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UNIVERSIDADE DO DISTRITO FEDERAL

PROFESSOR JORGE AMAURY MAIA NUNES – UnDF

Culturas Digitais - Prof. Bruno G. Couto


Discente: Vitor Henrique Mota de Faria
Nº Matrícula: 2023200099

Resenha sobre o artigo “Sociedade de Controle” (2004), de Rogério Costa.

O artigo “Sociedade de Controle”, de Rogério Costa, busca refletir sobre o processo


de transformação da sociedade disciplinar (teorizada por Foucault) para a sociedade de
controle, tendo como base os escritos do filósofo Gilles Deleuze, além de trazer exemplos das
tecnologias de controle implementadas atuamente. Inicialmente, Costa vai apontar como
Deleuze vai diferenciar essas duas sociedades: enquanto o enclausuramento é um fator
fundamental da sociedade disciplinar, a de controle é marcada pela interpenetração dos
espaços, além da instauração de um tempo contínuo, onde nós individuos nunca conseguimos
terminar nada.
Essa observação pode nos remeter ao uso das aparelhos celulares. Atualmente
podemos observa-los em todos os espaços, e seu uso tem se tornado algo constante e sem fim.
O feed das redes sociais é uma boa representação de algo que não se pode terminar, pois
foram criados para serem quase que infinitamente acessados, num rolar de informações que
não cessam. Nesta ação reside também uma produção de informações acerca do usuário
dessas redes, e o artigo busca compreender como os dispositivos de controle analisam essas
informações, além de apontar as diferenças na estruturação destas que possuem as sociedades
disciplinares e de controle.
Desta forma, o autor demonstra que a natureza do poder se modificou, não sendo mais
hierárquico, e sim disperso e difuso. Isso se deu principalmente pelas modificações
sociotécncias, principalmente com a internet, os celulares e as redes sociais. Costa discorre
sobre o processo histórico de vigilância, analisando a interceptação de mensagens realizadas
desde o século passado. Torna-se interessante essa análise por verificar que o sentido da
vigilância se transformou nesse processo de transição para a sociedade do controle, antes
sendo algo mais espacial, e agora focando na comunicação, na vigilância das mensagens, e
não só entre as pessoas, mas também entre essas e as empresas.
Assim se inicia a discussão sobre a busca de padrões de comportamento, algo que vai
ser estruturante dentro do capitalismo informacional, pois, como o autor bem define, “as
massas, por sua vez, tornam-se amostras, dados, mercados, que precisam ser rastreados,
cartografados e analisados para que padrões de comportamentos repetitivos possam ser
percebidos.”1

1
COSTA, R. A sociedade de controle. SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 18(1): 161-167, 2004, p. 163.
Sendo assim, o artigo em questão traz reflexões importantes sobre a formação dessa
sociedade de controle, destacando como o desenvolvimento tecnológico é um fator
predominante e alimentador desse processo.

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