Você está na página 1de 15

O processo Empreendedor

e a Educação para o
Empreendedorismo
Núcleo de Educação a Distância
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ

Reitor
Arody Cordeiro Herdy

Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária


Nara Pires Carlos de Oliveira Varella

Pró-Reitoria de Programas de Graduação Núcleo de Educação a Distância (NEAD)


Lívia Maria Figueiredo Lacerda Márcia Loch

1ª Edição
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD

Copyright © 2019, Unigranrio


Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Sumário
O processo Empreendedor e a Educação para o Empreendedorismo
Para início de conversa… .................................................................... 04
1. A Motivação e o Processo Empreendedor .................................. 05
2. As Fases do Processo Empreendedor ........................................ 06
3. A Identificação da Oportunidade .............................................. 06
4. O Planejamento .................................................................... 08
5. A Captação de Recursos .......................................................... 09
6. Banco de Fomento Brasileiro - BNDES ...................................... 10
7. A Administração do Negócio .................................................... 11
9. Visão Estratégica da Educação Empreendedora .......................... 12
Considerações Finais ............................................................................ 14
Bibliografia ......................................................................................... 15
Para início de conversa…
Constatamos que o empreendedorismo encontra-se em plena
atividade em todo o mundo e que a motivação do empreendedor para começar
uma atividade, ou para transformar algo existente, depende do cenário
socioeconômico da região onde o empreendedor vive.

Nesta unidade você vai compreender a motivação do empreendedor


e como o cenário contribui para o desenvolvimento do negócio. Entenderá
também, como o processo empreendedor evolui e conhecerá cada uma de
suas fases.

Nesta unidade você vai ter a oportunidade de compreender entender


a relevância da educação empreendedora para as empresas e para a sociedade
brasileira. Vai conhecer as experiências bem sucedidas de setores da iniciativa
privada e pública na capacitação de jovens e adultos no empreendedorismo e
vai conferir o resultado do trabalho destas ações.

4 Empreendedorismo
1. A Motivação e o Processo Empreendedor
Entendemos que empreendedorismo no Brasil é um dos pilares
da economia. Para entender como o processo empreender evolui é preciso
compreender que elementos do cenário de negócios contribuem para a
percepção de oportunidade do empreendedor.

Segundo Bygrave (2004), os empreendedores têm motivos


particulares para empreenderem. Pesquisas concluem que existem dois
tipos de motivações que levam as pessoas a empreenderem. Aqueles que
empreendem por não possuírem melhores opções de trabalho, por tanto
seguem o caminho de empreendimento por necessidade de gerar de renda, e
aqueles que empreendem mesmo quando possuem alternativas de emprego
e renda, pois percebem o empreendimento como uma oportunidade para
iniciar um novo negócio, aumentar sua renda, seguir uma vocação ou pelo
desejo de independência no trabalho.

No entanto, vale observar que pessoas iniciam a atividade empreendedora


por necessidade podem se deparar com alguma situação que os despertem
para uma oportunidade, assim como aqueles que seguiram motivados pela
oportunidade, frente a novos desafios, poderão ampliar, diversificar ou mesmo
alterar seus negócio, visando melhorar sua competitividade.

Empreendedorismo 5
O processo empreendedor depende de indivíduos que sejam capazes
de detectar oportunidades no ambiente em que vivem e de sua capacidade
de transformar tais oportunidades em negócios reais. Assista o vídeo e veja
o caso de sucesso deste técnico de máquinas de lavar roupas de Imperatriz,
no Maranhão.

A qualidade e a quantidade das oportunidades detectadas, bem como


a crença na capacidade de empreender, podem ser influenciadas condições
históricas, socioculturais, nível de desenvolvimento econômico e educação,
o que chamamos de cenário de negócios e que variam de região para região,
mesmo em um mesmo país.

2. As Fases do Processo Empreendedor


Sabemos que uma das características mais relevantes do empreendedor
é a visão inovadora e pró-atividade, o que é confirmado por Stevenson e
Gumpert (1985) “a organização empreendedora é direcionada pela percepção
de oportunidades e orientada à ação”. Logo, o processo empreendedor está
sujeito à percepção e implantação de ideias inéditas na criação, ou modificação,
de um novo produto, serviço ou processo.

Em outras palavras, a identificação e implantação das oportunidades


devem estar orientadas para o mercado e o empreendedor deve estar atento às
mudanças no ambiente de negócios e, em um segundo momento, deve buscar
os recursos necessários para sua exploração.

Os autores são unanimes em afirmar que, para construir


empreendimentos sólidos e de sucesso, o empreendedor deve seguir um
processo composto por etapas que não dependem de nenhum fator externo.
São elas: Identificação da Oportunidade; Planejamento; Captação de Recursos
e Administração do Negócio.

3. A Identificação da Oportunidade
Para Timmons1 (1994), o primeiro passo do processo empreendedor
consiste em identificar e avaliar a oportunidade, decidindo pela continuidade
ou não do projeto.

6 Empreendedorismo
Baron e Shane (2007) enfatizam que as ideias surgem em meio a
uma combinação de elementos já existentes (cenário de negócios). Assim,
independente da motivação do empreendedor, a oportunidade surge da
confluência de fatores promovidos por mudanças sociais, econômicas,
tecnológicas, governamentais ou ambientais.

Pesquisadores concordam que a primeira etapa do processo


empreendedor consiste em identificar e avaliar a oportunidade, tendo em vista
que a e a implantação do empreendimento deve estar orientada para criação
de valor para aqueles que têm interesse no negócio (investidores, empregados,
governo, sindicatos, etc.).

Perceba que esta etapa depende essencialmente de visão inovadora e


da capacidade de análise do potencial de negócio, devendo ser considerados
fatores como: mercado, concorrência e o ciclo de vida da oferta.

Na sequência dos fatos é importante que o empreendedor teste o


conceito do negócio em potenciais clientes, realizando pesquisas de mercado
que avaliem a disposição dos potenciais clientes em adquirir a oferta.

A pesquisa deve fornecer respostas quanto ao tamanho e situação


do mercado, detalhando tendência de crescimento ou redução de tamanho,

Empreendedorismo 7
quem é a concorrência, sua fatia de mercado, quais são seus pontos fortes e
fracos, quais são as ameaças e as oportunidades.

4. O Planejamento
Timmons preconiza que além da identificação da oportunidade, equipe
e recursos são outros dois fatores fundamentais na composição do processo
empreendedor. Desta maneira, o resultado do empreendimento depende da
competência da equipe na elaboração do plano de negócios e na busca de
recursos necessário ao empreendimento.
Comunicacação
Am
Ext orças

big
as

uida
ern
F

de

Oportunidade Recursos
Plano de
negócios
Liderança Criatividade
IM capit

Equipe
z
de
erc ais

erte
ado

Inc

Fonte: Jeffry Timmons e Steven Spinelli, Babson College

8 Empreendedorismo
Segundo William Bygrave, o processo depende de:

1. Transformar a oportunidade numa equação de valor;


2. Pensar uma estratégia concreta de entrada no mercado;
3. Desenvolver um plano de negócios que reflita o projeto em suas
diversas etapas.

Veja que os autores concordam que elaborar um plano de negócios


é fundamental para um eficiente planejamento do empreendimento e este
deve ser consistente e detalhado, identificando e descrevendo todas as fases
do empreendimento. Uma espécie de mapa abordando toda a essência do
negócio: estratégia, mercado, competidores, receitas, infraestrutura, etc.

Empreendedores que planejam seus passos, antevendo situações


futuras, têm maior probabilidade prosperar. Isto porque, ao identificar
detalhadamente as oportunidades é possível prever problemas e garantir a
otimização dos resultados, minimizando possíveis prejuízos decorrentes de
problemas. Assim, para o sucesso do empreendimento é fundamental que
o empreendedor e sua equipe saibam planejar ações, definir estratégias e
liderar processos.

O plano de negócios deve ser percebido como o documento de maior


relevância do negócio, uma espécie de bíblia onde está relacionada e catalogada
toda a estratégia a ser perseguida pelos colaboradores internos e externos do
empreendimento. Perceba que o plano de negócios é um documento que
precisa ser rotineiramente consultado e revisto toda vez que os fatores que
determinaram o cenário quando de sua elaboração (ambiente de negócio)
forem modificados.

5. A Captação de Recursos
Todo empreendimento precisa de algum nível de recursos para ser
implantado e em países emergentes, como o Brasil, é muito difícil conseguir
capital para empreender, principalmente quando você está iniciando atividade.
As principais razões para isto estão relacionadas com as incertezas do investidor
de ter o retorno do seu investimento.

Empreendedorismo 9
Investidores individuais (sócios) são o caminho de menor custo para a
obtenção de recursos e o principal instrumento de convencimento é um bom
e sólido plano de negócios.

Nele o investidor pode encontrar informações detalhadas sobre o


objetivo do empreendimento, níveis de recursos necessários, mercado que
pretende atingir, fluxo de caixa, tempo e taxa de retorno do investimento.
Informações fundamentais para que seja analisada a viabilidade financeira é
técnica do empreendimento, reduzindo assim as incertezas do investidor.

Nos países desenvolvidos, quando um empreendedor não encontra


investidores para começar um projeto, costuma buscar alternativas para
conseguir os recursos necessários em bancos e empresas de crédito.
As estatísticas mostram que nos Estados Unidos cerca de 15% dos
empreendimentos começam graças ao crédito direto, por meio de vários tipos
de empréstimos (Freire, 2005, pag. 75-81).

6. Banco de Fomento Brasileiro - BNDES


Com o objetivo de criar linhas de crédito especificas para fomentar o
crescimento da atividade empreendedora do Brasil, o governo federal criou
em 1952 o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE). Em 1964, o BNDE
criou o Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e
o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), atual Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep) com o objetivo de apoiar gerencialmente às
micro e pequenas empresas.

Hoje, com o nome de Banco Nacional de Desenvolvimento e Social –


BNDES, o Banco é principal instrumento de financiamento de longo prazo para
a realização de investimentos em todos os segmentos da economia e administra
vários programas de financiamento divididos em onze áreas de atuação:
Agropecuária; Comércio, Serviço e Turismo; Cultura; Desenvolvimento
Social e Urbano; Esporte; Exportação e Inserção Internacional; Indústria;
Infraestrutura; Inovação; Meio Ambiente e Mercado de Capitais.

Uma das linhas de crédito do BNDES mais utilizadas pelas micro,


pequenas e médias empresas é o Cartão BNDES, um produto criando com

10 Empreendedorismo
base no conceito de cartão de crédito tradicional e destinado a facilitar o
acesso do médio, pequeno e micro empreendedor ao crédito com taxas
mais atrativas.

Em seu Planejamento Corporativo 2009/2014, o BNDES elegeu


a inovação, o desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento
socioambiental como os aspectos mais importantes do fomento econômico
no contexto atual, e que devem ser promovidos e enfatizados em todos os
empreendimentos apoiados pelo Banco.

Uma das linhas de crédito do BNDES mais utilizadas financiar


investimentos das micro, pequenas e médias empresas é o Cartão, um produto
criando para baseado no conceito de cartão de crédito.

Ações Governamentais

Em 2011, o governo federal lançou o Programa de Nacional de


Microcrédito batizado com o nome de CRESCER. O objetivo do governo com
o programa foi o de criar linhas de crédito de pequeno valor (R$ 15.0000,00)
para auxiliar o desenvolvimento do negócio do microempreendedor, aquele
que possuía renda anual até R$ 360.000,00, utilizando o Programa BNDES
de Microcrédito como agente de financiamento.

7. A Administração do Negócio
Gerenciar um negócio não é uma tarefa fácil, exige dedicação e
conhecimento. Não adianta identificar uma excelente oportunidade de
negócio, desenvolver detalhadamente o plano de negócios, captar os recursos
necessários para iniciar as atividades se o empreendedor não conseguir gerir
o empreendimento.

O empreendedor precisa estar sempre atento ao andamento do negócio,


principalmente ao cenário onde a ação acontece (ambiente de negócios),
reagindo rápido às mudanças. Caso contrário, ao invés de oportunidade de
lucros e sucesso, todo pode se configurar em prejuízo ou até no encerramento
da atividade.

Dados do Sebrae mostram que entre 2007 e 2008, 27% das empresas
abertas no Brasil morreram antes de completarem um ano, no mesmo período

Empreendedorismo 11
58% das empresas fecharam as portas antes de completarem cinco anos.
Mas estes números vêm caindo e causa para isto é atribuída a uma melhor
preparação dos sócios para atuar em seus negócios.

Em 1972, o governo federal deu um importante passo no sentido


de melhorar a gestão da pequena e média empresa mo Brasil, quando por
iniciativa do então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, criou
o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa
(Cebrae) e o subordinou a um Conselho Deliberativo formado pelo Programa
de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Finep), a Associação dos
Bancos de Desenvolvimento (ABDE) e o próprio BNDE.

Em outubro de 1990, através do decreto nº 99.570, o Cebrae foi


transformado em Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae),
sendo então desvinculada da administração pública e transformada em uma
instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, mantida por
repasses das empresas brasileiras incidentes sobre as folhas de pagamento.

Hoje, o Sebrae conta com uma estrutura de atendimento em todos


os estados do país e, através de seus diversos programas, tem capacitado
inúmeras pessoas, e ajudando na criação e desenvolvimento de milhares de
micro e pequenos negócios por todo o país.

9. Visão Estratégica da Educação Empreendedora


Como vimos nas unidades anteriores, somos um dos países mais
empreendedores do mundo. Vimos também que existe muito espaço para
empreender no Brasil. Cientes do cenário, o governo brasileiro e a iniciativa
privada têm desenvolvido ações para melhorar o ambiente de negócios
edesenvolver ainda mais o empreendedorismo no Brasil.

No entanto não basta criar condições para que empresas se estabeleçam,


pois em um mercado cada vez mais competitivo, somente aquelas empresas
dirigidas por empreendedores qualificados conseguirão sobreviver, logo o
país precisa investir em capacitação empreendedora. A visão de que é preciso
capacitar empreendedores não é nova, o que se discute e se empreendedorismo
pode ser ensinado.

12 Empreendedorismo
A questão maior é se o tema empreendedorismo pode ser abordado
como uma ciência, como física, química ou matemática, se a matéria deve ser
ministrada em todos os níveis escolares e como isto deve ser feito.

O grupo daqueles que defendem o aprendizado do empreendedorismo


em todos os níveis escolares tem ganhado cada vez mais adeptos e estes defendem
que o aprendizado deve estar focando no desenvolvimento de competências
como negociação, planejamento financeiro, liderança e construção de metas.

Assista o vídeo “Jovens Empreendedores” produzido pelo Sebrae e


descubra como a atitude empreendedora pode ser despertada nos mais jovens.
Waldez Ludwing¹, considerado um dos grandes especialista brasileiros no
tema empregabilidade, assim como outros especialistas, entende que é
extremamente relevante que a educação empreendedora seja difundida entre
todos, mesmo para aqueles que não têm quaisquer aspirações de se tornarem
empresários.

Assista ao vídeo “O Fim do Emprego e Empreendedorismo”e


conheça melhor a opinião de Ludwingsobre o assunto

Notas
Jeffry Timmons: Norte americano (1942 – 2008), professor do
Babson College, doutor pela Harvard Business School, considerado
por muitos o pioneiro na educação empreendedora nos Estados
Unidos.

Empreendedorismo 13
Considerações Finais
Nesta unidade você entendeu melhor os motivos que levam uma
pessoa a empreender. Entendeu que o processo empreendedor é composto
de fases bem específicas e aprendeu a identificar cada uma delas e as melhores
práticas e iniciativas educativas para incentivar esse processo.

14 Empreendedorismo
Bibliografia
FERRARI, Roberto. Empreendedorismo para computação: criando
negócios de tecnologia. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, Campus, 2010. 164 p.
ISBN 9788535234176

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias


em negócios. 3. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 232 p. ISBN
9788535232707

MAXIMIANO, Antonio C. A. Administração para Empreendedores. 2. ed.


São Paulo: Pearson, 2011. 240 p. ISBN 9788576058762

Empreendedorismo 15

Você também pode gostar