Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0100
SENTENÇA
Segundo a peça acusatória, no dia 04 de maio de 2023, por volta de 6h30, na Rua 45,
Quadra 119, Lote F, Casa 02, n° 102, Parque Industrial Mingone II, nesta cidade, o denunciado
tinha em depósito, para fins de difusão ilícita, 02 (duas) porções de maconha, com a massa
aproximada de 530g (quinhentos e trinta gramas).
Devidamente notificado (fl. 267), o réu apresentou defesa prévia às fls. 274/276, por
meio de Defensora constituída.
A Defesa, por sua vez, nos memoriais de fls. 227/244, alega, preliminarmente, a
nulidade das provas obtidas, dizendo que houve desvio de finalidade no cumprimento do
mandado. Ainda, aponta a ilicitude no colhimento da confissão. Aduz que "a apreensão da droga
que estaria, em tese, em poder de REGINALDO se deu com violação à cláusula constitucional de
inviolabilidade do domicílio, consubstanciando prova de origem ilícita" e que "não foi realizada
qualquer diligência anterior no sentido de se confirmar ou verificar a alegada prática de tráfico de
drogas, seja a observação do local, a existência de uma movimentação suspeita, a venda de
entorpecentes ou qualquer ligação entre o acusado ou seu imóvel a pessoa de CÍCERO DA
SILVA OLIVEIRA, pois o nome do acusado sequer foi objeto de investigação e o imóvel em que
reside não é e nunca foi de CÍCERO". Subsidiariamente, clama pela absolvição, sob o argumento
da insuficiência probatória.
Da materialidade
Maria José de Oliveira Neta, esposa do réu, narrou que acordara com o chamado da
Polícia à procura de um homem chamado Cícero. Declarou que a guarnição vasculhara sua
residência e um dos Agentes encontrara uma lata com drogas, no muro aos fundos, e uma
balança de precisão, na cozinha, mas que esta seria para pesar as porções de lanches que fazia
para vender.
(...)
(...)
Quanto à alegada nulidade das provas, sem razão a Defesa, com a devida vênia.
Não paira dúvida acerca da legalidade da ação policial de busca domiciliar, pois ocorreu
por força de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça do Distrito Federal e resultou,
efetivamente, na apreensão de substância ilícita.
O réu era, na data do fato, imputável, tinha plena consciência da ilicitude de sua
conduta, não havendo quaisquer excludentes de ilicitude ou de culpabilidade que possam
beneficiá-lo.
As provas são certas, seguras e suficientes para formar o convencimento deste Juízo,
não restando dúvidas de que RAIMUNDO REGINALDO praticou o crime de tráfico de drogas,
devendo ser penalmente responsabilizado por sua conduta.
DISPOSITIVO
Tenho que o condenado agiu com culpabilidade normal para a espécie delitiva.
Quanto aos antecedentes, constam ao menos duas condenações definitivas por fatos
praticados anteriormente ao ora julgado (fls. 353/365). No ponto, uso, para reconhecimento dos
maus antecedentes, a condenação que transitou em julgado na data de 13/07/2004. E destaco
que, de acordo com o colendo STJ, “em se tratando de agente que ostenta mais de uma
condenação definitiva anterior, não configura bis in idem nem ofensa à Súmula 241 do STJ a
utilização de anotações criminais distintas na primeira e segunda etapa da dosimetria para
reconhecer, respectivamente, os maus antecedentes e a agravante de reincidência.” Ademais, a
Nesse quadro, diante de uma única circunstância judicial desfavorável, fixo a pena-
base em 05 anos e 10 meses de reclusão e 583 dias-multa.
Registro que o sentenciado está preso provisoriamente há 308 (trezentos e sete) dias,
restando cumprir, nesta data, 06/3/2024, por força da DETRAÇÃO, 05 (cinco) anos, 11 (onze
) meses e 13 (treze) dias de reclusão, além de 680 (seiscentos e oitenta) dias-multa.
Quanto aos objetos apreendidos e depositados (fls. 16/17), determino, após o trânsito
em julgado:
a) a incineração da droga apreendida, caso ainda não tenha sido realizada, conforme o
art. 50 da Lei nº 11.343/2006;
d) cumpra-se o disposto no art. 809, § 3º, do CPP, para o devido registro no SINIC,
Sistema Nacional de Identificação Criminal;
Juíza de Direito
Avenida Dr. Neilor Rolim Lotes 7A/7B, Luziânia – GO, 72.836.330 – Telefone (61) 3622-9405 www.tjgo.jus.br