Slides Agentes Fisicos

Especialização
Reabilitação em Medicina do Exercício e Desporto
Agentes Físicos no Desporto
Hugo de Oliveira Lopes
14/02/2024
Curso de especialização em Reabilitação em Medicina do Exercício e Desporto
Introdução
• Utilização de agentes físicos com fins terapêuticos é uma prescrição.
• Quem prescreve deve conhecer as características, doses e tempos de

administração, indicações e contra-indicações.
• Antigos egípcios utilizavam enguias eléctricas no tratamentos de crises

de gota.
• Egas Moniz utilizava correntes Galvanicas no tratamento da ELA.

Pirâmide da recuperação ao esforço
Os mais utilizados no Desporto

• Termoterapia
• TECAR
• Electroterapia
• Continuas
• Analgésicas
• Camara Hiperbárica
• Excitomotoras
• Magnetoterapia
• Ultra-Sons
• Laser • Theragun ®
• Ondas de Choque
• Game Ready ®
• Ondas Curtas/Micro-ondas
Termoterapia
• Ações comuns Calor & Frio
• Analgesia
• Hiperémia
• Alterações da temperatura local
• Diminuição do tónus muscular
Partilham de muitas das indicações!
(... e contra-indicações)
Termoterapia
A quantidade de energia absorvida pelos tecidos depende de :
• Natureza do tecido — calor  e frio  fluxo arterial e capilar
• Agente usado — calor  e frio  extensibilidade tendão;
• Duração da exposição
— calor  e frio  actividade colagenase
Temperaturas > 45–50°C ou < 0°C podem causar
lesão tecidular
Calor
Uso terapeutico baseado em:
Indicações:
• Hiperémia
Geralmente usado para processos crónicos
• Analgesia
Diminuição dos espasmos musculares
• Diminuição do tónus
muscular Diminuição da dor
• Aumento da elasticidade do Redução da rigidez articular

colagénio
Contraturas
Inflamação crónica
Calor - Contra-Indicações
• Isquemia
• Hemorragia
• Alteração sensitiva ou regulação térmica
• Tumores
• Trauma agudo ou inflamação aguda
• Tecido cicatricial (!)
• Edema(!)
• Pele atrófica
Na prática
A mais usada
– Baixo custo
– Manutenção mínima
“Calor Húmido” “Hydrocollator “
– Longa duração equipamento
• Hydrocollator – água a 70-80ºC
– Boa aceitação pelos doentes
• Escorrer a água
– Uso fácil
• Envolvido em toalha (seca!)
• Tempo aproximado 15-30min
Frio
Efeitos biológicos imediato Efeito biológico prolongado
• Vasoconstrição • Vasodilatação, com paralisia vasomotora e

aumento do fluxo sanguíneo.
• Diminuição do metabolismo celular
• Analgesia: • Faz aumentar os mecanismos de defesa celular e
humoral, remoção de exsudados e produtos
– Aumento do limiar de estimulação álgica
necróticos, contribuindo para o trofismo e
dos recetores periféricos
regeneração tecidular.
– Libertação de endorfinas
• Diminuição do tónus e espasmos muscular
– Bloqueio medular por periodização das
vias rápidas • Lentificação da condução neuronal (fibras gama )
e diminuição da excitabilidade do fuso neuro
• Redução da atividade enzimática
muscular ao estiramento
Frio - indicações
• Analgesia
• Redução da inflamação
• Redução do edema na fase aguda de traumatismos ou

queimaduras
• Redução do metabolismo celular
• Normalização térmica em hiper aquecimento muscular -

recuperação muscular
• Estimulação da regeneração e trofismo celular em patologias

traumáticas crónicas
Frio - Formas de Aplicação

Aplicação estática:
Aplicação dinâmica
Massagem circular rápida, de 2 a 3 seg

Efeitos vasoconstritores e analgésicos, p.ex na fase aguda de
um traumatismo durante 7 a 10 min
• Temperatura cutânea atingir: 15º C • Hiperémia reactiva

• Várias aplicações • Analgesia (menos pronunciada)
• Não exceder 20 min

P.ex. : fase crónica (> 8 dias ) patologia
• Imersão em água fria (4-10ºC) traumática
Frio - Contra-indicações
• Zonas de isquémia local

Complicações
• D. Raynaud
Sequência de FRIO => sensação queimadura => DOR =>
• Alterações da sensibilidade cutânea PARESTESIA
Para evitar a ulceração pelo frio, nunca passar da fase de parestesia
• Alergia ou intolerância ao frio

– Crioglobulinémia
Evitar contacto direto pele!
• Feridas abertas!
Termoterapia - Resumo
CALOR TERAPÊUTICO FRIO TERAPÊUTICO
• Dor
• Trauma músculo esquelético
• Contratura / Espasmo muscular
agudo
– Edema
• Mialgia de tensão
– Hemorragia
• Aceleração dos processos metabólicos – Analgesia
• Dor
• Bursite !!
• Coadjuvante da reeducação
muscular
• Tenosinovite !!
• Redução da actividade metabólica
• Indução de vasodilatação reflexa local e sistémica
Quiz 1
• Atleta voleibol de 23 anos, tendinopatia crónica do
tendão rotuliano, o que fazer?
A. Banho de contraste (calor e gelo)
B. Calor antes do jogo
C. Crioterapia durante o jogo
D. Crioterapia após o jogo
E. Todas estão correctas?
Electroterapia
Electroterapia
Uso terapêutico de correntes eléctricas
• As correntes são agrupadas em diversas famílias, de acordo com os

seus parâmetros:
Continuas
Baixa frequências
Analgésicas
Excitomotoras
Corrente continua
• Corresponde à corrente galvânica, que é uma corrente

contínua, de baixa tensão e intensidade ≤ 200 mA
Galvanização: utilização terapêutica da corrente

galvânica (analgesia no pólo positivo) Intensidade
máx: 0,15mA/cm2 Tempo:10-20min
Iontoforese: consiste na introdução através da pele ou

mucosas de algumas substâncias/fármacos com efeito
terapêutico
Tempo de aplicação: 30-50mA/min
Correntes variáveis de baixa frequência

Excitomotoras (electro-estimulação motora) Analgésicas (electro-estimulação sensitiva)
Variáveis:
Intensidade: A sua variação determina a variação do Variáveis:
efeito excitomotor (limiar de intensidade) Frequências: número de ciclos por seg.
Duração: Quanto menor a duração do impulso, maior a Intensidade: conforme tolerância
intensidade necessária para produzir um efeito
Modo A B C (relacionado com frequência)
excitomotor
Declive: Tempo necessário para que uma corrente atinja
a sua intensidade máxima.
A frequência utilizada deve ser escolhida em função do objectivo a alcançar:

1 a 35 Hz: tetanização incompleta - Fibras lentas - tipo 1
40 a 75 Hz: tetanização completa - Fibras rápidas - tipo 2
> 90 Hz: efeitos analgésicos
Indicações
Excitomotora - EENM Sensitiva - TENS
• Prevenção/redução da atrofia muscular

• Controlo da dor
por desuso
Corrente Homofarádica: interrompida com impulsos de 0,1 a 1 ms e

frequência entre 10 e 90 Hz - Provoca a contracção da musculatura
• Nevralgias
normalmente inervada
Correntes Exponenciais: que apresentam um declive de forma
exponencial - Provocam a contracção selectiva da musculatura
desnervada
• Síndrome Regional Complexa
Nota: Desnervações totais ou parciais (período de
recuperação previsivelmente superior a três meses)
• Atrasos de consolidação
Nota 2: não substitui a necessidade de fortalecimento
activo.
Contra-Indicações
• Alterações da sensibilidade
• “Pace-maker” relativa / CDI absoluta
• Alergia aos eléctrodos, gel ou adesivo
• Lesões dermatológicas na zona a tratar
• Face anterior do pescoço/seio carotídeo e região pré-cordial
• Utilização em ambientes húmidos
• Utilização em conjunto com alguns agentes físicos (Diatermia, US, Laser, SW)
Na prática - TENS
Estimulação dos nervos sensitivos com activação
de mecanismos analgésicos:
Mecanismo de acção
• “Pain gate” (100hz - Modo C) - Dor aguda
• Sistema opióide endógeno (salvas de 2 a 3 Hz

modo Burst) - resulta contração muscular intensa
- Dor crónica
Não existem intensidades ideais. Cada doente tem a sua!

Na prática - EENM
Eletroestimulação muscular
• Pós operatórios
• Tendinopatias
• Pós rotura muscular
• Prevenção de lesão - por exemplo entorses
Não existem intensidades ideais. Cada atleta tem a sua!

Quiz 2
• Atleta de futebol de 34 anos, rotura muscular grau IIb face posterior da
coxa, qual o protocolo mais indicado?
A. TENS durante 4 semanas e tentar integração
B. Protocolo de controlo dor 1 semana + EENM e treino dinâmico 2

semanas + integração progressiva
C. TENS e EENM (2 semanas) e inicia treino global
D. PRP + Calor + Corticóide + Integração em treino
E. Todas estão correctas?

Ultra Sons
Ultra Sons
• Não é exactamente uma forma de electroterapia.
• É um tipo de vibração mecânica produzida electricamente do

mesmo tipo do som, mas com frequências inaudíveis.
• Utilizam as características elásticas do meio para se

propagarem.
• Funciona como micromassagem por vibração mecânica do

tecido.
Ultra-Sons
Resenha Histórica:
• Existência na natureza de animais que emitem ultra sons
• 1847 - Joule descobre o efeito magneto-estrictivo
• 1881- Jacques e Pierre Curie - Efeito Piezoeléctrico
• 1917: Paul Langevin e Chilowsky produzem o 1º gerador piezoelectivo de

ultra sons
• 1937 a 1945 - 2º Guerra Mundial - SONAR
• 1939 - Pohlmann construiu aplicador ultrasónico para terapia de cicatrizes

cutâneas - Berlim
Ultra-Sons
Produção de ultra-sons terapêuticos
Dispositivo de Langevin
Os Cristais piezeléctricos são sólidos cristalinos que têm como
• Consiste na interposição de uma lâmina
de quartzo entre duas de aço,
propriedade especial a mudança de densidade de acordo com a submetendo-as a uma corrente alterna
tensão aplicada. que as faz vibrar de forma homogénea
Os cristais normalmente utilizados pelas suas características

favoráveis são o Quartzo, ou materiais cerâmicos sintetizados titanato
de bário e o PZT.
Aparelhos modernos cortam a energia quando não esta em contacto

com algo denso, caso contrario destruiria o cristal.
Ultra-Sons
Produção de ultra-sons terapêuticos
• A corrente fornecida pode ser desviada de tempos a tempos produzindo uma saída
pulsada, emitindo as relações desejadas 1/1; 1/2; 1/4; 1/9. - Modo
• Se for aplicada uma tensão alternada, a sua espessura mudará de uma forma oscilatória -
vibra na frequência da tensão alternada - Frequência
• A intensidade é determinada pelo tensão aplicada sobre o metal - Intensidade

Ultra-Sons - Propriedades Físicas
Frequência
- Ciclos por segundo (Hz)
- Milhões de ciclos por segundo (Mhz)
- Na prática:
Estruturas profundas – 0,5 a 1 MHz
Pele e tecido celular subcutâneo – 2 a 3 MHz

Resistência do meio aos US
• Depende da velocidade de propagação e da

densidade da massa Kg/m3
• Impedância acústica específica (Zs) - Ohms,
• Dois meios com impedâncias acústicas muito

diferentes condicionam reflexão quase total dos
Ultra Sons

Absorção do feixe US
Capacidade que um meio exposto a um feixe ultra-sónico

tem de reter energia ultra-sónica (esta transforma-se na
sua maioria em calor por fricção molecular)
A absorção da energia pelo meio, isto é , a que fica

retida, transforma-se também em calor, pelo que a
intensidade do feixe vai diminuindo à medida que vai
penetrando nos tecidos.

Atenuação
Perda de intensidade do feixe ultra-sónico à medida

que vai atravessando os tecidos (absorção do calor pelo
meio, reflexão, refracção, dispersão)
Profundidade de penetração: Distância em que a

intensidade do feixe fica reduzida a 10 % do seu valor
inicial e com a qual já não se podem obter efeitos
terapêuticos
Efeitos Físicos e Fisiológicos do Ultra-Som
Efeitos Térmicos
Efeito Térmico
• Resulta da absorção do ultra som nos tecidos
• Energia sónica convertida em energia térmica, proporcional à intensidade do

ultra som.
• Depende de:
• taxa de absorção de energia no tecido especifico
• capacidade termina do tecido especifico
• taxa de transferência de calor para tecidos adjacentes e do fluxo sanguíneo

Efeitos Físicos e Fisiológicos do Ultra-Som
Efeitos Não Térmicos
Efeitos Não térmicos
• Cavitação: ocorre somente a altas intensidade.
• Frenkel et al, 2000: cavitações a altas intensidades em cérebros de gatos (100W/cm2) e nos pulmões de ratos
180W/cm2)
• Fluência acústica: tensão na membrana celular que leva a remoção de iões ou

moléculas que se acumulam do lado de fora das células - tem potencial para ser
benéfico clinicamente, mas não tem evidencia cientifica in vivo.
• Micromassagem: rápidas alterações de pressão sobre as estruturas celulares, as

implicações destes efeitos são desconhecidas.
Mecanismos Terapêuticos
Demonstrados em estudo in vitro
Na actividade celular
• Aumento da permeabilidade das membranas biológicas
• Facilita a dispersão de acumulações de líquidos/edemas
• Aumenta o metabolismo celular por elevação térmica
• Libertação de histamina pelos mastócitos
• Aumento da síntese proteica nos fibroblastos - efeito cicatrizante
Efeitos sobre a circulação
- Vasodilatação com aumento da circulação local e regional
por:
- Elevação térmica
- Libertação de vasodilatadores (histamina)
- Depressão da actividade simpática
Efeitos sobre o tecido
nervoso
Efeito analgésico: elevação do limiar de excitação
Alterações na velocidade de condução nervosa dependentes da dose:

- Doses altas 2 a 3 W/cm2 - aumenta velocidade de condução
- Doses superiores a 3W/cm2 - bloqueios parciais ou totais, reversíveis pelo aumento da temperatura
- Doses inferiores a 0,5W/cm2 não produzem elevação térmica pelo que podem diminuir velocidade
Relaxamento de espásmos e contracturas musculares - pontos gatilho

Estimulação capacidade de
regeneração dos tecidos
- Mais efectiva com intensidade de 0,5W/cm2, modo pulsátil 1:5
e com frequências de 3Mhz (experiências de Dyson e Pond)
- Aumentam a extensibilidade das fibras nos tendões e capsulas

articulares
- Efeito fibrinolítico - redução de tecido fibroso

Efeitos do ultra-som nos processos de inflamação e
reparo
Fase aguda: aumento fluxo sanguíneo, libertação de factores de cicatrizarão e crescimento - pouca evidencia in vivo
Fase proliferativa: inicia-se 3 dias após a lesão, aumenta a produção de colagénio por parte dos fibroblastos, melhorando também
elasticidade. Promove ainda proliferação de fibroblastos e células satélite.
Fase de remodelação: pode durar meses, evidencia biológica sugere que possa ser benéfica acompanhado com alongamentos.
Reparação de cartilagem articular: Cook et al, em 2001, demonstraram que 40min/dia melhorou a espessura da cartilagem patear de
coelhos em 4 a 8 semanas.
Reparação de feridas: Byl, et al, 1992 demonstraram que (US baixa intensidade), podiam acelarar reparação de fibras e melhor a
resistência elástica das cicatrizes.
Consolidação de fracturas: apesar de controverso a sua aplicação é efectiva, no entanto o equipamento usado para este fim difere do
equipamento terapêutico habitual - 20% 1,5MHz, 0,03-0,15W/cm2 20min
'Warden,'SJ.'A'New'DirecTon'for'Ultrasound'Therapy'in'Sports'Medicine.'Sports'Med.'2003;'33(2):'95C107
Principios de aplicação
• Movimento continuo da cabeça emissora porque:
• O feixe de US é irregular
• Evitar zonas de hot spots - dano tecidular
• Métodos de aplicação
• Contacto directo, gel com as seguintes características:
• Impedância acustica semelhante aos tecidos
• Baixa susceptibilidade formação de bolhas
• Caracter hipoalergénico
• Relativamente estéril
• Aplicação com imersão em agua.

Métodos de aplicação
• Paciente: explicar a natureza e duração do tratamento, associar

acoplador ideal.
• Preparação da área: limpa, doente e terapeuta confortáveis.
• Instruções e advertências: pedir ao doente para relaxar e

reportar qualquer dor ou alteração sensitiva.
• Aplicação: a superfície de emissão deve manter-se paralela à

superfície da pele, velocidade de movimento deve ser lenta.
V<4cm/s. Aquecer gel no inverno!
Aplicação subaquática
Quando não é possível o contacto directo pela forma irregular da

área a tratar, p. ex maléolo, mãos ou por hipersensibilidade local
- proeminências ósseas.
• Procedimento
• Colocar a cabeça emissora na água
• Distar cerca de 2 cm da área a tratar
• Notas
• Recipiente deve ser de plástico, água destilada.
• Terapeuta não deve submergir a mão.

Modo - aplicação continua ou pulsátil
CONTÍNUA'
Emissão constante
Efeitos térmicos e mecânicos
Fase crónica patologia traumatica; zonas profundas e/ou volumosas
Intensidade variáveis, entre 0,5 e 2,5W/cm2
PULSÁTIL
Emissão em forma de pulsos
Permite usas maior intensidade
Relação pulso/pausa 1:1; 1:2; 1:4
Minimiza efeitos térmicos
Ideal em processos inflamatórios agudos; zonas de aporte sanguíneo diminuído
Possíveis Perigos
• Queimaduras podem ocorrer se calor aplicado exceder a
capacidade do o tecido dissipar.
• Destruição tecidular por cavitações foram provadas apenas em
laboratório, na pratica clinica não ha registos.
• Lesões endoteliais demonstradas apenas in vitro
Contra-Indicações e Riscos
• Tecidos de rápida divisão
• Tumores: aumentam o seu crescimento e metastização.
• Gravidez: há risco que a divisão celular seja acelerada, US diagnostico seguro abaixo de 0,1W/cm2
• Placas epifisárias: em crianças é uma complicação a ter em conta, apesar de rara, deve ser evitado sempre que possível.
• Implantes
• Pacemaker e outros estimuladores: risco pequeno, deve ser evitado sobre ou próximo do dispositivo.
• Cimentos acrílicos de osso: não ha evidencia de efeitos adversos, apenas se temperatura aumenta-se para além de 60ºC, poderia produzir dano
tecidual.
• Disseminação de infecções: não existe evidencia, no entanto deve-se sempre limpar cabeça após aplicação. Não é recomendado o tratamento de
zonas de abcesso ou fleimão. Pode ser utilizado no tratamento de ulceras venosas.
• Tecido especializado: olhos, Gónadas, Pulmões e intestinos, pode provocar lesão na retina, espermatogenese ou hemorragias respectivamente.
Resumo
• Efeito térmico (continuo) e micromassagem

(pulsátil) em conjunto leva a ação química
• Necessário definir tipo, frequência, intensidade e

duração.
• Importante conhecer as formas de aplicação.
• É seguro, tem várias indicações, mas deve ser

prescrito com rigor.
Quiz 3
• Atleta futsal de 23, rotura muscular grau IIIa reto femural, em que circunstâncias devo
utilizar os ultra-sons?
A. Apenas nos 2-3 primeiros dias até controlo da dor e inflamação.
B. Modo pulsado em fase aguda e modo continuo após primeira semana.
C. Tratando-se de uma grande rotura temos risco significativo de efeito de cavitação.
D. Nestas circunstancias è normal que o atleta sinta dor nos primeiros dias de aplicação,
devendo permanecer pelo menos 4 semanas de lesão.
E. Todas estão correctas.

Laser
Laser
• Aplicação luminosa por emissão Efeitos Terapêuticos
estruturada de radiação • Aumenta indice mitotico
• Converte energia luminosa em • Activa formação novas proteínas
bioquímica capaz de efeitos • Estimula micro-circulação
estimulantes e analgésicos
• Efeito analgésico
• Regeneração linfática
• Estimulo micro-circulação
Laser
Mecanismos de ação da radiação Laser Efeitos terapêuticos
– Analgesia: Efeito muito discutido dentro da laserterapia, teorias sobre
– Transmissão: É o processo de transferência
da radiação nos diferentes estratos do tecido. liberaria endorfinas
– Difusão: Na medida em que a radiação está

– Anti- Inflamatório: Inibe a síntese das prostaglandinas.
transpondo as diferentes camadas de tecido,
parte dela é retida e difundida pelos
diferentes tecidos. – Ação fibrinolítica e estimulação da cicatrização (devido principalmente
ao estimulo para a divisão celular )
– Absorção: A partir da radiação que não
sofre reflexão, parte da radiação emitida é
incorporada pelo tecido humano. Doses Terapêuticas
– Ação anti-inflamatória : 1 a 3 J/cm2
– Ação analgésica : 2 a 4 J/cm2
– Ação cicatrizante : 3 a 6 J/cm2
Laser - Normas aplicações
• Indispensável uso de óculos

• Sala não deve ter superfícies refletoras
• Aplicar pele limpa na perpendicular
• 6-10 aplicações
Indicações
Contra-indicação
• Inflamação
• Irradiação retina
• Controlo da dor
• Neoplasias
• Entorses
• infeções
• Fracturas
• Gravidez
• Cicatrizes
Ondas de choque
Resenha Histórica
• Litotrícia surgiu no final dos anos 60, ondas de choque extra-corporais que fragmentavam cálculos
renais e vesicais, nos anos 80 era utilizado com sucesso nos maiores centros urologicos da Europa.
• Rapidamente se formulou a hipótese de aplicação em pseudartroses e calcificações.
• Tornou-se um sucesso e nos anos 90 era uma das maiores despesas das seguradoras Alemãs.
• Apesar de ser considerado o Gold Standart no tratamento de tendinopatias e síndromes

miofasciais continua a não ser comparticipado, assumindo-se tal com base no receio de fazer
crescer os custos de forma exponencial.
Principios básicos
• Ondas de choque são pulsos acústicos

caracterizados por picos agudos de alta
pressão.
• Podem transmitir energia
• Diferem dos ultra-sons pelo facto de terem

grandes amplitudes de pressão.
• A sua propagação depende do meio.

Principios básicos
• As ondas de choque focais podem ser geradas

por técnicas electrohidraulicas, piezeléctrica ou
electromagnética.
• A dose utilizada depende do dispositivo

utilizado
• O método electromagnético desenvolvido

pela Storz foi revolucionário porque conseguiu
focar a energia num ponto profundo.
Principios básicos
• Tal como os US as ondas de choque reflectem em

interferências acústicas, dependendo do tecido
atravessado (pouca energia passa pelas bolhas de
ar)
• Aplicações:
• Regeneração celular
• Tratamento da dor
• Pseudartroses
• Litotrícia
Principios básicos
• Múltiplos modelos teóricos para explicar o

efeito das ondas de choque.
• Existe evidencia cientifica que provam o

efeito positivo das ondas de choque em:
- entesopatias/tendinopatias
-regeneração dos tecidos pelo aumento da

circulação e estimulação da vascularização
Ondas de pressão radial
• São erradamente denominadas de ondas de

choque radiais
• São geradas pela colisão de corpos sólidos:

um projetil é acelerado (p. ex. ar
comprimido) até cerca de 1500m/s
“chocando” abruptamente com um objecto
(transmissor) gerando uma onda de pressão
de formato radial
Ondas de choque Vs Ondas de pressão
• Ondas de choque • Ondas de pressão
• Pressão 100 a 1000 bar • Pressão 1 a 10 bar
• Duração de pulso 0,2nanoseg • Duração do pulso 0,2 a 0,5 miliseg
• Campo de acção focal • Campo de acção radial divergente
• Penetração profunda • Penetração superficial
• Efeito sobre as células • Efeito sobre os tecidos

Modos gerais de aplicação
Frequência de tratamento: 1 a 2x/semana
Nº de sessões: 4 a 6 sessões
Dose: seguir protocolos, parâmetros variam entre

aparelhos.
Recomendo: Intensidade: mais baixa nas primeiras

aplicações, ir aumentando
Frequência: seguir protocolo, eventualmente diminuir

frequência para aumentar
Nº de disparos: tal como intensidade, menor numero

no inicio, ir aumentando.
Modos gerais de aplicação
Procurar os pontos gatilho
Muitas vezes é exactamente onde dói.
Tratar a inserção tendinosa e o músculo
Se possível procurar calcificações

ecograficamente
Idealmente combinar tratamento
Ondas de choque focais
Tendinopatias
Destrói depósitos de calcio
Localiza pontos gatilho e dor reflexa
Localiza pontos de pressão profundos
Ondas de pressão radiais
Relaxa tensão muscular
Trata pontos gatilho
Trata áreas mais largas
Activa o tecido conjuntivo (matrix extracelular)

Indicações / Experiência
• Tendinopatias calcificada (ombro)
• Epicondilite e epitrocleite
• Fasceite plantar
• Tendinopatia Aquiles
• Periostite ou mialgia tibial posterior
• Tendinopatia rotuliano
• Bursite trocantérica
Quiz 4
• Ciclista de 26, tendinopatia calcificada do rotuliano, como aplicar ondas de choque?
A. As ondas de choque focais podem ser úteis no sentido de promover a fragmentação da

calcificação e promover a regeneração recidual.
B. Modo radial, ondas de pressão podem ser úteis da libertação miofascial do quadricips.
C. Não devem ser utilizadas ondas de choque por existência de tendinopatia/micro-roturas

do tendão.
D. A e B estão correctas.

Diatermia
Diatermia
• Ondas Curtas
• Micro-Ondas
• Tecar ®
Ondas Curtas
Calor profundo pela conversão de energia eletromagnética

(ondas de rádio) em energia térmica
Aquecimento a profundidade de 4–5 cm (adequado para

músculos mais profundos)
O padrão de aquecimento depende do tipo de aparelho de

ondas curtas, do conteúdo de água e das propriedades
elétricas dos tecidos
Micro-ondas
Microwave diathermy”
Conversão de energia eletromagnética em energia

térmica
• O Micro-ondas pode penetrar tão

profundamente quanto US ou OC
• As frequências mais baixas têm maior penetração

e são mais indicadas para aquecimento muscular
A principal diferença, aquecimento de

tecidos ricos em água.
Ondas Curtas e Micro Ondas
Contra-indicações
Indicações
• Mialgia • Metais podem causar queimaduras (joias,
pacemakers, DIU metálicos e implantes cirúrgicos, são
• Espasmo muscular
excelentes condutores)
• D. inflamatória pélvica • Água é altamente condutiva e pode ter o mesmo
(refratária) efeito com aquecimento local intenso
• Tendinopatia (crónicas) • Lentes de contacto
• Útero gravido ou menstrual

• Artropatias (crónicas)
• Imaturidade óssea
Tecar
• Tecarterapia -Transferência Eletromagnética Capacitiva e
Resistiva (T.E.C.A.R).
• Técnica terapêutica de alta frequência simples e não invasiva
• Combina diatermia profunda com técnicas de terapia manual
• Aplicando diretamente a energia onde é necessária a ação terapêutica,
• Thermo TK, é gerada pelo movimento de cargas elétricas induzindo a produção

de calor, que promove os processos regenerativos e anti inflamatórios.
Tecar
Corrente alternada de alta frequência (entre 0.5 a 3 MHZ):
1- Modo Capacitivo
Concentra a energia nos músculos e fluidos. Para aplicação em estruturas situadas
mais superficialmente, como músculos, fáscias, aponevrose, bolsas serosas e edemas;
2- Modo Resistivo
Concentra a energia nos tecidos duros. Para aplicação em estruturas mais profundas,
como articulações, tendões, ligamentos, periósteo e osso;
É também possível conjugar os tratamentos capacitivo/resistivo com a finalidade de

produzir uma ação terapêutica mais eficaz.
Tecar
EFEITOS TERAPÊUTICOS THERMO TK
• Estimulação de recetores de calor por aquecimento de tecidos;

• Relaxamento e alivio da dor;
• Melhoria local das propriedades de fluxo do liquido sinovial;
• Melhoria da elasticidade do tecido conjuntivo;
• Aumento local do fluxo sanguíneo e da circulação sanguínea através da
vasodilatação;
• Melhoria dos processos de cura através do aumento da taxa metabólica;
• Pode provocar pequenas descargas elétricas tanto no atleta como no terapeuta.
Tecar
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS THERMO TK
• Lesões Musculo Esqueléticas
• Lesões musculares, tendinites, entorses, sinovites, bursites, pontos de gatilho

miofasciais;
• Dor
• Desporto
• Recuperação, preparação física (aquecimento);
• O Tecar é amplamente utilizado no tratamento no desporto.

Tecar
TEMPO DE TRATAMENTO THERMO TK
• O tempo de tratamento varia de acordo com a área a tratar

(≈15 a 20 min normalmente);
• A maior parte das vezes são necessárias entre 5-8 sessões de

tratamento;
• É parte de um plano de tratamento diferenciado e

personalizado;
• O modo de ação do tratamento é bastante seguro e bem

tolerado pelo atleta desde a 1ª aplicação.
Tecar
CONTRA- INDICAÇÕES THERMO TK

- Pace- Maker,
- Bomba Insulina;
- Tromboflebite ou insuficiencia vascular;
- Gravidez;
- Cartilagem de crescimento;
- Insensibilidade ao calor;
- Cancro;
- Febre, Infeção;
- Lesões cutâneas;
Quiz 5
• Atleta de 28, rotura recidivante na face posterior da coxa direita, em que circunstancia
pode ser utilizado o TECAR?
A. Nestas lesões o modo capacitivo tem maior indicação terapêutica.
B. Posso aplicar o TECAR, ultra-sons e EENM na mesma sessão terapêutica.
C. Devo aplicar pelo menos 15 min, excepto se atleta sentir desconforto significativo.
D. É possível que durante a sessão de tratamento, terapeuta e atleta possam sentir

pequenas descargas elétricas (choques).

Camara hiperbárica
Camara hiperbárica
Hyperbaric Oxygen Therapy EFEITOS TERAPEUTICOS:
• Reduz a privação local de oxigénio nos tecidos
• Reduz a formação de tecido cicatricial
• Reduz fadiga muscular e tensão muscular
• Aumenta o afluxo de oxigénio a todas as áreas
• Aumenta ativação células estaminais
• Diminui fadiga mental

Camara hiperbárica – contra
indicações e limitações
• Potencial claustrofobia
• Tempo elevado de sessão, pelo menos 90 minutos
• Baixa adesão terapêutica do atleta
• Habitualmente sem efeito sintomático imediato
• Difícil avaliação eficácia contra placebo

• Magnetoterapia
Magnetoterapia alta intensidade
Gera um campo magnético de 3 Tesla, este campo

magnético tem ação sobre as células nervosas,
músculos e vasos sanguíneos:
- Efeito analgésico
- Aquecimento dos tecidos
- Promover regeneração dos tecidos
Magnetoterapia
Indicações Clinicas
• Dor cervical
• Ombro congelado
• Lombalgia
• Artralgias
• Dor pélvica
• Tendinopatias
• CONTUSÕES ÓSSEAS
Theragun
Terapia de percussão
Utiliza movimentos rápidos e constantes para estimular

a vasodilatação.
Habitualmente utilizado após treino, efeito analgésico

(Gate Control) e melhoria circulação (venolinfática)
superficial e profunda
Habitualmente aplica-se 30 segundos por cada grupo

muscular.
Game Ready / PhysioLab / NormaTec
Dispositivos de pressoterapia
Crioterapia + drenagem venolinfática
Temperatura uniforma na zona a tratar, bem

tolerado, sem risco de queimadura. (mistura de àgua
e gelo temp > 0ºC)
Habitualmente aplica-se 15 a 20 min por articulação.

Nos pós operatórios 3/3h
Pós match mesmo no autocarro
Dia -1 no estágio
Obrigado(a)!
Hugo Lopes
hugo.Lopes.Fisiatria@gmail.com

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Especialização

Reabilitação em Medicina do Exercício e Desporto

Agentes Físicos no Desporto

Hugo de Oliveira Lopes

Agentes Físicos no Desporto

• Quem prescreve deve conhecer as características, doses e tempos de

• Antigos egípcios utilizavam enguias eléctricas no tratamentos de crises

• Egas Moniz utilizava correntes Galvanicas no tratamento da ELA.

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Os mais utilizados no Desporto

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Partilham de muitas das indicações!

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A quantidade de energia absorvida pelos tecidos depende de :

• Natureza do tecido — calor  e frio  fluxo arterial e capilar

• Agente usado — calor  e frio  extensibilidade tendão;

Temperaturas > 45–50°C ou < 0°C podem causar

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• Aumento da elasticidade do Redução da rigidez articular

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• Vasoconstrição • Vasodilatação, com paralisia vasomotora e

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• Redução do edema na fase aguda de traumatismos ou

• Redução do metabolismo celular

• Normalização térmica em hiper aquecimento muscular -

• Estimulação da regeneração e trofismo celular em patologias

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Frio - Formas de Aplicação

Massagem circular rápida, de 2 a 3 seg

• Temperatura cutânea atingir: 15º C • Hiperémia reactiva

• Não exceder 20 min

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• Zonas de isquémia local

Para evitar a ulceração pelo frio, nunca passar da fase de parestesia

• Alergia ou intolerância ao frio

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Uso terapêutico de correntes eléctricas

• As correntes são agrupadas em diversas famílias, de acordo com os

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• Corresponde à corrente galvânica, que é uma corrente

Galvanização: utilização terapêutica da corrente

Iontoforese: consiste na introdução através da pele ou

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Correntes variáveis de baixa frequência

A frequência utilizada deve ser escolhida em função do objectivo a alcançar:

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• Prevenção/redução da atrofia muscular

Corrente Homofarádica: interrompida com impulsos de 0,1 a 1 ms e

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• “Pace-maker” relativa / CDI absoluta

• Alergia aos eléctrodos, gel ou adesivo

• Lesões dermatológicas na zona a tratar

• Face anterior do pescoço/seio carotídeo e região pré-cordial

• Utilização em ambientes húmidos

Agentes Físicos no Desporto

• “Pain gate” (100hz - Modo C) - Dor aguda

• Sistema opióide endógeno (salvas de 2 a 3 Hz

Não existem intensidades ideais. Cada doente tem a sua!

Agentes Físicos no Desporto

• Pós rotura muscular

• Prevenção de lesão - por exemplo entorses