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Princípios do Direito do Trabalho
 CHEFE DE REDAÇÃO  AGOSTO 11, 2020  DIREITO DO TRABALHO

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 TEMPO DE LEITURA: 6 MINUTOS

Introdução
Os princípios do Direito do Trabalho são a base interpretativa desta disciplina.

Os princípios são as bases fundamentais de qualquer ciência. São as diretrizes básicas que irão guiar o caminho a ser trilhado por aquela ciência. São, os
princípios, os primeiros passos na consecução de uma regulação, ao qual devem se seguir todos os demais.

Os princípios informam, orientam e inspiram as normas jurídicas, além de sistematizarem e darem organicidade aos institutos. São linhas diretrizes com
função informadora, normativa e interpretativa.

Dessa forma, eles têm função de informar o legislador na fundamentação das normas jurídicas, assim como a de fonte normativa que atua de forma suple-
tiva nas lacunas ou omissões da lei e a de interpretativa que serve de critério orientador para os intérpretes e aplicadores da lei.

O art. 8º da CLT determina que, na ausência de disposição legal ou contratual, o intérprete pode socorrer-se, além da jurisprudência, da analogia e da equi-
dade, também dos princípios.

Neste artigo serão estudados os seguintes princípios:


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Princípio da Proteção
Baseia-se em um amparo preferencial a uma das partes da relação de emprego: o trabalhador. A regra é que se deva proporcionar uma forma de compensar
a superioridade econômica do empregador em RELAÇÃO AO EMPREGADO. Assim, caso haja um conflito de interesses, deve ser aplicada a norma que mais
favoreça os interesses do empregado.

MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO (REFORMA TRABALHISTA – LEI N. 13.467/2017)

Previsão de trabalhadores hipersuficientes (portadores de diploma de nível superior e que percebam salário mensal igual ou superior a 2x o teto da
previdência): podem ter seus direitos flexibilizados (direitos do art. 611-A e não do 611-B, ambos da CLT) por acordo individual, que se sobrepõe à lei a à
negociação coletiva.

O princípio protetor é desmembrado em três regras:

● Regra da norma mais favorável: sempre que existirem várias normas aplicáveis a uma mesma situação jurídica, deve-se aplicar a norma mais favorável
ao trabalhador (ex.: Súmula 202, TST).

MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO (REFORMA TRABALHISTA – LEI N. 13.467/2017)

● As condições fixadas em acordo coletivo de trabalho SEMPRE PREVALECERÃO sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
● O negociado prevalece sobre o legislado, no caso dos direitos previstos no art. 611-A, sendo possível a flexibilização sem necessidade de contrapartida
ao empregado (salvo redução de salário ou jornada, caso em que deve haver proteção contra dispensa imotivada na vigência da cláusula).

● Regra do “in dubio pro operario”: entre duas ou mais interpretações viáveis de uma norma jurídica, o intérprete deve optar pela mais favorável ao
trabalhador. Não se aplica no âmbito processual.
● Regra da condição mais benéfica: pressupõe a existência de uma situação concreta, anteriormente reconhecida, e determina que ela deve ser
respeitada, na medida em que for mais favorável ao trabalhador do que a nova norma aplicável. Não se aplica ao direito coletivo do trabalho, uma vez
que a negociação coletiva pode vigorar por até 2 anos, sendo VEDADA a sua ultratividade.

SÚMULA 51 DO TST

1) As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação
ou alteração do regulamento.

Princípio da Irrenunciabilidade
Impossibilidade de o empregado abrir mão, voluntariamente, dos direitos que lhe são concedidos pela legislação trabalhista. A CLT, em seu art. 9º, precei-
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tua o seguinte: “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas”.

Nesse sentido, a Súmula 276 do TST preceitua que o aviso prévio é irrenunciável.

Entretanto, a Súmula 51, 2, do TST dispõe:

SÚMULA 51 DO TST

2) Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do
outro.

Por fim, vale estabelecer a diferença entre acordo e renúncia:

Conciliação e transação são espécies de acordo, diferentemente de renúncia.


A renúncia não pode ocorrer. Porém, a transação e a conciliação são admissíveis.

Princípio da continuidade da relação de emprego


Presume-se que o contrato de trabalho sempre terá validade por prazo indeterminado.

Assim, o contrato de trabalho por prazo determinado é exceção.

Princípio da primazia da realidade


Em caso de discordância entre o que ocorre na prática e o que emerge de documentos ou acordos, deve-se dar preferência aos fatos. Dessa forma, a ver-
dade real prevalece sobre a formal.

Vólia Bomfim Cassar ensina que “para o Direito do Trabalho prevalecem os fatos reais sobre as formas. O que importa é o que realmente aconteceu e não o
que está escrito”.

São privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura empregada.

Princípio da irredutibilidade de salários


Só poderá haver redução salarial em casos especiais de negociação coletiva sob a tutela sindical.

Importante dizer que irredutibilidade salarial é aplicada apenas ao valor real e nominal do salário, não se incluindo aí as reduções salariais advindas de in-
flação, aplicação de índices oficiais de correção monetária, planos econômicos etc.

Princípio da isonomia salarial


Refere-se à igualdade jurídica, segundo a qual devem ser proibidas as discriminações salariais. Se o trabalhador exe-
cuta trabalho idêntico, o salário será o mesmo, desde que guardadas suas proporções legais conforme o art. 461 da
CLT.

Princípio da inalterabilidade contratual lesiva


O art. 468 da CLT dispõe que, aos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda as-
sim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Assim, aos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não re-
sultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Assim:

Alteração possível = Bilateralidade + Ausência de prejuízo.


BIBLIOGRAFIA
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ANDREUCCI, Ricardo Antonio; MESSA, Ana Flávia. Exame da OAB unificado 1ª fase. 8. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

LENZA, P. OAB Primeira Fase – Volume único. 3a. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

LEIA MAIS:
⇒ Resumo de Direito Administrativo

⇒ Resumo de Direito Constitucional

⇒ Resumo de Direito Civil

⇒ Resumo de Direito Processual Civil

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SOBRE A AUTORA

Letícia Souza é chefe de redação do site Dicas Concursos. Graduada em Direito pela Unesp, pós-graduada em Direito Constitucional
Aplicado, pós-graduada em Direito Público Contemporâneo, aprovada no XXX Exame da OAB, aprovada no TJ-SP - 2018, aprovada na
Alesp - 2022, e eterna estudante de Direito!

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