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RESUMÃO DE TAQUIARRITMIAS DE QRS LARGO


PROFA. ROSÁLIA MORAIS TORRES
COM A COLABORAÇÃO DOS MONITORES FLÁVIA BRAZÕES E LEONARDO ANTUNES MESQUITA
GENERALIDADES
1- Dissociação atrioventricular (DAV): Evidência de ondas P independentes durante o episódio da taquicardia.
Normalmente, P-P é regular, com P-P < R-R. São vistas como deflexões irregulares que aparecem dentro do QRS, no
segmento ST ou sobre a onda T.
2- Batimento de fusão: Complexo QRS com forma e duração intermediárias (entre o complexo de origem e o
originário da taquicardia). Geralmente, identifica-se onda P precedendo esse batimento.
3- Fenômeno de captura: Quando o ritmo da taquicardia é interrompido por um impulso de origem supraventricular
que se conduz ao ventrículo (complexo QRS de morfologia normal ou até aberrante diferente do complexo da
taquicardia precedido de onda P).

ATENÇÃO:
BATIMENTO DE FUSÃO E FENÔMENO DE CAPTURA SÃO CONSIDERADOS MANIFESTAÇÕES DE DAV.

TAQUICARDIAS VENTRICULARES
1- 3 ou mais extra-sístoles ventriculares consecutivas, com FC > 120bpm. QRS com duração maior que 120ms.
2- Classificação:

De acordo com sua De acordo com sua De acordo com sua De acordo com a
morfologia duração apresentação clínica
Não sustentada (cede
Formas esporádicas Com instabilidade
Monomorfa espontaneamente em 30
(paroxísticas) hemodinâmica
segundos)
Sustentada (duração
Formas crônicas
maior que 30 segundos ou Sem instabilidade
Polimorfa recidivantes (não
com alteração hemodinâmica
paroxísticas)
hemodinâmica.)
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TAQUICARDIA VENTRICULAR NÃO PAROXÍSTICA OU RITMO IDIOVENTRICULAR ACELERADO (RIVA)


1- Complexos QRS com característica ventricular, com padrão de BRE.
2- Frequência entre 50 e 110 bpm, raramente acima de 100 bpm.
3- Ondas P imperceptíveis, ocultas no QRS.
4- Batimentos de fusão precedem e desencadeiam a arritmia.
5- Observada na fase de reperfusão do miocárdio isquêmico (espontaneamente ou após trombólise), na fase aguda
do infarto e na intoxicação digitálica.
6- Geralmente é benigna, a menos que seja produzida por intoxicação digitálica.
7- Como arritmia ventricular não maligna, não compromete o quadro hemodinâmico e não piora o prognóstico.

TORSADES DE POINTES (“MUDANÇA DE PONTOS”)


1- Taquicardia com QRS largo, polimórfica, autolimitada, com QRS “girando” em torno da linha de base.
2- Quando em ritmo sinusal, o paciente mostra iQT aumentado, podendo também encontrar onda U proeminente.
3- Geralmente, não é uma arritmia sustentada, mas pode se tornar recorrente e até degenerar em fibrilação
ventricular se não for removida a causa subjacente.

FLUTTER VENTRICULAR
1- Frequência ventricular muito elevada, entre 180-300bpm, em geral próximo de 300 bpm.
2- Ritmo, em geral, irregular.
3- Inexistência de onda P.
4- QRS/T fundidos em uma única onda larga e monomórfica, a onda sinusoidal (onda F).
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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
1- O ritmo é totalmente irregular, sem onda P.
2- Os complexos QRS são irregulares, largos, aberrantes, serpiginosos, diferentes entre si, de amplitude e morfologia
variáveis, não sendo possível identificação de qualquer elemento.
3- Frequência em torno de 500 bpm.
4- Clinicamente, corresponde à parada cardiorrespiratória.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Diferenciação entre taquicardia ventricular (TV) e taquicardia supraventricular (TSV) com condução aberrante

ALGORITMO DE BRUGADA

Ausência de RS nas precordiais

SIM S = 21% E = 100%


TV
NÃO

RS > 100 ms nas precordiais

SIM S = 66% E = 98%


TV
NÃO

Dissociação atrioventricular

SIM S = 82% E = 98%


TV
NÃO

Critérios morfológicos para TV


presentes em V1-V2 e V6

SIM S = 99% E = 97%


TV
NÃO
S = 97% E = 99%

TSV COM ABERRÂNCIA DE CONDUÇÃO


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CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS

MORFOLOGIA DERIVAÇÃO SUGERE

V1
TAQUICARDIA
VENTRICULAR

V6

V1
TAQUICARDIA
SUPRAVENTRICULAR
COM ABERRÂNCIA DE
CONDUÇÃO
V6

OBSERVAÇÕES
1- Se todos os complexos têm a mesma polaridade (negativa ou positiva) em V1: altamente específico para TV
2- Se não houver complexos RS nas derivações precordiais (somente R ou QS) o diagnóstico será de TV
3- Caso exista um RS, deve-se medir o tempo de ativação entre o início do QRS e o ponto mais negativo da onda S. Se
maior que 70 ms, alta probabilidade de TV; se maior que 100 ms, o diagnóstico de TV é mandatório.
4- Complexos QRS com duração superior a 0,14 s ou 0,16 s: indica TV, pois dificilmente uma ESV aberrante produz
esse grau de alargamento do QRS.
5- Presença de batimentos de fusão: é característico, mas não patognomônico de TV.

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