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Resumo aula 23/02/2024

Teoria histórica

Estudemos a seguinte teoria não essencialista, a teoria histórica. Vamos ter em conta o
pensamento de um filósofo norte-americano, nesta teoria, que se chama Jerrald Levinson, o
seu fundador. Esta teoria vai aumentar a subjetividade e a arbitrariedade em relação à teoria
institucional, sendo esta uma diferença que as distingue. Bom, na teoria histórica, a arte
depende do contexto, ou seja, para uma obra ser artística, o autor tem obrigatoriamente de ter
a intenção de relacionar a obra com a história da arte ou com alguma obra anterior, seja direta
ou indiretamente. Ora, Duchamp relacionou as suas obras com a história da arte, fazendo-as ir
contra ela.

Ora, abordemos “A cadência caótica”, o monte de material que o professor fez em cima da sua
secretária. A partir da teoria institucional, era necessário que fosse alguém observar este
amontoado de modo a classificar como obra de arte ou não artística. Em contrapartida, a partir
da teoria histórica, apenas se tem de ter a intenção de relacionar a obra com a história da arte
para esta ser artística, na linha do dadaísmo. Verifica-se, neste facto, uma maior arbitrariedade
e subjetividade, basta que o artista queira que a sua obra seja arte, relacionando-a com a sua
história, seja a favor seja contra a história, é possível relacioná-la com a história da arte de mais
que uma maneira.

Bom, uma das objeções apontadas à teoria histórica é precisamente o facto da arbitrariedade e
da subjetividade totais. Apesar disto, há ainda um contraexemplo. Se para uma obra ser
considerada artística se tem de considerar uma relação entre a obra e a história da arte que
antecede essa obra, como foi para a primeira obra de arte de todas? Há duas hipóteses. Ou
não há uma primeira obra de arte, o que tem como consequência a inexistência da história da
arte, ou o critério aplicado para classificar a primeira obra de arte como artística é diferente do
critério utilizado nas outras obras, o que eu já mencionei entretanto.

Questão final

Bom, analisemos o caso das obras falsificadas, de modo a terminar o estudo da filosofia da arte
e das teorias que tentam arranjar as condições necessárias e suficientes para definir o conceito
de arte. Ora, abordemos “O Grito”, de Munch. Um falsificador que falsificou bastante bem este
quadro quer enganar um indivíduo para fazer dinheiro, dizendo que realizou esta obra de arte,
enquanto é apenas uma simples falsificação sua. Segundo as teorias todas que abordámos,
esta obra realizada pelo falsificador seria considerada arte? De acordo com a teoria histórica, a
resposta é afirmativa, dado que a obra do falsificador está relacionada com a obra original, é
uma cópia, logo é considerada arte, por estar ligada à história da arte. Para a teoria
institucional, esta obra não seria arte, uma vez que os indivíduos do mundo da arte apenas
consideram arte as obras originais e as suas versões, não as suas cópias. Para a teoria
mimética, esta obra é arte, porque se trata de uma imitação, assim como para a
representacionista, visto que se trata de uma representação. Em contrapartida, como o artista
falsificador não sente o que está exprimir no quadro, nas sua falsificação. Para finalizar, tendo
em conta a teoria formalista, esta obra falsificada pode ser considerada uma obra de arte, visto
que o quadro tem uma forma significante e provoca, na mesma, uma emoção estética no
espectador, no cliente, uma vez que este também não sabe que é uma falsificação.

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