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Aula não lecionada por não ter ainda decorrido o período de quinze dias após o início das aulas teóricas.
Aula não lecionada por não ter ainda decorrido o período de quinze dias após o início das aulas teóricas.
Resolução de hipóteses práticas em matéria de pressupostos processuais (competência internacional e sua relação com a compe
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Neste universo de artigos 70º a 84º. Normas com aplicabilidade geral. E aplicabilidade
especial. Normas que estabelecem a regra geral e aplicável. E normas especiais. As
gerais, casos em que estão em causa pessoas singulares. O outro plano, onde o réu, é
pessoa coletiva. Quando o réu, seja pessoa singular, a ação é proposta na comarca onde
o réu tem domicílio. Há casos, onde a sua aplicação for mais difícil. Em que o réu é um
incerto, ou se encontra ausente. O se o réu não tiver uma residência habitual. Nestes
casos, a regra geral, passa a não ser do domicílio do réu, mas sim do domicílio do autor.
O outro caso, respeita a situações em que o réu, tem domicílio em país estrangeiro. Se o
réu não tiver domicílio em Portugal, mas se encontrar em Portugal, a ação deve ser
proposta na comarca, onde ele se encontra. Se o réu não tiver nem domicílio em
Portugal e nem se encontrar em Portugal, o critério será do domicílio do autor. Se o
domicílio deste for no estrangeiro, o critério será do tribunal de Lisboa. Esta regra geral
resulta do Art.º 80º. Se estiver em causa, pessoas coletivas, há que distinguir entre
estado – a ação será proposta na comarca do lugar onde o autor tem domicílio – se o réu
for pessoa coletiva, mas não o estado, a ação deve ser proposta na comarca onde a Adm.
Principal tem sede.
A personalidade judiciária tem por base a personalidade jurídica. No caso de uma
pessoa coletiva, ela é a parte. Mas há situações, onde as pessoas coletivas têm sucursais.
Estes desmembramentos não têm personalidade jurídica. Em princípio não teriam
personalidade judiciária. Mas pode ser permitido. Se uma ação for atentada, num caso
em que elas podem ser parte, ação deve ser proposta no tribunal, onde está a sede desta
sucursal. [80º e 81º] Os princípios gerais são subsidiários em relação aos princípios
especiais. Se estiver em causa uma ação, em que se aplique estes princípios especiais,
esquece-se estes princípios gerais. Quando o legislador estabelece critérios gerais e
especiais, certo tipo de ações não seria adequado, aplicar critérios gerais. Como as ações
de divórcio. Proteção do réu, daí o seu domicílio como critério, na matéria de divórcio.
Neste tipo de ações de bens imóveis, qual o critério de competência estabelecido? O
tribunal em melhores condições para ajuizar sobre a ação, será aquele mais próximo do
bem imóvel. Por exemplo, situações de inspeção. Testemunhas. Regidos pela boa
administração.
Agora ações que exigem, o cumprimento de uma obrigação. Ou cumprimento de
indemnização por não cumprimento de obrigação. Fontes de obrigações.
Responsabilidade Civil Contratual e Responsabilidade Civil Extracontratual.
Quando está em causa o cumprimento de obrigação de fonte contratual. Aqui, o
legislador consagrou uma solução, mas depois, estabeleceu, se verificadas certas
condições, de acordo com o critério estabelecido ou com outro. O critério estabelecido é
o do domicílio do réu. Contudo, o legislador garantiu possibilidade de estabelecimento
da comarca, onde a obrigação devia ter ocorrido. [71º CPC, nº1]. Caso o autor se
encontre em situações de poder optar, e intenta a ação no lugar onde a obrigação devia
ter sido cumprida, falta agora estabelecer, onde a obrigação devia ter sido cumprida. Se
as partes estabelecerem lugar, tudo feito. Se não, têm de se optar por o critério de lugar
supletivo. Quando as partes não determinam esse lugar. [Artigo 774º CC].
Determinação da competência territorial no âmbito de procedimentos, que não são
processos principais, nos procedimentos cautelares [78, nº1].
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Resolução de casos práticos em matéria de procedimentos cautelares (personalidade judiciária, legitimidade e patrocínio judiciár
[CASO PRÁTICO]
Carlos é proprietário de um apartamento integrado num prédio constituído em
propriedade comunal, em Braga. Visto que Carlos não procedeu ao cuidado do
condomínio nos últimos semestres, este condomínio intentou contra Carlos uma ação
declarativa condenatória em que intentou a condenação do réu ao pagamento de
montantes em causa.
Admitindo que é o juiz do processo, em que sentido se vai pronunciar relativamente à
regularidade da instância?
R: Tema em causa? Pressupostos Processuais. Condição preenchida para que se possa
reconhecer o mérito da causa. Pressupostos Relativos às Partes [Personalidade
Judiciária; Capacidade Judiciária e Patrocínio Judiciário] [Casos onde existe
extensão da personalidade jurídica, dispostos nos arts. 12º e 130º] Exemplo: Banco
com sede em Espanha, mas com sucursal em Coimbra. Sucursal sitiada em Coimbra
comprou material de escritório, mas não pagou. Poderá João intentar uma ação
declarativa condenatória, contra esta sucursal? Poderá esta sucursal ter personalidade
jurídica? Sim, ato praticado pela sucursal, logo passível de realização de personalidade
jurídica à mesma.
Agora vamos supor que está em causa um cidadão espanhol que vive em Coimbra, que
vende à Administração Principal material de escritório, e esta última não realiza o
pagamento exigido. Um caso diferente. Intentar a falta de pagamento por parte da AP,
contra a sucursal em Coimbra. Extensão da personalidade jurídica, por ação da AP,
contra o estrangeiro residente em Portugal.
Outra situação. Belmiro, português, vende material de escritório à Administração
Principal, que detém sucursal em Coimbra. Belmiro pode intentar ação declarativa
condenatória, contra a sucursal invés de intentar contra a Administração Principal?
Tem legitimidade processual ativa?
Outra hipótese. Imaginemos que o banco com sede em Espanha, sucursal em Coimbra,
mas quem vende material de escritório é um espanhol. Filipa, vem em trabalho para
Portugal, e pretende intentar uma ação declarativa condenatória, contra a
Administração Pública para que esta realize o pagamento exigido. Neste caso não existe
extensão legal da personalidade jurídica. Não tendo personalidade judiciária, o tribunal
não pode reconhecer o mérito da causa, devido à inexistência deste pressuposto
processual relativo à pessoa [Personalidade Judiciária]. Como regra geral, o réu é
absolvido da instância. Se a ação for erroneamente intentada, mas o processado for
substituído pela sociedade, esta última ocupa o lugar do processado, segundo o art. 19º
do CPC. Por regra, de qualquer forma, o processo, ou as insuficiências a este ligado, são
insanáveis.
Voltando ao caso prático em causa, tem o condomínio personalidade jurídica? Preenche
este pressuposto processual inicial, relativo à pessoa? Não. Um condomínio não tem
personalidade jurídica. Nem singular, nem coletiva. É possível colmatar esta
insuficiência através da extensão legal da personalidade jurídica? Segundo o art. 12º c)?
A doutrina diverge neste caso. REMÉDIO MARQUES, entende que a extensão legal da
personalidade judiciária só vale para diretamente para o condomínio e para as ações dos
proprietários. Outra parte da doutrina afirma que a extensão legal vale para qualquer
ação dos proprietários. No nosso caso está em causa uma ação de exclusão direta entre
o condomínio e os condomónios, logo existe personalidade jurídica.
Outro caso prático…
ALBERTO E BEATRIZ EM 2012, SOB O REGIME DE COMUNHÃO GERAL. DOIS MESES DEPOIS DO
CELEBRADO O CASAMENTO , ADQUIRIRAM UM APARTAMENTO NO P ORTO, ONDE INSTALARAM FAMÍLIA E
ONDE HABITAM DESDE ENTÃO . E M 2020, CONTUDO , C ARLA INTENTA CONTRA UM DOS CÔNJUGES , UMA
AÇÃO DE REIVINDICAÇÃO , EM QUE INVOCAVA SER A PROPRIETÁRIA DO APARTAMENTO EM CAUSA E
REQUER A CONDENAÇÃO NA ENTREGA DO IMÓVEL DEVOLUTO DE POSSES E BENS . SABENDO QUE O
PRÉDIO TEM UM VALOR DE 70 000 EUROS E QUE CARLA INTENTOU A AÇÃO DESACOMPANHADO DE
ADVOGADO , PRONUNCIE -SE QUANTO À REGULARIDADE DA INSTÂNCIA EM CAUSA .
Regime do embargo. [397º] Judicial e extrajudicial. O requerente pode pedir que a parte
constituída depois do embargo seja destituída. O tribunal decide se há desrespeito pela
providencia cautelar. Se sim, condena o requerido, se este não acatar a ordem, irá
execução. Terceiro que procede à destruição. Atividade executiva. Neste procedimento
cautelar existe uma ação executiva. Nos próprios atos do procedimento cautelar [402º].
Se há algo que caracteriza as medidas cautelares é o facto de serem transitórias. Visam
acautelar a utilidade da decisão final principal. A partir do momento que essa decisão
surja é esta que produz efeitos, caducando a providência cautelar. Quer o juiz principal
concorde ou não com a decisão proferida por um juiz na providencia cautelar. Na
relação entre providência e decisão principal, existe uma relação de não influência. Não
influência o juiz na decisão do caso principal. Os elementos com base nos quais o
tribunal decide a providência cautelar são diferentes daqueles que baseiam a decisão do
tribunal no caso principal. [364º] a não coincidência entre decisão principal e
providência cautelar. A pergunta do autor não é só no sentido de saber se pode ou não
haver uma providência. Pode se realizar uma decisão definitiva de forma mais célere.
As providências são transitórias. Caducam. Pode haver uma decisão definitiva mais
rápida que o normal? Diferimento contraditório é diferente do adiamento do
contencioso. No primeiro é diferido, para um momento posterior. Através do
diferimento, pretende-se que o requerido seja ouvido depois do momento em que
normalmente é. Tem a ver com a tramitação. Com o momento de audição do pedido. O
contencioso, o legislador percebeu que apesar de normalmente as decisões cautelares
serem transitórias, existem situações onde não se justifica essa transitoriedade. O juiz
pode perceber que através dos elementos obtidos na providência cautelar, tem o
suficiente para decidir de forma definitiva, como se tratasse de uma decisão principal.
Quando estas situações se verificam, não é necessária uma providência cautelar
transitória, visto que o juiz já tem todos os elementos para decidir de forma definitiva.
Quanto à inversão do contencioso, três aspetos a reter. Primeiro, a sua razão de ser;
depois perceber quais são os requisitos para ver a inversão se pode verificar; em que
procedimentos cautelares é que pode haver inversão do contencioso. [369º]. Necessário
que o requerente faça esse pedido; a matéria adquirida, facto e prova, o tribunal tem de
poder concluir, ter uma convicção segura quanto ao direito, para realizar uma decisão
imediata e definitiva; a providência tem de ser apta e suscetível de pôr termo ao litígio.
[369º para 366º, nº4]. O tribunal profere uma decisão definitiva condicional. O
requerido não tem de ficar vinculado a esta decisão. O requerido pode reverter essa
decisão, intentando ele a decisão principal. Daí uma inversão do contencioso, onde o
ónus de intentar a ação principal. No âmbito dos procedimentos cautelares, em regra, é
o autor que solicita uma medida cautelar. E mesmo que o tribunal a conceda, visto que é
uma decisão transitória, é ele que tem o ónus de intentar a ação principal. No
contencioso, esta decisão se realiza definitiva se o requerido nada fizer.
[CASO PRÁTICO]
Direito de propriedade ofendido por uma obra. Dois requisitos verificados. Causa
prejuízo também. Quarto requisito. Alberto podia requerer uma providência cautelar.
Pedir um embargo diretamente ao tribunal ou de forma imediata. O tribunal se formar
convicção segura quanto à existência do direito, pode realizar uma providência cautelar
definitiva e imediata, procedendo à destruição da obra. Se o tribunal proferir uma
decisão definitiva, será essa que regulará o litígio, excetuando reação por parte do
requerido, se este intentar a ação principal.
Carlos proprietário de 6 computadores portáteis, com o valor unitário de 6000 euros.
Carlos reside em Coimbra, e na sequência de pedido dirigido a Daniel, emprestou a este,
a título gratuito, os referidos bens, no período de 1 mês, para que este os utilizasse no
âmbito de um evento que ia organizar e que requeria a mobilização de vários meios
informáticos.
Decorrido esse período, porém, Daniel não procedeu à entrega dos referidos
computadores a Carlos.
a) O tipo de atividade jurisdicional a desenvolver;
b) O caráter obrigatório ou não do recurso a determinado tipo de tribunal;
c) A tramitação a observar no âmbito do tribunal em
que se requeira tutela jurídica.
Carlos, realiza um pedido condenatório. Num tribunal judicial ou julgado de paz em
Coimbra. Os julgados de paz são tribunais do estado. Não são judiciais. Nos julgados de
paz, a par da figura do juiz de paz, existe a figura do mediador, que realiza a mediação.
[33º a 36º da Lei 78/2001]. Tramitação mais simples, célere. Menos formal. Nos
tribunais judiciais, para que o autor dê início à ação, é necessário um procedimento
escrito com o nome de petição inicial. Critérios de competência. Três. Objeto. Nos
julgados de paz o processo que dá início à causa pode ser oral. Verbalmente ou por
escrito. Por causa desta celeridade, este procedimento oral deve ser apresentado no
prazo de 10 dias. Há casos, onde formulando o autor um pedido contra o réu, este
último pode reconvir, apresentando um pedido contra o próprio autor. Por regra ela não
é admitida no âmbito dos julgados de paz [41º]. Outra demonstração da celeridade, é a
não possibilidade de adiar o julgamento por uma das partes, num período superior a 10
dias. Nem mais do que um adiamento, por acordo das partes. Por outro lado, nos
tribunais judiciais, o número máximo de testemunhas é 10. Nos julgados de paz 5.
Prova […] necessita a designação de um perito, para que a ação possa ser bem decidida.
Se for requerida a prova pericial, se o juiz entender que isto for um pedido dilatório,
para prolongar a morosidade do processo. Se o juiz entender que a prova pericial, é
necessária, manda o processo para o tribunal judicial competente. É proferida sentença,
aqui a sentença é notificada às partes antes da audiência terminar. Apesar desta menor
formalidade, o valor das sentenças é o mesmo daquele proferido por uma sentença do
tribunal judicial. pode acontecer que as partes ou alguma das partes não concorde com o
conteúdo da decisão [72º]. Nos julgados de paz só podem dar entrada ações até 15 000
euros. Aquelas com valor até 2500, não podem ser alvo de recurso. Ações com valor
superior à alçada podem ser alvo de recurso.
Passa o primeiro critério, do [Objeto.] Ações declarativas. Segundo critério, do valor da
ação. 6000 euros no caso. Passa este critério. [Valor Máximo] de 15 000 euros.
[Matéria]Art. 9º, b) entrega de bens móveis. Daniel podia interpor recurso, visto que o
valor da ação [6000 euros] é superior ao valor de metade da alçada [2500 euros].
Qualquer cidadão pode optar por julgado de paz ou judicial se existir matéria
competente aos dois.
Elvira celebrou com Fernanda um contrato de empreitada de um complexo imobiliário,
sitiado em Coimbra. Entre as cláusulas do contrato, as partes fizeram constar uma, nos
termos da qual em caso de litígio, este deveria ser resolvido mediante recurso à
arbitragem.
Pronuncie-se relativamente à natureza da cláusula em apreço, à sua validade, bem como
à tramitação processual a observar, caso uma ação, venha a ser proposta. Nº5 do Art. 2º,
que institui um regime interessante. O legislador considera que a forma escrita tem por
observado, quando entregue a tribunal judicial, se uma das partes invocar arbitragem, e
a outra parte não contestar, esse silêncio é tomado como consentimento. Quando as
partes celebram uma convenção de arbitragem, se der início a uma ação arbitral, não
tem impacto apenas em sede de arbitragem, mas também a nível dos tribunais judiciais.
A celebração de uma convenção de arbitragem tem um efeito negativo no que diz
respeito â convenção dos tribunais arbitrais, mas para realizar a mesma, a convenção de
arbitragem tem de ser invocada. Incompetência absoluta e relativa [101º] [102º e 108º]
Competência absoluta [96º, d)] se erradamente levar o caso para um tribunal de
arbitragem. O legislador adotou um regime no qual apesar de ser incompetência
absoluta, o tribunal se considera incompetente apenas por requerimento do autor. Logo
uma incompetência não oficiosa, o que é regra. Remissão do Art. 5º, nº1 da Lei da
Arbitragem para o Art. 96º, b) CPC, 97º, nº1. Princípio do contraditório. Notificação.
Capacidade de audiência do requerido, também existe relativamente à arbitragem. O
princípio do contraditório assume presença ao longo de todo o processo. Para o
legislador é imperioso para que o princípio do contraditório se reveja ao longo de todo o
processo. Também na convenção da arbitragem. Uma que estipule o oposto, a mesma
será nula. Também é necessária a existência do princípio da igualdade. Na arbitragem, o
processo se inicia quando o mandado recebe o pedido de arbitragem. O direito de
recorrer não se confunde com o direito de impugnar. De requerer a anulação da sentença
arbitral.
CASO. Cláusula compromissória. A convenção da arbitragem é um contrato dentro
deste contrato entre Elvira e Fernanda. Se as partes previram uma tramitação processual,
para que essa previsão seja válida é necessário que não se incorra na violação do
princípio do contraditório e da igualdade. Em relação à matéria, em causa uma causa
patrimonial. Se Elvira levasse o caso para um tribunal arbitral incompetente, esta seria
absoluta, se o requerido reagisse. incompetência absoluta não oficiosa, só reconhecida
pelo tribunal se reação do arguido, e anulação do litígio.
DIA 20.01.2022. SALA DE DPCI P1
DIA 20.01.2022 11H30M AULA DPCI P1