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▪ Sublingual e bucal: não passa pelo TGI,

sendo absorvida diretamente pela rede


capilar para a circulação sistêmica.
1. Compreender farmacocinética e farmacodinâmica; o Parenteral: via irreversível, podem causar
2. Caracterizar o sistema enzimático do citocromo medo, dor, lesões teciduais e infecções.
p450; ▪ Intravenosa (IV): efeito rápido e controle
3. Identificar o mecanismo de ação de analgésicos e sobre a quantidade administrada;
antitérmicos (enfatizar Paracetamol); ▪ Intramuscular (IM): podem estar em
4. Aprender sobre intoxicação medicamentosa soluções aquosas, que têm uma
(paracetamol, ver sinais e sintomas); absorção mais rápida, ou em
5. Conceituar e explicar o processo de interação preparações especializadas de
medicamentosa (interações sinérgicas e
depósito, que têm uma absorção mais
antagônicas);
lenta;
6. Elucidar sobre quais as condutas em caso de
interação e intoxicação medicamentosa e como ▪ Subcutânea (SC): absorção por difusão
prevenir; simples e é mais lenta que a IV.
7. Entender o papel dos órgãos competentes para
farmacovigilância (atentar para notificação).

• farmacoCinética → o que o Corpo faz com o


fármaco;
• Vias de administração de fármacos:
o Enteral: o Outras: inalação oral, inalação nasal, tópica,
▪ Oral: doses excessivas podem ser transdérmica, retal, dentre outras.
neutralizadas com antídotos como
carvão ativado. O fármaco pode ser
revestido (proteção ao ácido gástrico).
Existem revestimento ou ingredientes
especiais que controlam a liberação do
fármaco, podendo existir de liberação
prolongada → Efeito de primeira
passagem (fígado).
F = quantidade de fármaco que chega à
circulação/quantidade de fármaco administrado.
• Absorção: chegada do fármaco à corrente
sanguínea. Excetuando a via IV, as demais podem • Distribuição: o fármaco chega até os tecidos
resultar em absorção parcial e menor o O transporte depende do fluxo sanguíneo,
biodisponibilidade. permeabilidade capilar e ligação a proteínas
o Mecanismos de absorção de fármacos a partir plasmáticas (a albumina é a principal proteína,
do TGI: sendo uma ligação reversível);
▪ Difusão passiva (maioria dos fármacos o Ligação a proteínas dos tecidos.
é absorvido por esse mecanismo),
Volume de distribuição = quantidade de fármaco no
difusão facilitada, transporte ativo,
corpo/concentração
endocitose e exocitose.
• Biotransformação:
o Na maioria das vezes acontece no fígado;
o Objetivo: gerar produtos com maior
polaridade, facilitando a eliminação;
o Cinética:
▪ Primeira ordem: catalisadas por
enzimas em que a velocidade de
biotransformação é diretamente
proporcional à concentração do
fármaco livre. A maioria dos fármacos
são assim;
▪ Ordem zero: a velocidade de
transformação é constante,
independentemente da quantidade de
fármaco livre. Exemplo: etanol, AAS.
o Fatores que influenciam a absorção:
o Reações:
▪ pH: ácidos fracos na forma HA (não
▪ Fase 1: as moléculas se tornam mais
ionizada) e bases fracas na forma B
polares. Envolvem reações de redução,
(não ionizada) atravessam mais
oxidação ou hidrólise. Após a fase I, o
facilmente a membrana. Logo, se for
fármaco pode ser ativado, permanecer
administrado um fármaco ácido fraco
inalterado ou inativado;
ele será mais absorvido em meio ácido
(estômago) → a parte não ionizada
passa livremente pela membrana;
▪ Fluxo sanguíneo, área de superfície,
tempo de contato de superfície;
▪ Glicoproteína P: proteína
transportadora transmembrana, ela
bombeia fármacos para fora da célula;
▪ Via de administração;
▪ Solubilidade do fármaco: muito
hidrofílicos são pouco absorvidos. Para
ser bem absorvido ele precisa ser
basicamente lipofílico, pois tem alguma
solubilidade aquosa e consegue
atravessar membranas.
o Biodisponibilidade (F): a taxa com que um
fármaco administrado alcança a circulação
sanguínea.
para R* e os antagonista ocupam o receptor e
o estabilizam no estado R;
o Receptores de canais iônicos: com a ligação
do agonista esse canal irá abrir e haverá fluxo
de íons;
o Receptores acoplados à proteína G: irá
aumentar a ligação de GTP à unidade alfa da
proteína causando a dissociação dela ao
complexo beta gama → beta gama poderá
interagir com outros efetores celulares;
o Receptores ligados a enzimas: sofrem
alterações conformacionais resultando em
aumento da atividade no citosol;
o Receptores intracelulares: o ligante deverá ser
lipossolúvel para consegui alcançar o
receptor.
• A transdução de sinal pode ocorrer por:
o Amplificação de sinal: amplificar a duração e a
intensidade do sinal → receptores ligados à
▪ Fase 2: nem sempre ocorre, as vezes proteína G e enzimas;
só a 1 é suficiente. Reações de o Dessensibilização dos receptores: quando um
conjugação, como a glicuronunidação, receptor é exposto a administrações repetidas
para tornar o fármaco mais polar. de um agonista, o receptor se torna
• Excreção/depuração: os fármacos devem ser dessensibilizado, reduzindo o seu efeito →
suficientemente polares para serem eliminados do taquifilaxia.
organismo, sendo a urina a forma de excreção mais • Dose-resposta: os fármacos agonistas mimetizam a
importante. ação de um ligante endógeno original no seu
o Eliminação renal: filtração glomerular (dos receptor.
fármacos livre), secreção tubular proximal, o Conforme a concentração do fármaco
reabsorção tubular distal (manipulação do pH aumentam, seu efeito farmacológico também
da urina*) aumenta gradualmente até que todos os
receptores estejam ocupados;
*Ácidos fracos podem ser eliminados com alcalinização o Eficácia: tamanho da resposta que o fármaco
da urina. Bases fracas com acidificação da urina. causa quando interage com um receptor;
o Intestinos, bile, pulmões, leite, suor, entre o Potência: a concentração do fármaco que
outros. produz 50% do efeito máximo (CE50).
• Atividade:
o Agonista total: quando o fármaco se liga ao
receptor e produz resposta biológica máxima
• farmacoDinâmica → o que a Droga faz com o corpo.
que mimetiza a resposta do ligante endógeno;
• A farmacodinâmica descreve as ações do fármaco o Agonista parcial: não conseguem cumprir o
no organismo e as influências das suas
mesmo efeito que o total;
concentrações na magnitude das respostas; o Agonista inverso: estabilizam a forma R, são
• Os fármacos atuam como sinais e seus receptores contrários aos agonistas totais;
como detectores de sinais; o Antagonistas: a atividade é nula
• A maioria dos fármacos possuem um receptor ▪ Competitivos: quando o antagonista se
agonista específico, mas nem todos os fármacos liga ao mesmo receptor do agonista;
exercem seus efeitos interagindo com receptores; ▪ Irreversível: reduz o número de
o Os receptores existem em pelo menos dois receptores disponíveis para os
estados: inativo ( R ) e ativo ( R* ). A ligação agonistas. Caso estejam mais
com um agonista desloca o equilíbrio de R
agonistas disponíveis, o efeito não será de prostanoides → constitutiva →
superado; homeostase) e COX-2 (a expressão é
▪ Alostéricos: o antagonista se fixa a um induzida por mediadores inflamatórios e
local diferente do de ligação do agonista é aqui que os AINES atuam).
e evita que o receptor seja ativado pelo
agonista;
▪ Funcional: quando o antagonista atua
em um receptor completamente
separado, iniciando eventos que são
opostos aos dos agonistas.

• Inflamação: resposta do organismo às lesões


teciduais causadas por trauma físico, agentes
químicos ou microbiológicos nocivos.
o As prostaglandinas (PGs) são produzidas em
quantidades mínimas em praticamente todos
os tecidos. Porém, em casos de inflamação,
há uma produção maior dessa substância;
o Síntese de PGs:
▪ Os fosfolipídios dos tecidos liberam, por
intermédio da fosfolipase A2, o ácido
araquidônico, que pode seguir duas
vias;
▪ Via da lipoxigenase: formação de
leucotrienos → mais comum em • AINES (anti-inflamatórios não esteroidais): grupo de
relações alérgicas; fármacos quimicamente heterogêneos que se
▪ Via da cicloxigenase: COX-1 diferenciam na sua atividade antipirética, analgésica
(responsável pela produção fisiológica e anti-inflamatória.
o Exemplos: AAS, ibupofreno, naproxeno,
cetoprofeno, diclofenaco, celecoxibe, dentre
outros;
o De forma geral, atuam inibindo as enzimas
cicloxigenase que catalisam o primeiro estágio
da biossíntese de prostaglandinas;
o Pode ser não seletivos, parcialmente ou
altamente seletivos;
o A inibição da COX-2 parece levar aos efeitos
anti-inflamatórios e analgésicos dos AINEs, ao
passo que a inibição da COX-1 é responsável
pela prevenção dos efeitos cardiovasculares e
pela maioria dos eventos adversos;
o Ação anti-inflamatória: redução das PGs;
o Ação analgésica: diminui a síntese de PGE2;
o Ação antipirética: impendido a síntese e
liberação da PGE2;
o AAS (ácido acetilsalicílico): em doses baixas é
usado para a prevenção de eventos
cardiovasculares. O efeito anti-inflamatório
ocorre somente em dosagens relativamente
altas, raramente usadas.
▪ Inibe irreversivelmente a COX-1 → o Efeitos adversos:
inibem a produção de TXA2 → inibe a ▪ TGI: fármacos que inibem a COX-1 →
aglutinação plaquetária; aumenta a secreção de ácido gástrico e
▪ Após a administração oral ele é reduz a síntese de muco → dispepsia
rapidamente desacetilado pelas até sangramento;
esterares do organismo, produzindo ▪ Aumento do risco de sangramento
salicilato; (efeito antiplaquetário);
▪ Salicilatos não ionizados são ▪ Rins: previnem a síntese de PGE2 e
absorvidos passivamente, a maior parte PGI2, que são responsáveis pelo fluxo
no intestino delgado anterior, eles sanguíneo renal → retenção de sódio e
atravessam a barreira água → edema;
hematoencefálica e placentária; ▪ Cardíacos: fármacos com maior
▪ Salicilato é convertido pelo fígado em seletividade para COX-2 são
conjugados hidrossolúveis que são associados ao aumento de risco
rapidamente eliminado pelos rins. cardiovascular.
o Outros AINES:
▪ A maioria é bem absorvida por
administração oral e circula ligada a
proteínas plasmáticas (principalmente
albumina);
▪ Biotransformação no fígado e formando
principalmente metabólitos inativos;
▪ A maior parte da secreção é pela urina.
o Contraindicações: o É absorvido rapidamente no TGI;
o Biotransformação:
▪ Conjugação: formando metabólitos
glicorunizados ou sulfatados inativados;
▪ Hidroxilação: gerando N-acetil-p-
benzoquinoneimina (NAPQI) → pode
reagir com grupos sulfidrila → lesão
hepática;
▪ Em dosagens normais: NAPQI reage
com grupo sulfidrila da glutationa →
produto não tóxico.

• Paracetamol: inibe a síntese das PGs no SNC,


sendo assim, possui propriedades antipiréticas e
analgésicas. A atividade anti-inflamatória é fraca, por
isso não é considerado um AINE.

REFERÊNCIA:

HOWLAND, R. D.; MYCEK, M. J. Farmacologia Ilustrada. 3. ed.


Porto Alegre: Artmed, 2008.

• Cada fármaco é um veneno em potencial e fatores


individuais ou relacionados com dose, situações,
ambiente ou genéticos contribuem para a
capacidade de um fármaco produzir seu efeito
adverso potencial;
• O fármaco é utilizado com vantagens para a saúde,
o O paracetamol é a droga de escolha para
mas em doses mais elevadas pode produzir efeito
crianças com infecções virais ou varicela, pois
tóxico;
o AAS oferece risco de Síndrome de Reye;
• Os efeitos tóxicos dos fármacos podem ser classificados como
farmacológicos (efeitos esperados são exacerbados),
patológicos (exemplo a hepatoxicidade do paracetamol) ou
genotóxicos (lesão do DNA → levar à carcinogênese) →
causados doses de administração, por reações alérgicas,
idiossincráticas (estado de reatividade anormal a uma
substância química, peculiar a um indivíduo), interações
fármaco-fármaco, dentre outros;
• Conduta:
o Estabilização inicial do paciente;
o Identificação do padrão clínico de toxicidade:
anamnese, sinais e sintomas, exame físico, testes
toxicológicos;
o Descontaminação do paciente intoxicado: interromper a
absorção da substância tóxica em andamento;
o Terapia com antídotos: envolve o antagonismo ou a
• IT (Índice terapêutico): fármacos com IT baixo devem inativação química de um veneno absorvido, seja por
ser administrados com cautela, já os com IT muito meio de competição com o receptor, antídoto fisiológico.
altos são extremamente seguros, a menos que
ocorra resposta alérgica;

Referência:

GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11.


ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006.

• É um evento clínico em que os efeitos de um fármaco


são alterados pela presença de outro fármaco,
alimento, bebida ou algum agente químico ambiental;
• A interação pode reduzir a eficácia de um fármaco,
podem haver também alterações benéficas e úteis;
• Classificação das interações medicamentosas
o Interações farmacocinéticas:

• Toxicocinética: ingerir doses de um fármaco maiores do que a


sua dose terapêutica pode prolongar a absorção, alterar a
ligação às proteínas e o volume de distribuição aparente e
alterar o destino metabólico;
o Interações farmacodinâmicas: ocorre nos
sítios de ação do fármaco devido à ação dos
fármacos no mesmo receptor ou enzima. O
efeito pode aumentar o efeito do agonista ou
diminuir;
o Interações de efeito: quando os fármacos têm
ações farmacológicas similares ou opostas.
Podem produzir efeitos de sinergia ou
antagonismo, sem modificar a farmacocinética
ou mecanismos de ação dos fármacos
envolvidos;
o Interações farmacêuticas: incompatibilidade
medicamentosa in vitro, ocorre antes da
• As interações medicamentosas muitas vezes não
administração dos fármacos no organismo.
têm consequências sérias, os pacientes mais
• Classificação:
suscetíveis são os com múltiplas doenças, com
o Aditiva: quando o efeito dos fármacos
disfunção renal ou hepática, e aqueles que fazem
combinados é igual à soma dos efeitos de
uso de muitos medicamentos – mais comuns são os
cada um administrado isoladamente;
idosos;
o Sinérgico: quando o efeito combinado é maior
• Conduta: notificação (deve ser encaminhadas à
que a soma dos efeitos de cada um
Anvisa) + verifica-se a necessidade de ajustar dose
administrado isoladamente;
e alterar a interação.
o Potencialização: criação de um efeito tóxico de
um dos fármacos pela presença de outro;
o Antagonismo: interferência de um fármaco
com a ação de outro.

Referências:

Texto do TBL: Interações Medicamentosas – Rogério Hoefler:


http://www.toledo.pr.gov.br/intranet/ftn/docs/intMed.pdf

https://portal.fiocruz.br/noticia/o-que-fazer-em-caso-de-interacao-
medicamentosa
GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11.
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006.

• Um conjunto de procedimentos relacionados à


detecção, avaliação, compreensão e prevenção de
reações adversas a medicamentos ou quaisquer
outros possíveis problemas relacionados a fármacos;
• A farmacovigilância tem como objetivo principal a
redução das taxas de morbidade e mortalidade
associada ao uso de medicamentos, através da
detecção precoce de problemas de segurança
desses produtos para os pacientes, além de
melhorar a seleção e o uso racional dos
medicamentos pelos profissionais de saúde;
• Notificação espontânea por parte dos profissionais
de saúde de toda SUSPEITA DE REAÇÃO
ADVERSA CAUSADA POR MEDICAMENTO ou
mesmo de outros problemas relacionados a
medicamentos como desvios de qualidade, perda de
eficácia, abuso, intoxicação, uso indevido ou mesmo
erros de administração;
o As notificações voluntárias de tais eventos por
parte dos profissionais de saúde, contribuem
para a avaliação permanente da relação
benefício/risco, para a melhoria da prática
terapêutica racional e principalmente instruem
alterações futuras necessárias no produto, ou
até mesmo a sua retirada do mercado antes
mesmos da renovação de seu registro.

Referências:

http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=22

http://azt.aids.gov.br/documentos/reunioes/reuniao_curitiba/Farma
covigil%C3%A2ncia%20no%20Brasil%20(25.9.17).pdf

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