Você está na página 1de 16

Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

01/10/2023

Número: 1007932-85.2023.4.01.3901
Classe: DESAPROPRIAÇÃO
Órgão julgador: 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Marabá-PA
Última distribuição : 12/09/2023
Valor da causa: R$ 4.993.380,00
Assuntos: Desapropriação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
VALE S.A. (AUTOR) ALICE BEATRIZ BARRETO CARNEIRO VALERIANO LOPES
(ADVOGADO)
MICHEL FERRO E SILVA (ADVOGADO)
BERNARDO MORELLI BERNARDES (ADVOGADO)
FLOR DO ENCANTO IMOBILIARIA E EMPREENDIMENTOS BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL (ADVOGADO)
LTDA (REU) DARCY DALBERTO ULIANA (ADVOGADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
18398 01/10/2023 21:40 Manifestacao tutela id1827245668 FLOR DO Petição intercorrente
86191 ENCANTO
Ao EXMO. JUIZO DA 1ª VARA FEDERAL CÍVEL E CRIMINAL DA SSJ DE MARABÁ/PA.
Processo nº 1007932-85.2023.4.01.3901

FLOR DO ENCANTO IMOBILIÁRIA E EMPREENDIMENTOS LTDA -ME, devidamente


qualificada nos autos da ação de desapropriação que lhe move VALE S.A., vem, perante V. Exa.,
apresentar MANIFESTAÇÃO ao ID1827245668, nos termos a seguir: 1

Conforme consta na DECISÃO (ID1827245668), a empresa autora pretende a tutela


antecipada para imissão na posse alegando em suma, no quadro fático ressalta a realização de
um acordo homologado, e na fundamentação, alega o preenchimento dos requisitos legais do
decreto lei 3365/41 para a concessão da liminar; a superação dos fundamentos utilizados para
a sustação do mandado de imissão na posse e a necessidade de se dar andamento ao projeto
devido ao impacto econômico do atraso com foco na urgência da medida.

Inicialmente cumpre salientar questões prejudiciais ainda não definidas na demanda


desapropriatória, senão vejamos:

1. Da incompetência do juízo federal e ausência de interesse da união e antt. Jurisprudência.

Conforme delineado na petição id1810413694, o juízo da 3ª Vara Cível e empresarial de


Marabá/PA detectou possível interesse da união e “..declino da competência em favor da
Justiça Federal, tendo em vista que há possível interesse subjacente da União nos autos, em
decorrência do decreto expropriatório ter sido realizado pela União, delegando-se apenas os
atos expropriatórios à Vale S.A, conforme já explicitado na decisão de ID n. 95134421. Com
fulcro na mesma decisão, havendo manifestação negativa da Justiça Federal e retorno dos
autos à esse juízo, promova-se nova distribuição por sorteio, em decorrência da vinculação da
competência...” (grifos nossos)

Trata-se de providencia procedimental, prevista na sumula 150/STJ “Compete à Justiça


Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo,
da União, suas autarquias ou empresas públicas.”, e nada tem a ver com declínio de
competência, o objetivo é saber se há bens da união em litigio.

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 1
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
Conforme disciplina o art. 109, I, da Carta Magna, sendo que a ANTT e a UNIÃO, não
integram o processo, de modo que a hipótese não se amolda ao dispositivo legal.

No presente caso, não se vislumbra qualquer possibilidade de lesão eventual a bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas, pois a malha ferroviária em
questão encontra-se sob regime de concessão à iniciativa privada, a discussão travada nos autos 2
é de natureza possessória entre particulares, e não se está discutindo o domínio de bem público,
de modo que o resultado do processo não atingirá a esfera jurídica da União, do DNIT ou da
ANTT.

Conforme orientação jurisprudencial:

STJ - AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA: AgInt no CC 183648 MA 2021/0335747-


7 Jurisprudência•Data de publicação: 19/05/2022 PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 . APLICABILIDADE.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CHAMAMENTO DA UNIÃO AO PROCESSO. DESNECESSIDADE.
INTERESSE DE ENTIDADES FEDERAIS AFASTADO PELA JUSTIÇA FEDERAL. REEXAME.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS 150 E 254 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INCIDÊNCIA.
ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. APLICAÇÃO DE
MULTA. ART. 1.021 , § 4º , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 . DESCABIMENTO. I -
Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In
casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015 . II - Consoante inteligência do art. 109 , I , da
Carta Política , como regra, a competência da Justiça Federal, em matéria cível, é estabelecida
em razão da pessoa, abrangendo as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
III - Nos termos do enunciado sumular 150 desta Corte, compete à Justiça Federal decidir sobre
a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas
autarquias ou empresas públicas. IV - In casu, o Juízo federal afastou o interesse da União e da
ANTT na lide, fato que corrobora a competência da Justiça Estadual para o julgamento da lide. V
- Não apresentação de argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. VI - Em
regra, descabe a imposição da multa, prevista no art. 1.021 , § 4º , do Código de Processo Civil
de 2015 , em razão do mero improvimento do Agravo Interno em votação unânime, sendo

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 2
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou improcedência do recurso a
autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no caso. VII - Agravo Interno improvido.

TRF-3 - AGRAVO DE INSTRUMENTO: AI 50343989120224030000 SP Jurisprudência•Data de


publicação: 07/08/2023
E M E N T A AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AUSÊNCIA DE INTERESSE DO
DNIT, DA ANTT E DA UNIÃO. ART. 109, I, DA CF/88. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA
3
FEDERAL. PRECEDENTE DA 1ª TURMA. RECURSO NÃO PROVIDO. AGRAVO INTERNO
PREJUDICADO. - A competência da Justiça Federal é definida em razão das pessoas que figuram
nos polos da demanda (ratione personae), à luz do art. 109, I, da Carta Magna - O DNIT, a ANTT,
e a UNIÃO, não integram o processo, de modo que a hipótese não se amolda ao art. 109, I, da
CF/88. As cópias dos contratos de arrendamento e concessão não são aptos a comprovar o
interesse dos entes autárquicos, ou da UNIÃO, em compor a lide - O fato de uma das partes
litigantes ser concessionária de serviço público federal não enseja a aplicação da regra de
competência prevista no art. 109, I da CF/88 - Não se vislumbra qualquer possibilidade de lesão
eventual a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas, pois a malha
ferroviária em questão encontra-se sob regime de concessão à iniciativa privada - A discussão
travada nos autos é de natureza possessória entre particulares, e não se está discutindo o
domínio de bem público, de modo que o resultado do processo não atingirá a esfera jurídica da
União, do DNIT ou da ANTT. Precedente desta 1ª Turma - Agravo de instrumento não provido.
Agravo interno prejudicado.

Assim, a referida decisão afronta a constituição federal e as regras de competência, na


medida em que declina competencia em razão da existência de dúvida na atribuição do feito.
Sendo que a questão da competência está notoriamente delineada pela jurisprudência pátria e
pela constituição federal, para esses casos.

Vale ressaltar que está em andamento o recurso de Agravo de Instrumento nº AI


0814288-50.2023.8.14.0000, em curso na 2ª Turma de direito público do TJPA na justiça
estadual contra a decisão que declinou a competência para a justiça federal.

Cumpre salientar, que de nenhum modo há interesse da união tendo em vista que a
empresa concessionária discute ainda, a propriedade do imóvel com a mesma parte, tratando-
se de interesse entre particulares, nos autos da ação reivindicatória (P. 0806527-
83.2020.8.14.0028), em curso na 1ª Vara Cível e empresarial de Marabá/PA.

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 3
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
2. Das preliminares em sede de contestação. Ausência de interesse processual e
incompetência do juízo da 3ª Vara de Marabá em face de ação anterior na 1ª Vara de Marabá.

Conforme arguido na contestação id1806124665 pag.84/116, a empresa autora ajuizou


em 12/10/2022 a presente ação de desapropriação por utilidade e interesse público (processo
nº 0814662-16.2022.8.14.0028, 3ª Vara Cível e empresarial de Marabá) com pedido liminar de
imissão de posse, sobre o Imóvel que possui Matrículas nº 15.598 e 15.599, no CRI de 4
Marabá/PA.

Ocorre, Exa., que o mesmo bem de propriedade da contestante, são objetos de pretensão
na ação reivindicatória (processo nº 0806527-83.2020.8.14.0028, 1ª Vara Cível e Empresarial de
Marabá), distribuída anteriormente em 08.10.2020.

Revela-se, portanto, a incompetência absoluta em razão do foro da situação do imóvel,


seja pela conexão, bem como o critério de prevenção do juízo da reivindicatória sobre a
desapropriatória, atraindo para a 1ª Vara Cível e empresarial de Marabá, a competência para
julgamento das demandas, caso contrário, fosse provocado o conflito de competência ao TJPA
(arts.953 e 955 do CPC e art. 24, XVIII, “c”, do RITJPA).

Noutra ponta, ante a distribuição anterior da ação reivindicatória (processo nº 0806527-


83.2020.8.14.0028, 1ª Vara Cível e Empresarial de Marabá) de mesmas partes e mesmo pedido,
resta configurada a ausência de interesse processual, ressaltando que aquele juízo proferiu
diversas decisões em pleno vigor, sob diversos fundamentos.

Portanto, o conflito de teses e a pretensão se colidem frontalmente, denotando-se o


indeferimento da petição inicial (art.330, III,CPC e art.337, XI,CPC), pela latente ausência de
interesse processual, devendo ser extinta, de ofício, sem julgamento do mérito (art. 485, VI,
§3º, CPC).

Caso contrário, requer a determinação da devolução destes autos para uma das Varas
Cíveis e empresariais da Comarca de Marabá/PA.

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 4
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
3. Do fundamento principal do pedido de tutela (ACORDO) e a prorrogação de competência.
Reconhecimento da competência da justiça estadual pela empresa autora.

Conforme consta no pedido de tutela incidental (ID1827245668), a empresa autora


pretende a tutela antecipada para imissão na posse alegando como base um acordo realizado
entre as partes, acordo que resta desafiado por decisão em Agravo de instrumento perante o
TJPA na instancia estadual. 5

De forma explicita, a parte pretende que seja o acordo tenha os seus efeitos colocados
em vigor pela esfera federal, ao passo que o acordo utilizado como fundamento principal do seu
pedido de tutela, se considerado, prorroga a competência para a justiça estadual, estamos
diante de um contrassenso.

Pelo exposto, ante o reconhecimento da competência da justiça estadual delineado nas


razões do pedido da autora, requer-se o envio dos autos a justiça estadual para prosseguimento.

4. Da necessidade de intervenção do Ministério Público no caso de interesse da União e Antt.


Existência de prejuízo processual em virtude da ausência de manifestação e nulidade dos atos
processuais.

Nos termos dos artigos 178, I, c/c 179 c/c 279 do CPC, o Ministério Público terá vista dos
autos depois das partes na ação que envolva interesse público, intimando-o de todos os atos do
processo, sob pena de nulidade do feito.

No processo em curso na justiça estadual, o MP manifestou interesse repentino em duas


oportunidades em sede de agravo de instrumento, sendo que não havia se manifestado na
demanda em primeiro grau. Causando prejuízo a parte requerida.

Nesta seara federal, ressalta-se que no caso de manifestação de interesse da União e


ANTT, necessário se faz a participação do parquet devido ao interesse público subjacente.

Se a ação de desapropriação envolver, frontal ou reflexamente, a proteção do meio


ambiente, patrimônio histórico-cultural, improbidade administrativa ou outro

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 5
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
interesse público para o qual o legislador tenha afirmado a legitimação do Ministério Público na
sua defesa, a intervenção do Parquet é de rigor.

A intervenção obrigatória, como custos legis, do Ministério Público, nesses casos


de desapropriação direta ou indireta, não se dá por conta da discussão isolada da indenização
pelo bem expropriado, mas em virtude dos valores jurídicos maiores envolvidos na demanda,
de índole coletiva e, por vezes, até intergeracional, que vão muito além do simples interesse 6
econômico-financeiro específico do Estado." ( REsp 1182808/AC , Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 04/05/2011).

Pelo exposto, Requer-se a intimação do Ministério Público para se manifestar nos autos
de primeiro grau, sob pena de nulidade de todos os atos do processo.

Caso superada as questões preliminares, o que não se acredita, requer-se a análise de


mérito das questões controvertidas.

5. Do desfazimento do acordo judicial. Quebra do acordo. Existência de Cláusulas nulas.

Mister informar que desde sempre a DESAPROPRIANDA, tem respondido com lisura e
legalidade nos processos em que a Vale S.A. em sua sanha inescrupulosa de enriquecimento
ilícito, não muda o que incorporou em seu DNA desde sua privatização, ou seja, ENRIQUECER À
QUALQUER CUSTO, sem respeitar nada, a não ser se utilizar do seu poderio econômico, para
TENTAR circular nas esferas de poder, em todos os níveis e em todos os poderes da REPUBLICA,
oferecendo benesses e construindo uma imagem de boazinha, para então pressionar de forma
sútil (SONHAMOS QUE SEJA SÓMENTE POR VIA INDIRETA) as autoridades do momento e do
lugar onde operam ou querem operar, sempre com o argumento de que o benefício dos seus
atos são para o bem público, mas na realidade opera tomando benesses do poder público, em
seu beneficio privado, posto que este é o desiderato de toda empresa privada, que também é o
caso da Vale. Esta não queda em ferir quaisquer princípios, mesmos os CONSTITUCIONAIS, como
aqui faz , TENTANDO atropelar além do valor justo da área de interesse de desapropriação, sem
qualquer atendimento ao princípio da PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA.

Mostrando a forma ética de se comportar processualmente, quando após feito o acordo


com a VALE ( a VALE, ESTRANGULOU a desaproprianda, financeiramente, por via indireta,

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 6
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
OBRIGANDO-A a assinar este acordo espúrio, exigindo inclusive que o advogado da Ré abrisse
mão de seus honorários já conquistados no processo onde inicialmente a mesma havia tentado
TOMAR o único bem, da cliente, conquistado em décadas de labuta dura , isto na AÇÃO
REIVINDICATÓRIA que tramita na Primeira VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA COMARCA DE
MARABÁ-PA, o causídico premido e penalizado pela situação da sua cliente, mesmo se sentindo
estuprado pela arrogância e sanha devoradora da VALE, concordou em abrir mão dos honorários
advocatícios em prol do não pagamento dos mesmos, isto para tentar minimizar a afronta da 7
VALE à DIGNIDADE HUMANA da cliente.

Logo depois de assinar o fatídico acordo, saiu decisão favorável no Segundo Grau, TJ-PA ,
DETERMINANDO que o Juízo de Piso, nomeasse o PERITO para a devida avaliação (que a VALE
também impôs não constar do acordo), a DESAPROPRIANDA quedou-se inerte, pois honraria o
contratado, o que não ocorreu quando equivocadamente o Juízo de Piso, além de não cumprir
determinação superior para nomear o PERITO, arguindo que existia um acordo, na prática
depois de homologado, o Juízo decidiu em IMITIR a VALE na posse e continuar com o bloqueio
dos valores depositados a pedido da mesma desde sua Inicial com pedido de desapropriação.

Mas tão logo o Juízo de Piso decidiu assim, a VALE celeremente, esqueceu o acordo e
pediu a imissão de posse, mostrando o seu caráter de que não tem o mínimo de apreço quer
pela boa fé negocial, quer pela boa fé processual.

A parte requerente promoveu a quebra do acordo homologado, pois relativizou a


principal cláusula de interesse da desapropriada, que era o recebimento dos valores acordados
em troca da imissão na posse.

Pois bem, Exa., as partes promoveram acordo judicial estipulando diversas condições
processuais com cessões mutuas de direito processual e material. Ocorre que a principal delas
não fora respeitada pela juíza, por ocasião superveniente à sua homologação.

Nem tampouco pela VALE, que celeremente depois de ver a decisão teratológica do Juízo,
peticionou pela imediata imissão de posse, esquecendo completamente o que havia acordado.

A parte prejudicada recorreu da decisão de imissão na posse (Agravo de instrumento P.


0801109-49.2023.8.14.0000) que recebeu efeito suspensivo e ainda pendente de julgamento,
nos termos seguintes:

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 7
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
“...Com efeito, vislumbra-se que o objeto do presente recurso restou prejudicado ante a
homologação do acordo firmado entre as partes, motivo pelo qual a análise do mérito do presente
Agravo de Instrumento se encontra prejudicada face a ausência de interesse recursal...Ocorre que
após a homologação do acordo pelo Juízo a quo e extinção do Agravo de Instrumento por este
Relator, surgiram situações que não foram apresentadas anteriormente...Nos autos do processo
principal o Espólio de AURELIANO ALVES ATAÍDE, representado por Lucimar Rocha Ataíde
ingressou na demanda, arguindo que a empresa demanda FLOR DO ENCANTO era composta por
dois sócios, Telma Aleixo da Silva e Aureliano Alves de Ataíde. E o acordo entabulado foi assinado
somente pela sócia remanescente, sem o conhecimento do espólio do sócio falecido...O Espólio de
AURELIANO DE AURELIANO ALVES DE ATAÍDE opôs Embargos de Declaração, alegando contradição
na decisão supratranscrita, uma vez que reconheceu que a Empresa Flor do Encanto não estava 8
revertida de legitimidade para entabular acordo, tornando implicitamente nula a transação,
portanto, deveria prevalecer a decisão anteriormente proferida, que determinava a suspensão da
imissão na posse até a realização da perícia...Desta forma, a validado do acordo homologado é
questionável, assim como, a discussão no processo principal quanto a necessidade ou não da
realização de inspeção in loco e da perícia judicial, o que vem inviabilizando também o
cumprimento do acordo entabulado entre as partes...Assim, diante do exposto, entendo por
bem, exercer o Juízo de retratação, nos moldes do art. 1021, §2º do CPC, para revogar a decisão
agravada, constante do ID 14056446. Bem como, restabeleço a decisão liminar proferida por este
Relator, no ID. 13538243, até resolução do processo principal ou julgamento final do presente
agravo de instrumento, proferida nos seguintes termos....Ante ao exposto, nos termos do art.
1.019, I, do NCPC, DEFIRO O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, para suspender a ordem de imissão
provisória na posse em favor da agravada até que seja realizada a perícia judicial na área, que o
magistrado de primeiro grau deverá proceder...” (grifos nossos com destaques da decisão)

Conforme demonstrado acima, houve a quebra do acordo homologado, pois relativizada


a principal cláusula de interesse da desapropriada, que era o recebimento dos valores acordados
em troca da imissão na posse.

Também promoveu a quebra do acordo a VALE S.A. quando no ID. 94072228 de


01\06\2023 requereu expedição de mandado de imissão de posse sem respeitar as
condicionantes do mesmo. A desapropriada FLOR DO ENCANTO considera o referido acordo
extinto pelo acima exposto, não mais se interessando pelo seu restabelecimento.

Ressalta-se que a imissão da posse da empresa Agravada, estava condicionada ao


levantamento dos valores integrais 100% depositados em juízo. Portanto, resta desfeito negócio
jurídico.

Mister ressaltar que o pedido de bloqueio foi feito pela VALE em sua petição inicial,
arguindo que tinha uma demanda Reivindicatória na 1ª Vara Cível e Empresarial de Marabá-PA,
portanto ilegal e de má fé, no ordenamento jurídico brasileiro não existe a figura de
expropriante e proprietário ao mesmo tempo, a idéia sempre foi estrangular para depois
deglutir a empresa expropriada, desde apresentação de avaliação unilateral ultra subavaliada,

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 8
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
se negando e dificultando que fosse feita a perícia como preconizado pela lei, ou seja, o
expropriante só é imitido na posse depois de depositar o valor definido nesta pericia, e o esforço
da VALE primeiro foi tentar literalmente tomar a propriedade da ME (micro empresa) tentativa
já devidamente rechaçada, pois a VALE nesta tentativa espúria, apresentou um “título voador”
que pode ser colocado em qualquer lugar da cidade de Marabá, desde que seja na margem
esquerda do Rio TOCANTINS, enfim, a famosa VALE S.A., detentora de infindo capital financeiro
e político e nenhum escrúpulo, tenta enriquecimento sem causa, tentando se utilizar do 9
Judiciário Paraense para através de indução de Juízo à erro, perpetrar seus malfeitos, quando
argui interesse público, na verdade tenta utilizar-se deste discurso, para usufruir de bens
púbsslicos para seus interesses privados.

De minas a ferrovias, à portos e estruturas de logísticas (de sua propriedade, bancos e


Fundos de Pensão) utilizando-se de benesses facilitadas pelo governo de época em detrimento
dos bens públicos, que deveriam pertencer e servir ao povo brasileiro.

A magistrada já havia infringido as cláusulas do acordo, ao homologar o acordo e


promover o lançamento do edital, ato que estava fora do acordo, e também, havia clausula que
anulou o acordo. E agora, de forma unilateral e impositiva, suspende o pagamento da
indenização e defere a imissão na posse, retirando o poder de fogo de negociação da requerida,
promovendo a quebra do acordo e gerando a necessidade de retorno dos autos ao
procedimento anterior.

6. Da ausência de superação do risco de imissão na posse atingir pessoas vulneráveis

Conforme citado no pedido de tutela incidental, existem pessoas vulneráveis e inquilinos


e comodatários (pessoas físicas e jurídicas). Tanto na área desaproprianda, como no restante
da área terão famílias impactadas severamente, tanto de forma direta como indireta, levando
a questão para a discussão possessória e a preservação dos direitos das famílias atingidas,
segundo o ordenamento jurídico que trata de conflitos agrários, pois mesmo a área sendo
urbana, existem ocupantes com atividades rurais, na área à ser desapropriada como também
nas áreas remanescentes, Portanto, trata-se de área com ocupação humana que depende de
remoções coletivas de pessoas vulneráveis, como determinado pelo STF, estrutura esta

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 9
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
determinada e ainda não concluída definitivamente pelo estado do PARÁ, apesar de em estágio
bem adiantado.

Em decisão nos autos, houve a determinação de inspeção judicial e logo em seguida o


cancelamento da diligência, pendencia esta não resolvida pela parte autora.

Pelo que se faz necessário, o indeferimento do pedido de tutela antecipada incidental, 10


ante a existência de pessoas vulneráveis na área.

7. Da necessidade de realização de perícia previa e risco de descaracterização da área.

A empresa requerida é proprietária e possuidora de uma área urbana pretendida de


351.600m², onde possui benfeitorias e construções, explora criação de gado, plantação, canteiro
de obras, escritório profissional na construção civil, além de inquilinos e comodatários (pessoas
físicas e jurídicas), com um projeto IMOBILIÁRIO em discussão judicial e uma reserva mineral
inexplorada.
Portanto, em a VALE conseguindo a imissão de posse antes da devida avaliação judicial
(agora finalmente com PERITO indicado) isto para cumprir a legislação e consolidada pela
jurisprudência, provocaria prejuízo incalculável a desaproprianda, posto que a VALE logo
alteraria TODA a paisagem, pois como mostra nas ilustrações de sua petição, retirará MILHÕES
DE METROS CÚBICOS de piçarra e argila para utilizar na elevação de suas obras de duplicação,
além da dificuldade de se calcular a posteriori o volume de material retirado, provocará uma
visão terrível para o PERITO AVALIADOR, posto que hoje a área é BELA, ALTIVA, ALTANEIRA, ás
margens do lendário RIO TOCANTINS, de frente para o principal CARTÃO POSTAL de Marabá e
um dos maiores do estado do PARÁ, tendo HOJE esta área, vocação para projetos IMOBILIÁRIOS,
HOTELEIROS, de GASTRONOMIA (bares e restaurantes), para construção de BALNEARIO, de
MARINAS, de ESPORTES AQUÁTICOS, de PARQUES, inclusive AQUÁTICOS, enfim hoje É O
MELHOR LUGAR PARA SE EMPREENDER NA CIDADE DE MARABÁ.
A VALE, sabedora disto e muito mais, tem criado todo o impasse possível para que a área
não seja periciada antes da descaracterização do estágio atual da área, e consolidada sua
desvalorização irreversível, ficando patente tão só o perfil BUCANEIRO da VALE S.A.,
Tomando por base as explicações da VALE, para sua imissão de posse imediata, definindo
teóricos valores astronômicos de prejuízo, fica insano entender, que em sendo isto tudo

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 10
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
verdadeiro, porque a VALE NUNCA se interessou de pedir ao Juízo a nomeação de PERITO? Já
estariam definidos valores oficiais no processo, a vale depositando estes e sendo
automaticamente imitida na posse, ficando as partes com o direito de questionar o LAUDO DE
AVALIAÇÃO. Logo a VALE, segundo suas alegações nos processos que promove em face da
pequena empresa FLOR DO ENCANTO, perde mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) POR
DIA de ATRASO NA SUA IMISSÃO DE POSSE, NUNCA tentou de forma transparente e honesta,
pedir a nomeação do PERITO ou no mínimo “sentar” com os advogados da desaproprianda para 11
tentar resolver as pendências, e chegar num valor minimamente decente para pagar o imóvel
em tela?
Considerando-se desde o inicio da primeira tentativa da VALE em liquidar mais de 40
(quarenta ) anos de trabalho e vida de uma família, teoricamente os tomadores de decisões da
VALE, já destruíram mais de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) de riqueza da VALE
S.A. ( mais de um milhão de reais por dia) interessante que sendo uma empresa privada e que
busca LUCRO, os acionistas da mesma ainda não tenham notado o modo OPERANDIS de seus
decisores neste caso.

A autora, pretende a liminar de imissão na posse em ação de desapropriação, sem ofertar


uma justa indenização, indica uma área urbana de 351.600m² e efetivou oferta no valor de R$
4.999.380,00, contrariando as suas próprias amostras de preços, onde a média é de R$
229,70/m² (duzentos e vinte e nove reais por metro quadrado). Há também violação às regras
da ABNT, o laudo usado pela recorrida/expropriante aponta avaliação unilateral da oferta de
apenas R$ 13,14/m² no valor da terra nua.

Fazendo um quadro comparativo, todos de conhecimento deste juízo, temos o acordo


extrajudicial concretizado com o vizinho de porta, SR. Cornélio Pereira Bitarães, no valor de R$
12.000.000,00 por 46.448,49m2, pagando uma média de R$ 258,35/m2.; noutra
desapropriação com acordo judicial, temos o preço de R$ 261,29/m2 (processo nº 0806329-
75.2022.8.14.0028 KL DISTRIBUIDORA – anexo 18), e por fim, a perícia judicial recente no caso
IMCHAVES, processo 0802449-75.2022.8.14.0028, a perícia judicial, neste caso, aplicou uma
variação entre R$ 121,00-mínimo; R$ 151,19-médio/ R$181,00/m2-máximo, todos do juízo da
3ª Vara Cível e empresarial de Marabá.

Vale ressaltar um parâmetro histórico de valor, consignado no contrato de loteamento


assinado em 30.10.2009 debatido nos autos do processo nº 0008834-87.2013.8.14.0028, 1ª

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 11
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
Vara Cível de Marabá, o valor contratual de loteamento das matrículas em questão, na base de
R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais) pagando 630.493 m2 em média R$
126,00/m2/ano2009, na clausula V – DO VALOR DO CONTRATO, restando revelado o risco da
demanda para a desapropriada.

Neste caso, é imprescindível a realização de perícia judicial prévia no local, diante do risco
de descaracterização do imóvel e impossibilidade de avaliação das benfeitorias e potencial 12
mineral após a imissão na posse, podendo gerar graves consequências diante da inexistência de
avaliação econômica das inúmeras benfeitorias localizadas no bem, cessação das atividades
econômicas desenvolvidas no local, comprometimento de outras atividades desenvolvidas no
imóvel e o comprometimento da área remanescente.

Noutro ponto, salta aos olhos, mesmo diante da inexperiência técnica, de partes,
advogados e eventualmente do juízo, que o valor ofertado é irrisório, pois, utilizando as
amostras que o laudo indicou, com média de R$ 229,70/m², porém não utilizou, a terra nua
importaria a dimensão de 351.600m2, implicando em um valor de cerca de R$ 80.762.520,00.

Neste sentido, há o perigo de dano em favor da contestante e ausência risco ao resultado


útil do processo, especialmente porque a imissão provisória inviabiliza o exercício de sua
atividade comercial, compreendida em criação de gado e futura exploração de atividade
minerária, com extração de argila e piçarra, sendo que implementação do projeto da recorrida,
com aterramento da área e aumento do talude, tornará impossível a realização da prova pericial
a posteriori.

Ao menos por hora, não há como se deferir a liminar de imissão na posse pretendida, já
que sequer houve o depósito do valor inicial por parte da autora, conforme exige o art. 15 do
Decreto-lei 3.365/41.

No presente caso, necessária e possível a realização de PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA à


apreciação do pedido de liminar imissão na posse, ante o apontamento de OFERTA DE PREÇO
IRRISÓRIO/VIL ao imóvel em debate.

Conforme orientação jurisprudencial do STJ (AgRg no REsp 1498038/MS, AgInt no REsp


1402058/MG e REsp 1650614/SC), interpretando os arts. 14 e 15 do Decreto-lei 3.365/41 e 874
do CPC/2015.

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 12
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
No presente caso, restam preenchidos os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in
mora, quanto razoável a discussão nesse momento processual, ante o valor ofertado para a área
desapropriada, mostrando-se, de fato, imprescindível a realização de perícia judicial prévia
suplicada, visto que pode haver, modificação do estado da coisa.

Conforme precedente recentíssimo do TJPA, dentro do mesmo projeto da ponte:

13
Processo nº 0806930-68.2022.8.14.0000 -22 Órgão Julgador: 1ª Turma de Direito Público
Recurso: Agravo de Instrumento Agravante: I. M. Chaves Comércio – ME Agravados: Vale S/A
Relator: Des. Roberto Gonçalves de Moura EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. ORDEM LIMINAR DE IMISSÃO PROVISÓRIA NA
POSSE. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA PARA AVALIAÇÃO E
VALORAÇÃO DA ÁREA A SER DESAPROPRIADA. PERIGO DE DESCARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL.
PRESENTES OS REQUISITOS DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA EM FAVOR DA
PARTE AGRAVANTE. EFEITO SUSPENSIVO CONCEDIDO PARA DETERMINAR A SUSPENSÃO DA
ORDEM DE IMISSÃO NA POSSE ATÉ QUE SEJA REALIZADA A PERÍCIA JUDICIAL REQUERIDA.
DECISÃO MONOCRÁTICA

Conforme orientação jurisprudencial do STJ:

“ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE. DEPÓSITO JUDICIAL.


PARÂMETROS. CASO CONCRETO. SÚMULA 7 DO STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça, à luz do
disposto nos arts. 14 e 15, caput, do Decreto-Lei n. 3.365/1941, firmou a compreensão de que a
imissão antecipada da posse pode ser concedida antes mesmo da citação do réu, na hipótese de
urgência na utilização do bem, mas mediante prévio depósito do valor apurado em avaliação
judicial, nos termos do art. 685 do CPC/1973, correspondente ao 874 do CPC/2015. 2. A Primeira
Seção desta Corte, no julgamento do Recurso Especial 1.185.583/SP, submetido ao rito do art.
543-C do CPC/1973, decidiu que, na hipótese de o ente público ter atualizado os cadastros fiscais
para a cobrança do imposto territorial no ano imediatamente anterior à imissão provisória, o
valor ali constante poderá ser utilizado, independentemente de avaliação. 3. Hipótese em que a
quantia fixada para a emissão na posse provisória encontra amparo não somente no
conhecimento e na experiência do julgador mas também nos laudos e provas constantes nos
autos, que apontam o real valor do imóvel, cuja revisão mostra-se inviável no âmbito do recurso
especial, ante o óbice estampado na Súmula 7 do STJ. 4. Agravo regimental desprovido.”. (AgRg
no REsp n. 1.498.038/MS, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe de 13/12/2017).
(grifei).

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 13
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. IMISSÃO PROVISÓRIA
NA POSSE. AVALIAÇÃO UNILATERAL DO EXPROPRIANTE. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 83/STJ. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado.
Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015. II - É pacífico o entendimento
14
no Superior Tribunal de Justiça segundo o qual, para fins de imissão provisória na posse do
imóvel expropriado, não se pode considerar o valor da avaliação unilateral do expropriante. III -
O recurso especial, interposto pelas alíneas a e/ou c do inciso III do art. 105 da Constituição da
República, não merece prosperar quando o acórdão recorrido encontra-se em sintonia com a
jurisprudência desta Corte, a teor da Súmula n. 83/STJ. IV - A Agravante não apresenta, no
agravo, argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. V - Agravo Interno
improvido.”. (AgInt no REsp n. 1.402.058/MG, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Turma, DJe de 9/6/2017) (grifei).

TEMA 472/STJ, TESE FIRMADA: O depósito judicial do valor simplesmente apurado pelo corpo
técnico do ente público, sendo inferior ao valor arbitrado por perito judicial e ao valor cadastral do
imóvel, não viabiliza a imissão provisória na posse.

Na justiça estadual os autos já estavam caminhando para a realização de perícia prévia,


com nomeação de perito e apresentação de quesitos.

Pelo exposto, presentes os requisitos legais, ante o caráter irreversível da ordem de


imissão na posse no caso em questão antes da realização da perícia judicial prévia, visto que,
caso a empresa autora seja imitida na posse antes da mencionada diligência, poderá haver a
modificação da área, com a descaracterização do imóvel, sem que seja possível avaliar e valorar
as benfeitorias atuais existentes no local, fato que por certo interferirá no valor da área
desapropriada, requer-se o indeferimento tutela antecipada de caráter incidental para a
realização da perícia judicial prévia(cautelar) na área.

8. Da ausência de cumprimento dos requisitos legais do decreto lei. Demonstração de urgência


e depósito prévio

Se a demanda reiniciar como pretende a empresa requerente, deveria a demandante


explicar porque ofereceu apenas R$ 14,00/m2 sendo que nas outras desapropriações

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 14
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874
protocoladas na mesma vara e referente ao mesmo projeto pagou o preço médio de R$
258,00/m2.

Daí retira-se a imprestabilidade do laudo técnico da empresa CAVA ENGENHARIA que


ofereceu preço vil exclusivamente para a área da empresa desapropriada, ao nosso sentir, não
cumpriu o requisito de deposito prévio, o quadro comparativo foi exaustivamente apresentado
na contestação. A VALE PODERIA OFERECER R$ 1,00/M2 e nessa hipótese teria cumprido o 15
requisito do deposito prévio? A resposta é não. Acreditamos que o nosso sistema legal é
norteado por diversos princípios, dentre eles o da boa fé, legalidade, proporcionalidade e
razoabilidade...

Quanto o requisito da urgência, igualmente não restou demonstrado o cronograma das


obras e as etapas que alega que estão em regime de urgência, não houve prova objetiva das
alegações de urgência.

Por todo o exposto, é que se requer o indeferimento da tutela antecipada.

São os termos em que pede deferimento.


Belém/PA, 01 de outubro de 2023.

BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL DARCY DALBERTO ULIANA


OAB/PA 12.998 OAB/PA n.˚ 2443

Assinado eletronicamente por: BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL - 01/10/2023 21:40:45 Num. 1839886191 - Pág. 15
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23100121400314300001819430874
Número do documento: 23100121400314300001819430874

Você também pode gostar