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MÓDULO VI

CURSO
DESCOMPLICANDO O INTESTINO
WWW.DESCOMPLICANDOOINTESTINO.COM.BR
CONEXÃO: EIXO INTESTINO – SAÚDE DA MULHER E DO BEBÊ

AULA 2 : Intes&no e Candidíase. Estratégias para modulação


nutricional e intes&nal

MÓDULO VI

CURSO
DESCOMPLICANDO O INTESTINO
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TODO O CONTEÚDO TÉCNICO-CIENTÍFICO É PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITOS
AUTORAIS Nº 9610/98.

NENHUMA PARTE DESTE MATERIAL PODE SER REPRODUZIDA OU TRANSMITIDA,


DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DE
LIGIANE MARQUES LOUREIRO, IDEALIZADORA DO DESCOMPLICANDO O
INTESTINO.

@ligianeloureironutri
AVISOS IMPORTANTES DA AULA

BAIXE OS SLIDES DA
VAMOS NOS DESLIGUE OU FECHE
AULA, MATERIAIS
COMPROMETER OUTRAS JANELAS E
COMPLEMENTARES E
PARA QUE ESSA FICA 100% PRESENTE
FAÇA AS ATIVIDADES
AULA SEJA INCRÍVEL E FOCADO AQUI
PROPOSTAS PARA
COMIGO
FIXAÇÃO
• Mãe da Bárbara (Meu milagre, que nasceu de seis meses!)
• Nutricionista/ UFPA (2008).
• Idealizadora do Curso de Aperfeiçoamento EAD “Descomplicando
o IntesLno
• PhD. em Ciências Nutricionais/UFRJ (2016-2019).
• MSc. em Ciência e Tec. dos Alimentos/UFPA (2008-2010).
• Pós graduanda em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia
Funcional (VP - UNICSUL).
• Pós-Graduada em Nutrição EsporLva Funcional (VP/UNICSUL),
(2015-2018).
• Pós-graduada em Bases Nutricionais da ALvidade Física (UGF)
(2010-2011).
• Professor Adjunto 1 FANUT/UFPA.
• Idealizadora e Coordenadora do Programa de Nutrição EsporLva
(PRONUE/UFPA), período de 2013 a 2017.
• Pesquisadora Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes – NPQM -
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
• Co-autora do livro Nutrição Funcional; de Manoela Dolinsky,
Editora Payá, 2 Ed, ano 2018
OBJETIVO DO MÓDULO VI
O que você vai alcançar ao final desse módulo?
• Compreensão dos mecanismos envolvidos no eixo Intes3no-
Microbiota e Candidíase.
• Aprender estratégias (dieta/alimentos/suplementos) para modulação
nutricional e intes3nal na Candidíase.
Pontos Importantes a serem abordados
• Quais principais vias de conexão intes1no-microbiota-Candidíase?

• Quais estratégias para modulação nutricional e intes1nal na


Candidíase?
CANDIDÍASE E SAÚDE DA
MULHER

Vamos entender...

o Eixo Intes1no-Microbiota e Candidíase


no contexto da Saúde da Mulher
MAS ANTES...
O QUE É CANDIDÍASE?
Candidíase (CID 10 - B37) à é uma infecção causada POR DIFERENTES ESPÉCIES
de fungos do gênero Candida, conhecida por afetar principalmente órgãos
genitais femininos, levando à vermelhidão, dor e coceira.

• OUTRAS CARACTERÍSTICAS: Pode aparecer também em órgãos


masculinos, pele, unhas, garganta, boca e até na corrente sanguínea.
à Cerca de 90% dos casos de candidíase são causados pelo fungo do
1po Candida albicans.
à A doença pode ocorrer devido a outras espécies não-
albicans (glabrata, tropicalis, krusei, parapsilosis e saccharomyces
cerevisae), mesmo que mais incomuns.
CARACTERÍSTICAS DA CANDIDÍASE
• É a segunda vaginite mais frequente, perdendo apenas para
vaginoses bacterianas.
• A cepa mais encontrada nessa infecção fúngica é Candida albicans,
que é diagnos9cada NA MAIORIA DOS CASOS.
• A cepa mais resistente a an2fúngicos é a Candida glabrata,
responsável por menos de 5% das infecções.
Como Diagnos+car a Candidíase?
• O método diagnós-co mais comumà é o exame realizado em consultório
ginecológico.
• O médico, com base nas queixas da paciente, no exame clínico, que
iden-fica o -po de corrimento caracterís-co que, combinado aos
sintomas presentes e eventualmente após a realização de exames
adicionais, caracteriza a enfermidade.
• O fungo à pode ser encontrado no exame de Papanicolaou, no qual é
feita a raspagem do canal vaginal e colo do útero para análise laboratorial.
IMPORTANTE: Encontrar o fungo no laudo não significa que a paciente tenha a candidíase.
A bacterioscopia, exame em que a secreção vaginal é analisada em laboratório, também pode auxiliar no
diagnós-co.
OUTROS SINAIS CLÍNICOS E FÍSICOS DA
CANDIDÍASE

DESC
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L ICAN
DO!
PRÁT
ICA C
LÍNIC
A!
OUTROS SINAIS CLÍNICOS E FÍSICOS DA
CANDIDÍASE

DESCOMPLICANDO!

PRÁTICA CLÍNICA!
TIPOS DE CANDIDÍASE
Candidíase vaginal Candidíase masculina (balanopos4te)

• A candidíase vaginal é a forma mais • A candidíase masculina é chamada


comum da candidíase, que acomete também de candidíase no pênis, e não é
mulheres com sistema imunológico tão comum quanto a candidíase vaginal,
debi4dado ou microbiota vaginal contudo merece cuidados quando se
desequilibrada. manifesta.
• Nesses casos, o fungo, que está presente • Na maioria dos casos, é originado pela
no organismo tem a capacidade de suscepBbilidade do organismo já afetado
proliferar mais, passando agir como um por algum compromeBmento na saúde.
oportunista. • É fator primordial para que o fungo se
• Isso ocorre porque o organismo não reproduza em excesso no homem.
capaz de manter os recursos necessários • Diabetes e higiene precária são fatores
para conter essa proliferação exacerbada. frequentes para que a doença aconteça
TIPOS DE CANDIDÍASE
DESCOMPLICANDO!
Candidíase oral Candidíase de esôfago
PRÁTICA CLÍNICA!
• A candidíase oral é caracterizada por • A candidíase de esôfago é também
pequenas a4as na boca e dificuldade chamada de esofagite de causa infecciosa
para engolir. causada pelo fungo Candida albicans.
• Pode ser diagnos4cada em crianças, • É o mais raro dos )pos de inflamações
idosos, diabé4cos, em adultos após o no esôfago e predominam nos pacientes
contato ín4mo desprotegido e pacientes de baixa imunidade, principalmente em
em fase de tratamentos que portadores de SIDA e CÂNCER.
comprometem o sistema imunológico. • Tende a ser mais comum em idosos e
raramente acomete crianças, exceto
quando há comprome?mento de
imunidade.
TIPOS DE CANDIDÍASE
Candidíase na pele (Intertrigo) DESCOMPLICANDO!

PRÁTICA CLÍNICA!
• A candidíase na pele é conhecida
como intertrigo candidiásico, sendo
uma infecção causada na pele que
pode aparecer sem outros fatores
associados.
• Ocorre principalmente pelo atrito
entre as peles, criando assim
pequenas lesões em que surge um
ambiente propício (calor, umidade e
alimento) para a proliferação de
bactérias e fungos.
TIPOS DE CANDIDÍASE
Candidíase invasiva Nesse caso, o fungo a@nge a corrente
• A candidíase invasiva é uma infecção que sanguínea, podendo afetar qualquer órgão
recebe vários nomes, como candidíase (como válvulas cardíacas, cérebro, baço,
disseminada, e ocorre principalmente rins e olhos) e causar complicações graves.
pessoas com um sistema imunológico
enfraquecido.
• ATINGE recém-nascidos de baixo peso e Em casos mais graves ela pode evoluir para
hospedeiros imunocompromeCdos, uma candidemia (candidíase na corrente
• ou seja, acaba sendo uma infecção mais sanguínea), que pode ser fatal.
hospitalar.
SINAIS CLÍNICOS E FÍSICOS DA CANDIDÍASE
Geralmente, as partes do corpo que
• Axilas estão mais vulneráveis a essa doença
• Virilha são dobras como:
DESCOMPLICANDO!
• Nádegas
PRÁTICA CLÍNICA!
• Barriga
• Pescoço
• Sob as mamas
• Entre os dedos das mãos e dos pés
• Parte interna das coxas
TIPOS DE CANDIDÍASE

Candidíase intes+nal...

Também conhecido como Síndrome


Fúngica ou SIFO
Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380
DESCOMPLICANDO!
PERGUNTE AO SEU PACIENTE SE AS FEZES DELE TEM MANCHAS
PRÁTICA CLÍNICA!
BRANCAS
ESSE É UM SINAL DE CRESCIMENTO FÚNGICO EXACERBADO!
CANDIDÍASE INTESTINAL:
o que é, tratamento e causas?
• Candidíase intes*nal à Super Crescimento Fúngico no Intes*no Delgado à
acontece quando o sistema imunológico encontra-se debilitado, favorecendo a
proliferação exagerada de Candida albicans no intes*no.

• Tratamento medicamentoso: é estabelecido pelo médico de acordo com a


gravidade da doença e estado imunológico da pessoa, sendo indicado o uso de
an*fúngicos orais
à O tratamento geralmente é realizado por derivados azólicos. Entre eles etão o fluconazol, o itraconazol, o cetoconazol, o sertaconazol e o
miconazol, o que apresenta pouca eficácia, pois torna as mulheres resistentes e suas vaginites reincidentes. Por isso, é importante idenDficar o
agente eDológico por meio de cultura antes de iniciar o tratamento.

• Tratamento nutricional: dieta anD-fúngica, com manejo de carboidratos, uso


de suplementos, fitoterápicos e probióDcos. Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380
SUPER CRESCIMENTO FÚNGICO NO INTESTINO DELGADO
SIFO - Small intes+nal fungal overgrowth

É uma condição teórica na qual


quanLdades aMpicas de fungos estão
presentes no intesLno delgado.
Caracterizada pelo crescimento excessivo
de fungos associada a sintomas no TGI.

à É uma Síndrome Fúngica, a Candidíase (Candida albicans) parLcularmente causa sintomas


gastrointesLnais em pacientes com doenças subjacente como câncer, diabetes mellitus e naqueles
que recebem esteróides ou anLbióLcos;
à Apenas recentemente, há evidências emergentes de seu possível papel fisiopatológico em
pacientes com sintomas gastrointes@nais inexplicáveis
Front Microbiol. 2018 Jul 3;9:1351
Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16
DESCOMPLICANDO!
Principais causas
PRÁTICA CLÍNICA! Candidíase ou SIFO
• Uso de an(bió(cos, cor(coisteróides
• Consumo de álcool
• Uso de an(concepcional
• Estresse
• Desequilíbrio intes(nal
• Excesso de açúcar
• Dietas ricas em carboidratos
• Presença de vermes e protozoários presentes no corpo (principalmente intes(no)
• Má digestão e absorção nutricional à facilitando ambiente favoráveis e matéria
prima para a fermentação de fungos, o que facilita o seu crescimento e
consequentemente o desequilíbrio de um organismo.
Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16
Síndrome Fúngica – Uma epidemia oculta. 3ª Ed., São Paulo, 2009.
Associações e fatores de risco da SIFO

Candidíase de repe,ção Fibromialgia


Fadiga crônica Lúpus
Rosácea Infecção urinária
Enxaquecas
Artrite reumatoide
Micoses
Tireoidite de hashimoto
Frieiras
Psoríase
Queda de cabelo

Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16


Gut Microbes. 2018 Nov;9(6):497-509.
Quais são os principais sintomas da Candidíase
intes3nal?
à Normalmente estão relacionados com a doença que levou à diminuição
do sistema imunológico e a disbiose intes7nal, favorecendo a maior
proliferação de fungos. Portanto....variam bastante!
à É possível suspeitar de candidíase intes2nal quando são observados
pequenos resíduos esbranquiçados nas fezes, sendo indica7vo da
proliferação em excesso do fungo.

IMPORTANTE: Quando a candidíase intes7nal afeta o sistema sanguíneo,


podem surgir sinais e sintomas em outras regiões do corpo, como
alterações no sistema diges7vo, no sistema nervoso e na pele, por
exemplo.
Sintomas
Gastrointes-nais
SIFO

Aliment Pharmacol Ther. 2013 Jun; 37(11): 1103–1111.


Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16
Outros sintomas da SIFO DESC
OMP
L ICAN
DO!
• vontade exagerada de comer doces PRÁT
ICA C
LÍNIC
• ansiedade A!
• irritabilidade
• queda de cabelo
• corrimento vaginal (candidíase)
• língua esbranquiçada
• disbiose intes8nal e vaginal
• cansaço crônico e constante,
• necessidade exagerada por doce,
• hipoglicemia, distúrbios intes8nais e excesso de gases.
Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16
Síndrome Fúngica – Uma epidemia oculta. 3ª Ed., São Paulo, 2009.
Como Diagnos+car SIFO?
Avaliar sinais e
sintomas durante
anamnese

Teste de
aspirado jejunal

Aliment Pharmacol Ther. 2013 Jun; 37(11): 1103–1111.


QUAL A RELAÇÃO ENTRE
CANDIDÍASE VAGINAL E INTESTINAL?
Quais principais vias de conexão
intes2no-microbiota-Candidíase?

Int J Mol Sci. 2017 Feb; 18(2): 330.


Mecanismos diretos e
indiretos pelos quais a
microbiota intes3nal
previne o estabelecimento
de infecções oportunistas

A) Compe3ção por nutrientes e sí3os de adesão no epitélio


intes3nal, impedindo a adesão de patógenos.
B) Produção de biosurfactantes, moléculas que diminuem a tensão
superficial, impedindo a adesão microbiana às superFcies
celulares e provocando o descolamento das células já aderidas.
C) Produção de exometabólitos, como o ácido lá3co, peróxido e
hidrogênio e bacteriocinas, que causam morte celular ou
neutralização de toxinas microbianas.
D) Modulação do sistema imune, a par3r do aumento de citocinas
an3-inflamatórias.
E) Regulação funcional das junções de oclusão, o que limita o
acesso de patógenos à circulação sistêmica. Fonte: produção do
autor.
Fonte: h)ps://pebmed.com.br/candidiase-de-
repe6cao-uso-de-probio6cos-como-terapia-
complementar/
A) Bactérias intes-nais comensais, par%cularmente anaeróbios
(isto é, Bacteriodetes thetaiotami-cron, Blau%a producta),
induzem a produção de efetores imunológicos do
hospedeiro colônico, especificamente pep6deos
an-microbianos, como LL-37 / CAMP, que possuem
a-vidade candicida.

B) Produtos de fermentação derivados de bactérias, ácidos


graxos de cadeia curta (AGCCs) podem ter um efeito direto no
crescimento e colonização de C. albicans.

C) Os SCFAs podem induzir a produção de pep6deos


an-microbianos do cólon, incluindo catelicidinas (LL-37 /
CAMP) e defensinas que possuem a-vidade contra C. albicans.
CANDIDÍASE VAGINAL à DISBIOSE
• A candidíase vaginal é uma infecção fúngica, que
afeta a maioria das mulheres em idade fér6l.

• É originada por uma disbiose vaginal à é um


desequilíbrio da microbiota vaginal influenciada
também por uma disbiose intes6nal que pode afetar
o estado de saúde do ser humano, inclusive o
sistema imunológico e o trato urogenital das
mulheres.

• É caracterizada por corrimento vaginal em grumos


semelhantes ao leite coalhado e com prurido
intenso.
Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380
MICROBIOTA VAGINAL
à A vagina é colonizada por Lactobacillus (cerca de 50%) e por outras
espécies bacterianas e de leveduras como a Candida albicans.
à Em menor proporção, ela é habitada por Candida glabrata bem
como Candida parapsilosis.
à Para que os Lactobacillus prevaleçam na microbiota, é necessário manter
ácido o pH da região (entre 3,5 e 4,5).
à Estes microrganismos convivem em equilíbrio, podendo tornar-se patógenos
em determinadas situações.
àEm mulheres saudáveis, a população de Lactobacillus é determinada em
107 e 108 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/ml) de
exsudado vaginal.

Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380


MICROBIOTA VAGINAL àCANDIDÍASE
• Na vagina, a microbiota é cons0tuída por inúmeros microrganismos que vivem em
equilíbrio.
• Dentre os quais se destacam os Lactobacillus, que variam de zero a quatro espécies,
podendo ser influenciados por fatores hormonais, métodos contracep0vos, dietas, relação
sexual, assim também pelo uso de an0bió0cos, duchas vaginais, cirurgias ginecológicas e
câncer cervical.

• A cândida está presente na microbiota vaginal normal e pode ser encontrada na pele, em mucosas e no trato
gastrointes0nal.
• Em cul0vo in vitro, espécies de cândida apresentam coloração creme. Além disso, se desenvolvem em
condições aeróbicas, em temperatura de 20ºC e 38ºC e apresentam pH entre 2,5 – 7,5.
• Quando em desequilíbrio por fatores hormonais, citopatológicos e/ou imunes, prolifera-se
desordenadamente, ocasionando a infecção.

Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380


O QUE ACONTECE QUANDO HÁ DISBIOSE
INTESTINAL E CANDIDÍASE?

àComprome'mento da barreira intes'nal, o sistema imune e a


microbiota.
àQue favorece a maior proliferação da Candida.

Int J Mol Sci. 2017 Feb; 18(2): 330.


CANDIDÍASE E SAÚDE DA MULHER
• Es#ma-se que 75% das mulheres em idade fér#l apresentarão pelo menos
um episódio de candidíase no decorrer da vida adulta. Sendo que 5% delas
terão candidíase de repe6ção por diversos fatores.
• A infecção fúngica de repe#ção pode afetar a saúde @sica e emocional do
indivíduo. Assim também pode interferir nega6vamente nos relacionamentos
conjugais e sexuais.
• Durante a gestação, a susce#bilidade à infecção fúngica é ampliada. Por isso,
es6ma-se que de 70 a 85% das gestantes colonizadas pelo fungo contaminem
seus bebês na hora do parto e em torno de 22 a 24% adquirem Candida
albicans oral.
Int J Mol Sci. 2017 Feb; 18(2): 330.

Infect Immun. 2012 Oct; 80(10): 3371–3380


O QUE OS ESTUDOS MOSTRAM SOBRE A
CANDIDÍASE?
Mar$nez (2008)à realizou um estudo com 196 mulheres,
dentre elas 64 saudáveis, 68 com candidíase vulvovaginal e
64 com vaginose bacteriana.
à 29 delas foram tratadas com dose única de
àAs pacientes foram selecionadas e examinadas pelos fluconazol (150 mg) e com cápsulas diárias de
médicos ginecologistas de um centro de atendimento de
Ribeirão Preto – SP. probió0cos; as demais receberam o fluconazol e o
placebo.
As pacientes diagnos$cadas com candidíase vulvovaginal e
vaginose bacteriana foram tratadas com medicamentos e à No término das quatro semanas de tratamento,
suplementação de Lactobacillus rhamnosus e L. reuteri. pode-se concluir que em 89,7% dos casos houve
cura da candidíase vulvovaginal das mulheres
Algumas receberam placebo durante o tratamento. tratadas com fluconazol e probió0cos.
Os grupos foram formados por 30 sujeitos, sendo que em 30
dias as mulheres deveriam refazer os exames. à Além de desaparecimento dos sintomas clássicos e
à Das 68 mulheres diagnos$cadas com candidíase das culturas nega$vas, quando comparadas às
vulvovaginal, apenas 55 foram selecionadas para a análise outras 65,4% que receberam fluconazol e placebo.
estaEs0ca, pois 13 0veram amostras nega0vas para candida.
SOBRE PROBIÓTICOS E CANDIDÍASE

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Os probió)cos apresentam efeitos benéficos no equilíbrio da


microbiota intes)nal.
Além disso, aumentam o sistema imune e são coadjuvantes no
tratamento para candidíase vaginal e de repe)ção.

Ainda não existem estudos que comprovem sua eficácia quando


administrados individualmente; para isso, serão necessárias novas
pesquisa in vivo, com maior número de mulheres diagnos)cadas
com candidíase vulvovaginal.
SOBRE PROBIÓTICOS E CANDIDÍASE

• Os estudos cien+ficos comprovam que há espaço para o uso de probió8cos no


tratamento da candidíase vulvovaginal de repe8ção, principalmente se associados a
terapia convencional, considerando a importância do equilíbrio da microbiota e da ação
dos Lactobacillus sp. contra a Candida.

Probiotics Antimicrob Proteins. 2016 Sep;8(3):130-3.


SOBRE PROBIÓTICOS E CANDIDÍASE

Os resultados mostram que a mistura de


lactobacilos invesFgada em combinação
O objeFvo deste estudo foi avaliar a eficácia de uma com lactoferrina representa uma
formulação oral contendo Lactobacillus acidophilus abordagem adjuvante segura e eficaz
GLA-14, Lactobacillus rhamnosus HN001 e para reduzir sintomas e recorrências de
lactoferrina bovina sobre sintomas e recorrência de Candidíase Vaginal
CVV como terapia adjuvante para tratamento tópico
clotrimazol.

Mycoses. 2019 Apr;62(4):328-335.


DE
SC
OM
P LI
Como tratar a SIFO? PR
ÁT
ICA
CA
ND
O!
CLÍ
NIC
A!
DIETA ANTI-FÚNGICA E ANTI-FERMENTATIVA (LOW FODMAP DIET)
+ FITOTERÁPICOS COM AÇÃO ANTIFÚNGICA + FÁRMACOS EM ALGUNS CASOS

à O tratamento consiste em fortalecer o sistema imunológico IMPORTANTE (considerar farináceos): Tendo em


e matar os fungos presentes, para isso, é necessário começar vista a liberação de fragmentos de insetos nas
por: farinhas processadas no Brasil, devemos levar em
conta também estes alimentos.
MUDANÇA NA DIETA (re.rar/evitar): açúcar,
refinados no geral ( pões, bolos, biscoitos), qualquer
OUTRO PONTO IMPORTANTE a ser avaliado com
coisa que contenha fermentação( vinho, vinagre,
relação a candidíase, é a deficiência de Iodo, muito
fermento para bolos…), frutas secas, excesso de
comum hoje em dia , bem como deficiência de
carboidrato na dieta, chocolate, frutas cítricas da
todos nutrientes que atualmente estão
família da laranja , cogumelos, oleaginosas como
relacionados com o sistema imune.
nozes, castanhas, amêndoas, amendoim, excesso de
frutas.
-à A suplementação e correção dessas deficiências são
essenciais dentro desse contexto.
Curr Gastroenterol Rep. 2015 Apr;17(4):16
DESCOMPLICANDO!
PRÁTICA CLÍNICA!
O que não pode ser
esquecido na anamnese?
• AVALIAR SINAIS E SINTOMAS
• POSSÍVEIS DEFICIÊNCIAS DE NUTRIENTES à estão relacionados com
o sistema imune.
• SUPLEMENTAR (SEMPRE QUE NECESSÁRIO) --> A suplementação e
correção dessas deficiências são essenciais dentro desse contexto.
• Conhecer os fatores que predispõe a síndrome fúngica, e entender
sua relação com os sintomas apresentados, o comportamento
alimentar, o es9lo de vida, e a condição de saúde de forma individual
à permitem a atuação nas verdadeiras causas de seu
desenvolvimento.
Quais estratégias para modulação nutricional
e intes5nal na Candidíase?
DESCOMPLICANDO!
PRÁTICA CLÍNICA!

Estratégias nutricionais – Dieta para SIFO


• Existem alguns alimentos que podem ser inclusos com ajustes:
proteínas no geral, frango, gado, peixe, ovos, vegetais verdes crus na
forma de sucos ou em saladas, com pouco carboidrato , óleo de
coco( rico em ácido caprílico).

J Acad Nutr Diet. 2012 Oct;112(10):1696.


DESCOMPLICANDO!
PRÁTICA CLÍNICA!
Estratégias nutricionais – Dieta para SIFO
• Ervas/ Plantas e Fitoterápicos, menta, unha de gato, equinácea,
tomilho, gengibre, cravo da índia, berberis, boldo, alcachofra
à agindo com ação an9 fúngica ou com ação protetora hepá9ca, na
forma de chás ou 9ntura podem auxiliar nesse processo.
No caso de uso de chás, atenção ao modo de
preparo:
Sempre em infusão: nunca adoçar, aquecer a água
até ferver, desligar e após colocar 1 colher de chá
para cada 250 ml de água, deixar por 5 min e re9rar.
Consumir no dia.

J Acad Nutr Diet. 2012 Oct;112(10):1696.


DESCOMPLICANDO!
PRÁTICA CLÍNICA!

Estratégias nutricionais – Dieta para SIFO


• Especiarias como alho (crú e macerado), canela, cravo, alecrim,
orégano, sementes de abóbora (triturada no liquid., podendo ser
misturado com outras ervas) também são úteis.

J Acad Nutr Diet. 2012 Oct;112(10):1696.


PROBIÓTICOS E FIBRAS PRÉBIÓTICAS PARA MODULAÇÃO INTESTINAL

DESCOMPLICANDO!

PRÁTICA CLÍNICA!

J Acad Nutr Diet. 2012 Oct;112(10):1696.


PROBIÓTICOS NOS ALIMENTOS PARA MODULAÇÃO INTESTINAL

Os probió*cos são encontrados em alimentos


fermentados, como Kefir e/ou suplementos que
contém microrganismos vivos e atuam de forma
benéfica no desenvolvimento da microbiota
intes*nal.
Cepas de probió-cos que podemos usar na
Candidíase
• Lactobacillus: L. casei, L. acidophilus, L. delbreuckii subsp. bulgaricus,
L. brevis, L. cellibiosus, L. lac5s, L. fermentum, L. plantarum e L.
reuteri.

• Bifidobacterium: B. bifidum, B. longum, B. infan5s, B. adolescen5s, B.


thermophilum e B. animalis.

Existem ainda algumas bactérias ácidas-lác6cas, consideradas probió6cos que são


as Enteroccocus faecalis, Enteroccocus faecium e Sporolactobacillus inulinus.
PROBIÓTICOS - Se for suplementar manipulado,
como fazer?
• Usar Cepas múl,plas à melhores resultados metabólicos
• Usar 5 CEPAS: 2 cepas de Lactobacillus para 2 cepas Bifidobactérias e 1
Cocos
• Dosagem mais estudadas estão em torno de 1010 UFC.
• Dose usual: 10 bi UFC.
• Doses recomendadas variam: 5 a 20 bi UFC.
• Administração ao longo do dia ou noturna.
• Tempo de suplementação: Avaliar individualmente. Estudos variam entre
mínimo de 2 meses até 1 ano (quando relacionados a saúde da mulher).
“A vida se expande ou se contrai de acordo com a nossa coragem.”
Anais Nin

OBRIGADA!

LIGIANE LOUREIRO, MSc.


Nutricionista CRN 2271
Doutora em Ciências da Nutrição – UFRJ
Professora Adjunto I da FANUT – UFPA
Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM – UFRJ)

@ligianeloureironutri E-mail: liginutri@gmail.com


Ainda não acabou.....

Até a próxima aula!

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