home office próximo
a área social. Ao projetar precisa-se entender que vai muito além de decoração e
ergonomia, é necessário que o ambiente tenha diferentes características para possa
estimular o indivíduo de maneira positiva. Com isso, o home office (Figura 81, 82 e
83) é um espaço que necessita de foco e criatividade, ao refletir esse ambiente
pensou-se em inserir o pé-direito alto tanto para criar uma unidade com os demais
ambientes - sala de estar, jantar e cozinha-, como também, permitir que o indivíduo
tenha uma maior sensação de liberdade assim facilitando pensamentos mais
91

abstratos e percepções mais holísticas e exploratórias, dessa forma, contribui para


estados mentais mais criativos.
Contudo, o pé-direito alto não é a única característica que pode afetar a
criatividade, então, adotou-se elementos que em conjunto estimulam a sensorialidade
e o estado mental positivo, como a disposição da mesa, prateleiras e a decoração
somado as texturas amadeiras, a cor verde mais escuro que além de simbolizar a
natureza, transmite também a jovialidade e a novidade e o equilíbrio entre a
iluminação natural e artificial, foi adotado a iluminação branca para proporcionar um
estado metal de maior foco e concentração, facilitando assim o pensamento analítico.
Como forma, de inserir o design biofílico ao ambiente, devido ao espaço ser pequeno
não foi possível inserir tantos elementos vivos, por isso pensou-se em fazer o
paisagismo no recuo lateral direito, que através da janela o indivíduo possa ter uma
conexão com o natural.
Conclui-se que, ao criar um ambiente com base na neuroarquitetura é
necessário combinar todos os elementos, para impactar os usuários de maneira
positiva, e compreender que para proporcionar essa interação entre os vários
estímulos no ambiente, não deve apensas usas efeitos individuais.

Figura 81: Planta baixa humanizada de layout home office

Fonte: Acervo pela autora (2022).


92

Figura 82 e 83: Perspectiva interna do home office

Fonte: Acervo pela autora (2022).

O banheiro (Figura 84, 85 e 86), foi um dos ambientes que sofreram maior
alteração no layout e nas dimensões, na qual a intenção é proporcionar amplitude e
conforto. Para provocar uma concordância entre todos os ambientes da residência, foi
trabalhado no banheiro um revestimento que destaca nuances de cores, na qual a cor
primária é o verde musgo mais apresenta diferentes tonalidades em cada peça,
evidenciando assim um charme e simplicidade de algo artesanal e assim remetendo
a memória afetiva, compondo esse revestimento com pequenos elementos
amadeirados no que ocasiona delicadeza e suavidade ao ambiente.

Figura 84: Planta baixa humanizada de layout banheiro

Fonte: Acervo pela autora (2022).


93

Figuras 85 e 86: Perspectiva interna do banheiro social

Fonte: Acervo pela autora (2022).

No dormitório 02 (Figura 87) também foi trabalhado o sentido, a satisfação e


prazer, tornando um ambiente acolhedor e de inspiração. A disposição do layout
pensado em propor momentos de descompressão, foco e atenção e o relaxamento,
por meio da poltrona com os quadros e o biofílico, a mesa de estudo com os elementos
decorativos tanto na parede quanto nas prateleiras e o conjunto da cama e criado
mudo. Com o objetivo de agregar a contemplação e a conexão com a natureza, além
de estar sempre presente a iluminação e a ventilação natural foram posicionadas uma
porta e janela em vidro e madeira direcionada ao recuo lateral esquerdo e ao quintal
que terá um extenso paisagismo e é onde tem uma maior incidência dos ventos
predominantes e a posição do sol nascente, dessa forma influência diretamente no
ciclo circadiano do indivíduo.
Além disso, para incorporar leveza, delicadeza, aconchego e simplicidade
foram adotados elementos e texturas que remetem a natureza como, o vime na
cabeceira da cama em formado de flor, na poltrona e mesa lateral com linhas
orgânicas, o linho natural no estofado da poltrona e o algodão na roupa de cama, o
tapete com detalhes orgânico trazem movimento e harmonia além de garantir
personalidade ao quarto, a madeira e palhinha no criado mudo e a vegetação
suspensa – jiboia e corações emaranhado - proporciona aconchego. Na paleta de
cores a madeira, tons terrosos, branco, o preto e colorido nos detalhes favoreceu
beleza e praticidade, além de imprimir o equilíbrio traz também a alegria, a
autoconfiança e a energia (Figuras 88, 89, 90 e 91).
94

Figura 87: Planta baixa humanizada de layout dormitório 02

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figuras 88 e 89: Perspectiva interna do dormitório 02

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figuras 90 e 91: Perspectiva interna do dormitório 02

Fonte: Acervo pela autora (2022).


95

A suíte master (Figuras 92, 93 e 94) – dormitório 01 – apresenta uma


abordagem sensorial com elementos que enrique a vivência e a personalidade do
ambiente. As soluções luminotécnica trabalhas em conjunto com o a iluminação
natural confere aconchego e bem-estar ao espaço, a composição dos tons
amadeirados, texturas naturais, decoração e as cores verde e branco prime ao
ambiente leveza, minimalismo, refúgio, frescor e memória. Como forma de inserir a
conexão com a natureza também foi pensado em uma porta em vidro direcionada ao
recuo lateral direto onde será trabalho o paisagismo e uma janela no closet que está
direcionada ao quintal, além disso, apresenta maior incidência da ventilação natural
assim pode fluir livremente no interior do quarto provocando a ventilação cruzada
(Figura 95 e 96).
No banheiro (Figura 97 e 98), o objetivo principal é buscar a essência da terra
e a conexão profunda com a matéria em seu estado bruto, o revestimento que imprime
a reconexão e identidade apresenta uma paleta em tons terrosos, nuances frias
inspiradas na natureza, como forma de expressão um ambiente único pensou-se em
uma bancada em madeira e com detalhes curvos, o espelho emoldurado e as
arandelas que evidenciou a personalidade do espaço. Com isso, o conjunto de
elementos presente na suíte afeta diretamente a saúde mental e física, o
comportamento e a percepção. Para estimular o cérebro de maneira positiva foi
inserido um layout que está relacionado com a aparência dos mobiliários, texturas e
cores, assim estimula os sentidos motores, sensoriais e sociais.

Figura 92: Planta baixa humanizada de layout suíte master

Fonte: Acervo pela autora (2022).


96

Figura 93 e 94: Perspectiva interna da suíte

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 95 e 96: Perspectiva interna do closet

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 97 e 98: Perspectiva interna do banheiro

Fonte: Acervo pela autora (2022).


97

No recuo lateral direito (Figuras 99, 100 e 101), para este espaço foi projetado
um jardim de contemplação com vegetações que refletem nos sentidos como, a ave
do paraíso, bananeira-anã e a palmeira com a texturas diferenciadas, o antúrio com a
sua exuberância visual, a petúnia com o seu aroma além de proporcionar cor, pois é
uma espécie que floresce o ano todo, assim trazendo vida ao ambiente pois é
conhecida por atrair borboletas e beija flores. Paiva (2016) afirma que um tipo de
bactéria presente no solo tem efeitos semelhantes a antidepressivos no nosso
cérebro, além de aumentar os níveis de serotonina que está intimamente associada a
sensação de bem-estar e de felicidade, portanto, é possível ter esses benefícios
simplesmente respirando cheiro de terra e o contato com as plantas. Com isso, como
o foco do projeto é proporcionar bem-estar e mais qualidade de vida, pensou-se em
inserir o biofílico e possibilitar que as pessoas estejam sempre em contato com a
natureza.

Figura 99: Planta baixa humanizada de layout recuo lateral direito

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figuras 100 e 101: Perspectiva do paisagismo do recuo lateral direito

Fonte: Acervo pela autora (2022).


98

No quintal e no recuo lateral esquerdo foi posto um paisagismo tropical e


sensorial (Figura 102, 103 e 104), tendo a alphinia, costela de adão, ave do paraíso e
bromélias. No piso foi inserido o mesmo da garagem, que é o piso cimentício atérmico,
que confere conforto térmico por absorver pouco calor, é antiderrapante e bastante
permeável por ser poroso. Como forma de trazer a contemplação e a convivência
pensou em inserir espreguiçadeiras e um local com chuveiro em um deck de madeira.

Figura 102: Planta baixa humanizada de layout do recuo lateral esquerdo e

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 103 e 104: Perspectiva externa do recuo lateral esquerdo e quintal

Fonte: Acervo pela autora (2022).

A área gourmet divide o espaço com o lavabo e a área de serviço, os ambientes


apresentam textura e revestimento bruto, como o cimento queimado, o ladrilho
hidráulico e a madeira (Figuras 105, 106, 107, 108 e 109). A área gourmet está
diretamente ligada ao paisagismo, pois apresenta espaço de convivência através dos
99

posicionamentos dos mobiliários como, a rede, a cadeira de balanço com o sofá e a


mesa redonda, dessa forma, este ambiente cria atmosferas que contribuem para
experiências positivas do espaço, favorecendo o sentimento de bem-estar.

Figura 105: Pl. baixa humanizada da varanda gourmet, lavabo e área de serviço

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 106 e 107: Perspectiva interna varanda gourmet

Fonte: Acervo pela autora (2022).

Figura 108 e 109: Perspectiva interna do lavabo e área de serviço

Fonte: Acervo pela autora (2022).


100

Por fim, pode-se perceber que estrategicamente a residência oferece abrigo e


refúgio para necessários momentos de reclusão e, ao mesmo tempo, se adaptar à
realidade. O design e a arquitetura de interiores são aliados neste projeto, pois conta
com a funcionalidade e o aproveitamento de todos os espaços assim possibilita
momentos de lazer, descanso e a oportunidade de fazer atividades físicas, pois
melhor a qualidade de vida e a saúde mental e física, além disso, evoca a memória
afetiva, explora os aspectos das experiências sensoriais e influenciam nas sensações
e emoções positivas. Buscou-se também propor que as obrigações diárias possam
ser executadas com facilidade tendo o aproveitamento de cada momento, afastando
o peso diário da sensação de que sobre pouco tempo para o simples existir. Ao criar
diferentes perspectivas envolvendo o verde, ocasiona uma conexão naturalista,
inspiradora e simples, gerando assim uma harmoniosa atmosfera de ligação da casa
com a natureza, assim é possível aos usuários recarregar as energias sempre que
desejar. Portanto, a união de todos os aspectos adotados na residência mostra que o
simples, a leveza e o básico podem ser aconchegantes, cheio de beleza e prático,
visando experiências positivas, qualidade de vida e bem-estar.
101

6 MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO

Como forma de complemento e de contribuição para o entendimento do


resultado do projeto desde presente trabalho, neste item serão apresentadas as
soluções inseridas na proposta de intervenção. Na qual será descrição e justificado
as soluções projetuais adotada no projeto, expondo as soluções funcionais como,
revestimentos, paisagísticos, pinturas e demais especificações. A utilização desse
sistema

6.1. SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS

O anteprojeto da residência 321, como supracitado é um projeto de reforma e


ampliação além da ambientação em cada ambiente. Dessa forma, para as áreas que
precisaram de ampliação, o sistema construtivo utilizado foi o convencional (Figura
110) com vedação em alvenaria, pois as vigas, lajes, pilares e fundações absorve toda
carga da estrutura, com isso as paredes não apresenta função estrutural e facilitado
em futuras reformas, por exemplo, ao adaptar a residência para acessibilidade. Com
isso, para as áreas de vedações foi utilizada o tijolo cerâmico de 8 furos dimensões
de 11,50x19x29 cm (Figura 111), a escolha por esse material foi pela sua agilidade e
economia na obra, conforto térmico e acústico, resistência e durabilidade, melhor
acabamento, sustentabilidade feito de matéria-prima 100% natural e de baixo impacto
ambiental e segurança pois é resistente à chama e não contribui para a propagação
de incêndios. Por fim, caixa d’água de 2000 litros existentes na residência supre toda
a demanda da casa, dessa forma, não há necessidade de implantar mais caixa d’água.

Figura 110: Sistema construtivo convencional e vedação em alvenaria

Fonte: Construindo casas (2022).


102

Figura 111: Tijolo cerâmico

Fonte: Container das telhas (2022).

6.2. SOLUÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL

Pensando nas estratégias de conforto ambiental - térmico, lumínico e acústico


– para um melhor conforto térmico foi reposicionado os dormitórios e a cozinha, como
descrito anteriormente, a cozinha foi posicionado próximo a área social devido à forte
incidência solar no período da tarde, período ideal para áreas molhadas pois combate
a umidade e o mofo. A residência como um todo apresenta o pé-direito mediano e alto
variando entre 2,50 m e 2,80m com esquadrias largas e altas ou compridas e com a
altura normal de 2,10m, a direção da ventilação predominante favorece tanto para o
conforto térmico quanto para o conforto acústico, o uso da vegetação serve para
deixar os ambientes mais arejados, purifica o ar contra a fuligem dos carros e auxilia
na redução do nível de ruído.
Como supracitado, a residência está localizada em uma via de alto fluxo e ruído,
como mostra a figura 49. Como forma de propor um melhor conforto acústico para o
interior da residência, pensou-se em lajear toda a residência e colocar gesso
acartonado, para as paredes terá alvenaria e as esquadrias com tratamento acústico,
segundo Souza, Almeida e Bragança (2012) adotar essas intervenções é a melhor
forma de obter isolamento sonoro, pois irá diminuir a entrada de ruídos para o interior
da residência. Para complementar o conforto acústico serão utilizados elementos
decorativos, texturas e revestimentos, mobiliário e vegetação como tapetes, cortinas,
almofadas, madeira e plantas além de deixar o ambiente aconchegante ajudam a
aliviar ruídos externos e internos. Souza, Almeida e Bragança (2012) afirma que
materiais com características lisas, impermeáveis e menos poroso absorve menos e
103

reflete mais os ruídos sonos e os materiais porosos, fibrosos e permeáveis


apresentam um elevado índice de absorção do ruído, que são extamente os tapetes,
as cortinas, almofadas e a madeira.
Para o conforto lumínico há abundância de luz natural através das esquadrias
em vidro e madeira, no que contribui para o melhor funcionamento do ciclo circadiano
assim gerando saúde e bem-estar. Dessa forma, para compor o espaço foram
utilizadas também a iluminação artificial de modo equilibrado, usando luz na cor
branca para ambiente de trabalho – home office, cozinha e área de serviço - e branco
quente ou neutro para ambientes sociais e íntimos para gerar espaços
aconchegantes, leve e confortável visualmente, e ao agregar com as composições de
texturas, revestimentos e mobiliários ocasiona um espaço com experiências
sensoriais positivas.

6.3. FORRO

O tipo de forro usado em todos os ambientes – hall, sala de estar, sala de jantar,
home office, circulação interna, dormitórios, banheiro, lavabo, área de serviço e
cozinha - foi o gesso acartonado branco (ST) e a verde (RU) por ser um material
resistente à umidade e ao mofo, de fácil manutenção, confere isolamento acústico e
térmico para o espaço, além de garantir leveza e versatilidade e nos ambientes como
hall, sala de estar, sala de jantar, home office, circulação interna e dormitórios terá
pintura na cor Branco Cetim da Suvinil e nas áreas molhadas – cozinha, lavabo,
banheiros e área de serviço – terá pintura antimofo na cor Branco Cetim da Suvinil
(Tabela 04).

Tabela 05: Memorial descritivo - Forro


MEMORIAL DESCRITIVO - FORRO
AMBIENTES MATERIAL

HALL, SALA DE ESTAR, SALA DE JANTAR,


HOME OFFICE, CIRCULAÇÃO INTERNA,
DORMITÓRIOS Gesso acartonado
branco (ST) – Placa de Tinta Branco Cetim -

drywall standard Suvinil


104

BANHEIRO, LAVABO, ÁREA DE SERVIÇO E


COZINHA
Gesso acartonado Tinta Branco Cetim
verde (RU) – Placa antimofo - Suvinil
resistente a umidade

Fonte: Elaborada pela autora (2022).

6.4. REVESTIMENTO – PISO E PAREDE

Na garagem, recuo lateral direito, recuo lateral esquerdo e quintal foi escolhido
o piso cimentício atérmico com dimensões de 33x33 cm na cor creme. O bloco é pré-
fabricado, ideal para áreas externas pelo seu conforto térmico por absorver pouco
calor, é antiderrapante e bastante permeável por ser poroso. Na escada e em uma
parte da parede da fachada e no muro foi utilizada a pedra limestone para oferecer
mais personalidade ao projeto, além disso, tem todo requinte e nobreza apresenta
rusticidade natural e excelente para áreas externas. No hall, sala de estar e jantar,
home office, cozinha e circulação foi utilizado o piso em porcelanato acetinado St.
Marlin 60x120 cm da marca Portobello. Nos banheiros, utilizou-se o porcelanato
antiderrapante Karst Portland 90x90 cm também da Portobello. Nos dormitórios e
closet o piso é um porcelanato esmaltado retificado 20x120cm chamada de Canela
Dourada da Portobello. Esses tipos de piso são os mais recomendados além de
conferir beleza ao ambiente, apresenta muita durabilidade e resistência mecânica,
além de proporcionar conforto térmico e acústico. Na varanda gourmet, lavabo e área
de serviço foi escolhido para o piso o cimento queimado, revestimento simples, mas
bastante contemporâneo e rústico, além de ser versátil e de fácil aplicação.
Nas paredes da cozinha foram utilizadas o tijolinho metro White, é um
revestimento que tem suscetibilidade a umidade ideal para área de cozinha e
banheiro, além disso, é atemporal e acrescenta charme a qualquer estilo de
decoração. No banheiro da suíte, utilizou-se dois estilos de revestimento, porém
apresenta a mesma linha que é o terralma Noronha e Jalapao da marca Portobello,
esse material busca expressar a essência da terra e a conexão com a natureza em
105

seu estado bruto, confere personalidade e ambientes únicos. No banheiro social,


pensou-se em usar o revestimento da Portobello a linha gouache, o gouache ciel
15x15 cm, este revestimento revela nuances e forma camadas de cor surpreendentes,
apresenta textura lisa, porém uma superfície com relevo suave que intensifica a cor
evidenciando a sua beleza. Na área gourmet, lavabo e área de serviço foi empregado
o ladrilho hidráulico gaivota branco com azul 20x20cm, este material foi usado para
valorizar o trabalho deito a mão pois os ladrilhos hidráulicos são feitos de forma
artesanal, além de conferir beleza, durabilidade e rusticidade. Por fim, na sala de estar
foi utilizado em uma parede o revestimento travertino anticato é um revestimento em
rocha natural tem alta resistência e durabilidade, ideal para conferir destaque e
sofisticação ao ambiente (Tabela 05).

Tabela 06: Memorial descritivo – Revestimento de piso e parede

MEMORIAL DESCRITIVO - REVESTIMENTO


AMBIENTES MATERIAL
PISO
GARAGEM, RECUO LATERAL DIREITO,
RECUO LATERAL ESQUERDO E QUINTAL

Piso cimentício atérmico 33x33cm

ESCADA, PAREDE DA FACHADA E MURO

Pedra Limestone

HALL, SALA DE ESTAR E JANTAR, HOME


OFFICE, COZINHA E CIRCULAÇÃO Porcelanato St. Marlin 60x120 cm -
Portobello

2 BANHEIROS
Porcelanato Karst Portland 90x90 cm -
Portobello
106

2 DORMITÓRIOS Porcelanato Canela Dourada 20x120cm -


Portobello

VARANDA GOURMET, LAVABO E ÁREA


DE SERVIÇO
Cimento queimado - Suvinil
PAREDE

COZINHA

Tijolinho Metro White

BANHEIRO DA SUÍTE MASTER

Terralma Noronha e Terralma Jalapão

BANHEIRO SOCIAL

Gouache Ciel 15x15 cm

ÁREA GOURMET, LAVABO E ÁREA DE


SERVIÇO
Ladrilho hidráulico gaivota 20x20cm

SALA DE ESTAR

Revestimento travertino anticato


Fonte: Elaborada pela autora (2022).
107

6.5. PINTURA

O objetivo principal deste presente projeto de arquitetura de interiores é


transmitir bem-estar e qualidade de vida contribuindo para desempenho cognitivo,
criatividade, produtividade, prazer e satisfação utilizando as estratégias e os conceitos
da neuroarquitetura. E um dos pontos principais da neuroarquitetura é a utilização
correta das cores, pois as cores têm o intuito de transmitir diversas sensações, como
também, de influenciar no humor e na percepção do espaço. Com isso, no projeto
foram utilizadas nas paredes cores que remetem a natureza, modernidade e
estabilidade, como os tons terrosas, o azul, o verde, o cinza e o branco, com isso,
foram utilizados as tintas acrílicas com efeito fosco, sem cheiro e lavável (Tabela 06).

Tabela 07: Memorial descritivo – Tintas


MEMORIAL DESCRITIVO - TINTAS
TINTAS

Mapa Astral - SUVINIL


Papel Picado - SUVINIL

Babosa - SUVINIL Branco Gelo - SUVINIL

Creme de Canela - SUVINIL Branco Neve - SUVINIL

Fonte: Elaborada pela autora (2022).

6.6. PAISAGISMO

Para atender uma das estratégias da neuroarquitetura foi utilizada a vegetação


tanto no interior quanto no exterior da residência, pois além das vantagens que foi
abortada neste presente trabalho, o uso da vegetação provoca sensação de bem-
estar ao cérebro, melhora o ar, reduz níveis de ruídos e servem como antidepressivos.
108

Portanto, no paisagismo foi pensado em plantas específicas para cada ambiente, logo,
deve-se seguir as orientações impostas no projeto paisagístico. De modo geral, as
vegetações escolhidas transmitem naturalidade, leveza, aconchego e sensorialidade.

Tabela 08: Memorial descritivo – Paisagismo


MEMORIAL DESCRITIVO - PAISAGISMO
IDENTIFICAÇÃO NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Petunia Petunia

Alcantarea imperialis Bromélia imperial

Strelitzia reginae Ave do paraíso

Dypsis lutescens Palmeira-areca

Musa ornata Bananeira ornamental

Adenium obesum Flor do deserto

Monstera deliciosa Costela-de-adão

Alpinia purpurata Gengibre Vermelho

Fonte: Elaborada pela autora (2022).


109

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A neuroarquitetura, apesar de ser um temo relativamente recente, mas é algo


que era experimentado intuitivamente, profissionais da área da arquitetura e design
de interiores sempre desenvolviam projetos tendo a preocupação das reações que o
ambiente poderia ocasionar nos indivíduos. Dessa forma, com o surgimento da
neurociência aplicada a arquitetura, processos de elaboração de projeto estão sendo
mais bem explorados, pois envolve os conhecimentos da ciência cognitiva e da
psicologia com a arquitetura que utiliza as formas, cores, texturas, estratégias
biofílicas e a ventilação e iluminação natural.
Com base no que foi exposto na fundamentação teórica, possibilitou
compreender que a casa tem um papel fundamental no bem-estar físico e mental,
influenciando nas emoções, experiências e costumes, além de cumprir o propósito de
transmitir segurança e abrigo. Ademais, foi possível entender que as emoções sendo
um fator psicológico está vinculado a relação pessoa-ambiente, a vista disso, foi
desenvolvido um estudo mais aprofundado sobre a neuroarquitetura e como o
ambiente construído provocam impactos positivos ou negativos, estímulos e
sensações e como influenciam na percepção em cada indivíduo, pode-se concluir que
o que torna uma pessoa única para além de suas características físicas é a mente e
a relação dela com o espaço em que vive. Portanto, ao desenvolver projetos de
arquitetura de interiores o profissional precisa ter um olhar mais atento para cada
pessoa, considerando suas especificidades, vivências e costumes.
Nesse contexto, o presente trabalho de conclusão de curso desenvolve um
anteprojeto de arquitetura de interiores em uma residência unifamiliar na cidade do
Natal, com o objetivo de aplicar os conceitos, princípios e estratégias da
neuroarquitetura, visando ambientes multissensoriais e o bem-estar. Nesse sentido, o
projeto foi desenvolvido por meio dos objetivos estabelecidos neste presente trabalho
unindo com a fundamentação teórica, com o intuito de proporcionar bem-estar físico
e mental, contribuir para a qualidade de vida e estimular emoções, sentimentos e
experiências positivas. Dessa forma, foi possível compreender que utilizar as
estratégias da neuroarquitetura é a chave para proporcionar uma arquitetura de
interiores mais humana, conectando o indivíduo com o ambiente onde vive, gerando
melhorias na qualidade de vida e bem-estar.
110

8 REFERÊNCIA

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15
3,55 0,82 2,13 2,78 4,88 4,70 11,14

01
3,40 1,89 4,62 1,58 0,97 1,85 3,49 3,66 3,22
1,00

1,05
CIRCULAÇÃO CANIL

1,61
A= 2.00m² CIRCULAÇÃO
A= 3.55m²
A= 25.70m²

2,77
COZINHA
A= 22.60 m²
3,22

DEPÓSITO
GARAGEM

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


A= 10.95m²
A= 28.50m²

2,95
QUINTAL DORMITÓRIO 02 DORMITÓRIO 01
A= 27.50m² DORMITÓRIO 03 A= 10.29 m² A= 10.79 m²

2,01
A= 7.12 m²
BWC
HOME OFFICE
8,85

8,85
A= 5.53 m²
1,78 2,01 A= 3.17 m²

3,80
3,69

PROJETO:

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
LAVANDERIA
1,80
1,50

1,50
A= 2.70m² CIRCULAÇÃO
3,22

A= 4.06 m²
BWC
DEPÓSITO A= 3.00m²
A= 10.95m²

3,56

3,54
2,01
SALA DE JANTAR SALA DE ESTAR HALL
A= 14.73 m² A= 10.68 m² A=6.47 m²
1,93 2,58 2,71
CIRCULAÇÃO
A= 29.03m²
0,84

CIRCULAÇÃO
2,12
A= 3.00m²

PLANTA ORIGINAL

PLANTA ORIGINAL E PLANTA DE REFORMA


13,32 4,14 3,00 1,83

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


ESCALA_____1/100
Residência - 321
ÁREA ÚTIL: 270m²

3,54 5,10 2,50 0,15 2,80 0,15 4,46 0,30 7,32 0,30

SUERDA CAMPOS
LEGENDA DE REFORMA

CONTEÚDO:
DOCENTE:
1,58

DISCENTE:
PAREDE EXISTENTE
DEMOLIR
2,43 1,15 1,88
CONSTRUIR
1,74

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


0,32 1,10 0,82

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
2,89

3,22

1,70 0,15 1,55 0,15

3,66 3,97

2,49
1,50

PLANTA DE DEMOLIR E CONSTRUIR


ESCALA_____1/100
15
02
3,54 5,10 2,50 2,80 4,46 7,92 3,22

1,58
BWC
2,43 1,88 7,32
A= 3.95 m²

CIRCULAÇÃO
A= 24.98m²

1,74
CLOSET
A= 4.68 m² DORMITÓRIO 01 GARAGEM
A= 9.77 m² A= 28.50m²

2,95
COZINHA
7,20

A= 21.60 m²

7,86
BWC HOME OFFICE

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


A= 4.50 m² A= 3.90 m²
1,35

8,85
QUINTAL
A= 45.13m²

2,89
Á. GOURMET
A= 10.74 m²

1,50
CIRCULAÇÃO

PROJETO:
DORMITÓRIO 02 A= 4.06 m²

SET/2022
ESCALA
INDICADA
A= 10.54 m²

DATA:
3,56

3,54
SALA DE JANTAR SALA DE ESTAR
1,50 A= 14.73 m² A= 10.68 m²
3,66 3,97 HALL
A=6.47 m²
1,50

Á. SERVIÇO LAVABO
1,20

1,00
A= 2.55 m² A= 2.32 m²

PLANTA DE LAYOUT E PLANTA DE PAGINAÇÃO DE PISO


1,70 1,55 13,33 4,14 3,00 1,83 3,22

PLANTA DE LAYOUT

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


ESCALA_____1/100

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
DOCENTE:
DISCENTE:
P2
P5

P3 P5

P3
LEGENDA DE ACABAMENTOS
P5

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


P1
P4 INÍCIO DA PAGINAÇÃO DO PISO
P1

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


P2

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


SIMB. DESCRIÇÃO
P5
P1 Porc. St. Martin 60x120cm, Portobello
P3
P2 Porc. Karst Portland 90x90cm, Portobello
P1 Porc. Canela Dourada 20x120cm,
P3 Portobello

P4 Cimento Queimado - SUVINIL


P1 P1 P1
P7 Bloco de piso cimentício atérmico
P5
P5 33x33cm
Placa de madeira modular base madeira
P4 P4 P6
P6 50x50cm, Cumaru

P7 Pedra Limestone 50x50cm

PLANTA DE PAGINAÇÃO DE PISO


ESCALA_____1/100
15
0,84 1,51

03
0,40
0,25 s t 1,35 0,80

0,86
TV r 0,15
0,70
1,66

0,15 0,10

1,21 0,35
0,40
p
TV
o 1,93 2,40 2,34 0,22
q

0,15 0,25 0,10 0,15 1,80 2,56


k g h e f
1,85

1,22 1,29

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


1,66

0,15
a

0,15
m
b
i j TV

n
0,41 1,14 1,12c

0,15
0,70
1,01
0,15 0,15
1,51

0,07 d

PROJETO:

PLANTA DE PONTOS ELÉTRICOS E PLANTA DE FORRO E LUMINOTÉCNICA SET/2022


u

ESCALA
INDICADA
DATA:
0,70

y v
0,97 0,60
0,35

PLANTA DE PONTOS ELÉTRICOS 2,99 0,49 2,37 0,29


ESCALA_____1/100

1,28 1,27 1,27 1,27 2,30 0,57 1,76 2,06 2,06 2,06 2,06 2,06

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


o o
0,80

t q q q q q
i i i

1,75 0,33 2,14 0,33

2,05
s
p
1,00 1,67 2,10 1,39
1,20 s t
PD = 2,50m
PD = 2,50m
0,55

PD = 2,80m
r f f f f a

SUERDA CAMPOS
0,65
1,80

5,12 1,01

CONTEÚDO:
r

DOCENTE:
0,54

DISCENTE:
o p PD = 2,50m h

0,93
0,81

3,00
q
1,18 1,22 2,77 1,31
g
0,95

0,67
1,33

1,02
1,26

0,79
i
1,01 1,66 e
LEGENDA - PONTOS DE LUZ

0,36
k g h e f
j PD = 2,50m
Painel plafon de LED EMB/SOB 20x20
2,07

PD = 2,50m
a a

1,10
m n

i j b
PD = 2,50m
PD = 2,80m PD = 2,80m Pendente
2,30

PD = 2,60m

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


j
0,77

c
d e
0,82 Perfil de LED embutido na marcenaria
0,40

i 1,94 d

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
1,55
u Arandela
c

e 0,290,29 Pendente de cesto de palha


0,80

0,57
d

1,76
y v 2,10
b
Balizador de piso
0,80

y v
PD = 2,50m PD = 2,50m i i i i i 1,63 b b b b b b
Lustre pendente 8 bolas

0,80 0,80 0,50 2,90 2,50 2,50 2,50 2,45 0,75 0,290,29 Luminária em trilho de LED

PLANTA DE FORRO/GESSO E LUMINOTÉCNICA LEGENDA - PONTOS DE LUZ Rasgo em gesso com perfil de LED
a
ESCALA_____1/100 Interruptor simples, à 1,10m do piso
Painel plafon de LED EMB/SOB 20x20
a
Interruptor simples com 2 módulos, à 1,10m do piso
b TEMPERATURA DE COR
a
c Interruptor simples com 3 módulos, à 1,10m do piso
b
w
Luz cor Quente - 3000K
Interruptor three way, à 1,10m do piso
LEGENDA - FORRO DE GESSO
Tomada monofásica, à 0,30m do piso Luz cor Neutra - 4500K
Forro de gesso acartonado com pintura branco Cetim Suvinil
Tomada monofásica, à 1,10m do piso
Forro de gesso acartonado com pintura anti mofo branco Cetim Suvinil Quadro de distribuição elétrica Luz cor Fria - 6000K
PLANTA DE SITUAÇÃO

15
AMB.: FACHADA E GARAGEM

04
ESCALA_____1/250
02

8,80

2,50 0,88 5,41 02

1,25

01
0,28 0,28 0,28
2,85

0,28 0,28 0,28

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


03

1,80
08

PROJETO:

SET/2022
ESCALA
INDICADA
PLANTA DE LAYOUT

DATA:
ESCALA_____1/75

05 06 07
01 Cobertura depolicarbonato 05 Bloco de piso cimentício atérmico 33x33cm

02 Portão em alumínio 06 Pedra Limestone 50x50cm 04


03 Balizador spot 07 Tinta Mapa Astral - SUVINIL
04 Vaso com Espada de São Jorge 08 Jardineira com Agapanto

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

FACHADA E GARAGEM
Paredes pintadas na cor Mapa Astral - Suvinil

SUERDA CAMPOS
Jardineira em alvenaria Paredes pintadas na cor Mapa Astral - Suvinil
Base revestida em pedra limestone 50x50cm

CONTEÚDO:
com planta Agapanto
Base revestida em pedra limestone 50x50cm

DOCENTE:
DISCENTE:
Detalhes pintados na cor branco neve - Suvinil
Detalhes pintados na cor Cobertura em policarbonato
branco neve - Suvinil
Portão em alumínio com pintura Escada revestida em pedra Cobertura em policarbonato
acrílica na mesma cor da parede limestone 50x50cm
da fachada

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
FACHADA FRONTAL FACHADA FRONTAL - INTERNA
ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50
PLANTA DE SITUAÇÃO

15
AMB.: HALL, SALA DE ESTAR E JANTAR
1,83 3,00 4,14

05
ESCALA_____1/250
01

0,65
09
01 03
06
0,65 0,65 21

0,70
06

0,80 10
0,60 02

3,56
01 08
vista

1,25

0,85
02

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


04
05 07

11
PLANTA DE LAYOUT 12

PROJETO:
14
ESCALA_____1/75

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
17 18 19

07 Cadeira acapulco 13 Buffet Cravo - Corbelli


01 Conjunto de cadeira rústica
02 Jardim vertical 08 Mesa latera - banco cone 14 Espelhos organicos
13 15
15 Boserie 2,3x1,2cm Eva Flexível Autocolante
03 Sofá float 09 Mesa de centro clips

04 Abajur retrô de chão modelo 072 10 Rack Athena suspenso 17 Porcelanato St. Martin 60x120cm, Portobello
20
05 Quadro natureza 11 Cachepô com Espada de São Jorge 18 Tinta Papel picado - Suvinil 20 Trilho branco com 6 focos de luz

06 Tapete Bem e tapete redondo abstrato 12 Mesa de jantar - Linha Quadratta 19 Revestimento Travertino Antica

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


21 Lustre pendente 8 Bolas 1,10 metros Vidro Âmbar Globo Dourado
Cadeira Centauro

Revestimento Travertino Antica

HALL, SALA DE ESTAR E JANTAR


Mesa lateral - Banco cone Rack Athena suspenso
Abajur retrô de chão modelo 072 Paredes pintadas na cor
Cadeira Acapulco Papel Picado - Suvinil
Trilho 6 focos de luz - Branco Televisão 42'' - Samsung
Mesa de jantar - Linha Quadratta
Mesa de centro clips Cadeira Centauro Espelho orgânico Prateleiras em MDF com

SUERDA CAMPOS
Sofá float revestimento Louro Freijó - Arauco

CONTEÚDO:
Lustre pendente 8 Bolas Buffet Cravo - Corbelli

DOCENTE:
DISCENTE:
Paredes pintadas na cor
Paredes pintadas na
Papel picado - Suvinil
cor Papel Picado
Boserie 2,3x1,2cm Eva
- Suvinil
Jardim vertical Flexível Autocolante

Quadro natureza

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


Jardim vertical
Paredes pintadas na cor
Papel Picado - Suvinil

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Conjunto de cadeira
rústica Conjunto de cadeira
Cachepô com Espada rústica
de São Jorge

VISTA 01 VISTA 02
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75
7,32
PLANTA DE SITUAÇÃO

15
AMB.: COZINHA
1,36 0,90 2,76 0,90 1,40

06
ESCALA_____1/250

0,70 5,90 0,70 01 11


07 04
0,32 07
0,67

03
08
01

1,03
10 01
2,95

2,95
1,74
04
2,28

0,96 10

0,90
06 12
0,55

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


0,32

02
05
1,78 0,20 2,80 2,54

PROJETO:
0,65 1,10 5,57 13

SET/2022
ESCALA
INDICADA
01

DATA:
PLANTA DE LAYOUT
ESCALA_____1/75 16 17 18

01 Marcenaria em MDF com revestimento Verde Jade - Arauco 06 Cuba - Tramontina 11 Pendente Oka Cone

02 Marcenaria em MDF com revestimento Louro Freijó - Arauco 07 Microondas - Eletromec 12 Vaso com Zamioculca

03 Prateleiras em MDF Branco Supremo - Arauco 08 Forno elétrico - Eletromec 13 Quadro decorativos 16 Porcelanato St. Martin 60x120cm, Portobello
04 Bancada em mármore Pitaya 09 Geladeira Frostfee 375 L Inox - BRASTEMP 14 Arandela Pipe 17 Tinta Crômio - Suvinil
05 Cooktop Elétrico 5 bocas - Brastemp 10 Mesa Eames Eifell e cadeiras Texas Branca 15 Mesa Eames Eifell e cadeiras Texas Branca 18 Tijolinho Metro White

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Arandela Pipe
Armários em MDF com revestimento Verde Jade - Arauco Prateleiras em MDF branco supremo - Arauco
Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil Armários em MDF com revestimento Verde Jade - Arauco
Prateleiras em MDF branco supremo - Arauco
Bancada em mármore Pitaya Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil
Armários em vidro e MDF com revestimento Louro Freijó - Arauco Pendente Oka Cone

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
DOCENTE:
DISCENTE:
Arandela Pipe

COZINHA
Armários em vidro e MDF com
Microondas - Elettromec
revestimento Louro Freijó - Arauco
Tijolinho Metro White

Forno Luce Multifunção Mesa Eames Eifell e


Elétrico - Elettromec cadeiras Texas Branca

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


Armários em MDF com Armários em MDF com

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


revestimento Verde Jade - Arauco

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


revestimento Verde Jade - Arauco
Com bancada em mármore Pitaya
VISTA 01 VISTA 03
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75

Vaso com Zamioculca Armários em vidro e MDF com revestimento Louro Freijó - Arauco
Armários em MDF com revestimento Verde Jade - Arauco
Mesa Eames Eifell e cadeiras Texas Branca Com bancada em mármore Pitaya

Pendente Oka Cone Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil


Armários em vidro e MDF com Prateleiras em MDF branco
revestimento Louro Freijó - Arauco supremo - Arauco
Quadros decorativos
Paredes pintadas na Armários em MDF com
cor Crômio - Suvinil revestimento Verde Jade - Arauco

Bancada em mármore Pitaya Armários em MDF com


revestimento Verde Jade - Arauco
Armários em MDF com Com bancada em mármore Pitaya
revestimento Verde Jade - Arauco

VISTA 02 VISTA 04
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75
PLANTA DE SITUAÇÃO

15
AMB.: HOME OFFICE

07
ESCALA_____1/250

01 Composição de quadros - Momentos memoráveis - Di Quadros


1,95 07 08 09 10 11
02 Cadeira office Omar

03 Mesa com gavetas e compartimento secreto para cabos e extensões.


0,13

0,38
04 Prateleiras
0,80

05 Trilho com 4 focos de luz - Branco


03
03 06 Planta - Dinheiro em penca

1,00
1,88

04 vista 01
02 07 MDF com revestimento branco supremo - Arauco 05

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


08 MDF com revestimento Jequitibá - Arauco
0,95

0,50
09 Porcelanato St. Martin 60x120cm, Portobello
10 Tinta verde babosa - Suvinil

PROJETO:
11 Tinta branco neve - Suvinil
PLANTA DE LAYOUT

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
ESCALA_____1/50
04

06

02
01

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Composição de quadros - Janela quadriculada 4 folhas em madeira e vidro
Momentos memoráveis - Di Quadros
Prateleiras em MDF branco supremo - Arauco
Porta de correr embutida na alvenaria Prateleiras em MDF branco supremo - Arauco
Parede pintada na cor branco neve - Suvinil
Cadeira office Omar
Parede pintada na cor Mesa com gavetas e compartimento
Mesa com gavetas e compartimento

SUERDA CAMPOS
Janela quadriculada branco neve - Suvinil secreto para cabos e extensões.
secreto para cabos e extensões.

CONTEÚDO:
HOME OFFICE
4 folhas em madeira e vidro Em MDF com revestimento Louro Freijó - Arauco
Em MDF com revestimento

DOCENTE:
DISCENTE:
Composição de quadros -
Trilho com 4 focos de luz - Branco Louro Freijó - Arauco Momentos memoráveis - Di Quadros Parede pintada na
Mesa com gavetas e compartimento Trilho com 4 focos de luz - Branco cor branco neve - Suvinil
secreto para cabos e extensões. Janela quadriculada
Parede pintada na 4 folhas em madeira Trilho com 4 focos de luz - Branco
Em MDF com revestimento
cor Verde babosa - Suvinil e vidro
Louro Freijó - Arauco Porta de correr
Porta de correr embutida
embutida na
na alvenaria
alvenaria

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Composição de quadros
Prateleiras em MDF
Momentos memoráveis
branco supremo
- Di Quadros
- Arauco

Cadeira
Office Omar Cadeira office Omar

VISTA 01 VISTA 02 VISTA 03 VISTA 04


ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50
01 Bacia sanitária PLANTA DE SITUAÇÃO

15
AMB.: BWC SOCIAL

08
02 Chuveiro Lorenzetti Acqua Ultra ESCALA_____1/250
10 11 12 13 14
03 Bancada e base em cavalete. Cuba de sobrepor redondo e Torneira link de parede
04 Toalheiro metálico no formato gancho
05 Plafon de LED redondo
1,95
06 Porta papel higiênico metálico
1,36 07 Lixeira em inox
08 Espelho orgânico com moldura em madeira
0,10

09 Toalheiro metálico 09

0,64
08

0,80
0,80

10 Porcelanato branco

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


01 11 MDF com revestimento Jequitibá - Arauco

0,70
02 vista 04
03 12 Porcelanato Karst Portland 90x90cm, Portobello
2,28

0,70
04
13 Revestimento Gouache Ciel 15x15cm - PORTOBELLO
1,38

PROJETO:
14 Tinta Super Epóxi Branco gelo - SUVINIL

SET/2022
ESCALA
INDICADA
01

0,95
0,80

DATA:
06
03 02

07
PLANTA DE LAYOUT
ESCALA_____1/50
05

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Bancada em porcelanato branco
E base cavalete em MDF com revestimento Jequitibá - ARAUCO.
Cuba de sobrepor redondo com sifão metálico - DECA.
Espelho orgânico com
Torneira de parede - DECA
moldura em madeira
Janela basculante Espelho orgânico com moldura em madeira

SUERDA CAMPOS
Bancada em porcelanato branco em alumínio e vidro
Revestimento Gouache Roda-meio em MDF com r

CONTEÚDO:
E base cavalete em MDF com Ciel 15x15cm - PORTOBELLO

BWC SOCIAL
evestimento Jequitibá - ARAUCO

DOCENTE:
DISCENTE:
revestimento Jequitibá - ARAUCO. Chuveiro Lorenzetti Acqua Ultra
Cuba de sobrepor redondo Box de vidro com ferragens em alumínio Janela basculante em alumínio e vidro
com sifão metálico - DECA. Revestimento Gouache
Parede pintada com tinta
Torneira de parede - DECA Ciel 15x15cm - PORTOBELLO Plafom de LED redondo
Super Epóxi Branco gelo - SUVINIL
Plafom de LED redondo Plafom de LED redondo Bacia sanitário - Deca
Toalheiro metálico

Roda-meio em MDF com Box de vidro com Revestimento Gouache


Roda-meio em MDF com revestimento Jequitibá ferragens em alumínio Ciel 15x15cm - PORTOBELLO
revestimento Jequitibá - ARAUCO Box de vidro com

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


- ARAUCO ferragens em alumínio

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Parede pintada com tinta Chuveiro Lorenzetti
Super Epóxi Branco Acqua Ultra
gelo - SUVINIL

Revestimento Gouache
Ciel 15x15cm
- PORTOBELLO

Porta papel higiênico


metálico

Lixeira em Inox

VISTA 01 VISTA 02 VISTA 03 VISTA 04


ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
01 Cama Mehedint 02 AMBIENTE: SUÍTE MASTER
05

09
02 Cabeceira e Mesa de cabeceira em MDF com revestimento Jequitibá - Arauco ESCALA_____1/250

0,68
03 Rack Athena suspenso
04 Prateleira MDF Branco Supremo - Arauco

05 Arandela
03
06 Quadro Mar

1,70
04 07 Chaise Rolimã

3,49
01 vista 02
0,55 03
0,55 08 Vaso com planta Jibóia
09 Tinta Capim de Cheiro - SUVINIL
08
10 Porc. Canela Dourada 20x120cm, Portobello
01

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


06

0,60

1,10

PROJETO:
07

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
04
PLANTA DE LAYOUT 1,76 0,80 0,10
ESCALA_____1/50 2,66
09 10

Cama Mehedint

Porta de correr 4 folhas Parede e teto pintado na cor


Branco neve - Suvinil
Parede pintada na cor
Rack Athena suspenso Capim de Cheiro - Suvinil

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Chaise Rolimã Quadro mar

Parede e teto pintado na cor


Branco neve - Suvinil

Prateleira em MDF Parede pintada na cor


branco supremo - Arauco Capim de Cheiro - Suvinil

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
SUÍTE MASTER
DOCENTE:
DISCENTE:
Televisão 42'' - Samsung

Arandela

Cabeceira e Mesa de cabeceira Rack Athena suspenso


em MDF com revestimento Jequitibá
- Arauco Cortina em Linho

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
VISTA 01 Parede e teto pintado na cor VISTA 03
ESCALA_____1/50 Branco neve - Suvinil ESCALA_____1/50
Parede pintada na cor
Capim de Cheiro - Suvinil

Parede e teto pintado na cor


Branco neve - Suvinil

Cortina em Linho VASO+DE+MURANO+Turqueza

Parede pintada na cor


Capim de Cheiro - Suvinil
Cortina em Linho
Arandela

Rack Athena suspenso Cama Mehedint


Cabeceira e Mesa de cabeceira
Chaise Rolimã em MDF com revestimento Jequitibá - Arauco

Cama Mehedint Chaise Rolimã

VISTA 02 VISTA 04
ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
AMBIENTE: SUÍTE MASTER

10
ESCALA_____1/250

04
04
0,40

02
0,48

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


02
1,75

0,97

0,80

03 vista 04
01

PROJETO:
0,48
0,40

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
01

1,62 0,92 0,10


05 06
03
0,43 2,11 0,10

2,54 0,10
01 Penteadeira em MDF Branco Supremo - Arauco 04 Armário em MDF Branco Supremo - Arauco
2,64
02 Persiana tela solar 05 Tinta Crômio - SUVINIL
PLANTA DE LAYOUT
ESCALA_____1/50 03 Puff Alice estofado 06 Porc. Canela Dourada 20x120cm, Portobello

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil

SUÍTE MASTER - CLOSET


Armário em MDF Branco Supremo - Arauco

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
Armário em MDF Branco Supremo - Arauco

DOCENTE:
DISCENTE:
Armário em MDF Branco Supremo - Arauco

Persiana tela solar

Penteadeira em MDF Branco Supremo - Arauco


Penteadeira em MDF Branco Supremo - Arauco

Puff Alice estofado

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


Puff Alice estofado

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
VISTA 01 VISTA 03
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75

Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil Paredes pintadas na cor Crômio - Suvinil

Armário em MDF Branco Supremo - Arauco


Armário em MDF Branco Supremo - Arauco

Penteadeira em MDF Branco Supremo - Arauco Porta de correr 4 folhas

Armário em MDF Branco Supremo - Arauco


Puff Alice estofado

VISTA 02 VISTA 04
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75
2,50 PLANTA DE SITUAÇÃO

10
11 12 13 AMBIENTE: SUÍTE MASTER
0,80 0,80 0,90 01 Bacia sanitária - Deca

11
ESCALA_____1/250
02 Chuveiro Lorenzetti Acqua Ultra

03 Bancada com cuba de sobrepor e Torneira metálica


0,46
04 Toalheiro metálico no formato gancho

05 Arandela 07
1,60

0,65

01
03 vista 04 06 Plafon de LED redondo
04

0,98
02
07 Porta papel higiênico metálico 05
0,46

08 Lixeira em inox
09 Espelho com moldura de madeira 10
10 Toalheiro metálico

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


1,70 0,70
0,10
11 Revestimento Terralma Jalapão - 9 x 37cm

12 Revestimento Terralma Noronha - 9 x 37cm 09


13 Porcelanato Karst Portland 90x90cm

PROJETO:

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
08 01

03
PLANTA DE LAYOUT 02
ESCALA_____1/50

06
Chuveiro Lorenzetti Acqua Ultra

Toalheiro em inox
Box de vidro com ferragens em alumínio
Bacia sanitária - Deca Janela basculante em alumínio e vidro

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Box de vidro com ferragens em alumínio
Revestimento Terralma Jalapão - 9 x 37cm

Revestimento Terralma Noronha - 9 x 37cm

SUÍTE MASTER - BWC


Chuveiro Lorenzetti Acqua Ultra

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
Arandela

DOCENTE:
DISCENTE:
Arandela
Espelho com moldura em madeira

Torneira de mesa Link em inox e cuba de sobrepor

Armário Orquídea Bacia sanitária - Deca

Porta papel higiênico em inox Porta papel higiênico em inox

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


Lixeira em inox Lixeira em inox

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
VISTA 01 VISTA 03
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75

Revestimento Terralma Noronha - 9 x 37cm


Revestimento Terralma Noronha - 9 x 37cm

Janela basculante em alumínio e vidro


Arandela

Toalheiro em inox
Toalheiro em inox

Torneira de mesa Link em inox e cuba de sobrepor


Box de vidro com ferragens em alumínio
Armário Orquídea

Lixeira em inox

VISTA 02 VISTA 04
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
3,51
12 AMBIENTE: QUARTO

12
ESCALA_____1/250
03

06
1,15

02
13

2,03
0,50 10
01

2,93
0,60 03 0,60
01 vista 02
1,10

04 08

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


55

0,95
0,

0,10 0,80
0,68

05
09 07 04

PROJETO:
11

SET/2022
ESCALA
INDICADA
1,01 1,50 1,01

DATA:
PLANTA DE LAYOUT
ESCALA_____1/50

14 15 16
01 Guarda roupa 07 Tapete abstrato redondo e poltrona 09 Mesa lateral em vime 13 Jibóia
02 Mesa de cabeceira com palhinha 08 Poltrona 10 Quadros decorativos 14 Tinta creme de canela - SUVINIL

03 Cabeceira flor e cama box 05 Mesa 11 Painel aramado 15 Papel de parede montanha
04 Cadeira Eames 06 Prateleiras 12 Corações emaranhados 16 Porc. Canela Dourada 20x120cm, Portobello

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


Parede pintada na cor
Creme de Canela - Suvinil
Papel de parede montanha
Cortina em Linho

SUERDA CAMPOS
Prateleiras em MDF
Guarda roupa

CONTEÚDO:
Branco Supremo - Arauco

DOCENTE:
DISCENTE:
Prateleiras em MDF

QUARTO
Branco Supremo - Arauco
Painel Aramado
Cabeceira flor

Poltrona Mesa de Escritório Kuandra


Cama Box Cadeira Eames
Cama Box
Mesa de cabeceira

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


Mesa de cabeceira

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
VISTA 01 VISTA 03
ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50

Parede pintada na cor Parede pintada na cor


Creme de Canela - Suvinil Creme de Canela - Suvinil
Cortina em linho

Guarda roupa
Quadro decorativo

Guarda roupa

Poltrona em vime

Mesa lateral em vime

VISTA 02 VISTA 04
ESCALA_____1/50 ESCALA_____1/50
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
C
D

E
AMBIENTE: VARANDA GOURMET

13
8,85
ESCALA_____1/250
10
1,50 0,15 7,20
03

A A
11
04
1,70

13
0,15

3,55
1,55

15 08
01

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


B B 02

PROJETO:
14

SET/2022
C

ESCALA
INDICADA
D

07

DATA:
PLANTA DE LAYOUT
ESCALA_____1/75
05
16 12
01 Rede 07 Cadeira de balanço rústica 13 Luminária de cesto de palha 19 Tinta Super Epóxi Branco gelo - SUVINIL 09
02 Churraqueira 08 Sofá rústico 14 Plafon de LED redondo 20 MDF itapuam - Duratex 06
03 Cervejeira 09 Banqueta de Vime Lotus 15 Lavabo 21 MDF branco - Arauco 17 18 19 20 21
04 Prateleira 10 Planta Hosta Vulcan 16 Área de Serviço

05 Mesa rústica 11 Planta Calathea 17 Cimento queimado

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO


06 Cadeira Clarice Fendi 12 Planta Bananeira 18 Ladrilho Hidráulico Gaivota 20x20cm

VARANDA GOURMET
SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
DOCENTE:
DISCENTE:

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CORTE AA CORTE CC CORTE DD CORTE EE
ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75 ESCALA_____1/75

CORTE BB
ESCALA_____1/75
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
4,98 01 Alpinia purpurata - Gengibre Vermelho AMBIENTE: VARANDA GOURMET

14
02 Monstera deliciosa - Costela-de-adão ESCALA_____1/250

03 Strelitzia reginae - Ave do paraíso 05 06 07


04 Alcantarea imperialis - Bromélia imperial

05 Bloco de piso cimentício atérmico 120x120cm

3,64
06 Seixos
07 Placa de madeira modular base madeira 50x50cm, Cumaru

08 Espreguiçadeira

09 Arandela externa
0,14

8,88
03
vista 02

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


01

3,06
7,78

PROJETO:

SET/2022
ESCALA
INDICADA
DATA:
02
01

2,20
03

04
12,89
09
PLANTA DE LAYOUT 08
ESCALA_____1/100

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
PAISAGISMO
DOCENTE:
DISCENTE:

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
VISTA 01 VISTA 02 VISTA 03
ESCALA_____1/100 ESCALA_____1/100
ESCALA_____1/100
PLANTA DE SITUAÇÃO

10
12,28 AMBIENTE: PAISAGISMO

15
ESCALA_____1/250
07 08

02 7,93

2,76
vista
01

1,14
10
09
4,31

REFeAMB - RESIDÊNCIA 321


05

PLANTA DE LAYOUT

PROJETO:

SET/2022
ESCALA
INDICADA
ESCALA_____1/100
03

DATA:
02

01 Bananeira ornamental 05 Petunia 09 Arandela externa 04


02 Flor do Deserto 06 Palmeira 10 Antúrio
03 Strelitzia reginae - Ave do paraíso 07 Bloco de piso cimentício atérmico
04 Alcantarea imperialis - Bromélia imperial 08 Seixos

06 01

THERESA NORBERTA BESSA NASCIMENTO

SUERDA CAMPOS
CONTEÚDO:
PAISAGISMO
DOCENTE:
DISCENTE:

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
VISTA 01 VISTA 02

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


ESCALA_____1/100 ESCALA_____1/100

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