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FORTALEZA – CE
Trata-se de ação de execução onde afirma o Exequente haver firmado com as partes
Contrato de Cessão e Aquisição de direitos creditórios representados por títulos de
crédito. Em razão do referido instrumento, “a Requerida CMC cedeu diversos títulos
oriundos de vendas mercantis, que foram regularmente transferidas por meio de
endosso, com a tradição dos títulos originais” em favor do FIDC SM LP.
Alega que, “em meio às operações realizadas entre as partes, trouxe a CMC o pleito de
operar títulos de órgãos públicos e de economia mista, ocasião em que
convencionaram as partes que, na ausência de pagamento pelos órgãos, deveriam
comparecer cedente e avalistas e liquidar o débito, o que deixaram expresso no título
de crédito que se executa. ”
Entretanto, é relevante apontar que o pleito executório ora combatido está fadado ao
insucesso, pois inexiste qualquer título executivo extrajudicial apto a embasar a
presente demanda e, quão menos, que autorize a execução do almejado valor.
Desta forma, por qualquer ângulo que se examine a questão, a conclusão inequívoca
conduz para a extinção da execução por inexistência de título executivo extrajudicial
apto a viabiliza-la.
Com isto em mente, pela própria narrativa vestibular, observa-se que, em que pese o
Exequente se identifique como fundo de investimentos e o contrato firmado entre as
partes se denomine “Contrato de Cessão”, verifica-se a presença de características do
fomento mercantil uma vez que os títulos operacionalizados eram duplicatas
mercantis, devidamente endossada. Vejamos o que narra a inicial uma vez que o
contrato em si sequer foi juntado:
No caso em testilha, temos que todos os princípios narrados foram violados, fato que
vem a fulminar a presente pretensão executória. Explica-se.
Excelência, note que por esses índices absurdos, em meros 57 dias (período entre o
teórico inadimplemento do sacado e o ajuizamento da demanda), o valor nominal de
R$ 474.222,16 (quatrocentos e setenta e quatro mil, duzentos e vinte e dois reais e
dezesseis centavos) saltou para impressionantes R$ 1.115.048,56 (um milhão, cento
e quinze mil, quarenta e oito reais e cinquenta e seis centavos) com uma
capitalização de juros na ordem de 76,33% (setenta e seis, trinta e três por cento).
Tem-se então que, caso superadas as matérias extintivas suscitadas nos tópicos
anteriores – o que não se acredita -, a Execução aqui rechaçada deverá ser extinta por
sua ululante inépcia. Ao que se pode ser verificado na inicial, o Exequente/Excepto,
apesar de mencionar a existência de um Contrato de Fomento, decide por não juntá-lo
e passa a executar somente a Nota Promissória a ele vinculada – que é destituída de
caráter executório - e mais, junta demonstrativo de débito totalmente dissociado do
que se encontra insculpido no pretenso título, de forma que da narração dos fatos não
decorre logicamente a conclusão.
Vemos que a prática da usura é defesa nos termos da Lei 1521/51. Logo, é de rigor a
aplicação do Princípio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais, pois o exequente não
é credor de boa-fé, tornando invalido o título de crédito.
4. DOS PEDIDOS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos. Por
derradeiro, deve o exequente ser condenado ao pagamento de todas as custas e
despesas processuais que envolvam a presente lide, inclusive ao pagamento de
honorários advocatícios no patamar de 20% sobre o valor atualizado da causa.