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Nome do Módulo: Identificar e Classificar as Organizações e as suas Funções Internas

Aula Introdutória

Resultado de Aprendizagem 1: Compreender conceitos básicos de Organização e Gestão

Critérios de desempenho:

 Classifica as organizações quanto à dimensão (grande, média, pequena e micro), à sua


forma (individual, colectiva, publica e mista) e quanto ao sector económico (primário,
secundário e terciário);
 Define micro-envolvente distinguindo os respectivos intervenientes (clientes,
concorrentes directos e indirectos, fornecedores e comunidade).

1. Classificação das organizações


1.1. Quanto à dimensão

Em Moçambique as indústrias/empresa são classificadas como sendo de Grande, Média,


Pequena e Micro dimensão, tendo em conta os seguintes critérios: o valor do investimento
inicial, a potência instalada ou a instalar e o número de trabalhadores. Para fazer parte de
determinada categoria, basta reunir dois dos critérios referidos. As indústrias de micro dimensão
são as únicas que a Lei estabelece que não carecem de autorização para laborarem, devendo
apenas efectuar-se o seu registo.

Categorias Investimento Inicial (USD) Potência Instalada ou a Número de


Instalar (KvA) Trabalhadores

Grande Dimensão Igual ou Superior a 10.000.000 Igual ou Superior a 1000 Igual ou Superior a 250

Média Dimensão Igual ou Superior a 2.500.000 Igual ou Superior a 500 Igual ou Superior a 125

Pequena Dimensão Igual ou Superior a 25.000 Igual ou Superior a 10 Igual ou Superior a 25

Micro Dimensão Igual ou inferior a 25.000 Igual ou inferior a 10 Igual ou inferior a 25

Compilado por: dr. Jeque da Costa Adelino Nazário - IIC-Pemba, 2023


1.2. Quanto à sua forma
 Individual: composta por um membro focadas em um objectivo a ser alcançado em um
determinado tempo, espaço e cultura. Em toda organização existem regras , objectivos e
eixos que ajudam a cumprir a missão;
 Colectiva: um grupo de pessoas focadas em um objectivo comum a ser alcançado em um
determinado tempo, espaço e cultura. Em toda organização existem regras, objectivos e
eixos que ajudam a cumprir a missão;
 Públicas: são Organizações do Governo, que são administradas pelo governo e têm como
objetivo prestar serviços à comunidade em geral, e são mantidas pela arrecadação de
impostos, taxas e contribuições;
 Mista: Quando engloba mais de uma caracteristicas das supracitas.

1.3. Quanto ao sector económico


1.3.1. Sector primário

O sector primário da Economia pode ser classificado como a indústria extractivista. Ela inclui
fábricas que produzem ou extraem materiais brutos.

Os trabalhadores da fazenda são um exemplo de funcionários do sector primário, já que os


alimentos são colectados como material bruto; por exemplo, o trigo e o leite são provenientes das
fazendas e são transformados em outros produtos, como o pão e o queijo.

Outras indústrias incluem as fábricas mineradoras que trabalham com carvão, ferro e óleo, os
quais são extraídos como materiais brutos do solo e convertidos em outros itens úteis. Sector
secundário

1.3.2. Sector secundário

O sector secundário da Economia é composto por indústrias manufactureiras. Elas transformam


materiais brutos em produtos. Por exemplo, o aço pode ser usado para a confecção dos carros.

Os carpinteiros utilizam a madeira e fazem casas, móveis e armários. Nem todas as empresas
manufactureiras fabricam o produto final.

As empresas semi-manufactureiras produzem partes daquilo que será usado em outros produtos
que têm muitas etapas de produção, como os automóveis.

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1.3.3. Sector terciário

O sector terciário da Economia é a indústria de serviços. Essas empresas não produzem uma
mercadoria física assim como fazem os sectores primário e secundário, mas mesmo assim elas
produzem valor.

Por exemplo, os bancos, as empresas de seguro e a polícia são exemplos da indústria de serviços.
As empresas que incluem os sectores primário e secundário geralmente vão ter funcionários que
cuidam dos serviços terciários, como o pessoal de propaganda, os contadores e a equipe de
armazenagem.

2. Meio envolvente transaccional/Micro-envolvente

Por outro lado temos o meio “transaccional que é constituído por todos os agentes e factores que
interagem directamente com a indústria em que a empresa actua” (Freire; 1997; p.72). Fazem
parte deles os clientes, os fornecedores, a comunidade e os concorrentes:

2.1. Clientes

Nesta fase tem de se fazer uma análise dos clientes com que a empresa trabalha. É necessário ter
noção de quem são, o que compram e principalmente os aspectos com que se tem de ter maior
cuidado. Conhecer realmente os segmentos com os quais trabalhamos e aqueles para quem
gostaríamos de trabalhar é essencial. Só assim se poderá agir de modo a ir de encontro às
necessidades dos clientes.

Os aspectos que têm de ter em mais atenção são com a qualidade dos produtos que deve ser
sempre a melhor e com aquilo que os clientes pedem. A empresa tem de ter muito cuidado com
isso porque se falhar alguma coisa naquilo que foi pedido ou na qualidade o cliente reclama. Isto
leva a que existam custos extras e que haja o perigo do cliente deixar de confiar nos seus
serviços.

2.2. Concorrentes

Para a empresa definir melhor a sua estratégia tem de ter em linha de conta os principais
concorrentes. Uma análise sobre os concorrentes fará com que a empresa consiga anteceder-se e
ter a melhor estratégia, os melhores produtos, a melhor vantagem sobre eles.

Compilado por: dr. Jeque da Costa Adelino Nazário - IIC-Pemba, 2023


Assim estará sempre à frente no negócio e conseguirá manter uma posição forte no mercado.
Neste caso é mais difícil anteceder-se aos concorrentes porque os mais directos são as empresas
do mercado asiático.

Isto porque, há empresas deste mercado que vendem produtos com idêntica qualidade mas preço
inferior o que faz com que sejam preferidos pelos clientes.

2.3. Fornecedores

Os fornecedores têm um papel importante no desenvolvimento da indústria, isto porque, é


através deles que se tem conhecimento de novas matérias-primas, novos materiais, novas
maneiras de fazer, entre outros aspectos.

Mas os fornecedores também têm outros clientes e também precisam deles por isso os novos
produtos e as novas matérias-primas também chegam aos concorrentes. Além disso os
fornecedores levam a trazem informações, ou seja, os novidades correm pelas empresas e todos
acabam por saber os segredos uns dos outros. Assim, os segredos que deveriam ser internos
passam a ser do conhecimento geral o que não é bom para a empresa.

2.4. Comunidade

A empresa não deve ser analisada sozinha e sim no contexto em que está inserida. Assim, a
comunidade é um factor importante no seu desenvolvimento.

Conceito

A estrutura organizacional é definida como o modus operandi (o modo de funcionamento) da


empresa. Quando se fala de estrutura organizacional, deve-se ter em mente que pessoas
participando de um grupo precisam de alguma tipo de sistematização e organização para que
possam funcionar efetivamente.
Dentro de estrutura organizacional, seja de um pequeno grupo de pessoas, um projeto ou mesmo
toda uma corporação, existem dois conceitos que devem ser bem definidos: responsabilidade e
autoridade.
O primeiro item, a responsabilidade, diz respeito às obrigações de cada um dentro do grupo ou
equipe.

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Já a autoridade é um pouco mais complexa, mas pode ser definida como a decisão necessária
para mobilizar o comportamento de outras pessoas. Seria o direito que uma pessoa tem de cobrar
outras pela execução de tarefas.

Departamentalização

Quando discutimos a estrutura organizacional dentro de uma empresa, chamamos de


departamentalização. As empresas são sempre divididas em departamentos (ou setores, ou
unidades, ou divisões, e assim por diante), mas utiliza-se de critérios diferentes em cada
organização, para decidir quais serão os departamentos, e como estes serão subdivididos.
Vamos discutir aqui o principal tipo de departamentalização utilizado pelas empresas (funcional), e
também os outros 3 tipos de departamentalização mais relacionados à Gestão de Projetos.

Funcional
O primeiro tipo de departamentalização é a funcional, que é a mais tradicionalmente utilizada,
estando presente em mais de 50% das organizações.
Na departamentalização funcional, como o próprio nome diz, o critério utilizado para dividir as
pessoas em grupo é a função que cada uma delas executas. Pessoas com funções relacionadas
participam todas de um mesmo departamento.
A departamentalização funcional é aquela que delimita os departamentos financeiro, de
marketing, de produção, de recursos humanos, e assim por diante.
A departamentalização funcional possui algumas vantagens, que justificam sua utilização, sendo
elas:
– Economia de escala: com a departamentalização funcional a empresa possui facilidade em
crescer, pois centraliza a execução de todas as atividades relacionadas a uma função em um único
departamento.
– Monitoramento mais eficaz: com cada departamento tendo suas funções bem estabelecidas, fica
fácil encontrar os responsáveis pelos erros, e cobrar resultados.
– Padrões de desempenho mantidos: a equipe trabalhando unida, e executando funções bastante
parecidas, vai ter uma linguagem muito próxima, e o padrão geral de desempenha vai servir como
linha de base para todos no grupo.
– Treinamento especializado: na hora de realizar treinamentos com a equipe, surge a possibilidade
de se realizar treinamentos de maior qualidade técnica, já que, por se tratar de pessoas de uma
mesma área, já com certo embasamento, há espaço para aprofundar determinados assuntos.
– Tomada de decisão simplificada: pelos mesmos motivo que o treinamento pode ser aprofundado,
e os padrões de desempenho mantidos, o processo de tomada de decisão envolver apenas
pessoas de um único departamento, acaba se tornando bastante ágil.
– Técnicos não fazem trabalho administrativo: os técnicos de cada área (produção, recursos
humanos, finanças) são responsáveis por realizar apenas as atividades de sua área, não tendo a
necessidade de se adaptarem para realizar outras atividades.
Segue então um exemplo de um organograma (ferramenta administrativa que demonstra a
estrutura organizacional) de uma empresa que utiliza a departamentalização funcional.

Compilado por: dr. Jeque da Costa Adelino Nazário - IIC-Pemba, 2023


Figura 3 – Organograma funcional
Fonte: o autor, 2009

Por Projeto
Agora iremos discutir uma forma alternativa de departamentalização, que é utilizada apenas por
empresas que possuem um alto grau de maturidade em gestão de projetos, ou seja, empresas que
trabalham há bastante tempo, e com excelência na gestão de seus projetos.
Esta estruturação é conhecida como a departamentalização por projetos, e, diferentemente da
funcional, o critério utilizado para separar os grupos dentro da organização passa a ser os
diferentes projetos que a empresa executa. Então, neste caso, teremos um organograma bastante
diferente do apresentado acima.

Figura 4 – Organograma por projetos


Fonte: o autor, 2009
Pode-se perceber que a divisão dos departamentos desta construtora fictícia passa a ser não as
funções que cada um executa, mas sim os diferentes projetos (edifícios, neste caso) que a empresa
desenvolve.
Dentro de cada um dos projetos existe então uma separação entre as funções, que é diferente de
acordo com cada etapa em que os edifícios se encontram.
A departamentalização por projetos possui algumas vantagens, que justificam sua utilização, sendo
elas:
– Informações específicas para cada projeto: no caso deste tipo de estrutura organizacional, o
controle das informações fica muito mais fácil de ser realizado, já que cada projeto possui uma
estrutura separada.

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– Comprometimento integral com o projeto: diferentemente da departamentalização funcional, onde
cada um cuida apenas de sua função, sem comprometimento com o produto final, aqui a equipe do
projeto é valoriza muito mais o produto final, pois o fracasso ou sucesso de um projeto será de
todos, gerando assim um vínculo de responsabilidade muito maior.
– Responsabilidades claras com o resultado: ainda na mesma linha do item anterior, diferentemente
da estrutura funcional, na pro projetos cada um assume uma responsabilidade integral com o
objetivo maior do projeto, que é o produto entregue no final, dentro do prazo, custo e
especificações.
– Treinamento amplo: já que neste caso existe uma equipe mais heterogênea, os treinamentos
realizados também terão menos profundidade, pois precisarão abranger os vários aspectos
relacionados à gestão de um projeto, das atividades de recursos humanos às financeiras, todos
aprendem de tudo.

Matriciais
E, por último, vamos discutir a departamentalização matricial. Esta é caracterizada pela mistura de
diferentes estruturas, e que, no caso da gestão de projetos, as empresas que começam a entender
a importância dos projetos para seus negócios irão se estruturar fazendo uma mescla das
departamentalizações funcional e de projetos.
Segue então um exemplo da departamentalização matricial, projetizada e funcional:

Figura 5 – Organograma matricial: projetizada e funcional


Fonte: o autor, 2009
Nesta estrutura pode-se observar que o primeiro critério para se determinar os departamentos nesta
empresa de consultoria são os diferentes projetos com os quais a organização está trabalhando.
Dentro de cada um dos projetos há uma estrutura específica também para cada um dos projetos.
Esta é a natureza da departamentalização matricial, misturar dois ou mais tipos diferentes de
estruturas organizacionais.
A estrutura matricial possui as seguintes vantagens, que justificam sua utilização:
– Processo tomada de decisão descentralizado: com a estrutura matricial, existem no mínimo dois
gerentes responsáveis por cada projeto, um que acaba sendo o gerente de projetos e o outro o(s)
gerente(s) funcional(is). Isto faz com que o processo de tomada de decisão possa ser realizado por
várias pessoas diferentes, tirando um pouco do aspecto centralizador da presença do gerente
funcional.
– Utilização eficiente de recursos: no caso da estrutura matricial, que aproveita os benefícios de
ambas as estruturas, pode utilizar os mesmos funcionários em diferentes projetos, aproveitando

Compilado por: dr. Jeque da Costa Adelino Nazário - IIC-Pemba, 2023


assim o tempo de cada um deles com múltiplas atividades ligadas ao projeto, e também com menos
sobrecarga, pela distribuição das atividades dentro do projeto.
– Maior interação dos funcionários: já que agora existem pessoas de funções diferentes,
participando de projetos diferentes, acaba havendo uma interação maior entre os funcionários, que
participam de reuniões e realizam tarefas em conjunto.
Mas possui também as seguintes desvantagens:
– “Dois chefes”: esta desvantagem é muito conhecida na realidade de pequenas empresas
familiares, onde normalmente os cargos são mal definidos e a presença de mais de um superior
dificulta a gestão, pois o poder de decisão acaba indo para a mão do subordinado. No caso da
estrutura matricial, por mais organizada que a empresa seja, ainda assim as responsabilidades
ficam divididas entre o gerente de projetos e o funcional, o que pode causar problemas.
– Confundir com decisão em grupo (excesso de democracia): uma outra desvantagem que pode
surgir nesta situação é que por muitas pessoas estarem envolvidas, e pela dificuldade citada acima,
as relações de autoridade não fiquem claras. Isto não significa que a administração do projeto deve
ser democrática em todos os sentidos, pois isto pode não só atrasar a tomada de decisão do
projeto, como também desvirtuar do objetivo único e principal de qualquer projeto, o produto
entregue.

Escritório de Projetos
E o último tipo de departamentalização do qual iremos falar é o escritório de projetos. Neste caso, é
uma estrutura mais utilizada em grandes corporações, que tenham os projetos como sua principal
forma de trabalho.
O escritório de projetos é indicado quando a empresa trabalha com vários projetos simultâneos,
quando os projetos são desenvolvidos também com certa regularidade.
Um escritório de projetos é normalmente uma estrutura fisicamente separada do restante da
empresa, onde existe uma equipe experiente (sênior) que auxilia os outros departamentos da
empresa na execução dos projetos.
O escritório de projetos é responsável não só por coordenar o programa (ou portfólio, conjunto de
projetos) da empresa, mas também tem como objetivo fornecer a educação em projetos, criando
uma estrutura de cursos e acompanhamento da execução dos projetos para garantir que a empresa
vá melhorando seu grau de maturidade em projetos.

Figura 4 – Organograma com escritório de projetos


Fonte: o autor, 2009
É importante ressaltar também que o escritório de projetos é responsável também pela adequada
divisão de autoridade e responsabilidade entre os gerentes de projetos e os gerentes funcionais.

Compilado por: dr. Jeque da Costa Adelino Nazário - IIC-Pemba, 2023

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