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Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Redução de rendimento e recovery

Dentre os diversos fatores que afetam o desempenho de um atleta nas modalidades


esportivas, a fadiga é sem dúvidas um dos fatores chave que vão trazer prejuízos no
rendimento, ela pode ser dividida entre crônica e aguda.

Crônica: está relacionada com a recuperação inadequada e envolve alterações no


humor e personalidade, além da indisposição e está mais ligada a longos períodos de
treinamento

A aguda se divide entre central e periférica, onde a


Central: envolve alterações do sistema nervoso central, diminuição do rendimento
relacionado a síntese e atividades de alguns neurotransmissores;
Periférica: com o acúmulo de catabólitos e redução dos níveis de glicogênio hepático
e muscular (reserva energética de rápido acesso para a contração muscular e
regulação da glicemia)
Outro fator que se associa a fadiga é a dor muscular de início tardio (doms),
intimamente relacionada ao exercício de alta intensidade que promove estresse
mecânico e dano muscular, resultando na liberação de histaminas vasodilatadoras
que causam um edema no local das lesões musculares, além da necrose celular e
sensibilização dos receptores de dor.
Durante a fase de preparação de uma atleta, ocorre a curva de supercompensação
(após o treinamento e a recuperação, o corpo extrapola o patamar inicial pré-
treinamento, ou seja, superando o nível de condicionamento anterior. Trata-se de uma
estratégia que o corpo adota automaticamente, visando se preparar para qualquer
esforço futuro), este sistema possui um limite fisiológico que quando ultrapassado traz
uma série de malefícios como predisposição a lesões e overtraining.
O programa de recovery é uma estratégia crucial dentro de qualquer programa de
treinamento pré e pós competição, porque ele potencializa a curva de
supercompensação, reduz o risco de lesão, fadiga, diminui a dor e consequentemente,
melhora o rendimento e desempenho do atleta.
Dentre as diversas modalidades terapêuticas disponíveis, existem algumas com um
grau de evidência científica superior apresentando melhores respostas clínicas.
É importante frisar que na tomada de decisão deve se levar em conta a perícia do
terapeuta na execução de determinada técnica, preferência do paciente, e
embasamento científico, dentre estas técnicas existem:
Massagem esportiva: diminuição na percepção do esforço, diminuição da doms,
alivio de fadiga muscular, melhora do retorno venoso, melhora na remoção do lactato
*ALTA RECOMENDAÇÃO DE USO
Pré-evento: melhora da circulação, flexibilidade e aquecimento, com ênfase na
musculatura alvo, duração de poucos minutos, mobilizando as articulações,
deslizamentos rápidos, sacudidas, e tapotagem, estimulo vibratório (pistola),
trazendo calor aos tecidos superficiais e profundo aumentando o fluxo
sanguíneo da musculatura mais profunda.
Pós-evento: massoterapia clássica, deslizamento superficial e profundo de
forma ritmada sequencial, amassamento, com duração entre 7 a 30 minutos para
surtir o efeito esperado.

Liberação miofascial: ganho de adm, atenuar a dor miofascial, melhora a eficiência


neuromuscular.
Alongamento: Para prevenção de doms e fadiga, só com sua respectiva indicação
clínica, caso contrário não previne dor nem lesões, seja pré ou pós exercício.
Fototerapia: evidência de alta qualidade, porém é caro, de difícil uso devido a
dosimetria com pouca praticidade devido as grandes áreas a serem irradiadas,
preferível de se utilizar pré-fadiga, aumenta a biodisponibilidade energética do tecido e
melhora a microcirculação;
Crio imersão: reduz a dor, reduz o processo inflamatório e ajuda na recuperação
muscular-focar na musculatura alvo, ou seja, a mais solicitada durante o exercício.
Usada imediatamente após o exercício físico ou treinamento.
Uma única aplicação de crioimersão é suficiente, devido a perduração dos seus
efeitos.
*Submersão no mínimo até as cristas ilíacas ou a nível do esterno e ombros.

*Temperatura controlada entre 11 até 15 graus celsius.

*Duração entre 11 a 15 minutos.


*Muitas desvantagens, caro, precisa do controle da temperatura, precisa
de banheira, tem que ter um local, etc.
Sugestão: Efeitos persistem por até 48 horas, caso optar pelo uso, utilizar
imediatamente a competição do dia e não entre os exercícios, pois produz
uma severa redução na condução nervosa fazendo com que haja um
déficit no controle motor, tornando o atleta mais susceptível a lesões
articulares.
Dry needling não apresenta evidências para o recovery, e as evidências atuais
não indicam o uso de kinesio tapping (bandagem funcional) por não
apresentar até o presente momento, diferenças entre seu uso e o placebo.
Além de todas as técnicas supracitadas, as estratégias de higiene e qualidade do
sono são o melhor caminho para minimizar o risco de lesão, aumentar o nível de
performance e acelerar o processo de recuperação do atleta. *Chamar atenção para
evitar o consumo de substâncias estimulantes na semana da competição.
Além das orientações da nutrição adequada através de um profissional da área de
nutrição e controle da carga de trabalho: com programas de periodização do
treinamento.

Hierarquia do processo de recovery: Sono>nutrição>>controle de


trabalho>terapia manual>fototerapia, crio, eletro, alongamentos e demais
técnicas.

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