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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – P1

Aula Data Hora de Início Duração Docentes

1 2022-10-04 14:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Aula não lecionada por não ter ainda decorrido o período de quinze dias após o início das aulas teóricas.

Aula Data Hora de Início Duração Docentes

2 2022-10-11 14:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Aula não lecionada por não ter ainda decorrido o período de quinze dias após o início das aulas teóricas.

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3 2022-10-18 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Sumário Não inserido

Direito Processual Civil é um direito instrumental. Algo que é mobilizado, enquanto


meio. Para que o direito substantivo resolva o litígio é necessário percorrer um caminho.
Sucessão sequencial de atos. Prossecução de um fim, a sentença. Ou decisão final.
Normativamente regulado, o juiz não é livre de definir arbitrariamente os passos a
seguir. Ex lege.
[CASO PRÁTICO]
Belmiro, celebrou com Alberto um contrato de empreitada nos termos do qual Alberto
se comprometia a construir um muro de vedação de um imóvel de que Belmiro é
proprietário. Alberto cumpriu a sua prestação nos termos e no tempo convencionados.
Belmiro, porém, procedeu apenas ao pagamento de parte do preço. Restando por
liquidar o montante correspondente a cinco mil euros.
Imagine que é consultado na qualidade de advogado que o questiona sobre a forma
processualmente adequada de tutela da sua posição jurídica. Que lhe diria? Concessão
do direito de ação aos particulares. Recurso ao tribunal. CPC e a proibição da justiça
privada. [Artgs. 1º e 2º CPC].
Diria a Alberto que recorresse ao Tribunal, através de uma ação. O processo é o
conjunto de atos observados para prossecução de um fim. Este caminho não se confunde
com a atividade desenvolvida pelo Tribunal ao longo desse percurso. Nem sempre a
ação que se propõe um solicita é igual. Três tipos de atividade. Pode-se pedir ao tribunal
que condene [ação declarativa]; conforme uma relação jurídica [ação constitutiva], ou
que o Tribunal considere a existência do facto ou não. [ação de simples apreciação].
[10º ação declarativa]. Aconselhar a Alberto a recorrer a uma ação condenatória. Direito
Instrumental e Adjetivo são o mesmo. Em todas as circunstâncias, invoca-se uma
relação material, na realização do invocar de uma ação. Quando o autor inicia o
processo, ele invoca essa relação substantiva, paralelamente a esta realiza-se também
uma relação processual.
Aula Data Hora de Início Duração Docentes S
G
4 2022-10-25 14:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva
(
Continuação da aula anterior.

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5 2022-11-08 14:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Resolução de hipóteses práticas em matéria de pressupostos processuais (competência internacional e sua relação com a compe

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Distinga entre jurisdição e competência. Jurisdição corresponde a competência


internacional. Competência em sentido estrito corresponde à competência interna. A
jurisdição trata de um problema de natureza geográfica. Quando um determinado
conflito, tem conexão com mais de uma jurisdição, é preciso determinar qual o elo mais
forte. preciso determinar que país é este. O país com conexão mais forte com o caso. Os
critérios de jurisdição visam indicar qual o critério que permita definir o nexo mais
forte. Diferentemente, a competência em sentido estrito, tem um relevo puramente
interno. Tendo o caso relevo internacional, se se concluiu que os tribunais têm
competência. No âmbito da competência interna importa considerar vários níveis de
determinação do tribunal competente. Primeiro, em razão do território. Tem também
logo, uma questão de natureza geográfica. Dos vários tribunais em Portugal, a comarca
com maior nexo com o caso. Apesar da competência em sentido próprio dizer respeito à
competência em sentido estrito, o legislador também faz uso do conceito para
referenciar a competência internacional, ou jurisdição.
[CASO PRÁTICO]
Alberto, celebrou com Beatriz, um contrato de compra e venda de material eletrónico,
tendo as partes fixado como preço, o valor de 20 000 euros. Apesar de Alberto, ter
prosseguido à entrega pontual do bem, Beatriz, ainda não cumpriu a sua obrigação de
pagamento do preço. Admitindo que Beatriz, é brasileira e reside no Brasil, que Alberto
é português, e reside em Coimbra, e que as partes determinaram o pagamento do preço
devia ser realizado em Coimbra, pronuncie-se quanto à competência internacional dos
tribunais portugueses. Lei 1215/2012 e CPC [Art.º 72º e 73º] [PRESSUPOSTOS DE
APLICAÇÃO DO REGULAMENTO]. Pode estar em causa uma matéria abrangida pelo
regulamento. Réu com domicílio na UE. [8º CRP] Princípio do primado. Havendo
aplicabilidade do regulamento e do CPC, tem preferência o regulamento. Sobre o ponto
de vista material, o regulamento aplica-se ao caso prático. E quanto ao critério objetivo?
Não se aplica o regulamento, mas sim os artigos supramencionados do CPC.

COMPETÊNCIA INTERNA | PRESSUPOSTOS

PRINCÍPIO DA COINCIDÊNCIA – os tribunais portugueses terão competência


internacional, quando mobilizando os critérios de competência territorial, daí resulte
jurisdição. Depois de concluir que os tribunais portugueses têm jurisdição, é necessário
qual deles é quem tem jurisdição, dentro de Portugal. O legislador vai dar outro uso às
regras de competência territorial. Estas regras que servem para determinar a
competência interna. O legislador faz uso das mesmas para determinar a competência
internacional dos tribunais portugueses. [remissão do 62º a) para os artigos 70º e ss.]
PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE – onde é que se verificaram os factos que dão
causa a ação. Causa de pedido.
PRINCÍPIO DA NECESSIDADE [C)] – consagrado por razões de solidariedade,
garantindo acesso a tribunais a cidadãos com dificuldade de acesso a tribunais. Para
além desta dificuldade apreciável de propor ação necessário, é necessário a existência
de um elemento ponderoso de conexão relativamente à coisa em causa, subjetivo ou
objetivo.
Antes do regime atual vigorava como 4º critério, o princípio da nacionalidade, que
deixou de ser critério de jurisdição.

REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Neste universo de artigos 70º a 84º. Normas com aplicabilidade geral. E aplicabilidade
especial. Normas que estabelecem a regra geral e aplicável. E normas especiais. As
gerais, casos em que estão em causa pessoas singulares. O outro plano, onde o réu, é
pessoa coletiva. Quando o réu, seja pessoa singular, a ação é proposta na comarca onde
o réu tem domicílio. Há casos, onde a sua aplicação for mais difícil. Em que o réu é um
incerto, ou se encontra ausente. O se o réu não tiver uma residência habitual. Nestes
casos, a regra geral, passa a não ser do domicílio do réu, mas sim do domicílio do autor.
O outro caso, respeita a situações em que o réu, tem domicílio em país estrangeiro. Se o
réu não tiver domicílio em Portugal, mas se encontrar em Portugal, a ação deve ser
proposta na comarca, onde ele se encontra. Se o réu não tiver nem domicílio em
Portugal e nem se encontrar em Portugal, o critério será do domicílio do autor. Se o
domicílio deste for no estrangeiro, o critério será do tribunal de Lisboa. Esta regra geral
resulta do Art.º 80º. Se estiver em causa, pessoas coletivas, há que distinguir entre
estado – a ação será proposta na comarca do lugar onde o autor tem domicílio – se o réu
for pessoa coletiva, mas não o estado, a ação deve ser proposta na comarca onde a Adm.
Principal tem sede.
A personalidade judiciária tem por base a personalidade jurídica. No caso de uma
pessoa coletiva, ela é a parte. Mas há situações, onde as pessoas coletivas têm sucursais.
Estes desmembramentos não têm personalidade jurídica. Em princípio não teriam
personalidade judiciária. Mas pode ser permitido. Se uma ação for atentada, num caso
em que elas podem ser parte, ação deve ser proposta no tribunal, onde está a sede desta
sucursal. [80º e 81º] Os princípios gerais são subsidiários em relação aos princípios
especiais. Se estiver em causa uma ação, em que se aplique estes princípios especiais,
esquece-se estes princípios gerais. Quando o legislador estabelece critérios gerais e
especiais, certo tipo de ações não seria adequado, aplicar critérios gerais. Como as ações
de divórcio. Proteção do réu, daí o seu domicílio como critério, na matéria de divórcio.
Neste tipo de ações de bens imóveis, qual o critério de competência estabelecido? O
tribunal em melhores condições para ajuizar sobre a ação, será aquele mais próximo do
bem imóvel. Por exemplo, situações de inspeção. Testemunhas. Regidos pela boa
administração.
Agora ações que exigem, o cumprimento de uma obrigação. Ou cumprimento de
indemnização por não cumprimento de obrigação. Fontes de obrigações.
Responsabilidade Civil Contratual e Responsabilidade Civil Extracontratual.
Quando está em causa o cumprimento de obrigação de fonte contratual. Aqui, o
legislador consagrou uma solução, mas depois, estabeleceu, se verificadas certas
condições, de acordo com o critério estabelecido ou com outro. O critério estabelecido é
o do domicílio do réu. Contudo, o legislador garantiu possibilidade de estabelecimento
da comarca, onde a obrigação devia ter ocorrido. [71º CPC, nº1]. Caso o autor se
encontre em situações de poder optar, e intenta a ação no lugar onde a obrigação devia
ter sido cumprida, falta agora estabelecer, onde a obrigação devia ter sido cumprida. Se
as partes estabelecerem lugar, tudo feito. Se não, têm de se optar por o critério de lugar
supletivo. Quando as partes não determinam esse lugar. [Artigo 774º CC].
Determinação da competência territorial no âmbito de procedimentos, que não são
processos principais, nos procedimentos cautelares [78, nº1].
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6 2022-11-15 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Resolução de hipóteses práticas em matéria de pressupostos processuais (personalidade judiciária e competência).

DANIEL É PORTUGUÊS E RESIDE EM COIMBRA. NO PASSADO VERÃO, DESLOCOU-SE A ESPANHA, POR


RAZÕES DE ORDEM PROFISSIONAL , TENDO CELEBRADO COM A SOCIEDADE , TINTAS & T INTEIROS , UM
CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE MATERIAL DE ESCRITÓRIO . T ENDO CONVENCIONADO AS PARTES QUE,
SERIA ENTREGUE EM C OIMBRA , DUAS SEMANAS DEPOIS , MAS QUE O PREÇO SERIA PAGO DE IMEDIATO .

REGRESSADO A PORTUGAL , DANIEL AGUARDOU, PELA RECEÇÃO DA MERCADORIA , MAS ATÉ AO


MOMENTO , ESTA NÃO CHEGOU . D ANIEL SOUBE , ENTRETANTO , QUE ESSA SOCIEDADE TEM UMA SUCURSAL
NO P ORTO, E CONSULTA -O NA QUALIDADE DE ADVOGADO , PRETENDENDO SABER SE PODE INTENTAR
UMA AÇÃO CONTRA ESTA SUCURSAL , COM O INTUITO DE VER CUMPRIDO O DEVER DE ENTREGA DOS
BENS .

EM QUE SENTIDO ACONSELHARIA DANIEL?


Pressupostos processuais são condições que têm de ser verificadas para que o tribunal
possa conhecer o mérito da causa. Avalia em dois níveis. Avalia se e5stão reunidas as
condições formais, para conhecer o conteúdo. Para decidir se o autor tem ou não tem
razão em relação à causa que formula. Depois, ou conclui que não se encontram os
pressupostos processuais. Neste caso, caso estes não sejam sanáveis, o réu é absolvido
da instância. Podendo ser o pedido também remetido para outro tribunal de segunda
instância. Caso seja possível sanar a ausência de pressuposto processual, conhece o
mérito da causa, declarando se a causa deve proceder ou não proceder. Os pressupostos
processuais são a porta de acesso para o mérito. As condições são o caminho para o
ganho da causa pelo autor. Primeiro, o autor tem de reunir os pressupostos processuais,
para o reconhecimento do mérito. Para ver o vencimento da pretensão é necessário a
verificação das condições da ação. Caso julgador formal ou material, dependendo da
questão. Imaginemos que o valor em causa são 30 000 euros. Intenta esta ação sem
acompanhamento de advogados. Tendo a ação o valor de 30 000 euros, o
acompanhamento de advogado é obrigatório. É um pressuposto processual neste caso. A
primeira coisa a apreciar, é se estão reunidas as condições processuais. Não estão.
Obviamente, neste caso, absolvemos o réu a quem foi intentado a instância.
Agora admitimos, o mesmo caso, mas o autor se faz acompanhar de advogado.
Reunidas as condições processuais. Neste caso, o autor necessita também que o tribunal
condene o réu. Têm de estar reunidas as condições da ação. Para ele poder exigir aquele
pagamento, ele tem de demonstrar que o direito de crédito surgiu. Se B, demonstrar que
pagou o preço, já não estão verificadas as condições da ação. Neste caso, o réu é
absolvido da instância.
Casos, onde apesar de não verificados determinados pressupostos processuais, ainda é
reconhecido o mérito da questão.
Três categorias de pressupostos processuais. Os relativos às partes; relativos ao tribunal;
relativos ao objeto da causa.

RELATIVOS ÀS PARTES – personalidade judiciária; capacidade judiciária;


legitimidade e patrocínio judiciário.
RELATIVOS AO TRIBUNAL – competência internacional ou jurisdição e
competência interna.
RELATIVOS AO OBJETO DA CAUSA – o interesse processual.
Personalidade judiciária é a capacidade de uma pessoa ser parte de um processo. Quem
é que tem personalidade judiciária? Quem tem personalidade jurídica. *em regra*. Igual
a capacidade de gozo de direitos. Suscetibilidade de ser titular de direitos e deveres.
Personalidade jurídica, adquirida após nascimento. Terminada na morte. [11º, nº2].
Certas situações em que um ente não é sujeito de direito, não tem personalidade
jurídica, ele possa ser autor ou réu, tendo personalidade judiciária. O alargamento a
estes casos, vão consubstanciar a extensão da personalidade judiciária. A personalidade
jurídica é a base da personalidade judiciária. Mas porque há personalidade judiciária
para além da personalidade jurídica, não é a sua medida.
Heranças jacentes. Património autónomo. Só responde pelas suas próprias dívidas. Não
serve para satisfazer dívidas de terceiros. Também no sentido de que, por estas dívidas
só responde a herança. A herança, até ser aceite pelos sujeitos jurídicos, cessa quaisquer
relações jurídicas. O património, passa assim a ser ligada a outra pessoa jurídica.
Quando se realiza esta sucessão, a herança não está jacente. Pode acontecer que cesse a
primeira personalidade jurídica, e não haja logo quem aceite a herança. Enquanto a
herança fique “à espera” de um sujeito, diz-se jacente. [12º a)]. Comissões especiais,
como outro exemplo. Sociedades comerciais. Quando é que adquirem personalidade
jurídica? Após o registo. Entre o momento da sua constituição e o momento de registo,
estas sociedades podem realizar obrigações. O legislador estendeu personalidade
judiciária para este momento.
No âmbito do direito das coisas vigor o princípio da unicidade dos direitos reais. O que
é que isso significa? Por força da unicidade, o direito real, recai sobre a totalidade do
bem. Regime da propriedade horizontal, permitindo criar coisas jurídicas autónomas,
dentro da mesma coisa jurídica.
Sucursais. Prolongamento físico de uma sociedade. Atuam em benefício da pessoa
coletiva. Posso atribuir personalidade judiciária à sucursal, apesar da pessoa coletiva ser
aquela com personalidade jurídica? Sim, faz sentido. Em dois casos. Quanto a factos por
si praticados. Segunda hipótese, em que a sede de situa no estrangeiro, e a sucursal, em
Portugal. O facto ter sido praticado pela administração principal, com um português, ou
o facto ter sido praticado com um estrangeiro, com domicílio em Portugal. [13º]. Nos
casos em que não se verifique nenhuma destas hipóteses, a sucursal não tem
personalidade jurídica, logo não tem personalidade judiciária. A administração pode
incorrer no processo, substituindo a sucursal, sem personalidade jurídica, sanando-se
assim a inexistência deste pressuposto processual.
Aula Data Hora de Início Duração Docentes

7 2022-11-22 14:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Sumário Não inserido


NÃO HOUVE AULA
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8 2022-11-29 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Resolução de casos práticos em matéria de procedimentos cautelares (personalidade judiciária, legitimidade e patrocínio judiciár
[CASO PRÁTICO]
Carlos é proprietário de um apartamento integrado num prédio constituído em
propriedade comunal, em Braga. Visto que Carlos não procedeu ao cuidado do
condomínio nos últimos semestres, este condomínio intentou contra Carlos uma ação
declarativa condenatória em que intentou a condenação do réu ao pagamento de
montantes em causa.
Admitindo que é o juiz do processo, em que sentido se vai pronunciar relativamente à
regularidade da instância?
R: Tema em causa? Pressupostos Processuais. Condição preenchida para que se possa
reconhecer o mérito da causa. Pressupostos Relativos às Partes [Personalidade
Judiciária; Capacidade Judiciária e Patrocínio Judiciário] [Casos onde existe
extensão da personalidade jurídica, dispostos nos arts. 12º e 130º] Exemplo: Banco
com sede em Espanha, mas com sucursal em Coimbra. Sucursal sitiada em Coimbra
comprou material de escritório, mas não pagou. Poderá João intentar uma ação
declarativa condenatória, contra esta sucursal? Poderá esta sucursal ter personalidade
jurídica? Sim, ato praticado pela sucursal, logo passível de realização de personalidade
jurídica à mesma.
Agora vamos supor que está em causa um cidadão espanhol que vive em Coimbra, que
vende à Administração Principal material de escritório, e esta última não realiza o
pagamento exigido. Um caso diferente. Intentar a falta de pagamento por parte da AP,
contra a sucursal em Coimbra. Extensão da personalidade jurídica, por ação da AP,
contra o estrangeiro residente em Portugal.
Outra situação. Belmiro, português, vende material de escritório à Administração
Principal, que detém sucursal em Coimbra. Belmiro pode intentar ação declarativa
condenatória, contra a sucursal invés de intentar contra a Administração Principal?
Tem legitimidade processual ativa?
Outra hipótese. Imaginemos que o banco com sede em Espanha, sucursal em Coimbra,
mas quem vende material de escritório é um espanhol. Filipa, vem em trabalho para
Portugal, e pretende intentar uma ação declarativa condenatória, contra a
Administração Pública para que esta realize o pagamento exigido. Neste caso não existe
extensão legal da personalidade jurídica. Não tendo personalidade judiciária, o tribunal
não pode reconhecer o mérito da causa, devido à inexistência deste pressuposto
processual relativo à pessoa [Personalidade Judiciária]. Como regra geral, o réu é
absolvido da instância. Se a ação for erroneamente intentada, mas o processado for
substituído pela sociedade, esta última ocupa o lugar do processado, segundo o art. 19º
do CPC. Por regra, de qualquer forma, o processo, ou as insuficiências a este ligado, são
insanáveis.
Voltando ao caso prático em causa, tem o condomínio personalidade jurídica? Preenche
este pressuposto processual inicial, relativo à pessoa? Não. Um condomínio não tem
personalidade jurídica. Nem singular, nem coletiva. É possível colmatar esta
insuficiência através da extensão legal da personalidade jurídica? Segundo o art. 12º c)?
A doutrina diverge neste caso. REMÉDIO MARQUES, entende que a extensão legal da
personalidade judiciária só vale para diretamente para o condomínio e para as ações dos
proprietários. Outra parte da doutrina afirma que a extensão legal vale para qualquer
ação dos proprietários. No nosso caso está em causa uma ação de exclusão direta entre
o condomínio e os condomónios, logo existe personalidade jurídica.
Outro caso prático…
ALBERTO E BEATRIZ EM 2012, SOB O REGIME DE COMUNHÃO GERAL. DOIS MESES DEPOIS DO
CELEBRADO O CASAMENTO , ADQUIRIRAM UM APARTAMENTO NO P ORTO, ONDE INSTALARAM FAMÍLIA E
ONDE HABITAM DESDE ENTÃO . E M 2020, CONTUDO , C ARLA INTENTA CONTRA UM DOS CÔNJUGES , UMA
AÇÃO DE REIVINDICAÇÃO , EM QUE INVOCAVA SER A PROPRIETÁRIA DO APARTAMENTO EM CAUSA E
REQUER A CONDENAÇÃO NA ENTREGA DO IMÓVEL DEVOLUTO DE POSSES E BENS . SABENDO QUE O
PRÉDIO TEM UM VALOR DE 70 000 EUROS E QUE CARLA INTENTOU A AÇÃO DESACOMPANHADO DE
ADVOGADO , PRONUNCIE -SE QUANTO À REGULARIDADE DA INSTÂNCIA EM CAUSA .

Um aparte relativamente ao pressuposto processual do PATROCÍNIO JUDICIÁRIO,


patente no caso em questão. O patrocínio judiciário nem sempre é pressuposto
processual. Isto é, nem sempre a sua inexistência realiza o não reconhecimento do
mérito da causa por parte do tribunal. Falo de casos onde o patrocínio judiciário é de
cariz facultativo, onde, uma das partes não ser acompanhada de advogado não tem
consequências. Então um patrocínio judiciário facultativo. Contudo, existem casos onde
o patrocínio judiciário é obrigatório. São quatro hipóteses. Nos casos de valor superior
a 5000 euros; Casos onde o recurso é admissível independentemente do valor, mesmo
sendo o valor inferior à alçada, como exige recurso necessariamente, é preciso
patrocínio judiciário; sempre obrigatório em casos de recurso; sempre obrigatório,
quando a instância é intentada em tribunais que não são de 1º instância, como o
Supremo Tribunal ou o Tribunal de Relação. Outro aparte, sendo o patrocínio judiciário
obrigatório ou não, constituir-se advogado é um negócio jurídico de mandato. Mandante
e mandatário [arts. 43º a 48º] do CPC.
Agora vamos admitir uma ação em que o patrocínio é obrigatório. As partes podem
constituir como patrono os advogados. Isso não invalida que na ação, advogados
estagiários, solicitadores e as próprias partes possam fazer requerimentos desde que nos
mesmos não se levantem questões de direito. Quando o patrocínio não é obrigatório,
advogados estagiários, solicitadores ou a parte. Quando obrigatórios, ver art. 40º, nº2.
Quando não obrigatório, ver art. 42º.
Quais as consequências de não verificação deste pressuposto processual, quando o é?
Como sempre, absolvição do réu da instância.
Outra hipótese. A intenta uma ação contra B. Uma ação que preenche os quatro critérios
que impossibilitam a facultatividade do patrocínio judiciário [art. 40º, nº2][acima de
5000 euros; alçada indiferente com possibilidade de recurso; toda a ação que exija
recurso; intentada num tribunal de 2ª instância]. Quem não tem advogado é o réu neste
caso. Logo, o juiz dá um prazo a este para constituir advogado. Sem pressuposto
processual. Este prazo prescreve. O réu, apresenta defesa, mas o tribunal trata esta
mesma defesa como se a mesma nunca tivesse ocorrido. Obviamente, sem defesa, a
probabilidade de o réu ser condenado é sempre maior. [art. 41º do CPC c/ remissão para
o 40º, nº1 c/ remissão para o 41º].
No caso em questão, a falta de patrocínio judiciário, ou de advogado é imputável ator de
legitimidade passiva. Constituição obrigatória de patrocínio judiciário? Sim, acima de
5000 euros [art. 40º, nº1 a)] Tribunal de 1º Instância. Prazo para constituir advogado.
Absolvição do réu da instância.
Apenas um dos cônjuges foi intentado. Regime da Comunhão Geral dos Bens. Ambos
os cônjuges têm de ser chamados à instância. Tema da LEGITIMIDADE PLURAL
DAS PARTES. Pressuposto processual em causa. Assegurar as partes certas. Exatas.
Por vezes é necessário que num dos lados ou em ambos este já não mais do que uma
pessoa respeitante a legitimidade plural.
LITIS CONSORCIO e COLIGAÇÃO. Critérios de distinção. No litis consorcio o
que une as pessoas é o próprio direito. Na coligação são critérios de vida. No litis
consorcio não é necessário depender do autor [voluntário] ou necessário. O que pode
tornar o litis consorcio necessário: por imposição legal; por convenção das partes; ou
devido à própria natureza da ação se torna indispensável. Consequências de falta de litis
consorcio necessário, ver art. 33º, nº1 e nº2.

Aula Data Hora de Início Duração Docentes

9 2022-12-06 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Resolução de casos práticos em matéria de pressupostos processuais e procedimentos cautelares.


[FALTA DE APONTAMENTOS]
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10 2022-12-13 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Sumário Não inserido


[NÃO HOUVE AULA]
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11 2022-12-20 16:15 2h Lucinda Maria Duarte Dias Silva

Sumário Não inserido

Regime do embargo. [397º] Judicial e extrajudicial. O requerente pode pedir que a parte
constituída depois do embargo seja destituída. O tribunal decide se há desrespeito pela
providencia cautelar. Se sim, condena o requerido, se este não acatar a ordem, irá
execução. Terceiro que procede à destruição. Atividade executiva. Neste procedimento
cautelar existe uma ação executiva. Nos próprios atos do procedimento cautelar [402º].
Se há algo que caracteriza as medidas cautelares é o facto de serem transitórias. Visam
acautelar a utilidade da decisão final principal. A partir do momento que essa decisão
surja é esta que produz efeitos, caducando a providência cautelar. Quer o juiz principal
concorde ou não com a decisão proferida por um juiz na providencia cautelar. Na
relação entre providência e decisão principal, existe uma relação de não influência. Não
influência o juiz na decisão do caso principal. Os elementos com base nos quais o
tribunal decide a providência cautelar são diferentes daqueles que baseiam a decisão do
tribunal no caso principal. [364º] a não coincidência entre decisão principal e
providência cautelar. A pergunta do autor não é só no sentido de saber se pode ou não
haver uma providência. Pode se realizar uma decisão definitiva de forma mais célere.
As providências são transitórias. Caducam. Pode haver uma decisão definitiva mais
rápida que o normal? Diferimento contraditório é diferente do adiamento do
contencioso. No primeiro é diferido, para um momento posterior. Através do
diferimento, pretende-se que o requerido seja ouvido depois do momento em que
normalmente é. Tem a ver com a tramitação. Com o momento de audição do pedido. O
contencioso, o legislador percebeu que apesar de normalmente as decisões cautelares
serem transitórias, existem situações onde não se justifica essa transitoriedade. O juiz
pode perceber que através dos elementos obtidos na providência cautelar, tem o
suficiente para decidir de forma definitiva, como se tratasse de uma decisão principal.
Quando estas situações se verificam, não é necessária uma providência cautelar
transitória, visto que o juiz já tem todos os elementos para decidir de forma definitiva.
Quanto à inversão do contencioso, três aspetos a reter. Primeiro, a sua razão de ser;
depois perceber quais são os requisitos para ver a inversão se pode verificar; em que
procedimentos cautelares é que pode haver inversão do contencioso. [369º]. Necessário
que o requerente faça esse pedido; a matéria adquirida, facto e prova, o tribunal tem de
poder concluir, ter uma convicção segura quanto ao direito, para realizar uma decisão
imediata e definitiva; a providência tem de ser apta e suscetível de pôr termo ao litígio.
[369º para 366º, nº4]. O tribunal profere uma decisão definitiva condicional. O
requerido não tem de ficar vinculado a esta decisão. O requerido pode reverter essa
decisão, intentando ele a decisão principal. Daí uma inversão do contencioso, onde o
ónus de intentar a ação principal. No âmbito dos procedimentos cautelares, em regra, é
o autor que solicita uma medida cautelar. E mesmo que o tribunal a conceda, visto que é
uma decisão transitória, é ele que tem o ónus de intentar a ação principal. No
contencioso, esta decisão se realiza definitiva se o requerido nada fizer.
[CASO PRÁTICO]
Direito de propriedade ofendido por uma obra. Dois requisitos verificados. Causa
prejuízo também. Quarto requisito. Alberto podia requerer uma providência cautelar.
Pedir um embargo diretamente ao tribunal ou de forma imediata. O tribunal se formar
convicção segura quanto à existência do direito, pode realizar uma providência cautelar
definitiva e imediata, procedendo à destruição da obra. Se o tribunal proferir uma
decisão definitiva, será essa que regulará o litígio, excetuando reação por parte do
requerido, se este intentar a ação principal.
Carlos proprietário de 6 computadores portáteis, com o valor unitário de 6000 euros.
Carlos reside em Coimbra, e na sequência de pedido dirigido a Daniel, emprestou a este,
a título gratuito, os referidos bens, no período de 1 mês, para que este os utilizasse no
âmbito de um evento que ia organizar e que requeria a mobilização de vários meios
informáticos.
Decorrido esse período, porém, Daniel não procedeu à entrega dos referidos
computadores a Carlos.
a) O tipo de atividade jurisdicional a desenvolver;
b) O caráter obrigatório ou não do recurso a determinado tipo de tribunal;
c) A tramitação a observar no âmbito do tribunal em
que se requeira tutela jurídica.
Carlos, realiza um pedido condenatório. Num tribunal judicial ou julgado de paz em
Coimbra. Os julgados de paz são tribunais do estado. Não são judiciais. Nos julgados de
paz, a par da figura do juiz de paz, existe a figura do mediador, que realiza a mediação.
[33º a 36º da Lei 78/2001]. Tramitação mais simples, célere. Menos formal. Nos
tribunais judiciais, para que o autor dê início à ação, é necessário um procedimento
escrito com o nome de petição inicial. Critérios de competência. Três. Objeto. Nos
julgados de paz o processo que dá início à causa pode ser oral. Verbalmente ou por
escrito. Por causa desta celeridade, este procedimento oral deve ser apresentado no
prazo de 10 dias. Há casos, onde formulando o autor um pedido contra o réu, este
último pode reconvir, apresentando um pedido contra o próprio autor. Por regra ela não
é admitida no âmbito dos julgados de paz [41º]. Outra demonstração da celeridade, é a
não possibilidade de adiar o julgamento por uma das partes, num período superior a 10
dias. Nem mais do que um adiamento, por acordo das partes. Por outro lado, nos
tribunais judiciais, o número máximo de testemunhas é 10. Nos julgados de paz 5.
Prova […] necessita a designação de um perito, para que a ação possa ser bem decidida.
Se for requerida a prova pericial, se o juiz entender que isto for um pedido dilatório,
para prolongar a morosidade do processo. Se o juiz entender que a prova pericial, é
necessária, manda o processo para o tribunal judicial competente. É proferida sentença,
aqui a sentença é notificada às partes antes da audiência terminar. Apesar desta menor
formalidade, o valor das sentenças é o mesmo daquele proferido por uma sentença do
tribunal judicial. pode acontecer que as partes ou alguma das partes não concorde com o
conteúdo da decisão [72º]. Nos julgados de paz só podem dar entrada ações até 15 000
euros. Aquelas com valor até 2500, não podem ser alvo de recurso. Ações com valor
superior à alçada podem ser alvo de recurso.
Passa o primeiro critério, do [Objeto.] Ações declarativas. Segundo critério, do valor da
ação. 6000 euros no caso. Passa este critério. [Valor Máximo] de 15 000 euros.
[Matéria]Art. 9º, b) entrega de bens móveis. Daniel podia interpor recurso, visto que o
valor da ação [6000 euros] é superior ao valor de metade da alçada [2500 euros].
Qualquer cidadão pode optar por julgado de paz ou judicial se existir matéria
competente aos dois.
Elvira celebrou com Fernanda um contrato de empreitada de um complexo imobiliário,
sitiado em Coimbra. Entre as cláusulas do contrato, as partes fizeram constar uma, nos
termos da qual em caso de litígio, este deveria ser resolvido mediante recurso à
arbitragem.
Pronuncie-se relativamente à natureza da cláusula em apreço, à sua validade, bem como
à tramitação processual a observar, caso uma ação, venha a ser proposta. Nº5 do Art. 2º,
que institui um regime interessante. O legislador considera que a forma escrita tem por
observado, quando entregue a tribunal judicial, se uma das partes invocar arbitragem, e
a outra parte não contestar, esse silêncio é tomado como consentimento. Quando as
partes celebram uma convenção de arbitragem, se der início a uma ação arbitral, não
tem impacto apenas em sede de arbitragem, mas também a nível dos tribunais judiciais.
A celebração de uma convenção de arbitragem tem um efeito negativo no que diz
respeito â convenção dos tribunais arbitrais, mas para realizar a mesma, a convenção de
arbitragem tem de ser invocada. Incompetência absoluta e relativa [101º] [102º e 108º]
Competência absoluta [96º, d)] se erradamente levar o caso para um tribunal de
arbitragem. O legislador adotou um regime no qual apesar de ser incompetência
absoluta, o tribunal se considera incompetente apenas por requerimento do autor. Logo
uma incompetência não oficiosa, o que é regra. Remissão do Art. 5º, nº1 da Lei da
Arbitragem para o Art. 96º, b) CPC, 97º, nº1. Princípio do contraditório. Notificação.
Capacidade de audiência do requerido, também existe relativamente à arbitragem. O
princípio do contraditório assume presença ao longo de todo o processo. Para o
legislador é imperioso para que o princípio do contraditório se reveja ao longo de todo o
processo. Também na convenção da arbitragem. Uma que estipule o oposto, a mesma
será nula. Também é necessária a existência do princípio da igualdade. Na arbitragem, o
processo se inicia quando o mandado recebe o pedido de arbitragem. O direito de
recorrer não se confunde com o direito de impugnar. De requerer a anulação da sentença
arbitral.
CASO. Cláusula compromissória. A convenção da arbitragem é um contrato dentro
deste contrato entre Elvira e Fernanda. Se as partes previram uma tramitação processual,
para que essa previsão seja válida é necessário que não se incorra na violação do
princípio do contraditório e da igualdade. Em relação à matéria, em causa uma causa
patrimonial. Se Elvira levasse o caso para um tribunal arbitral incompetente, esta seria
absoluta, se o requerido reagisse. incompetência absoluta não oficiosa, só reconhecida
pelo tribunal se reação do arguido, e anulação do litígio.
DIA 20.01.2022. SALA DE DPCI P1
DIA 20.01.2022 11H30M AULA DPCI P1

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