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Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real

Gestão e Controle do Ativo Imobilizado: Aplicação Prática


de Técnica e Métodos para Contabilização e Tributação

Profº Arnóbio Durães


Outubro/2022

ECD/ECF – Lucro Real Profº. Arnóbio Neto Araujo Durães

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ECD/ECF – Lucro Real Objetivos:

OBJETIVOS:
Apresentar técnicas e métodos para aplicação das novas regras dos ativos imobilizados
baseando-se na contabilidade Internacional dos ativos intangíveis e ativo não circulante
destinado à venda de empresas nas atividades de comércio, indústria e prestadoras de
serviços.

Propiciar aos participantes a importância de reconhecimentos conceituais e práticos sobre


o controle e manutenção do ativo imobilizado, referendados na legislação e na doutrina
contábil; ao final do evento os profissionais terão adquirido entendimentos fundamentados
sobre o ciclo e controle dos ativos fixos e vislumbrado a abrangência e utilidade deste
importante item do patrimônio das empresas.

ECD/ECF – Lucro Real Objetivos:

PÚBLICO-ALVO:

Profissionais das áreas contábil, patrimonial, fiscal, tecnologia da informação, financeira,


auditoria, jurídica, controladoria, custos, logística, produção e demais profissionais
envolvidos no planejamento, compra, uso, controle e manutenção de ativos fixos.

METODOLOGIA DE ENSINO

Aula expositiva com apoio de slides em PowerPoint, onde haverá aplicação de exercícios
práticos e desenvolvimento de debate objetivando o aprendizado.

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ECD/ECF – Lucro Real Sumário

1. Introdução
1.1 – Conceitos e objetivos
1.2 – Definição de ativo imobilizado Lei 6.404/76 e NBC TG 27 (R4) (CPC 27)
1.3 – A importância do controle e gestão patrimonial nas empresas
1.4 – Normas e procedimentos a serem adotados para controle e gestão do imobilizado
1.5 – Reconhecimento de ativo imobilizado

2 – Mensuração dos custos


2.1 – Mensuração dos custos iniciais
2.2 – Mensuração dos custos subsequentes
2.3 – Reconhecimento dos elementos de custos
2.4 – Itens que não integram o custo
2.5 – Custo financeiro
2.6 – Reconhecimento após o reconhecimento

ECD/ECF – Lucro Real Sumário

3 – Depreciação contábil
3.1 – Consideração iniciais
3.2 – Métodos de depreciação
3.3 – Método das quotas constantes
3.4 – Método da soma dos dígitos dos anos
3.5 – Método dos saldos declinantes
3.6 – Método das unidades produzidas
3.7 – Inicio e final da depreciação

4 – Depreciação Fiscal
4.1 – Consideração iniciais
4.2 – Depreciação fiscal de bens de pequeno valor
4.3 – Depreciação fiscal de bens adquiridos usados
4.4 – Depreciação acelerada
4.5 – Contabilização contábil e fiscal 6

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ECD/ECF – Lucro Real Sumário

5 – Baixa do ativo imobilizado


5.1 – Considerações gerais
5.2 – Bens retirados de operação
5.3 – Cálculo sobre ganho ou perda de capital

6 – Arrendamento
6.1 – Introdução
6.2 – Característica de contrato de arrendamento
6.3 – Mensuração do arrendamento
6.4 – Aspectos fiscais

ECD/ECF – Lucro Real Sumário

7 – Ativo Intangível
7.1 – Considerações iniciais
7.2 – Reconhecimento e mensuração
7.3 – Amortização
7.4 – Goodwill
7.5 – Aspectos fiscais

8 – Impairment Test
8.1 – Considerações iniciais
8.2 – Identificação de ativos desvalorizados
8.3 – Mensuração do valor recuperável
8.4 – Reconhecimento das perdas e reversão de perdas
8.5 - Realização de Diversos Exercícios Práticos

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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 1
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Conceitos e Objetivos

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.1 – Conceitos e Objetivos

O objetivo deste treinamento é estabelecer o tratamento contábil para ativos


imobilizados, de forma que os usuários das Demonstrações Contábeis possam discernir
a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como
suas mutações.

PRINCIPAIS PONTOS A SEREM CONSIDERADOS NA CONTABILIZAÇÃO :

I. O reconhecimento dos ativos;


II. A determinação dos seus valores contábeis;
III. Os valores de depreciação; e
IV. As perdas por desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.1 – Conceitos e Objetivos

Possuir um bem durável não necessariamente significa que ele possa ser um ativo,
pois, para tanto existem condições impostas pelas normas brasileira de contabilidade,
como por exemplo: ter um potencial de gerar benefícios econômicos.

A NBC TG 00 (R4), estrutura conceitual para relatórios financeiros, define em seus itens
4.3 e 4.4 o conceito de ativo:
 Como sendo um recurso econômico presente controlado pela entidade como
resultado de eventos passados.
 Recursos econômicos é um direito que tem o potencial de produzir benefícios
econômicos.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.1 – Conceitos e Objetivos

Portanto, como podemos perceber, sem o referido potencial de resultado futuro um bem não
pode ser caracterizar por se um ativo, ainda que possa ter outros atributos. Isso é valido
para qualquer ativo, inclusive o Ativo Imobilizado.

Ainda de acordo com a norma contábil brasileira NBC TG 27 (R4), (CPC 27 R4) e com a Lei
nº 6.4047/1976, no Ativo Imobilizado devem ser classificadas as contas que representam
aplicações de recursos em bens tangíveis usados pela entidade. Bens tangíveis são
bens corpóreos.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

O item 2 do CPC 27 (R4) define ativos imobilizados com sendo os itens tangíveis
utilizáveis por mais do que um ano e que sejam detidos para uso na produção ou
fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel ou para fins administrativos.

O artigo 178 da Lei 6.404/1976 determina que no balanço as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

Em seu parágrafo 1º ela determina: No ativo, as contas serão dispostas em ordem


decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguinte grupos:

I. ATIVO CIRCULANTE; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II. ATIVO NÃO CIRCULANTE, composto por:


 Ativo realizável a longo prazo
 Investimentos
 Imobilizado, e
 Intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

DEFINIÇÃO DE IMOBILIZADO

Ativo imobilizado é o item tangível que:

a) É mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para


aluguel a outros, ou para fins administrativos; e

b) Se espera utilizar por mais de um período.

Base Legal: Item 6 da NBC TG 27 (R4).


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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

Em 2005, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução 1.055/2005, cria o


CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil.

O CPC TEM COMO OBJETIVO:

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a


emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de
informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção,
levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões
internacionais. (alterado pela Resolução CFC n.º 1.567/2019).

Base Legal: Artigo 3º da Resolução CFC nº 1055 de 07 de outubro de 2005.


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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

A partir de 2008, através da Lei nº 11.638/2007 e Lei 11.941/2009, passou a ser obrigatório
para as grandes empresas seguir novos preceitos destas leis, separando os dados econômicos
de dados fiscais, para efeitos contábeis e de tributação do IR/CSLL.

A partir de 2010, todas as empresas, sem exceção, passaram a ser obrigadas a seguir a Lei
nº 11.638/2007 e Lei nº11.941/2009, e a partir de 2014, pelas regras da Lei nº 12.973/2014,
com a revogação do RTT e FCONT e com implementação de novas informações fiscais em
substituição as mesmas.

Assim, a partir de 2014, as empresas deverão seguir as orientações do


CPC-Comitê de Pronunciamentos Contábeis, e Decreto nº 9.580/2018
com as alterações contidas na Lei 12.973/2014 e IN RFB 1700/2017.
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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

A grande dificuldade, ainda, persiste em mensurar exatamente


ou aproximadamente o valor real do imobilizado de uma
empresa, constituindo hoje uma tarefa árdua, ensejando
investimentos em pessoal e equipamentos de informática com
software específicos que atendam os ditames das CPCs.

No decurso da vida útil, ou real de um imobilizado alternam-se as depreciações, correções,


manutenções, reposição de peças, consertos, reformas, obsolescência em função do
desenvolvimento tecnológico do mundo moderno, trazendo reflexos patrimoniais e nos
resultados da empresa com consequências econômicas, tributárias e fiscais.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

Portanto o objetivo é estabelecer o tratamento contábil, controle e gestão para ativos


imobilizados, de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam discernir
a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como
suas mutações.

Abordaremos os principais pontos a serem considerados na contabilização do ativo


imobilizado como o reconhecimento dos ativos, a determinação dos seus valores
contábeis e os valores de depreciação e perdas por desvalorização a serem
reconhecidas em relação aos mesmos.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

VALOR CONTÁBIL == > É o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas.

EXEMPLO:
Equipamento ................................. R$ 100.000,000
( - ) Depreciação Acumulada......... R$ (30.000,00)
( - ) Ajustes para perda................ R$ (40.000,00)
( = ) Valor contábil......................... R$ 30.000,00

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

CUSTO == > É o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de


qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção, ou
ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com
as disposições específicas de outras normas, como, por exemplo, a NBC TG 10 – Pagamento
Baseado em Ações.

VALOR DEPRECIÁVEL == > É o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,
menos o seu valor residual.

DEPRECIAÇÃO == > É a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da


sua vida útil.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

VALOR RESIDUAL == > É o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo,
após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil.

VALOR EM USO == > É o valor presente dos fluxos de caixa que a entidade espera obter
com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil.

VIDA ÚTIL É:
a) O período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
b) O número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.2 – Definição de Ativo Imobilizado

EXERCÍCIOS

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 01

1. São característica de um ativo imobilizado ser:

a) ( ) Tangível, ter vida útil inferior a um ano e poder ou não gerar benefícios econômicos
futuros.

b) ( ) De propriedade da empresa, não ter substância econômica e poder gerar benefícios


econômicos futuros.

c) ( ) Tangível, ter substancia econômica e poder gerar benefícios econômicos futuros.

d) ( ) Destinado ao negócio da empresa, ter vida útil superior a um ano e não gerar
benefícios econômicos futuros.

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 02

2. O ativo permanente imobilizado é formado:

a) ( ) Apenas por bens intangíveis e direitos da entidade utilizados em suas atividade

b) ( ) Por todos os bens tangíveis e intangíveis além dos direitos de longo prazo da entidade.

c) ( ) Apenas por bens tangíveis no desenvolvimento de suas atividades.

d) ( ) Bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou exercidos com


essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhias os
benefícios, risco e controle desses bens.
e) ( ) Somente por bens depreciáveis utilizados no desenvolvimento das atividades da entidade.

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 03

Uma entidade adquiriu dez apartamentos, em um prédio ao lado de sua fábrica, por
R$ 500.000,00 cada. Esses apartamentos são alugados para os funcionários da
entidade que são, originalmente, de fora do estado.
No Balanço Patrimonial dessa entidade, os apartamentos devem ser evidenciados no
subgrupo:

a) ( ) Ativo circulante.

b) ( ) Ativo realizável a longo prazo.


c) ( ) Investimentos.
d) ( ) Ativo imobilizado.
e) ( ) Patrimônio Líquido.
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ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.3 – A Importância do Controle e Gestão Patrimonial nas
Empresas

Organizar ou implementar um Departamento de


Patrimônio no tocante ao Ativo Imobilizado de uma
empresa sempre foi uma tarefa árdua e de pouco
resultado, que em várias tentativa se transformaram em
uma frustrada organização, incompleta e inacabada.

Possuir um bem durável não necessariamente significa que ele possa ser um
ativo, pois, para tanto existem condições impostas pelas normas contábeis, tal qual:
ter um potencial de gerar benefícios econômicos.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.3 – A Importância do Controle e Gestão Patrimonial nas
Empresas

Tratando-se de controles físicos alocados nas filiais, escritórios, departamentos,


fábricas, depósitos abertos ou fechados, o responsável pelo patrimônio imobilizado,
normalmente encontra dificuldade em obter maiores informações ou implantar
normas e procedimentos que visam padronização para efeito de parametrização no
sistemas de processamento de dados nas informatizações.

Não obstante a isso torna onerosa investir no controle, com a manutenção dos
recursos humanos, tecnologia da informação com utilização de software de micro ou
macro computadores que agilizam e facilitam os controles patrimoniais, porém, sempre
são cotejados com custos e benefícios de implantação de controles patrimoniais,
optando pela redução no investimento de controles patrimoniais.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.4 – Normas e Procedimentos a Serem Adotados para
Controle e Gestão do Imobilizado

Em resumo, para implantação de um Departamento de


Controle Patrimonial será necessário que a direção da
empresa (presidente ou superintendente) tenha vontade
política e autoridade em implantar e arcar com todas as
consequências financeiras, administrativas e operacionais a
serem exigidas, com sanções rígidas, sob pena de naufragar
todo empreendimento, as normas e procedimentos a serem
implantadas.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.5 – Reconhecimento de Ativo Imobilizado

Desde 2015 as empresas devem seguir as orientações do NBC TG 27(R4) com


as alterações contidas na Lei nº 12.973/2014 e IN RFB nº 1700/2017 para
contabilizar a depreciação econômica dos bens imobilizados, com manutenção
da depreciação fiscal, para efeito de tributação do Lucro Real, bem como
efetuar o teste de recuperação (Impairment), com reflexo o na apuração do
Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre Lucro nas empresas
tributadas pelo Lucro Real.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.5 – Reconhecimento de Ativo Imobilizado

LEI Nº 11.638/2007 - PADRONIZAÇÃO CONTÁBIL

Com o advento da Lei nº 11.638/2007, Lei de Padronização Contábil, com vigência


a partir de 01.01.2008 trouxe grande alterações nos demonstrativos patrimoniais
das empresas, principalmente, as consideradas de grande porte sob forma
societária de S.A., Limitadas e Cooperativas.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 1.5 – Reconhecimento de Ativo Imobilizado

Uma das maiores alterações refere-se que a partir de 2008 uma empresa passa a
manter os dados patrimoniais e de resultado econômico diferente dos dados
patrimoniais e de resultado fiscal. os demonstrativos econômicos atendem os
interesses societários e os demonstrativos fiscais atendem as bases legais de
tributação do IR, CSLL. PIS, COFINS, INSS, entre outros tributos. Assim quaisquer
lançamentos de ajustes para fins de atendimento a Lei 11.638/2007 não terá efeito
fiscal.

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CPCs. EMITIDOS VOLTADOS AO ATIVO IMOBILIZADO


ECD/ECF – Lucro Real PRONUNCIAMENTO TÉCNICO APROVAÇÃO DIVULGAÇÃO

CPC 01 (R4) Redução ao Valor Recuperável de Ativos - Impairment 06/08/10 07/10/10

CPC 04 (R1) Ativo Intangível 05/11/10 02/12/10

CPC 06 (R2) Operações de Arrendamento Mercantil 05/11/10 02/12/10

CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05/12/08 17/12/09

CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da MP nº 449/08 05/12/08 17/12/09

CPC 27 (R4) Ativo Imobilizado 26/06/09 31/07/09

CPC 28 (R4) Propriedade para Investimento 26/06/09 31/07/09

CPC 29 (R2) Ativo Biológico e Produto Agrícola 07/08/09 16/09/09


Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
CPC 31 (R4) 17/07/09 16/09/09
Descontinuada.
CPC 37 (R5) Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade. 05/11/10 01/12/10

CPC 43 (R1) Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 15 a 41. 03/12/10 16/12/10
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CPC 46 (R2) Mensuração a Valor Justo. 07/12/12 20/12/12

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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 2
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Mensuração do Custo

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

Podemos verificar que a NBC TG 27(R4), que trata do Ativo Imobilizado em seu item 7
estabelece os seguintes critérios para que seja reconhecido um ativo:

O custo de um item de ativo imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se:

a) For provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade; e

b) O custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

Assim, para ser um ativo tem que ter a capacidade de realizar benefícios econômicos futuros
que, em última análise, é a geração de caixa, por uso ou por venda, direta ou indiretamente.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

O custo de um item do ativo imobilizado compreende:


I. Seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não
recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e
abatimentos;

II. Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição
necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela
administração;
III. A estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de
restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos
representam a obrigação em que a entidade incorre quando o item é
adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período
para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período.
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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

Os gastos de desmontagem e retirada de item de ativo imobilizado ou restauração do


local onde está situado somente serão dedutíveis quando efetivamente incorridos.

A provisão constituída para gastos de desmontagem e retirada de item de ativo


imobilizado ou restauração do local onde está situado deverá ser adicionada ao Lucro
Líquido para fins de apuração do Lucro Real e do resultado ajustado no período de
apuração em que o imobilizado for realizado, inclusive por depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa.

NOTA: == > CPC 27 não prescreve aquilo que constitui um item do


ativo imobilizado. Assim, é necessário exercer julgamento ao aplicar os
critérios de reconhecimento às circunstâncias específicas da entidade.
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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

 Um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento como um ativo
deve ser mensurado pelo seu custo.

 O custo de um item de ativo imobilizado é equivalente ao preço à vista na data do


reconhecimento.

 Se o prazo de pagamento excede os prazos normais de crédito, a diferença entre o


equivalente preço à vista e o total dos pagamentos deve ser reconhecida como
despesa com juros durante o prazo do pagamento.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

 Há situações em que os encargos financeiros de empréstimo tomado para sua construção


são adicionados ao custo, conforme Pronunciamento Técnico CPC 20 – Custos de
Empréstimos, mas não no momento inicial, e sim durante o processo de sua
construção.

 São também adicionados no custo inicial todos os gastos incrementais e necessários a


colocar o imobilizado em condições de funcionamento, como transporte, tributos,
montagem, testes etc. até que ele esteja em condições de efetivo uso.

 Compõe ainda o custo inicial o valor estimado dos gastos previstos para desmontagem,
remoção e restauração do local onde é instalado.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.1 – Mensuração dos Custos Iniciais

 Não fazem parte do custo gastos com realocação, ociosidade mesmo que no uso inicial,
gastos com abertura de nova instalação ou introdução de novo produto, gastos
administrativos e outros custos indiretos etc.

 No caso de permuta, custo é o valor justo do ativo adquirido, a não ser que essa
mensuração seja impossível, quando prevalece o valor contábil do ativo cedido.

 Subvenção governamental pode reduzir o custo do ativo, conforme Pronunciamento


Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.2 – Mensuração dos Custos Subsequentes

O reconhecimento do ativo além do reconhecimento inicial do bem, também serão aplicados


nas agregações ou substituições subsequente de partes e peças relevantes, conforme
determina a NBC TG 27(R4).

Sobressalentes, peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno são


classificados como ativo imobilizado quando a entidade espera usá-los por mais de
um período. Da mesma forma, se puderem ser utilizados somente em conexão com itens do
ativo imobilizado, também são contabilizados como ativo imobilizado.

Base Legal: Item 8 da NBC TG 27 (R4).


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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.2 – Mensuração dos Custos Subsequentes

Portanto, não só os bens completos ensejam o reconhecimento como ativo imobilizado. Os


eventuais sobressalentes principais também já são reconhecidos como tal na aquisição,
ainda que fiquem no imobilizado em andamento.

Com isso, aqueles componentes que ficarão em standby, para possível uso futuro, e que não
se caracterizam como meras peças a serem consumidas nas manutenções periódicas,
sendo, portanto, relevantes, já são classificados no próprio ativo imobilizado.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.3 – Reconhecimento dos Elementos de Custos

A legislação empresarial brasileira muito tem contribuído para criar obstáculos nos controles
do ativo imobilizado com constantes modificações na legislação tributária e fiscal a que estão
sujeitas as empresas em geral.

I. Critério de tributação na apuração do Lucro ou Prejuízo na venda de imobilizado;

II. Recuperação do PIS/COFINS/ICMS/IPI nas aquisições ou pagamentos de aluguéis,


leasing, comodato, empréstimos, etc. com alíquotas diferenciadas.

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.3 – Reconhecimento dos Elementos de Custos

III. Depreciação com base nas vidas úteis determinados pelo Fisco, para cada tipo de bens
imobilizados.

IV. Amortização de gastos com custos ou despesas de bens pertencentes a terceiros;

V. Entre outros dispositivos legais a que estão sujeitos a movimentação do patrimônio


imobilizado de uma empresa. Vejamos a seguir um exemplo dos tributo:

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.3 – Reconhecimento dos Elementos de Custos

LANÇAMENTO CONTÁBIL - ATIVO IMOBILIZADO - COMPRA DE MÁQUINA


VALOR VALOR DO
DESCRIÇÃO QTDE IPI VALOR TOTAL NF ICMS PIS COFINS CUSTO
MAQUINA FRETE
10% 18% 1,65% 7,60%
R$ 554.125,00 R$ 416.853,13
MÁQUINA USINAGEM 1 R$ 500.000,00 R$ 3.750,00 R$ 50.375,00 R$ 90.675,00 R$ 8.311,88 R$ 38.285,00

IMOBILIZADO MÁQS E
ICMS A RECUPERAR PIS A RECUPERAR COFINS A RECUPERAR FORNECEDORES ICMS A RECOLHER
EQUIPAMENTOS

DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

416.853,13 90.675,00 1.889,06 8.311,88 38.285,00 554.125,00 1.889,06

OBSERVAÇÃO : O ICMS SERÁ APROPRIADO 1/48 AVOS, ENTÃO R$ 90.675,00 / 48 = R$ 1.889,06


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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.4 – Itens que não Afetam o Custo

O tratamento contábil abordado na norma do Ativo Imobilizado não se aplica a:

a) Ativos imobilizados classificados como mantidos para venda de acordo com a NBC TG
31 (R4) (objeto de estudo na matéria Ativo Não Circulante Mantido para Venda e
Operação Descontinuada);

b) Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola que não sejam plantas
portadoras (NBC TG 29 (R2) objeto de estudo na matéria Ativo Biológico e Produto
Agrícola); entretanto, ao presente estudo aplica-se às plantas portadoras, mas não
se aplica aos produtos dessas plantas portadoras;

49

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.4 – Itens que não Afetam o Custo

O tratamento contábil abordado na norma do Ativo Imobilizado não se aplica a:

c) Reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação; ou

c) Direitos sobre jazidas e reservas minerais tais como: petróleo, gás natural, carvão
mineral, dolomita e recursos não renováveis semelhantes.

c) Contudo, esta norma aplica-se aos ativos imobilizados usados para desenvolver ou
manter os ativos descritos nas alíneas (b) a (d).

50

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Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.5 – Custo Financeiro

Nas compra em que há financiamento do Ativo, o custo do Ativo corresponde ao valor que
seria à vista. Vejamos o exemplo:

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE


JUROS A TRANSCORRER
IMOBILIZADO FINANCIAMENTO

DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

200.000,00 50.000,00 250.000,00

OBS: Os juros correspondem a uma Despesa Financeira


51

ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 04

EXERCÍCIO Nº 04

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ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 04

Em 31/07/2021, a empresa Belas Artes Ltda, adquiriu uma máquina por R$ 120 mil reais para
pagamento de 24 parcelas fixas de R$ 6.060,00.

1. Se adquirida à vista, a máquina custaria R$ 100 mil reais.


2. Os impostos da aquisição não são recuperáveis.
3. O frete para levar a máquina até a Belas Artes Ltda custou R$ 5.000 e foi pago à vista pelo
comprador.
4. Os juros mensais contidos em cada parcela são fixo e correspondem a R$ 1.060,00.
5. A 1ª parcela vence em 30/08/2021 e foi paga.

Pede-se:
Contabilizar a operação.
53

ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

54

27
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ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

55

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

Quando a opção pelo método de reavaliação for permitida por lei, a entidade deve optar pelo
método de custo ou pelo método de reavaliação como sua política contábil e deve aplicar
essa política a uma classe inteira de ativos imobilizados.

Nota: A reavaliação de bens tangíveis e intangíveis não é permitida devido às disposições


contidas na Lei n.º 11.638/2007, que alterou a Lei n.º 6.404/1976.

Método do custo

Após o reconhecimento como ativo, um item do ativo imobilizado deve ser apresentado ao
custo menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas
(Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).

56

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Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

Método da Reavaliação

Após o reconhecimento como um ativo, o item do ativo imobilizado cujo valor justo possa ser
mensurado confiavelmente pode ser apresentado, se permitido por lei, pelo seu valor
reavaliado, correspondente ao seu valor justo à data da reavaliação menos qualquer
depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas subsequentes.

A reavaliação deve ser realizada com suficiente regularidade para assegurar que o valor
contábil do ativo não apresente divergência relevante em relação ao seu valor justo na data
do balanço.

57

ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 05

EXERCÍCIO Nº 05

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CASO PRÁTICO – EXERCÍCIO N° 05


Foi efetuada importação de uma máquina para utiliza-la como imobilizado, com os seguintes
dados:

Valor da Importação 150.000,00


Impostos sobre importação 37.500,00
Frete 12.000,00
Serviços de instalação 3.200,00
Honorários para configuração da máquina 2.850,00
Valor Residual sobre o custo do bem 30%
Vida Útil em anos 7

5.1 - PEDE-SE CALCULAR :


a) Custo do bem
b) Valor Residual
c) Valor depreciável
59

RESOLUÇÃO EXERCÍCIO Nº 05
a) Cálculo do custo do bem

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b) Cálculo do valor residual

c) Cálculo do valor depreciável

61

5.2 - PEDE-SE
Após um ano:
a) Depreciação Acumulada
b) Valor Depreciável
c) Valor Residual
d) Valor Contábil

a) Cálculo do depreciação acumulada

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31
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b) Cálculo do valor depreciável

c) Cálculo do valor residual

63

d) Cálculo do valor contábil

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32
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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

EXEMPLO: == > Importação de um veículo com os seguintes gastos:

a) Fatura do despachante aduaneiro R$


Despesas Guia, seguros e outros 200,00
II – Imposto de Importação 4.900,00
IPI 25% 1.750,00
ICMS 18% 1.260,00
Tarifa Aduaneira 140,00
Honorário do Despachante 1,5% 105,00
TOTAL DA FATURA Nº 050, PAGO EM CHEQUE 8.355,00

Lançamento contábil R$
Débito Importação em Andamento 8.355,00
Crédito Banco Conta Movimento 8.355,00
65

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

b) Recebimento da fatura

Fatura de Importação nº 49.734 no valor de U$ 7.526,88 (U$ 1,43)

Lançamento contábil R$

Cálculo em Reais : U$ 7.526,88 x 1,43 = R$ 10.763,44

Débito Importação em Andamento 10.763,44

Crédito Fornecedor Exterior 10.763,44

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ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

c) Liquidação do contrato
Liquidação do Contrato de Câmbio a U$ 1,88, pago em cheque nº 041

Lançamento contábil R$
Cálculo em Reais : Contrato de Câmbio U$ 7.526,88 x 1,88 = 14.150,33
( - ) Valor da Fatura Contabilizada (10.763,44)
( = ) VARIAÇÃO CAMBIAL PASSIVA 3.387,09

Débito Despesas de Variação Cambial 3.387,09


Crédito Fornecedor Exterior 3.387,09

67

ECD/ECF – Lucro Real Tópico 2.6 – Reconhecimento Após Reconhecimento

Pela baixa da importação e contabilização do veículo: R$

Débito Veículos 19.118,44

Crédito Importação em Andamento 19.118,44

Pelo pagamento da fatura ao fornecedor exterior R$

Débito Fornecedor Exterior 14.150,53

Crédito Banco Conta Movimento 14.150,53

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ECD/ECF – Lucro Real Itens Que Não São Custos do Ativo Imobilizado

Exemplos:

a) Custos de abertura de nova instalação;

b) Custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda e


atividades promocionais);

c) Custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de
clientes (incluindo custos de treinamento); e

d) Custos administrativos e outros custos indiretos.

69

ECD/ECF – Lucro Real Itens Que Não São Custos do Ativo Imobilizado

 O reconhecimento dos custos no valor contábil de um item do ativo


imobilizado cessa quando o item está no local e nas condições operacionais
pretendidas pela administração.

 Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência ou reinstalação de um item


não são incluídos no seu valor contábil, por exemplo:

a) Custos incorridos durante o período em que o ativo capaz de operar nas condições
operacionais pretendidas pela administração não é utilizado ou está sendo operado a
uma capacidade inferior à sua capacidade total;

b) Prejuízos operacionais iniciais, tais como os incorridos enquanto a demanda pelos


produtos do ativo é estabelecida; e

c) Custos de realocação ou reorganização de parte ou de todas as


operações da entidade. 70

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ECD/ECF – Lucro Real Gastos Com Manutenção

 Entidade não reconhece no valor contábil de um item do ativo imobilizado os custos da


manutenção periódica do item.

 Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resultado quando incorridos.

 Os custos da manutenção periódica são principalmente os custos de mão-de-obra e de


produtos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças.

 A finalidade desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para reparo e
manutenção de item do ativo imobilizado.

71

ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

Partes de alguns itens do Ativo Imobilizado podem requerer substituição em intervalos


regulares (item 13 CPC 27(R4)).

Por exemplo, um forno pode requerer novo revestimento após um número específico de
horas de uso; ou o interior dos aviões, como bancos e equipamentos internos, pode exigir
substituição diversas vezes durante a vida da estrutura.

Itens do ativo imobilizado também podem ser adquiridos para efetuar substituição recorrente
menos frequente, tal como a substituição das paredes interiores de edifício, ou para efetuar
substituição não recorrente.

72

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ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

Segundo o princípio de reconhecimento (item 7 do CPC 27(4)), a entidade reconhece o


custo da peça reposta no valor contábil de um item do ativo imobilizado quando esse custo
atender os critérios de reconhecimento.

O CPC 27 em seu item 7 determina que o custo de um item de ativo imobilizado deve
ser reconhecido como ativo se, e apenas se:

a) For provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a
entidade; e

b) O custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

73

ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

ASPÉCTO CONTÁBIL

O custo de substituição de parte do bem Imobilizado deve baixar o valor contábil da


parte substituída.

Se a apuração desse valor contábil não for praticável para a entidade, esta pode
utilizar o custo de substituição como indicador do custo da parcela substituída na
época em que foi adquirida ou construída (item 70 CPC 27(R4)).

74

37
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ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

DO PONTO DE VISTA FISCAL

GASTOS QUE DEVEM SER ATIVADOS

Se dos reparos, da conservação ou da substituição de partes e peças resultar aumento,


superior a um ano, do prazo de vida útil previsto no ato de aquisição do bem, as
despesas correspondentes deverão ser capitalizadas, isto é, incorporadas ao valor do
bem, para servir de base a depreciações futuras.

Base Legal : art. 354, § 1º, do RIR/2018.

75

ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

EXEMPLO

Admita-se que em uma empresa tenha ocorrido a substituição do motor de um caminhão


empregado no transporte de mercadorias, cujo valor contábil fosse:

Custo de aquisição ............................ R$ 1.000.000,00


Depreciação acumulada ................... R$ (500.000,00)
(=)Valor Contábil................................. R$ 500.000,00

A parcela do custo da reforma do bem ou da substituição de peças, a ser ativado, é


proporcional à parte depreciada do bem. Consequentemente, quanto maior for a parcela já
depreciada maior será o valor a ser ativado.
Nesse caso, considerando que o custo de aquisição do motor novo tenha
sido R$ 60.000,00, teríamos:
(Vamos supor que o custo do dinheiro neste período foi de 6% ao ano). 76

38
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ECD/ECF – Lucro Real Itens de Reposição e Substituição

Continuação do Exemplo

Utilizando-se de uma calculadora financeira, temos como valor de custo do motor há cinco
anos a quantia de R$ 44.835,49. Como a depreciação foi feita com uma taxa de 10% ao
ano, teríamos que baixar do ativo imobilizado o montante de R$ 44.835,49 e da
Depreciação Acumulada o valor de R$ 22.417,74.

CÁLCULO NA HP:

$ 60.000,00 FV
6 i
5 n  PV  $ 44.835,49

77

ECD/ECF – Lucro Real Contabilização:

Lançamento da baixa bem:


Débito Depreciação Acumulada R$ 22.417,74
Crédito Perda na Baixa de Imobilizado (Conta de resultado) R$ 22.417,74

Débito Perda na Baixa de Imobilizado (Conta de resultado) R$ 44.835,49


Crédito Máquinas R$ 44.835,49

Lançamento de inclusão do novo bem


Débito Motor R$ 60.000,00
Crédito Caixa/Bancos Conta Movimento R$ 60.000,00

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39
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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 3
------------
Depreciação Contábil

79

ECD/ECF – Lucro Real 3.1 – Considerações Iniciais

 O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Na


prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é significativo e por isso imaterial
para o cálculo do valor depreciável.

 O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da


sua vida útil estimada.

 O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada
exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser
contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo o Pronunciamento Técnico
CPC 23(R2) – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.

80

40
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ECD/ECF – Lucro Real 3.1 – Considerações Iniciais

 A depreciação é reconhecida mesmo que o Valor Justo do ativo exceda o seu valor
contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A
reparação e a manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.

 O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação será zero


enquanto o valor residual subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil.

 Valor residual é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após
deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil.

81

ECD/ECF – Lucro Real 3.1 – Considerações Iniciais

 A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando
está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração.

 A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é classificado como


mantido para venda (ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para
venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31(R4) – Ativo-Não Circulante
Mantido para Venda e Operação Descontinuada) ou, ainda, na data em que o ativo é
baixado, o que ocorrer primeiro.

82

41
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ECD/ECF – Lucro Real 3.2 – Métodos de Depreciação

Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a
não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de
depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção.

Método da linha reta


Vários métodos de depreciação
podem ser utilizados para apropriar
de forma sistemática o valor Método dos saldos decrescentes unidades produzidas
depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil.
Método de unidades produzidas

83

ECD/ECF – Lucro Real 3.2 – Métodos de Depreciação

 A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil
do ativo, caso o seu valor residual não se altere.

 O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente durante a vida útil.

 O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção


esperados.

A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos


benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é
aplicado consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão.

84

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ECD/ECF – Lucro Real 3.3 – Métodos das Cotas Constantes

A depreciação pelo método linear: == > Resulta em despesa constante durante a vida útil.

EXEMPLO: Neste método, as quotas de depreciação são iguais a cada período:


• Veículo: ...............................................valor $ 30.000,00 e vida útil de 4 anos.
• Taxa de depreciação: ............................100% / 4 anos = 25% ao ano
• Quota anual constante: ......................... $ 30.000,00 x 25% = $ 7.500,00 a.a.
• Valor depreciável:.................................. $ 7.500,00 : 12 = $ 625,00 a.m.

85

ECD/ECF – Lucro Real 3.4 – Métodos da Soma dos Dígitos dos Anos

O método dos saldos decrescentes : == > Resulta em despesa decrescente durante


a vida útil.

EXEMPLO:
Considerando o mesmo veículo do exemplo anterior, teremos:
Como a vida útil é de 4 anos, somamos de 1 a 4:
1 + 2 + 3 + 4 = 10. A soma é o denominador da fração que representará a quota.
Cálculo das quotas anuais decrescentes : 4/10; 3/10; 2/10; 1/10:

 4/10 de $ 30.000 = $_______ (acumulado: $ 12.000,00)


 3/10 de $ 30.000 = $ _______ (acumulado: $ 21.000,00)
 2/10 de $ 30.000 = $________ (acumulado: $ 27.000,00)
 1/10 de $ 30.000 = $________ (acumulado: $ 30.000,00)
86

43
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ECD/ECF – Lucro Real 3.5 – Métodos dos Saldos Declinantes

O método de saldo decrescente ou declinantes é um sistema de depreciação acelerada de


registro de despesas de depreciação maiores durante os primeiros anos da vida útil de um
ativo e registro de despesas de depreciação menores durante os anos posteriores do
ativo.

Essa técnica é útil para registrar a depreciação de computadores, telefones celulares e


outros produtos de alta tecnologia que rapidamente se tornam obsoletos.

A técnica de saldo decrescente representa o oposto do método de depreciação linear, que


é mais adequado para ativos cujo valor contábil diminui constantemente com o tempo.

87

ECD/ECF – Lucro Real 3.6 – Métodos das Unidades Produzidas

O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou


produção esperada. Esse método é baseado numa estimativa do número total de
unidades que devem ser produzidas pelo bem a ser depreciado, e a quota anual de
depreciação é expressa pela seguinte fórmula:

nº de unidades produzidas no ano


_________________________________________________________________________________

Quota de depreciação anual = nº de unidades estimadas a serem produzidas


durante a vida útil do bem

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ECD/ECF – Lucro Real 3.6 – Métodos das Unidades Produzidas

NO PRIMEIRO ANO:
2 milhões produzidas / 20 milhões a serem produzidas = 0,10 x 100 = 10% .
Assim, a máquina será depreciada em 10%

NO SEGUNDO ANO:
5 milhões produzidas / 20 milhões = 0,25 x 100 = 25%.
Assim, a máquina será depreciada em 25%.

ATENÇÃO!!! a quota de depreciação é variável em função da capacidade produtiva.

89

ECD/ECF – Lucro Real 3.6 – Métodos Na Receita – Não Recomendável

O método de depreciação que se baseia na receita que é gerada pela atividade que
inclui a utilização de ativo não é apropriado.

A receita gerada pela atividade que inclui o uso de ativo reflete, geralmente, outros fatores
além do consumo dos benefícios econômicos do ativo.

Por exemplo, a receita é afetada por outros insumos e processos, atividades de venda e
mudanças nos volumes e preços de vendas. O componente de preço da receita pode ser
afetado pela inflação, o que não tem qualquer influência sobre a maneira como o ativo é
consumido (item 62A - CPC 27(R4)).

90

45
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ECD/ECF – Lucro Real 3.7 – Inicio e Final da Depreciação

Anteriormente a vigência da Lei nº 11.638/2007, a depreciação era calculada de acordo com


os critérios estabelecidos na legislação fiscal, já que não havia outro parâmetro vigente, no
entanto, desde que se iniciou o processo de conversão da contabilidade aos padrões
internacionais são percebidas divergências entre a legislação fiscal e a societária.
Como a legislação que alterou foi somente a societária, é importante dar uma atenção
especial à apuração tributária para que não haja erro no levantamento dos impostos
devidos.

O ativo imobilizado começa a ser depreciado quando ele está no local, instalado e em
condição de uso de acordo com o planejado pela empresa. Termina quando o ativo é
classificado como mantido para venda ou quando ele é baixado.

91

ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 4
------------
Depreciação Fiscal

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ECD/ECF – Lucro Real 4.1 – Considerações Iniciais

DEPRECIAÇÃO DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO

A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em


serviço ou em condições de produzir

A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa
esperar a utilização econômica do bem pelo contribuinte, na produção dos seus
rendimentos.

93

ECD/ECF – Lucro Real 4.1 – Considerações Iniciais

Somente será permitida depreciação de bens móveis e imóveis intrinsecamente


relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços.

Se o contribuinte deixar de deduzir a depreciação de um bem depreciável do ativo


imobilizado em determinado período de apuração, não poderá fazê-lo acumuladamente
fora do período em que ocorreu a utilização desse bem, tampouco os valores não
deduzidos poderão ser recuperados posteriormente através da utilização de taxas superiores
às máximas permitidas.

Base Legal: IN RFB nº 1. 700/2017.


94

47
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ECD/ECF – Lucro Real 4.1 – Considerações Iniciais

Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou por
causas naturais ou obsolescência normal, inclusive:

I. Edifícios e construções, observando-se que:

a) A quota de depreciação é dedutível a partir da época da conclusão e início da


utilização;
b) O valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do
terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial;

II. Projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos.

95

ECD/ECF – Lucro Real 4.1 – Considerações Iniciais

NÃO SERÁ ADMITIDA QUOTA DE DEPRECIAÇÃO REFERENTE A:

a) Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;

b) Prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção


dos seus rendimentos ou destinados a revenda;

c) Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou
antiguidades;

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ECD/ECF – Lucro Real 4.2 – Depreciação Fiscal de Bens de Pequeno Valor

DO PONTO DE VISTA FISCAL

O custo de aquisição de bens do ativo não circulante classificados como imobilizado e


intangível não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem
adquirido tiver valor unitário não superior a $ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) ou prazo
de vida útil não superior a 1 (um) ano.

Nas aquisições de bens, cujo valor unitário esteja dentro desse limite, a exceção contida
no mesmo não contempla a hipótese onde a atividade exercida exija utilização de um
conjunto desses bens.

Salvo disposições especiais, o custo dos bens adquiridos ou das


melhorias realizadas, cuja vida útil ultrapasse o período de 1 (um)
ano, deverá ser ativado para ser depreciado ou amortizado.
Fonte: Art. 120 da IN RFB nº 1700/2017. 97

ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

DEPRECIAÇÃO DE BENS USADOS


Conforme determina o artigo 322 do RIR/2018, a A taxa anual de depreciação de bens
adquiridos usados será fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos:

I. A metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo; ou

II. O restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para
utilização do bem.

98

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ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

EXEMPLO 1:
Metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo.

 Bem comprado novo: R$100.000,00


 Tempo de vida útil : 5 anos
 Compra pela outra empresa feita após 3 anos de uso do bem pelo valor de R$ 70.000,00

 Prazo de vida útil restante para fins de depreciação do bem: 2 anos e meio.

 Depreciação anual: R$ 28.000,00 >> R$ 70.000,00 divididos por 2,5 anos

 Depreciação mensal: R$ 2.333,33= R$ 70.000,00 / 30 meses

99

ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

EXEMPLO 1:

Como a metade da vida útil do bem (2,5 anos) é maior que o tempo restante de vida útil
(2 anos), o prazo a ser considerado é de dois anos e meio.

Lançamento Contábil:
Débito : Depreciação (Conta de Resultado)...................................................... R$ 2.333,33
Crédito : Depreciação Acumulada (Conta Redutora do Ativo Imobilizado)......... R$ 2.333,33

Essa contabilização deve ser feita mensalmente pelo prazo de vida útil considerado, ou
seja, 2 anos e meio.

100

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ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

EXEMPLO 2:

Restante devida útil do bem, considerada em relação à primeira instalação para utilização
Bem comprado novo: R$100.000,00
Tempo de vida útil: 10 anos

Compra pela outra empresa feita após 2 anos de uso do bem pelo valor de R$ 70.000,00

Prazo de vida útil restante para fins de depreciação do bem: 8 anos.

Depreciação anual: R$ 8.750,00 >> R$ 70.000,00 divididos por 8 anos

Depreciação mensal: R$ 729,17 =R$ 70.000,00 / 96 meses

101

ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

EXEMPLO 2:
Como o tempo restante de vida útil (8 anos) é maior que a metade da vida útil do bem
(5 anos), o prazo a ser considerado é de oito anos.

Lançamento Contábil:
Débito : Depreciação (Conta de Resultado)..................................................... R$ 729,17
Crédito : Depreciação Acumulada (Conta Redutora do Ativo Imobilizado)......... R$ 729,17

Essa contabilização deve ser feita mensalmente pelo prazo de vida útil considerado, ou
seja, 8 anos

102

51
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ECD/ECF – Lucro Real 4.3 – Depreciação Fiscal de Bens Adquiridos Usados

 Bem usado adquirido totalmente depreciado Caso um bem já esteja totalmente


depreciado, e uma outra empresa venha a comprá-lo, a empresa compradora não
pode mais depreciar esse bem.
 Pontos de atenção Ao adquirir um bem usado, a empresa deve munir-se de
documentos que comprove a época da compra desse bem novo ou em que ele foi
instalado para utilização pela primeira vez.

 Esse cuidado é importante porque, se da data da compra até a da sua última


aquisição, tiver decorrido prazo menor à metade da vida útil normal admitida para o
bem novo, deve prevalecer, para fins de depreciação, o prazo restante da vida útil.

 Por outro lado, isto é, se já houver passado prazo igual ou maior do que
a metade da vida útil normal, prevalece, para fins de depreciação, o
prazo correspondente à metade da vida útil admissível para o bem novo
103

ECD/ECF – Lucro Real 4.4 – Depreciação Acelerada

Com a finalidade de incentivar a implantação, a renovação ou a modernização de


instalações e equipamentos, poderão ser adotados coeficientes de depreciação
acelerada, que vigorarão durante prazo certo para determinadas indústrias ou atividades
(Art. 324, Decreto 9.580/2018, Lei no 4.506, de 1964, art. 57, § 5º).

A quota de depreciação acelerada, correspondente ao benefício, constituirá exclusão do


lucro líquido e deverá ser escriturada no Lalur (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º,
caput, inciso I, alínea “c”).

104

52
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ECD/ECF – Lucro Real 4.4 – Depreciação Acelerada

O total da depreciação acumulada, incluídas a normal e a acelerada, não poderá


ultrapassar o custo de aquisição do bem (Lei no 4.506, de 1964, art. 57, § 6º). A partir
do período de apuração em que for atingido o limite, o valor da depreciação normal,
registrado na escrituração comercial, deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito de
determinar o lucro real (Decreto-Lei no 1.598, de 1977, art. 6o, § 2o, alínea “a”).

As empresas que exerçam, simultaneamente, atividades comerciais e industriais poderão


utilizar o benefício em relação aos bens destinados exclusivamente à atividade industrial.
Exceto se houver autorização expressa em lei, esse benefício fiscal não poderá ser
usufruído cumulativamente com outros idênticos, excetuada a depreciação acelerada
em função dos turnos de trabalho.

105

ECD/ECF – Lucro Real 4.4 – Depreciação Acelerada

A depreciação incentivada é um incentivo fiscal federal concedido para estimular a compra


de novas máquinas.

Existem algumas diferenças importantes entre a depreciação acelerada e a incentivada.

Enquanto a depreciação acelerada permite uma despesa maior no IRPJ, por causa do
efetivo desgaste adicional do ativo, a depreciação incentivada é um adiamento do
imposto que, no futuro, será exigido da empresa.

Portanto, se para uma determinada máquina foi permitida uma depreciação incentivada de
20% em vez dos tradicionais 10% anuais, a empresa que a adquirir poderá, em cinco anos,
contabilizar 100% de desgaste.

106

53
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ECD/ECF – Lucro Real 4.4 – Depreciação Acelerada

Passado esse período, porém, a empresa precisará reconhecer, a cada ano, a parcela do
desgaste incentivado. Isso quer dizer que ela deverá somar ao lucro tributável a diferença
entre a depreciação incentivada e a depreciação normal. No mesmo exemplo, 10% (20%
menos 10%). Ou seja, a empresa paga, no futuro, o IRPJ que deixou de pagar no
período anterior.

107

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

A depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensado o ajuste da taxa


para os bens postos em funcionamento ou baixados no curso do mês.

Dentro desta situação, onde o valor da depreciação contábil é um e, o valor fiscal é


outro, surgiu o RTT lei 11.941/2009, fazendo com que esta diferença contábil seja anulada
para fins fiscais.

Atualmente com o advento da lei 12.973/2014 o RTT foi instinto a partir de janeiro 2015
para os não optantes, sendo que as diferenças deverão ser demonstradas através da
ECF- Escrituração Contábil Fiscal e o Sped Contábil.

108

54
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

Exemplo prático : Regime Lucro Real


DEPRECIAÇÃO FISCAL:
Valor do bem R$ 200.000,00
Valor Residual Não há valor residual
Vida útil 10 anos
Depreciação mensal ($ 200.000,00 : 10 anos) : 12 R$ 1.666,67
Crédito PIS ($ 1.666,67 x 1,65%) R$ 27,50
Crédito COFINS ($ 1.666,67 x 7.60%) R$ 126,67
Despesa Depreciação ( $ 1.666,67 - $ 27,50 - $ 126,67) R$ 1.512,50

Obs: Para fins fiscais devemos utilizar a taxa de depreciação de acordo com RIR/18, artigo 320.

109

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

Exemplo prático : Regime Lucro Real


DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL :
Valor do bem R$ 200.000,00
Valor Residual R$ 25.000,00
Vida útil 6 anos
Depreciação mensal (($ 200.000,00 - $ 25.000,00) : 6 anos) : 12 R$ 2.430,56
Crédito PIS ($ 1.666,67 x 1,65%) R$ 27,50
Crédito COFINS ($ 1.666,67 x 7.60%) R$ 126,67
Despesa Depreciação ( $ 2.430,56 - $ 27,50 - $ 126,67) R$ 2.276,39

110

55
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

 Observamos que para crédito de PIS e COFINS devemos utilizar as taxas de


depreciação fiscal.

 Para depreciação contábil, devemos através de laudo estimar a vida útil do bem e
o valor residual esperado na alienação do mesmo.

 Vida útil: == > período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo.

 Valor residual: == > valor estimado que a entidade obteria com venda do ativo
após deduzir as despesas estimadas de venda.

111

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

 Contabilmente devemos fazer o lançamento de acordo com os princípios contábeis,


respeitando e seguindo as normas trazidas pelo CPCs, aprovados pela CVM.

Lançamento contábil:

DÉBITO Despesas com depreciação – Conta Resultado R$ 2.276,39

DÉBITO PIS a recuperar – Ativo Circulante R$ 27,50

DÉBITO COFINS a recuperar – Ativo Circulante R$ 126,67

CRÉDITO Depreciação acumulada – Ativo Não Circulante R$ 2.430,56

Consideramos portanto a seguinte diferença:


Depreciação Fiscal:................... R$ 1.512,50
Depreciação Contábil:................ R$ 2.276,39
Diferença:................................... R$ 763,89 112

56
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

DEMONSTRAÇÃO HIPOTÉTICA - ILUSTRATIVA DO RESULTADO


Demonstração do Resultado Contábil Fiscal
Receita líquida 25.000,00 25.000,00
(-) Custo Mercadoria Vendidas (10.000,00) (10.000,00)
(-) Despesas Operacionais (6.000,00) (6.000,00)
(-) Depreciação (2.276,39) (1.512,50)
(-) Encargos Financeiros (2.500,00) (2.500,00)
(=) Lucro Antes dos Impostos 4.223,61 4.987,50
Prov. IRPJ == > (15% x 4.987,50) (748,13)
Prov. CSLL == > ( 9% x 4.987,50 ) (448,88)
Lucro Líquido 3.026,61

113

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

 A diferença entre a depreciação Fiscal e Contábil deverá ser adicionado no e-Lalur e no e-Lacs.

 O Lucro Contábil é de R$ 3.026,61, será somado a adição da diferença entre as depreciações


no valor de R$ 763,89, portanto, a base de cálculo do IRPJ e CSLL será de R$ 4.987,50.

 Assim, vimos que para fins fiscais devemos utilizar a depreciação fiscal sendo que o valor
será despesa/custo dedutível para IRPJ e CSLL.

 Para fins contábeis devemos utilizar a depreciação contábil, que representa a realidade do
bem para empresa no que se refere a vida útil e valor residual, ambos deverão
ser respeitados e seguidos de acordo com as leis que os regem.

114

57
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

EXEMPLO – PLANILHA DE DEPRECIAÇÃO ECONÔMICA E FISICAL

VALOR DEPRECIAÇÃO DEPRECIAÇÃO AJUSTE LALUR


IMOBILIZADOS
CONTÁBIL FISCAL
ECONÔMICA DIFERENÇA

ANOS DEPREC. ANOS DEPREC.


Computador 3.000 2 125 5 50 + 75
Veículo Diretoria 60.000 10 500 5 1.000 - 500
Veículo Vendedor 30.000 2 1.250 5 500 + 750
Máquinas 90.000 15 500 10 750 - 250
Caminhão Ford 81.000 8 844 5 1.350 - 506
T. DEPRECIAÇÃO 3.219 3.650 - 431

Esse quadro acima deverá ser feito por rubrica, ou seja, por conta, analiticamente, conforme a IN 1700/2017.
115

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

Lançamento contábil
Débito Despesas com Depreciação R$ 3.219
Crédito Depreciação Acumulada R$ 3.219

AJUSTE NO LALUR REAL E FCONT


Ajustes Exclusões Adições Saldo
Lucro antes do IRPJ 100.000
Ajuste do RTT (431)
Lucro após o RTT 99.569
Exclusões

( = ) Lucro Real 99.569


( X ) 15% IRPJ 14.935
AIR de 10% > $ 60.000 3.956
116

58
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou por causas
naturais ou obsolescência normal, inclusive:

TAXA DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL MAIOR QUE A FISCAL

O prazo de vida útil admissível é aquele estabelecido nos Anexos III da IN SRF nº 1700/2017,
ficando assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente
adequada às condições de depreciação dos seus bens, desde que faça a prova dessa
adequação, quando adotar taxa diferente.

117

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou por causas
naturais ou obsolescência normal, inclusive:

TAXA DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL MENOR QUE A FISCAL

Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor do que


aquela calculada com base fiscal , a diferença poderá ser excluída do Lucro Líquido na
apuração do Lucro Real com registro na Parte B do e-Lalur do valor excluído.

118

59
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ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

EXEMPLO
TAXA DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL MAIOR QUE A FISCAL
Não há necessidade de ajuste no e-Lalur, desde que faça prova.

TAXA TAXA TOTAL


LALUR
CONTÁBIL FISCAL ACUMULADO
20% x $100.000 // Despesa : 20.000 20%
20% 10% 20%
Não
20% 20%
$10.000
20% há ajuste
20%
20%..........100% 20%

119

ECD/ECF – Lucro Real 4.5 – Contabilização Contábil e Fiscal

EXEMPLO
TAXA DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL MENOR QUE A FISCAL

TAXA TAXA TOTAL


LALUR
CONTÁBIL FISCAL Acumulado
20% x $100.000 // Despesa : 20.000 Excluir = (10%) 30%
30% (10%) 60%
20%
(10%) 90%
20% $30.000
+10%
20% 100%
20%..........100% +20% -0-

120

60
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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 5
------------
Baixa do Ativo Imobilizado

121

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

Quando um Ativo Não Circulante, como o imobilizado ou intangível, passa a ter seu valor
contábil líquido a ser recuperado pela sua venda, e não mais pelo seu uso, está pronto, ou
virtualmente pronto, para essa venda e teve iniciado o processo dessa alienação (em
princípio em um ano), de maneira que seja improvável a mudança dessa decisão deve ser
transferido para o Ativo Circulante, pelo menor valor, entre seu Valor Líquido Contábil e
seu Valor Justo, líquido das despesas com vendas.

Base Legal: Item 68 Resolução CFC nº 1.185/09- CPC 26 e Resolução nº 1.188/09-CPC31.

122

61
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

Nota: Enquanto classificado no Ativo Circulante, destinado para venda, o bem não
sofre depreciação (ou amortização).

Recomendar-se utilizar contas específicas :

AÑC  Mantidos Para Venda (AC)

AÑC  Mantidos Para Venda – Bens Descontinuados (AC)

( - ) Redução de AÑC  Mantidos Para Venda (DRE)


123

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

O CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada, não se
aplica quando os Ativo Não Circulante transferidos para os Estoques fazem parte do objeto
social. Nesse caso, aplicam-se as regras do CPC 16-Estoque.

PME == > Não se aplica a Reclassificação. Isto significa que não será reclassificado para o
Ativo Circulante (para venda).

A decisão da venda é considerada indicador para Impairment.


(redução ao valor recuperável do ativo). (seção 17, item 26).

124

62
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

QUANDO BAIXAR UM BEM DO IMOBILIZADO


O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado:
1. Por ocasião de sua alienação; ou
2. Quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização
ou alienação.

GANHOS OU PERDAS NA BAIXA

Ganhos ou Perdas decorrentes da baixa de um item do Ativo Imobilizado devem ser


reconhecidos no resultado quando o item é baixado.
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do Ativo Imobilizado devem ser
determinados pela diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil
do item.
125

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

AJUSTE A VALOR PRESENTE – VENDA À PRAZO DO IMOBILIZADO

Se o recebimento for a prazo, a diferença entre o valor nominal e seu valor presente (à
vista) deve ser reconhecida como receita de juros, de acordo com CPC 30 (item72 CPC
27(R4)).

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL – BAIXA DO IMOBILIZADO


Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na determinação
do Lucro Real, os resultados na alienação, inclusive por desapropriação, na baixa por
perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens
do Ativo Não Circulante, classificados como investimentos, imobilizado ou intangível

126

63
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou perda de capital terá


por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na
escrituração do contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou
exaustão acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos, permitindo-se
considerar no valor contábil os respectivos valores decorrentes dos efeitos do
Ajuste a Valor Presente - AVP.

O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capital na alienação de bens


desapropriados, desde que:
I. O transfira para Reserva Especial de Lucros;

II. Aplique, no prazo máximo de 2 (dois) anos do recebimento da


indenização, na aquisição de outros bens do Ativo Não Circulante,
importância igual ao ganho de capital;
127

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

III. Discrimine, na Reserva de Lucros, os bens objeto da aplicação de que trata o inciso II,
em condições que permitam a determinação do valor realizado em cada período.

 Essa reserva será computada na determinação do Lucro Real (tributada) nos termos do
§ 1ºdo art. 35 do DL nº 1.598/1977, ou utilizados para distribuição de dividendos.

 Reserva for utilizada para aumento de Capital Social; Alienação e/ou Depreciação do
bem.

128

64
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

Os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são consumidos pela entidade


principalmente por meio do seu uso. Porém, outros fatores, tais como obsolescência técnica
ou comercial e desgaste normal enquanto o ativo permanece ocioso, muitas vezes dão
origem à diminuição dos benefícios econômicos que poderiam ter sido obtidos do ativo.

Consequentemente, todos os seguintes fatores são considerados na determinação da vida


útil de um ativo:

I. Uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou produção física
esperadas do ativo;

II. Desgaste físico normal esperado, que depende de fatores


operacionais tais como o número de turnos durante os quais o ativo
será usado, o programa de reparos e manutenção e o cuidado e a
manutenção do ativo enquanto estiver ocioso; 129

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

III. Obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na produção,


ou de mudança na demanda do mercado para o produto ou serviço derivado do ativo.

IV. Reduções futuras esperadas no preço de venda de item que foi produzido usando
um ativo podem indicar expectativa de obsolescência técnica ou comercial do bem, que,
por sua vez, pode refletir uma redução dos benefícios econômicos futuros incorporados
no ativo; (Alterada pela Revisão CPC 08)

V. Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término dos
contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo.

130

65
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

A política de gestão de ativos da entidade pode


considerar a alienação de ativos após um período
determinado ou após o consumo de uma proporção
específica de benefícios econômicos futuros
A vida útil de um ativo é incorporados no ativo.
definida em termos da
utilidade esperada do
ativo para a entidade.
Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que
a sua vida econômica. A estimativa da vida útil do ativo
é uma questão de julgamento baseado na experiência
da entidade com ativos semelhantes.
131

ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

EXEMPLO

Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo


quando sejam adquiridos conjuntamente.

Com algumas exceções, como as pedreiras e os locais usados como aterro, os


terrenos têm vida útil ilimitada e, portanto, não são depreciados. Os edifícios têm vida
útil limitada e, por isso, são ativos depreciáveis. O aumento de valor de um terreno no
qual um edifício esteja construído não afeta o valor contábil do edifício.

132

66
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ECD/ECF – Lucro Real 5.1 – Considerações Gerais

Se o custo do terreno incluir custos de desmontagem, remoção e restauração do local,


essa porção do valor contábil do terreno é depreciada durante o período de
benefícios obtidos ao incorrer nesses custos. Em alguns casos, o próprio terreno
pode ter vida útil limitada, sendo depreciado de modo a refletir os benefícios a serem dele
retirados.

Não integram a base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS


apurados no regime de incidência não-cumulativa a que se referem a Lei nº 10.637 de
2002, e a Lei nº 10.833/2003, as outras receitas de que trata o inciso IV do caput do art.
187 da Lei nº 6.404/1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante,
classificado como investimento, imobilizado ou intangível.

133

ECD/ECF – Lucro Real 5.2 – Bens Retirados de Operação

O disposto no slide anterior aplica-se inclusive no caso do bem ter sido reclassificado
para o Ativo Circulante com intenção de venda, por força das normas contábeis e da
legislação comercial.

 Lei 6.404/76

 (agora) IV – O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

 (antes) IV - O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não


operacionais. (Redação dada pela Lei nº 9.249/95).

134

67
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ECD/ECF – Lucro Real 5.2 – Bens Retirados de Operação

CONCEITO

Propriedade para investimento é o imóvel (terreno ou edifício – ou parte de um edifício –


ou ambos) mantido pela entidade para obter rendas ou para valorização do capital poderá
ser avaliada pelo valor justo, e não para uso:

1. Na produção ou fornecimento de bens ou serviços;

2. Para finalidades administrativas

3. Para venda no curso ordinário do negócio.

135

ECD/ECF – Lucro Real 5.2 – Bens Retirados de Operação

A propriedade para investimento é classificada no Ativo Não Circulante, subgrupo


Investimentos. Não fica sujeito à depreciação.

Ou, propriedade para investimento opcionalmente pode ser avaliada pelo custo de
aquisição, sujeitando à depreciação.

NOVIDADE – VIGÊNCIA A PARTIR 01.01.2016

O CFC publicou a Revisão 03 da NBC TG 28:


Esta Norma não se aplica a:
a) Ativo Biológicos relacionados com a atividade agrícola (ver NBC
TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola; e
b) NBC TG 27 – Ativo Imobilizado.
136

68
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ECD/ECF – Lucro Real 5.2 – Bens Retirados de Operação

APLICÁVEL: == > S.A - SGP – PME (TG1000)


Micro (ITG1000 - para eventos materiais, ou seja, se eles puderem, individual ou
coletivamente, influenciar as decisões econômicas de usuários).

EXEMPLO:
AQUISIÇÃO DO IMÓVEL EM 01/12/2020
Débito: Imóveis (investimentos / AÑC)
Crédito: Bancos(AC)...........................................................................1.000.000,00

137

ECD/ECF – Lucro Real 5.2 – Bens Retirados de Operação

AVALIAÇÃO A VALOR JUSTO EM 10/03/2021


Débito: Imóveis – Subconta Lei 12.973-AVJ (Investimentos/ ANC)
Crédito: Ganho na AVJ (CR) ................................................................ 900.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE


INVESTIMENTOS
Imóveis............................................................................ 1.000.000,00
Imóveis – Subconta Lei 12.973 - AVJ.............................. 900.000,00

138

69
Profº Arnóbio Durães out-22

PONTO DE VISTA FISCAL


EXCLUSÃO (NÃO TRIBUTÁVEL TEMPORÁRIA)

O ganho (registrado na DRE como Receita) decorrente de avaliação de Ativo com base no Valor
Justo não será computado na determinação do Lucro Real e da CSLL, desde que o respectivo
aumento no valor do ativo seja evidenciado contabilmente em subconta vinculada ao ativo.

Parte A – Constituição do AVJ -- E-LALUR/LACS

Conta contábil : $_____________

Parte B- Controle

$______________________

139

PONTO DE VISTA FISCAL

ADIÇÃO
O ganho evidenciado por meio da subconta acima será computado na determinação do
Lucro Real e da CSLL à medida que o ativo for realizado.

Parte A – Pela realização do AVJ

140

70
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 06

EXERCÍCIO Nº 06

141

ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 06

Uma Sociedade Empresária adquiriu, em 30.11.2020, uma máquina por R$ 39.000,00.

Para deixar a máquina em condição de funcionamento, foi necessária instalação, que foi
feita pelo vendedor, sem custo adicional, em 31.12.2020.

A vida útil da máquina foi estimada em 150 meses; e o valor residual é de R$ 6.000,00.
Para o cálculo da depreciação, foi adotado o método das quotas constantes.

Considerando-se os dados informados, determine o saldo da conta depreciação


acumulada, em 31.8.2021.

142

71
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ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

143

ECD/ECF – Lucro Real 5.3 – Cálculo sobre Ganho ou Perda de Capital

TRIBUTAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL

O ganho de capital auferido na venda de bens do Ativo Não Circulante imobilizado,


investimentos e intangíveis para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o
término do ano-calendário seguinte ao da contratação deverá integrar a base de
cálculo do Imposto sobre a Renda mensal, podendo ser computado na proporção
da parcela do preço recebida em cada mês.

Regime de Caixa

144

72
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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 6
------------
Arrendamento

145

ECD/ECF – Lucro Real 6.1 – Introdução

Considera-se arrendamento, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade


de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por
objeto o arrendamento de um direito pela arrendadora, segundo especificações da
arrendatária e para uso próprio desta.

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade, Revisão NBC nº 4/19, o termo


"arrendamentos" adotado corresponde à tradução do termo 'leases' na língua inglesa e pode
abranger contratos (mas não se limita a) de arrendamento, aluguel, locação e outros
contratos que conferem à entidade que reporta o direito de uso de um ativo em troca de
uma contraprestação.

146

73
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 6.1 – Introdução

O Conselho Federal de Contabilidade por meio da Norma Brasileira de Contabilidade NBC


TG 06 (R3) aprovou o CPC 06 (IFRS 16), que dispõe operações de arrendamento.

No âmbito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o CPC 06 foi regulamentado pela


Resolução CVM nº 95/2022, com início de vigência a partir de 01/07/2022, e a Deliberação
CVM nº 787/17, com vigência até 30/06/2022, que será aplicado às companhias abertas,
ressaltamos que a CVM promoveu a revisão e consolidação das normas que aprovaram os
Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC, sem que houvesse alteração nas práticas
contábeis.
MODALIDADES DE ARRENDAMENTO
As operações de arrendamento mercantil de que trata a Resolução BACEN
nº 4.977/21 são classificadas em arrendamento mercantil operacional e
arrendamento mercantil financeiro.
147

ECD/ECF – Lucro Real 6.1 – Introdução

ARRENDAMENTO MERCANTIL OPERACIONAL


Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade de arrendamento em que:

a) as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplam o custo de


arrendamento do bem e os serviços inerentes à sua colocação à disposição da
arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% do custo do
bem arrendado;

b) o prazo efetivo do arrendamento mercantil seja inferior a 75% do prazo de vida útil
econômica do bem arrendado;

c) o prazo efetivo do arrendamento mercantil seja inferior a 75% do prazo de vida útil
econômica do bem arrendado;

148

74
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ECD/ECF – Lucro Real 6.1 – Introdução

ARRENDAMENTO MERCANTIL OPERACIONAL


Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade de arrendamento em que:

a) o preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado do bem arrendado;

b) o contrato não preveja pagamento de valor residual garantido;

c) o bem arrendado seja suficientemente genérico, de modo a possibilitar seu arrendamento


subsequente a outra arrendatária sem modificações significativas; e

d) as perdas decorrentes do cancelamento do contrato após o período de cancelamento


improvável não sejam suportadas substancialmente pela arrendatária.

149

ECD/ECF – Lucro Real 6.1 – Introdução

ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO

Considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade de arrendamento que não for


classificada como arrendamento mercantil operacional.

150

75
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 6.2 – Característica de Contrato de Arrendamento

É um contrato pelo qual uma pessoa jurídica ou física, pretendendo utilizar determinado
equipamento, comercial ou industrial, ou certo imóvel, consegue que uma instituição
financeira o adquira, arrendando-o ao interessado por tempo determinado, possibilitando-se
ao arrendatário, findo tal prazo, optar entre a devolução do bem arrendado mediante um
preço conforme o valor (VR) residual, previamente fixado no contrato, isto é, o que fica após
a dedução das prestações até então pagas.

O contrato de arrendamento mercantil é consensual, porque se aperfeiçoa com a


manifestação de vontade das partes, independentemente da entrega da coisa.

151

ECD/ECF – Lucro Real 6.2 – Característica de Contrato de Arrendamento

A entidade deve aplicar a norma de forma consistente com contratos que tenham
características similares e em circunstâncias similares.

Se ficar claro, a partir de outras características, que o arrendamento não transfere,


substancialmente, todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente,
o arrendamento deve ser classificado como arrendamento operacional.

Arrendamento financeiro Reconhecimento e mensuração


Na data de início, o arrendador deve reconhecer os ativos mantidos em arrendamento
financeiro em seu balanço patrimonial e deve apresentá-los como recebível ao valor
equivalente ao investimento líquido no arrendamento.

152

76
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ECD/ECF – Lucro Real 6.3 – Mensuração do Arrendamento

MENSURAÇÃO INICIAL DO ATIVO DE DIREITO DE USO

Na data de início, o arrendatário deve mensurar o ativo de direito de uso ao custo.


O custo do ativo de direito de uso deve compreender:
a) o valor da mensuração inicial do passivo de arrendamento;
b) quaisquer pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início, menos quaisquer
incentivos de arrendamento recebidos;
c) quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário; e
d) a estimativa de custos a serem incorridos pelo arrendatário na desmontagem e remoção do
ativo subjacente, restaurando o local em que está localizado ou restaurando o ativo
subjacente à condição requerida pelos termos e condições do arrendamento, salvo se esses
custos forem incorridos para produzir estoques. O arrendatário incorre na obrigação por
esses custos seja na data de início ou como consequência de ter usado o ativo subjacente
durante um período específico.
153

ECD/ECF – Lucro Real 6.3 – Mensuração do Arrendamento

MENSURAÇÃO INICIAL DO ATIVO DE DIREITO DE USO

O arrendatário deve reconhecer os custos descritos na letra "d" do parágrafo anterior como
parte do custo do ativo de direito de uso quando incorrer em obrigação por esses custos.
Também deve aplicar a NBC TG 16 - Estoques a custos que são incorridos durante um
período específico como consequência de ter usado o ativo de direito de uso para produzir
estoques durante esse período.

As obrigações por esses custos contabilizados, aplicando NBC TG 16, serão reconhecidas e
mensuradas de acordo com a NBC TG 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes.

154

77
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ECD/ECF – Lucro Real 6.3 – Mensuração do Arrendamento

MENSURAÇÃO INICIAL DO PASSIVO DE ARRENDAMENTO

Na data de início, o arrendatário deve mensurar o passivo de arrendamento ao valor


presente dos pagamentos do arrendamento que não são efetuados nessa data.

Nesses pagamentos devem ser descontados, utilizando a taxa de juros implícita no


arrendamento, se essa taxa puder ser determinada imediatamente. Se essa taxa não puder
ser determinada imediatamente, deve-se utilizar a taxa incremental sobre empréstimo do
arrendatário.

Na data de início, os pagamentos incluídos na mensuração do passivo de arrendamento


compreendem os seguintes pagamentos, para o direito de utilizar o ativo subjacente durante
o prazo do arrendamento, os quais não são efetuados na data de início:

155

ECD/ECF – Lucro Real 6.3 – Mensuração do Arrendamento

a) pagamentos fixos (incluindo pagamentos fixos na essência), menos quaisquer incentivos


de arrendamento a receber;

b) pagamentos variáveis de arrendamento, que dependem de índice ou de taxa, inicialmente


mensurados utilizando o índice ou a taxa da data de início;

c) valores que se espera que sejam pagos pelo arrendatário, de acordo com as garantias de
valor residual;

d) o preço de exercício da opção de compra se o arrendatário estiver razoavelmente certo de


exercer essa opção; e

156

78
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 6.3 – Mensuração do Arrendamento

e) pagamentos de multas por rescisão do arrendamento, se o prazo do arrendamento


refletir o arrendatário exercendo a opção de rescindir o arrendamento.

 Os pagamentos variáveis de arrendamento, que dependem de índice ou de taxa,


descritos na letra "b" do slide anterior, incluem, por exemplo, pagamentos vinculados a
índice de preços ao consumidor, pagamentos vinculados à taxa de juros de referência
(como a LIBOR) ou pagamentos que variam para refletir alterações em taxas de mercado
de aluguel.

157

ECD/ECF – Lucro Real 6.4 –Aspectos Fiscais

APURAÇÃO DO IRPJ E DA CSLL


Na operação de arrendamento que segue o tratamento tributário da Lei nº 6.099/74, serão
consideradas como custo ou despesa operacional da pessoa jurídica arrendatária as
contraprestações pagas ou creditadas por força do contrato de arrendamento (art. 11 da Lei
nº 6.099/74).

A aquisição pelo arrendatário de bens arrendados em desacordo com as disposições da Lei


nº 6.099/74, será considerada operação de compra e venda a prestação, hipótese que
as importâncias já deduzidas, como custo ou despesa operacional pela adquirente,
acrescerão ao lucro tributável pelo imposto de renda, no exercício correspondente à
respectiva dedução e caso não seja recolhido, será devido com acréscimo de juros e
correção monetária, multa e demais penalidades legais (art. 11 da Lei nº 6.099/74).

158

79
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ECD/ECF – Lucro Real 6.4 –Aspectos Fiscais

Na hipótese de operações de arrendamento que não estejam sujeitas ao tratamento


tributário previsto pela Lei nº 6.099/74, a pessoas jurídica arrendadora deverão reconhecer,
para fins de apuração do lucro real, o resultado relativo à operação de arrendamento
proporcionalmente ao valor de cada contraprestação durante o período de vigência do
contrato (art. 46 da Lei nº 12.973/14).

A pessoa jurídica deverá proceder, caso seja necessário, aos ajustes ao lucro líquido para fins
de apuração do lucro real, no LALUR (art. 46 da Lei nº 12.973/14).

Aplica-se somente às operações de arrendamento em que há transferência substancial dos


riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo (art. 46 da Lei nº 12.973/14).

159

ECD/ECF – Lucro Real 6.4 –Aspectos Fiscais

APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS

Na apuração da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS pelo regime não cumulativo de


que tratam a Lei nº 10.637/02 e a Lei nº 10.833/03 a pessoa jurídica arrendatária:

a) poderá descontar créditos calculados em relação ao valor das contraprestações de


operações de arrendamento de pessoa jurídica, exceto de optante pelo SIMPLES
Nacional; e
b) não terá direito a crédito correspondente aos encargos de depreciação e amortização
gerados por bem objeto de arrendamento na hipótese em que reconheça contabilmente o
encargo.

160

80
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ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 7
------------
Ativo Intangível

161

ECD/ECF – Lucro Real 7.1 – Considerações Iniciais

As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a


aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos
intangíveis como conhecimento científico ou técnico, projeto e implantação de novos
processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento mercadológico,
nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de
publicações)

Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas


são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes
cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas,
licenças de pesca, quotas de importação, franquias,
relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de
clientes, participação no mercado e direitos de comercialização.
162

81
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ECD/ECF – Lucro Real 7.2 – Reconhecimento e Mensuração

O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que a entidade demonstre


que ele atende:

a) a definição de ativo intangível; e


b) os critérios específico de reconhecimento, conforme mencionado.

Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se:

a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão
gerados em favor da entidade; e
b) o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.

163

ECD/ECF – Lucro Real 7.3 – Amortização

O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado de
forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada.

A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver disponível
para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições necessários para que
possa funcionar da maneira pretendida pela administração.

A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para
venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda, de
acordo com a NBC TG 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada, ou, ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro.

164

82
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 7.3 – Amortização

O método de amortização utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos


benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão com
confiabilidade, deve ser utilizado o método linear. A despesa de amortização para
cada período deve ser reconhecida no resultado, a não ser que outra norma contábil
permita ou exija a sua inclusão no valor contábil de outro ativo.

Podem ser utilizados vários métodos de amortização para apropriar de forma


sistemática o valor amortizável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem
o método linear, também conhecido como método de linha reta, o método dos saldos
decrescentes e o método de unidades produzidas. A seleção do método deve obedecer ao
padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros esperados, incorporados ao ativo,
e aplicado consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão.

165

ECD/ECF – Lucro Real 7.4 – Goodwill

 A norma requer que um ativo intangível, com vida útil indefinida, ou ainda não disponível
para uso, e o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) sejam testados
com relação à redução ao valor recuperável, pelo menos uma vez ao ano.

 Independentemente do momento em que as exigências sejam aplicadas, o conceito de


materialidade se aplica na identificação e verificação da necessidade de se estimar o
valor recuperável de um ativo.

 Por exemplo, se cálculos prévios indicam que o valor recuperável de um ativo é


significativamente maior do que seu valor contábil, a entidade não necessita estimar
novamente o valor recuperável do ativo, desde que não tenham ocorrido eventos que
eliminariam essa diferença.
 Do mesmo modo, a análise prévia pode indicar que o valor
recuperável de um ativo não é sensível a uma ou mais das
indicações constante no item 12 na NBC TG 01 (R4). 166

83
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ECD/ECF – Lucro Real 7.5 – Aspectos Fiscais

A amortização de direitos classificados no ativo não circulante intangível, registrada com


observância das normas contábeis, é considerada dedutível na determinação do Lucro
Real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o lucro líquido, desde que o
direito seja intrinsecamente relacionado com a produção ou comercialização dos bens e
serviços, observado o disposto no inciso III do art. 13 da Lei nº 9.249/1995.

Poderão ser excluídos, para fins de apuração do Lucro Real e da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, os gastos com desenvolvimento de inovação
tecnológica referidos no inciso I e no § 2º do art. 17 da Lei nº 11.196/2005, quando
registrados no ativo não circulante intangível, no período de apuração em que forem
incorridos e observado o disposto nos arts. 22 a 24 da Lei nº 12.973/2014.

167

ECD/ECF – Lucro Real

Unidade 1. ECD Escrituração Contábil Digital


Unidade 8
------------
Impairment Test

168

84
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

TESTE DE IMPAIRMENT
Impairment é uma palavra em inglês que significa, em sua tradução literal, deterioração. É uma
regra segunda a qual a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação
dos valores registrados no Imobilizado e no Intangível (§ 3 do art. 183 da Lei 6.404/1976).

Tecnicamente trata-se da redução do valor recuperável de um bem ativo. Na prática, quer


dizer que as companhias terão que avaliar, periodicamente, os ativos que geram resultados
antes de contabilizá-los no Balanço:

169

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

1. Cada vez que se verificar que um ativo esteja avaliado por valor não recuperável no
futuro, ou seja, toda vez que houver uma projeção de geração de caixa em valor inferior
ao montante pelo qual o ativo está registrado, a companhia terá que fazer a baixa
contábil da diferença.

2. O ajuste para perdas por desvalorização decorre da obrigação de avaliar os ativos, no


mínimo anualmente, para ajustá-los a valor de sua realização, caso este seja inferior ao
valor contábil.

3. Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no Balanço depois da
dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste
para perdas.

170

85
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

4. Dentre outras situações, por exemplo, o ativo precisa ser avaliado em decorrência
da obsolescência ou de dano físico, o que o retorno esperado do ativo (fluxo de caixa
futuro descontado) é menor que o valor contábil.

5. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer momento
no período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no mesmo período.

6. As metodologias para avaliação da recuperação de ativos são estipuladas na NBC TG


01, dentre as quais, a estimativa do valor em uso de um ativo.

171

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

Desta forma, se um ativo está registrado contabilmente por R$ 10.000,00 e seu valor
recuperável é de R$ 8.000,00, teremos que ajustar a diferença (perda de R$ 10.000,00 menos
R$ 8.000,00 = R$ 2.000,00) da seguinte forma:

Débito: Perdas por Desvalorização de Ativos (Conta de Resultado)


Crédito: ( - ) Perdas por Desvalorização (conta redutora do Ativo) R$ 2.000,00

Nota: não se ajusta eventual ganho (valor recuperável superior ao valor contábil).

172

86
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ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL

O teste de recuperabilidade pode ser realizado pelo valor líquido de venda ou pelo seu
valor em uso, indicado pelo valor presente de fluxos de caixa futuro estimados.

O VALOR LÍQUIDO DE VENDA === > é o valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de
uma unidade de geradora de caixa em transações normais menos as despesas de venda.

JÁ O VALOR EM USO == > é valor presente de fluxos de caixa estimados, que devem
resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.

173

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

COMPROVAÇÃO DO IMPAIRMENT TEST


Para comprovar o resultados do teste de recuperabilidade é necessário que haja a
documentação sobre a os procedimentos adotados para a realização do teste, como o
laudo fornecido por empresa especializada ou mesmo que realizado internamente.

Comprovada a perda por documentos idôneos sobre a existência de ativo desvalorizado


deverá mensurar o valor recuperável e contabilizar a diferença da perda em conta ‘Ajuste ao
Valor Recuperável’, que é uma despesa que deverá ser contabilizada no resultado do
exercício.

174

87
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

DO PONTO DE VISTA FISCAL

Fiscalmente, por determinação da Lei 11.941/2009 (art. 15) essa despesa não terá
reflexo fiscal para fins de determinação do Lucro Real e da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, isto é, a despesa por perda de
desvalorização (impairment) de um Ativo Imobilizado não será dedutível para
IRPJ E CSLL, pelas empresas submetidas à tributação do lucro real.

175

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

Para determinar se um item do ativo imobilizado está com parte de seu valor irrecuperável,
a entidade aplica o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos. Esse Pronunciamento determina como a entidade deve revisar o valor contábil de
seus ativos, como determinar o seu valor recuperável e quando reconhecer ou reverter
perda por redução ao valor recuperável.

 A entidade deve verificar se há alguma indicação ou evidência de que um


imobilizado possa ter sofrido desvalorização (pelo uso ou venda) (CPC 01).

176

88
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

 A entidade deve reconhecer as perdas por desvalorização em conta redutora do bem, tendo
em contrapartida o resultado de exercício.

 PME- Aplicar a mesma regra (seção 27 Resolução CFC 1.255/09).

1. Determinar o valor contábil líquido do bem

Máquina R$ 2.000.000

( - ) Depreciação Acumulada R$ (200.000)

( = ) Valor Contábil R$ 1.800.000,00

177

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

2. Determinar o valor recuperável do bem


Duas Formas ( Venda ou Uso ) , considerar o maior entre os dois valores:
a.) Pelo valor líquido de venda:
Preço de venda (Valor justo) R$ 1.400.000,00
( - ) Gastos de Transação R$ (300.000,00)
( = ) VALOR LÍQUIDO DE VENDA R$ 1.100.000,00

b.) Pelo valor líquido de uso:


O valor líquido de uso é determinado pelo valor presente liquido de fluxo de caixa que
será gerado pelo uso do bem nas atividades
Receita de Produção esperada R$ 1.200.000,00
( - ) Gastos na produção esperada R$ (300.000,00)
( = ) FLUXO DE CAIXA FUTURO LÍQUIDO R$ 900.000,00 178

89
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ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

3. Comparação entre o valor contábil e o valor recuperável

Valor Contábil do bem R$ 1.800.000,00

( - ) Valor recuperável R$ 1.100.000,00


R$

( = ) PERDA COM DESVALORIZAÇÃO DE ATIVO R$ 700.000,00

Estornar o valor da depreciação acumulada:

Débito : Depreciação Acumulada – CR AÑC

Crédito: Máquina – AÑC R$


R$ 200.000,00
179

ECD/ECF – Lucro Real 8.1 – Considerações Iniciais

Nesse caso, valor recuperável é menor que o valor contábil, a empresa deverá
efetuar o ajuste perda pela desvalorização de ativo, por meio do seguinte
lançamento contábil:

Débito : Despesa Operacional – Teste de Redução – CR


Crédito: Perda Teste de Recuperação – Conta redutora AÑC R$
R$ 700.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE


IMOBILIZADO
Máquina R$ 1.800.000,00
R$
( - ) Perda Teste Recuperação R$ (700.000,00)
( = ) Valor Contábil R$ 1.100.000,00 180

90
Profº Arnóbio Durães out-22

PONTO DE VISTA FISCAL ECF – LALUR/LACS

A perda estimada DEVERÁ SER ADICIONADA na Parte A do e-Lalur e no e-Lacs no período de


apuração em que for reconhecida, e registrada na Parte B para ser excluída quando de sua
realização.

Parte A- Perda Teste de Recuperabilidade

$______________

Quando houver a realização do Ativo

$______________

181

Parte B-Controle

182

91
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ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 07

EXERCÍCIO Nº 07

183

ECD/ECF – Lucro Real Exercício nº 07

Uma Sociedade Industrial, ao analisar um determinado Ativo Imobilizado, identificou as


seguintes evidências, em 31.12.2021:

Informações:
Valor líquido de venda R$ 2.040.000,00
Valor em uso R$ 2.000.000,00
Saldos contábeis
Valor contábil bruto – custo de aquisição R$ 3.200.000,00
Depreciações acumuladas R$ 800.000,00
Perda estimada em valor não recuperável R$ 240.000,00

Determinar de acordo com a (NBC TG 27 - Ativo Imobilizado) a perda por redução ao valor
recuperável complementar a ser reconhecida no resultado, ao final do período de 2021.

184

92
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real Exercício

Resolução:

185

ECD/ECF – Lucro Real 8.2 – Identificação de Ativos Desvalorizados

O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável.

A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um
ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o
valor recuperável do ativo.

 Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável,


a entidade deve:

 Testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um


ativo intangível com vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para
uso, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável.

186

93
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.2 – Identificação de Ativos Desvalorizados

Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer momento no
período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no mesmo período.

 Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos diferentes.
Entretanto, se tais ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano
corrente, devem ter a redução ao valor recuperável testada antes do fim do ano corrente; e

 Testar, anualmente, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em


combinação de negócios.

187

ECD/ECF – Lucro Real 8.3 – Mensuração do Valor Recuperável

Nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo
e seu valor em uso. Se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este
não tem desvalorização e, portanto, não é necessário estimar o outro valor.

Se não há razão para acreditar que o valor em uso de um ativo exceda materialmente seu
valor justo líquido de despesas de venda, o valor justo líquido de despesas de venda do ativo
pode ser considerado como seu valor recuperável.

VALOR JUSTO LÍQUIDO DA DESPESA DE VENDA


As despesas com a baixa, exceto as que já foram reconhecidas como passivo, devem ser
deduzidas ao se mensurar o valor justo líquido de despesas de alienação.

188

94
Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.3 – Mensuração do Valor Recuperável

VALOR EM USO
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
a) estimar futuras entradas e saídas de caixa derivadas do uso contínuo do ativo e de sua
baixa final; e
b) aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.

A estimativa de fluxos de caixa líquidos a serem recebidos (ou pagos) pela baixa de um ativo
ao término de sua vida útil deve ser o montante que a entidade espera obter da baixa do ativo
em transação com isenção de interesses entre partes conhecedoras e interessadas, após
deduzir as despesas estimadas com a baixa.

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ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

Se, e somente se, o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor contábil, o
valor contábil do ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução
representa uma perda por desvalorização do ativo.

A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na


demonstração do resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer
desvalorização de ativo reavaliado deve ser tratada como diminuição do saldo da
reavaliação.

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Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

A perda por desvalorização de ativo não reavaliado deve ser reconhecida na


demonstração do resultado do exercício. Entretanto, a perda por desvalorização de
ativo reavaliado deve ser reconhecida em outros resultados abrangentes (na
reserva de reavaliação) na extensão em que a perda por desvalorização não exceder o
saldo da reavaliação reconhecida para o mesmo ativo. Essa perda por desvalorização
sobre o ativo reavaliado reduz a reavaliação reconhecida para o ativo.

Depois do reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de depreciação,


amortização ou exaustão do ativo deve ser ajustada em períodos futuros para
alocar o valor contábil revisado do ativo, menos seu valor residual (se houver), em
base sistemática ao longo de sua vida útil remanescente.

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ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

O valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado se:

 o valor em uso do ativo não puder ser estimado como sendo próximo de seu valor
justo líquido de despesas de venda (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros
advindos do uso contínuo do ativo não puderem ser estimados como sendo
insignificantes); e

 o ativo não gerar entradas de caixa que são em grande parte independentes
daquelas provenientes de outros ativos.

Nesses casos, o valor em uso e, portanto, o valor recuperável, somente


pode ser determinado para a unidade geradora de caixa do ativo.
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Profº Arnóbio Durães out-22

ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

EXEMPLO

Uma entidade de mineração tem uma estrada de ferro particular para dar suporte às suas
atividades de mineração. Essa estrada pode ser vendida somente pelo valor de sucata e
ela não gera entradas de caixa que são, em grande parte, independentes das entradas
de caixa provenientes de outros ativos da mina.

Não é possível estimar o valor recuperável da estrada de ferro privada porque seu valor
em uso não pode ser determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata.
Portanto, a entidade deve estimar o valor recuperável da unidade geradora de caixa à
qual a estrada de ferro particular pertence, isto é, a mina como um todo.

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ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

UNIDADE GERADORA DE CAIXA


Se o valor recuperável de um ativo individual não puder ser determinado, nenhuma perda
por desvalorização deve ser reconhecida para o ativo se a unidade geradora de caixa à
qual está relacionado não sofrer perda por desvalorização. Isso se aplica mesmo se o valor
justo líquido de despesas de venda do ativo for menor do que seu valor contábil

REVERSÃO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO


A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma indicação de
que a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto
o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), possa não mais existir ou ter
diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável desse
ativo.

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ECD/ECF – Lucro Real 8.4 – Reconhecimento das Perdas e Reversão de Perdas

Uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um


ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), deve ser
revertida se, e somente se, tiver havido mudança nas estimativas utilizadas para
determinar o valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização que foi
reconhecida. Se esse for o caso, o valor contábil do ativo deve ser aumentado para
seu valor recuperável. Esse aumento ocorre pela reversão da perda por desvalorização.

A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectativa de rentabilidade


futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.

O Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível proíbe o reconhecimento de ágio


por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente.

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Prof.º Arnóbio Neto Araujo Durães


E-mail: duraesarnobio@gmail.com
Outubro / 2022
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ECD/ECF – Lucro Real

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