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Revista Multidisciplinar em Saúde DOI: 10.

51161/ii-clinvet/10191

ADENOCARCINOMA IRIDOCILIAR ASSOCIADO A GLAUCOMA SECUNDÁRIO E


ATROFIA RETINIANA EM CÃO – RELATO DE CASO

THAÍS MARIA ARAÚJO BATISTA; JORDANNA MARIA CASSUNDE ANGELINO;


CAROLINA PINHEIRO DO HERVAL; LIDIA DA PAZ PALÁCIO; CARLOS HENRIQUE DE
ANDRADE TELES; MAÍRA PEREIRA D' ALENCAR; ROBERIO GOMES OLINDA

Introdução: Neoplasmas iridociliares correspondem ao segundo tipo de neoplasia ocular primária


mais comumente observado em cães. Classificadas em adenomas e adenocarcinomas, apresentam
origem a partir da diferenciação de células intraoculares do epitélio não pigmentado do corpo ciliar,
prolongando-se até a íris. Clinicamente, massa intraocular pigmentada, deslocamento de retina e
distúrbios pupilares são observados, além de quadros inflamatórios e hemorrágicos no interior dos
olhos, subluxação da lente e manifestações de uveíte. Sinais clínicos de glaucoma são comuns
associado ao processo neoplásico, devido à formação de membranas fibrovasculares pré-iridais ou
neovasculares, progredindo para sinéquia anterior e/ou obstrução do ângulo iridocorneano,
demonstrando prognóstico reservado da patogenia. Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo relatar
um caso de adenomacarcinoma Iridociliar em canino associado a glaucoma secundário e atrofia
retiniana. Relato de caso: Foi atendido um cão, fêmea, sem raça definida, com 16 anos de idade,
apresentando histórico de massa no interior do globo ocular e presença de glaucoma, sendo
recomendado a realização de biópsia excisional através de enucleação cirúrgica para análise
histopatológica. Discussão: Macroscopicamente, evidenciou-se presença de grande massa tumoral
levemente pigmentada e densamente celular, originada do corpo ciliar, causando distorção deste e da
íris, além de deslocamento do cristalino para região posterior. Na análise microscópica, a massa era
composta de folhas e cordões de células poligonais bem compactadas e sustentadas por um estroma
vascular fino. As células neoplásicas detinham bordas celulares indistintas, citoplasma eosinófilo
abundante e núcleos ovais com cromatina finamente pontilhada. Pseudorosetas e formação óssea
estavam presentes, além de anisocariose e anisocitose moderada e espaços cavitados de tamanho
variável contendo sangue ou material eosinofílico e melanófago em toda massa. O neoplasma
preenchia o ângulo iridocorneano e deslocava o cristalino posteriormente. Hemorragia discreta na
câmara posterior e anterior foi observada, ocasionalmente associada a macrófagos carreados de
hematina e áreas de fibrose. A retina apresentava atrofia das camadas de fibras nervosas e células
ganglionares. Logo, os achados histopatológicos foram compatíveis com adenocarcinoma iridociliar
associado a glaucoma secundário e atrofia retiniana. Conclusão: O tratamento de eleição consiste no
procedimento cirúrgico de enucleação em consequência ao quadro de glaucoma e uveíte secundários
não responsivos à terapia conservadora.

Palavras-chave: Adenocarcinoma, Iridociliar, Canino, Enuclação, Glaucoma.

ISSN: 2675-8008

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