Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E-Book Princípios Fontes e Aplicação Da Norma Jurídica Trabalhista - Prof. Luiz Henrique
E-Book Princípios Fontes e Aplicação Da Norma Jurídica Trabalhista - Prof. Luiz Henrique
SUMÁRIO
1. Princípios 3
2. Fontes 7
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
2
1. Princípios
O direito é composto por regras e princípios. Por princípio entende-se tudo aquilo que
orienta o operador do direito na sua atividade interpretativa. Em alguns casos, o princípio jurídico
assume as feições da própria regra jurídica ao estabelecer normas de conduta a serem
observadas pelas pessoas. (CAIRO Jr., 2015, p. 87)
O Direito Individual do Trabalho tem os seus princípios próprios, dos quais destacamos os
principais, relacionados nos subcapítulos a seguir.
1.1.1. Da proteção
Surge para proteger a parte vulnerável, hipossuficiente, nas relações laborais, típicas
relações assimétricas. O Estado cria mecanismo limitadores à autonomia privada, na busca de
um equilíbrio contratual entre os desiguais, o qual é alcançado a partir de três variáveis
(MARTINEZ, 2012, p. 84-89):
Art. 468 da CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que
não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a
que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
3
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam
cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou
explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.
§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar
o empregado.
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado
para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo
anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a
25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade,
enquanto durar essa situação.
Logo, o empregado não pode dispor de direito trabalhista, sob pena de nulidade do ato.
(MARTINEZ, 2012, p. 90). Por exemplo, não querer usufruir das suas férias. (Ver art. 9 da CLT):
Art. 9º da CLT - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
4
O contrato de trabalho, ordinariamente, é celebrado por tempo indeterminado. Só em
casos excepcionais admite-se o ajuste de um contrato de trabalho a termo. Por conta dessa
circunstância, presume-se que a intenção dos contratantes e principalmente do empregado é
de protrair indefinitivamente, no tempo, a execução do pacto laboral. (CAIRO Jr., 2015, p. 93).
Exemplos: Súmula n. 32 do TST; Súmula n. 212 do TST; Art, 482, “i” da CLT:
Art. 482 da CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
i) abandono de emprego;
Não importa o que está no papel, mas sim o que de fato realmente aconteceu.
SÚMULA 225 DO STF - Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira
profissional.
5
1.1.5. Princípio da não discriminação
Art. 442-A da CLT - Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade.
Art. 461 da CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,
sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo
de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de
tempo na função não seja superior a dois anos.
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou
de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.
§ 3º - No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e
por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental
atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins
de equiparação salarial.
§ 5º - A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo
ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma
contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.
§ 6º - No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo
determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do
empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
EM SÍNTESE:
Princípio da Proteção
• Princípio da aplicação da fonte jurídica mais benéfica.
• Princípio da manutenção da condição mais benéfica.
• In dubio pro operário
Princípio da Indisponibilidade de direito
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego
Princípio da Primazia da Realidade
Princípio da não discriminação
6
2. Fontes
7
3. Aplicação da norma jurídica trabalhista
Em regra, o direito se aplica para os empregados contratado via regime CLT, não sendo
aplicado para estatutários. Conforme art. 7 da CLT:
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em cada caso,
expressamente determinado em contrário, não se aplicam:
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam
serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas;
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo funções
diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados em atividades que,
pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas
operações, se classifiquem como industriais ou comerciais;
c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos
extranumerários em serviço nas próprias repartições;
d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de
proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos.
f) às atividades de direção e assessoramento nos órgãos, institutos e fundações dos
partidos, assim definidas em normas internas de organização partidária.
8
9