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Trabalho Direito processual Penal II

PRISÃO PREVENTIVA E A BUSCA POR UM “DNA”


DE INTOLERABILIDADE

O tema "Prisão Preventiva e a Busca por um 'DNA' de Intolerabilidade" aborda de maneira


aprofundada a análise justificativa da prisão preventiva no contexto legal. Neste contexto, a
prisão preventiva é uma medida cautelar essencial que visa equilibrar a garantia do devido
processo legal com a necessidade de preservar a ordem pública, instrução criminal e aplicação
da lei penal.
O conceito de "DNA" de intolerabilidade sugere uma análise minuciosa e específica na
identificação de elementos que de maneira clara e robusta demonstrem a necessidade imperativa
da prisão preventiva. Esta abordagem envolve a consideração detalhada da gravidade do crime,
risco de fuga do acusado, potencial interferência nas investigações e ameaça à ordem pública.

Portanto, a busca por um "DNA" de intolerabilidade destaca a importância de uma análise


criteriosa e fundamentada para justificar a prisão preventiva, respeitando os princípios legais e
constitucionais. Este enfoque assegura que a decisão de adotar uma medida tão excepcional
como a prisão preventiva seja respaldada por evidências sólidas, contribuindo para a equidade e
justiça no sistema legal.
A prisão preventiva visa assegurar a eficácia do processo penal, enquanto a prisão penal executa
uma pena após condenação. Ambas têm propósitos distintos, sendo crucial considerar cada uma
de forma sensível às circunstâncias do caso, promovendo equidade e respeitando os direitos
individuais.
As garantias no âmbito penal têm uma contribuição fundamental na proteção dos direitos
individuais e na promoção da justiça. Essas garantias incluem a presunção de inocência, o
devido processo legal, o habeas corpus, direito à privacidade, não autoincriminação, assistência
jurídica adequada, proibição de tortura, duplo grau de jurisdição e o princípio da legalidade. Em
conjunto, essas garantias atuam para prevenir abusos, assegurar um julgamento justo e proteger
a dignidade e liberdade dos indivíduos no sistema penal. O primeiro modelo teórico aborda a
prisão preventiva de forma autoritária, usando linguagem bélica e vendo-a como uma
ferramenta da política criminal. Sob a perspectiva do realismo jurídico, critica a falta de respeito
às formas e questiona conceitos abertos como periculosidade do sujeito e gravidade do fato.
Destaca o aumento do papel ativo do juiz, argumentando que quem é detido é considerado
perigoso e culpado de algo sério, justificando assim sua permanência na prisão.
No segundo modelo teórico, a prisão preventiva é tratada de forma generalista, sendo
considerada uma medida cautelar comum no direito processual penal. Essa abordagem
simplificada deixa de incorporar contribuições importantes de áreas como criminologia, visão
econômica e pensamento crítico no processo penal, que baseiam suas análises na teoria geral do
processo.
O terceiro modelo propõe limites constitucionais à prisão preventiva, com foco em restrições
temporais, objetivos específicos, revisões regulares e requisitos mais claros. Busca uma
reestruturação do processo penal, retornando às bases teóricas e históricas da legislação
brasileira, considerando influências estrangeiras. Essa perspectiva está alinhada aos princípios
humanitários internacionais.
No quarto modelo, ocorre uma deslegitimação do uso da prisão preventiva, seguindo uma visão
constitucional do processo penal. Nesse contexto, o indivíduo tem o direito de se manifestar em
juízo antes de qualquer ato de encarceramento, proibindo o aprisionamento prévio ao processo.
Destaca-se a presunção de inocência como fundamental, alcançando seu ponto máximo de
aplicabilidade. Há uma ambivalência entre o direito ao julgamento e a oposição ao uso da prisão
preventiva, conforme observado por Alberto Binder.
No quinto modelo, o direito ao julgamento é reconhecido como primordial na estruturação do
processo penal, não considerando a prisão preventiva como uma ferramenta processual legítima
devido à falta de respaldo constitucional. Seu uso é visto como uma afronta à Constituição e
conflitante com os princípios dos Pactos Internacionais sobre Direitos Humanos. Propõe a
criação de padrões de intolerabilidade da prisão preventiva, permitindo seu uso apenas em casos
extremos, com duração previamente determinada e revisão periódica da necessidade de
manutenção.
A discussão acerca da prisão preventiva evidencia a necessidade de equilibrar a preservação da
ordem pública com o respeito aos direitos individuais, exigindo uma abordagem cuidadosa e
fundamentada no sistema judicial.

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