Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu

ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL

Jogos para auxílio à leitura e escrita de

alunos com dificuldades na
aprendizagem.
SALA DE
APOIO À APRENDIZAGEM
Foz do Iguaçu

2019

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Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu
Francisco Lacerda Brasileiro

Secretária da Educação
Maria Justina da Silva

Diretora de Ensino Fundamental

Eliziane Diesel Rodrigues

Elaboração
Amanda Silva Pereira Berg

Colaboração
Eliane Marques de Oliveira

2019
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JOGOS PARA AUXILIAR NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA
LEITURA E ESCRITA.

Cada criança é única, as formas na qual os problemas de

aprendizagem se manifestam, está relacionada com a
individualidade de quem aprende (GOMES & TERAN,
2009, p. 95)

Os jogos podem ser utilizados com o objetivo de desenvolver diferentes

repertórios comportamentais na criança, exercendo diferentes funções dentro
desse cenário. Com o jogo, o profissional pode realizar uma avaliação
comportamental inicial acerca do repertório da criança com o professor e com os
seus pares, identificando assim comportamentos da vida cotidiana dela.
A atividade que envolve jogos é parte fundamental da cultura humana e está
presente em todas as tradições culturais. Os jogos fazem parte da história do
homem há muito tempo. Por meio deles são transmitidos valores, possibilitam a
socialização, e o desenvolvimento da autonomia. Goldstein e Goldstein (1992)
afirmam que o jogo intensifica os contatos da criança com o mundo, fornece a
oportunidade de fazer e manter amizades e ajuda a criança a desenvolver
autoimagem e autonomia. As trocas que ocorrem no momento da atividade dos
jogos podem ser extremamente ricas paras as crianças, pois a interação e a
participação da criança nos jogos podem ser uma fonte importante de reforçamento
em si mesmo, na medida em que a criança se relaciona com o ambiente externo,
agindo sobre ele e sofrendo as suas consequências também.
Quando a criança está jogando, ela está exposta a vários estímulos e
consequentemente aprende a se comportar de forma diferenciada em sua
presença, dependendo das regras e das contingências apresentadas (Guerrelhas,
Bueno & Silvares, 2000). Os jogos podem ser utilizados com o objetivo de
desenvolver diferentes repertórios comportamentais na criança, exercendo
diferentes funções dentro desse cenário. Tintori, Bast e Pitta (2011) sinalizam que
no jogo a criança pode aprender a desenvolver o contato visual adequado, oferecer

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ajuda para guardar os materiais, arrumar o ambiente externo quando em outros
ambientes, ajudar ou pedir ajuda ao profissional ou amigo quando encontrar
dificuldades, pedir para escolher o jogo, pedir permissão para pegar ou manusear
materiais da sala de terapia ou de outros contextos, manusear adequadamente os
materiais, responder verbalmente ao amigo ou terapeuta quando for solicitado,
perguntar quando não entender instruções ou regras estabelecidas, falar somente
quando outra pessoa não estiver falando, falar em tom de voz adequado, fazer
somente comentários positivos em relação a si mesmo e aos demais, aprender a
ceder, aprender a reclamar e exercer direitos assertivamente, entre outras
habilidade importantes para as crianças e para seu desenvolvimento social e
pessoal.
Outra habilidade importante é a aprendizagem de regras, o jogo serve como
uma oportunidade para isso. Com as regras do jogo, a criança fica atenta aos
comandos, aguarda sua vez para jogar, indica as regras aos outros jogadores
realizando um processo de troca importante para seu desenvolvimento social
(Aguilar & Valle, 2005; Ferraz, 2005). O jogo também pode ser uma importante
ferramenta para o desenvolvimento de um comportamento de maior atenção, em
que a criança passa a ficar atenta aos estímulos discriminativos relevantes,
aprende a manter a atenção por um período maior, aprende a voltar à tarefa
mesmo com eventuais problemas (Tintori, Bast & Pitta, 2011). O jogo ainda pode
ser um instrumento de aprendizagem para o comportamento de organização, à
medida que para ele ser realizado primeiro deve-se organizar o material a ser
utilizado e posteriormente este deve ser guardado também (Tintori, Bast & Pitta,
2011). Por fim, com o jogo o profissional, pode trabalhar com a criança questões
relacionadas com a frustração, trabalhando habilidades de enfrentamento,
mostrando que o mais importante no jogo é brincar e se divertir e não a vitória em
si. O profissional passa a desenvolver, junto à criança, a persistência na resolução
dos conflitos e superação das dificuldades, demonstrando para a criança que o
ganhar e o perder são duas partes do processo do jogo. O profissional poderá
mostrar para a criança que os resultados do jogo estão de acordo com seu
comportamento, ou seja, que as consequências de seus comportamentos
dependem se suas ações, como por exemplo, seguir as regras e ter êxito no jogo,
ou ficar desatento e perder o jogo, ou que o ganhar não tem relação com a sorte
(Aguilar & Valle, 2005; Ferraz, 2005).

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 A leitura e a escrita

Os comportamentos de leitura e escrita estão vinculados às relações de

controle de estímulos. Uma criança que está desenvolvendo a leitura, por exemplo,
precisa desenvolver novas relações de controle, entre respostas verbais e uma
categoria especial de estímulos discriminativos, que é chamado popularmente de
texto. É importante pensar que emitir com precisão a sequência de respostas
verbais do texto pode não indicar que a criança teve uma compreensão deste texto,
caracterizando assim o que é chamado pelos analistas do comportamento de
comportamento textual, mas não de leitura, haja vista que a leitura envolve a
compreensão do texto. O controle de estímulos entre o texto e a resposta verbal é
de fundamental importância, porém não determina o processo de compreensão (De
Rose, 2005).
A aprendizagem da leitura vai além do simples estabelecimento de relações
de controle, ela necessita da modificação de relações já existentes, criadas pelo
social dessa criança, o que é chamado pelos Analistas do Comportamento de
deslocamento de controle de estímulo, indo além do controle de estímulos. A leitura
depende da motivação que a criança tem para a leitura em seu meio. Crianças com
mais acesso a instrumentos de leitura, poderão ou não desenvolver essa
habilidade de forma mais rápida, sem necessidade de um ambiente formal para
seu desenvolvimento (De Souza & De Rose, 2006).
Os jogos podem ser instrumentos importantes para o desenvolvimento
dessa habilidade, pois é uma possibilidade de colocar a criança em contato com
aspectos gráficos ou sonoros que são de grande valia para aquisição do
comportamento textual. Escrever é uma forma de comportamento verbal, que tem
características similares ao comportamento de falar, ou seja, tem uma
funcionalidade similar a este. No comportamento de escrever, a criança deve
desenvolver pelo menos três componentes: resposta motora, soletração e
composição, para que assim, a escrita ocorra. Escrever deve envolver uma
produção de sequências, que estão sob controle de diversos estímulos
antecedentes, ou seja, diferentes relações de controle de estímulos. Envolvem
correlações entre unidades motoras, estímulos visuais e auditivos (De Rose, 2005).
A cópia é uma das formas utilizadas para ensinar as crianças a aprenderem
a escrever. Ela pode ser vista como um treino, mas não pode ser utilizada como
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uma única forma para o desenvolvimento da habilidade de escrita. Outra forma de
desenvolver a escrita ocorre por meio do ditado em que se tem um estímulo
discriminativo vocal e uma resposta escrita, sem uma semelhança propriamente
dita, como ocorre no ditado (De Rose, 2005).
Portanto, segundo De Rose (2005), o uso de jogos pode ser uma importante
ferramenta para o ensino de pré-requisitos para os comportamentos de ler e
escrever. O jogo estabelece contingências de ensino diferentes das atividades
formais trabalhadas pela escola e, portanto, poderia ser usado pelos pais como um
recurso para o ensino de habilidades no ler e escrever. Na sala de aula, esse pode
ser um instrumento muito rico para o profissional desenvolver o gosto pela leitura e
escrita.

Jogos para auxílio na aquisição da leitura e escrita

Muitos são os jogos que podem ser usados para melhorar a escrita correta
das palavras. O jogo propicia a espontaneidade e diminui o medo de errar. Porém,
é importante que o jogo venha alicerçado em repetições e atividades de fixação
realizadas em conjunto com a brincadeira. Fazer o registro do jogo, ditar as
palavras que aparecia no jogo, pensar em novas possibilidades para determinada
proposta, auxilia na fixação e memorização da escrita correta das palavras. Abaixo
serão mostradas algumas sugestões de atividades já aplicadas, que deram certo
em salas de apoio, salas multifuncionais e em salas de aula.

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  Alfabetização inicial

Jogo das Rimas

Antes das letras a criança deve ser capaz de identificar rimas. Por isso é tão
importante as músicas, parlendas e brincadeiras da educação infantil para que a
criança aprimore os sons e a identificação deles.

Fonemas das vogais

É importante que as crianças reconheçam graficamente as vogais, perceber

se já conseguem identificar na palavra os sons das vogais. Em muitos momentos
ensinamos as letras, mas não observarmos se o aluno faz a percepção de que
passarinho, por exemplo, possui A I O em sua composição. Precisamos enfatizar
inúmeras atividades para que a criança demonstre sua aprendizagem do som das
vogais dentro das palavras.

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 Jogos variados para
trabalhar o som das vogais

Jogos que auxiliam na construção das sílabas.

Quando o som de cada vogal foi aprendido pela criança, o próximo passo é
trabalhar a fonética de cada consoante, assim agrega-se o som e compreende-se a
sua família silábica.

Jogos do som da letra inicial

Outra sugestão de brincadeira é:Um jogador diz: “meu pai foi para o mercado e
comprou…” e completa-se a frase com um item que comece com a letra A. O

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próximo repete a frase e adiciona um segundo item que começa com a letra B, o
terceiro repete os dois itens anteriores e adiciona mais um e assim por diante.

Construção do som da família a partir de imagens Som da sílaba inicial

Jogo utilizado de diferentes formas

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 Jogos para ampliar o som das consoantes
utilizando a mesma vogal

 Ditado
Muitos jogos podem ser utilizados para
desenvolver a escrita da criança. A
primeira coisa a ser feita é diagnosticar em
qual nível de alfabetização a criança se encontra. Para saber corretamente, é
importante realizar o ditado.

O ditado é antigo e muitos consideram tradicional. Mas em salas de apoio

podem ser usados de diferentes formas, afim de avaliar o processo de aquisição da
escrita da criança. Ele auxilia tanto o professor em saber como está a criança,
como a ela mesma, pois é preciso pensar na escrita e nas letras e sons que
compõem determinada palavra. Também pode ser usado na matemática, na escrita
e construção de frases e pequenos textos. Uma outra ideia é criar o saco mágico,
em que saem objetos de um mesmo campo semântico (por exemplo brinquedos)
em que as crianças precisam nomear cada um deles. Veja no anexo um modelo de
ditado para ser impresso.

Você encontra no link abaixo diferentes possiblidades de ditado:

https://www.lipitipi.org/2014/01/17-formas-de-fazer-ditado-divertido.html

Ditado estourado Ditado Colorido

Ditado com tampinhas Ditado de sílabas com desenhos

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 De forma individual, escolha um campo semântico. A seguir dite cinco palavras
com número de sílabas diferentes: uma sílaba, duas sílabas e assim por diante. No
final, dite uma frase usando uma dessas palavras. A partir disto você consegue
entender qual é onível de alfabetização da criança, desde a leitura quanto a escrita.

Exemplo de ditado:

Ditado de sílabas Ditado de brinquedos

 Palavra Cruzada

A palavra cruzada lúdica aproxima a criança da construção da palavra de forma

divertida e bem integrada. Por exemplo, ao ver as letras ao lado, permite a criança
buscar no cérebro letras que pode não estar lembrando, e com isso consegue
escrever a palavra de maneira mais adequada. Esse tipo de jogo permite que a
criança observe o número de letras para compor a palavra, e também aproxima a
escrita ao observar o desenho.

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  Construção da palavra
Jogos que auxiliam na percepção da palavra como um todo,também ajudam
na construção correta das palavras. A criança precisa perceber que a palavra é
composta por letras, e ao juntar essas letras, formam sílabas para então surgir
à palavra.

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 Composição de palavras Escrita com caneta que apaga

Quebra cabeça e construção palavra sílabas e letras

Ditado com marcação de cada letra

 Stop
O Stop é um jogo que existe há muito tempo! Porém se pensarmos que ele
pode ser uma ferramenta muito útil na construção de aumento de repertório,
conhecimento de mundo, e construção escrita de palavras que nunca
escrevemos, auxiliaremos no desenvolvimento da escrita das crianças. Para

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construir este tipo de jogo, devo pensar na idade e nível de escrita que a
criança se encontra para que haja sucesso na proposta. Veja alguns modelos e
exemplos desse jogo.

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Stop com o jogo quem é?

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18
 Outras possibilidades

Leitura e Produção Textual

 História em tiras ou texto fatiado

Este tipo de atividade promove um desenvolvimento global do texto. No caso

abaixo, o objetivo era desenvolver o conceito de reversibilidade e construção
lógica. Uma outra sugestão para trabalhar o conceito de reversibilidade é a
brincadeira “A velha fiar”https://www.letras.mus.br/los-primos/250090/).

A criança precisa entender proposta do texto para então, fazer a construção

da história. Ler uma vez o texto em sua totalidade, e em seguida pensar na
lógica da escrita do texto e sua construção para então montar o texto fatiado.
Pode ser usado várias propostas, dependendo do nível de leitura e escrita da
criança. Por exemplo, pode-se trabalhar músicas, parlendas, diálogos de
personagens, pequenos textos e poemas.

História em tiras

Outras sugestões para ampliar a leitura

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Carta enigmática com uso do ditado Jogo do lince usado de formas diferentes

Lince é uma movimentada competição na qual sua rapidez e seu reflexo decidem cada
jogada.

Produção de texto

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Anexo 1

Tabuleiro para uso de atividades diversas como rimas, ditado, letra

inicial, escrita das palavras.

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Anexo 2

O Dado de histórias auxilia na construção de histórias com início, meio

e fim.

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23
24
Anexo 3

Ditado de Campo Semântico auxilia na construção da escrita de uma

forma divertida e dinâmica, permitindo posteriormente construção de
frases e histórias, pois a criança “entra” no universo do que está sendo
proposto.

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 REFERÊNCIAS

Aguilar, G., & Valle, B. E. D. (2005). Ludoterapia cognitivo-comportamental. Em V.

E. Caballo, & M. A. Simon. (Org.). Manual de Psicologia Clínica Infantil e do
Adolescente - Transtornos específicos (pp. 447- 460). São Paulo: Livraria Santos
Editora.

De Rose, J. C. C., & Gil, M. S. C. A. (2003). Para uma análise do brincar e de sua
função educacional. Em M. Z. S. Brandão (Org.). Sobre comportamento e
cognição: A história e os avanços, a seleção por consequência em ação, Vol. 11,
(pp. 373-382). Santo André: ESETec Editores Associados

De Souza, D. G., & de Rose, J. C. C. (2006). Desenvolvendo programas

individualizados para ensino de leitura e escrita. Acta comportamentalia, 14(1), 77-
98.

Goldstein, S., & Goldstein, M. (1992). Hiperatividade: Como desenvolver a

capacidade de atenção da criança. São Paulo: Papirus.

Guerrelhas, F., Bueno, M., & Silvares, E. F. M. (2000). Grupo de ludoterapia

comportamental x Grupo de espera recreativo infantil. Revista brasileira de terapia
comportamental e cognitiva, 2(2), 157-169.
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Tintori, F., Bast, D. F. & Pitta, M. da R. (2011). Jogo na terapia comportamental em
grupo de crianças com TDAH. Acta comportamentalia, 19(2), 225-239.

https://www.cognifit.com/br/ciencia/recuperando-a-saude-cerebral/tdah

https://ibac.com.br/wp-content/uploads/2017/08/monografia_Tanise-Caroline-Silva.pdf

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