ADENOCARCINOMA IRIDOCILIAR ASSOCIADO A GLAUCOMA SECUNDÁRIO E
ATROFIA RETINIANA EM CÃO – RELATO DE CASO
THAÍS MARIA ARAÚJO BATISTA; JORDANNA MARIA CASSUNDE ANGELINO;
CAROLINA PINHEIRO DO HERVAL; LIDIA DA PAZ PALÁCIO; CARLOS HENRIQUE DE ANDRADE TELES; MAÍRA PEREIRA D' ALENCAR; ROBERIO GOMES OLINDA
Introdução: Neoplasmas iridociliares correspondem ao segundo tipo de neoplasia ocular primária
mais comumente observado em cães. Classificadas em adenomas e adenocarcinomas, apresentam origem a partir da diferenciação de células intraoculares do epitélio não pigmentado do corpo ciliar, prolongando-se até a íris. Clinicamente, massa intraocular pigmentada, deslocamento de retina e distúrbios pupilares são observados, além de quadros inflamatórios e hemorrágicos no interior dos olhos, subluxação da lente e manifestações de uveíte. Sinais clínicos de glaucoma são comuns associado ao processo neoplásico, devido à formação de membranas fibrovasculares pré-iridais ou neovasculares, progredindo para sinéquia anterior e/ou obstrução do ângulo iridocorneano, demonstrando prognóstico reservado da patogenia. Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de adenomacarcinoma Iridociliar em canino associado a glaucoma secundário e atrofia retiniana. Relato de caso: Foi atendido um cão, fêmea, sem raça definida, com 16 anos de idade, apresentando histórico de massa no interior do globo ocular e presença de glaucoma, sendo recomendado a realização de biópsia excisional através de enucleação cirúrgica para análise histopatológica. Discussão: Macroscopicamente, evidenciou-se presença de grande massa tumoral levemente pigmentada e densamente celular, originada do corpo ciliar, causando distorção deste e da íris, além de deslocamento do cristalino para região posterior. Na análise microscópica, a massa era composta de folhas e cordões de células poligonais bem compactadas e sustentadas por um estroma vascular fino. As células neoplásicas detinham bordas celulares indistintas, citoplasma eosinófilo abundante e núcleos ovais com cromatina finamente pontilhada. Pseudorosetas e formação óssea estavam presentes, além de anisocariose e anisocitose moderada e espaços cavitados de tamanho variável contendo sangue ou material eosinofílico e melanófago em toda massa. O neoplasma preenchia o ângulo iridocorneano e deslocava o cristalino posteriormente. Hemorragia discreta na câmara posterior e anterior foi observada, ocasionalmente associada a macrófagos carreados de hematina e áreas de fibrose. A retina apresentava atrofia das camadas de fibras nervosas e células ganglionares. Logo, os achados histopatológicos foram compatíveis com adenocarcinoma iridociliar associado a glaucoma secundário e atrofia retiniana. Conclusão: O tratamento de eleição consiste no procedimento cirúrgico de enucleação em consequência ao quadro de glaucoma e uveíte secundários não responsivos à terapia conservadora.
Solicitação e Interpretação de Exames Laboratoriais: Uma visão fundamentada e atualizada sobre a solicitação, interpretação e associação de alterações bioquímicas com o estado nutricional e fisiológico do paciente.