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Gastão Wagner debate Reportagem: como Ministério da Saúde

sobre a manutenção do abordar a complexidade comenta as novidades do


SUS público e universal do câncer na APS? 2º ciclo do PMAQ

páginas 4 e 5 páginas 8 e 9 página 2


destaques

Portarias divulgam valores


repassados pelo PMAQ
O
Ministério da Saúde divul- em março. Até o dia 31 de maio, as mento e valorização tanto do que
gou em abril a portaria re- equipes passam pelo processo de deve ser comum a todo NASF —
ferente à inserção do Núcleo contratualização, em que os gesto- atuação em todos os ciclos de vida,
de Apoio à Saúde da Família (NASF) res indicam quais as equipes efeti- apoio matricial como modo de or-
e do Centro de Especialidades Odon- vamente participarão do programa. ganização, dentre outros —, quanto
tológicas (CEO) no PMAQ. Também Na fase seguinte, é fundamental que dos elementos que são mais singula-
saíram os valores mensais que serão aconteçam ações de apoio, educa- res, como a dedicação ou vocação de
repassados às equipes básicas e aos ção permanente, monitoramento um NASF para as práticas corporais,
NASF. Os valores para o CEO serão di- e avaliação, autoavaliação e outros as práticas integrativas e comple-
vulgados ainda em maio. processos, já que em setembro tem mentares ou o apoio à organização e
De acordo com a Portaria nº 562, início a avaliação externa. gestão do processo de trabalho das
de 4 de abril de 2013, o valor men- O Ministério da Saúde (MS) lem- UBS”. O AMAQ-NASF SC foi utilizado
sal integral do incentivo financeiro bra que mantém a oferta do ins- pelas equipes em 2012 e ainda é re-
do PMAQ-AB é de R$ 8.500,00 por trumento de Autoavaliação para ferência para este ano.
Equipe de Atenção Básica contratu- Melhoria do Acesso e da Qualidade O MS faz um balanço muito posi-
alizada; R$ 2.500,00 por Equipe de da Atenção Básica (AMAQ), com tivo do resultado do PMAQ do ano
Saúde Bucal; R$ 5.000,00 por Núcleo aprimoramentos, como a criação de passado, pelo estímulo e valorização
de Apoio à Saúde da Família (NASF) capítulos sobre o NASF e a Saúde de movimentos que buscam ana-
Tipo 1; R$ 3.000,00 por NASF Tipo 2 e Bucal, e reforça que “os municípios lisar e qualificar a Atenção Básica,
R$ 2.000,00 por NASF Tipo 3. com equipes que participaram do também pela possibilidade de am-
As equipes vão receber, no mo- primeiro ciclo do PMAQ devem ter pliar o repasse federal de recursos
mento da adesão, 20% deste valor um olhar atento para os resultados, financeiros para os municípios, ou
integral. A partir da classificação al- debatendo-os, pois é possível usar por aquele que considera talvez ter
cançada no processo de certificação, essa avaliação para favorecer os pro- sido o principal efeito do PMAQ: re-
vão então receber os percentuais re- cessos de gestão e de cuidado na colocar a Atenção Básica na pauta e
lativos ao seu desempenho: insatis- Atenção Básica”, pontua o Coordena- na agenda nacional de prioridades
fatório (suspensão dos 20%), media- dor Geral de Gestão da Atenção Bá- do SUS.
no ou abaixo da média (mantém-se sica do Ministério da Saúde, Eduardo
os 20%), acima da média (ampliação Alves Melo. Os resultados estão dis-
para 60%), muito acima da média poníveis no site do DAB, www.dab. Destaques Maio
(ampliação para 100%). saude.gov.br. do mês!
Em Santa Catarina, 100% dos mu- Sobre a inserção dos NASF, Edu-
nicípios já aderiram ao PMAQ-AB ardo afirma que “haverá reconheci- As equipes que se
destacaram na
participação das
atividades de Webconfe-
rência e de Segunda Opi-
nião Formativa do Telessaú-
de SC no último mês foram:
- Balneário Camboriú
- Benedito Novo
- Joinville
- Luiz Alves
- Vargem Bonita
Parabéns! Vocês inves-
tem em educação perma-
nente e colaboram com a
Revista Radis, nº 127 — Autora: Marina Cotrim / Disponível pelo link: www.ensp.fiocruz.br/ Atenção Básica!
radis/revista-radis/127/cartum/cartum-127

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cotidiano

A experiência do Programa
Saúde na Escola em Santa Catarina
O sucesso e as dificuldades nas ações com estudantes: o exemplo de Monte Carlo
Prevenção e promoção da incentivar e contribuir

Fonte: Divulgação
saúde, avaliações clínicas e de para a realização dessas
acuidade visual e auditiva, e ati- práticas. O Ministério
vidades de capacitação dos pro- apresenta a proposta
fissionais da educação. Esses são e é responsável pelas
apenas alguns exemplos do tra- diretrizes e pelo apoio,
balho desenvolvido pelas quatro porém a gestão do pro-
unidades de saúde da família de grama é feita através de
Monte Carlo nas 18 escolas do Grupos de Trabalhos In-
município, através do Programa tersetorias (GTI) nas es-
Saúde na Escola (PSE). feras federal, estaduais e
Desde o ano passado, os pro- municipais.
fissionais aderiram ao PSE, uma Até 2012, o valor re-
ação intersetorial entre os Minis- passado pelo PSE era
térios da Saúde (MS) e da Educa- equivalente a uma parcela anual educação em saúde para crian-
ção que visa a atenção integral de uma equipe de saúde da famí- ças e à interferência das ações no
(prevenção, promoção e atenção) lia, multiplicada pela quantidade calendário escolar. Por isso, Deni-
à saúde de crianças, adolescentes de equipes pactuadas. Em 2013, se ressalta que é fundamental a
e jovens do ensino público. As a maneira de repasse será outra: troca de experiências entre pro-
equipes de saúde de Monte Car- o valor será relativo ao percentu- fissionais da saúde e educação
lo desenvolviam atividades nas al de alunos compactuados no dos municípios e a participação
escolas desde 2007, e com a ade- momento da adesão ao progra- do GTI Municipal, levantando lo-
são ao PSE, esse trabalho se for- calmente essas dificuldades.
taleceu e se consolidou, garante “Nosso trabalho No final de 2012, as equipes de
Luciana Becker, enfermeira coor- saúde de Monte Carlo avaliaram
denadora da UBS São José.
se fortaleceu e se a superação e o êxito do traba-
Por outro lado, o sucesso das consolidou com a lho executado e também fizeram
ações nas escolas de Monte Car- adesão ao PSE” o planejamento para adesão ao
lo dependeram da contrapartida PSE em 2013, que começou com
das Secretarias de Saúde e de ma. Em 2012, 87 municípios ca- a participação na Semana Saúde
Educação do município. “Os re- tarinenses aderiram ao PSE, pac- na Escola, realizada de 11 a 15 de
cursos do governo federal não tuando ações em 1.348 escolas março. No estado, 164 cidades
foram suficientes e houve a ne- com 456 equipes de saúde e se aderiram à Semana, com 1.641
cessidade do município investir comprometendo a realizar ações escolas e 803 equipes de saúde.
também”, explica Luciana. Ela com 340.866 educandos. Porém, Neste ano não há critérios ele-
destacou que a falta de incenti- do total de municípios, apenas gíveis e todos os municípios estão
vos em recursos humanos para 47, o que corresponde a 54%, aptos a participar do PSE. Outra
a demanda de ações gera uma cumpriram no mínimo 70% das novidade é a inclusão do aten-
sobrecarga aos profissionais das metas acordadas. dimento a creches e pré-escolas.
unidades e pode prejudicar a Algumas outras dificuldades A adesão deve começar no início
qualidade dos serviços. Segundo encontradas pelas equipes de de maio e haverá um prazo de 60
Denise Ribeiro Bueno, consul- Monte Carlo no desenvolvimento dias para a inscrição. Mesmo os
tora técnica do MS, as ações do do Programa estão relacionadas municípios que participaram das
programa já deviam acontecer à organização e ao planejamen- edições anteriores do programa
no próprio cotidiano das equi- to das atividades, ao preparo dos ou da Semana Saúde na Escola
pes e o PSE é algo que vem para profissionais para trabalhar com devem se cadastrar novamente.

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entrevista

Como e por que privatizar não é


a solução para os problemas do SUS
Gastão Wagner, professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da
Unicamp, apresenta evidências sanitárias, indicadores econômicos e contextos políticos
que contribuem para a discussão sobre a privatização dos sistemas nacionais de saúde
TI - Como você avalia a forma cursos humanos. Aí vem a justifi-

Foto: Marina Boechat (Radis, 127)


de gerenciamento e de finan- cativa das terceirizações, da con-
ciamento atual do SUS? tratação de prestação direta de
Gastão Wagner - O gerencia- serviços por entidades privadas,
mento do SUS tem vários pro- o que aumenta a fragmentação
blemas. Alguns são decorrentes e dificulta a gestão do SUS. Além
do federalismo brasileiro, da di- disso, está na gênese do SUS
ficuldade de integração entre os uma dependência muito grande
municípios, os estados e a União, do setor privado. Uma área da
entre o Ministério da Saúde e as atenção à saúde é privada, que
secretarias estaduais. A autono- é a saúde suplementar, as coo-
mia faz com o Ministério tenha perativas médicas. Perto de 70%
algumas prioridades, e os esta- da capacidade hospitalar do SUS
dos e municípios, outras. A tradi- crônico e não há disposição polí- é comprada através de contratos
ção clientelista do Estado brasi- tica dos vários governos de fazer e convênios de hospitais privados
leiro é outro problema sério. Os um investimento maior no SUS. e filantrópicos. Então o SUS, ao
governantes dos vários níveis da Assim se faz a gestão da miséria, contrário do sistema português,
federação fazem alianças com se é obrigado a priorizar alguns espanhol, inglês e canadense,
partidos, com grupos políticos, programas, algumas integrações, grandes referências para o Brasil,
e a moeda de troca costuma ser em detrimento de outros. A sus- se apoiou no sistema privado. Por
cargos e diferentes interesses. tentabilidade do SUS até agora isso, apesar de o Brasil ter, legal-
Isso vem acontecendo no SUS, o tem se dado devido a um grau mente, um sistema público de
que faz com que ele seja formado muito grande de exploração dos saúde, o gasto público é menor
não por pessoas com capacidade profissionais do SUS: são mal re- que o gasto privado. Nos países
para trabalhar com saúde, mas munerados, não têm carreira, que têm sistemas nacionais de
por aqueles que têm representa- não têm estabilidade, não têm saúde, o gasto público de saúde
tividade nos partidos. O terceiro uma política de aposentadoria é de 70% a 90%. No Brasil, o mer-
problema é que não houve uma adequada. Então o subfinancia- cado privado tem 54% do recurso
reforma administrativa importan- mento tem consequências muito financeiro para gastar em saúde e
te, então as normas da adminis- negativas. atende apenas 25% da popula-
tração direta do Estado brasileiro ção, com um padrão de atendi-
foram transportadas para o SUS Uma dessas consequências se- mento igual ou pior ao do SUS. Já
sem nenhuma adaptação, sem ria a não manutenção e cons- o SUS tem 46% e atende no mí-
considerar as especificidades da trução de um SUS público e de nimo 70, 75% da população, além
saúde. Isso tem emperrado e di- qualidade, como se espera? de fazer muitas coisas para quem
ficultado licitações, reposições, Gastão Wagner - Esses proble- tem saúde suplementar. Então, é
compra de produtos, contratação mas crônicos reforçam o discur- uma aberração! Essas soluções de
de pessoas. Quanto ao financia- so da inviabilidade do SUS como mercado custam mais caro e têm
mento, há um problema grave: um sistema público. O município uma eficácia menor. A Inglater-
nós não temos recursos necessá- que começa a expandir o SUS no ra gasta metade do que os EUA,
rios para o conjunto de responsa- caminho da integralidade passa com resultados muito melhores,
bilidades sanitárias do SUS. O que a ter problemas de prestação de se tomarmos a expectativa de
temos é um subfinanciamento contas por gastar muito com re- vida, o acesso e a inclusão.

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entrevista

Mas estão acontecendo mu- sistema misto no Brasil, uma inte- Nos falta agora uma plataforma
danças significativas no siste- gração entre a saúde suplemen- unificada, como a 8ª Conferência
ma de saúde da Inglaterra, por tar, o setor privado, o mercado e [Nacional de Saúde] deu naquele
exemplo, a caminho da priva- o SUS. Quer tornar a liquidação tempo. O custo do setor privado
tização. Por que acontecem se do SUS oficial. Essa comissão tem é muito alto, é o dobro. Como
economicamente não valem a a maioria de partidos que no pas- eles vão estender isso para toda a
pena? sado apoiaram o SUS. É como na população brasileira? A exclusão
Gastão Wagner - A questão é Inglaterra, nós vamos ter que lu- do SUS significa deixar metade,
política. A política não se faz com tar contra isso. A presidenta Dil- 60% da população brasileira sem
base em evidências econômicas ma fez uma reunião com algumas acesso.
e técnicas apenas, mas sim com empresas da área de saúde suple-
base em interesses de luta, e os mentar, e saíram rumores de que E qual é a contraproposta à pri-
interesses não são homogêneos. haveria um subsídio, que o Esta- vatização?
Na Europa nós temos evidências do brasileiro passaria a comprar Gastão Wagner - É fazer o que já
sanitárias a favor dos sistemas está definido. Nós já temos uma
nacionais de saúde. Só que em proposta com relação ao mode-
2008, com a crise financeira, o
“A exclusão do SUS lo de atenção: o papel da Aten-
estado europeu pegou recurso significa deixar ção Básica, a ideia de funcionar
próprio para salvar os bancos, metade, 60% da em rede, com atendimento de
pra pagar juros, etc. Mas na hora equipe multiprofissional, uso ra-
de corrigir o déficit dos estados,
população brasileira cional de medicamentos, e com
eles não cortam o pagamento sem acesso” um conjunto de diretrizes. No
de juros, não repassam ao setor financiamento também temos
financeiro, e estão cortando em serviços, que daria isenção fiscal, uma proposta: dobrar os recur-
setores como os sistemas nacio- mais estímulos ainda a esse setor sos do SUS, tirar recurso de outro
nais de saúde, os sistemas educa- de mercado, enquanto no SUS tipo de investimento e investir
cionais, com cortes horizontais de falta dinheiro, falta recurso e te- na saúde. Agora, onde há mais
salários, de investimentos, o que mos um subfinanciamento. Hou- polêmica e não há um projeto
tira, da maior parte da popula- ve uma reação muito forte. único, é no modelo de gestão. A
ção, direitos e benefícios que são gente têm a gestão participativa,
De quem partiu essa reação?
históricos. Isso é possível porque mas até onde vão os usuários no
os partidos que apoiaram as po- Gastão Wagner - São profissio- controle? Há consenso de que os
líticas públicas historicamente ao
nais de saúde, suas famílias, e cargos de gestão do SUS, exceto
longo do século XX traíram a his-
milhões de brasileiros que têm ministro, secretário e assessores,
tória deles mesmos. Então é uma uma dependência muito grande não deveriam ser de confiança.
postura conservadora e que tem do SUS e que passaram a apostar A gente deveria fazer concursos
que ser enfrentada com discur- no sistema. A intelectualidade e internos, com mandato, como
sos, com ação política, técnica e
algumas entidades profissionais as universidades fazem. E como
legislativa, mas boa parte dos in-
também estão fazendo a defesa é que se integra o sistema fede-
telectuais da saúde coletiva brasi-
do financiamento da Atenção Bá- rativo brasileiro, se a gente mu-
leira estão caindo nesse “canto de
sica, do crescimento do SUS, da nicipalizou demais, fragmentou
sereia”, e aceitando esse discurso
diminuição do clientelismo, do demais? Que reforma vamos
de que o SUS não é viável. partidarismo, do desvio de recur- fazer na administração direta?
sos, da mudança da formação dos Os sistemas nacionais nasceram
E quais são as ameaças reais professores, dos estudantes. Essa para tirar a atenção à saúde do
que o SUS sofre? agressão aos sistemas nacionais mercado, senão ela se degrada,
Gastão Wagner - Há uma comis- de saúde está obrigando o res- encarece e medicaliza. Isso é uma
são do Senado agora propondo a surgimento do movimento sani- conclusão que tem 100 anos, nós
reforma do SUS, a criação de um tário, com a mesma composição. temos evidências disso.

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click

Do doador ao receptor: um
gesto que muda vidas
Saiba como Antonio começou a doar sangue
por vontade própria, há mais de 20
a doação de anos. Costuma doar de duas a três
sangue faz parte vezes por ano, a maioria vinculadas
a alguém. Para ele, doar sangue
da história de significa satisfação de poder ajudar
muitas pessoas outras pessoas. “Se pudesse, doava
e transforma sangue todos os dias”, completa.

destinos

No Brasil,
1,8% da
população é
doadora de
sangue

SC supre Agradecemos a disponibilidade da equipe


Antonio Siementcoski
98,3% da do Hemosc Florianópolis que nos recebeu e
56 anos
demanda por Tipo Sanguíneo: O-
auxiliou nesta reportagem
sangue do
estado Mateus Costa de Souza
19 anos
Tipo Sanguíneo: O+
Mateus nunca tinha doado sangue.
Ele acredita que o principal objetivo do
gesto é ajudar quem precisa. “Conheço
poucas pessoas da minha idade que
doam sangue”, acrescenta. Ele se inte-
ressou pela doação através da internet
e também por influência do pai, que
passou a ser doador após um acidente
em que precisou de sangue.

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click
Gilson Tadeu da Rosa
49 anos
Tipo Sanguíneo: O-
Mesmo após o acidente,
Neuzi Prado o casal continua a andar
de moto
44 anos
Tipo Sanguíneo: A+

Intervalo entre Gilson e Neuzi sofreram um acidente de moto no Rio Grande


doações: do Sul, em março de 2011. Ambos sofreram esmagamento do
Mulheres: 3 meses membro inferior esquerdo, que resultou na amputação da perna
(máximo de 3 doações esquerda de cada um. Como houve muitas fraturas, receberam
ao ano) sangue por no mínimo três dias. “Foi muito importante para nós
Homens: 2 meses porque era a vida da gente que estava em jogo. Eu só pensava
(máximo de 4 doações que precisava muito do sangue e que a minha sobrevivência
ao ano) dependia dele”, explica Neuzi. Após o acidente, perceberam a
necessidade de doar sangue. “Não sei como funciona depois da
amputação, quanto tempo depois posso doar, mas quero contri-
Tipos de doação: buir porque vi a importância”, finaliza Gilson.
Espontânea: por von-
tade própria Etapas da doação:
Vinculada: direcionada
para algum paciente
Autóloga: direcionada
para si mesmo 1º Passo: 2º Passo: 3º Passo: 4º Passo: 5º Passo:
Recepção Pré- Entrevista Coleta de Lanche
e triagem Clínica sangue
Cadastro

Pode doar aquele que: Outras situações impeditivas: Onde doar em SC:
• Tiver idade entre 18 e 67 anos; • Fez ou faz uso de algumas drogas Centro de Hematologia e
• O limite de idade para primeira ilícitas nos últimos 12 meses; Hemoterapia de Santa Ca-
doação é de 60 anos; • Mantém relações sexuais de risco; tarina (Hemosc): Blumenau,
• O candidato à doação deve estar em • Gestantes ou mulheres que amamen- Canoinhas, Chapecó, Criciúma,
boas condições de saúde, sem feridas tam bebês com menos de 12 meses; Florianópolis, Jaraguá do Sul,
ou machucados no corpo; • Estiver usando certos medicamentos. Joaçaba, Joinville, Lages e Tuba-
• Pesar acima de 50 kg. rão. Nos municípios onde não
Deve aguardar para doar sangue: há hemocentro, o Hemosc atua
Não pode doar quem tem ou teve • Quem fez algum tipo de procedimen- de duas maneiras:
as seguintes doenças: to dentário - de 1 a 30 dias (de acordo 1. Coletas externas, através de
• Hepatite após os 11 anos de idade; com o procedimento); uma unidade móvel.
• Lepra (Hanseníase); • Tatuagem e piercing – de 6 meses a 1 2. Encaminhamento de grupos
• Hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto; ano (passará por avaliação); de doadores para o Hemosc da
• Doença autoimune; • Tiver algum desses sintomas (gripe, região. Um trabalho em parce-
• Doença de Chagas; tosse, dor de garganta, rinite, febre, ria com as prefeituras.
• AIDS; resfriado) – 7 dias após a cura. Hospital Universitário: Floria-
• Problemas cardíacos (necessita avaliação e Há mais situações em que a pessoa deve nópolis
declaração do seu cardiologista); aguardar. Para saber essas e outras infor- Banco de Sangue Concórdia
• Diabetes; mações entre no site do Hemosc: www. (particular)
• Câncer. hemosc.org.br/doacao-de-sangue

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reportagem

As faces e contradições do câncer


vistas pela Saúde da Família
Como abordar a doença na Atenção Básica? Mais da metade dos pacientes com câncer se
tratam e voltam para este nível de atenção, que é também onde a prevenção pode acontecer

U
m jovem casal america- amento. A demanda para a Aten- dagem do câncer?
no se conheceu e logo ção Básica é crescente porque há Abordagem prática
se apaixonou. Seis me- um registro de 12 mil novos casos Murilo Vieira Coutinho, médico
ses depois, noivaram e, de câncer por ano só em Santa Ca- de família e comunidade, traba-
em menos de um ano, casaram-se. tarina (dados podem ser consulta- lha há um ano no Centro de Saú-
Após cinco meses vivendo juntos, dos em http://migre.me/ehllo), e de Canasvieiras, em Florianópolis.
Jen descobriu que tinha câncer de cada vez mais pessoas com diag- Neste tempo, ele teve cerca de
mama. O marido decidiu, então, nóstico de câncer estão receben- dez pacientes com diagnóstico
fotografar os cinco anos de luta do alta do serviço especializado de de câncer, três deles em fase ter-
da mulher contra a doença e criar minal, em cuidados paliativos. Ele
um blog com os registros (http:// “A Atenção sentiu na prática a importância da
migre.me/egych). “Minhas fotos Básica tem papel comunicação em diversos níveis.
mostram sua vida diária. Elas hu- “A comunicação clínica é essencial
manizam a face do câncer na face fundamental no principalmente com o câncer, pois
da minha esposa”, postou Ângelo controle do câncer” promove saúde quando o pacien-
no blog. Ele conta que queria mos- te elabora com o médico e a família
trar que o apoio e a vontade de vi- cuidado e voltando para o atendi- a abordagem do seu tratamento”.
ver do paciente são essenciais. mento da sua equipe de saúde. Quando Murilo chegou à co-
A Atenção Básica é o nível de “Antes, o paciente tinha alta e não munidade, o marido de uma das
atenção que consegue propor- voltava para os cuidados integrais moradoras de Canasvieiras já esta-
cionar às pessoas um cuidado in- da ESF, por isso temos pessoas há va em cuidado especializado pelo
tegral. A equipe de saúde da famí- 15 anos usando os serviços do câncer e logo veio a falecer no
lia, próxima da comunidade, cria CEPON [Centro de Pesquisas On- CEPON. A mulher ficou revoltada,
ações que vão desde a promoção cológicas]. Hoje, de 50 a 60% dos acreditando ter havido negligên-
da saúde, a prevenção e o rastre- pacientes com câncer sobrevivem cia no tratamento do marido. Mu-
e, destes, 70 a 80% não apresenta rilo acredita que nesse caso houve
sequelas quando volta para a APS”, falta de comunicação, pois se ele
relata Senen Hauff, coordenadora soubesse antes da evolução do
do setor de epidemiologia do cân- caso, poderia ter preparado a usu-
cer do CEPON, em Florianópolis. ária com uma abordagem sobre a
Para a médica, a chave para a re- despedida, sobre pensar na perda
cuperação é a comunicação entre de um ente querido. “Agora que
o oncologista, na alta complexida- ele faleceu, ela continua fazendo
de, e o médico, na Atenção Básica. parte dessa comunidade, ela volta
Isso se evidencia quando identifi- para a Atenção Básica, e aí?”, ques-
camos que a maior sobrevida de tiona o médico.
pacientes com câncer acontece Murilo relatou também que
em países com sistema de saúde muitas pessoas vêm até seu con-
organizado, como o Canadá e a sultório querendo um check-up
Austrália, de acordo com informa- geral e confessam que a razão é
ções do Concord Study, pesquisa o medo de terem câncer um dia.
realizada em Londres. Então, o O médico procura orientar que a
que a Atenção Básica precisa de- melhor forma de prevenção são
Jen recebe apoio no estágio final do câncer senvolver no que se refere à abor- os hábitos de vida saudáveis e pla-

8 telessaúde informa edição 21 maio 2013


reportagem
A empresária Flávia Flores criou um perfil no facebook
com dicas para incentivar o resgate da autoestima de
mulheres com câncer (http://migre.me/egGpk)
neja com a pessoa ações para al-
cançar isso. Uma opção é o Grupo
de Vida Saudável, realizado na uni-
dade por um nutricionista e um
profissional de educação física.
Para Senen, a Atenção Básica
e sua gestão têm papel funda-
mental no controle do câncer,
“desde as ações de promoção da
saúde, como a melhora do acesso
e redução das iniquidades, em-
poderamento da população em
questões de alimentação saudá-
vel e controle do tabagismo, até o
rastreamento do Câncer de Colo
de Útero, organizado, captando a
mulher que nunca realizou o exa-
me ou não realiza com periodici- regredir espontaneamente.
dade, como mulheres com HIV, Murilo conta que quando uma Outras iniciativas em SC
prostitutas e as de menor escolari- mulher chega para consulta e so- A decisão sobre qual a face do
dade”. A médica ainda afirma que licita exame mamográfico, por câncer vai ser encarada é uma via
o rastreamento de Câncer de Colo exemplo, ele observa primeiro de mão dupla: depende do pa-
de Útero é o único que comprova- os fatores de risco e busca expli- ciente e também da equipe de
damente reduz a mortalidade. car que, para além desses fatores, saúde da família. Em Florianópo-
existe um contexto biopsicosso- lis, a administradora Flávia Flores
Rastreamento cial, que também influencia na (foto acima), diagnosticada com
Juan Gérvas, médico e referência chance de adoecimento. “A pré- câncer de mama há seis meses,
em Atenção Primária, reforça a afir- -ocupação gera sofrimento, por decidiu mudar o foco da doença
mação de Senen e completa que, isso, todos profissionais de saú- e criou uma página no facebook
para outros cânceres, “o rastreio de devem estar preparados para (http://migre.me/egGpk) para com-
não diminui o sofrimento, a dor questionamentos sobre o câncer, partilhar informações de beleza e
e a morte”. Em palestra em Floria- e quanto maior o tempo na mes- bem-estar com outros pacientes.
nópolis, ele apresentou dados de ma comunidade, com as mesmas Visite e conheça!
que nos Estados Unidos o aumen- pessoas, mais fácil será promover Em Seara, na região oeste do
to de rastreamentos fez crescer a saúde para elas, fazê-las refletir”, estado, a equipe de enfermagem
incidência de cânceres (de prós- pontua o médico, que lembra ter da unidade organiza, há um ano,
tata, melanoma, mama, etc), mas aprendido sobre a abordagem o grupo Recomeçar, para pacien-
diminuiu pouco a mortalidade. prática do câncer apenas na re- tes com câncer. O grupo aconte-
“Estamos produzindo câncer?”, sidência. Para Senen, não é só na ce a cada dois meses e trabalha
lançou Gérvas a pergunta, repon- residência que se deve falar sobre com café e prosa. “O Recomeçar é
dendo-a em seguida: ”a questão o câncer, mas também nos currí- aberto e às vezes recebe até a fa-
é que nem todos os cânceres ma- culos universitários. mília dos pacientes”, conta Juliana
tam. Muitos, observados geneti- “O câncer é um desafio na nossa Foralosso, coord. de Atenção Bási-
camente, não progridem, nunca cultura, gera a ideia de que temos ca do município. Para ela, o maior
matam e, em alguns casos, desa- que fazer algo. É verdade, mas às desafio atual é chamar as pesso-
parecem”. Por exemplo, 60% dos vezes, fazer algo sem planejamen- as para participarem do grupo, e,
cânceres de próstata e 50% dos to e tranquilidade pode gerar ia- por isso, o apoio dos agentes co-
de mama em mulheres mais jo- trogenia e sofrimento psíquico munitários é essencial.
vens nunca matariam e poderiam maior”, completa Murilo.

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teleconsultoria

Ações educativas com


plantas medicinais
A
ESF1 e o NASF de Ipira so- conhecimento científico. Dessa e as contraindicações.
licitaram uma teleconsul- forma, foi realizada uma segun- Paralelamente ao trabalho
toria frente à diversidade da consultoria de sensibilização com o Telessaúde SC e com o
de espécies vegetais e à dificul- sobre a importância e a valori- Horto Didático do HU, a equipe
dade de estabelecer estratégias zação das plantas medicinais na está realizando discussões com a
de interação entre o saber po- APS, buscando desmistificar a Pastoral da Saúde de Concórdia/
pular e o técnico-científico, para “ideia de que toda planta é tóxi- SC para aprofundar o conheci-
conseguir estruturar rodas de ca”. Em um segundo momento foi mento das ACS (área urbana e
conversa, cartilhas educativas e
um horto de plantas medicinais.
Inicialmente, foi orientado
que as ACS e os profissionais de
saúde fizessem um levantamen-
to das plantas utilizadas ou que
as famílias tinham nos quintais
como medicinais.
Nessa busca, a equipe conver-
sou com a Dona Selanira Antu-
nes de Mattos, conhecida como
Vó Sela, de 95 anos. Ela relatou
durante a visita domiciliar da
A equipe de Ipira conseguiu estruturar rodas de conversa após ajuda da teleconsultoria
ACS Helenamar, que “quando
era criança e morava em uma proposto que a equipe realizasse rural). Também fazem discussões
chácara muito distante, onde uma oficina de reconhecimento com as senhoras do Clube de
não havia posto de saúde, nem das plantas medicinais, com a Mães Novo Milênio, para o uso
médicos e nem farmácia, quan- participação do Dr. Cesar Paulo adequado de plantas medicinais.
do eu e meus irmãos ficávamos Simionato, médico responsável Daniella Tofolo, apoiadora da
doentes, minha mãe fazia uso de pelo Horto Didático do Hospi- equipe 1, relata que é muito gra-
chás caseiros, como o cidró (para tal Universitário/HU, articulado tificante verificar a forma como
dor de cabeça, gripe e calmante), pela teleconsultora Gisele Da- o processo de trabalho com as
o alecrim (calmante e para pro- mian. Nesse encontro on-line, plantas medicinais está aconte-
blemas de estô- cada trabalhador cendo. “Foi possível identificar a
mago) e a maçani- levou uma muda riqueza de se organizar um espa-
lha (para baixar a de planta medici- ço de troca de saberes para cons-
febre). Minha mãe nal para ser iden- trução conjunta do conhecimen-
tomava chá de fo- tificada, como to, com o entusiasmo, a união e
lha de lima e chá poejo, malva, hor- o compromisso do grupo com o
de alcachofra para telã, capim cidrei- projeto”, completa Daniella.
pressão alta”. ra, melissa, arnica, Integrantes da Equipe 1
Essa aproxima- cavalinha, insulina, de Ipira: Isabel (secretária de
ção da equipe entre outras. Foi saúde), Ana Claudia (médica),
com a comuni- discutido com o Daniela de Paris (enfermei-
dade motivou o grupo a nomen- ra), Jociméri (dentista), Karine
grupo a continuar clatura científica, (ASB), Marcelo (farmacêutico
a resgatar o saber o nome popular, do NASF), Helenamar, Maria,
popular e a apro- a forma de utiliza- Terezinha, Adelise, Eliane e An-
fundar e buscar o Vó Sela: toma chás desde criança ção, as indicações dréia (ACS).
10 telessaúde informa edição 21 maio 2013
segunda opinião

Pergunta destaque do mês:


saúde mental
T
enho muita dificuldade mas, com isto,
em retirar medicamentos maior sucesso
em pacientes que fazem na retirada. Al-
uso crônico de antidepressivos. guns médicos
Alguns utilizam o mesmo medi- preferem redu-
camento há 30 anos, sem ade- zir um quarto
são adequada. Basta falar em da dose por
cessar o tratamento que eles semana; outros
voltam a ter os supostos sinto- negociam com
mas de 30 anos atrás. Pretendo o paciente um
iniciar um grupo com pacientes prazo, que gira
com depressão, a fim de con- em torno de 6 a
versar sobre diferenças entre 8 semanas, mas
transtornos de humor e triste- pode durar até vidual de cada paciente pode dar
zas inerentes à vida, mas não mais de 10 semanas. É de grande mais segurança ao mesmo (3).
sei qual é a forma mais adequa- valia oferecer esquemas de redu- Grupos de apoio e psicotera-
da de retirar o medicamento ção das doses por escrito, com pia podem ajudar. Sendo a cria-
daqueles que eu acho que nem desenhos dos comprimidos e ção de um grupo na sua unidade
têm o diagnóstico de depres- datas subsequentes de redução. uma excelente iniciativa.
são. Pacientes que não conseguem
Temos visto muito o uso ina- concluir o plano de redução gra-
dequado de benzodiazepínicos dual podem se beneficiar da tro- Categoria da Evidência: Grau
e antidepressivos. Há estratégias ca para um agente de meia-vida D
distintas para cada um deles, mas mais longa, como o diazepam. Profissional solicitante: Mé-
em comum temos a necessidade A carbamazepina pode ser uma dico
de estabelecer vínculo de con- medicação adjuvante na retirada Teleconsultor: Equipe Teles-
fiança e continuidade no cuida- gradual de benzodiazepínicos, saúde SC
do. Poucos pacientes aceitarão particularmente em pacientes Evidências e Referências:
1. Projeto Diretrizes. Associação
mudança de tratamento em uma recebendo benzodiazepínicos Médica Brasileira e Conselho Federal
primeira consulta, mas a sensibi- de meia-vida curta, mas estudos de Medicina. Associação Brasileira
lização pode começar já no pri- controlados maiores são neces- de Psiquiatria. Tratamento da Fase
meiro contato. sários para confirmar seu poten- Aguda do Acidente Vascular Cere-
A OMS (2) sugere que o uso de cial benefício, determinar melhor bral. 2008. Disponível em: http://
www.projetodiretrizes.org.br/proje-
benzodiazepínicos não ultrapas- os efeitos adversos e identificar to_diretrizes/004.pdf ou http://www.
se 2 a 4 semanas. Seu uso gera quando seu uso clínico é indica- projetodiretrizes.org.br/novas_dire-
dependência, levando ao uso de do. Pode ser usada na dose de trizes.php.
maiores doses ao longo do tempo 200 a 800mg/dia/oral. 2. OMS/WONCA. Integração da
e síndrome de abstinência. Para a No uso de longo prazo de anti- saúde mental nos cuidados de saúde
primários: uma perspectiva global,
retirada de benzodiazepínicos, depressivos, devemos perguntar 2009. Disponível em: http://www.
a melhor técnica, e mais ampla- quais são as preocupações do who.int/eportuguese/publications/
mente reconhecida como efetiva, paciente ao se abordar a retirada Integracao_saude_mental_cuida-
é a retirada gradual da medica- do medicamento. Uma preocu- dos_primarios.pdf.
ção, sendo recomendada mesmo pação comum é o retorno dos 3. Protocolo Saúde Mental de Floria-
nópolis. Disponível em: http://portal.
para pacientes que usam doses sintomas iniciais. Estar aberto ao pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/
terapêuticas (1). Esta técnica é de suporte rápido caso isto ocorra e 05_08_2011_9.41.44.1bf62fa463bec5
baixo custo e facilmente exequí- ser flexível à diminuição e retira- 495279a63c16ed417f.pdf
vel e tem menor índice de sinto- da conforme a possibilidade indi-
maio 2013 edição 21 telessaúde informa 11
maio/2013
Eventos
O Seminário Internacional “Inovações
na Atenção Primária à Saúde: lições
aprendidas Brasil e Portugal” ocorre
neste mês no Instituto de Medicina So-
cial da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Serão discutidos temas como a
governança clínica, a contratualização e
avaliação de desempenho e a melhoria
do acesso e qualidade. As inscrições são gratuitas e limitadas.
Quando? De 06/05 a 07/05 de 2013
Onde: IMS/UERJ
Mais informações: http://www.obsnetims.org.br

Filmes

Políticas de Saúde no Brasil: Um século A excêntrica família de Antonia


de luta por direito à Saúde (2007) (1995)
O documentário conta a trajetória das políticas Ganhador do Oscar de Melhor Filme
de saúde no país e sua articulação com a história Estrangeiro em 1996, o longa metragem conta
política brasileira. Mostra também os mecanismos a saga familiar de três gerações de mulheres,
criados para a implementação dessas políticas, comandada pela matriarca Antonia, de 90 anos.
como a criação do SUS. O documentário aborda O filme fala ainda de força, beleza e escolhas
como a saúde era considerada, no início do séc. que desafiam o tempo. “A excêntrica família de
XX, um dever da população e como essa relação Antonia” foi definido como uma celebração da
se inverteu, passando a ser avaliada como um vida, da morte e da liberdade e põe em prova
direito do cidadão e um dever do Estado. os valores e convicções de cada um.

Livros
A publicação Adolescer é uma parceria entre a Associação Brasileira de En-
fermagem (ABEn) e o Ministério da Saúde. A revista apresenta de que forma
os profissionais podem tratar de assuntos difíceis de serem trabalhados com
os adolescentes, como drogas, depressão, suicídio, violência e sexualidade.
Aborda também a complexidade dos agravos à saúde dos jovens e as multidi-
mensionalidades do processo de adolescer.
Além da parte teórica, a publicação oferece metodologias práticas, com dinâ-
micas de aprendizagem para o trabalho educativo com esse público alvo.
“Adolescer” é uma boa dica para quem participa do programa Saúde na Escola ou para quem trabalha com
a intersetorialidade com as escolas.
Você pode descobrir mais sobre a revista no link: http://www.abennacional.org.br/revista/sumario.html

12 telessaúde
telessaúde informa
informa edição 21 abril
edição 20 maio2013
2013
agenda

Programação de webs de Maio


08/05
Saúde da Criança na Atenção Básica - 15h
15/05
PMAQ -15h
Palestrante: Halei Cruz / Pediatra Palestrantes: Mari Ângela Freitas e Maria Catarina
Resumo: O cuidado à saúde da criança na Atenção Rosa / GEABS
Básica se apóia em ações como: acompanhamento Resumo: Orientações sobre a 2ª Etapa de Adesão,
do crescimento e desenvolvimento; promoção do Contratualização e Recontratualização das Equipes
aleitamento materno e da alimentação saudável; de Atenção Básica ao Programa Nacional de
atenção às doenças prevalentes; imunizações; Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção
prevenção e atenção adequada aos acidentes e Básica (PMAQ), 2º Ciclo/2013.
maus tratos e vigilância dos óbitos infantis e fetais.

22/05
Primeiros cuidados com a mãe e o recém-
29/05
Experiência de cuidado ao recém-nascido de
nascido - 15h alto risco na AB - Município de Joinville - 15h
Palestrante: Luana Nilson / Enfermeira Palestrante: Fátima Mucha (pediatra) / Viviane
Resumo: A web vai abordar o papel da equipe de Korovsky (enfermeira)
Atenção Básica/Saúde da Família junto à mãe, ao Resumo: Falará do Programa Bebê Precioso, que
recém-nascido e à família após o nascimento, e tem como ações acompanhar as crianças que após o
quais os primeiros passos para o estabelecimento nascimento necessitam de internação na UTI e realizar
de vínculo e seguimento do cuidado. visitas da equipe de Saúde no hospital e no domicílio.

WORKSHOP
02/05 - médicos 16/05 - odontólogos 23/05 - médicos
Cuidados com a gestante e seu Cuidado à saúde bucal do idoso na Tracoma - 16h
companheiro - 16h Atenção Básica - 16h Palestrante: Astor Grumann
Palestrante: Fernanda Lazzari / Palestrante: Ana Lúcia S. Ferreira de Júnior/ Médico oftalmologista
Médica de Família e Comunidade Mello / Cirurgiã-dentista Resumo: O tracoma é uma
Resumo: A proposta deste Resumo: Os serviços de saúde afecção inflamatória crônica da
workshop é abordar diferentes bucal para idosos têm algumas conjuntiva e das córneas, que
pontos que fazem parte do singularidades que influenciam nas em decorrência das infecções
cuidado pré-natal pelo médico ações e serviços e na organização do repetidas, pode levar a cicatrizes
de família, já que este é um processo de trabalho dos profissionais na conjuntiva palpebral. Em
momento importante para da AB. Deve-se considerar aspectos casos mais graves evoluem
formação de vínculo com a estomatognáticos relevantes e suas para sequelas, provocando
gestante e seu companheiro e modificações durante o processo lesões corneanas importantes,
para seguimento longitudinal à de envelhecimento e, assim, adotar podendo produzir cegueira.
gestação. abordagens a partir de estratégias.

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, redação, diagramação e edição: Marina
Veshagem, Thaine Teixeira e Camila Peixer Design e iIustração: Vanessa de Luca Orientação: Luise Lüdke, Luana
Gabriele Nilson e Thaís Titon de Souza Reportagem fotográfica e revisão: Camila Peixer

maio 2013 edição 21 telessaúde informa

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