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Licensed to Júlia Mariana Pinto Sabino - juliamsabino1@gmail.com - 111.535.

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Principais técnicas comportamentais

Como vimos na última aula, a Terapia Cognitivo Comportamental utiliza a


combinação de técnicas voltadas para reestruturação cognitiva (técnicas
cognitivas) e para modificação de comportamento (técnicas comportamentais).
Hoje daremos continuidade falando sobre as técnicas comportamentais. As
principais técnicas comportamentais são:

Experimento comportamental:

Visa colocar em prática o teste de hipóteses realizado cognitivamente para que o


paciente comprove empiricamente o que ele pensa. É uma estratégia que
desafia um pressuposto, uma regra, uma crença intermediária do paciente. É
fundamental realizar previamente uma psicoeducação para ajudar o paciente a
aderir e aceitar as técnicas comportamentais. Por tanto, o experimento
comportamental é uma uma atividade que o terapeuta solicita para que o paciente
realize fora da sessão, num ambiente que o ajude a desafiar a sua crença
intermediária.

Dessensibilização sistemática:

Consiste em um conjunto de técnicas de exposição/aproximação ao objeto ou à


experiência traumática, envolvendo três etapas básicas: treinamento do cliente ao
relaxamento físico, estabelecimento de uma hierarquia de ansiedade em relação ao
estímulo fóbico e contra condicionamento do relaxamento como uma resposta ao
estímulo temido, iniciando-se com o elemento mais baixo na hierarquia de
ansiedade até chegar ao ponto mais alto dessa hierarquia previamente estabelecida
na segunda etapa. É a primeira escolha de tratamento para fobia (social ou
específica).

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Importante: A escala SUD’S – Escala de Unidades Subjetivas de Desconforto


(Subjective Units of Distress Scale), adaptada de Wolpe (1969), é empregada para
comunicar o nível de ansiedade experimentado de forma subjetiva, usada para a
construção da escala de hierarquia dos medos. O paciente irá classificar e organizar
os estímulos fóbicos em ordem de menor nível de ansiedade experimentado ao
maior nível. A partir disso, o paciente será exposto, acompanhado pelo psicólogo,
do menor estímulo aversivo até o maior estímulo aversivo, gradativamente e em
sessões separadas. O objetivo dessa técnica é transformar o estímulo aversivo
em um estímulo neutro. Ou seja, aquilo que causava um grau elevado de
ansiedade passa a causar um grau mínimo ou nenhuma ansiedade.

Para a condução dessa técnica é importante que o profissional já tenha ensinado ao


a respiração diafragmática e que o paciente já domine essa técnica, pois ao
finalizar a exposição, é importante que o paciente consiga respirar adequadamente
para amenizar os sintomas desconfortáveis. O paciente não deve fazer a
respiração diafragmática durante a exposição ou evitar olhar ao estímulo
aversivo (fechando os olhos por exemplo).

No que diz respeito à duração desta técnica, não existe um tempo pré-definido para
sua realização e por isso é importante reservar um tempo maior para a condução
confortável da atividade. É importante atentar-se ao nível de ansiedade
demonstrado pelo paciente, pois é através deste índice que o profissional irá
monitorar a progressão da técnica.

Roleplays:

A técnica de roleplay consiste na dramatização de situações do cotidiano com fins


terapêuticos. Ela é derivada do psicodrama, onde o paciente assume diferentes
papéis. Ela pode ser utilizada quando o paciente compreende racionalmente uma
situação, mas emocionalmente continua respondendo inadequadamente, existindo
um conflito entre razão x emoção.

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Para aplicação desta técnica é importante que ocorra concretamente a troca de


lugar do paciente de uma cadeira para outra, promovendo a troca de papéis que
ele irá interpretar. Por isso é importante que o profissional disponibilize duas
cadeiras diferentes para a troca de lugar do paciente, onde em cada um ele irá
interpretar um personagem (ex: razão x emoção, paciente x mãe, paciente x amigo,
etc).

Existe uma variação onde o psicólogo pode assumir o papel de um dos


personagens, facilitando que o paciente assimile uma nova representação dele
mesmo e que possa utilizá-la como um modelo para novas interações.

Respiração diafragmática:

Esta é uma técnica fundamental que apresenta melhoras consistentes nos


quadros de pânico e ansiedade e que já deve ser ensinada para o paciente desde
as primeiras sessões. É basicamente treinar o seu paciente a respirar corretamente:
abdominal e profunda.

A respiração diafragmática é feita expandindo o diafragma e é capaz de oferecer


uma sensação de tranquilidade devido a liberação de alguns neurotransmissores
responsáveis por uma sensação de bem-estar.

Passo a passo:
1. Sentar em uma cadeira
2. Colocar os pés paralelos no chão (sem cruzar)
3. Colocar a mão sob o abdome para acompanhar a entrada e saída de ar
4. Inspirar pelo nariz enchendo a barriga de ar. Ir contando até 3.
5. Soltar o ar devagar pela boca (de 3 a 6 tempos).

A respiração diafragmática pode ser feita por apenas alguns minutos para melhora
dos quadros de ansiedade. Ela é simples e bastante eficiente.

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Agenda de atividades:

Consiste na elaboração de um plano de rotina que contenha uma programação de


atividades diárias na semana do paciente para aumentar a sensação de prazer,
produtividade, organização, motivação e utilidade. Na agenda de atividades podem
constar tanto atividades necessárias e obrigatórias ou atividades prazerosas.

Modelagem:

Esta técnica é conduzida através de um reforçamento diferencial de resposta por


aproximações sucessivas. É uma técnica baseada no conceito de
condicionamento operante de Skinner que visa moldar o comportamento do
paciente. A estratégia consiste em modificar um comportamento de forma
gradual, com treino de aproximações sucessivas. Dessa forma, as variações de
respostas são reforçadas logo após que o comportamento acontece até chegar ao
comportamento final desejado.

Habilidades sociais:

As técnicas de habilidades sociais tem como objetivo auxiliar o paciente a adquirir


um maior repertório para comportamentos aprendidos socialmente. Utiliza-se
roleplays para demonstrar os papéis sociais, onde o terapeuta faz papel do paciente
e o paciente faz o papel de outras pessoas. O objetivo é que o terapeuta ensine
papéis sociais na prática através de uma modelagem e que o paciente se
espelhe no terapeuta a fim de copiar um modelo mais hábil, aprenda e possa
reproduzir em outras interações sociais.

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