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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

História da Educação Física

Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobrevi-
ver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais
desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.

CHINA - Como Educação Física as origens mais remotas da história falam de 3000 A. C. lá na China.
Um certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava os exercícios
físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro.

ÍNDIA - No começo do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos como uma doutrina por
causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram indispensá-
veis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda, atribuía aos exercícios o caminho da
energia física, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema felici-
dade do Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento).

O Yoga, tem suas origens na mesma época retratando os exercícios ginásticos no livro "Yajur Veda"
que além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras massoterápicas e técnicas de res-
pirar.

JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações sempre esbarra na importância dada à Edu-
cação Física, quase sempre ligados aos fundamentos médicos-higiênicos, fisiológicos, morais, religio-
sos e guerreiros. A civilização japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à posição geo-
gráfica além das práticas guerreiras feudais: os samurais.

EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios Gímmicos revelados nas pinturas das
paredes das tumbas.

A ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio,
força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais como
tronco de árvores, pesos e lanças.

GRÉCIA - Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a
grega através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e
muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e
alma através das atividades corporais e da música. "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na
ginástica dá saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou
mente.

Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo entre
outros, são uma herança grega. As atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando
os estádios destinados a isso.

ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a invasão cultural grega nos romanos
que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era destinada às práticas milita-
res. A célebre frase "Mens Sana in Corpore Sano" de Juvenal vem desse período romano.

IDADE MÉDIA - A queda do império romano também foi muito negativo para a Educação Física, prin-
cipalmente com a ascensão do cristianismo que perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo
era um verdadeiro pecado sendo também chamado por alguns autores, de "Idade das Trevas".

A RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da Renas-
cença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do
corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci
(1452-1519), responsável pela criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo humano.

Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como por exemplo a
de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475 - 1564). Considerada tão perfeita que os mús-
culos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a
obra clássica "De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).

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A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466)
que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo programático incluía os exercícios
físicos.

ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no campo social chamado de iluminismo sur-
gido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os alfarrá-
bios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau pro-
pôs a Educação Física como necessária à educação infantil. Segunde ele, pensar dependia extrair
energia do corpo em movimento.

Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na execução correta
dos exercícios.

IDADE CONTEMPORÂNEA - A influência na nossa ginástica localizada começa a se desenvolver na


Idade Contemporânea e quatro grandes escolas foram as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica,
a francesa, e a inglesa.

A alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como destaque Johann Cristoph Friederick
Guts Muths (1759-1839) considerado pai da ginástica pedagógica moderna.

A derrota dos alemães para Napoleão deu origem a outra ginástica. A turnkunst, criada por Friederick
Ludwig Jahn (1788-1825) cujo fundamento era a força. "Vive Quem é Forte", era seu lema e nada ti-
nha a ver com a escola. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando ori-
gem à Ginástica Olímpica.

A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spiess (1810-1858) introduzindo definitivamente a
Educação Física nas escolas alemãs, sendo inclusive um dos primeiros defensores da ginástica femi-
nina.

A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall (1777-1847) que fundou seu próprio
instituto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de professores de Educa-
ção Física (1808).

Por mais que um profissional de Educação Física seja desligado da história, pelo menos algum dia já
ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling
(1766-1839) foi o responsável por isso levando para a Suécia as idéias de Guts Muths após contato
com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para
a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica - base-
ada na pedagógica evitando também as doenças e a estética - preocupada com a graça do corpo.

Alguns fundamentos ideológicos de Ling valem até hoje tais como o desenvolvimento harmônico e
racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve imperar uma aula.
Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional.

Um dos seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz novamente o ritmo musical à ginástica e
cria os testes individuais e coletivos para verificação da performance.

A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amoros Y Onde-
ano (1770-1848).

Quando se fala em educação física, forma-se logo no pensamento a imagem de movimento ou loco-
moção. Logo, não se pode pensar em exercícios físicos sem primeiro atentar para a sua origem:
Os antropólogos e paleontólogos, pesquisando certos terrenos geológicos, descobriram que o ho-
mem apareceu entre o fim Plioceno e o começo do Pleistoceno.

A existência humana determina necessidades econômicas obrigaram o homem a locomover-se, de


uma região para outra, numa mesma época do ano, ou em épocas diferentes, iniciando, assim, in-
conscientemente o adestramento do corpo, melhorando, através de milhões de anos, o seu aspecto
físico para vencer melhor a luta pela vida, quer procurando os bens econômicos, quer defendendo-se
ou atacando, sem, no entanto, constituir-se uma preocupação diária, em virtude de ser uma prática
natural, do saltar, trepar, correr, lançar, nadar, aprimorando, consequentemente, as funções orgâni-

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cas. O elevado grau de desenvolvimento físico, decorrente do trabalho orgânico, agudeza dos senti-
dos de que eram dotados os povos selvagens, são provas irrefutáveis de que os exercícios físicos,
nasceram instintivamente com o homem, em razão de suas necessidades econômicas e biológicas.

A observação que se faz e a conclusão a que se chega, no recém-nascido, por onde, constata-se que
"o movimento é o seu gesto mais pronunciado". O instinto de mover o tronco e as extremidades pri-
meiramente arrastando-se, depois andando de gatinhas (quadruptação), logo depois andando, tre-
pando, correndo, saltando e, quando já adulto, sentindo-se forte, surge-lhe o instinto da luta, procu-
rando dominar os mais fracos, depois os de igualdade de condições e às vezes os mais fortes. Esses
movimentos e meios de locomoção, certamente, eram mais acentuados nos recém-nascidos primiti-
vos do que nos civilizados, os quais sofreram os influxos progressivos do regime e do meio que pas-
saram a viver.

Nessa altura compreende-se, pois, que a educação física teve origem com o ser vivo e sua racionali-
zação. Com o homem, quando compreendeu ser, o desenvolvimento da potência física, necessária à
sobrevivência, remontando a sua prática aos mais antigos povos orientais.

Educação física pelo homem primitivo: Surgiu, como já vimos, com o aparecimento do homem. Po-
rém, na pré-história, não se encontram indícios concretos de como foram praticados tais exercícios
pelo homem primitivo, além da imitação. Partindo, todavia, da Lei do Uso (Lamarck), segundo a qual
a utilização frequente dos diferentes órgãos, sistemas e aparelhos, em época e situações também di-
ferentes, de acordo com os estágios pelos quais passou o homem, desenvolveu-se e, ao mesmo
tempo, aperfeiçoou as funções determinando mudanças morfofuncionais; e do seu aforismo: "A fun-
ção cria o órgão" (Lamarck), conclui-se que, existindo a espécie animal, existe movimento e, portanto,
exercícios físicos, os quais, pela sua repetição, aperfeiçoam e desenvolvem os órgãos, sistemas e
aparelhos.

O homem primitivo: Deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, tre-
pando, nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de arremesso.

Pela repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava as funções edu-
cando-as gradativa e inconscientemente, segundo as leis naturais de criação (biológicas), confir-
mando pelo aforismo: "Natura non facit saltus" (Cuvier).

Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e pestalozzi, dividiu sua ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Mé-
dica e Cênica. Outro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congresso, cur-
sos (inclusive o Superior de Educação Física), regiu o Manual do Exército e também era adepto à gi-
nástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e motivadora.

O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr, nadar, trepar, saltar, empur-
rar, puxar e etc.

A nossa Educação Física, a brasileira teve grande influência na Ginástica Calistenia criada em 1829
na França por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854).

A escola inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold
(1795-1842) embora não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de Clias no trei-
namento militar.

A CALISTENIA - É por assim dizer, o verdadeiro marco do desenvolvimento da ginástica moderna


com fundamentos específicos e abrangentes destinada à população mais necessitada: os obesos, as
crianças, os sedentários, os idosos e também às mulheres.

Calistenia, segundo Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, vem do grego Kallos (belo), Sthenos
(força) e mais o sufixo "ia".

Com origem na ginástica sueca apresenta uma divisão de oito grupos de exercícios localizados asso-
ciando música ao ritmo dos exercícios que são feitos à mão livre usando pequenos acessórios para
fins corretivos, fisiológicos e pedagógicos.

Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de
Moços com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos que mais precisavam. Por isso

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mesmo, deveria ser uma ginástica simples, fundamentada na ciência e cativante. Em função disso o
Dr. Lewis era contra os métodos militares sob alegação que as mesmas desenvolviam somente a
parte superior do corpo e os esportes atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a
Calistenia foi introduzida nas escolas americanas.

No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada nas poucas academias pelos professores da A. C.
M. ganhando cada vez mais adeptos nos anos 70 sempre com inovações fundamentadas na ciência.
Sendo assim o Dr. Willian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a Calistenia em 8 grupos
diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, póstero inferior do tronco,
laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e escápulas, os saltitos e as corridas.

Nos anos 80 a ginástica aeróbica invadiu as academias do Rio de Janeiro e São Paulo abafando um
pouco a calistenia. Como na Educação Física sempre há evolução também em função dos erros e
acertos. Surge então, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida com fundamen-
tos teóricos dos métodos da musculação e o que ficou de bom da Calistenia. A ginástica aeróbica de
alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltitos em ritmos musicais quase aluci-
nantes. A musculação surgiu com uma roupagem nova ainda nos anos 70 para apagar o preconceito
que algumas pessoas tinham com relação ao Halterofilismo.

Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginástica localizada passa por uma fase ruim com alguns profes-
sores ministrando aleatoriamente, aulas sem fundamentos específicos com repetições exageradas,
fato que a ciência já reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum.

A Educação Física No Brasil

Os índios - No Brasil colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser
os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco e flecha. Nas
suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a
lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca,
a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os ín-
dios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.

Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para
os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos se-
nhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural,
os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração
veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do
mato onde entrincheiravam-se para treinar.

"Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros
animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições
descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à es-
cravidão.

Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Bar-
bosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da
Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 mi-
nutos.

Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas
organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho
Nacional de Desportos.

Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos,
mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de
alto rendimento.

Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à socie-
dade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais de-
ram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma
boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.

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Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifes-
tada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance.

A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete me-
diar e conduzir todo o processo.

Os passos da profissão:

1946 - Fundada a Federação Brasileira de Professores de Educação Física.

1950 a 1979 - Andou meio esquecida com poucos e infrutíferos movimentos.

1984 - Apresentado 1º projeto de lei visando a regulamentação da profissão.

1998 - Finalmente a 1º de setembro assinada a lei 9696 regulamentando a profissão com todos os
avanços sociais fruto de muitas discussões de base e segmentos interessados.

Processo Histórico, Social e Político de Educação Física

A Educação Física é vista hoje como agente de saúde, estética, melhoria da condição atlética, recu-
peração física, dentre outras funções, mas nem sempre se pensou assim.

Os relatos mais primórdios de atividades físicas vêm desde a época pré-histórica, quando já se per-
cebia uma preocupação pelo físico mais forte, porém, não com o intuito da beleza ou exercício e sim
de proteção. Desde então a Educação Física se adaptava às épocas e sociedades na medida em que
passava por mudanças e estágios, evoluindo a cada século para chegar à Educação Física que co-
nhecemos atualmente.

A evolução da Educação Física acontece gradativamente à evolução cultural dos povos, estando in-
terligada aos sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos das sociedades.

Porém, é necessário ressaltar que nem todos os povos atravessavam os mesmos estágios simultane-
amente. Enquanto o Egito dos Faraós já estava numa época Histórica, muito próximo dele, muitas ci-
vilizações viviam no maior primitivismo.

Ainda hoje, em pleno século XXI podemos encontrar aglomerados humanos que vivem em estado
selvagem, como algumas tribos isoladas na floresta da Amazônia, interior da África ou nos desertos
da Austrália. Estas tribos vivem na verdadeira idade da Pedra.

Evolução da Educação Física ao longo dos tempos

Desde a pré-história a Educação Física vem sendo influenciada pela sociedade. Nessa época as ati-
vidades físicas ficaram restritas a defender-se e atacar. A luta pela sobrevivência levou a movimentos
naturais. Para desenvolver estudos sobre a época, os pesquisadores se baseavam em todos os tipos
de objetos, como pedras trabalhadas ou rudimentares, fósseis de animais e de humanos, pinturas ru-
pestres, monumentos e, um pouco mais tarde, objetos e monumentos de bronze e ferro, câmaras
mortuárias, estradas, dentre outros.

Todos os exercícios físicos, qualquer que seja sua forma de realização, possuem suas raízes, de
forma hipotética ou verdadeira nas mais primitivas civilizações. Pode - se afirmar que todos os tipos
de exercícios físicos são provenientes de quatro grandes causas humanas: luta pela existência, ritos
e cultos, preparação guerreira e jogos e práticas atléticas.

O homem primitivo deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, subindo
em árvores, escalando penhascos, nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de arre-
messo. Assim o homem executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se
colocou de pé. Pela repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava as
funções, educando-as gradativa e inconscientemente.

Porém, todo esse contexto é algo natural e cotidiano. E, como Educação Física propriamente dita, os
primeiros registros tardaram a aparecer.

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Em cada sociedade, povo ou país a Educação Física apresentava focos diferentes de interesse e uti-
lização. Na China a Educação Física era praticada em caráter de guerra, além da finalidade terapêu-
tica e higiênica.

Na Índia, a Educação Física era vista como uma doutrina a ser seguida, de foco fisiológico e com in-
dispensáveis necessidades militares. Foi onde teve origem a Yoga e exercícios ginásticos aprofunda-
dos da medicina com técnicas de respiração e massoterapia. Buda atribuía aos exercícios o caminho
da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema feli-
cidade do Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento).

No Japão, a Educação Física possuía fundamentos médicos, higiênicos, filosóficos, morais, religiosos
e guerreiros. Os samurais são um exemplo de guerreiros feudais originados da pratica da Educação
Física no Japão. Já no Egito, os exercícios Gímnicos formaram a ginástica egípcia dotada de equilí-
brio, força, flexibilidade e resistência. A existência da ginástica egípcia foi revelada em pinturas nas
paredes de tumbas.

Mas foi na Grécia que encontramos a civilização antiga que mais contribuiu para a Educação Física.
Novamente é visível a ligação que a sociedade e sua cultura têm com a história da Educação Física.
Foi na Grécia que surgiram os grandes pensadores, que contribuíram com vários conceitos, até hoje
aceitos pela Educação Física e pela pedagogia. Grandes artistas, pensadores e filósofos como Mirón,
Sócrates, Hipócrates, Platão e Aristóteles criaram conceitos como o de equilíbrio entre corpo e espí-
rito ou mente, citados por Platão. Também nasceram na Grécia os termos halteres, atleta, ginástica,
pentatlo, entre outros.

Após a tomada militar da Grécia, Roma absorveu a cultura desta civilização, porém a Educação Fí-
sica se caracterizou pelo espírito prático e utilitário, tendo assim uma visão voltada para a preparação
dos soldados e da população para a guerra. Foi no período romano que surgiu a famosa frase “Mens
sana in Corpore Sano”.

A Idade Média foi marcada pelo impacto do Cristianismo, repleta de ascentismo. Mesmo com isso,
estudantes continuavam a seguir as teorias de Aristóteles, enriquecendo o patrimônio dos conheci-
mentos. Nesta época floresceu a arte gótica, surgiram as primeiras universidades, e com elas perso-
nalidades geniais como Santo Tomás de Aquino. Considerada como “a Idade das Trevas”, o culto ao
corpo era considerado pecado e com isso, houve uma grande decadência da Educação Física. Os
exercícios Físicos ficaram retidos em torneios muito sangrentos.

No Renascimento, a Educação Física deu um salto em busca do seu próprio conhecimento. O perí-
odo da renascença fez explodir novamente a cultura física. A admiração e dedicação pela beleza do
corpo, antes proibida, agora renasce com grandes artistas como Leonardo da Vinci (1432-1519). A
escultura de estátuas e a dissecação de cadáveres fizeram surgir a anatomia, grande passo para a
Educação Física e a Medicina. A introdução da Educação Física na escola, no mesmo nível das disci-
plinas tidas como intelectuais, se deve nesse período a Vittorino da Feltre (1378-1466) que, em 1423,
fundou a escola “La Casa Giocosa” onde o conteúdo programático incluía os exercícios físicos”. (PE-
REIRA; MOULIN, 2006, p. 19-20).

O Iluminismo na Inglaterra era contra o abuso do poder no campo social. Esse período trouxe novas
idéias e, como destaque nessa época, temos dois grandes nomes: Rousseau e Pestalozzi. Rousseau
propôs a Educação Física como necessária à educação física infantil, introduzida nas escolas. Pesta-
lozzi foi o primeiro educador a chamar a atenção para 2 (dois) elementos fundamentais na prática dos
exercícios, a posição e a execução perfeita, sem os quais os praticantes não conseguiriam os objeti-
vos visados.

O marco da idade contemporânea teve como principal tema o surgimento da ginástica localizada,
onde tiveram como responsáveis quatro grandes escolas: a alemã, a nórdica (escandinava), a fran-
cesa e a inglesa.

Deste período podemos citar grandes personalidades de destaque. Na escola alemã como pai da gi-
nástica pedagógica moderna Johann Cristoph Friederick Guts Muths, notável pedagogo. O fundador
e fomentador da ginástica sócio-patriótica foi Friedercik Ludwing Jahn, cujo fundamento era a força.
Seu lema era “vive quem é forte”. “Foi ele quem inventou a Barra fixa, as barras paralelas e o cavalo,
dando origem à Ginástica Olímpica”. (PEREIRA; MOULIN, 2006, p. 20).

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Já na Escola Escandinava ou Nórdica, o grande destaque foi o sueco Per Henrik Ling, que teve de
lutar com energia e tenacidade ao procurar estabelecer ramos científicos aos exercícios físicos, le-
vando para a Suécia as idéias de Guts Muths. A ginástica sueca foi o grande trampolim para tudo o
que se conhece como ginástica atualmente. Como nos descreve em sua obra PEREIRA e MOULIN
(2006, P. 21) “Per Henrick Ling (1766-1839) foi o responsável por isso, levando para a Suécia as
idéias de Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro
partes: a pedagogia – voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar – incluindo
o tiro e a esgrima, a médica – baseada na pedagogia, evitando também as doenças e visando ainda
a estética – preocupada com a graça do corpo”.

Na Escola Francesa temos como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amorós y On-
deano. Ele dividiu a ginástica em civil e industrial, militar, médica e cênica. O método conhecido como
ginástica natural teve um francês como seu defensor. Georges Herbert (1875-1957) defendia que a
Educação Física deveria preconizar os movimentos naturais do ser humano, ou seja: correr, trepar,
nadar, saltar, empurrar, puxar, dentre outros.

Já a Escola Inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes. Seu defensor era Thomas Arnold, quem
recriou os jogos olímpicos. A escola inglesa também teve uma enorme influência no treinamento mili-
tar.

Com a propagação das ideias pelo mundo destas quatro grandes escolas, a Educação Física passou
a ser mais estudada, organizada e reconhecida. Ela conquistou seu espaço, ganhou cunho científico
e tornou-se indispensável na vida das pessoas, desde as crianças menores até as pessoas mais ido-
sas.

É possível perceber que a Educação Física passou por profundas modificações, consequências de
todo o processo histórico e que, atualmente, ainda está em mutação, sendo que este processo conti-
nuará ocorrendo com o passar dos anos. Em tempos atrás, as mudanças ocorriam de forma mais
lenta. Hoje em dia, com a velocidade na transmissão de informações e com a facilidade ao acesso
aos novos estudos e publicações, acredita-se que as mudanças acontecerão de forma mais rápida e
mais abrangente.

Todos os processos de evolução estão interligados à história do mundo. É impossível separar histó-
ria, sociedade e política dos movimentos proporcionados pela classe defensora da Educação Física.
Esses aspectos – história, sociedade, política e os movimentos proporcionados pelos educadores físi-
cos - sustentam e formam a base do contexto atual da Educação Física Mundial.

A evolução da história da Educação Física passou por várias fases; algumas positivas e outras nega-
tivas. Estas fases construíram o conceito que a educação física possui atualmente, ocupando a posi-
ção de destaque que a mesma possui na sociedade. E as fases que virão, tornarão a prática da edu-
cação física, seja ela escolar ou não, mais profissional e mais difundida, com objetivos cada vez mais
definidos e específicos, pois com a regulamentação da profissão em 1998, o acesso à Educação Fí-
sica está sendo defendida e proporcionada em escala maior para toda a população, independente de
classe social, idade, condição física, cor, religião, opção sexual ou alguma deficiência física, motora
ou mental.

Educação física na Antiguidade

Mundo Egeu, Civilização Pré-Helênica

Bom se relacionando aos gregos e outros anteriores a 2000ªC., pouco se sabia até o século passado,
quando, em 1878, um comerciante cretense, Minos Kalokairinos, desenterrou estranhas antiguidades
ao sul de Heraclião (antiga Creta), a seguir, os arqueólogos Heinrich Schliemann, alemão 1822-1890,
Arthur Evans, inglês, (1851-1941), investigando, efetuaram escavações na Ásia Menor (Troia) e no
Peloponéso (Micenas, Pilos e Tirinto), encontrando vestígios de antiguissima civilização, que flore-
cera a uns 3000 a.C. Estudos efetuados posteriormente forneceram elementos que permitiram melhor
conhecimento da Grécia pré- histórica, revelando ao mundo ter existido a Civilização Egeana, até en-
tão ignorada, originária da Ilha de Creta, cujos habitantes eram chamados Kefti (insulanos ou maríti-
mos), que formaram a base da civilização egeia, precursora da grega.

As escassas informações, dessa civilização, passaram à história através de estranhos hieróglifos gra-
vados em monumentos, armas, ídolos, cerâmicas, joias, tabletes de argila etc., estes, descobertos

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nas ruínas de Cnossos, até hoje permanecem indecifráveis. A falta da escrita, as pinturas encontra-
das, não proporcionam dados expressivos a respeito dos costumes e instituições de Creta.

Sistema educativo

Os muros, recentemente desenterrados, mostraram que a cultura física era praticada com tal paixão,
sob o aspecto de exercícios de força e destreza, que chegaram a construir praças de jogos ou circo.
Pelos pictogramas e pinturas de cenas esportivas, encontradas, nos muros. Conclui-se que os creten-
ses praticavam diversos jogos (corrida a pé, saltos, touradas; danças, exercícios ginásticos; Pugi-
lismo, Boxe, lutas e gladiadores; jogos de xadrez e caça). A educação física era praticada, como se
pôde deduzir, sob os aspectos militar, esportivo, médico e rítmico.

Aspecto militar: Com este objetivo preparavam o exército para a guerra, sob o caráter guerreiro, em
toda sua amplitude, para desenvolver o sangue frio e a coragem, utilizando-se da luta de gladiado-
res entre homens, e entre homens e mulheres com os animais ferozes, tal qual foi mais tarde prati-
cado em Roma, e com o mesmo fim, isto é, de alegrar a aristocracia debochada e sedenta de cruel-
dade e prazer, e acostumar a ver matar.

Aspecto esportivo: Desenvolvia, individual e coletivamente, as qualidades guerreiras;

Caráter individual: Praticavam os esportes que desenvolviam as qualidades inatas do guerreiro, tais
como coragem, ousadia, resistência e confiança em si mesmo. Entre muitos exercícios salienta-se de
uma maneira especial:

a) Corridas a pé: As quais formavam a base dos exercícios de destreza e agilidade, com o objetivo de
aplicá-lo as corridas de touros.

b) Pugilismo: Constituído de uma espécie de Boxe, parecido com o box dos dias atuais, no qual era
permitido golpearem-se tanto com os pés como com os punhos, tal como no Pancrácio dos gregos,
ou o “catch_as_catch_can” dos americanos do norte. Muitos lutadores encontravam, a mais das ve-
zes, a morte no decorrer do combate. Os atletas, já nessa longinquá época, eram divididos em cate-
gorias, assim compreendidas: peso leve, que lutavam de mãos livres, podendo golpearem-se com os
pés; peso médio, que usavam capacetes, com penachos e luvas; peso pesado, que eram protegidos
com um capacete, máscara e luvas de couro acolchoadas, compridas e trançadas. Lutavam até que
um deles caísse exausto e o vencedor o pisasse triunfante.

c) Combate de gladiadores: Este combate, levado a efeito no próprio local do sacrifício ao culto a Mi-
notauro, em que se sacrificavam vítimas humanas (escravos ou prisioneiros), no qual o vencedor obti-
nha a liberdade e o vencido era sacrificado, costume esse encontrado na Grécia primitiva como he-
rança da civilização cretense e mais tarde, em Roma como herança da Grécia, quando a conquista-
ram.

d) Corridas de touros: Com o correr dos tempos, a luta de gladiadores tornou-se insípida e foi substi-
tuída pela corrida de touros dentro da arena, como parte integrante do culto sagrado ou touromá-
quico, em homenagem a divindade touro-homem, em que a vítima em geral terminava espetada nos
chifres dos touros bravos.

Caráter coletivo: Este compreendia as caçadas e corridas de carros, com o espírito de competição e
recreativo. Na caça empregavam animais selvagens, águias, cães de raças, costume que passou aos
povos de origem asiáticas (árabes e egípcios).

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