Awakened Dragons 02 - Sapphire Dragon

Mais um Projeto Exclusivo das Divas & Lord’s FOREVER
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Terry Bolryder
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DRAGÃO SAFIRA
Série Dragões Despertos
O segundo dragão foi despertado ...
Lucien, ou Luc para aqueles que o conhecem, não queria ser trazido de volta ao mundo que deixou para trás
há séculos. Como o dragão Safira, com poderes incríveis ao contrário de qualquer outro dragão desperto, ele
é necessário para proteger os humanos no mundo moderno. Mas tentou isso uma vez e quase foi destruído.
Tudo o que ele quer é voltar ao gelo, até que encontra uma mulher gentil e curvilínea que reaviva a centelha
de esperança dentro dele e acende uma paixão que nunca sentiu antes.
Hallie sabe exatamente como a vida injusta pode ser às vezes, mas ela tenta se concentrar no positivo da vida.
Como seu trabalho ajudando pessoas e animais em um abrigo de animais. Ainda assim, nunca esperava que
um deus, alto e incrivelmente lindo entre em seu abrigo e diz que quer ser voluntario, e depois admita que ele
só queria uma desculpa para conhecê-la. Parece bom demais para ser verdade, além do fato de que Luc parece
estar escondendo segredos atrás de seus deslumbrantes olhos de safira.
Quando o relacionamento de Hallie e Luc se transforma em um romance apaixonado e caloroso, Hallie está
vendo mais e mais sinais de que seu amante super protetor, super naturalmente poderoso, talvez não seja o
que ele parece. E Luc está tentando decidir se ele pode despertar o bem nele o suficiente para merecer a única
mulher que o fez sentir vivo. Mas para fazer isso, ele pode ter que enfrentar monstros do seu passado,
incluindo o que está dentro de si mesmo.
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Prólogo
L ucien bateu suas asas de safira com força enquanto
examinava a devastação abaixo dele, como se, levantando-se
no ar, pudesse de alguma forma ir longe o suficiente para não
ver o que estava testemunhando. Quando decidiu mais cedo
fazer sua jornada diária para sobrevoar sua aldeia favorita,
nunca poderia ter esperado por isso.
Safira.
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Campos queimados, o cheiro de colheitas queimadas, de
casas chamuscadas, de vidas queimadas no ar. Seu dragão
soltou um grito enquanto suas asas o levaram mais alto sobre
sua amada aldeia.

Não morava com eles na aldeia. Não convivia
diariamente com eles como humano. Mas essas pessoas eram
a sua esperança para a humanidade. Havia pessoas que ele
conhecia ali, que ele havia curado, infiltrando-se na sua forma
humana. Pessoas que lhe mostraram bondade. Pessoas cujas
plantações ele tinha regado enquanto se escondia atrás das
nuvens no céu azul brilhante.
E agora não havia nada. Desolação. Dor. Tristeza.
Ele aterrissou com um baque e examinou as paisagens
enegrecidas. Esqueletos de barracos queimados, formas
carbonizadas no chão queimado.

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Lágrimas subiu aos olhos enquanto tomava forma
humana para dar a volta na aldeia, procurando por
sobreviventes.
Mas ele já sabia.

Não havia nenhum.
Parte de sua habilidade como dragão era ouvir pessoas
com dor, ouvia pensamentos mais intensamente, dessa forma
sabia como melhor curá-los. Onde eles precisavam dele. De
todos os dragões que conhecia, ele era provavelmente o único
dragão que se importava com os humanos. Graças ao seu
dom pôde conhecer alguns humanos que mudou sua forma
de vê-los.
E agora entendeu, olhando a paisagem devastada, que
todos se foram. Tudo o que fez e tudo pelo que ele trabalhou
foi por nada.

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Ainda podia cheirar os assassinos que tinham feito isso.
A pior parte era que eles eram de uma aldeia não muito longe
dali. Uma aldeia que muitas vezes teve problemas com os
moradores daqui. Mas ainda assim, derramamento de sangue?

Fogo?
Os outros dragões tentaram dizer a ele que era inútil
intervir, mas eles não testemunharam o que ele testemunhou.
Eles não sabiam o que ele sabia.
Lucian concluiu amargamente que mesmo existindo
bons humanos, os humanos ruins estragariam isto para todo
o mundo, assim qualquer interferência era inútil.
Dentro dele, sentiu seu coração endurecer. O que uma
vez fora uma energia fluida pronta para curar e acalmar,
agora parecia gelado e seco. Ele soltou um longo suspiro e viu
agulhas de gelo no ar diante dele.

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Sorriu e escutou o vento, sentido sua direção. Então
deixou suas asas crescerem, sentiu a transição de volta para o
dragão azul gigante que ele era.
Asas cintilantes e brilhantes, tocadas pelo gelo. Um corpo

longo e gracioso e uma cabeça pontuda com olhos amarelo-
brilhantes. Nada como seus olhos em forma humana.
Ele flutuou para cima, batendo o ar ao redor dele, não se
importando com quem via como ele subia, mais alto,
tentando entender aqueles que tinham feito isso. Será que os
criminosos já voltaram para sua aldeia? O chão ainda estava
quente. Era pelo menos um dia de viagem dali para a aldeia
deles.
Não havia nada que ele pudesse fazer por Anna ou
qualquer outra pessoa com quem ele se importasse.

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Mas havia algo que ele poderia fazer para se sentir
melhor. Subiu através das nuvens até que ele viu o bando de
criminosos andando pela estrada de volta para aldeia deles.
Ligeiramente chamuscados, ainda carregando tochas e

armas. E então ouviu a coisa mais horrível de todas. Risos.
Eles estavam comemorando.
Havia destruído as vidas dos poucos humanos com quem
Luc se importava, desperdiçando anos de estudo, anos de
interferência, e eles estavam rindo.
Ele mergulhou na direção deles, congelando o resto de
seu coração, pronto para liberar o sopro mortal.

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1
Dias atuais.
— O que devemos fazer? —Erin perguntou a Zach
enquanto ambos observavam Lucien em sua típica atividade
diária. — Ele está assim há dias.
Zach cruzou os braços e olhou para a versão humana do
dragão que ele mais admirava em sua antiga vida.
Alguns diziam que Safira, ou Lucien, era um idiota
porque estava interessado em ajudar os humanos, enquanto

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outros estavam mais interessados em pilhar e armazenar
tesouros.
Mas Zach sempre achou que precisava ser corajoso para
seguir seu próprio caminho, assim como Luc fez. Mesmo que
Zach tivesse pensado que os humanos não valiam a pena
salvar. Agora, porém, com o braço ao redor de sua
companheira, felizmente se ajustando ao seu lugar no
mundo, ele sabia melhor. E isso o fez respeitar o outro dragão
ainda mais.
O problema era que, em algum momento, Lucien havia
mudado. Ele sempre tinha sido compassivo, compartilhava
longas noites discutindo com Zach sobre os problemas com
os humanos, mas, de repente, tudo tinha virado de cabeça
para baixo antes que eles tivessem ido dormir profundamente.

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O Safira que Zach via diante dele não era nada como o
homem que conhecia antigamente. Frio. Fechado. Ainda
bonito, como todos os dragões eram. Ainda alto e forte,
provavelmente com alguns de seus poderes consideráveis,

mesmo com a corrente grossa em volta do pescoço,
garantindo que ele não pudesse tomar a sua forma completa
de dragão.
Mas, além de sua aparência exterior, seu cabelo loiro,
seus olhos surpreendentes que continham todos os tons de
azul, sua grande constituição, nada mais era o mesmo.
— Luc, você tem que sair, —disse Zach, chutando as
costas da cadeira de Luc para chamar a atenção do outro
homem. Luc tinha se sentado em uma grande poltrona, de
frente para a janela. — A Oráculo o mandou aqui para eu te
ajudar, e não vou deixá-lo se lamentar mais.

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— Isso não é de sua conta, é? —Luc disse em voz baixa.
— Você precisa sair e conhecer humanos. Não é bom
ficar sozinho.
— Humanos são uma merda, —Luc murmurou, nem

mesmo olhando para eles.
— Ei, —protestou Erin.
Luc deu de ombros. — Desculpa.
Zach e Erin compartilharam um olhar preocupado, sem
saber o que fazer, quando ouviram um silencioso miado e Bo
caminhando entre suas pernas, indo direto para o convidado
da casa.
Erin estava prestes a pará-lo, mas Zach estendeu a mão,
pedindo silenciosamente para ela deixá-lo, e ambos assistiram
o pequeno gatinho preto andar desajeitadamente para se

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sentar na frente de Luc e olhar para ele com curiosos olhos
amarelos.
Bo era uma irresistível bola de pêlo no que dizia respeito
a Zach. Ninguém poderia dizer não para ele, ninguém podia

ignorar um gatinho tão fofo. Mas quando Bo colocou uma
pata em cima do pé de Luc e ele não respondeu, Zach se
perguntou o que estava realmente errado com seu amigo.
O poder de Bo finalmente ganhou quando Luc
lentamente acariciou sua perna, sinalizando para o gato
pular, o que ele fez, ronronando.
Zach sorriu quando sentiu a energia na sala suavizar
ligeiramente. Ele podia ver a mão de Luc movendo-se
suavemente sobre as costas do gatinho, fazendo-o arquear.
Então por cima do rosto e orelhas. Bo rolou para o lado,

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marcando Luc com as bochechas, e depois se enrolou em
uma bola confortável.
Zach ouviu um suspiro vindo da direção de Luc. Então
ele teve uma ideia. Andou para frente, apoiando-se no peitoril

da janela e encarando Luc, que não prestou atenção nele. —
Por que não vamos ao abrigo? Conseguir um desse para você?
Luc levantou Bo pela nuca. — Um como este?
— Sim, —disse Zach. — Coloque-o para baixo.
Luc fez, gentilmente, e Bo se aconchegou novamente.
— Ele gosta de você, —disse Erin.
Luc encolheu os ombros, mas por mais que ele tentasse
parecer indiferente, Zach sentiu que a ideia o intrigou. Se ele
não queria sair pelo mundo e insistia em ficar sozinho, talvez

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não fosse uma má ideia conseguir um companheiro peludo
para ele. Talvez derreta seu coração gelado um pouco.
— Eu ouvi isso, —Luc murmurou.
Zach apenas riu. — Pensei que você não estava

interessado em ler mentes.
Luc encolheu os ombros. — Mentes humanas são fáceis
de ignorar. Pensamentos de dragão são como gritos.
— Talvez você esteja recuperando um pouco de sua
empatia e cura.
Luc não respondeu.
Mesmo o sentimento em torno de Luc não era o mesmo
de antes. Estar perto de seu amigo sempre tinha sido
calmante, curativo, caloroso, com exceção quando ele estava

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com raiva de algo. Nesses momentos se tornava frio. Mas isso
sempre foi temporário.
Agora, Luc parecia permanentemente gelado, pelo
menos por dentro.

— Pare de pensar em mim, —disse Luc. — Não preciso
de sua pena. Só preciso voltar a dormir. Se ela devolvesse
meus poderes, eu voltaria ao gelo.
Zach sacudiu a cabeça. — Se você desse uma chance ao
mundo, talvez não quisesse mais voltar a dormir.
Luc ficou em silêncio novamente, e o ronronar de Bo era
o barulho mais alto na sala silenciosa. — Então, você disse
que eu poderia encontrar um desses? Se eu for a esse tal de
abrigo?
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— Sim, —disse Zach. — Erin e eu iremos com você. Se
resolveu ficar nessa tristeza, pode pelo menos ter algo para
empolgá-lo. —Ele estreitou os olhos. — E Bo é meu.
Luc gentilmente colocou o gatinho no chão para que ele

pudesse se aproximar de Zach e esfregar contra as pernas
dele, entrando e saindo delas.
Zach sorriu e levantou Bo em seus braços, pressionando
sua bochecha contra seu pêlo macio. — Bem, vamos pegar
um para você. Nenhum será tão legal quanto o meu, mas ...
— Zach. —Erin interrompeu quando Luc se levantou e
se espreguiçou, parecendo apático sobre a vida como de
costume. — Outra hora.
— Certo, —disse Zach. — Para o abrigo.

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Lucien
ainda se sentia morto por dentro enquanto
caminhavam para o abrigo, era assim que se sentia desde
quando acordara.
No início, se empolgou um pouco enquanto se
acostumava com as novidades tecnológicas. Mas isso logo
desapareceu quando percebeu que, comparado à magia de
dragão, nada era tão surpreendente. Ainda estava
aprendendo toda essa coisa de internet, mas não achou até
agora muita utilidade nela.

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Não estava também ansioso para descobrir sua utilidade,
já que esperava, a qualquer momento, a Oráculo desistir dele
e colocá-lo de volta para dormir.
No passado tentou ajudar os humanos. Brigou por isso

com outros dragões. Foi um defensor da compaixão e da
ajuda.
E veja onde isso o levou.
Congelado por dentro e por fora.
O abrigo era um pequeno prédio, tinha uma placa na
frente com as imagens de um gato e um cachorro. Animais
que não eram muito diferentes dele de quando se sentia vivo.
Nunca gostou particularmente de animais,
principalmente porque não estava perto de muitos deles, mas

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se Bo fosse alguma indicação, eles tinham muito a ensinar as
pessoas no departamento de caráter.
Sentiu-se um pouco nervoso enquanto seguia Erin e Zach
até as portas duplas que levavam ao prédio. Havia uma

pequena, mas limpa sala de espera com um balcão separando
a recepção e o escritório do espaço onde as pessoas
aguardavam.
Ele se sentou em um dos bancos duros enquanto Zach e
Erin conversavam com a pessoa na recepção.
Não tinha interesse em conversar com nenhum humano
e esperaria o momento que estivessem prontos para lhe
mostrar os animais de estimação. Pelo menos, o desejo de
conhecer esses animais tornava seu tempo aqui um pouco
mais suportável.
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Mas assim que se acomodou na cadeira, pensando em
suas próprias angustias, sentiu uma onda de dor passar
através dele.
Olhou para cima, procurando ao redor da sala. Não

encontrou ninguém em visível aflição. Mas desde que se feriu
profundamente, a muito tempo atrás, havia erguido paredes
em volta do coração.
Havia percebido há muito tempo que precisava aprender
ignorar as dores alheias. Porque quando não ignorou, acabou
não dando muito certo no final.
Mas, por algum motivo, a dor dessa pessoa estava
chegando a ele.
Fechando sua mente, enfiou as mãos nos bolsos e
caminhou até a recepção para se juntar a Erin e Zach.

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Uma mulher curvilínea de fala suave, com longos cabelos
escuros e olhos cinza-claros, que quase pareciam roxos
quando captaram a luz, deu-lhe um sorriso gentil.
— Este é o adotante? —Ela perguntou a Erin e Zach.

Os dois assentiram, cautelosos, mas não precisavam ter
sido. Luc sabia como ser educado.
Ele não era um monstro.
— Estou à procura de um animal de estimação, —disse
Luc. Mas ele não estava realmente pensando sobre isso.
Em vez disso, estava se perguntando se essa mulher
poderia ser a fonte que lhe enviara a dor.
Não sentia a dor nesse momento, enquanto ela lhes
entregava a papelada e continuava sorrindo e conversando.

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Mas mesmo assim se preparou, sabendo que poderia senti-la
novamente.
Olhou para as outras duas mulheres no abrigo. Uma ao
telefone, discutindo com alguém sobre uma conta, outra

ocupada no computador.
Ele sentiu outra onda de dor quando a mulher falando
com eles se levantou e saiu para se juntar a eles através de
uma porta lateral. Um sorriso agradável iluminou seu rosto
enquanto ela acenava para eles seguirem.
— Vamos conhecer os animais, —disse ela, virando-se e
começou a caminhar puxando um pouco a perna.
Ele estava pronto e desta vez fechou sua mente, evitando
sentir a dor. Agora que tinha certeza de onde estava vindo,
não precisava aguentar.

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Sabia que alguém precisava de cura, mas também sabia
que não podia fazer mais isso.
O que o desconcertou foi a maneira fácil com que ela
falava, como ela escondia o que sentia, o quão agradável

permanecia enquanto andava lentamente pelas fileiras das
gaiolas de animais, explicando como cada um era especial e
que tipos de donos apropriados cada um precisava.
Ela parou e olhou para ele, esperando por sua entrada, e
ele aproveitou o tempo para realmente olhá-la.
Ela era baixa e cheia de curvas, com o tipo de figura que
homens e dragões adoravam na sua antiga vida. Tudo nela
era suave, dos braços até os ombros arredondados, o
estômago e os quadris curvos. Estava usando um suéter cinza
claro que se ajustava em seu corpo, a cor destacava seus
olhos. Junto com calças pretas confortáveis que

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provavelmente tornavam mais fácil lidar com o tipo de lesão
que ela tinha.
Observando-a estremecer de dor enquanto se dirigia a
uma gaiola para mostrar-lhes outra opção, ele quis seus

poderes de volta. Agora.
Qualquer que fosse sua dor, queria acabar com ela.
Era estranho que essa mulher o fizesse sentir isso de
novo.
Ele passou por Erin e Zach, que estavam observando um
gatinho, e caminhou até as gaiolas do outro lado.
Um gato em particular estava sentado em uma gaiola sem
ninguém ao seu redor. Ele não tinha pêlos, apenas uma leve
camada de penugem em seu corpo branco e rosado, olhos

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azuis enormes e curiosos, orelhas gigantes desproporcionais
a sua pequena face graciosa e corpo comprido.
Mas mesmo com um olhar superficial, Luc sabia que algo
estava errado. O gato não estava agindo como os outros.

— Conte-me sobre este, —disse ele sem rodeios, parando
em frente à caixa.
A garota que estava ajudando-os se aproximou. — Você
poderia dizer por favor, —disse ela.
Ele se virou para ela em choque, e descobriu que ela
estava brincando. — Oh.
— Meu nome é Hallie. Conheço seus amigos, mas como
é o seu animal de estimação que estamos escolhendo,
também preciso saber mais sobre você.

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Ele enfiou as mãos nos bolsos. — Gostei deste aqui. —
Ele mentiu. Não era que ele gostou realmente do gato, na
verdade, Luc só sentiu que algo estava errado. Ele teve pena
dele.
— Oh, —ela disse, seu rosto incapaz de cobrir um tom de
tristeza quando estendeu a mão para tocar a gaiola, deixando
o gato cheirar sua mão cautelosamente. — Ele não está
disponível para adoção.
— Por que não? —Luc perguntou, olhando mais de
perto.
Ela soltou um suspiro e abriu a gaiola, deixando a
criatura magra rastejar em seus braços. Imediatamente, rolou
de costas e ronronou. — Sphynx são diferentes, não são?
Sphynx, ou gato pelado canadense, é uma raça de gatos originária do Canadá, e que é conhecida por não
possuir pêlos. O gene responsável pela sua nudez é a alopécia hereditária e é recessivo. E uma raça exótica de gatos.
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— São feios, —disse Zach, e Erin bateu no braço dele.
— Pois acho eles muito interessantes, —disse Erin.
Luc achou que Hallie era interessante. O jeito que ela
fazia os animais relaxarem em êxtase, como o gato

ronronando na frente dele.
Por um segundo, queria ser o único a relaxar em êxtase
em seus braços. O pensamento quase o fez pular para trás e
isso era muito estranho.
Ele nunca teve um pensamento assim sobre uma humana
em toda a sua vida. Talvez uma shifter ou outra
ocasionalmente em sua antiga vida, mas nunca uma humana.
Piscou e tentou entrar em sintonia com o que ela estava
dizendo quando levantou uma das pernas do gato, mostrando
uma protuberância grotesca. Olhou de volta para ela, seu

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nariz e lábios carnudos que franziram enquanto olhava para
ele.
— Ele tem câncer, —explicou. — Infelizmente, um tipo
agressivo que não responde bem ao tratamento. No caso dele,

descobrimos que o câncer já se espalhou e não pode ser
removido por meio de cirurgia. —Ela suspirou. — É uma
reação rara a imunizações. Garotinho azarado. —Ela o
colocou de volta.
— Então o que vai acontecer com ele? —Zach perguntou,
franzindo a testa.
— Ele não está muito desconfortável, vamos continuar
tentando dar o máximo de conforto e amenizar a sua dor, e
então quando isso não for mais possível o ajudaremos a
partir.
— Você quer dizer matá-lo? —Luc perguntou, chocado.

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— Sim, —ela disse categoricamente.
Luc estava confuso. Ele não podia imaginar essa mulher
angelical matando alguém.
Ela se voltou para o gato com olhos suaves. — Damos a

eles a melhor vida que podemos e depois os ajudamos ir de
forma mais tranquila possível. É o nosso último presente.
Luc sentiu outra onda de atração em direção a Hallie.
Não era apenas o rosto bonito dela ou o corpo bonito. Era o
espírito que emanava dela. Cuidadora e valente.
Corajosa de verdade.
Ugh, aqui estava ele se envolvendo com humanos novamente.
Talvez isso tenha sido uma má ideia.
Luc se virou para fugir, mas algo o deteve. Talvez fosse o
ronronar do gato que abruptamente parou quando ele se

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afastou. Talvez tenha sido o pensamento de não ver aquela
bela dama de olhos cinzentos novamente. Mas ele não podia
simplesmente ir embora.
E então notou uma placa na parede:

Precisa-se de
Voluntários.
Humm.
— Então ele não pode ser adotado? —Erin perguntou
tristemente. — Só para dar-lhe algum lugar confortável?
— Eu não sei, —disse Hallie. — É contra a política,
simplesmente porque precisamos ser capazes de tratá-lo.
Tanto quanto pudermos.
Luc foi até o gato e o bichinho começou a ronronar de
novo. Ele levantou uma sobrancelha e levantou a mão para

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acariciar ao longo de sua cabeça, e os olhos do gato se
fecharam em alívio.
Talvez ele ainda tivesse um pouco de seu poder depois de
tudo. Examinou o tumor na perna. Talvez com o tempo ...

— O que significa voluntário? —Luc perguntou,
apontando para a placa.
Hallie, que estava olhando para ele com uma expressão
estranha enquanto ele acariciava o gato em seus braços,
voltou a atenção. — Oh, certo. Significa pessoas que vem até
aqui e ajudam com tudo ao redor no abrigo. Ajudam a cuidar
dos animais.
Ela mordeu o lábio. — Sem pagamento.
— Interessante, —disse ele. Talvez isso permitisse que
ficasse um pouco mais perto do gato. Talvez se ele pudesse

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ajudar o animal isso preencheria alguma coisa dentro dele. O
vazio estava matando-o. Ser capaz de curar novamente iria
acalmar sua alma. Isso se ele fosse capaz de fazer com seus
poderes contidos.
Luc olhou para Hallie. Precisava ter cuidado com os
humanos. Não poderia se envolver com eles. Se começasse a
curar novamente, se envolvendo de novo, tudo iria dar
errado. Era melhor voltar a dormir antes que isso pudesse
acontecer.
Mas talvez pudesse ajudar o gato primeiro. Talvez
pudesse ajudar a humana um pouco também.
— Qual é o nome dele? —Luc perguntou.
— Bastien, —disse ela, inclinando a cabeça.
— E se eu for voluntário aqui, poderei vê-lo?

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Ela assentiu.
Seu perfume flutuou em direção a ele, violetas e baunilha.
Calmante e suave.
Seria tão ruim se aproximar de apenas mais um ser humano?

Só por um tempinho?
— Vou aceitar o trabalho.

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2
H allie piscou em choque. Homens como este não vinham
aqui todos os dias. Na verdade, o único que ela tinha visto tão
bonito assim era Zach, o cara de cabelos escuros que trouxe
o amigo para cá.
Mas, além do tamanho e do relativo entusiasmo, os dois
eram diferentes como dia e noite.
O cabelo desse homem era um loiro escuro, dourado com
alguns fios brancos, e suas feições eram classicamente belas,

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maxilares duros, maçãs do rosto definidas, lábios grossos e
sobrancelhas grossas e arqueadas.
Ele continuava a distraí-la com seus olhos que eram de
todas as cores de safira, da cor azul meia-noite na borda

externa até um azul caribe brilhante no centro, contrastando
suas pupilas que mudavam de cor, como tinta na água.
Mas havia algo naqueles olhos que a atingiu mais que as
cores. Solidão. Talvez algo ainda pior.
Ele olhava para ela, fazendo Bastien ronronar e relaxar
quando o gato nunca esteve à vontade com ninguém além
dela, e percebeu meio chocada que o homem excêntrico pedia
para ser voluntário.
Azul meia-noite.
Azul caribe.
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— Espere, —disse ela, embora a ideia de trabalhar ao
lado de um cara como esse por algumas horas por semana
parecesse um sonho tornando-se realidade. — Preciso saber
sua experiência. Vou precisar de uma verificação de

antecedentes.
Ele franziu a testa. — Posso conseguir, mas como você
não está me pagando, é realmente necessário?
Zach apareceu atrás dele e caminhou conspiratório em
direção a Hallie. — Você acha que poderíamos abrir mão
desses antecedentes? Ele está passando por um momento
difícil, fez uma grande viagem internacional, está se mudando
para aqui e suas coisas estão por toda parte.
— Você tem alguma experiência com animais? —Ela
perguntou.
Ele encolheu os ombros.

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— Você vai ter que me dizer mais do que isso. —Ela
franziu a testa.
— Eu ... sou um aprendiz rápido, —ele disse baixinho.
— E gosto de animais.
Ela engoliu em seco. Era contra as regras do abrigo, mas,
estranhamente, tinha um bom pressentimento sobre esse cara.
E o abrigo precisava de mãos extras. A ajuda gratuita com
esses tipos de músculos não batia na porta todos os dias. Ele
seria muito útil para mover caixas pesadas de ração, gaiolas
... e seria também um colírio para os olhos.
Ela se virou para colocar Bastien de volta na gaiola,
escondendo seu rubor. Há muito tempo havia parado de
pensar no amor, muito menos com um cara que parecia mais
adequado para enfeitar uma tela de cinema, do que fazer
trabalhos manuais em torno de seu abrigo.

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Ainda podia sentir o formigamento em seu corpo de
quando ele estava muito perto dela, tocando Bastien e
invadindo seu espaço sem perceber. Com a dor quase
constante que sentia, era raro ter algo que conseguisse distraí-
la por um momento.
Mas ele fez exatamente isso. Era só porque era um homem
muito bonito que seu corpo enlouqueceu? Ou havia realmente algum
tipo de presença calmante emanando dele?
Não tinha certeza. Não tinha muita experiência com
caras bonitos. Passava todos os seus dias trabalhando e, à
noite, estava exausta e cansada de lidar com as pessoas e só
queria estar em casa aconchegando seus gatos.
Mas uma coisa tinha certeza, havia algo estranho sobre
esse cara. Algo que a fez querer conhecer mais dele.
Literalmente, pensou, corando novamente.

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Olhou para cima e o viu observando-a atentamente. Ele
não olhava para ela como qualquer outro cara fazia.
Frequentemente, as pessoas faziam comentários sobre seu
peso ou zombavam dela ou a ignoravam completamente. Eles

não tinham ideia de como sua vida tinha sido. O que ela lutou
ou superou.
Tudo o que viam era uma mulher gordinha que podiam
julgar.
Hallie gostava de seu corpo. Se sentia bem e agradecida
por isso, e não mudaria por nada. Tudo o que ela mudaria, se
pudesse, era o olhar crítico nos olhos das pessoas que dizia
que havia algo errado com ela.
Mas o homem bonito na frente dela não tinha esse olhar
em seus olhos. Na verdade, se ela não estivesse imaginando,
poderia jurar que viu seus olhos varrerem sobre ela,

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checando-a, e um leve aceno de cabeça. Isso era uma idiotice.
Estava sonhando acordada. Por que um homem, tirado de um
filme de super-heróis, com os olhos mais lindos que já viu, estaria
olhando para ela?

Respirou fundo e decidiu-se. Iria contratá-lo, que se dane
as consequências. Duvidava que Patty ou Jenna tivessem
algum problema com o novo voluntário quando pusessem os
olhos nele.
Uma pontada desagradável de ciúmes passou por ela
naquele momento. A necessidade de protegê-lo de qualquer
olhar, exceto do dela.
Que coisa ridícula. Nenhum homem na terra parecia ter
menos necessidade de proteção do que ele. Ainda assim,
havia algo vulnerável sobre ele. Quase ferido.
Ela mordeu o lábio. — Quando você quer começar?

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— Vou poder cuidar de Bastien? —Ele perguntou.
— Claro, —ela disse, ainda tocada do quanto ele se
apegou ao gatinho que ninguém havia dado uma segunda
olhada.
— E se ele melhorar, poderei adotá-lo? —Ele perguntou,
olhos azuis esperançosos.
Uma pedra se formou em seu estômago. A última coisa
que queria era que esse homem se apegasse quando não havia
esperança. Não era uma questão de ‘se’ para Bastien, era
apenas uma questão de ‘quando’.
— Ele não vai melhorar, —ela disse baixinho. — Mas
tenho certeza que Bastien poderia ter um amigo.
O homem alto inclinou a cabeça pensativamente, mas
não pareceu realmente se convencer disso.

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— Injeção no local do sarcoma seria agressivo, —disse ela.
— Eu sinto muito. Quero que você trabalhe aqui, mas não
quero que tenha esperanças.
Ele suspirou quando se endireitou. — Tive esperanças

piores antes.
O que ele quis dizer?
Erin, a gentil e delicada esposa de Zach, sorriu para
Hallie. — Ele é estranho, mas acho que pode confiar nele.
Hallie riu. — Você acha?
Erin assentiu. — Quero dizer, ninguém conhece
realmente alguém.
Tumor maligno, formado pela proliferação de células mesodérmicas; neoplasma maligno de tecido conjuntivo que
pode ocorrer em músculo, osso etc.
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Hallie virou-se para o homem gigante e bateu no braço
dele. Um choque elétrico se espalhou entre eles, e ele levantou
uma sobrancelha, franzindo os lábios perfeitos ao contato.
Ela se afastou. — Eu nem sei seu nome, —ela disse. — E

vamos ter que pelo menos preencher um requerimento. Bem,
pode levar para casa e trazer de volta com você.
— Meu nome é Luc, —ele disse categoricamente.
Ela os levou de volta para o escritório da frente e pegou
um envelope de uma gaveta. Quando foi entregar para ele,
poderia jurar que os seus dedos demoraram um pouco sobre
os dela. Apenas uma ligeira hesitação.
— Você pode começar amanhã, —disse ela, lutando para
falar quando sua garganta ficou seca sobre o quão bonito ele
era. Sobre a percepção de que ele estava realmente indo
trabalhar com ela.

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— E você vai estar aqui? —Ele perguntou, colocando o
envelope dobrado no bolso.
Seus olhos se arregalaram. — Sim.
— Bom, —ele disse. E então saiu com seus amigos,

parando apenas para olhar por cima do ombro e dar uma
piscada curta. Tão rápido que ela poderia ter perdido isso.
Santo inferno. Este deus loiro ambulante estava realmente de
olho nela?
Mesmo que Luc dissesse a si mesmo que voltaria para o
abrigo por causa do pequeno gato sem pêlos, os olhos

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cinzentos de Hallie eram a principal coisa em sua mente
enquanto se preparava para o primeiro dia de trabalho.
Zach e Erin ficaram surpresos com a decisão impetuosa
de se candidatar, mas estavam ansiosos para tirá-lo de casa.

Ele tocou a corrente em volta do pescoço, sentindo o
metal frio ali.
Talvez fosse bom que seu dragão estivesse preso. Se não
estivesse, provavelmente já estaria em apuros. Ficando
envolvido demais. Por enquanto, poderia conhecer humanos
e estar no mundo deles sem se preocupar o fato de os dois
lados de seus poderes de dragão surgirem.
Um lado, poderia ser caloroso, carinhoso, reconfortante.
Capaz de curar e fazer chover. Mas o outro lado, aquele que
ele sentia muito mais perto da superfície desde quando

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acordou, era devastador, com explosões de gelo. Pele dura.
Projéteis congelados. Nevascas.
Esses dois lados devem ficar escondidos por enquanto.
Talvez enterrados pelo resto de seus dias.

É irônico que Zach tenha sido aquele que conseguiu se
adaptar no mundo humano e aquele que os convenceu a
continuar o experimento, acordando Luc. Já que Zach nunca
se importou com humanos na antiga vida deles.
Apesar de que nunca os matou também.
E isso era algo que Luc jamais poderia contar a alguém.
A vergonha passou por ele enquanto amarrava uma
gravata sobre a camisa que encontrara no armário de Zach.
Ele não tinha certeza sobre o código de vestimenta, mas

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queria parecer legal ao ver Hallie novamente, então procurou
as roupas mais bonitas.
— Isso é um exagero, —disse Zach, encostado na porta
com uma carranca.

— Eu não me importo, —disse Luc. — Estou indo
trabalhar lá pelo gato.
— Certo, o gato, —disse Zach, levantando uma
sobrancelha com um sorriso arrogante. — Claro. —Ele se
endireitou, caminhou até a cômoda e puxou um conjunto
diferente de roupas, ainda com etiquetas. — Aqui, tente isso.
Você vai se encaixar melhor.
Luc relutantemente mudou para uma camisa azul clara e
jeans escuro e suspirou com o quão casual parecia. Nunca se
acostumaria com roupas modernas.

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— Melhor? —Ele perguntou.
— Sim, —respondeu Zach, entrando no quarto para
olhá-lo. — O 'gato' ficará satisfeito. E qualquer outra pessoa
que você estiver de olho ... —Ele levantou uma sobrancelha

questionadora.
— Não sei do que está falando, —Luc disse bruscamente,
mexendo com seu cabelo, que insistia em ficar em todas as
direções.
— Você está ótimo, —disse Zach, balançando a cabeça.
— Pare de se preocupar.
Luc parou abruptamente. — Você está aqui por um
motivo?
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— Só para ter certeza de que não acabe parecendo ou
agindo de maneira estúpida no mundo humano, quando não
estarei lá para supervisioná-lo.
— Ninguém estava por perto para supervisioná-lo, —

disse Luc categoricamente.
— Erin estava. —Zach sorriu. — Eu tive sorte.
— Sim, você teve. —Luc concordou. — Mas estou bem
sozinho. Estou sozinho há muito tempo.
— O problema é que não estará realmente sozinho por
mais tempo, não é? —Perguntou Zach, com um olhar
conhecedor nos olhos.
O estômago de Luc se torceu ligeiramente. — Do que
está falando?
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— Você sabe muito bem do que estou falando. A pequena
recepcionista que você estava de olho.
— Estava de olho? —Ele perguntou.
Zach suspirou. — Comendo-a com os olhos. Fodendo-a

com os olhos.
— Eu imploro seu perdão, mas continuo sem entender —
disse Luc, perturbado.
— Você encontrou uma humana que gostou, —disse
Zach, cutucando-o com um ombro. — Isso é bom para você.
— Não importa se eu gostei dela, —disse Luc. —
Humanas não são para acasalar.
Zach franziu a testa. — E quanto a mim?
Luc mexeu na corrente. — Você parece estar fazendo o
trabalho impossível. O qual é o epítome da ironia,

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considerando o fato de que você odiava a espécie humana não
muito tempo atrás.
— O mundo é diferente agora, —disse Zach. — Dê uma
chance.
Os olhos de Luc se voltaram para a TV, que divulgava
outro tiroteio. Sempre outro tiro, outro fogo, outra luta, outra
guerra. — Não parece tão diferente para mim.
— E você também está diferente, —comentou Zach. —
Talvez não para melhor, mas está definitivamente diferente.
Zach deu um tapa na nuca de Luc e o homem alto deu
um salto para trás e olhou para ele. — Por que fez isso?
— Para acordá-lo, —disse Zach, caminhando pela porta
com as mãos atrás da cabeça. — Agora vá buscar sua
companheira.
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Luc sacudiu o pensamento de sua cabeça. Ele não iria se
envolver com a humana. Claro, podia admirar Hallie,
desfrutar de sua companhia, mas era só isso. Qualquer coisa
além disso significava desastre.

Ainda assim, uma parte desconfortável dele se
perguntou, se ela não era sua companheira, por que ele se
sentia tão obcecado em vê-la novamente?
Nunca se sentiu assim sobre qualquer criatura. E olhando
para Zach, talvez a expectativa neste novo mundo fosse que
os dragões se acasalassem com parceiras humanas. Algo que
nunca teria sido considerado em sua antiga vida.
Ele sabia que se fosse possível escolher uma
companheira, alguém como Hallie seria seu tipo. De
preferência a própria Hallie.

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Mas, além de sua bondade, ele não via nenhum sinal de
reciprocidade em relação a atração que ele sentia por ela. Ela
só lhe deu um sorriso e logo desviou os olhos. Era uma pena,
porque ele queria que ela o olhasse diretamente.

H allie olhou para o relógio na parede acima de sua mesa.
Era um relógio que tinha uma imagem de um gato e uma das

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pequenas patas dele era o ponteiro dos segundo que se movia
a cada tic-tac.
Dois minutos para as nove. Luc estaria atrasado? Será que
viria? Será que seus amigos o convenceram de que ele realmente não
precisava ser voluntário em um abrigo quando podia entrar em
qualquer agência e conseguir um contrato de modelo?
Suspirou e distraidamente virou o celular na mão.
— Quando é que o novo voluntário chega? —Patty
perguntou apressadamente. — Não acredito que você
contratou outra pessoa sem nos perguntar primeiro. Todos
nós devemos concordar. —Patty era uma mulher negra com
cabelos cacheados e olhos escuros. Ela também era gordinha,
como Hallie, e tinha uma personalidade brilhante quando
não estava estressada com o trabalho, o que acontecia a maior
parte do tempo.
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Jenna, que trabalhava lá há mais tempo, estava de folga
hoje, o que provavelmente era melhor assim. Ela não gostava
muito de rapazes, embora Hallie não tivesse certeza se
gostava de garotas também, e Jenna só faria o dia de Lucien

mais embaraçoso.
Ele tinha aquele olhar etéreo, quase como se não fosse
deste mundo e precisasse ser protegido, apesar de sua altura e
a sensação de poder irradiando dele. Ainda assim, Hallie
sabia melhor que a maioria, que as pessoas eram mais do que
apenas suas aparências.
A porta do abrigo apitou quando a sombra alta de um
homem bloqueou a luz brilhante da manhã que entrava pela
porta.
— Deve ser ele, —disse Patty.

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Hallie levantou a mão. Os três segundos que Luc levou
para percorrer o segundo conjunto de portas e para a luz
fluorescente onde ela podia vê-lo, foram os mais longos de
sua vida.
— Santo Moisés, —soltou Patty, passando a mão pelos
cabelos e recostando-se na cadeira, fazendo-a ranger. — O
que diabos ele está fazendo aqui?
Hallie mordeu o lábio, lutando contra sua própria reação
quando uma onda de atração passou por ela. — Ele realmente
gosta de um dos gatos.
— Gostoso desse jeito e ainda adora animais? Meu
senhor. —Patty se abanou e Hallie se levantou e deu uma
volta no balcão para cumprimentá-lo.
Mais uma vez, ela ficou impressionada com o quão
impossivelmente alto ele era. Intimidante, embora a

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expressão em seu rosto, incrivelmente bonito, fosse quase
neutra. Os ângulos de suas maçãs do rosto, mandíbula e nariz
pareciam desenhados por alguém que tentava desenhar a
mais bela aparência masculina possível.

Seus olhos surpreendentes pareciam com a camisa azul
que ele usava. Uma camisa que roçava os músculos
volumosos de seu corpo alto, deixando-a com água na boca.
Apreciava homens bonitos, quando via um, é claro, mas
nunca teve uma reação como essa.
Enxugou as palmas suadas na saia antes de estender a
mão para ele cumprimentar. Luc segurou a mão dela,
demorando por um momento, encarando-a com uma
expressão ilegível.
De repente sua expressão mudou, os olhos azuis
tornaram-se temperamentais. Aquecidos. Desejosos.

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Será possível?
Ela se afastou, e ele a soltou, inclinando a cabeça em
confusão, parecendo que tentava entender o que havia feito
de errado.
— Você recuou, —disse ele. — Eu estava machucando-
a?
— Não, —disse ela. Na verdade, sentiu-se bem em tocá-
lo, como se algo quente e reconfortante estivesse fluindo
através dela. Mas tinha sido muito intenso, e achou que suas
pernas iriam despencar, se ele continuasse olhando-a com
esses olhos azuis flamejantes por mais tempo.
Olhou para baixo, ajustando suas roupas e quando seus
olhos começaram a subir novamente, deslizaram pela
imagem dele a sua frente, pelas suas pernas compridas, pelos
músculos largos e fortes ali que preenchiam seus jeans.

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Olhou para o seu rosto e viu um ligeiro sorriso curvando
os cantos de seus lábios carnudos. Hallie prendeu a
respiração. Era como ver o menor indício da luz do sol saindo
de trás de uma nuvem, podia até imaginar o quão bonito seria

se todos os raios pudessem atravessá-la.
Mas tão rápido que esse sorriso apareceu, da mesma
forma foi embora, escondido atrás de uma máscara bonita de
indiferença mais uma vez.
— Então, por onde devo começar? —Ele perguntou.
Ela mordeu o lábio e cruzou os braços. Normalmente,
elas pediam aos novos voluntários que limpassem as gaiolas
para se acostumarem com o lugar. Mas será que se pedisse a esse
homem lindo, de aparência limpa, que parecia nunca ter sujado as
mãos em sua vida, ele fugiria? Se isso acontecesse não seria
capaz de vê-lo novamente.

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Hallie nunca esteve tão intrigada por um ser humano em
sua vida como estava por Luc. Ainda assim, deveria tratá-lo
como qualquer outra pessoa. Talvez pudesse ajudá-lo com as
gaiolas e isso melhoraria a situação. Ou você está somente

arranjando uma desculpa para passar mais tempo com esse homem
tão cheiroso?
— Primeiro, limpamos as gaiolas.
— Garota, esse homem não precisa limpar nenhuma
gaiola! —Patty gritou, e Hallie sorriu enquanto levava Luc
para os fundos.
— Ignore-a, —disse ela quando Luc olhou curiosamente
por cima do ombro.
— Meu nome é Patty, —ela gritou. — E você é um
paraíso para os meu olhos!

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— Paraíso?
— Você não sabe o que é paraíso? —Hallie perguntou
quando abriu a porta para os fundos.
Luc segurou a porta para ela, dando-lhe uma sugestão de

seu cheiro picante enquanto atravessava, roçando seu corpo
e reprimindo um arrepio.
— Sim, sei o que é paraíso. Eu não sei é o porquê sou um
paraíso para os olhos dela.
— Ela só quis dizer que você é bonito.
Ele se sentou em um banco enquanto ela tirava os
suprimentos de limpeza de um armário. — Pensei que só as
mulheres eram bonitas.
— Alguns homens também, —disse ela, desviando os
olhos enquanto gesticulava para que ele a seguisse até o

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primeiro conjunto de gaiolas. Hallie gentilmente começou a
tirar os animais, colocando-os em uma área de espera
temporária onde eles podiam brincar enquanto limpava.
Ele se agachou ao lado deles, observando-os brincar. —

Eu não acho que há algo particularmente feminino em mim.
Ela deu-lhe um sorriso apaziguador. — Eu também não.
—Hallie pulverizou o interior da gaiola e começou a limpá-
lo. — Acho que algumas mulheres, quando usam essa
expressão, querem dizer que o cara tem boa aparência.
Atraente. Sexy.
Ela estava pulverizando novamente quando sentiu a
garrafa sair de suas mãos.
Olhou para cima e o viu abrindo uma outra gaiola a seu
lado e começou a limpá-la também.

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Então ele olhou para ela, olhos azuis inquisitivos. —
Você acha que tenho boa aparência? Atraente? Sexy? —Ele
sorriu enquanto repetia suas palavras, e ela sentiu borboletas
se agitarem em seu estômago.

Hallie riu nervosamente. — O que você acha?
Ele inclinou a cabeça. — Não sei. É por isso que estou
perguntando a você.
— É claro que acho você atraente, —ela disse, porque
não via motivo para mentir. Seria como dizer ao sol que não
era brilhante.
— Interessante, —disse ele. — Eu não fazia ideia.
— Você não fazia? —Ela perguntou.
— Claro que não. Eu não li sua mente. —Ele voltou a
esfregar a gaiola.
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Algo a incomodou, o jeito que ele disse essa palavras.
Quase como se ele estivesse dizendo que poderia ter lido a
mente dela se quisesse.
Um pequeno calafrio percorreu seus braços quando ela

começou a trabalhar em outra gaiola, removendo as
tigelinhas e a cama para limpá-las e colocá-las de volta depois.
— Então, hum ... —ela parou. Como alguém pergunta a um
homem bonito se ele podia ler mentes? Decidiu que estava sendo
idiota e resolveu esquecer o assunto.
— Então, de onde você é?
Luc olhou para ela, seus olhos azuis tão brilhantes no
centro e tão escuros nas bordas que eles se destacavam
incrivelmente em seu rosto. — De outro lugar.
— Ah, —ela disse enquanto ele se levantava e caminhava
até a jaula de Bastien, passando o dedo pela fechadura.

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— Você se importa se eu tirá-lo? —Ele perguntou.
— Claro que não. —Normalmente não seria hora de
intervalos, mas ele era um voluntário, e além disso, seria
interessante ver esse homem misterioso interagir com os

animais.
Hallie se sentou em um banco, deixando cair o pano em
um balde e se deixando descansar por um momento enquanto
observava Luc.
Ele abriu a gaiola cuidadosamente e, mais uma vez,
Bastien se iluminou como nunca fizera com ninguém além de
Hallie. O gracioso gato de aparência exótica entrou nos
braços de Luc e imediatamente ronronou, virando-se de
costas e esfregando a bochecha contra o braço de Luc.
Ela podia jurar que viu um leve sorriso no rosto de Luc
enquanto observava o gatinho se sentir confortável. Luc

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levantou a mão e acariciou as bochechas do gato, e os olhos
de Bastien se fecharam em alívio. Logo, o ronronar parou,
Bastien dormiu.
Hallie não podia acreditar no que estava vendo. Um dos

gatos mais rabugentos e mais nervosos do abrigo estava se
comportando como um perfeito gato de colo. Sem mencionar
que agia como se não estivesse sentido dor alguma. Eles
tentavam manter Bastien medicado, mas nunca conseguiram
dar alívio suficiente para fazê-lo relaxar como agora.
— Pronto, pronto, —Luc murmurou em voz baixa. — Se
sente melhor? —Ele acariciou a cabeça do gato. — Acho que
não perdi meu toque.
Ela caminhou para trás dele em silêncio, olhando para
Bastien. — Você tem magia, —disse ela. — Nunca vi Bastien
tão tranquilo assim.

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Luc apenas encolheu os ombros, sua atenção ainda no
gato enquanto ele fazia carinhos suaves em sua cabeça e
rosto, exatamente onde a maioria dos gatos gostavam de ser
tocados.
— Então, que outros poderes mágicos você tem? —Ela
perguntou, observando-o em diversão.
— Poderes mágicos? —Ele perguntou, sua mão
congelando no gato enquanto olhava para ela em confusão.
— Foi uma piada. —Ela se aproximou e o cutucou a
lateral do seu corpo. — Nossa, você precisa se animar.
— Animar, —ele disse com ceticismo. — Ando ouvindo
muito isso. Não tenho certeza de como posso ficar animado
com o mundo indo para o inferno.

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Ela olhou para ele surpresa. Que coisa sombria ouvir de
alguém que parecia ter tudo. Dinheiro, aparência, privilégio.
O que ele tem que reclamar?
Ainda assim, sabia por experiência própria que se podia

ter ferimentos em lugares que ninguém via.
— Mas há outras coisas para se animar, —disse ela. —
Dias ensolarados como hoje. Animais fofos sendo adotados.
—Ela estendeu a mão para acariciar um gato. — Pessoas
legais chegando para se voluntariar. —Ela espiou o relógio.
— Almoço gostoso em apenas algumas horas.
— Não é preciso muito para agradar a você, não é? —Ele
perguntou, divertido.
Ela balançou a cabeça. — Não. Eu sou uma pessoa muito
feliz. —Assim que terminou de dizer isso, uma pequena

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faísca de dor passou pelo seu corpo, reverberando pela sua
espinha. Lutou contra um estremecimento. A dor tinha
diminuído por algum motivo na noite passada e esta manhã,
então acabou não tomando alguns remédios.

Agora precisava ir buscá-los.
— Eu já volto, —disse ela, levantando-se com cuidado,
escondendo o seu mancar.
— Você está se sentindo bem? —Ele perguntou,
preocupado.
Ela olhou para Luc. Era estranho que perguntasse isso
agora, como se ele tivesse percebido a dor. Hallie era boa em
esconder sua dor. Ninguém nunca perguntou a ela sobre isso.

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Mas de alguma forma este homem viu através de sua
máscara. Estreitou os olhos. Talvez ele realmente pudesse ler
mentes?
— Estou bem, —disse ela, acenando com a mão. —

Fique aqui e continue o trabalho.
Não quis ser rude, mas não estava acostumada a ter
pessoas percebendo o seu desconforto. Sabia que isso era
bobagem, coisas da sua mente. Mas ele era a última pessoa
que ela queria um olhar de pena. Iria tomar seus
medicamentos, faria uma meditação rápida para relaxar e
diminuir os espasmos musculares, e então voltaria ao
trabalho.
Quis dizer o que disse a ele. Havia muitas coisas boas na
vida para se concentrar no negativo. Só esperava poder
mostrar essas coisas a ele.

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Livro 2
4
L uc estava ficando cada vez mais confuso sobre essa
humana, Hallie. Enquanto eles almoçavam, de frente um
para o outro na mesa, mais uma vez teve a sensação de que
ela não se preocupava com nada. Mas as ocasionais ondas de
dor vindo dela significavam que isso não era verdade.
Tinha que ser uma dor impressionante para conseguir
superar as altas barreiras que ele ergueu contra qualquer
empatia por alguém. Ou talvez estivesse sentindo porque

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estava começando a se conectar mais com ela. Sem
mencionar que estava atraído por ela.
Hoje, seu cabelo escuro estava preso em um rabo de
cavalo arrumado, deixando seu rosto bonito, em forma de

coração, em destaque e seus olhos grandes mais expressivos.
Ela usava uma camisa roxa clara que fazia seus olhos
cinzentos refletirem, jeans lilás de aparência suave que
abraçavam suas generosas curvas.
Enquanto ela comia seu sanduíche e tagarelava sobre
seus planos com o abrigo, eventos que queria realizar e várias
outras coisas, ele ansiava lhe perguntar sobre coisas mais
pessoais. Como o que aconteceu com ela e por que não estava
zangada com isso.
Mas talvez não seja ainda a hora certa para esse tipo de
pergunta.
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Hallie largou o sanduíche quando percebeu que ele não
estava comendo. Empurrou o sanduiche dele na sua direção,
ainda embrulhado em papel. — Ei, algo errado? Você não
está comendo.
Não, mas ele estava apreciando. Apreciando como ela
era linda e quanta luz e esperança ela irradiava. E isso estava
lentamente afetando a escuridão dentro dele, fazendo o gelo
parecer muito menos impenetrável.
— Você não fala muito, não é? —Ela perguntou.
Ele balançou a cabeça e começou a desembrulhar o
sanduíche. — Não tenho muito a dizer.
Ela inclinou a cabeça, fazendo seu cabelo castanho e
macio derramar-se sobre um ombro. Provavelmente não
tinha ideia de como isso era sexy. — Tenho certeza que tem,
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embora não tenho certeza se gostaria de ouvir. O que foi
aquilo de o mundo indo para o inferno?
Ele recostou-se na cadeira, dando uma mordida no
sanduíche enquanto pensava como iria responder. O

sanduíche era bom, embora ultimamente não achava mais a
comida gostosa.
Erin disse que isso era um sinal de depressão, mas ele não estava
deprimido, não é?
Apenas cansado do mundo.
— Você acha que não está? —Ele perguntou,
verdadeiramente curioso.
Ela descansou a bochecha na mão. — Eu acho que há
muitas coisas boas no mundo. Muitas boas pessoas. Gosto da
maioria das pessoas que conheço. Gosto de você.

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Ele assentiu. — Mas e a TV? As notícias?
— A TV costuma focar nas notícias ruins, —disse ela.
— Ainda assim, parece que há muito para se noticiar, —
disse ele.
— Talvez. —Ela suspirou. — Mas quanto pior o mundo
fica, mais importante é que as pessoas boas se esforcem e
lutem pelo o que é certo. Coisas ruins acontecendo são uma
razão para pessoas boas se tornarem atuantes, não enojadas.
Atuante. Como ele havia sido uma vez.
Hallie era uma humana. Claro que ela se sentiria assim
sobre sua raça. É claro que ela veria o mundo com óculos cor-
de-rosa. Não tinha visto o que os humanos podiam fazer com
outros humanos.
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— De qualquer forma, se você está tão sem esperança
sobre a vida, o que está fazendo aqui no abrigo? —Ela
perguntou. — Esse tipo de lugar é tão deprimente que a
maioria das pessoas não aguenta.

Ele olhou na direção do quarto dos fundos cheio de
gaiolas. — Quero ajudar Bastien.
— Viu? —Ela disse, colocando as mãos para cima. — É
o que eu quero dizer. Muitas pessoas permanecem engajadas
com o mundo pelo mesmo motivo que você se envolveu com
o abrigo. Porque há pessoas que amamos lá.
Amor. Lá estava a palavra. Se ele ficasse por perto tempo
suficiente, ela o amaria?
Talvez não, se ela descobrisse o que ele era. O que ele fez.
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— Você está com esse olhar novamente, —disse Hallie,
suas bochechas claras corando lindamente. — Não é a
primeira vez e eu não entendo o que esse olhar significa. Está
tentando me fazer sentir estranha? Sabe, garotas como eu não

estão acostumadas a serem admiradas por ...
Ele a cortou com um beijo, inclinando-se sobre a mesa.
Não sabia exatamente o que provocou isso. Talvez só
quisesse parar as palavras magoadas e hesitantes que saíam
de seus lábios. Talvez quisesse acabar com esse olhar
cauteloso em seus olhos. Ou talvez apenas sentisse de alguma
forma que ela o queria tanto quanto ele a queria.
A maneira como Hallie se derreteu no beijo e envolveu
seus braços ao redor dele certamente parecia dizer isso.

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Livro 2
Ele estendeu a mão para tocar o cabelo dela, puxando
alguns fios do rabo de cavalo. Era a coisa mais macia que ele
já sentiu. Sua pele seria ainda mais suave?
Hallie suspirou enquanto ele arrastava a mão até o

pescoço dela, esfregando o polegar levemente sobre seu pulso.
Ela era especial. Ele podia sentir ainda mais enquanto a
beijava, tocando-a. Precisava de cada vez mais dela. Mais e
mais. Não conseguia parar de olhá-la. Não conseguia parar
de tocá-la. Sentiu que estava além do seu controle e pela
primeira vez em sua vida isso era bom.
Ele aprofundou o beijo, separando seus lábios e
mergulhando dentro para prová-la, selando suas bocas juntas
em um abraço quente, enquanto sua outra mão subia para
cobrir seu rosto.

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Livro 2
O abrigo desapareceu, o mundo moderno desapareceu.
Havia apenas ele e a mulher mais bonita do mundo e essas
emoções entre eles que não faziam sentido algum.
Quando se afastou, olhando em seus olhos cinzentos

atordoados, sentiu como se estivesse flutuando lentamente de
volta ao chão depois de subir muito alto.
Olhou para os lábios dela, ligeiramente inchados. Hallie
se sentou em sua cadeira, colocando uma mão sobre o
coração. Sabia que o coração dela estava acelerado. Ele o
sentiu.
Apesar de todas as suas promessas de não se envolver
com outro humano, Luc estava se conectando com alguém,
dessa vez muito mais profundo do que antes. Pior, foi sem
esforço. Pior mais ainda? Ele queria muito mais disso.

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Era estúpido, mas talvez fosse realmente um mundo
novo. Talvez agora fosse possível coisas que antes não eram.
Sentiu uma pequena chama despertando dentro dele. E
algo que não sentia há muito tempo.

Esperança.
— Isso foi ... —Ela parou, tocando seus lábios. — O que
foi isso?
Ele se inclinou para trás, fazendo a cadeira ranger. — Eu
não sei. —Mas ele sabia. Estava a reivindicando. Estava a
reconfortando. Dizendo a ela, através do beijo, que não havia
nada em seu olhar além de admiração por ela e um tipo
instantâneo de carinho que não fazia sentido para ele. Como
se pudesse ver a alma dela e isso os ligasse.

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Livro 2
Ele levantou. Precisava falar com Zach sobre isso. Foi
assim que Zach se sentiu quando conheceu Erin?
— Eu ... não sei o que dizer, —disse ela.
Ele apenas a observou, esperando por qualquer reação.

Sabia que tinha sido ousado, e não tinha certeza de como ela
reagiria agora que o calor do momento se foi. Será que se foi
mesmo? O corpo dele ainda fervia em antecipação por mais.
Tão estranho sentir isso por uma humana.
— Eu ... hum ... então ...? —Perguntou ela. — Quero
dizer, eu não tinha ideia que você ... por que me beijou?
— Porque eu queria, —disse ele. — Desejo isso desde que
te conheci. Na verdade, aceitei esse trabalho em parte porque
queria estar perto de você.
Ela engoliu em seco e sorriu. — De mim?

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Ele assentiu.
Hallie suspirou e encostou em sua cadeira. — Você não
tinha que se voluntariar só para se aproximar de mim.
— Eu queria estar perto de Bastien também. Mas estaria

mentindo se dissesse que você não desempenhou um papel na
minha decisão. Você me afeta de um jeito que ninguém nunca
fez.
— Eu nem o conheço, —ela disse, tocando uma mão nos
lábios.
— Poderia, no entanto, se quiser, —disse ele.
— Como? —Ela perguntou.
— Você já passou algum tempo com alguém fora do
trabalho?
— Como um encontro? —Ela perguntou.

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Livro 2
Ele inclinou a cabeça, sem entender o termo. — Um
encontro?
— Sim, sabe, um cara e uma garota saindo
romanticamente.
Humm. Não tinha certeza se era exatamente o que ele
queria. Queria conhecê-la. Descobrir o porquê Hallie tinha
esse gosto pela vida e se ela poderia resgatá-lo para fora do
gelo que ele habitava por tanto tempo.
Mas supôs, baseado no beijo, que também se sentia
romântico o suficiente para um encontro. — Sim, um
encontro, —disse ele. — Vai servir.
Ela revirou os olhos, mas um sorriso curvou seus lábios.
— Eu acho que você não está realmente animado para esse
encontro.
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Livro 2
— Não sei o que você quer dizer.
— Sua hesitação, —disse ela.
— Não sou daqui, —explicou ele. — Às vezes vou ser
estranho.
— De onde você é, então? —Ela perguntou, mas ele
ignorou a pergunta.
— Como podemos organizar esse encontro? —Ele disse
se espreguiçando.
— Você provavelmente deveria pegar o meu número, —
ela sugeriu, segurando o celular.
Certo. Celulares. As coisas que os humanos usam para
tudo. Tirou o seu celular do bolso e tentou lembrar o código
de bloqueio. Tentou alguns e finalmente conseguiu. Então
entregou a ela. — Você pode colocar para mim?

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Livro 2
Ela fez. — Posso colocar o seu no meu?
— Claro, —disse ele. — Mas eu nunca uso.
Ela sorriu. — Isso vai mudar quando você se acostumar
com ele.
Luc meio que duvidava disso. Poderia pensar em um
milhão de coisas melhores para fazer do que olhar para um
telefone. A menos que fosse Hallie ligando. Então ele ficaria
colado a ele.
Oh inferno, o que estava acontecendo? Era possível que Hallie
estivesse derretendo o dragão de gelo dentro dele?
— Aqui, —disse ela, devolvendo o celular. — Agora você
pode me ligar. E o encontro pode ser hoje à noite, se quiser.
Claro que queria. Queria estar com ela, passear, falar e
entender tudo sobre ela. Queria estar na presença dela até que
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Livro 2
ele estivesse dentro de sua alma. — Eu quero, —ele
respondeu resolutamente.
Ela se levantou e deu-lhe um abraço, envolvendo os
braços ao redor dele. — Bem, aconteça o que acontecer, estou

muito feliz por você ter se voluntariado. —Hallie verificou o
relógio. — Você pode ir embora agora. Só tinha meio turno
hoje. Mande-me uma mensagem quando decidir o que quer
fazer.
— Tudo bem, —disse ele. — Vou fazer.
Ele se virou para ir embora, mas seu corpo estava
relutante em deixá-la. Sentiu-se congelado no lugar, querendo
ficar o mais próximo possível. Para protegê-la.
Precisava ir para casa, precisava descansar e conseguir
algum conselho para esta noite.

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Livro 2
Era crucial que ele passasse mais tempo com ela.
Precisava descobrir se ela era realmente a chave que
destrancaria tudo dentro dele ou apenas uma distração que
acabaria em desgosto novamente.

Como foi na última vez que ele se importou com humanos.
— Vejo você, —disse ela, tirando-o do seu devaneio.
— Vejo você. —Ele caminhou de costa em direção à
porta, querendo manter seus olhos nela o maior tempo
possível. Então se virou e saiu para o sol da tarde, levantando
a mão para proteger os olhos.
Depois de apenas um dia com ela, o mundo já parecia
diferente. Gentil ou não, essa era uma humana poderosa.

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Livro 2
5
Z ach e Erin estavam fazendo o almoço na cozinha quando
Luc entrou, com as mãos nos bolsos, imerso em pensamentos
sobre ver Hallie novamente naquela noite.
— Você chegou cedo, —disse Zach, tirando as luvas de
forno para caminhar até ele e dar-lhe um meio abraço.
Luc estremeceu. Zach já estava aprendendo muitos
hábitos humanos. Como ser amigável, por exemplo. — Só
trabalhei meio turno.

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— Pensei que iria querer trabalhar o dia todo,
considerando a pequena senhorita ao seu lado, —brincou
Erin do seu lugar no balcão, mexendo em uma tigela grande.
— Já comeu?
Ele assentiu. Havia terminado o sanduíche a caminho de
casa. — Vocês vão comer agora? Preciso de conselhos de
Zach.
— Ei, —disse Erin. — Sou a emocionalmente inteligente
aqui. Eu deveria ser a única a dar conselhos.
Ela tinha razão. Também era uma mulher humana. Ele
receberia conselhos dos dois, então.
— Tudo bem, —disse ele, sentando-se em uma cadeira e
relaxando. As cadeiras aqui eram maiores do que as do
abrigo. Ideais para homens grandes que viravam dragões
como ele. — Preciso saber sobre encontro com uma humana.

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Zach soltou uma gargalhada. — Sim, —ele disse. —
Estou feliz que tenha Erin para responder isso a você, porque
achei que o jeito de convidar uma mulher era dizer que eu era
um dragão e que ela teve a sorte de ser escolhida por mim.

Erin bufou. — Foi meio charmoso, de um jeito
completamente errado. —Ela ergueu os ombros. — Agora
que sei que você não era um louco, seu jeito rápido de ser foi
um pouco romântico.
Ele passou um braço em volta da cintura dela e a puxou
para um beijo.
— Rápido não, instantâneo, bebê.
— Ugh, —disse Luc. — Tão humano.

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Os dois riram disso e continuaram se beijando,
ignorando-o. Ele desviou os olhos, esperando que
terminassem e alguém pudesse responder a sua pergunta.
Olhando de volta para eles pensou: se saísse com Hallie,

acabaria com algo como eles tinham? Nunca imaginou que ele
ou o seu dragão iria querer algo assim, mas não parecia tão
ruim agora.
Beijar Hallie definitivamente tinha sido muito bom.
Zach recuou abruptamente e olhou para o amigo. — Ei,
por favor. Pare de pensar em beijar Hallie enquanto estou
beijando a minha companheira.
— Pare de beijar a sua companheira enquanto estou
sentado na mesa da cozinha, —Luc retrucou. — E saia da
minha mente.
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Zach bufou. — Pensamentos de dragão. Difícil de
ignorar.
Erin, no entanto, empurrou para frente e sentou-se em
frente a Luc. — Oh meu Deus, você já a beijou?

— Eu fiz, —disse ele. — Foi bom.
— Uau, —disse Zach, sentando-se ao lado se sua
companheira. — Comece do começo.
Então Luc fez, contando a eles tudo: cuidando de Bastien,
limpando o abrigo, sobre a outra trabalhadora e sobre a
conversa entre ele e Hallie no almoço ...
— Chegue logo ao beijo, —Zach estalou.
Então Luc fez, dizendo-lhes sobre como ela entendeu
mal o seu olhar e como ele se surpreendeu beijando-a. E como
eles trocaram números.

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— Então você não definiu uma hora ou algo assim? —
Erin disse.
— Eu precisava de ajuda para saber mais sobre encontros
primeiro, —disse Luc.

— Você veio ao lugar certo, —disse Zach, colocando as
mãos atrás da cabeça.
Erin sorriu. — Diz o cara que usou ‘eu sou um dragão
imortal’ como um método de conquista.
— Sim. —Zach parecia pensativo. — Você tentou isso?
Luc conteve um sorriso. — Não.
— Graças a Deus por isso. —Erin riu.
— Ei, funcionou em você, —disse Zach.

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— Não, —disse Erin. — O que funcionou em mim foi
conhecer melhor você. Eu tive que tentar apenas ignorar essas
coisas de dragões loucos e imortais.
Zach fez beicinho. — Coisas de dragões loucos? Que tal

coisas de dragões incríveis?
— De volta para mim, —disse Luc. — Me ajude.
Erin sorriu. — Certo. O que você quer fazer juntos?
— Fazer? —Perguntou ele. — Pensei que só ficaríamos
juntos.
— É um encontro. Você tem que fazer alguma coisa,
levá-la a algum lugar. Gastar algum dinheiro.
— Eu não tenho acesso ao meu tesouro, —ele disse
categoricamente.
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— Você pode pegar emprestado de Zach, —Erin disse,
notando a carranca de Zach. — Estou brincando. Corrigindo,
você pode pegar emprestado de nós. Qualquer coisa que
precisar. Dinheiro. Carro. Sabe dirigir?

— Fiz um curso quando estava morando com a Oráculo,
—disse ele. — Acredito que sei o suficiente.
Zach e Erin se entreolharam. — Bem, —disse Zach. —
Acho que é uma coisa boa que temos um Volvo . —Ambos
riram.
— O quê? —Luc perguntou.
Volvo
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— Nada, —disse Erin. — Então ela quer que você a
pegue no trabalho ou espere até que ela chegue em casa e
tenha tempo para se preparar?
Luc empalideceu. — Eu não sei. Preciso ligar para ela e

perguntar tudo isso? —Isso estava ficando mais complicado
do que ele imaginava.
— Você poderia mandar uma mensagem, —disse Erin.
— Uma mensagem? —Luc perguntou.
— Você sabe, escreva algo e envie, e então ela enviará
algo de volta.
— Como cartas? —Ele perguntou. — Por que alguém
faria isso quando se tem telefones e pode ouvir a voz um do
outro?
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— Porque é mais fácil. Desbloqueie seu celular e
mostrarei a você.
Luc suspirou, mas ligou o celular. Erin não tinha sido
nada além de uma boa pessoa para ele. Apesar de ser

humana, podia confiar nela.
Ela pegou o telefone dele e apertou as teclas rapidamente
e depois entregou de volta para ele. — Fácil. Está vendo?
Ele olhou para a tela. Ao lado da imagem, que a Oráculo
engraçadinha tinha escolhido para ele, que era o desenho de
um dragão gordinho azul, havia uma bolha com palavras
dentro.
Você quer que eu te pegue no

trabalho ou na sua casa? E
que horas seria bom para
você?
Ele olhou para Erin. — E agora?

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— Agora esperamos, —disse ela.
— Viu? —Ele disse em frustração. — Eu te disse que
deveríamos ter ligado. Seria instantâneo ... —Luc foi
interrompido por um bipe do telefone e uma pequena bolha

aparecendo ao lado de uma foto de um gato.
Que tal as sete na minha

casa?
Ela também escreveu seu endereço. Seu coração bateu.
Isso foi rápido. Talvez essa coisa de mensagens de texto não
fosse tão ruim.
— Então eu posso enviar-lhe qualquer mensagem dessa
maneira? —Ele perguntou.
— Apenas não envie nada que você se importe que outras
pessoas vejam, —disse Erin.
— As mensagens são enviadas por internet.

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— Certo, mantenha os segredos fora disso, então, —ele
disse.
— Sim, eu não anunciaria que você é um dragão, —disse
ela. — A menos que você seja Zach.

Luc bufou. — Obrigado por ter paciência comigo. É mais
do que eu mereço.
— Ei, —disse Zach. — Nós somos amigos. E além disso,
você pode ajudar a salvar o mundo. Vamos precisar da sua
ajuda com Esmeralda e seja lá quem o acordou.
— É decepcionante, —disse Luc. — Sei que ele sempre
teve inveja de você e que os poderes dele se inclinavam para
o lado obscuro das coisas, mas nunca esperei que ele desse
uma virada completa assim.
— Sim, —disse Zach.

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— Não tem sido o mesmo desde Opala, —disse Luc.
— Sim, —Zach repetiu, e um humor sombrio caiu sobre
a cozinha.
— Quem é Opala? —Erin perguntou, olhando entre eles.

Nenhum dos dois falou e Luc olhou para a tela do
telefone. Ele tocou na parte de texto e começou a digitar.
Sete é bom. Vou te

buscar. Em um carro.
Ele ignorou Zach e Erin, que estavam tendo um
momento estranho, e esperou por sua resposta. Como o que ele
enviou não tinha sido uma pergunta, será que ela ainda responderia
alguma coisa?
Ótimo. Prefiro muito mais os

carros do que as naves
espaciais. Ou triciclos 😉
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Ele entregou o telefone para Erin. — Do que ela está
falando?
Erin riu. — Ela está apenas brincando com você. Não
precisava ter especificado que a estava pegando em um carro.

Não há outro jeito.
— Se eu estivesse em forma de dragão, poderia pegá-la
com asas de dragão.
Erin riu. — Certo. Mas você não está em forma de
dragão. Então, saiba que a maioria dos humanos usam o
carro.
— Tudo bem, —ele disse, subitamente pensando em
como seria divertido conseguir mudar parcialmente e voar
com Hallie em seus braços. Beijá-la no céu coma as nuvens
rodopiando ao redor deles, abrigando-a em suas asas para que
pudessem estar verdadeiramente sozinhos lá em cima ...

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— Cara, —disse Zach. — Com pensamentos como esses,
ela realmente pode ser sua companheira.
Luc piscou. Talvez Zach tivesse razão. Apesar dele nunca
ter pensado na possibilidade de ter uma companheira, tinha

que admitir que se tivesse adivinhado como seria ter uma,
provavelmente seria algo como essa obsessão por Hallie.
— O que devo escrever de volta? —Ele perguntou,
encorajado e querendo flertar.
— Diga a ela que você dessa vez deixará sua espaçonave
em casa, —brincou Erin.
— Diga a ela que você ainda esta pensando se vai de
triciclo, —disse Zach.
Mas Luc fez uma pausa, querendo escrever sua própria
mensagem. — Entendi, —disse ele, digitando em seu

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telefone. Clicou em enviar e, em seguida, entregou a Erin e
Zach para ler.
Não importa como vou,

contato que seja com
você.
Zach bufou. — Isso é ... não é realmente provocador. Isso
é mais ...
— Sincero, —disse Erin. — Acho que agora nós
esperamos e vemos se funciona.
Luc supôs que não entendia provocações, mas isso não
importava. Não tinha tempo para jogos bobos. Ele só
precisava se aproximar dessa humana intrigante.
O telefone apitou.
— Eu tenho que saber o que ela respondeu, —disse Zach.
Luc olhou para o telefone.

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Livro 2
Você é muito gentil. Te vejo em

algumas horas.
Ps.: Gostei do seu dragão. Os
dragões são maravilhosos, não
são?
Ele sorriu, um sorriso cheio e genuíno que sentiu

aquecendo-o dos dedos até o topo da cabeça.
O que ele fez para merecer conhecer essa humana? Ou,
mais precisamente, por que ele foi perdoado?
Fechou as memórias ruins e se concentrou no celular.
Ele estava aqui agora. Era um novo mundo, um novo ele.
Uma nova vida.
Mais uma chance de acertar as coisas.
Vejo você a noite.

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Livro 2
Enquanto
esperava na porta de Hallie, Luc estava tão
nervoso que as palmas das mãos começaram a suar.
E a ideia de um dragão suado era extremamente
inconveniente, então esperava que ela abrisse a porta logo.
Quando ela fez, seu queixo caiu. Nunca a imaginou
usando algo assim. Era um vestido justo em um material leve
e casual que terminava logo abaixo de seus joelhos, com
mangas até os cotovelos. Mas na frente, o vestido
mergulhava, mostrando uma boa quantidade de seu decote
volumoso e macio.
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Livro 2
Bom céu, com toda essa pele aparecendo, braços
arredondados, pernas curvilíneas e esse rosto lindo, Luc
estaria bastante ocupado tentando não matar os homens que
olhariam para ela.

E esse cabelo? Hallie enrolou os cachos em ondas suaves
em torno de seu rosto, e usou algo em seus cílios que os
deixou mais escuros e suaves. Ela estava usando sapatos
baixos em um couro brilhante, e ele ficou aliviado ao ver que
era fácil para ela andar.
— Você está incrível, —disse ele, estendendo um braço
para ela, lembrando das boas maneiras cavalheirescas
humanas em sua antiga vida.
Ela sorriu, tão brilhante que quase o cegou, e pôs o braço
ao redor dele.
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Suave e quente. Quase derreteu ao seu toque enquanto a
levava até o carro preto que tinha pegado emprestado para o
passeio. Abriu a porta como Erin o tinha ensinado e esperou
até que ela estivesse acomodada no banco, antes de ir para o

lado do motorista.
Depois que entrou e fechou a porta, ficou lá por um
segundo, apenas olhando para ela, imaginando como
conseguiria se concentrar em qualquer outra coisa além desta
linda mulher ao lado dele.
— Você está bem? —Ela perguntou. — Não precisamos
fazer isso se você se sentir desconfortável.
Ele levantou uma sobrancelha. — Desconfortável? —
Seus olhos vagaram por ela.
— Isso não é o que estou sentindo.

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Livro 2
Hallie se contorceu e ele se viu hipnotizado pelo
movimento de seu corpo.
Concentre-se, Luc. Você tem coisas a fazer.
— Então, hum, estamos indo tomar sorvete, —disse ele.

Parecia a mais segura das opções que Zach e Erin haviam
sugerido. Luta na lama estava nessa lista.
— Oh, —disse ela, olhando para sua roupa. — Eu estou
muito bem vestida?
— Pelo contrário, eu diria malvestida, —disse ele sem
rodeios.
Seu rosto caiu. — Você não gostou?
Ele mordeu o interior de sua bochecha. — Amei. —A
última coisa que ele queria era machucá-la. Claro, teria que
tentar se impedir de socar todos os homens que olhassem para

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Livro 2
ela a noite toda, mas valia a pena ela usar o que quisesse. —
Eu quis dizer que você irá receber muita atenção arrumada
assim, e eu queria você toda para mim.
Seus olhos estavam arregalados de surpresa quando ela

olhou para ele. — De que planeta você veio?
— Deste. Por quê? —Ele disse categoricamente.
Ela cruzou os braços sobre si mesma com cautela. — Eu
simplesmente não recebo esse tipo de atenção.
— Tenho certeza que recebe, mas talvez simplesmente
não perceba, —disse ele.
— Talvez você seja tendencioso, —ela replicou. —
Talvez você seja o único que perceba.
— Isso me agradaria muito, —disse ele, olhando para
cima e viu que ela estava corando.

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Ela suspirou. — Isso é o que me faz pensar que você é de
outro planeta. Olha, caras que se parecem com você não
dizem coisas assim para garotas como eu.
— Acho que único aqui que não merece olhar para uma
mulher como você sou eu, —disse ele, estendendo a mão para
inclinar o queixo e fazê-la olhar para ele. — Você é uma boa
pessoa. É incrível. E é linda também. —Ele deixou que ela
visse o calor em seu olhar. — E se os outros não a olharem,
eles são tolos. E se eles olharem, tentarei não matá-los.
Ela soltou um suspiro, abanando o rosto enquanto se
acomodava de volta. — Uau. Você é muito especial.
— Você é que é especial, —disse ele. — E acredito que
não se dá crédito suficiente.
— Eu gosto de mim, —disse ela. — Mas às vezes as
pessoas simplesmente não nos aceitam. E elas intimidam,

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ofendem. E essa coisa fica dentro da gente. —Ela deu-lhe um
sorriso triste. — Mas vou tentar não pensar nisso e apenas
desfrutar de um encontro com o cara mais gostoso do mundo.
Ele estava ocupado pensando em todas as maneiras de

matar aqueles que a ofenderam quando percebeu que ela o
chamara de gostoso, e um sorriso enorme se espalhou por seu
rosto. — Mais gostoso do mundo?
Ela se afastou com uma risadinha. — Pare de pescar
elogios.
Ele fez e se concentrou na estrada enquanto dirigia até a
pequena sorveteria que Zach e Erin haviam recomendado.
Quando chegaram, Luc se dirigiu ao lado do carro dela e
abriu a porta, ajudando-a a sair.

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Livro 2
Enquanto caminhavam pelo estacionamento, ele segurou
a mão dela, apreciando o contraste de sua proximidade com
o ar frio da noite.
Estava vazio aqui, exceto por alguns carros, e ele

percebeu que poderia ter estacionado mais perto, mas estava
feliz porque isso lhe dava a oportunidade de segurar a mão
dela por mais algum tempo.
Quando chegaram ao balcão, Hallie balançava a mão na
dele enquanto ele fazia o pedido, e então sentiu uma pequena
onda de dor.
Ela recuou um pouco e olhou em preocupação. —
Desculpe, —disse ela. — Acho que preciso ir me sentar. Vou
guardar uma mesa para nós. Ela pegou um copo de água do
caixa, deu-lhe um olhar de desculpas e foi se sentar.

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Livro 2
Ele terminou seu pedido e esperou no balcão, mantendo
um olho nela enquanto não estava olhando abertamente.
Sabia que esconder sua dor era uma questão de orgulho para
ela, algo que não queria que as pessoas soubessem, mas ele
estava chegando ao ponto em que sentia que precisava saber
mais. Então poderia ajudá-la de qualquer maneira que
pudesse.
Flexionou as mãos, desejando que tivesse seu poder de
dragão de volta, fluindo através dele. Com o canto do olho,
viu Hallie pegar algo de um pequeno recipiente e colocá-lo na
boca, engolindo com a ajuda de uma gole de água.
Provavelmente remédios.
Frio passou por ele. O que quer que estivesse errado com ela,
seria grave? Era apenas uma lesão antiga ou era algo como o de
Bastien?
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Livro 2
Ele sacudiu os pensamentos de sua mente que trouxeram
de volta antigos medos, e não queria isso.
Quando seus sorvetes estavam prontos, os levou até
Hallie e os colocou sobre a mesa. Ela deu-lhe um grande

sorriso, parecendo como se estivesse melhor.
Mas Luc imaginou quanta dor ela sentia, porque mesmo
tendo acesso limitado a sua empatia, ele ainda podia sentir
essa dor através das pequenas rachaduras nas paredes geladas
em volta do seu coração.
Ela tomou seu sorvete dele, e lhe deu um grande sorriso
quando começou a prová-lo. — Humm, —ela disse,
suspirando. — São as pequenas coisas da vida.
Ele queria perguntar a ela como as pequenas coisas
podiam importar tanto quando alguma outra coisa realmente
era uma droga. Mas estava muito ocupado em ficar

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Livro 2
encantado com o quão feliz Hallie parecia enquanto tomava
seu sorvete.
Ele desejou que pudesse aprender a viver dessa forma.
Em vez disso, o passado e o futuro pairavam sobre sua cabeça

constantemente, esperando cair como pesos pesados e
punitivos.
Hallie lambeu lentamente uma gota de seu sorvete do
lábio inferior, e ele sentiu o coração acelerar.
Ela era tão linda. Observando-a feliz, observando-a
desfrutar de qualquer coisa era uma felicidade.
— Você está me encarando de novo, —ela disse. — Eu já
te disse que esse olhar me faz sentir estranha.
Ele deslizou no banco da mesa ao lado dela,
surpreendendo-a e pegou seus lábios com os seus. Hallie se

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Livro 2
acalmou, afundando no beijo e levantou a mão para tocar
seus cabelos. Maravilhoso.
Quando ele se afastou, Hallie ficou quieta e pronta para
ouvir. Luc capturou um cacho solto dos cabelos do rosto dela.

— Claro que estou olhando para você. Gosto de você. Desde
do primeiro momento que te vi. Você me intriga diferente de
qualquer outra pessoa.
— Por quê? —Ela perguntou.
Havia tantas razões. Ele podia dizer que era porque ela
era bonita e gentil, mas era mais do que isso. Parecia...
predestinada. Como se ela estivesse destinada a ajudar seu
dragão a voltar à vida.
Mas ele não podia dizer isso a ela. — Ainda estou
procurando entender também.

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Livro 2
— Bom, pelo menos você é honesto, —disse ela, sorrindo
enquanto voltava sua atenção para seu sorvete.
Honesto. A palavra queimou quando puxou seu sorvete
para ele e girou sua colher, mexendo-a. Ele nem podia

começar a ser honesto com ela ainda, e isso estava
começando a incomodá-lo.
Estava começando a se perguntar se o que Zach fez,
deixando escapar tudo logo no início, não teria sido a coisa
certa a fazer.
Olhou para cima e viu um grupo de homens entrar pela
porta e voltar sua atenção para eles. Luc não gostou do jeito
que um deles estava olhando para Hallie.

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Livro 2
6
— L uc? Luc? —Ela chamou pela terceira vez, tentando
puxar o foco de seu belo encontro para ela.
Ainda não podia acreditar que estava aqui com ele, sua
atenção toda nela de um jeito que era tão estranho e agradável
que tinha medo de que isso não fosse real. Que acordaria
amanhã e descobriria que tudo era apenas um sonho.
Ele estava incrível vestido em uma camiseta justa que se
encaixava perfeitamente em seu bíceps e exibia grandes

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Livro 2
peitorais bem feitos e abdominais desenhados. Era azul clara,
realçando seus olhos, não que eles precisassem de alguma
coisa para realçar ainda mais.
E então havia o quão incrível sua bunda parecia em seu

jeans. Ela resistiu ao desejo de abanar o rosto enquanto se
lembrava de observá-lo no balcão.
Estava tão animada com seu encontro que tinha
esquecido de tomar seus remédios de novo, então teve que
tomá-los aqui. Estranhamente, esquecer seus remédios
parecia estar acontecendo cada vez mais ultimamente.
Ela não sabia por que. Talvez homens bonitos fossem uma
forma natural de analgésico. Riu com o pensamento bobo e
olhou para ver Luc ainda encarando o grupo no canto, então
suspirou e cutucou seu braço novamente. — Luc?
— O quê? —Ele perguntou, sem olhar para ela.

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Livro 2
— Você está bem?
Todo o seu comportamento mudou quando ele viu o
grupo de caras entrar na sala de estar. Os homens pareciam
um pouco rudes, mas este lugar não estava na parte mais

bonita da cidade. Esse local era uma lanchonete quando foi
aberto nos anos cinquenta e servia outras coisas além de
sorvete, então não era tão incomum que um grupo de garotos
viessem para cá comprar seus lanches.
Mas Luc não parecia entender isso. Se ele fosse um gato,
teria ficado de pelo arrepiado. Parecia ainda maior do que o
habitual, enquanto olhava para o grupo no canto.
— Ei, —disse ela, colocando a mão em seu braço. — O
que diabos está incomodando?
Ele afastou os olhos do grupo e olhou para a mesa.

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Livro 2
— Homens repugnantes. —Ele balançou a cabeça. — Os
seres humanos são nojentos.
— O que você quer dizer? —Ela perguntou.
— Os pensamentos deles, —disse ele.

Lá vai ele de novo, insinuando que podia ler mentes. — Como
sabe o que eles estão pensando?
Por um momento, Luc pareceu confuso. Então, balançou
a sua cabeça. — Sou um homem, não sou? Sei o que os
homens estão pensando. —Ele revirou os lábios, respirou
fundo e relaxou um pouco. — Mas estou sendo rude. Sinto
muito.
— Vamos, —disse ela, pegando a mão dele entre as dela
e aquecendo-a. Parecia tão frio. — Não se preocupe com eles.
Conte-me mais sobre você.

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Livro 2
— Certo, —ele disse hesitante, claramente tentando
resistir a olhar para o grupo.
— Por que você tem um dragão como sua imagem no seu
telefone?
— Uma amiga colocou isso para mim, —disse ele. —
Não fui eu que escolhi.
— Ah, que pena, —disse ela. — Eu amo dragões.
— Sim, você disse isso. Por quê?
— Eu jogo jogos online às vezes. E leio livros de fantasia.
Dragões são sempre os melhores personagens.
Ele riu. — São? Como assim?
— Super fortes, —disse ela. — Geralmente são fodões e
legais, com grandes poderes.
— Hum, —disse ele. — São?

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— Sim, —ela disse. — Você joga algum jogo? Espere,
não, esqueci. Você nem usa seu telefone. Pergunta estúpida.
Então, o que faz no seu tempo livre?
Ele mordeu o lábio. Era cheio e levemente rosado, e ela

queria ser a única a mordê-lo.
— Não faço nada agora.
— Isso é uma pena, —disse ela. — Tantas coisas
divertidas para fazer. Então, antes de você se mudar para cá,
o que você fazia para viver?
Ele pensou sobre isso. — Segurança, eu acho.
— Como assim?
— Eu era um guarda-costas, é assim que se chama?
Isso fazia sentido com sua constituição alta. — Por que
você parou?
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— Fui demitido.
— Por quê? —Ela perguntou.
Ele se aproximou dela na mesa e a puxou contra ele. —
Não se preocupe com isso.

Ela se afastou. — Claro que vou me preocupar com isso.
Você é muito vago sobre tudo que me diz. E sua família?
— Mortos, —disse ele.
— Certo, —disse ela. — Claro. Então você não pode me
dizer onde morou antes ou o que fez especificamente ou algo
sobre sua família, além de que eles estão mortos.
Ele passou a mão pelo cabelo loiro-escuro e manchado
do sol. — Posso te dizer qualquer outra coisa, no entanto.

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Livro 2
— Por que sua amiga colocou um dragão como imagem
no seu telefone? —Ela perguntou. — Supôs que você era um
gamer ou algo assim.
Ele encolheu os grandes ombros. — Eu não sei porque

ela escolheu essa imagem. Teria que perguntar a ela.
Hallie suspirou, inclinando-se sobre sua taça de sorvete.
— Às vezes sinto que você é muito distante. E então você me
beija e eu o sinto muito próximo. Como se já nos
conhecemos. Nada disso faz sentido para mim.
— Eu também sinto o mesmo em relação a você, —disse
ele.
Aqueles que passam seu tempo livre jogando ou aprendendo sobre jogos.
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Livro 2
— Por quê? —Ela perguntou. — Não deveria. Eu sou um
livro aberto. Tudo deve fazer sentido para você. Você é o
único aqui no controle.
— Como é a sua família? —Ele perguntou.

— Dividida, —ela disse. — Meu pai se divorciou da
minha mãe quando eu era jovem. Ele fez uma nova família
com outra esposa. Minha mãe e eu não estamos tão
próximas. Ela teve que trabalhar muito enquanto eu crescia.
Estou mais perto da minha irmã, mas ela mora no exterior
com o marido que trabalha no exército. Então acho que estou
praticamente sozinha. —Ela sorriu tristemente. — Viu? Sou
um livro aberto.
— Então por que esconde sua dor? —Ele perguntou
descaradamente.
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Livro 2
O queixo dela caiu levemente em choque. Ela tinha sido
tão óbvia? Ninguém realmente nunca havia notado. — Eu ... acho
que estou acostumada com isso.
Ele cruzou os braços. — O que aconteceu?

— Não tenho certeza se é da sua conta, —disse ela. —
Mas ... me envolvi em um acidente.
— Um acidente de carro? —Ele perguntou.
Ela assentiu.
— Então não é nada como o problema de Bastien?
— Não. —Ela confirmou. — Não estou morrendo, se é
isso que está o preocupando.
Ele franziu a testa. — Eu só … posso sentir sua dor.
Normalmente as pessoas não escondem esse tipo de coisa.

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Ela levantou uma sobrancelha. — Como você saberia se
elas escondessem?
Ele deu de ombros, olhando para o grupo por um
momento antes de se virar para ela. — As vezes posso sentir.

— Às vezes, mas não o tempo todo, —disse ela.
— Acho que é uma das coisas que me atrai em você, —
disse ele. — Sua positividade constante. É um mistério para
alguém como eu, que parece não conseguir deixar de esperar
que coisas ruins aconteçam.
— Acredito que simplesmente escolho ser feliz. Ver as
coisas boas da vida, —disse ela.
— Como isso aconteceu? —Ele perguntou.

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Livro 2
— Fui atingida por um motorista bêbado, —disse ela. —
Dez anos atrás. Na época ... minha vida parecia ter acabado.
Mas encontrei uma nova vida. E não é tão ruim assim.
Sua expressão ficou sombria. — Então, alguém te

machucou, provavelmente quase te matou, porque foi um
idiota.
Era sua imaginação ou o ar ficou mais frio em alguns graus?
Possivelmente apenas o sorvete dentro dela, imaginou. —
Luc, isso foi há muito tempo.
— Como você conseguiu esquecer?
— Eu não esqueci, —ela disse. — Simplesmente não
deixo isso arruinar a vida que tenho agora. —Ela suspirou. —
Quando isso aconteceu, eu tinha duas escolhas. Uma, era
ficar incrivelmente infeliz e zangada com a injustiça disso, e
a outra era ser feliz e viver minha vida melhor que pudesse.
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— Mas isso não deveria ter acontecido, —disse ele.
— Sim. A gente pode dizer isso sobre muitas coisas na
vida, —disse ela. — Como o câncer de Bastien ou o divórcio
de meus pais ou a violência nos noticiários. Mas no final das

contas, existem muitas coisas boas na vida também, que faz
valer a pena vivê-la.
— Como o quê? —Ele perguntou, cruzando os braços e
inclinando-se sobre a mesa. Seus olhos estavam começando a
voltar para a outra mesa, então ela tinha que distraí-lo.
— Dias ensolarados. Animais. Saber que você está
fazendo a diferença no mundo. —Ela deu uma mordida. —
Sorvete delicioso. Boa companhia. —Ela olhou nos olhos
dele. — Homens sexys.
Isso tirou um sorriso dele. — Acha que sou sexy, hein?

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Livro 2
— Sim, —ela disse. — E um bom encontro também.
Ele sorriu, mas seus olhos vagaram para o canto
novamente.
— Talvez devêssemos ir, —disse ela. — Parece que você

está ficando impaciente.
— Eu simplesmente não tenho boas opiniões sobre as
pessoas. Não confio nelas perto de algo que é precioso para
mim.
Seu coração se agitou como papel ao vento. Ela era
preciosa para ele? Tentou se lembrar do que eles estavam
falando. Oh, certo, sobre escolher as coisa boas. — Se algumas
essas pessoas estão te incomodando, então vamos apenas nos
afastar delas.
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— Sim, —ele disse. — Estava esperando que eles fossem
embora primeiro. Não gosto do que estão pensan ... quero
dizer, como estão olhando para você.
Ela revirou os olhos. — Sério, Luc. Os caras não pensam

em mim assim.
— Sim, eles fazem, —disse ele, soando estranhamente
certo sobre isso enquanto pegava na mão dela e a ajudava a
se levantar da cadeira, levando-a para fora.
Ele soltou a mão dela e colocou o braço em volta,
puxando para perto dele, e ela deleitou-se no calor de seu
corpo no ar fresco da noite.
Ouviu vozes masculinas e percebeu que o grupo do
restaurante estava seguindo-os.
Luc tinha razão em sua paranoia?

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O rosto de Luc estava severo, mas manteve o ritmo
calmo, sua energia reservada. Estavam quase no carro
quando sentiu uma mão em seu braço, empurrando-a para
longe de Luc. Ela se chocou contra o lado do carro e se virou

para ver um homem grande em uma jaqueta de couro
olhando-a.
Dois outros estavam na frente de Luc, bloqueando o
caminho até ela. — Carteira, —o cara exigiu, estendendo a
palma da mão.
Luc sacudiu a cabeça. — Não. Saiam daqui. —Ele olhou
para ela, se certificando de que estava bem.
Hallie mordeu o lábio e olhou para Luc. Por que ele estava
resistindo? — Luc ...
O cara na frente dela estendeu a mão para tocar seu rosto,
e enquanto ela recuava o homem saiu voando da sua frente.

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Luc estava lá, quase como tivesse se teletransportado, e os
homens que estavam o bloqueando há um momento
pareciam confusos.
— Como ele fez isso? —Um murmurou.

— Muito rápido, —disse o outro.
Luc cruzou os braços. Hallie podia sentir sua força rígida
na frente dela e sabia que ele não ia deixar nada acontecer.
— Eu não tentaria isso de novo se fosse vocês, —Luc disse
sombriamente, tentando manter a calma, mas fervendo de
raiva.
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Por muito tempo, teve que ouvir os pensamentos
grotescos que esses homens estavam compartilhando, as
coisas indescritíveis que haviam considerado fazer com a
mulher que ele sentia mais protetor a cada minuto.

E para completar, tinham vindo atrás deles e agora
estavam tentando roubá-los como ladrões comuns.
Às vezes os humanos eram realmente os piores.
Um dos homens se aproximou e por um momento
hesitou ao se deparar com o tamanho de Luc. Mas então,
encorajado por seus amigos chegando para se juntar a ele, deu
um passo à frente.
— Nos ameaçando, hein? —O homem disse com um
sorriso. — Talvez devêssemos ensinar esse cara a ser mais
educado.
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— Sim, e aprender a compartilhar sua garota, —outro
disse por trás.
Estava farto.
Instantaneamente, Luc agarrou o homem na frente dele

pelo colarinho e o levantou no ar, deixando-o balançar como
uma boneca de pano. Ele enviou um olhar cruel para seus
amigos que agora estavam tentando decidir o que fazer
enquanto seu líder lutava em seu aperto. Então Luc deu um
passo à frente, apontou e lançou o homem em cima dos
outros, fazendo-o voar pelo ar e derrubar seus amigos
enquanto grunhiam pelo impacto.
Humanos como estes não eram uma ameaça para Luc.
Tudo o que eles ameaçavam era um mundo onde Luc pudesse
proteger, se relacionar e confiar nos humanos que valiam a
pena.
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E ele os odiava por isso.
— Bastardos. Vocês irão se arrepender de sequer pensar
nela assim, —ele disse, sua voz gelada, sua respiração ficando
cada vez mais fria a cada segundo que passava.

Sem hesitar, caminhou até os homens enquanto eles se
levantavam do chão. Chutou com força o estômago de um
homem, tão forte que o homem deslizou para trás e bateu em
uma parede de tijolos próxima, deixando-o inconsciente.
Vendo o perigo iminente, os caras restantes se
levantaram. Tentaram retaliar, balançando um soco
selvagem em Luc, mas ele apenas deu um passo para o lado
sem esforço, o soco quase lento comparado aos seus reflexos.
Ele então contra-atacou com um soco no rosto do
homem, a força dele jogando-o para o lado quando sirenes

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ressoaram nos carros próximos e o barulho ecoou no
estacionamento. Um som agonizante.
Ele estava se perdendo novamente, podia sentir isso. Mas
queria puni-los, tanto pelo que eles tentaram fazer quanto

pelo que estavam imaginando em suas mentes.
Enquanto lutava, podia sentir Hallie observando-o, podia
sentir a preocupação e o medo dela, e isso o afastou um pouco
da borda mental gelada sobre a qual ele estava pendurado.
A essa altura, um dos homens se levantou e colocou a
mão atrás, tirando alguma coisa das suas costas. Luc pulou
direto em direção ao homem e agarrou a mão dele, que
segurava uma arma.
Por um segundo, Luc apenas olhou para a arma,
deixando-a apontada para o céu. Então, em um movimento
rápido, tomou a arma do aperto do homem e a esmagou em

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sua mão como uma lata de refrigerante, deixando os pedaços
caírem no chão.
Quando o líder viu que ele estava claramente em
desvantagem e seus comparsas estavam incapacitados,

mostrou sua verdadeira coragem, soltando a mão e tentando
correr para a rua. Mas Luc o agarrou por sua jaqueta de couro
e o derrubou no chão, segurando-o pelo pescoço enquanto o
homem lutava infrutiferamente contra sua força inabalável de
dragão.
Luc podia sentir seu corpo ficando mais frio. Podia se ver
soltando seu dragão nos bandidos, congelando-os para que
não pudessem machucar ninguém novamente.
Mas também podia sentir outra parte do seu dragão, que
estava lentamente acordando, dizendo a ele para deixá-los ir.

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Era difícil, no entanto. A magia de sua corrente o
permitia ter acesso a uma parte de seu poder quando um
humano estava em perigo. Era difícil conter toda essa frieza
que vinha junto com esse poder.

A essa altura, o rosto do homem estava ficando vermelho
enquanto tentava agarrar, chutar e libertar-se do aperto de
Luc. Finalmente, Luc acalmou a fera furiosa dentro dele por
tempo suficiente para atirar o homem em uma lixeira
próxima. Com força suficiente para fazer o bandido pensar
duas vezes sobre sua vida de crime, mas certamente não o
suficiente para acabar com ele.
Ele se virou para Hallie que ainda o observava com
espanto, e sentiu o calor correndo através dele novamente.
Ela estava segura. Isso era tudo o que importava. Desta vez, ele
não perdeu tudo.

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Andou até ela e colocou os braços ao redor dela,
aquecendo-se em seu abraço por apenas um segundo. Hallie
o abraçou de volta, dando conforto, mas então ele se afastou,
percebendo que precisavam sair de lá antes que alguém

aparecesse.
— Sinto muito por tudo isso. Vou levar você de volta para
casa, —disse ele.
Seus olhos ainda estavam arregalados de choque quando
ele a guiou em direção à porta. — Luc, o que aconteceu? A
arma ... e você ... —Ela balançou a cabeça. — Isso foi incrível,
mas estou muito confusa.
— Mais tarde, —ele disse, ajudando-a a entrar, então,
enquanto dava a volta em direção a sua porta, viu o líder se
preparando para atacá-lo novamente, dessa vez com uma faca
na mão.
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Droga, por que os humanos tornam impossível ter misericórdia
por eles?
Instantaneamente, ele sentiu o poder do seu dragão
entrar em ação, se concentrou no seu atacante e soprou. O

homem imediatamente congelou no lugar, a faca na mão, seu
corpo parecia uma estátua fria de gelo.
Luc andou perto do homem, ouvindo respiração
superficial do bandido enquanto tentava se mover, mas não
conseguia.
— Você tem sorte dela estar aqui, ou eu teria congelado
você até que todas as células do seu corpo explodissem. —Ele
se certificou de que o homem pudesse ouvi-lo, enquanto
Hallie não podia.

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Então Luc virou-se, entrou no carro e partiu, deixando o
homem congelado, mas com tempo para descongelar e
reconsiderar suas escolhas de vida.

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7
H allie não podia acreditar no que acabara de ver.
Luc. O tranquilo e gentil Luc, que às vezes parecia ser de
um planeta diferente, lutando com três homens e os jogando
por todo o lugar.
Era como se ele estivesse jogando boliche com corpos
humanos.
Esmagou uma arma como se fosse feita de isopor. De
repente, ele não era somente estranho por causa de seus

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diferentes hábitos sociais e maneira de falar. Agora ele parecia
quase alienígena. Especialmente pelo jeito que fez esse último
cara ficar completamente paralisado. Era algo de outro
mundo.
Ela e Luc definitivamente precisavam conversar.
Ainda assim, ele a defendeu. Isso deu a ela um
sentimento caloroso e contente. Como se não importasse o
quão estranho ele fosse, ela estava segura. Como se não
estivesse errada em confiar nele.
O caminho para casa foi silencioso. Hallie podia sentir
que ele precisava se acalmar. Ela também precisava.
Quando eles pararam em frente a sua pequena casa em
seu bairro pequeno e tranquilo, Hallie abriu a porta e saiu ao
mesmo tempo que ele. Luc deu a volta e se aproximou dela.

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Ele ofereceu o braço novamente, e ela pegou, levando-a até
os degraus da frente.
— Quer entrar? —Ela perguntou.
Ele assentiu silenciosamente. Na luz de sua varanda, seu

cabelo loiro estava desgrenhado, havia linhas ao redor dos
olhos, e ele não parecia pronto para deixá-la.
Acendeu as luzes enquanto mostrava sua casa. Entraram
em sua sala de estar modestamente mobiliada, mas limpa, e
ela gesticulou para ele sentar no maior sofá. Ele fez e depois
olhou para ela, parecendo mais do que nunca como um
enorme alien confuso em forma humana.
— Temos que falar sobre o que aconteceu, —disse ela. —
Não há como acreditar que você é normal.
Ele encolheu os ombros. — Pense o que quiser.

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— Vai me dizer só isso? —Ela perguntou, irritada e
cruzando os braços. — Você vai realmente fingir que eu não
vi o que acabei de ver?
Ele olhou para ela, calor em seus olhos azuis. — Eu

protegi você. Isso é tudo que deveria importar. E vou fazer
isso de novo e de novo se for preciso, porque proteger você
para mim é um privilégio.
— Mas ... —Ela lutou contra um rubor. — Estou grata
por você nos ter protegido. Mas você ... a arma ... os caras ...
— O que tem eles? —Ele perguntou teimosamente.
Ela veio se sentar com ele no sofá. — Os humanos não
esmagam armas com as próprias mãos, Luc, ou derrubam as
pessoas como pinos de boliche .
Pino de boliche.
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— Era como boliche? —Ele perguntou sem rodeios,
recostando-se na cadeira. — Se assim for, eu meio que gostei.
— Eu não. —Disse ela. — Estávamos em perigo.
— Eu não gostei dessa parte, —disse ele. — O que gostei

foi o jeito que eles voaram para longe de você. A maneira
como pude protegê-la e impedi-los de tocá-la. Castiguei-os
por pensar em você.
— Lá vem você de novo, —disse ela com um suspiro,
dando-lhe um sorriso triste. — Olha, pessoas normais
simplesmente não falam assim. Porque nós não lemos
mentes.
— Talvez alguns façam, —disse ele.
— Eles também congelam as pessoas no lugar? —Ela
perguntou. — Sério, Luc, eu gosto de você. Estou começando

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a gostar muito de você. Mas preciso mais da verdade, se
quisermos que isso entre nós vá para frente.
Ele ficou quieto por um longo momento, estudando as
mãos enquanto lentamente esfregava as palmas das mãos.

Luc tinha dedos longos, hábeis e poderosos.
Ela sempre soube que ele provavelmente era bom demais
para ser verdade, mas não tinha ideia do que ele era.
— Se não sou humano, o que acha que sou? —Ele
perguntou.
— Bem, se você não tivesse dado uma surra naqueles
homens, eu diria que é algum tipo de anjo, —disse ela. —
Olhando somente a sua aparência, quero dizer.
— Anjo? —Ele perguntou.
— Você sabe, enviado do céu? Asas?

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Ele riu com voz rouca. — Eu posso ter asas. Mas não sou
anjo.
Um arrepio passou por ela. — Então o que você é?
Ele olhou para ela, encarando-a, mas não oferecendo

nenhuma resposta. Hallie não podia nem acreditar que estava
tendo essa conversa. Nunca pensou sobre a existência de
outros seres neste mundo. Mas enquanto ele olhava para ela,
parecendo perfeitamente relaxado com aqueles olhos azuis
brilhantes, ela sabia que estava olhando para um agora.
Só que não tinha ideia do que ele era.
— Você tem asas, mas não é um anjo, —disse ela. —
Vampiro?
— Não, —ele disse, um pequeno sorriso curvando seus
lábios. — Eu não bebo sangue.

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Livro 2
— Um super-herói? —Ela perguntou. — Um ser de outro
planeta?
— Não, —disse ele.
— Eu desisto, —disse ela.

— Saber que sou diferente e que nunca machucaria você
é o suficiente? —Ele perguntou, inclinando-se para acariciar
uma mão sobre sua bochecha.
Calor a encheu, sua ansiedade indo embora. Ela
mergulhou nesse calor. O que importava o que ele era quando se
sentia bem ao lado dele?
Nunca o viu fazer nada além de coisas boas, exceto
quando aquelas pessoas más precisaram aprender uma lição.
E nesse momento ele foi absolutamente assustador.

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Livro 2
Mas esse Luc, agora a sua frente, era outro Luc
totalmente diferente. Gentil. Caloroso. Calmo. A frieza, que
geralmente estava ao redor dele, havia recuado, a deixando
ver um pouco dele por dentro.

— Tudo bem, —disse ela. — Vou parar com as perguntas
por enquanto. Seja o que for obrigada por me salvar, —disse
ela, encostando-se no ombro dele. Ele apertou e relaxou,
levando a mão ao redor dela. Mesmo depois da violência que
ele causou, estar aqui tocando-o parecia completamente
certo.
— Vou tentar não pensar sobre essas coisas, mas como
você fez aquilo? —Ela perguntou, principalmente
balbuciando para si mesma. — Como fez aquele homem
congelar daquele jeito, e como ...

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Livro 2
Ela foi cortada quando os lábios dele se fecharam sobre
os dela, suas mãos se enterrando em seus cabelos, sua
respiração se misturando com a dela enquanto se beijavam
profundamente.
Ele recuou, mantendo as testas juntas, os olhos desviados
para baixo.
— O que você pensaria se eu te dissesse que sou um
monstro? —Ele perguntou, soando desesperado sob o tom
calmo de sua voz. — E se eu lhe dissesse que não sou bom?
Ela olhou em seus olhos, insondáveis, o azul rodopiando.
— Tentaria entender por que você acha isso para que eu
pudesse lhe dizer que estar errado.
Ele ficou quieto por um momento, seu polegar
acariciando suavemente sua têmpora. — Eu gostaria de ser
um anjo, para você.

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Livro 2
Ela sorriu suavemente, apreciando seu toque. —
Qualquer coisa que você for é o suficiente para mim. —Ela
colocou a mão sobre a dele. — Vamos apenas aproveitar o
que temos.
A mulher dentro dela não queria desperdiçar outro
segundo. Se ele realmente era algo de outro mundo, ela não
sabia quanto tempo tinha com ele. E mesmo que, alguns dias
atrás ela dissesse que isso era uma grande loucura, agora, a
única coisa que parecia loucura era não aproveitar a chance
de ser feliz que estava tendo.
Hallie colocou a mão em volta do pescoço dele. — Você
pode ler minha mente?
— Posso, mas não quero.
— Por quê? —Ela perguntou, já sem fôlego só de seu
olhar.
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Livro 2
Luc passou um dedo pela orelha dela e pelo seu pescoço.
— Porque geralmente sei o que você está pensando sem
precisar ler sua mente. E também porque gostaria que você
me contasse por conta própria. Não quero te roubar nada.

Isso a tocou, sentiu o calor se acumulando em sua barriga
como chocolate quente. Hallie se moveu até que seus lábios
estavam muito próximos novamente, deixando a tensão
formigar entre eles.
Ele fechou a distância, sua mão serpenteando em torno
de suas costas e puxando-a contra ele, seu beijo tornando-se
urgente, possessivo, quando seus lábios deixaram sua boca e
viajaram pelo pescoço, até a clavícula, por cima dos seios, na
abertura do seu decote e de volta até os ombros dela.
Beijando, acariciando e deixando sua marca em toda sua
pele. Deixando seu corpo sensível e quente.

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Livro 2
— Luc, —ela engasgou. — Não pare.
— Não posso, —disse ele, pegando-a em seus braços. —
Nem que toda a magia desse mundo quisesse me impedir. —
Ele olhou em volta. — Onde é o seu quarto?

Ela apontou para as escadas e ele foi em direção a elas.
Aparentemente, ele sentia também todo o calor e urgência
que ela sentia. Seja lá o que fosse isso que estava acontecendo
entre eles, era algo maravilhoso que precisava ser explorado
agora mesmo.
Uma tensão sexual intensa que sentia desde que se
conheceram. A julgar pelas mãos possessivas, os sentimentos
eram recíprocos.
Quando Luc chegou à porta, ele a abriu, fazendo-a bater
contra a parede do outro lado.

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Livro 2
— Você não precisava fazer isso, —disse ela, ofegante
quando ele a jogou em sua cama e, em seguida, rastejou sobre
ela com um grunhido.
Ele era tão grande, tão selvagem.

Talvez estivesse pensando errado quando imaginou que
ele fosse a forma humana de um anjo ou super-herói. Talvez
precisasse pensar mais nas linhas de animais.
— Isso é loucura, —disse ela quando ele entrelaçou as
mãos sobre as dela e prendeu suas costas contra o colchão.
Ele balançou a cabeça, olhos azuis frios enquanto
aguardava sua permissão. Ela lutou um pouco contra as mãos
dele e sorriu. Não estava sentindo nenhuma dor. Seus
remédios ainda faziam efeito.

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Livro 2
Era hora de seu corpo sentir mais do que apenas dor ou
ausência dele.
Queria sentir tudo. Com o Luc.
— Você está bem? —Ele perguntou em voz baixa.

— Mais do que bem, —disse ela, olhando para ele
corajosamente. — Quero você.

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Livro 2
8
U m perigoso coquetel de emoções girou dentro de Luc
enquanto ele olhava para Hallie, essa linda mulher angelical
que o fazia questionar tudo o que acreditava sobre os
humanos e a própria existência.
Quando Hallie sorria, tudo se dissipava, as nuvens
escuras se abriam e ele podia sentir o calor novamente.
Felicidade, mesmo que apenas uma pequena lasca aquecesse
seu sangue gelado.

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Livro 2
Mantendo as mãos presas acima dela, ele desceu para
outro beijo. Desta vez foi mais quente, erótico. Ela lutou
levemente contra seu aperto de ferro, e então relaxou mais
profundamente no beijo, derretendo debaixo dele como a

neve da primavera antes do sol nascente.
Sua língua brincou na entrada de sua boca, e ela abriu,
deixando-o lamber e acariciar dentro dela. Seus gemidos
abafados só o fizeram mergulhar mais fundo, explorando-a
até que ele conhecesse cada ponto sensível, cada pequeno
movimento que faria seu corpo se mover debaixo dele.
Quando finalmente deixou a boca, ela deu um suspiro
longo e prazeroso, como se isso fosse uma nova experiência
para ela.
Instantaneamente, o pensamento de outro homem
tocando-a dessa forma o fez querer fazer isso mil vezes

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Livro 2
melhor para erradicar completamente qualquer memória de
qualquer coisa que não fosse seu beijo.
Possessivamente, ele se moveu para o lóbulo de sua
orelha, ainda prendendo-a com as mãos enquanto movia seu

corpo mais perto do dela, perto o suficiente para que seus
corpos escovassem, sua pele aquecendo mesmo ao menor
toque, embora ainda tivessem suas roupas entre eles. Hallie
gemeu suavemente de prazer quando ele beijou, depois
lambeu, depois mordeu levemente sua pele macia,
intensificando a pressão cada vez mais, aumentando sua
excitação.
Mas quanto mais o corpo dela reagia a ele, mais ele a
queria, precisava dar mais a ela. Mais prazer. Mais desejo.
Mais excitação.
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Soltou as mãos dela tempo suficiente para ajudá-la a tirar
o seu vestido e seu sutiã, deixando-a apenas com a roupa de
baixo e imediatamente ele começou a acariciar seus seios
agradavelmente quentes e indescritivelmente macios.

Enquanto a mão direita amassava e esfregava o mamilo com
o polegar, sua boca lambeu e chupou o outro. E cada toque,
cada lambida era amplamente recompensada pela resposta do
corpo dela, deixando-o saber o quanto ela sentia.
— Não pare, —ela implorou, contorcendo-se embaixo
dele, lutando contra o seu aperto, presa pelas coisas que ele
fazia, incapaz de escapar do prazer que ele queria dar em
quantidades sem fim.
Sua língua explorou mais baixo em seu corpo, beijando
em toda parte em sua barriga e encontrando seu umbigo
enquanto sua mão acariciava ao longo da curva de seus

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Livro 2
quadris, de sua cintura, movendo-se cada vez mais baixo em
direção ao centro de seu prazer. Luc se viu dividido entre
querer deixa-la gozar rápido ou provocá-la para os limites de
seu controle, prolongando a espera até que ela não aguentasse

mais. Mas com cada gemido, cada estremecimento de prazer,
Luc achava mais difícil manter o próprio controle.
Ela pensou que ele era um anjo. Isso era absurdo.
Anjo ou demônio, ele a protegeria. A manteria segura e
a manteria dele, não importava o que estivesse contra ele.
Beijou uma pequena trilha ao longo da linha de sua
calcinha, fazendo-a ofegar com antecipação. Então seu dedo
encontrou sua fenda, acariciando o tecido macio de sua
calcinha enquanto ela se contorcia de prazer.
Isso era absolutamente delicioso.

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Ele continuou a acariciar, explorando suas dobras,
certificando-se de que seus dedos encontraram o pequeno nó
que a fazia tremer cada vez mais com a excitação aquecida.
E quando ele encontrou, pressionou para baixo,

testemunhando cada movimento que ela fazia, cada
minúsculo suspiro de ar ou gemido alongado de desejo,
enquanto Hallie se aproximava da beira de seu orgasmo.
Finalmente, Luc a sentiu estremecer embaixo dele,
arqueando as costas e gemendo em êxtase. Ele continuou
segurando Hallie, observando com admiração enquanto ela
cavalgava o intenso orgasmo que a envolvia.
Não havia realmente nada parecido com isso no
universo, ver sua incrível mulher experimentar o prazer
irresistível que ele lhe dera.

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Livro 2
Mesmo quando Hallie lentamente relaxou sob o seu
aperto, a incrível visão de vê-la gozando só o fez mais
insaciável, uma espécie de luxúria que nunca poderia ser
saciada.
Luc finalmente soltou os braços dela, e Hallie os deixou
cair acima dela no travesseiro enquanto ele removia
cuidadosamente sua calcinha, deixando-a inteiramente nua e
incrivelmente bonita. E enquanto abriu as suas pernas, Luc a
viu ficar de olhos arregalados quando ele se abaixou sobre ela,
seu perfume tão inebriante quanto a sua pele.
Luc lambeu uma vez contra seu clitóris, lento e lânguido,
saboreando cada momento dessa experiência com Hallie
enquanto ela se contorcia com intensa satisfação. Quando as
mãos dela tatearam os lençóis da cama, como se procurasse
por algo para segurar, ele estendeu as suas mãos para elas e
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as agarrou, segurando-a mais uma vez enquanto ele dava
prazer a ela completamente.
E quanto mais ele fazia, mais podia ouvir o dragão feroz
dentro dele rosnando. Companheira, exigia.

Luc afastou-o enquanto se concentrava em Hallie,
observando o modo como os quadris dela se contraíam
quando ele acariciava rápido demais. Focado no jeito que ela
virava a cabeça para o lado e gemia quando fazia pequenos
círculos com a língua em torno de seu clitóris. Focado em
cada curva de seu corpo, cada rubor, contração ou
movimento que ela fazia em resposta ao seu ataque de prazer.
Ele continuou a explorar, passando a língua mais baixo e
empurrando nela, seu calor e umidade era tão erótico quanto
fascinante. Quase podia sentir o que seria estar dentro dela,

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ser um com ela. E poderia dizer que ela estava pensando a
mesma coisa apenas pelos gemidos satisfeitos que dava.
Então, com um último e pequeno movimento da ponta
de sua língua em seu clitóris, Hallie gozou novamente, ainda

mais forte desta vez. Mas em vez de segurá-la, ele soltou suas
mãos, permitindo que seu corpo fizesse o que quisesse.
Instintivamente, ela o agarrou, suas unhas cravaram em seus
ombros, suas pernas envolveram sua cintura, gemendo seu
nome enquanto gozava.
Luc a observava fascinado, as mãos dele acariciaram suas
coxas e ela o segurou com força enquanto cada gota de prazer
era espremida dela, apreciando a sensação de sua pele
enquanto seu corpo balançava com a agonia do seu orgasmo.

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E quando Hallie finalmente começou a relaxar, Luc
considerou seu próximo passo. A essa altura, o corpo dela
respondia com mais intensidade a cada toque.
Desejo surgiu através dele para tê-la, aqui e agora. Para

fazer seus corpos se unirem como um só. Experimentar o que
ele poderia imaginar que seria puro êxtase para os dois.
Mas mesmo que estivesse certo de que poderia manter o
controle de seu dragão, honestamente não tinha ideia de
como os dragões de seu tipo acasalavam. E a última coisa que
Hallie merecia depois de toda a injustiça em sua vida era uma
decisão que nenhum deles estava pronto para fazer.
— O que há de errado? —Perguntou ela, ciente de sua
hesitação, mesmo através da névoa de euforia que ainda
estava sentido.
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— Não quero parar, mas acho que devemos. Não tenho
certeza do que vai acontecer se formos até o fim, —Luc
respondeu, o dragão dentro dele se rebelando com o
pensamento de parar, mas sua mente decidida sobre o que

deveria ser feito.
Felizmente, Hallie não questionou, olhou para ele com
satisfação e gratidão. Para sua surpresa, quando ele se
levantou para sair da cama, sentiu as mãos dela trabalhando
no zíper de suas calças com uma habilidade surpreendente.
— Só porque não vamos até o fim não significa que eu
não terei o que quero, —Hallie disse com sua voz rouca
enquanto soltava o cinto dele e tirava seu membro duro das
calças que usava.
Por um momento, Luc não sabia como responder. Hallie
se sentou e se ajoelhou na cama em frente a ele e começou a

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passar as mãos macias ao longo de seu pênis. Luc se viu sem
saber o que fazer agora que não estava mais no controle.
Hallie estava, e ela sabia disso, porque enquanto o acariciava
sorria descaradamente.
Pequena atrevida.
A princípio, Hallie se moveu lentamente, como se
saboreasse a sensação de tocá-lo assim como ele saboreou o
gosto dela apenas um momento atrás.
— Você é incrível, —disse ela, agarrando-o mais
apertado e fazendo-o quase gozar só com a visão de seu
prazer. — Por que não podemos ir até o fim?
Ela parecia um pouco desapontada, então ele colocou
suas próprias mãos para trabalhar, segurando seus seios
cheios e massageando-os enquanto ela acariciava cada vez
mais forte ao longo do seu comprimento

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— Não sei o que pode acontecer, —disse ele. — Quero
ter cuidado com você. Quero ir devagar.
— Depois de me dar tantos orgasmos ainda fala de irmos
devagar? —Ela murmurou.

— Tão devagar quanto eu posso ir, —ele disse gemendo.
Quando Hallie intensificou seu aperto, ele também
apertou os dedos contra os mamilos dela e ao mesmo tempo
abaixou a cabeça, beijando a base do seu pescoço.
E apesar de seu amplo controle, seu corpo inteiro parecia
fogo, o calor intenso crescendo dentro dele à medida que
Hallie se movia mais rápido. Ele se permitiu pelo menos
imaginar que estava dentro dela, se sentiu cada vez mais duro
sob o toque dela, imaginando seus dois corpos se unindo
vividamente.
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Luc baixou os dedos entre as pernas de Hallie enquanto
ela o tocava ansiosamente com velocidade febril. Então, com
um único movimento de seu clitóris, ela gozou uma última
vez, apertando-o com força e destruindo a última gota de seu

controle, indo além de sua capacidade de resistir as suas
carícias.
Juntos, eles gozaram, os braços em volta um do outro,
seu corpo inteiro aceso com fogo que consumia tudo, que
arrancou seu orgasmo através dele repetidamente. Por um
longo momento, impossivelmente longo, eles ficaram juntos,
o rosto de Hallie aninhado em seu peito enquanto ele
mantinha os braços ao redor dela, segurando-a, não querendo
soltá-la, ambos em silêncio, o único som no quarto vinha de
suas respirações aceleradas.

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Ninguém jamais o fez se sentir assim. Tão desejado. Tão
necessário.
E ele mal conseguia compreender sua necessidade por
Hallie. Tão grande que era vital quanto o próprio ar.

Mesmo depois do maior prazer de sua vida, algo o
incomodava. O forte desejo de estar com ela, de reivindicá-
la, parecia quase tão desesperado quanto sua necessidade de
oxigênio.
A corrente parecia estar estrangulando-o. A Oráculo o
tinha avisado que reivindicar uma companheira humana o
faria livre da corrente. Livre poderia curá-la. Livre para ser
ele mesmo novamente, quem quer que fosse. Livre para
possuí-la para sempre. Mas Luc nem sabia o que isso
implicava. Não tinha pensado em perguntar antes porque não

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parecia possível que ele encontrasse uma companheira
humana.
Mas depois de compartilhar esse momento com Hallie,
sabia com certeza que ela era sua companheira. Ele não sabia
para onde ir a partir daqui e não queria estragar as coisas.
Passou a mão distraidamente sobre o cabelo dela
enquanto tentava acalmar o dragão que rugia dentro dele.
Companheira. Companheira. Companheira. Como um
batimento cardíaco.
Seu corpo deveria estar satisfeito depois do que acabaram
de fazer, mas ele não queria deixá-la. Tê-la em seus braços,
seu corpo contra o dele, tão precioso e quente, os sentimentos
de necessidade não o deixavam.
Talvez precisasse refrescar a cabeça antes de acabar
fazendo algo da qual se arrependessem. Por mais que a

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quisesse, seria injusto acasalar com Hallie antes mesmo que
ela soubesse o que ele era.
Ele se sentou, se afastando com relutância enquanto ela
o encarava, sua pele brilhando, seus amorosos olhos

cinzentos.
— Eu preciso ir, —disse ele.
O rosto dela caiu em decepção apenas uma fração de
segundo e depois voltou para a calma normal. Ela balançou
a cabeça, puxando o lençol ao redor enquanto ele saiu da
cama e começou a levantar as calças.
Ela olhou para ele, e ele podia sentir o constrangimento
entre eles.
— Fiz alguma coisa de errado? —Ela disse.
Ele olhou para ela. — Não, claro que não.

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— Então por que está indo embora?
Ele inclinou a cabeça. Não tinha uma resposta aceitável
para isso, então apenas ignorou a pergunta. Com sorte, se
fizesse esse momento parecer casual, ela não faria disso um

problema e eles poderiam começar tudo de novo amanhã no
trabalho.
— Você vai ignorar minha pergunta? Realmente?
Hallie parecia exasperada. Era a hora de ir. — Eu vou
sair pela janela, —disse ele. — Não deixei nada na sala, e
então você não precisa se levantar e trancar a porta, está bem?
—Ela ainda estava despida, e ele não queria incomodá-la.
Hallie simplesmente levantou uma sobrancelha e ele se
dirigiu para a janela. Luc se certificou de que ela estava
coberta, abriu a janela e atravessou, pulando, aterrissando na
calçada. A altura da janela mal o incomodou.

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Com saudade, olhou de volta para a janela, na esperança
de vê-la, mas ela não estava lá.
Foi um encontro incrível. Tinha feito mais progresso do
que pensava. Mas era hora de ir ver Zach.

L uc estava começando a pensar que tinha sido um erro sair
depois de fazer amor com Hallie, mas não sabia o que fazer.
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Na noite anterior foi atrás de conselhos de Zach, que
acabou lhe explicando o que ele sabia sobre o acasalamento.
Zach contou sobre como os dragões do seu tipo se acasalam
e as consequências dessa decisão. Aparentemente, ele

precisava dar a ela o anel que recebeu no nascimento. Esse
anel a protegeria como sua companheira.
Luc só sabia que o anel era uma herança, nunca lhe
ocorrera que alguns de seus poderes estivessem ligados a ele.
Mas se protegesse Hallie, ele queria que ela o tivesse, assim
que Hallie soubesse quem e o que ele era.
Dizer a ela a verdade o assustava, quase tanto quanto o
seu medo de tudo dar errado.
E se algo acontecesse? Havia muito que Luc não podia
controlar neste mundo. Mas também sabia que não podia

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ficar longe dela. Ou Bastien. Sua cabeça era um tumulto de
pensamentos.
Estava se preparando para entrar no Volvo e dirigir-se ao
abrigo, quando Zach saiu da casa e veio conversar com ele,

suas mãos enfiadas nos bolsos.
— Você está bem? —Ele perguntou.
— Sim, —respondeu Luc.
— Certo. Apenas checando. —Zach olhou para o lado.
— Você está voltando para casa hoje à noite?
— Eu não sei, —disse Luc. — Eu não deveria?
Zach se apoiou no carro por um momento, deixando a
brisa agitar seu longo cabelo escuro. — Acho que você
deveria considerar isso. Olha, não sei o que aconteceu todos
esses anos atrás que o fez mudar. O que sei é que finalmente
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você está começando a agir como o seu antigo eu. E se eu
fosse você, tentaria me segurar naquilo que está te resgatando.
Luc assentiu. — Eu sei. Não tenho certeza se é justo para
ela.
— Por quê? —Perguntou Zach. — De todos os dragões
que conheço você é o mais tranquilo. Ela tem sorte de
conseguir alguém como você.
— E se eu não for tão tranquilo assim? —Perguntou Luc,
não querendo contar ao amigo o que tinha acontecido. — E
se eu tiver problemas sérios?
— Então, talvez devesse contar a alguém e deixar isso
sair, em vez de deixá-lo trancando aí dentro, matando-o ou o
mantendo longe da felicidade.

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— Não está me matando, —Luc murmurou, cruzando os
braços. — Mas me incomoda não ser quem você pensa que
sou. Quem a Oráculo pensa que sou. Quem Hallie pensa
quem sou.
— Só porque não concordamos com a sua própria
avaliação, não significa que estamos errados, —disse Zach
teimosamente, batendo na porta do carro quando ela fechou.
Luc abriu a janela. — Eu não sei se vou estar em casa hoje à
noite, mas vou deixar você saber.
— Aaaaa, que gentil, —Zach brincou.
Luc enviou-lhe uma carranca que provavelmente só o
divertiu e depois saiu da garagem.
Dirigir estava ficando mais fácil, e se permitiu realmente
relaxar no banco e puxar os óculos de sol enquanto entrava
na autoestrada.
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A música tocava no rádio e, com o sol brilhando do lado
de fora, realmente sentia que talvez estivesse começando a se
tornar parte desse mundo. Estava se convencendo de que
tudo ficaria bem.

Assim como um dia convenceu a si mesmo e aos outros dragões
de que sua interferência no mundo humano daria certo.
Mas era diferente desta vez. Não havia pequenas aldeias
vulneráveis, nem saqueadores, e ele podia proteger as pessoas
com as quais se importava com suas próprias mãos.
Parou em frente ao abrigo e respirou fundo. Hallie estava
lá, e esperançosamente, ela não teria mais aquele olhar
desapontado que tinha quando ele saiu ontem à noite.
Ele não tinha ido embora porque não queria ficar com
ela. Partiu porque tudo aconteceu muito rápido e sua mente

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era uma confusão. E porque não queria fazer que fosse se
arrepender.
Tinha sido despreocupado e ambicioso em sua antiga
vida, e desta vez, estava tentando ser cuidadoso, pelo bem de

todos. Ou talvez principalmente por causa de seu próprio
coração.
Ele trancou o carro e entrou, percebendo que o abrigo
estava um pouco mais movimentado do que o normal.
Hallie estava em frente à mesa, conversando com uma
família sobre adoção, então Luc decidiu não incomodá-la.
Mas antes de sair deu uma olhada na roupa que ela usava
hoje, leggings pretas com uma camiseta rosa e sapatos pretos.
Ele sorriu em apreciação, e foi limpar as jaulas e ver Bastien.
Notou o pequeno gato esticar a cabeça no minuto em que
entrou. Apesar do trabalho que tinha que fazer, se permitiu

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antes ver como Bastien estava. Abriu a gaiola e tirou o gato,
examinando sua perna. Não estava melhor, mas não estava
pior também, e pelo que Hallie disse, isso era o melhor que se
poderia esperar. Acariciou o gato, desfrutando de seu

ronronar tranquilizador, e sentiu um arrepio de desconforto
no pescoço quando a porta se abriu.
Luc olhou por cima do ombro e viu Hallie entrando com
um homem que ele não reconheceu. Estreitou os olhos,
farejando o ar. O outro homem era alto, grande o suficiente
para ser um metamorfo, mas sem nenhum cheiro que
indicasse que era um.
Humm.
O homem tinha cabelo laranja-avermelhado, um rosto
ligeiramente sorridente e estava acima do peso.

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Bom, talvez fosse somente um humano realmente grande. Mas
mesmo assim não confiável. Agora que parte de sua empatia
e instintos estavam voltando, Luc conseguia ler melhor as
pessoas. Isso seria útil enquanto protegia sua companheira.

Merda. Companheira. Essa afirmação vinha tão
casualmente agora. Tão abertamente.
Ele viu o homem sorrir assustadoramente do outro lado
da sala, a mão levantada e pronta para pousar no ombro de
Hallie pouco antes dela dar um passo à frente, fora de alcance.
Luc soltou um pequeno suspiro de alívio e colocou
Bastien de volta na jaula, trancando-o atrás dele. — Desculpe,
carinha. Não posso brincar muito hoje. —Então ele ficou em
pé e pegou o material de limpeza para poder trabalhar
enquanto ainda mantinha um olho em Hallie.
O clima estava estranho entre eles, já esperava por isso.

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Ela o pegou olhando, e houve um leve brilho no seu rosto
quando eles fizeram contato visual.
Luc suspirou. Teria que explicar tudo depois. Ela só teria
que confiar nele por enquanto. Nunca esperava que sua vida
tomasse esse rumo e estava aprendendo a aceitá-lo.
O cara ao lado de Hallie continuava o incomodando,
algo estava errado com esse homem. Luc não sabia quanto
tempo mais poderia esperar antes de deixá-la saber disso.
— Então você estava querendo um filhote de cachorro?
—Ela perguntou, olhando para as gaiolas. — Tem uma raça
em mente?
— Não, —disse o homem, seguindo-a um pouco perto
demais para o seu gosto. Luc olhou para ele, mas o homem o
ignorou quando eles atravessaram para o outro lado da sala.
— Você tem um namorado?

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Hallie se virou em choque, seus olhos cinzentos
arregalados. Seu cabelo escuro estava preso em um rabo de
cavalo que caia sobre o ombro, suave e tentador como cada
parte dela.
Tentou ler os pensamentos do outro homem, mas não
ouviu nada. Estranho.
— Hum, isso não tem nada a ver com a adoção, —disse
ela, enviando um olhar preocupado para Luc como se achasse
que ele poderia causar problemas.
Ele até poderia, mas não faria. Luc já havia descoberto
na outra noite que poderia segurar seu dragão por ela. Ainda
assim, ficaria de olho nesse cara.
— Então, Bill, algum desses cães parece com o que você
está procurando? —Ela perguntou.

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O homem finalmente parou de olhar para Hallie tempo
suficiente para olhar para as gaiolas em um movimento
entediado.
Finalmente Luc conseguiu capturar os pensamentos do

homem estranho um lampejo das suas intenções. O homem
realmente não queria adotar um filhote de cachorro. Ele
pretendia machucar um.
Luc se levantou abruptamente. — Você não adotará
nenhum desses animais, —ele estalou furiosamente,
caminhando para ficar entre Hallie, os animais de estimação
e o idiota ruivo.
O homem apenas cruzou os braços sobre a barriga
enorme e zombou. — Você é apenas um voluntário. Acho
que cabe a proprietária tomar essa decisão.

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— Eu ... —Hallie olhou entre eles. Então ela suspirou e
pegou Luc pelo braço, puxando-o para um canto e abaixando
a voz para um sussurro. — O que está fazendo? Você sabe
que precisamos de toda adoção que pudermos conseguir.

Luc sacudiu a cabeça. — Não aquele. Confie em mim.
— Por que? —Ela perguntou.
Luc não sabia se deveria contar a ela. Os pensamentos
dos animais sendo machucados era grotesco. Ele próprio
queria arrancar da sua mente esses pensamentos
desagradáveis vindos do homem. Então, por que
compartilharia com ela?
— Eu simplesmente não gosto dele, —disse Luc.
— Luc ... —Ela suspirou. — Você não tem o direito de
ficar com ciúmes quando nem sabemos o que é isso entre nós.
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— Como assim, o que é isso? —Perguntou ele, perplexo.
Ela gesticulou entre eles com as mãos. — Isso. Você sabe?
Nós trabalhamos juntos, e eu acabei de te conhecer, e sim,
saímos em um encontro …
— Nós fizemos mais do que isso, —disse ele secamente,
olhando para se certificar de que o outro homem não estava
ouvindo. — Eu acho que nós fizemos o suficiente para que
você seja capaz de acreditar em mim quando digo que alguém
é um idiota.
— Ele é um idiota, ou é você que está com ciúmes? —Ela
perguntou. — Porque, até agora, eu não tenho nenhum
motivo para não confiar em Bill. Ele tem sido um doador há
muito tempo.
A boca de Luc se torceu. — Então você confia mais nele
do que em mim?
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— Que escolha eu tenho? —Ela perguntou, cruzando os
braços. — Você não quer me explicar o motivo pelo qual eu
não deveria confiar nele.
— Deverei lhe dizer os motivos todas as vezes que eu não

quiser você em torno de um determinado homem?
Ela balançou a cabeça. — Você não é meu namorado,
tanto quanto eu sei, então não pode me dizer quando quer ou
não me quer em torno de algum homem. A noite passada foi
divertida, Luc. Mas isso não lhe dá o direito de me controlar.
Luc franziu a testa. Algo estava errado com toda a
situação. Ela não estava sendo a pessoa razoável que
geralmente era. Estava na defensiva em relação a ele. — É
porque eu fui embora ontem à noite?
Ela tirou o cabelo de cima do ombro. — Porque você foi
embora? Que tal porque no segundo em que terminamos,

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você literalmente pulou pela janela? O que fez não foi legal,
Luc. Você saiu sem me explicar os motivos, você não ...
Ele se inclinou para beijá-la, mas ela o empurrou de volta.
— Não, —disse ela. — Não pode querer resolver tudo dessa

forma. Não pode simplesmente me beijar para resolver um
problema. —Ela olhou em volta dele. — Além disso, estamos
no trabalho.
— O que você quer? —Ele perguntou. — Sinto que fiz
algo errado e não tenho ideia do que foi.
— Olha, Luc, eu realmente gosto de você. Mas você
precisa decidir o que quer. O que temos entre nós. Porque não
posso fazer coisas como o que fizemos ontem à noite e ver
você pular pela janela. Preciso de alguém que fique, que se
comprometa.
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Ele piscou, e ficou tão estupefato pelo que ela disse que
quase não a notou voltando para o tal Bill, o Babaca.
Ela estava conversando com o homem novamente, e viu
quando Bill levantou a mão tentando alcançar o braço dela.

Hallie recuou educadamente, e Luc sentou em um banco,
olhando para Bastien.
Bastien levantou a cabeça, olhou na direção de Bill e
silvou, Luc sorriu.
— Concordo, amigo. Esse homem tem que ir embora.

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10
H allie estava explicando sobre os documentos necessários
para a adoção a Bill na sala de espera da frente, ele havia
resolvido adotar. De repente a porta se abriu com um
estrondo. Luc andou a passos largos, e ela colocou a mão na
testa ao perceber que ele vinha direto para Bill.
— Você também atende a domicilio? —Ele perguntou,
dando-lhe um olhar com seus olhos verdes opacos,
acreditando piamente que era um olhar sedutor. — Gostaria

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de que viesse a minha casa. Verificar se tenho um lugar
adequado para um cachorro.
Ela franziu a testa. — Bem, nós normalmente não
atendemos a domicilio, mas ...

— Eu já falei que você não vai adotar animal algum aqui,
—Luc rugiu, e Hallie engasgou enquanto o homem era
arrastado e literalmente jogado porta a fora, caindo no chão
da calçada.
Todos observaram quando Bill se levantou, furioso, saiu
da porta do abrigo e entrou em seu carro caro, indo embora
sem dizer uma palavra.
Tudo aconteceu em segundos, e a sala de espera estava
em silêncio.
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Luc respirava com raiva, olhando para o lugar onde o
homem estivera, depois virou-se e voltou para as jaulas como
se nada tivesse acontecido.
Ah, não você não.

Ela correu atrás dele, dando uma olhada rápida para as
outras funcionárias, lhes pedido silenciosamente que
continuassem a atender as outras pessoas como se nada
tivesse acontecido.
— O que foi aquilo? —Ela retrucou quando o encontrou
parado na frente da jaula de Bastien.
Luc olhou por cima do ombro, seus olhos azuis frios. —
Eu tinha falado para você que ele não iria adotar.
— E eu te disse que essa decisão não era de sua
responsabilidade.
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— Você consegue ler mentes? —Ele perguntou
arrogantemente, de pé na sua frente, em toda a sua altura
intimidante. Era estranho vê-lo dessa forma, porque
geralmente Luc era muito tranquilo. — Talvez se puder, pode

me dizer o que viu nele que a fez decidir deixá-lo levar um
animal.
Ela suspirou em frustração, apertando as mãos em
punhos. — Claro que não consigo ler a mente de ninguém e
sempre há uma razão para desconfiar das pessoas, mas eu
preciso de toda adoção que conseguir. Muitas pessoas não são
perfeitas, mas ainda podem cuidar de um animal de
estimação.
— Então é isso. Você acha que eu o expulsei daqui
porque ele não é perfeito?

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Livro 2
— Na verdade, acho que é porque está com ciúmes, —
disse ela, marchando para ele. — E eu estou começando a
pensar que você é impulsivo. Você pensa sobre o que vai fazer
antes ou apenas faz?

— Quando eu sei que é certo, apenas faço, —disse ele,
sua voz um grunhido baixo. — Não sei por que está me
chamando atenção, em vez de me agradecer por ter nos
livrado daquele idiota.
— Graças a você, agora tenho que ligar e pedir desculpas,
—disse ela. — E esperar que ele não nos processe.
Luc parecia um pouco frustrado com isso, mas balançou
a cabeça. — Ele não deveria estar em qualquer lugar perto do
abrigo. Confie em mim sobre isso.

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Ela levantou as mãos. — Eu quero confiar, Luc. Eu
realmente quero. Mas você não me diz nada. Fizemos amor
e ... ugh!
Ele a pegou pelos braços e a virou para ele. — Então é

sobre o que aconteceu. Você está brava por eu ter ido embora.
— Estou brava por ter vindo hoje aqui como se nada
tivesse acontecido. Estou brava porque me sinto usada. Estou
brava por você nem ter mandado uma mensagem dizendo
que chegou em casa. Você não pode apenas fazer amor com
uma mulher e pular pela janela! —Seu peito arfou e ela jogou
o cabelo de novo, parecendo uma amazona raivosa e gloriosa.
Mas as palavras dela o atingiram. — Nós não fizemos
amor. Não todo o caminho.
Seu rosto ficou tempestuoso, seus olhos cinzentos
escurecendo como a cor das nuvens de chuva.

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Livro 2
— Oh, eu lembro. Você parou no meio do caminho para
que não tivesse que se sentir culpado. —Ela começou a se
afastar, mas ele a pegou gentilmente pela cintura, puxando-a
contra ele.
— Espere, —disse ele, sentindo seu corpo responder ao
seu calor.
Ela o sacudiu e ele a soltou, atônita. — Não, Luc. Você
é muito persuasivo. E sexy. Entendi. Mas preciso mais do que
isso. Não posso ter alguém tão volátil ao redor. Você não
pode simplesmente jogar as pessoas para fora daqui!
— Então, isso é sobre jogar as pessoas ou sobre você se
sentir rejeitada porque eu não passei a noite?
Havia um sorriso de escárnio em sua voz, e isso a fez
querer jogar ossos de cachorro em sua cabeça estúpida.

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Ela era uma pessoa paciente. Compreendia o direito da
liberdade que cada pessoa tem e não iria obrigá-lo a lhe dizer
mais nada. Mas não podia abrir mão de todo o resto, porque
isso a machucaria. Já havia se machucado no momento em

que ele tinha ido embora, porque estava ansiosa por alguém
que a segurasse pela primeira vez em muito tempo. Ao invés
disso, Luc conseguiu o que queria e partiu.
— Você não parecia se importar quando eu disse que
precisava ir embora, —disse ele, franzindo a testa. — Eu não
achei que você se importaria.
— Eu não queria que você ficasse se não fosse da sua
vontade, —disse ela.
— Então não vejo qual é o problema.
Ela enrolou as mãos em punhos novamente. Uma onda
de dor passou por ela. — Não tenho tempo para isso. Preciso
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dos meus remédios. E você precisa ir para casa e pensar em
como ser mais profissional.
Ele estreitou os olhos enquanto guardava os suprimentos
de limpeza, balançando a cabeça. — Eu simplesmente não

entendo o que você quer de mim.
Ela cerrou os dentes, sentindo que não deveria ter que
explicar. Será que realmente parecia o tipo de garota que faria o que
fez na noite passada com um cara que ela não se importava? Alguém
que ela só queria que fosse embora depois?
Mas para ele, deve ter sido casual. Descartável. Ela tinha
sido burra por pensar que isso era um conto de fadas e não
outro cara usando-a.
Ugh, odiava ter sido idiota o suficiente por acreditar.

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— Se não queria que eu fosse embora, deveria ter me dito
isso, —disse ele, passando por ela, com uma expressão de
frustração no rosto.
— Se você não queria ficar, por que eu o obrigaria? —Ela

replicou, virando as costas enquanto ele saía.
Ouviu seus passos pararem na porta e olhou para ele.
— Podemos conversar mais tarde? —Ele perguntou,
hesitante. Porra, Luc era tão bonito que a deixava sem fôlego.
E ele realmente não parecia entender o que estava
acontecendo.
Mas isso justificava ele brincar com seus sentimentos? Não, não
justificava. Então se manteve firme. — Não esta noite, tudo
bem? Preciso de um pouco de descanso.

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Ela colocou uma mão nas costas dela. — E alguns
remédios.
Ele abriu a boca como se quisesse oferecer alguma coisa,
mas depois a fechou. Hallie agradeceu por isso, não queria

que ele tentasse fazer algo legal agora.
— Você não vai realmente ligar para esse cara, vai? —Ele
perguntou.
Ela suspirou. — Graças a você, eu tenho que fazer.
— O que você quer dizer com graças a mim?
— Olhe. Você pode ser de outro planeta, mas eu vivo
neste. E nós precisamos de dinheiro. Precisamos de doações
e não de processos. E quando alguém machuca fisicamente
outra pessoa, há consequências.

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— Bem, se você tivesse me ouvido, eu não precisaria ter
o tirado daqui.
— E a violência é sempre a maneira como você resolve
as coisas? —Perguntou ela.

Seus olhos ficaram frios e ele se afastou dela em silêncio.
— Olha, isso é só ... estamos ambos cansados.
Claramente, precisamos de espaço. E você não precisa se
preocupar com o meu trabalho. Eu vou lidar com isso, como
sempre fiz.
Ele não disse nada, somente saiu pela porta e a fechou
atrás dele com um som alto e retumbante.
Ela se sentou em um banco e olhou para Bastien. —
Droga, o que devo fazer?

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Livro 2
Bastien não disse nada. Enrolou-se em uma pequena bola
e olhou para a porta como se sentisse falta de Luc.
Ela também sentia.

Luc andava de um lado para o outro na sala de estar, a raiva
se desdobrando enquanto pisava furiosamente sobre o tapete
agora congelado.
— Você pode parar com isso? —Erin perguntou,
inclinando-se para trás em sua cadeira e observando com um
leve aborrecimento. — Zach, faça-o parar.

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Livro 2
Zach estava empoleirado ao lado dela e balançou a
cabeça. — Eu não sei se posso. Safira é forte.
— Há! —Luc soltou um gemido amargo. — Forte. Forte
e inútil com as mulheres.

— O que aconteceu? —Erin disse. — Se você se acalmar
e nos contar, talvez possamos ajudar.
— Há gente ruim em todo esse maldito planeta, esse é um
dos problemas, —disse Luc. — E o outro é que a minha
humana não ouve o que eu digo e fica brava comigo quando
eu a protejo. —Ele puxou seu cabelo em frustração. — Como
devo protegê-la se ela nem me ouve?
— Hallie sempre pareceu uma mulher razoável para
mim, —disse Erin, pensativa. — Então eu não estou
entendendo o que você quer dizer.

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— Havia um cara no abrigo hoje. Um idiota completo.
Flertando com a ela, tocando-a. —Ele passou a mão pelo
cabelo novamente, bagunçando ainda mais. Poderia estar
parecendo ridículo frustrado dessa maneira, mas estava

pouco se importando, o que realmente o preocupava era a
discussão que teve com Hallie. — E ele queria adotar. Mas
estava pensando em machucar os filhotes. —Olhou para nada
em particular. — Até onde pode ir a maldade das pessoas?
— Espere, isso é sobre os filhotes, ou isso é sobre o cara
flertando Hallie? —Zach perguntou.
— Ambos. Eu não sei, —Luc disse, acenando com a
mão. — O certo é que ela não confia em mim. Está com raiva
de mim e não faço ideia do porquê.

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— O que aconteceu no seu encontro? —Erin perguntou.
— Eu não fiquei sabendo de muitos detalhes, mas Zach disse
que tudo correu bem.
Luc sacudiu a cabeça. Ele deveria compartilhar isso com ela?

— Vá em frente, —disse Zach. — Por mim tudo bem.
— Ocorreu tudo bem, eu acho, —disse Luc. — Quero
dizer, precisei lutar com uns caras para protegê-la e mostrei
algumas coisas que não posso explicar a Hallie ainda, mas
senti que ela me aceitou. E nós ... fizemos coisas. Coisas boas.
Quer dizer, eu me importo com ela. Mas não sabia como
acontecia o acasalamento e não queria estragar tudo, então
fui embora.
— Oh, —disse Erin.

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— E ela não disse nada na hora, —disse Luc, girando nos
calcanhares. — Quero dizer, ela parecia um pouco
desapontada, mas ...
— Espere, você dormiu com ela e depois foi embora

imediatamente? —Erin perguntou.
— Você não me disse isso, —disse Zach, colocando a
mão sobre o rosto. — Cara, isso não foi legal.
Luc levantou uma sobrancelha. — Qual era o problema?
Ela era uma tentação, e eu precisava me afastar o suficiente
para pensar sobre as coisas. E mais, eu sabia que estaríamos
nos vendo na manhã seguinte. Por que uma noite deveria
importar?
— Porque vocês foram íntimos, —disse Erin, parecendo
ultrajada. — E para uma garota, isso realmente significa
alguma coisa.
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— Significa algo para mim também, —disse Luc. — Isso
significa que eu me importo o suficiente para ter o cuidado de
não prendê-la em algo que ela não queria.
— Você explicou isso para ela?

— Não, —disse Luc. — Pensei que ela confiaria em mim.
— Luc, esse seu comportamento não me parece ter sido
muito confiável, —disse Erin. — Veja bem, desde que a
conheceu tem passado todo o tempo que pode ao redor dela.
Aceitou um emprego no abrigo, pelo amor de Deus. Você a
leva para cama e então, quando terminou não pôde fugir
rápido o suficiente? Eu posso entender porque ela não confia
em você.
Quando Erin colocou a situação dessa maneira, Luc teve
que admitir que sua decisão soava mal.

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— E então, esse cara no abrigo hoje ... ela disse que não
era da minha conta, porque eu não era o namorado dela.
Como se eu soubesse o que isso significa. —Ele continuou
reclamando.
— Oh, —disse Erin. — Então é isso que ela quer.
— Hã?
— Algumas mulheres realmente querem compromisso,
—explicou Erin. — Acredito que vocês dois precisam ser
mais diretos um com o outro.
— Compromisso? —Ele perguntou. — Eu estou
comprometido. Comprometido como o inferno. Eu quero
segui-la em todos os lugares e me certificar de que ninguém a
toque.
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Erin inclinou a cabeça. — Bem, acho que isso é meio
parecido com o que nós humanos chamamos de namorado.
— Então eu sou um namorado? —Ele perguntou
esperançoso.
— Se você quer ser, precisa perguntar a ela, —disse ela.
— Eu não sei. O que aconteceu hoje quando você entrou?
— Eu meio que ... joguei o cara para fora do abrigo
porque ela não quis me ouvir. Ele era uma pessoa ruim e
estava tocando-a ...
— Então você está enviando sinais confusos, —disse
Erin.
Ele jogou as mãos para cima. — Acho que não. Eu a levei
em um encontro. Eu a beijei. Eu a protegi. Fui embora para
que pudesse mantê-la segura de mim mesmo, e apareci na

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manhã seguinte para vê-la novamente. Então fiz o que
precisava ser feito para tirar aquele lixo em forma de homem
do caminho dela. Tudo isso são os mesmos sinais para mim,
—ele disse teimosamente.

Erin olhou para seu companheiro, exasperado. — Zach,
você pode lidar com isso?
Zach ficou de pé, afastou as pernas e foi até Luc, de modo
que ficaram cara a cara.
Então ele levantou e puxou o braço para trás, dando um
soco no rosto de Luc, fazendo-o girar.
Quando Luc recuperou o equilíbrio, atacou Zach,
derrubando-o no chão.
Ele ouviu Erin ofegar, mas agarrou Zach pelo colarinho,
levantando o punho.
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— Está certo. Lute de volta, —Zach rosnou. — Estou
muito farto de seu drama e chororô. Lute, jogue tudo que
estar aí dentro para fora e volte a ser a pessoa que você era.
Melhor, seja uma nova pessoa. Mas pare de guardar, exploda.

Só por uma vez, lute.
Luc recuou, deixando Zach ir. Zach afastou as mãos e
saiu de baixo dele. Então se sentou a alguns metros de
distância, olhando para ele.
— Olha, eu sei que é fácil lutar contra caras malvados.
Tenho certeza que você pode acabar com qualquer um. Mas
não é por isso que você está aqui. —Zach cutucou Luc no
peito. — Você está aqui para lutar contra isso. Para combater
o medo que o mantém fugindo do tipo de vida que Hallie
pode oferecer.
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Luc suspirou. — Estou mais preocupado com o tipo de
vida que posso oferecer a ela.
— Então você se odeia, —disse Zach. — Bem, lute contra
isso. Não faz bem a ninguém. Encerre com o que está te

machucando e deixe-o ir. Siga em frente. Seja feliz. E agora
que sabe como acontece o acasalamento, sabe que não precisa
fugir da sua mulher.
Luc colocou as mãos sobre o rosto. — Não sei o que
quero. Quero dizer, eu sei, mas acho que não mereço isso.
Zach pôs a mão no ombro do amigo. — Eu gostaria que
você me dissesse o porquê.
— Não posso, —Luc engasgou, memórias inundando-o.
Ele tinha sido uma boa pessoa uma vez. Podia se lembrar de
um tempo sem culpa, um tempo que não duvidava do seu
valor. Um tempo em que ele não teria se preocupado em fugir

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da cama da mulher que amava só porque temia o que faria
com ela.
Ele soltou um suspiro baixo. A aldeia. As mortes. Poderia
realmente deixar tudo ir?

Ainda não.
— Mas, enquanto isso, o que faço com Hallie? —Ele
perguntou, mais para Erin do que para Zach. — Como faço
para me acertar com ela?
Ela suspirou. — Eu realmente não sei. Acho que você
poderia seguir o exemplo do Zach e ir atrás dela até conseguir
se explicar. As garotas gostam de saber que são desejadas,
mas não só para uma noite.
— Uma noite? —Ele perguntou, confuso.
— Pense nisso, idiota.

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— Eu não a quero somente por uma noite, —disse Luc.
— Então vá dizer isso a ela, —disse Zach, estendendo a
mão para ajudar Luc.
Quando chegaram à porta, Zach a abriu, e quando Luc

passou por ela sentiu uma bota na sua bunda, empurrando-o
para fora. — E não volte hoje à noite. Vou fazer sexo com
minha mulher.
Antes que Luc pudesse até contorcer seu rosto em
desgosto, Zach tinha ido embora.
Esse era o dragão Ônix.
Enquanto Luc se afastava da casa, levantou os ombros e
ergueu a cabeça. Ele tinha uma companheira para ir atrás e
precisava provar seu amor por ela.

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11
N o momento em que chegou em casa do trabalho, Hallie
ficou chateada com a forma como o dia havia se passado.
Não tinha conseguido entrar em contato com Bill para
pedir desculpas, e não tinha ideia se ele iria processar o
abrigo, o que seria um desastre total para todos os envolvidos.
Ela também odiava ter brigado com Luc. É verdade que
ele tinha magoado os sentimentos dela, mas não parecia ter
sido de propósito, e ela poderia ter resolvido melhor. Poderia

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ter feito de forma diferente, mas infelizmente, como qualquer
outra pessoa, ela também tinha dias ruins e não havia nada
que pudesse fazer a respeito.
Além de descobrir como concerto tudo isso.

Ainda era dia claro quando chegou em casa. Estacionou,
saiu do carro e encostou-se a ele por um momento,
aproveitando o brilho do entardecer na grande cerca de
arbustos na frente de sua casa.
Ela viu um movimento pelo canto do olho e um homem
saindo de um carro estacionado e andando na direção dela.
Relaxou quando percebeu que era Bill. Talvez ele tivesse
recebido as mensagens dela e tivesse vindo falar com ela.
Ele sempre pareceu ser uma pessoa razoável, até
amigável, e ela não queria hoje comprometer sua relação de
trabalho.
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Sabia que Luc ficaria ofendido, mas, quando Luc
decidisse ir embora, seguindo seu caminho, ela continuaria
aqui, cuidando do abrigo. Afinal, ele nunca fez promessas de
um para sempre. Seria estúpido esperar por isso depois de

conhecer um ao outro tão pouco tempo.
Suspirou e caminhou em direção a Bill. Franziu a testa
ao ver o olhar em seu rosto vermelho. Parecia furioso, seus
olhos brilhavam. Ele a empurrou na direção da casa dela
novamente e Hallie se viu encurralada entre o carro e Bill.
Ele cruzou os braços enquanto olhava para ela, de uma
forma que nunca tinha visto antes. — Você quer explicar o
que aconteceu hoje? O que seu namorado fez?
— Ele não é meu namorado, —ela murmurou. — Ele é
um funcionário que realmente se importa com os animais, e
eu não sei o que deu nele hoje. Ele nunca foi assim. —Ela deu
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a ele um sorriso educado. — Mas realmente sinto muito, e em
nome do abrigo, adoraria saber se há algo que eu possa fazer
para compensar isso.
Ele franziu a testa e então um sorriso sombrio enrolou os

cantos de seus lábios. — O que você tem em mente?
Não o que ele estava pensando. Ugh. Talvez ele não fosse tão
legal, afinal. — Eu estava pensando em uma placa na parede
o homenageando por suas doações. Ou batizar alguma sala
no abrigo com o seu nome? Algo que reconheça tudo o que
você fez?
Ele avançou um pouco mais, empurrando-a até que as
costas dela atingiram o carro. Ele a olhou de cima abaixo,
fazendo sua pele arrepiar. Por que, ah, por que ela havia brigado
com Luc? Ele tinha razão sobre muitas coisas. Ainda assim, por que
nada disso aconteceu antes?

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— Por que você mesma não reconhece tudo o que eu fiz?
—Bill disse com estranheza, franzindo os lábios ao se
aproximar ainda mais.
Ela ergueu a mão para afastá-lo. — Olha, tenho certeza

que podemos encontrar uma maneira. —Ela tentou dar um
passo ao lado dele, mas ele a prendeu ainda mais com seu
enorme volume. Hallie olhou ao redor da rua a procura de
qualquer sinal de ajuda, mas não viu nada. — Mas não dessa
forma que está pensando.
Ela lutou novamente, empurrando-o, quando ele
começou a puxá-la em seus braços Hallie começou a gritar:
— Me solte! Pare! —Ela se afastou, lutando para evitar os
lábios dele. — Socorro!

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Livro 2
Os arbustos atrás deles sussurraram, e ela olhou em
choque ao ver Luc parado atrás de Bill, olhando para eles com
ódio em seus olhos gelados.
— Agora você passou dos limites, —disse ele, agarrando

o outro cara pela nuca.
— Não era a minha intenção. Não era a minha intenção,
—o outro cara gritou, rastejando enquanto ele balançava no
aperto de Luc.
Como de costume, Luc parecia intimidadoramente
grande e irritado, mas ela o viu respirar fundo em um esforço
para manter a calma. Então ele olhou para ela, seus olhos
observando cada detalhe, tentando ver o que o outro homem
tinha feito.
Ele se voltou para Bill com fúria em seu olhar, deixando
suas mãos apertarem enquanto o outro homem lutava. —

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Você a toca de novo e é um homem morto. Entendeu? Morto.
Não será capaz de pensar em torturar filhotes de cachorro,
nem será capaz de se arrastar até um abrigo e importunar seus
funcionários. Porque estará morto.

O homem assentiu, ficando ligeiramente vermelho. Luc
deu-lhe um olhar de desgosto e o largou.
Quando Bill se levantou e começou a fugir, parecia que
estava tomando cada pedacinho do autocontrole de Luc para
não ir atrás dele.
Ele ficou tenso por alguns segundos e depois exalou,
deixando todo o ar sair de seu peito. — Você está bem?
Ela ficou contra o carro por um momento, tentando
absorver tudo. Estava feliz por ele estar aqui, mas de onde
diabos ele veio? Olhou em volta dela. Na rua, do outro lado,
onde não tinha percebido, estava seu Volvo preto.

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Colocou a mão no rosto. — Sim, estou bem.
Ele andou para frente, as mãos nos bolsos. — Desculpe,
eu não interferi mais cedo. Não sabia o que você queria que
eu fizesse e já tinha feito uma confusão hoje porque

ultrapassei meus limites, mas aí você começou a gritar por
ajuda. —Ele mordeu o lábio.
— Você não ultrapassou, —disse ela, soltando um
suspiro trêmulo. — Chegou na hora certa. —Ela olhou na
direção de Bill, onde seu carro estava se afastando.
— Só ... me surpreendeu. Nunca achei que ele faria isso.
Seu coração estava correndo dolorosamente rápido. Ela
olhou para Luc, grata, mas confusa.

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— Eu sei, —disse ele. — Vamos entrar. —Ele a
acompanhou, entraram em sua casa e Hallie se sentou em seu
sofá, ainda em estado de choque.
O que acabou de acontecer?

Ainda estava pensando nisso quando Luc lhe trouxe um
copo de limonada da cozinha. — Obrigada, —disse ela,
levando o copo aos lábios para um gole lento. Enquanto se
acalmava, pensou na situação, e algo ridículo a atingiu.
— Você estava escondido. Nos meus arbustos, —disse
ela.
Ele assentiu seriamente. — Eu estava perseguindo você.
Ela soltou uma risada e depois cobriu a boca. — Oh meu
Deus, por que diabos você estava fazendo isso?

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— Eu queria que soubesse que eu a quero. Que você não
é uma noite só, —disse ele.
Ela o olhou e notou os pedacinhos de arbustos presos na
camisa e nas calças. — Quanto tempo você esteve lá?

— Algumas horas, —disse ele com um encolher de
ombros. — Não sei ao certo quanto tempo. —Luc estalou os
nós dos dedos juntos. — Eu não sabia como você iria me
receber, mas se precisasse ficaria em seus arbustos dia e noite.
— Ou você poderia somente pedir para entrar, —ela
sugeriu.
Ele deu-lhe um pequeno sorriso. — Eu gostaria disso. Ele
se aproximou e puxou uma cadeira ao lado dela, parecendo
satisfeito consigo mesmo. — Eu não bati a merda fora dele,
você notou isso?

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— Notei, —disse ela. — Fiquei muito impressionada.
— Eu sei, —disse ele. — Mas sério, você está bem?
Porque eu também queria falar com você sobre a noite
passada, se estiver tudo bem com você.

— Claro, —disse ela, com o coração batendo
nervosamente.
Ele voltou para o seu sofá e se inclinou para frente, de
frente para ela. Como de costume, seu cabelo estava
desgrenhado, mas ainda parecia a coisa mais bonita que ela
já tinha visto. — Dei a você a impressão errada ontem à noite,
—disse ele. — Eu não estava tentando dizer que não queria
me comprometer. O problema é, para a minha espécie,
acasalar é um grande negócio. E nunca havia conhecido uma
mulher antes que eu quisesse acasalar, então não sabia como

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isso funcionava. Ter ficado aqui com você seria tentador e eu
não queria estragar alguma coisa.
— Epa, epa, epa, —disse ela. — O que você quer dizer com
estragar alguma coisa?

— Prendê-la a mim sem sua permissão, —disse ele. — O
acasalamento é para sempre.
Ela esfregou as têmporas com as duas mãos. — Eu não
sei o que isso significa, acasalamento. Você é algum tipo de
animal?
— Não exatamente, —disse ele.
— Vai me dizer o que você é? —Ela perguntou.
— Sim, —disse ele. — Quando for a hora certa. —Ele se
sentou com um longo suspiro. — Certo, inicialmente ...
quando cheguei aqui, recebi uma missão. Uma que não achei
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que pudesse completar. —Ele tocou sua corrente. — Eu
deveria provar que poderia me importar com o mundo
humano. O problema é que não queria mais fazer isso de
novo. Me importei uma vez e isso me destruiu. Isso destruiu

muitas pessoas. —A culpa nublou seus olhos azuis, e ele
desviou o olhar por um momento antes de se virar. — Então
eu estava planejando apenas sentar e não fazer nada e esperar
pelo meu castigo.
— Qual era o castigo? —Ela perguntou.
— Deixar de existir, —ele disse categoricamente.
Seu coração afundou e seu estômago se retorceu com o
pensamento. — Então você mudou de ideia?
— Acho que sim. —Ele assentiu. — Confesso que é
assustador se importar de novo, mas eu realmente me
importo. Eu me preocupo com você ... e Bastien. E até

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mesmo algumas outras pessoas. —Ele torceu os dedos juntos.
— Só ... eu sou ruim nisso ainda. Quando saí ontem à noite,
pensei que estava fazendo o melhor. Não sabia o que
significava ir embora depois do que fizemos. —Ele deu a ela

um olhar esperançoso. — Mas se me deixar, vou ficar esta
noite.
Ela sentiu a esperança se acumulando no peito,
enchendo-a como um balão de ar quente, fazendo-a se sentir
leve. — Você quer?
— Claro que eu quero, —disse ele, cruzando os braços.
— Eu queria ontem à noite. Mas como você viu, nem sempre
tenho o melhor julgamento, mesmo quando estou tentando
fazer a coisa certa.
— Eu sei, —disse ela. — Também não reagi da melhor
forma.
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Livro 2
Os dois sorriram e depois se sentaram em um silêncio
constrangedor. Ela respirou fundo. — Bem, afinal de contas
você estava certo. Bill é um idiota.
— Sim, —ele disse. — Mas eu poderia ter me explicado

melhor sobre o que achava dele.
Ela se aproximou e sentou ao lado dele no sofá, e quando
ele colocou o braço ao redor dela, apreciou o sentimento
quente e reconfortante que tomou conta do seu corpo.
Isso sempre acontecia quando ele estava por perto.
— O que quer fazer hoje à noite? —Ele perguntou. — Sou
todo seu, até que me expulse.
Ela riu. — Eu não o expulsaria. Que tal somente relaxar
esta noite? Assistir um filme?

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Livro 2
Ele assentiu. — Vamos tentar essa coisa de aconchegar
que você estava falando. —Ele envolveu ambos os braços ao
redor dela, cercando-a com músculos fortes. — Acho que é
disso que mais senti falta na noite passada. Não consegui

abraçar você.
— Eu não sabia que você queria.
— Claro que sim, —disse ele. — Eu sempre quero.
Ela sorriu e gentilmente saiu de seus braços. — Bem,
nesse caso, é melhor você me ajudar a fazer o jantar para que
possamos comer e resolver essa questão. Nós temos alguns
aconchegos para fazer.
Seus olhos azuis brilharam de uma maneira que ela
nunca tinha visto antes. Na verdade, percebia que Luc aos
poucos mudava, desde o dia que o conheceu até aqui era

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como ver uma pintura em preto-e-branco aos poucos ganhar
cores.
— Parece bom para mim.

12
D epois do jantar, onde Luc se mostrou mais do que
disposto a ajudar na cozinha, apesar de lamentavelmente ser
inexperiente com coisas básicas como ferver uma água,

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ambos voltaram para a sala e assistiram a um filme, como
combinado.
Hallie escolheu um filme tranquilo, uma comédia
romântica com um pouco de ação por toda parte. Mas

quando o filme começou, Luc apenas sentou-se ereto ao lado
dela no sofá, olhando fixamente para o filme, como se não
tivesse certeza de como proceder.
Será que Luc nunca fez isso antes?
Primeiro, ela se aproximou dele, se aninhou ao corpo
musculoso de Luc, testando sua reação e vendo o que ele faria
em seguida.
Ele manteve sua posição ereta, mas olhou para ela com
um olhar curioso.
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— Você pode relaxar, se quiser, —ela brincou,
cutucando-o em suas costelas, tentando fazê-lo se soltar.
— Eu só quero ter certeza de que estou fazendo certo, —
disse ele cautelosamente. Era meio fofo pensar nesse cara

enorme e super-protetor, levando o aconchego muito a sério.
— O segredo é encontrar a posição certa para você e sua
parceira, dessa forma os dois podem ficar o mais confortáveis
possível e aproveitar a experiência, —explicou ela.
Luc fez um som, como se estivesse pensando por um
momento. Então mudou sua posição, inclinando-se para o
canto de trás do sofá e, em seguida, ajudando-a a se
aproximar dele para que ela pudesse descansar de volta em
seu peito, com a tigela de pipoca em seu colo diante dela.
O Paraiso.
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— Ah, então isso é aconchegar, —disse ele finalmente
percebendo o espirito da coisa enquanto passava um braço ao
redor da sua cintura.
— Sim. E agora nós assistiremos o filme, —Hallie disse

em beneficio mais dela do que dele, voltando sua atenção
para a TV. A cada segundo aqueles olhos azuis profundos e
multifacetados a observavam, cada segundo que suas mãos a
tocavam em qualquer lugar, ela podia sentir sua pele
aquecendo, podia sentir a reação de seu corpo a ele.
Enquanto assistiam, a mente de Hallie vagava entre
prestar atenção na TV, tentando ignorar as sensações que
cresciam nela, e pensar em como a sua vida estava
radicalmente diferente com Luc nela. Apesar dos altos e
baixos, ela acreditava que não haveria nada que mudasse
sobre tudo isso.

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Livro 2
— O que você está pensando? —Luc perguntou enquanto
passava os dedos pelos cabelos dela, seu toque leve apesar do
tamanho de suas mãos.
— Sobre como as coisas estão diferentes desde que você

apareceu. Agora, depois de tantas mudanças, não tenho
certeza se poderia voltar para a minha vida como era antes.
— Então você pode ver um futuro comigo? —Ele
perguntou pensativo.
— Bem, nos conhecemos a muito pouco tempo, mas se o
presente é um indicador do futuro, então sim, espero que sim,
—ela disse, levantando a cabeça e olhando para cima,
encarando seus olhos ternos e atenciosos.
— Eu também, —respondeu ele enquanto ela se
aninhava de volta, colocando a tigela de pipoca no chão para

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Livro 2
que pudesse descansar em seu colo grande e
surpreendentemente confortável.
— A propósito, você é muito bom nessa coisa de
aconchego, —ela exclamou, saboreando a sensação das coxas

dele embaixo dela e o braço dele descansando ao lado dela.
— Talvez devêssemos fazer isso sempre, não é?
— Definitivamente.
Quando o filme finalmente terminou e os créditos
rolaram, Hallie se sentou de novo e se espreguiçou,
bocejando. Entre a luta deles pela manhã, a cena que ele fez
em seu local de trabalho e o resgate bem na frente de sua casa,
tinha sido um dia longo.
— Vamos, deixe-me levá-la para cima, —disse Luc,
varrendo Hallie fora de seus pés e segurando-a em seus

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braços, subindo as escadas em direção ao seu quarto. —
Podemos fazer mais alguns aconchegos na cama antes de
irmos dormir, —disse ele com um sorriso.
Mas enquanto caminhavam em direção ao seu quarto,

definitivamente, não era só abraçar que a mente de Hallie
imaginava. E certamente o fato dele ter sido um perfeito
cavalheiro a noite inteira, ajudando-a com o jantar e
segurando-a docemente como se ela significasse o mundo
para ele, fazia sua imaginação ir mais longe.
Talvez ela estivesse apenas sendo idiota, alimentando
certas esperanças que trariam só mais dor. Mas aprendeu da
maneira mais difícil que, não importa o quão cuidadoso
sermos na vida, ainda assim podemos nos machucar,
independentemente do que fizermos. Então era melhor

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simplesmente viver no presente e esperar que as coisas
acabassem bem no final.
— Hum, Luc? —Ela disse timidamente quando ele
chegou ao degrau mais alto e abriu a porta do quarto dela.

— Sim?
— Se vai ficar esta noite, acha que poderíamos fazer mais
do que apenas abraçar, —ela perguntou, sentindo-se
envergonhada por sua ousadia, mas não sabia como tocar no
assunto de forma diferente que não fosse direto.
— Você quer dizer ir todo o caminho desta vez? —Ele
disse sem rodeios, um sorriso curvando o canto de seus lábios.
Ela não respondeu, apenas balançou a cabeça, sua mente
selvagem com pensamentos sobre o que isso implicaria.

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Luc não respondeu imediatamente, mas deitou-a na
cama, aproximando-se dela e abraçando-a com suas pernas
poderosas. Ele então se inclinou, segurando a parte de trás do
pescoço dela com uma mão e a bochecha com a outra

enquanto os lábios dele tocavam os dela em um beijo
poderoso e ensurdecedor.
— Isso responde a sua pergunta? —Ele perguntou,
sentando-se e olhando para ela, seu olhar agora aquecido, o
azul dos seus olhos girando como um redemoinho
insondável.
Ela podia se perder naqueles olhos, e nem se importaria.

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Livro 2
Luc vibrava com desejo neste momento. Não só com o
desejo de estar com ela, mas também com uma poderosa
necessidade de agradá-la, de possuí-la e torná-la sua.

Tudo estava perfeito. Ele tinha esperanças que seu futuro
fosse assim. Noites agradáveis, repletas de conversas
divertidas e novas experiências. E noites cheias de calor e
paixão.
O tipo de vida que Luc nunca sonhara em ter, se não fosse
por Hallie.
Ele não perderia tempo indo devagar hoje à noite, no
entanto. Sabia o que Hallie queria. E queria dar a ela. Queria
dar-lhe tudo, cada parte de si mesmo que pudesse oferecer.
Tudo o que eles haviam se negado na noite anterior.

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Luc tirou a camiseta e o sutiã de Hallie, seguido por sua
calça de moletom e roupa íntima, deixando-a nua, dessa
forma nenhuma roupa poderia ficar entre ele e o prazer dela.
A visão de Hallie nua ainda era surpreendente, ainda de tirar

o fôlego.
Desta vez, porém, Hallie puxou a camisa de Luc, mas ele
a impediu de continuar e tirou as próprias roupas, satisfeito
com a forma que os olhos dela se arregalavam cada vez mais
a cada peça que ele tirava, até que não restou mais nada para
tirar.
Imediatamente, ele voltou para a cama, suas mãos
encontrando seus seios macios, sua boca cobrindo a dela em
um beijo voraz e reivindicador.
Hallie gemeu embaixo dele, suas mãos segurando suas
coxas enquanto ele continuava a beijar, tocar e qualquer outra

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Livro 2
coisa que pudesse fazer para preenchê-la com tanto prazer
quanto ela pudesse lidar.
Já sentia que conhecia Hallie a vida toda. No entanto,
podia passar todas as noites, todos os dias, todos os segundos

com ela e o tempo ainda não seria suficiente; eles eram
perfeitos juntos.
Desceu e mordeu o mamilo, lavando cada um deles com
a língua e depois deixando o ar frio formar pontas firmes
antes de morde-los e chupá-los novamente.
Talvez tenha sido todo o contato físico entre eles durante
o filme. Talvez fosse por que se conheciam melhor agora.
Mas o que quer que fosse, podia sentir o primeiro orgasmo de
Hallie se construindo rapidamente, poderia dizer que ela já
estava balançando perto da borda.

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Livro 2
Ele abaixou os dedos entre suas pernas e começou a
acariciar lentamente seu clitóris, mas não parou de usar sua
boca em seus deliciosos seios. Hallie se contorcia embaixo
dele, seus longos gemidos se espalhando pelo o ar,

sinalizando a proximidade de seu êxtase.
Então, com um último golpe, ela gozou debaixo dele, os
dedos dela cravaram em suas pernas enquanto gemia o nome
dele e tentava o seu melhor para superar a incrível experiência
de seu orgasmo.
Companheira.
A voz de seu dragão dizendo claramente o que ele queria.
Companheira, companheira, companheira.
Ele tentou ignorar a voz, mas a visão de Hallie, a visão
da sua mulher, esticando os lençóis, os cabelos escuros

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espalhados ao redor dela, linda, nua e sempre pronta para
receber mais prazer dele, era forte demais para ignorar.
Por um momento, torceu o anel de safira em seu dedo,
sua herança, seu presente para sua primeira e única

companheira.
— Eu não acho que posso lidar com mais preliminares,
—disse Hallie com um suspiro feliz. — Que tal pulamos para
o evento principal? —Ela perguntou enquanto suas mãos
tocavam ao longo de seu peito e seu abdômen.
— O que você quiser, —disse Luc, dolorosamente
consciente de quão duro estava, a reação de seu próprio corpo
a ela tão forte quanto o dela a ele.
Primeiro, deslizou um dedo dentro dela, depois dois,
testando para ter certeza de que Hallie poderia acomodar seu

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tamanho. Ela gemeu um pouco, deixando claro que somente
uma coisa a satisfaria plenamente.
Uma vez que Luc estava convencido de que Hallie estava
pronta para ele, se aproximou e se preparou para entrar nela.

O ar crepitava de excitação enquanto Hallie o esperava.
Então, com um movimento lento e longo, ele se empurrou
para dentro dela, para dentro do seu calor escorregadio,
erótico e convidativo.
A sensação era mágica, apertada e quente e tudo o que
ele poderia ter imaginado. Hallie o agarrou de todos os
ângulos, fazendo com que o espaço entre eles parecesse
inexistente, fazendo-o sentir que ele era totalmente parte de
sua alma.
Luc lentamente se retirou e depois se empurrou
novamente e ela engasgou com o prazer e a sensação disso.

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De alguma forma, era simplesmente perfeito. Seu calor
suave e convidativo era um contraste irracional contra o lado
duro e inflexível dele. Toda vez que se moviam juntos,
choques de êxtase corria através dele, da ponta dos dedos até

os fios de seus cabelos.
Era tudo muito íntimo. Tão maravilhoso.
Não havia como voltar atrás. Ele nunca conseguiria
desistir dela. E enquanto Luc continuava a se empurrar,
Hallie envolveu suas pernas ao redor dele, tão desesperada
para mantê-lo quanto ele era para mantê-la.
Cada vez mais rápido ele entrava e saia dela. E quanto
mais ele fazia, mais fortes e mais vocais as respostas de Hallie
se tornavam. As mãos dela envolveram os lençóis, puxaram
o cabelo dele, procurando por algo para segurar. Então Luc

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agarrou suas mãos com força enquanto ele continuava a se
mover, levando-os para o inevitável orgasmo.
Hallie começou a se mover mais rápido, empurrando
seus quadris contra os dele, e Luc achou muito difícil manter

o controle. Ele começou a ir mais rápido, aumentando seu
ímpeto enquanto eles se encontravam repetidamente.
Luc podia senti-la chegando mais perto da beira. Podia
sentir o tremor de seus músculos. Hallie estava tão próximo
que ele quase podia sentir o gosto. Com um último empurrão,
ele se encaixou totalmente dentro dela, como se fossem um
só.
E então ela gozou, suas mãos apertando as dele enquanto
se arqueava em êxtase.
Uma fração de segundo depois, ele foi puxado para o seu
próprio orgasmo, sentindo seu corpo inteiro inundado de

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prazer poderoso que percorreu através dele em quantidades
que parecia não ter fim.
Mesmo depois que o prazer foi substituído pela satisfação
sensual, Luc não queria sair de dentro dela, não queria que a
experiência terminasse. Se pudesse engarrafar e guardar para
a eternidade, ele o teria feito.
Mas isso é o que a vida é, ele pensou. Apreciar as boas
experiências e tentar criar novas memórias, ainda melhores,
a cada novo dia.
Hallie relaxou de volta na cama e soltou um longo e
satisfeito suspiro. A visão de seus seios nus e o brilho de sua
pele clara e seu sorriso feliz e exausto estariam gravados em
sua memória para sempre.
Ele se inclinou para beijá-la mais uma vez, depois se
levantou e se limpou rapidamente no banheiro, voltando para

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a cama e cobrindo os dois com os lençóis antes de se enrolar
ao redor dela.
— Então, agora vai me dizer o que você realmente é? —
Ela perguntou, bocejando. Tinha sido um longo dia. Hallie

havia passado por muito hoje.
— Não hoje à noite, —disse ele. — Eu só quero te
abraçar.
— Tudo bem, —disse ela. — Mas logo?
— Logo, —disse ele. — Talvez amanhã.
Ela o abraçou e murmurou algo sobre como ele sabia
como exaurir uma mulher. Ele se enrolou ao redor dela mais
apertado, como se com seu corpo pudesse protegê-la do
mundo inteiro. Talvez pudesse.
— Hallie? —Ele perguntou baixinho.

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— Sim?
— Eu te amo, —disse ele, surpreso que as palavras saíram
tão facilmente. Mas sabia o que sentia. Sabia com certeza o
que isso era entre eles.

Ela se virou para ele, mais acordada agora, e deu-lhe um
sorriso sonolento. — Eu também te amo.
Luc escovou o cabelo para trás e deu-lhe um beijo na
testa. Puxou seu anel do dedo e levantou uma das mãos dela.
— Você vai ficar comigo? —Ele perguntou.
— Como, oficialmente?
Ele assentiu. — Sim. Isso é o que eu quero. Use meu anel.
Seja minha. —Ele sabia que deveria estar lhe dizendo mais,
mas poderia fazer isso mais tarde. Agora, sentia que isso era
o certo a fazer.
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Seus olhos brilharam quando ela olhou para o anel, e
então Hallie esticou as mãos para ele deslizar o anel em seu
dedo. Tudo em seu coração estava contente enquanto
observava o seu anel escorregar pelo dedo anelar dela. De

alguma forma, talvez através da magia, o anel coube
perfeitamente.
Ela olhou para ele, girando a mão, fazendo o anel brilhar
contra a luz. Um choque passou por ele. Hallie era sua
companheira.
Hallie deitou-se e, em seguida, estendeu a mão e o puxou
sobre ela, dando um beijo em sua bochecha. — Sinto muito,
estou cansada. Foi um longo dia. Venha, se aproxime e me
aconchegue para dormir.

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Ele riu e se deitou com ela novamente, certificando-se de
que as cobertas estivessem sobre eles. Hallie bateu palmas e
as luzes se apagaram. Muito conveniente.
Hallie adormeceu antes dele, roncando levemente e

murmurando em seu sono.
— Durma bem, querida. Eu vou fazer tudo certo de
manhã, —disse ele. Mas quando um arrepio de nervosismo
passou por ele, se perguntou ... será que poderia fazer tudo certo
realmente?
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13
N a manhã seguinte, Luc olhava com admiração para o
anel dele na mão de sua companheira. Não podia acreditar
que realmente tivesse acontecido. E tão rápido. Ontem à noite
parecia ter sido o momento certo, mas será que não deveria
ter esperado um pouco mais?
Não. O mundo era volúvel e perigoso, mais uma razão
para não esperar quando você conhece aquela que é a sua
única.
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Para não mencionar, seu anel poderia ajudar a proteger
Hallie. Ele não tinha certeza exatamente quais poderes
estavam contidos no anel, mas sabia que ela estaria o mais
seguro que poderia estar.

Agora só havia uma coisa a fazer. Ligar para a Oráculo e
dizer que ela precisava desativar a corrente. Estava pronto
para ser ele mesmo novamente e se alinhar com a
humanidade. Hallie o fizera desejar isso. Trouxera de volta
aquela parte gentil de si mesmo, a parte que acreditava que
era possível lutar pelo um mundo melhor.
Colocou as cobertas ao redor dela e sorriu, achando
engraçado seus roncos suaves. Saiu do quarto, viu as chaves
penduradas e as pegou, trancando a porta atrás de si.
Quando estava na calçada com o sol ofuscante da manhã
batendo nele, pegou o telefone e discou o número da Oráculo.

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— Olá? Luc?
— Sim, —ele disse, mantendo a voz baixa para não
acordar Hallie. Mesmo ela estando dentro de casa, sabia que
tinha sono leve. Ele pretendia contar tudo a ela em breve, mas
planejava ser da sua maneira.
— O que está acontecendo? Algo está errado?
— Encontrei minha companheira, —disse ele. —
Preciso que tire a corrente.
A Oráculo ficou em silêncio e seu coração bateu forte
enquanto esperava.
— Está bem.
— Só isso? Você confia em mim? Sabe mesmo o que ...

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Ela o interrompeu. — Eu sei que você esteve querendo
desaparecer desde que cometeu aquele terrível erro. Sei que estive
esperando que você se perdoasse e voltasse a viver novamente.
— Eu não sei se serei capaz de me perdoar, mas estou

pronto para começar a fazer as pazes. Estou disposto a
começar a tentar.
— Quando restringir seu poder não foi porque me
preocupava de que você iria machucar os humanos, —ela disso.
— Eu o restringir porque tive receio que você se machucasse.
Voltasse a dormir.
Ele apertou os lábios. Luc tinha sido fatalista. Sombrio.
Não sentia nenhuma vontade de viver. Apenas queria voltar
ao esquecimento. Como incrível uma companheira poderia mudar
tudo isso.
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— Como você irá desativar a corrente? —Ele
perguntou.
— Normalmente, eu teria que tocá-la, mas posso fazer de
outra forma. Me dê um segundo.

Ele a ouviu baixar o telefone e em seguida um som
farfalhando ao fundo, e então sentiu a corrente se soltar,
escorregando. Ele pegou com uma mão e olhou para ela. De
certa forma, estava grato pela corrente. Isso o manteve seguro
até que pudesse confiar em si mesmo.
— Então, o que vai fazer agora? —Ela perguntou. — Estou
feliz em ter você do nosso lado. Poderemos usar seus poderes.
Todos eles.
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— Você precisa de chuva? —Ele perguntou, rindo. —
Não acho que há tantas colheitas por aqui implorando por
isso.
— Certo, eu esqueci do seu dom com o clima. Talvez não

precisemos tanto disso, mas definitivamente precisaremos do seu
dom de cura em massa. Do seu dom de congelamento.
— Entendi, —disse ele. — Bem, estou à sua disposição,
como Zach, a menos que minha companheira esteja em
perigo.
— Você deu a ela o anel, não foi? —Ela perguntou.
— Sim, —disse ele. — Não tenho certeza do que ele
pode fazer por ela.

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— Você irá descobrir em algum momento, —disse ela. —
Tudo o que importa agora é que estar conosco. Você é um dragão
muito importante. Estou feliz que esteja acordado.
— Obrigado por me acordar e me dar uma chance, —

disse ele. — Tem sido muito melhor do que esperava.
— Agora não estrague tudo, —ela disse com uma risada,
e ele desligou o telefone.
Precisava ir a um lugar agora. Olhou para a rua vazia e
depois entrou em seu carro e se dirigiu ao abrigo. Com a
corrente fora do seu pescoço e a adrenalina por ter falado com
a Oráculo, podia sentir o poder inundando através dele
novamente. Um gotejamento quente que logo se transformou
em um dilúvio.
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Ele estava mais consciente do seu corpo, da energia ao
seu redor. E a água no ar.
Podia fazer chover. Com todos os seus outros dons, como
curar e atacar, ele tinha esquecido completamente o quão útil

costumava ser para humanos o seu dom de chuva. A tristeza
caiu sobre ele quando lembrou do quanto os que viviam em
sua aldeia ficavam felizes quando chovia em suas plantações.
Plantações que foram queimadas a nada.
Mas não, isso não seria assim novamente. Não deixaria
que tudo que amava fosse destruído. Não estava apenas
assistindo os humanos de longe, checando-os aqui e ali.
Dessa vez estava vivendo entre eles, e estaria lá se a merda
acontecesse.
Quando chegou ao abrigo, ainda era muito cedo e tudo
estava trancado.
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Pegou as chaves de Hallie do seu bolso, abriu a porta e
entrou, trancando-a atrás dele.
O abrigo era estranhamente quieto e escuro, e ele foi
passando pelos ambientes acendendo as luzes.

Não sabia exatamente como explicaria a Hallie sobre
seus poderes, mas achava que seria uma boa ideia começar a
mostra-la pelo o seu dom mais precioso: sua capacidade de
curar. E ao invés de explicar, ele queria mostrar a ela.
Caminhou até a jaula de Bastien que parecia saber que
algo diferente estaria acontecendo hoje, e ele miou um pouco
quando Luc se aproximou.
— Shh, —disse Luc. — Vou fazer que tudo melhore para
você, amigo.
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Luc abriu a gaiola e puxou Bastien para fora, amando o
jeito que o gato sempre se aconchegava. Estava realmente
ansioso para poder levá-lo para casa.
O pequeno rapazinho merecia uma casa como todos os

outros gatos e não morrer em uma gaiola.
Bastien olhou para Luc com curiosidade, relaxando em
seus braços. Luc tocou o tumor na perna do gato. Ele não
costumava a curar apenas um ser ou uma parte específica do
corpo, mas como já havia muito tempo sem usar o seu dom,
estava enferrujado e curar Bastien seria um bom começo.
A única coisa que ele não podia fazer era ressuscitar os
mortos.
Tocou a perna de Bastien gentilmente e o gato se sacudiu.
Ele moveu sua mão até que cobriu o tumor completamente,
e então fechou os olhos e deixou o poder suave derramar

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através dele. Sentiu calor sob sua mão. Ouviu Bastien miar e
depois ronronar.
E então sentiu uma luz, como se uma espécie de
escuridão tivesse sumido, e ele soubesse que a doença dentro

de Bastien não estava mais lá.
Bastien pulou de suas mãos e caminhou pelo chão,
sacudindo a perna atrás dele de uma maneira engraçada. Mas
não havia nódulo.
Ele miou e pulou no banco, caminhando ao redor como
se fosse o dono do lugar, quase como se estivesse
comemorando o quão bom ele se sentia.
O gato olhou para Luc e soltou um longo miado, como
Bo fazia quando queria atenção. Luc sorriu e sentou-se, e
Bastien subiu em seu colo.

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— Quer vir para casa comigo agora, amigo?
O gato apenas pressionou o rosto contra ele em resposta,
e Luc sorriu.
Então olhou para o resto dos animais de estimação nas

gaiolas ao longo da parede. Nenhum deles estava tão doente
quanto Bastien, mas enquanto estava aqui, também poderia
ajudá-los. Ou talvez ele ainda estivesse nervoso em voltar e
encarar Hallie. E se ela não o aceitasse?
Caminhou até a parede e estendeu a mão para os
animais, respirando fundo. — Não se preocupe, —ele disse a
Bastien. — Isso vai levar apenas um segundo.

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Hallie não podia acreditar como era lindo o anel que Luc
havia lhe dado. Como as coisas mudaram em apenas um dia.
Ele foi embora de novo, mas agora sabia que era

diferente. Depois que disse que a amava na noite anterior e a
segurou enquanto dormiam, sabia que ele estaria de volta
dessa vez e não ficaria somente por um tempo. Estava lá para
ficar.
Luc disse que explicaria tudo hoje. Hallie estava nervosa,
mas ansiosa por esse momento. Ela se levantou, tomou banho
e ficou pronta enquanto mantinha o anel. Isso a deixava
aquecida e feliz, e por ela nunca o tiraria.
Uma parte dela sabia que deveria sentir que isso era bom
demais para ser verdade. Isso era algum tipo de fantasia
óbvia. Mas também sabia que Luc era de carne e sangue. Ela
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o sentiu dentro dela. Ele era tão real quanto o ar ao seu redor,
e não podia esperar para vê-lo novamente.
Estava vestindo algumas roupas confortáveis, um
moletom cinza e calça preta de ioga, quando a campainha

tocou. Suas costas doíam um pouco, e por isso pegou alguns
remédios antes de atender a porta. Tinha certeza de que era
Luc.
Claro que ele voltaria em breve. Talvez estivesse até
trazendo café da manhã. Talvez pudessem comer enquanto
ele a atualizava sobre tudo.
Abriu a porta e ofegou quando viu quem estava ali,
sombreado pela luz do sol.
Não conseguia explicar como eles eram exatamente, mas
nenhum deles era Luc. Nenhum tinha sua presença
tranquilizadora. A trepidação de um arrepio subiu pelas

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costas e ela tentou fechar a porta novamente, mas o homem
da frente segurou com a mão.
— Não tão rápido, —ele brincou, entrando na casa
enquanto ela tropeçava para trás. Ela se virou para correr,

mas ele a pegou pela cintura. — Rapazes? —Ele chamou, e
os dois homens com ele se adiantaram, cada um pegando-a
pelo braço.
Hallie olhou desesperadamente para fora da porta a
procura de Luc, na esperança que ele voltasse, mas não o viu.
— Acalme-se, —disse o homem da frente, fechando a
porta atrás de si. — Não temos interesse em machucá-la. Nós
só precisamos saber onde está o dragão Safira.
Os homens que a seguravam a empurraram para o sofá e
sentaram-se em ambos os lados dela, certificando-se de que
ela não corresse.

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O líder deles sentou-se cautelosamente na poltrona a sua
frente, sua postura arrogante, encarando-a, com as pernas
cruzadas, as mãos apoiadas no joelho. Ele tinha cabelos
loiros, chocantemente claros e penetrantes olhos

amendoados verdes que se inclinavam para os lados. Ele
poderia ter ser chamado de bonito se não houvesse uma
crueldade desagradável em suas feições.
— Tsk-tsk, —ele disse casualmente. — Ao contrário de
Safira, gosto de ler mentes. E se você vai pensar coisas ruins
sobre mim, posso muito bem fazer algo ruim para justificar
seu pensamento.
— Quem é você? —Perguntou ela, tentando solta-se dos
homens que ainda seguravam os seus braços.
São olhos em forma de amêndoas.

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— Deixe-a ir, —o homem loiro estalou, e seus
companheiros obedeceram. Ambos eram altos e
incrivelmente musculosos, com cabelos loiros escuros que
chegavam até os ombros. Mas eles não se pareciam em nada

com o homem em frente a ela. Ele tinha uma elegância, um
poder velado que fazia qualquer um querer correr.
Ele estudou as unhas. — Onde está Safira?
— Eu não sei o que você quer dizer, —ela disse
honestamente.
Seus olhos mergulharam em seu anel e ele sorriu
divertido. — Quer dizer que ele acasalou com você e você
nem sabe o que ele é? Ah, isso é interessante.
Ela não sabia o que ele exatamente achava interessante,
mas não gostou de nada disso. — O que você quer dizer
acasalada?
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Ele acenou para a mão dela. — O anel, querida.
— Não me chame assim, —ela retrucou. — E eu não sei
do que você está falando.
O cara loiro inclinou a cabeça, um ligeiro sorriso

curvando seus lábios maliciosamente. — Isso é trágico.
— Saiam da minha casa, —disse ela. — Seja lá quem for
esse Safira, não está aqui. E o que você quis dizer com
dragão?
Ele olhou para ela com ironia. — O que você acha que
eu quis dizer? Eu quis dizer dragão. Um dragão poderoso que
respira fogo e é humano. E eu quero ele do meu lado.
— Você está falando sobre Luc? —Ela perguntou,
boquiaberta.
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Ele cruzou os braços e recostou-se. — É esse nome que
ele se chama hoje em dia? Não entendo esses nomes
modernos. Lucien era um nome que ele usava, suponho.
Mas, considerando seus poderes, acho que a maioria o

conhecia como Safira.
Ela olhou para o anel. — Como a pedra nesse anel?
Ele assentiu.
— Então, o que você é? Esmeralda? —Ela perguntou.
Seus olhos brilharam. — Como você sabe? —Ele olhou
para ela, enervando-a. — Pode me chamar de Égide. —Seus
cílios eram longos. Ele realmente poderia quase ser chamado
de bonito se não fosse por sua personalidade terrível.
— Tsk. Você quase me fez um elogio, mas em seguida me
insultou novamente, —disse Esmeralda. — Aviso final. Se

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Livro 2
fizer isso de novo, provará dos meus poderes. E, ao contrário
de Safira, eu não uso uma corrente.
— Aquela coisa em volta do pescoço dele ...?
— Sim, restringe seu poder. Embora, ele provavelmente

os tenha de volta agora. Nós temos um espião na casa da
Oráculo que disse que ele estava acasalado e que teria seus
poderes de volta, então viemos para ver se poderíamos
convencê-lo a ficar do nosso lado. Faz sentido, certo? Depois
do fato desagradável que aconteceu no passado dele, não é?
— Eu não quero que me diga nada sobre ele, —disse ela,
cruzando os braços. — Ele está voltando para falar comigo e
vamos resolver as coisas entre a gente.
— Certo, —disse Aegis. — Porque essa é a ordem correta
dos acontecimentos: acasalar com uma mulher e prendê-la a

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você para sempre e, em seguida, contar a ela que você é um
monstro implacável. Faz sentido.
— Ele não é um monstro.
— Assassino, então, —disse Aegis.

Ela estreitou os olhos. Não podia imaginar Luc matando
alguém. Ele era muito bom. Mas então um pouco de dúvida
surgiu. Ela se lembrou de como Luc se comportou com raiva
em brigas. Que foi violento.
— Luc não mataria pessoas, —disse ela com certeza. Ela
o viu usar o autocontrole. Claro, ele ficou furioso algumas
vezes, mas sempre foi justificado.
E não foi longe demais. Quer dizer, muito longe.
— Você não parece que acredita nisso, —disse Aegis. —
De qualquer forma, por que eu contaria isso para você? Não

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vi até aqui atrás de você. Somente pensei que ele poderia
querer uma chance de se juntar ao nosso lado, dado o seu
passado, ele poderia ser adequado para isso.
— Que lado é esse? —Ela perguntou ceticamente.

— O lado oposto de todos os dragões benfeitores que
querem ajudar os humanos. Não há esperanças para a
humanidade. É melhor governá-los do que tentar protegê-los.
— Luc não pensa dessa forma, —ela disse.
— Eu não teria tanta certeza se fosse você, —Aegis
respondeu. — Talvez eu saiba mais sobre ele do que você.
Ainda assim, estou surpreso que ele acasalou sem lhe contar
uma parte tão importante do seu passado.
— Ele pode me dizer o que quiser, quando quiser, —disse
ela. — Agora vocês precisam ir embora.

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Aegis levantou uma sobrancelha loira. — Você não pode
me dar ordens, humana.
— Luc não ficará do seu lado.
— Talvez não. Ele está morando com Zach, o dragão

Ônix, meu inimigo. Um total fracassado agora que está sendo
comandado pela Oráculo. Dragões não foram feitos para
seguir ordens.
— Então para quem você está trabalhando? —Ela
perguntou. — De alguma forma eu não acho que está fazendo
isso sozinho.
Seus olhos verdes brilhantes se tornaram impetuosos e ele
se levantou. — Eu faço o que quero, quando quero. Escolhi o
lado onde estou agora, porque eles estão alinhados com os
meus interesses, mas se falharem, então vou mostrar a eles
quem está realmente no comando. —Ele caminhou

Sapphire DRAGON
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Livro 2
lentamente em direção a ela e se ajoelhou, encarando-a olho
no olho. Era impressionante. Ele sorriu.
— Mas deixe-me dizer uma coisa, querida. Posso ser um
dos caras maus, mas nunca matei um monte de humanos

como Safira. —Ele gargalhou. — Não que eu ache que ele
estava errado, mas sério, aquilo foi uma frieza. —Ele jogou a
cabeça para trás e riu de alguma piada que ela não entendeu
enquanto se levantava.
Ele fez sinal para seus homens segui-lo enquanto
caminhava para a porta. — Voltaremos quando Luc estiver
aqui, —disse ele, abrindo-a.
— Ele está aqui agora, —uma voz profunda disse, e ela
ouviu um estalo quando Aegis foi socado no rosto e tropeçou
para trás.
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Livro 2
14
Q uando Aegis se equilibrou novamente, ele estava
segurando o rosto.
— Safira, que porra é essa? —Ele perguntou.
Luc apertou sua mão enquanto avançava, empurrando os
amigos de Aegis para fora do caminho e em direção a sala de
estar. Seus olhos azuis estavam desesperados, procurando por
Hallie.
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Livro 2
— Luc! —Ela disse, correndo para ele. Depois desse
encontro enervante, ela precisava dele. Só precisava sentir sua
bondade, lembrar de quem ele realmente era. Ele recuou
depois de um rápido abraço e entregou-lhe algo que estava

debaixo do braço dele.
Era Bastien que soltou um miado quando se aproximou
dela e se enfiou em uma bola contra o seu peito.
— O que? Você não deveria ... —Ela começou a tagarelar
sobre o gato, mas Luc levantou a mão ficando entre ela e os
homens em pé ao lado da porta.
— Saia. Se você se aproximar da minha companheira
novamente, eu vou te matar.
Aegis sorriu, seu sorriso falsamente encantador. —
Certo, —disse ele, olhando para Hallie. — Porque é assim
que você lida com as coisas quando está zangado, não é?

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Luc ficou imóvel. — Você está tentando causar
problemas, saia. —Ele apontou para a porta, mas ela podia
jurar que Luc estava sentindo algo diferente de raiva agora.
Parecia desconfortavelmente como ... culpa.

Aegis não poderia estar dizendo a verdade, poderia? De fato,
foi um choque descobrir que eles eram dragões com poderes
incríveis, e ela precisava saber mais sobre isso. Mas Luc não
poderia ser um assassino implacável, poderia?
Ela não podia imaginar isso.
— Pergunte a ele, —disse Aegis, olhando-a. — Pergunte
a ele se é verdade.
Ela não queria. Só queria cobrir os ouvidos e manter tudo
igual ao que era antes. Mas a energia que irradiava de Luc
não estava certa. E ele estava evitando os olhos dela agora,
ainda de costas.
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Livro 2
— É verdade? —Ela perguntou, ainda segurando Bastien.
Andou em direção ao homem que significava tudo para ela.
— Não é verdade, não é?
— O que não é verdade? —Ele perguntou em um tom

neutro.
— Que você matou pessoas, —disse ela. — Muitas
pessoas.
Seus ombros caíram e ele ainda não a encarava. Hallie
agarrou-o pelo casaco com uma das mãos e o virou para
encará-la.
Quando ele olhou para ela, reconheceu uma multidão de
emoções em seu rosto: Tristeza, decepção, culpa.
Nervosismo. Raiva quando ele olhou para Aegis.

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— Oh, olhe para isto. Ela vai rejeitar você, —disse Aegis.
— Hilariante que teve todo esse trabalho para prendê-la a
você, e agora ela vai virar as costas quando souber da
verdade. —Ele cruzou os braços e assentiu. — Bem, quando

você se sentir traído e furioso, será bem-vindo para se juntar
a nós. O céu sabe que você é bem-vindo.
— Você fez isso de propósito, —Luc rosnou.
Aegis levantou as mãos. — Eu não fiz nada disso.
Simplesmente vim até aqui para recrutá-lo, já que imaginei
que, ao contrário de Zach, você realmente tinha garras. Dado
o que eu ouvi sobre você. —Ele sorriu, mostrando caninos
parecidos com presas. — De qualquer forma, vou deixa-lo
sozinho com a sua companheira. —Ele enfiou a mão no bolso
e tirou um cartão e jogou na direção deles. O cartão voou e

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Livro 2
aterrissou no chão, nem Luc, nem Hallie se aproximou do
cartão. — Agora você sabe onde me encontrar.
Luc franziu o cenho para o outro homem enquanto ele ia
embora, saindo com seus companheiros pela porta.

Hallie e Luc foram até a janela para vê-los sair, e então
ela caiu no sofá, drenada.
Ele sentou do outro lado. — Eu ia lhe contar, —disse ele,
esfregando o rosto com as mãos. Ela colocou Bastien no chão
para que ele pudesse encontrar os outros gatos da casa, que
gostavam de se esconder em lugares confortáveis a maior
parte do tempo.
— O que você teria me dito? Que você é um dragão
poderoso, ou que você se acasalou comigo me dando o seu
anel e que isso é irrevogável?

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Livro 2
— Eu lhe disse que queria você para sempre, —disse ele.
— Ou que você é um assassino? —Ela sufocou. — Eu
não quis acreditar quando essa acusação saiu dos lábios dele.
Mas olhando para você enquanto ele te acusava, eu sabia.

Você fez que ele disse, não foi?
Ele balançou a cabeça lentamente, e ela sentiu seu
coração quebrar em dois.
— Não acha que eu merecia saber disso? Saber com quem
eu estava me ligando?
— Acho, —disse ele. — Só não sabia como te dizer. Há
tanto para contar.
Ela cruzou os braços. — Comece no começo.
— Eu nasci como um bebê dragão ...

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Livro 2
— Comece com os motivos que levaram você a matar
pessoas! —Ela retrucou, seu coração acelerado.
Ele soltou uma respiração longa e frustrada, seu corpo
tenso. — Eu não queria que aquilo tivesse acontecido. Eu

sabia que você me odiaria.
— Então você deveria ter me dito e me dado a chance, —
disse ela. — Você tem estado no controle dessa nossa relação
o tempo todo. Me guiando. Me pedindo para confiar em você
e me fazendo sentir desejada. Me perguntando se eu te amaria
se você fosse um monstro. Pensei que isso significava ser
algum ser mítico. Não um assassino!
— Eu te disse que eu era ruim.
— Mas você não é! —Ela disse. — Eu nunca senti isso
em você. — Sei que é duro consigo mesmo, mas nunca pensei
que fosse capaz de algo assim. Isso é grave.

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Livro 2
— Não acha que sei disso? —Ele perguntou. — Tenho
me torturado por muitos anos. É a razão pela qual eu quis
voltar ao esquecimento.
— Isso não vai trazê-los de volta, —ela disse

cautelosamente. — Se você é uma criatura grande e poderosa,
por que precisou matar humanos? O que poderia justificar
essa atitude?
Ela não sabia se estava mais irritada por ele ter escondido
tudo isso dela ou que ele a acasalara sem dizer exatamente o
que isso significava. — Uma coisa é esconder que é alguma
criatura poderosa, mas outra coisa é esconder que é um
criminoso.
Ele ficou parado, com as mãos nas pernas. — Então quer
que eu vá embora?
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Livro 2
Seu coração doeu. Mesmo sentido raiva, não tinha
certeza de que era exatamente o que queria. Mas ela estava
sofrendo, e era difícil ver através disso.
Doía descobri que Luc pudesse machucar as pessoas.

Doía que ele pensou que não precisava dizer a ela do que
ele era capaz.
— Eu só ... não posso assimilar que você é o homem que
pensei que fosse, se foi capaz de ter ferido pessoas dessa
maneira.
— Isso foi há muito tempo atrás, —disse ele. — Eu não
sou o mesmo homem, ou dragão que eu era.
— Então por que fez isso? —Ela perguntou — O que
justificaria isso?
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Livro 2
Ele mordeu o lábio. — Foi estúpido. Eu me arrependo
disso todos os dias.
— O que aconteceu? Por que fez isso? —Ela tinha que
saber. Queria muito que houvesse um bom motivo.

Mas ele olhou para ela. — Eu não sei o que você quer que
eu diga.
— Diga que havia uma razão. Diga que Aegis estava
mentindo! Diga que não fui enganada e me acasalei com um
assassino.
Ele apenas olhou para ela, e isso a deixou mais irritada.
Por que ele não estava dizendo nada? Em vez disso, ele parecia
perdido em uma névoa. Luc cruzou os braços e se virou. —
Pensei que você me daria tempo para explicar.

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— Pensei que você saberia que deveria ter explicado
primeiro, antes de me tornar sua companheira.
— Pensei que você havia entendido o que o anel
significava, —disse ele.

— Eu nem sabia o que você era! Como podia entender
alguma coisa?
— Entendi, —ele disse. — Então você quer que eu vá.
— Por enquanto, —disse ela. — Preciso pensar sobre
isso. Preciso me acalmar. —Dor passou por ela. — Preciso
tomar mais remédios.
Ele deu um passo em direção a ela, os olhos ficando mais
claros. — Então antes de eu ir, deixe-me mostrar-lhe uma
outra parte de mim.

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Livro 2
Ela estava prestes a protestar, mas ele fechou a distância
entre eles em um segundo, tomando-a em seus braços. Ele a
girou até as costas dela estarem na parede e tomou seus lábios
em um beijo profundo.
Ela tentou lutar, mas ele não estava se mexendo. Mas
lentamente, percebeu que esse beijo era diferente dos outros.
Suas mãos seguraram seu rosto, acariciando-a suavemente, e
ela pôde sentir a energia que a inundava, como se ele estivesse
respirando em seu corpo.
Seu corpo inteiro se sentiu iluminado pelo calor, e ela
sentiu um formigamento nas costas, diferente de tudo que já
sentiu antes. Um sentimento quente e leve que a fez querer
rir. Seus dedos cravaram em suas costas enquanto seu corpo
ficava relaxado pela energia que fluía através dela.

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Quando ele se afastou, ainda segurando-a, podia sentir
uma bola de energia centrada em suas costas, onde tinha sido
sua lesão.
— Você provavelmente está certa, —ele disse baixinho.

— Eu nunca poderia te merecer. Nunca terá perdão pelo que
fiz. Nunca serei nada além do assassino que eu sou. —Ele a
ajudou a se sentar no sofá e então se virou para pegar o cartão
que Aegis havia deixado no chão. — Mas mesmo que tudo
isso me permitisse ajudar você e Bastien, valeu a pena. Talvez
seja só isso.
— Espere, —ela disse. — O que você quer dizer com
ajudar a mim e Bastien?
— Você irá descobrir em breve, —disse ele. — É um dos
meus poderes.
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Livro 2
— Onde você vai? Não está pensando seriamente em se
juntar à Aegis?
Ele suspirou e olhou para o cartão antes de colocá-lo no
bolso.
— Não, claro que não. —Ele deu a ela um olhar triste. —
Aprendi a não tomar decisões com raiva. Peguei o cartão dele
para que possamos rastreá-lo. Porque eu posso ter cometido
um erro no passado, mas Aegis está trabalhando do lado do
puro mal.
Ela não teve a chance de responder antes de Luc sair pela
porta, fechando-a atrás dele.

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Livro 2
15
L uc se fechou em seu quarto assim que voltou para a
mansão, querendo manter sua raiva gelada o mais longe
possível de qualquer outra pessoa na casa.
Tudo estava indo bem antes de Aegis aparecer. Ele
poderia ter contado a Hallie sobre si mesmo lentamente.
Poderia tê-la feito sorrir por ver Bastien melhor. Poderia tê-la
curado e dito a ela o que poderia fazer pela humanidade.

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Livro 2
E então poderia ter gentilmente dito a ela seu grande
pesar.
Tudo estava voltando para ele agora. Lembrando de
como ficou fora de controle, de como se sentiu naquele dia.

De como todo o amor e esperança dentro dele tinham sido
destruídos pelo bando de criminosos que riam depois de
terem assassinado crianças inocentes.
Ele sempre foi muito pacífico, muito controlado. Curava,
levava chuvas para áreas secas, confortava aqueles que
precisam. Tentava convencer aos outros dragões a
necessidade de ajudar a humanidade.
Ele era conhecido como o bom e mais gentil dragão.
Mas a sua gentileza e o profundo amor que sentia pelas
pessoas o rasgou quando suas vidas foram tiradas
covardemente por aqueles assassinos.

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Ele ainda não sabia o que fazer com esses sentimentos.
Sempre se sentiria culpado por ter matado, mesmo que os
assassinos da aldeia merecessem, e suas mortes haviam sido
rápidas e indolores em comparação com o sofrimento que

eles infligiram a um grupo de inocentes.
Uma coisa diferente teria sido se esses criminosos
houvessem matado os homens da aldeia em uma luta, mas
eles assassinaram indiscriminadamente mulheres e crianças.
Uma humana em particular significava muito para Luc.
Anna. Tentava nunca pensar nela, mas sua imagem veio até
ele agora. Anna tinha sido a primeira a se aproximar dele em
sua caverna, sem entender quem ele era. Levando alimento,
pensando que ele era um eremita.
Luc se deixou conhecê-la melhor e depois quis conhecer
a aldeia onde morava. Chegando lá, encontrou a aldeia em

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um estado lastimável. Doenças. Fomes. Ele conseguiu
resolver muito disso.
Tinha feito uma pequena tentativa em ajudar essas
pessoas e descobriu que podia fazer a diferença em suas vidas.

Ele já estava fazendo naquela época o que a Oráculo e os
dragões modernos fazem agora. Ajudava a humanidade no
que podia.
E então algo deu errado, e Luc se transformou em um
monstro.
Ouviu uma batida na porta e se virou. Parecia que estava
novamente coberto de gelo, e não queria compartilhar isso
com ninguém.
A porta se abriu mesmo assim, e Zach ficou lá, olhando-
o com olhos escuros e implacáveis.

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Livro 2
Entrou e sentou na beira da cama, sem dizer nada a
princípio.
Luc não sabia como colocar tudo em palavras, então
simplesmente abriu sua mente e mostrou a Zach suas

memórias. O que aconteceu com Aegis e Hallie. Ele
compartilhou suas memórias mais sombrias para que Zach
pudesse entender. A aldeia queimando. Seu sopro gelado
levando a vida daqueles criminosos com fúria assassina.
Zach olhou para ele com simpatia em seus olhos escuros.
— Eu sinto muito. Não sabia.
— Você sente muito? —Luc perguntou. — Por quê? Por
mim? Sou um assassino. Eu não mereço perdão.
— Não, —disse Zach. — Sinto muito pela sua aldeia.
Lamento que tenha perdido todas aquelas pessoas que você

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Livro 2
amava. Agora que amo alguém, posso entender como deve
ter se sentido.
Luc sacudiu a cabeça. — Isso não é desculpa.
— Sabe, —disse Zach. — Acredito que esse seu

sentimento de culpa revela o tamanho do seu incrível amor
pelos humanos. Pois mesmo enquanto matava um grupo de
assassinos cruéis, sua alma se feria.
— Não me faz feliz acabar com qualquer uma vida, —
disse Luc.
Zach cruzou os braços. — E isso faz de você especial.
Porque posso te dizer aqui e agora, Luc, se alguém matar
aqueles que me importo, eu iria aniquilá-lo e pode ter certeza
que não me sentiria mal por isso.

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— Bem, você deveria. Dois erros não fazem um acerto,
—Luc disse.
— Não somos perfeitos, —disse Zach. — Somos dragões.
E se pretendemos ser protetores, nem sempre vamos acertar.

Sentimentos nos confunde. Nós não somos máquinas. Você
ficou com raiva. Fez algo impulsivo por vingança. Mas sabe
de uma coisa? Aqueles homens, acha que eles teriam parado
naquela aldeia? Acha que eles não continuariam a assassinar.
Luc piscou. Nunca havia parado para pensar sobre isso.
— Uma coisa com a qual que terá que lidar, depois de se
perdoar, é que ser um dragão neste mundo nem sempre
significará curar pessoas e trazer chuva. Às vezes significará
lutar. Machucar. Até mesmo matar. Às vezes isso será
necessário para proteger. —Ele levantou a mão. — E eu sei
que não devemos fazer isso com raiva. Sei que a morte
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marcou sua alma naquele dia quando você estava ferido. —
Ele balançou a cabeça. — Mas não cabe a nós decidir quem
será perdoado.
Luc assentiu.
— Um dia, talvez haja seres perfeitos, que faça tudo
certo. Que saibam equilibrar as coisas e decidir quem está
certo e errado e quem precisa ser punido. —Zach ergueu os
olhos para Luc significativamente. — Mas por enquanto,
esses seres não existem. Neste momento o que o mundo tem
somos nós, e ele precisa que você se perdoe e tente ser melhor
a cada dia.
Luc assentiu. — Eu sinto que muita coisa em mim
mudou. Tive chances de matar e mostrei misericórdia. Mas e
se algo terrível acontecesse e eu me perdesse de novo?

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— Você estará entre amigos agora, —disse Zach. — Não
vamos permitir que se perca.
Luc deixou seus olhos se fecharem, as lágrimas ardendo
em suas pálpebras. Doía muito. No fundo sabia que se

recriminar pelas mortes daqueles criminosos era uma forma
de não encarar a verdadeira ferida: ter falhado com aquelas
pessoas da aldeia que dependiam dele. Que ele deveria ter
protegido.
— Se você tivesse chegado a tempo, teria que matar os
criminosos para proteger a aldeia
— Eles estavam rindo, —disse Luc, com a voz rouca
entre as lágrimas. — Estavam rindo e comemorando por
terem matado aquelas pessoas. —Ele colocou a mão na
cabeça. — Por que me sinto tão mal por matá-los quando eles
estavam rindo disso?

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Livro 2
Zach se aproximou e sentou ao lado dele. — Porque você
é uma boa pessoa, e isso é um fardo pesado para uma boa
pessoa suportar.
E então Luc se deixou chorar. Lágrimas pesadas e feias.

Lamentando profundamente todas aquelas pessoas que ele
perdeu, seus rostos se movendo nas lembranças de sua mente.
Ele não queria deixá-los ir. Não queria que eles fossem
embora. Odiava que a morte de seus cruéis assassinos não os
trouxessem de volta.
— Tudo bem, —disse Zach, dando tapinhas
desajeitadamente em Luc.
Luc soltou uma risada. — É isso? Está tudo bem? Sou
uma maldita bagunça. Perdi minha companheira. Passei esse
tempo todo tentando lidar com o meu passado. E Aegis está

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Livro 2
lá fora. —Ele enfiou a mão no bolso e entregou a Zach o
cartão. — Deixou isso.
Zach pegou, virando-o. — Então ele quer que você o
encontre?
— Sim, —disse Luc. — Acho que ele pensou que se
pudesse destruir a minha relação com Hallie, eu não teria
outra opção se não me juntar a ele. —Ele jogou o cartão de
lado. — Até parece.
— Acredito que Hallie ainda pode entender você, —disse
Zach. — Ela pode precisar de tempo, mas aposto que o Aegis
fez parecer pior do que era. E aposto que você não explicou a
situação, porque está sempre se recriminando, se castigando.
— Hallie é uma pessoa incrível, —disse Luc. — Ela
perdoou as pessoas que a machucaram. Ela não entenderia o
tipo de ira que eu tive.

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Livro 2
— Se ela é uma pessoa incrível, provavelmente só precisa
de tempo para se afastar do controle mental de Aegis. Você
sabe o quão persuasivo ele é.
— Ele não estava influenciando-a, —disse Zach.

— Ainda assim, ele estragou tudo. E pelo o que me
mostrou, ele também fez parecer que você a prendeu
intencionalmente, o que não é verdade. E pelo o que você me
disse sobre Hallie, me parece que ela é o tipo de pessoa que
não gosta que os outros tomem decisões por ela.
— Sim, —disse Luc, finalmente se acalmando. — Não
gosta. Então, como faço para corrigir isso?
— Primeiro, certifique-se de realmente se perdoar e
entender que as mortes daqueles criminosos foram
necessárias. Porque quando você for até ela, explicará o que

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realmente aconteceu e não a versão onde você se culpa,
lamenta e se castiga, porque acha que merece.
— Certo, —disse ele.
— Repita depois de mim, —Zach instruiu. — Eu sou

uma boa pessoa.
— Eu sou uma boa pessoa, —Luc ecoou, revirando os
olhos.
— Amar aquelas pessoas resultou em minha ira, mas não
tenho vergonha desse amor.
Lágrimas morderam os olhos de Luc novamente. — Eu
não tenho vergonha desse amor.
— Algum dia, talvez haja um acerto de contas para
minhas ações.
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Livro 2
— Algum dia, pode haver um acerto de contas para
minhas ações.
— Mas por agora, eu vou me perdoar pelo que fiz e seguir
em frente com a minha vida.

Quando Luc repetiu a última frase, sentiu a leveza dentro
dele. Soltou um suspiro, se levantou e se espreguiçou.
Ele olhou para Zach. — Obrigado. Estou me sentindo
melhor. Eu acho.
— Não há problema, —disse Zach. — Devo-lhe. Durante
toda a minha antiga vida você esteve tentando me convencer
sobre ajudar os humanos e como eles valeriam o nosso tempo.
Acho que talvez isso tenha me ajudado quando conheci a
Erin. Por isso, eu te devo para sempre.
Luc engoliu em seco. — E eu a você.

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— Bem, você pode me pagar de volta nunca se juntando
a Aegis, —disse Zach.
Luc zombou. — Considere pago.
— Bom, —disse Zach. — Agora vá se arrumar, você

precisa ir atrás de sua companheira.
Foi minutos depois que Luc saiu antes que Hallie finalmente
deixasse as lágrimas caírem.
Ela não tinha certeza do que exatamente estava
incomodando tanto. Talvez fosse porque sempre imaginou
que essa relação com Luc era boa demais para ser verdade.
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Livro 2
Talvez porque tinha esperanças que Luc tivesse se tornado
uma pessoa melhor, mesmo depois de ter matado pessoas.
Ela piscou quando percebeu que a bola quente dentro
dela estava finalmente começando a diminuir.

Era uma sensação muito estranha. E tinha sido tão
estranho ele ter forçado um beijo nela daquela forma.
Normalmente, ele teria se afastado. Mas foi insistente, quase
desesperado.
Ela suspirou. Um lado de Luc era prestativo, carinhoso,
quase muito doce. Mas havia também o outro lado, um lado
furioso, assustador, intimidante, fora de controle, que ela
presenciou pessoalmente.
Quem ele era?

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Livro 2
Ele nunca havia perdido o controle com ela, isso
aconteceu com outros, mas somente quando precisou
protegê-la. Talvez devesse ter esperado Luc explicar o que
realmente aconteceu, mas quando percebeu que ele não

estava disposto a se defender, a contar a ela os motivos que o
levou ao assassinato, isso a deixou com raiva. Porque
certamente, se ele se importasse com ela, teria lhe dado uma
explicação.
Então, pensando bem, talvez ele não tivesse nenhuma
explicação. Ou também poderia ser que ele não acreditava
que tivesse uma. Ela mordeu o lábio quando lembrou que Luc
tinha a tendência de se autopunir. Deveria ter lhe dado uma
chance para se explicar.
Odiou ouvir sobre tudo isso por outra pessoa. Odiava
sentir que Luc tirou dela seu direito de escolha. Parecia até
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que ele os acasalou, antes dela saber de tudo, de propósito.
Dessa forma não correria o risco dela não aceitá-lo quando
contasse sobre ele. Então os uniu.
Mas isso não soava como o Luc que ela conhecia.

Era mais provável que ele tivesse se empolgado no
momento e, em seguida, acabou adiando dizer-lhe qualquer
coisa, porque estava com medo. Já tinha percebido que Luc
matinha tudo dentro, em seu próprio detrimento.
Viu Bastien sair de detrás do sofá com um miado suave e
deu um tapinha na perna para que ele se aproximasse.
Ela não sabia o que estava na cabeça de Luc, indo para o
abrigo tão cedo, tirando um gato doente de lá. Agarrou
Bastien quando ele chegou perto, levantando-o em seu colo,
e engasgou quando olhou para a perna dele.

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Livro 2
O tumor havia ido embora. O sumiço era evidente.
Correu o dedo no local onde tinha estado o tumor. Não havia
sinal. Será que estava imaginando coisas?
Não, sabia que Bastien estava doente. Tinha sofrido por

isso. Viu os raios X, os ultrassons.
Bastien olhou para ela com curiosidade, como se não
tivesse certeza do por que estava ficando tão preocupada.
Ela se lembrou que Luc estava segurando-o. Sempre
preocupado com o gato. Pensou no calor que sentiu nas suas
costas.
Hallie se levantou, colocando Bastien no chão, e se
preparou para fazer um movimento que não conseguiu fazer
há dez anos. Desde sua lesão, foi capaz de minimizar sua dor
descobrindo quais os movimentos que podia e não podia
fazer. Ela ia fazer agora um dos que não podia.

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Livro 2
Abaixou-se rapidamente e então se levantou de novo,
esticando suas costas.
Sem dor.
Lágrimas vieram imediatamente, e Hallie se sentou no

sofá, ofegante e cobrindo a boca em estado de choque. Olhou
para Bastien, que agora estava feliz se preparando para pular
de uma cadeira para outra.
Era isso que Luc quisera dizer com seus poderes. Ela nem
sequer lhe deu a chance de mostrar esse lado dele. Apenas o
acusou. Ferida por causa de seus segredos.
Aegis disse algo sobre a corrente ter sumido e Luc ter seus
poderes de volta. O fato dele ter ido curar um gatinho doente
assim que teve seus poderes de volta, dizia muito sobre quem
ele era.
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Livro 2
Provavelmente estava planejando trazer Bastien até ela e
lhe contar tudo. Mas ela deixou aquele maldito desgraçado
entrar e estragar as coisas, quando estavam tão perto de seu
final feliz.
Talvez houvesse aspectos complicados na vida de Luc.
Mas assim como poderia haver um lado realmente sombrio
em seu passado, ela também sabia que tinha que haver um
lado luminoso.
Porque seu primeiro instinto, quando recebeu seus
poderes de volta, foi curar, não machucar. Esse era o Luc que
ela conhecia.
Ela se levantou e andou, sem saber o que fazer. Deveria ir
falar com ele? Pedir desculpar por não ter o deixando se explicar?
Dizer-lhe que tudo foi demais para ela também? E que estava com
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medo de ter sido usada, depois de todos esses anos sozinha? Que tudo
que parecia tão incrível se tornasse bom demais para ser verdade?
Não, ela não sabia o que dizer. Não sabia se ele iria
querer ainda vê-la. Não sabia nem onde ele morava. Sempre
tinha sido Luc que vinha buscá-la, não o contrário.
Sentou-se novamente chateada. Então ouviu outra batida
na porta. Levantou-se hesitante, olhou no olho mágico e,
quando viu o idiota loiro de antes, revirou os olhos, travando
a porta.
— Destrave a porta, —uma voz aguda gritou.
Ela engasgou quando sentiu seu corpo se mover contra
sua vontade, destravando a porta, não importando o quanto
tentasse resistir.
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Livro 2
— Ah, agora você está vendo um dos meus poderes, —
disse a voz. — Agora destrave a outra fechadura e abra a
porta.
Ela fez o que ele pediu, seu coração batendo contra o

peito como um tambor.
— Convide-me, —ele disse suavemente, seus olhos
verdes brilhando como uma cobra.
— Entre, —ela disse trêmula.
Ele fez isso, olhando em volta.
— Onde estão seus capangas? —Hallie perguntou.
Ele esfregou as mãos juntas. — Eu só precisava deles para
lidar com Safira. Com você, basta apenas fazê-la me
obedecer.
Ela franziu a testa. — O que você quer?

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Ele encolheu os ombros. — Preciso que Safira fique ao
meu lado. Infelizmente, vi que ele escolheu ir para a casa de
Zach, e eu não posso tê-lo. Isso é uma pena, porque ele
poderia ser uma boa adição ao nosso lado. —Ele a olhou. —

Então, cheguei à conclusão de que há apenas uma maneira
de conseguir que o Luc venha até nós. Estou levando você.
Ela tentou soltar um grito de choque quando ele a
alcançou e levantou um dedo.
— Cale-se. Siga-me, —disse, levando-a para fora da casa.
Ela seguiu, sentindo como se seu corpo estivesse amarrado a
cordas invisíveis, controlando seus movimentos.
Ele abriu a porta do carro. — Entre.
Ela olhou para ele com medo.

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— Oh, pelo amor dos céus, não vou te machucar. —Ele
deu a volta e ficou ao lado dela, colocando o cinto de
segurança. — Agora envie uma mensagem de texto para ele.
Implore-o por ajuda. Faça parecer ruim. —Ele sorriu. —

Deixe-o saber que eu tenho você.
Ela pegou o telefone, rangendo os dentes em frustração
enquanto seus dedos se moviam por conta própria, voando
sobre o teclado, digitando uma mensagem que certamente
aterrorizaria Luc.
— Bom, —ele disse. — Agora, temos uma longa viagem,
então quero que fique quieta. Sem pânico.
Hallie teria zombado disso se pudesse. Ugh. Quem esse
cara achava que era?

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Livro 2
— O dragão Esmeralda, —disse ele, respondendo a seus
pensamentos silenciosos. — O maior e pior dragão de todos.
—Ele piscou para ela. — Pelo menos por enquanto.
Ela revirou os olhos e encostou-se à janela, esperando que

quando Luc lesse a mensagem, seria cuidadoso e não tomaria
nenhuma decisão que o deixasse em perigo.

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16
E nquanto comiam, Luc e Zach ouviam a opinião de Erin
sobre o que ele deveria fazer para tentar reconquistar Hallie,
foi quando seu telefone tocou.
Distraidamente pegou o celular, imaginando quem
estaria enviando mensagens de texto para ele, já que não
usava o telefone. Olhou no visor do celular e viu uma
mensagem de Hallie que fez seu sangue gelar quase
instantaneamente.
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Livro 2
Preciso de ajuda. Esmeralda

me sequestrou.
Ele bateu o celular no balcão e caminhou até a porta
enquanto vestia um casaco.

Zach correu atrás dele, tentando detê-lo, agarrando-lhe o
braço. Luc olhou para ele, com raiva em seus olhos.
— Esmeralda capturou Hallie, —disse ele, zangado tanto
consigo mesmo quanto com Esmeralda. Ele balançou sua
cabeça. — Eu pensei que ele viria atrás de mim ou esperasse
que eu fosse até ele ... com seus poderes, não quero nem
pensar no que ele poderia fazer com Hallie.
— Espere, —disse Zach. — Esmeralda é um idiota, sim,
mas não iria machucar sua companheira. Ele nunca teve
problemas com você, ao contrário de mim.

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Luc suspirou. — Quando se trata da segurança de Hallie
não posso duvidar de nada. Preciso dela de volta. Preciso
fazer as coisas certas.
— Você não será capaz de fazer o que é certo se estiver

indo direto para uma armadilha, —Zach o lembrou. — Não
temos ideia para quem Esmeralda está trabalhando. Pode
haver muitas pessoas ajudando-o.
— Eu não me importo. Ele tem minha companheira, —
disse Luc.
— Tudo bem, mas eu vou com você, —disse Zach.
Os dois olharam para Erin, que estava olhando
preocupada para eles da cozinha.
— Estejam seguros, —disse ela.

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Livro 2
Zach foi até ela, mergulhou-a nos braços e a beijou. —
Claro que vou. Sou invencível, lembra?
— Eu sei, —disse ela. — Mas você é tudo para mim.
Luc não conseguia sequer revirar os olhos para o que eles

estavam fazendo, porque queria isso com Hallie. E ele ia ter
assim que a recuperasse. Congelaria todos eles onde estavam
e reclamaria sua companheira.
Zach pegou algumas coisas antes de saírem e entraram
no carro. Configuraram o GPS para o endereço no cartão.
O GPS calculou o endereço e deu a eles algumas horas de
viagem até o destino.
O GPS foi inventado por franceses e americanos. Um receptor GPS ou recetor

GPS, também conhecido como navegador GPS, ou popularmente, apenas GPS, é qualquer dispositivo que recebe sinais de
GPS, com o objetivo de determinar a localização atual do dispositivo na Terra.
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— Isso não vai funcionar, —disse Luc, exasperado,
saindo do carro e batendo a porta.
— Ei, —disse Zach. — Vamos. Prometo que ele não vai
deixá-los machucá-la. Eu o conheço. Ele me odeia mais do

que qualquer coisa, mas acredito que Esmeralda não
machucaria aleatoriamente alguém.
— Isso era antes dele acordar. Antes de se aliar com o
mal, para quem está trabalhando agora.
— Eu sei, eu sei, —disse Zach. — Mas vamos lá. Pelo o
caminho que o GPS nos deu podemos ir voando. Vai ser
muito mais rápido ir direto pelo ar do que passar por todas as
estradas pelas montanhas sinuosas.
— Ótimo, —disse Luc, caminhando para o gramado
principal com Zach. Era bom que ele tivesse uma casa tão
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grande e privada com terreno amplo. Luc compraria algo
parecido quando pusesse suas mãos no seu tesouro.
— Ainda se lembra de como mudar? —Zach perguntou,
lentamente se transformando em uma nuvem negra escura

que subia cada vez mais alta.
— Claro, —disse Luc. — É o que eu sou. A forma
humana é só disfarce. —Ele fechou os olhos e se concentrou,
sentiu a energia correndo, seu corpo crescendo, expandindo
além dos limites apertados do corpo humano.
Quando abriu os olhos, estava alto, e o ar ao redor dele
era cristalino, gelado. Espalhou suas asas azuis gigantes com
um sorriso. Então as agitou, erguendo-se no ar ao lado do
gigantesco e brilhante dragão negro de Zach.

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Livro 2
Quando estavam altos o suficiente, decolaram para as
nuvens, onde ninguém podia vê-los, voando em alta
velocidade.
Se não fosse pelo pânico que sentia, teria sido incrível

voar de novo, ver montanhas e árvores passarem em um
borrão embaixo dele. Observar as nuvens mudando de cor e
espessura, sentindo o ar frio em seu corpo escamoso.
Desejou que Hallie tivesse visto a primeira transformação
de seu dragão depois de tantos anos.
Não tinha ideia para onde estavam indo, então ele seguiu
Zach, tentando manter fora de sua mente o que poderia estar
acontecendo com Hallie enquanto viajavam.
Depois de algumas horas de voo direto em alta
velocidade, estava começando a se cansar, quando Zach

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começou a descer lentamente em direção a algumas
montanhas ao longe.
Eles voaram mais abaixo até que conseguiu distinguir
pequenas estradas nas montanhas e um pequeno conjunto de

prédios à distância, aninhado em um vale no centro dos picos.
A não ser que se avistasse pelo ar ou que percorresse as
estradas sinuosas e obscuras que levavam ao conjunto de
prédios, nunca daria para saber que os prédios estavam ali.
Dado o fato de que Zach se dirigia diretamente para eles,
tinha que ser onde estavam mantendo Hallie.
Voaram em círculo até que viram um lugar seguro para
pousar do lado de fora do complexo, e então pousaram no
chão com força, suas garras raspando a terra à medida que
diminuíam a velocidade após o longo voo.

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— Puta merda, —disse Zach. — Eu já estou
cansado.
— Vai permanecer dragão? —Luc perguntou,
mudando de volta para sua forma humana. Com exceção de

voar, ele poderia usar todos os seus poderes de dragão na
forma humana. Manter-se humano era menos cansativo.
— Não. Não agora que vamos lutar, —disse Zach,
voltando também. Um dos benefícios de ser um shifter de
dragão era a habilidade de ficar vestido entre as mudanças,
devido ao nível mais alto de magia. Assim, Zach ainda usava
seu casaco de couro e jeans escuros. E Luc vestia a mesma
camiseta, casaco cinza e calça jeans de quando deixou a casa
de Zach.
Eles olharam para a parede da frente do prédio.

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— Bem, nos queriam aqui. Agora eles nos têm, —disse
Zach.
— Nós não queríamos vocês dois, —disse uma voz sardônica
sobre os alto-falantes. — Apenas Safira, seu idiota.

— Acho que ele está se referindo a mim, —disse Zach.
— O mesmo para você, imbecil! —Ele levantou o dedo do
meio na direção do alto-falante, e Luc levantou uma
sobrancelha.
— Acredito de que isso deva significar algo sexual e
ofensivo, —disse Zach, sorrindo.
Luc deu um passo à frente. — Onde está Hallie?
— Você só precisa entrar e falar comigo, —disse Aegis através
do alto-falante. — Apenas me ouça, e eu vou devolver sua
companheira de volta. Sã e salva.

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Houve-se um farfalhar. — Você está sã e salva, certo, querida?
Diga-lhe que você está sã e salva, —disse Aegis, falando
claramente com outra pessoa.
— Estou sã e salva, —disse a voz de Hallie através do alto-

falante, disparando raiva e ao mesmo tempo alívio através de
Luc. Alívio porque ela estava bem. Raiva porque Aegis estava
controlando-a.
— Eu não vou falar com você até ver Hallie, —Luc
gritou.
— Bem, —Aegis disse e ouviram um zumbido seguido de
um rangido. — Eu acho que podemos falar sobre isso em um minuto.
Mas primeiro, tenho algumas pessoas aqui que querem ver se você ainda
tem seus poderes.
— Que porra é essa ...? —Luc parou quando as paredes
na frente deles se abriram lentamente, revelando um pátio.

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Dentro do pátio havia dezenas de homens altos e fortes,
todos vestindo preto, alguns deles carregando armas de
aparência moderna.
O que quer que estivessem fazendo aqui nas montanhas,

para quem quer que Esmeralda estivesse trabalhando, pela
aparência deles estavam criando um exército.
Um exército de shifters, de acordo com os vários aromas
no ar. Mas eles não cheiravam a nada conhecido, e não dava
para descobrir o tipo de shifter que eram. Como se algo errado
estivesse acontecido com eles.
Não tinha tempo para descobrir isso agora. Precisava
tirá-los do seu caminho.
Um raio caiu perto, seguido pelo som do trovão e de
chuva pesada quando ela começou a cair na terra ao redor
deles.
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— Eu nunca gostei muito desse seu dom, —disse Zach
sarcasticamente, olhando para o céu de repente escurecido e
de volta para seu casaco de couro que rapidamente se
encharcou.
— Vamos cuidar desses caras e encontrar Hallie, —Luc
retrucou, ignorando o comentário de Zach e fervendo de fúria
indignada.
Um homem particularmente alto deu um passo à frente,
lembrava um shifter urso, e a julgar por sua postura,
provavelmente era o líder deles.
— Saiam! —Ele gritou, mas os homens ao seu redor
começaram a avançar em grupos, aproximando-se com
cautela e armas levantadas.

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A voz de Aegis veio pelo alto-falante. — Capturem o dragão
de gelo. Façam o que quiserem com o outro. Algo doloroso de
preferência.
— Seja cuidadoso. Parecem que não são shifters comuns.

—Zach estalou os dedos e deu um passo à frente.
— Eu não acho que vamos precisar nos preocupar com
isso, —disse Luc, respirando fundo e sentindo o gelo fluir em
suas veias, seu corpo mudando de forma mais uma vez para
o seu dragão, adrenalina e raiva se misturando com o frio,
somado com a determinação em salvar sua companheira.
Se não precisasse, escolheria não matar ninguém. Mas
não podia correr riscos com a vida de Hallie agora. Seu
passado estava resolvido, tudo o que tinha agora era a firme
decisão de proteger sua companheira, não importando o
custo.
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Imediatamente, os homens se aproximaram e
começaram a atirar, Luc concentrou a chuva na frente dele,
criando uma parede sólida de gelo.
Hora de ir.
Ele investiu através da parede de gelo, bem no centro dos
soldados desavisados. Quando a parede se espatifou ao redor
deles, os homens se espalharam por todos os lados, tentando
evitar os pedaços de gelo. Luc em forma de dragão soprou ao
redor um grosso fluxo branco de gelo, que congelou qualquer
um que foi muito devagar para conseguir evitar o seu sopro
gelado.
Com o caminho livre, investiu contra o prédio,
golpeando um soldado atrás do outro com suas garras
gigantescas, jogando-os de cabeça em prédios e paredes
próximas.
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— Já tinha esquecido como é divertido vê-lo em
ação, —disse Zach, seguindo logo atrás dele e cortando uma
torre próxima com sua monstruosa garra negra, derrubando-
a e enviando os homens em direção a uma faixa de árvores

próximas.
A essa altura, todos o conjunto de prédios estava
inundado de comoção e tiroteio.
Mais homens entraram no pátio através de portas que
conectavam o prédio principal aos outros edifícios laterais.
Ao longo das paredes, os homens lotavam as passarelas,
numa tentativa de cercá-los de todos os lados, enquanto
outros entraram em Humvees e começaram a dirigi-los,
A designação HMMWV (lê-se Hum-vee) é um acrónimo para a expressão inglesa High Mobility Multipurpose
Wheeled Vehicle, que significa Veículo Automóvel Multifunção de Alta Mobilidade. É um veículo utilitário militar desenvolvido pela AM
Generalque oferece um grande tempo de vida, muito utilizado nos Estados Unidos e outros países e organizações. O Exército Português
possui algumas destas viaturas, que usou sobretudo em Timor-Leste e no Afeganistão
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circulando os dois imensos dragões que ocupavam o pátio
principal.
17
Q uem estava por trás disso não estava brincando.
Mas Lucien também não.
Ele soprou seu fogo de dragão mais uma vez, desta vez
nas pesadas gotas de chuva ao redor dele, congelando-as e

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enviando-as voando em alta velocidade como punhais de gelo
ao redor dele, focando nos homens ao longo das paredes em
particular. Aqueles que não se abaixaram ou pularam para se
esconder foram alvejados pelos pequenos punhais de gelo e

nunca mais esqueceriam a experiência.
Felizmente, esses homens pareciam equipados com
armaduras e outros equipamentos de proteção, então, a
menos que ele fizesse questão de matá-los, sobreviveriam.
Provavelmente.
Os homens nos veículos abaixo deles dirigiam fazendo
círculos largos, movendo-se rapidamente e tentando evitar as
caudas perigosas e pontiagudas de Luc e Zach enquanto eles
se aproximavam. Então, sem aviso, Luc sentiu explosões ao
redor dele, algumas detonavam mais distantes, mas outras
explodiam perigosamente perto. Procurou a fonte e viu que

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os homens nos carros disparavam projeteis das armas
montadas no topo dos Humvees.
E ao contrário de Zach, Lucien não tinha pele de Ônix
invulnerável, embora sua cura aprimorada o fizesse muito

difícil de se machucar, e mais ainda de morrer.
Ele bateu e esmagou os carros que ousaram chegar muito
perto de suas garras.
Então, de repente, a direita de Luc, uma enorme figura
verde bateu no dragão Ônix, empurrando-o contra uma
parede que rachou e gemeu sob a força deles.
— Você não acha que eu ia perder toda a
diversão, não é? —O dragão Esmeralda zombou, sua besta
não tão grande quanto a de Zach, mas ainda formidável.

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— Então você estava pensando em mim? —Zach
grunhiu, um som baixo e retumbante, quando empurrou o
enorme dragão verde e bateu sua cauda negra de cristal nele.
— Pensando em maneiras de acabar com você,

sim, —respondeu Aegis viciosamente, esquivando-se para
trás e, em seguida, encarando de frente a frente, com seus
olhos amarelos brilhantes focando em seu antigo inimigo.
Mas Zach poderia lidar com Aegis.
Luc precisava abrir caminho para poder procurar por
Hallie. A única coisa que importava era saber que ela estava
bem, saber que estava segura. E a única maneira de ter certeza
disso era tê-la em seus braços.

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Ele concentrou sua energia no céu acima deles, e um
segundo depois, enormes pedras de gelo caíram, colidindo e
destruindo os veículos, e rasgando paredes e janelas.
Onde havia água, havia granizo. E onde havia granizo,

Luc poderia fazer granizos maiores.
A maioria dos homens ainda no pátio abaixou-se para se
esconder sob o ataque da destruição chuvosa. E quando se
dispersaram, Luc passou por eles, jogando-os como bonecas
de pano ou congelando-os no lugar e imobilizando-os.
À esquerda, uma grande porta se abriu, e um grupo de
homens marchou em sua direção, empunhando altos escudos
cinzentos e longas lanças bifurcadas que se estalavam e
explodiam com eletricidade. Lucien soprou um longo fluxo
de gelo, mas de alguma forma os escudos permaneceram
descongelados, não sendo afetados.

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Essa era definitivamente a primeira vez.
Quem criou esta tecnologia fez isso com os dragões em
mente.
Ignorando os golpes de suas lanças elétricas, Luc investiu

de cabeça no grupo, deixando seus longos chifres e os
espinhos ao longo de seu crânio fazer o trabalho.
Os homens gritaram e se esquivaram, sem sucesso, já que
a maioria foi pega pelo ataque e jogada para trás através da
porta, amontoando-se ou batendo nas paredes com impacto
incrível.
Apesar de todas as colisões, Luc não achava que ele
tivesse matado alguém, com base nas energias ao seu redor, e
isso era uma sensação estimulante. Ter controle sobre o seu
poder.
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Com o último grupo nocauteado, o clima de combate
estava começando a se acalmar, e apenas o som da chuva e
de alguns homens histéricos fugindo podiam ser ouvidos,
pontuados por estrondos e batidas fortes, enquanto Ônix e

Esmeralda resolviam seu antigo ressentimento.
Mas assim que Aegis e Zach estavam emaranhados um
no outro, lutando e balançando suas caudas gigantescas,
Aegis pulou para trás com uma maldição murmurada,
olhando para o céu.
— Estou sendo chamado de volta, —disse ele,
parecendo extremamente desapontado. Esmeralda disparou
para o ar e pairou por um segundo, olhando para Zach. —
Vou ter que deixar para chutar o seu traseiro mais
tarde.
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Com isso, o dragão bateu as asas, subindo no céu e
desaparecendo entre as espessas nuvens de tempestade.
— Volte aqui, seu bastardo! Estávamos apenas
começando! —Zach disse com um rugido, soprando seu

sopro de diamantes negros em direção ao céu em vão, as
nuvens de chuva muito próximas e muito grossas para ver
através delas.
— Desculpe desapontar. Fica para próxima, —
disse Esmeralda, sua voz soando ao longe.
Zach bufou e depois se virou para Luc. — Vou cuidar
dos retardatários. Vá buscar sua companheira, —
disse ele, golpeando um soldado que rosnava ferozmente e
cutucava sua pata de dragão.

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Aparentemente, esse cara não tinha recebido a
mensagem de que a luta havia acabado.
Luc mudou de volta para sua forma humana enquanto
corria em direção às portas maiores que ele podia ver, aquelas

que levavam ao que parecia ser o lado de uma das montanhas
ao redor do conjunto de prédios. Atrás dele, podia ouvir Zach
soltar um rugido de triunfo.
O que quer que a equipe de Esmeralda planejou, agora
sabia que precisaria de mais do que isso para enfrentar os
dragões.
Ele correu por um corredor comprido e revestido de
metal, tentando sentir o cheiro de sua companheira ou ouvir
seus pensamentos.
Luc. Luc, você está aí fora? Está bem? Fique seguro.

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Seus pensamentos o tocaram. Mesmo depois do que ela
passou, mesmo depois da briga deles, Hallie ainda se
preocupava com ele. E felizmente, aparentemente estava
bem.
Zach estava certo. Esmeralda não machucaria sua
companheira. Talvez houvesse algo que pudesse ser feito para
resgatar Aegis.
Luc fez uma curva à esquerda, atônito com o tamanho
do lugar, apesar do teto relativamente baixo, e se deparou
com um par de guardas em frente a uma grande porta de aço.
Quando ele se aproximou, os soldados de aparência
entediada olharam para ele com desconfiança.
Então o rosto de um homem se contorceu de surpresa e
reconhecimento quando se aproximou deles.

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Livro 2
— Ei, esse é o cara que devemos ...
A exclamação do homem foi cortada, no entanto,
quando Luc deu um soco poderoso em sua mandíbula,
mandando-o direto para dentro de uma pilha de caixas de

metal que ressoaram com um barulho incrível. O outro
homem imediatamente atacou, mas Luc apenas o pegou e o
jogou na parede vizinha, onde ele ricocheteou e caiu no chão
com um grunhido.
— Luc, é você? —Hallie chamou do outro lado da porta,
sua voz abafada pelo metal grosso.
Ele apertou um botão vermelho que parecia operar a
porta, mas uma pequena tela exibiu as palavras ‘acesso negado’
em vermelho. Tentou novamente e obteve a mesma resposta.
Dane-se isso.
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Livro 2
— Sim, sou eu. Se afaste da porta, tudo bem? —Ele disse,
seguido pelo som de passos se afastando da porta do outro
lado.
Com um grunhido, empurrou as portas, abrindo-as

apesar de seu tamanho e peso. Quando elas cederam um
centímetro, então dois, pode ver através da abertura uma
pequena sala que estava cheia de painéis com botões de cores
brilhantes e telas de TV e, no centro, sua companheira, Hallie.
Vê-la o fez mais determinado, e ele empurrou as portas,
um pouco de cada vez, grato por sua força de dragão, mesmo
em forma humana, já que os corredores seriam muito
pequenos para caber sua forma de dragão em tamanho real.
Assim que as portas finalmente se abriram, os suportes
que os sustentavam e se estilhaçaram, ele entrou e Hallie
correu para abraça-lo.

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Livro 2
Ele a pegou em seus braços e a segurou com força.
— Você está bem? Eles fizeram alguma coisa? —Ele
disse, preocupado até a morte que algo poderia ter acontecido
no tempo que levou para voar até aqui.

— Não. Estou bem. Você chegou aqui logo depois de
nós, —ela respondeu, o som de sua voz mais suave do que
qualquer outra coisa no mundo.
— Você tem certeza? —Ele perguntou, ainda paranoico,
ainda sobre o efeito da adrenalina.
— Quero dizer, além de Esmeralda, ou Aegis, ter feito
essa coisa assustadora de controle mental para me trazer aqui,
nada mais aconteceu.
Luc colocou o imbecil do Aegis em sua lista de acertos de
contas. Ninguém devia ter capturado sua companheira.

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Livro 2
— Honestamente, estou bem. Você está? Parecia o
apocalipse lá fora, —ela disse, seus braços ao redor de sua
cintura, a diferença de altura entre ele e sua companheira
curvilínea ainda mais aparente.

— Agora que tenho você, tudo ficará melhor, —disse ele,
pegando-a em seus braços e andando de volta na direção da
qual entrou no complexo mais cedo.
Hallie apenas descansou a cabeça em seu ombro
enquanto Luc rapidamente marchava de volta pelo caminho
até o pátio. Quando chegaram, a cena do caos era ainda pior
do que Luc se lembrava, e Hallie soltou um suspiro de
surpresa.
— Você fez isso?

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— Com a ajuda do meu amigo ali, —ele disse, acenando
para o imenso dragão negro que pairava sobre um bando de
soldados encolhidos, com as mãos acima da cabeça.
Em toda parte, havia pedras de gelo ou pilhas de

escombros ou pedaços de terra congelada onde seu sopro
havia tocado. Então, quando chegaram até Zach, o dragão
Ônix olhou para baixo e sorriu, embora as fileiras de dentes
escuros e afiados não fizessem nada para melhorar sua
aparência aterrorizante.
— Então é assim que os dragões se parecem? —Hallie
gemeu em choque. É assim que você se parece? —Ela
perguntou, virando-se para Luc.
— Não exatamente. Você vai ver daqui a pouco, —ele
disse, colocando-a no chão por um segundo. — O que está
planejando fazer com esses caras? —Luc perguntou a Zach.

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— Fiz uma ligação para a Oráculo. A dupla de
dragões azul e vermelho estão na área. Eles estarão
aqui a qualquer momento e se juntarão a mim.
Então, leve sua companheira para casa e nos deixe

cuidar do resto.
— Você fez tudo isso ... por mim? —Ela parecia
levemente horrorizada.
— Nós não matamos ninguém, —disse Zach. —
Apesar de que todos eles eram shifters, difíceis de
matar. Mas Luc fez bem. Esteve o tempo todo no
controle, mesmo na sua forma de dragão.
Ela passou um braço pelo dele. — Meu dragão.
Ele olhou para Hallie, sem saber se já ouvira algo mais
maravilhoso do que ser reivindicado por ela.

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Livro 2
— Você está pronta para voar? —Ele perguntou, virando-
se para ela.
— Voar? —Ela disse, confusa.
Luc afastou-se dela até que estava a uma distância segura

e depois mudou para a forma de seu dragão, imponente e
imortal. Olhou para baixo e viu os olhos de Hallie arregalados
de espanto, depois deleitou-se enquanto ela se aproximou
dele e passou a mão pelas escamas de sua pata.
— Uau. O tempo todo você era essa criatura? É difícil
acreditar, —ela exclamou.
— Sim. Me desculpe, eu não sabia como te dizer
mais cedo. Eu ...
— Está tudo bem. —Ela interrompeu antes que ele
pudesse continuar balbuciando. — Vamos para casa.

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Livro 2
— Sim. Casa, —disse ele, pegando-a com cuidado e
colocando-a em seu pescoço.
— Você está bem? —Ele perguntou. — Segure em
minhas escamas. Vou me certificar de que você não

caia.
— Certo, —ela disse, parecendo nervosa, mas segurando
firme.
Ele soltou um rugido, então se afastou do chão e se
dirigiu para o céu, dispersando as nuvens negras de chuva
antes de passar por elas e indo para o horizonte claro e azul.
Não via a hora de chegar em casa.

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18
L uc voou de volta para a casa de Zach porque lá havia mais
cobertura de nuvens e também uma grande quantidade de
terra para descer. Os dragões podiam ser invisíveis quando
necessário, mas às vezes, se alguém olhasse de um jeito certo,
poderia ver algo diferente brilhando no ar, por isso
precisavam ser cuidadosos.
Luc ainda estava se recuperando da quantidade de poder
que usou hoje. Ao contrário do que aconteceu no passado,

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Livro 2
onde seu ataque aos assassinos da sua aldeia foi fora de
controle, tóxico e terrível, hoje ele se sentiu forte, poderoso.
No controle.
Supôs que ambos os lados do seu dragão tinham um

propósito, desde que fossem usados corretamente. Havia o
lado da cura, caloroso, amoroso e prestativo. Mas se alguém
mexesse com sua companheira ou com qualquer um que ele
gostasse, seja humano ou shifter, havia o outro lado que
poderia chover (literalmente) justiça sobre os bandidos.
Esperançosamente, continuaria aprendendo a conviver
com seus dois lados, equilibrando-os cada vez mais.
Hallie aparentemente pareceu aceitar os dois lados dele.
Embora mesmo depois da briga que tiveram, ela não disse
nada sobre isso desde que ele apareceu para resgatá-la.

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Quando aterrissaram, Erin veio correndo para o
gramado, o cabelo castanho-avermelhado fluindo atrás dela.
— Onde está Zach?
— Ele está bem, —disse Luc, dando a Erin um rápido

abraço de conforto. — Estará de volta em breve. Ficou para
trás, cuidando da limpeza da área.
— Zach? —Hallie perguntou.
— O dragão negro que você viu, —Luc respondeu.
Hallie olhou de Erin para Luc e ele piscou. — Zach do
abrigo? Ele é um dragão também?
Erin andou para frente e abraçou Hallie. — Bem-vinda à
família de dragões.
Hallie piscou, e então seus olhos cinzentos ficaram
aquecidos, retribuindo o abraço em Erin. — Obrigada.

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Livro 2
Erin liderou o caminho de volta para dentro, mas antes
deu uma olhada para Luc, que parecia um pouco descabelado
e sujo, resultado das lutas. Havia manchas pretas em toda sua
pele e pequenos rasgos em sua roupa. — Vocês dois vão em

frente e se limpem, —disse Erin. — Vou fazer algo para
comer. —Ela sorriu para Hallie. — E parabéns pelo
acasalamento.
A expressão de Hallie se fechou ligeiramente, mas ela
assentiu. — Obrigada.
Luc pegou sua companheira pela mão e a levou até seu
quarto, não parando até que entraram e ele fechou a porta.
Sentou-se na cama com um gemido de alivio e a puxou para
ele, encaixando-a entre as suas pernas. — Finalmente.

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Livro 2
Ela olhou para ele, seus longos cílios sensuais sobre os
olhos cinzentos. — Então, vamos conversar, ou devo apenas
agradecer por me salvar e ligar um dia?
— Vamos conversar, —disse ele. — Eu não expliquei

muito bem o que aconteceu.
Ela manteve a mão dele presa na dela e sentou ao seu
lado na cama. Do lado de fora da janela, a chuva começou a
cair. — Isso é estranho.
Ele sorriu. — Algo que eu gosto de fazer. Provavelmente
vai chover muito, já que não uso esse dom há muito tempo.
Ela olhou fixamente. — Você pode fazer chover? O que
mais pode fazer?

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Livro 2
— Principalmente isso e curar, —disse ele, inclinando-se
para trás. — Mas também posso atacar usando os meus dons
com a manipulação do gelo.
— Ah, —ela disse. — Acho que vou descobrir ao longo

do tempo. Está tudo para mim.
— Hallie, sobre eu matar pessoas. Preciso falar com você
sobre isso.
— Claro, —disse ela. — Mas já percebi que não deveria
ter deixado Esmeralda me influenciar daquele jeito. Deveria
ter sabido que você precisava de mais tempo para se defender,
dada a sua propensão a se punir.
— Isso aconteceu antes de eu ir dormir, —disse ele,
tentando se apressar e dizer antes que perdesse a coragem. —
Uma aldeia foi destruída. Não era qualquer aldeia, uma cheia
de pessoas que eu amava. Não acho que me permitir

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Livro 2
reconhecer o quanto eu os amava. Sempre disse a mim
mesmo que era apenas um teste. Para ver se os dragões
poderiam intervir de forma positiva na vida dos humanos.
Formas que fizessem a diferença para eles.

Ela o ouviu atentamente. Isso só o fez amá-la ainda mais.
— Um dia, eu estava voando de volta para ver se as
plantações da aldeia tinham água suficiente e ver se alguém
estava doente. Tudo que encontrei foi morte e destruição.
Tudo estava queimado até o chão. Todos mortos.
Seu queixo caiu. — O que?
— Assassinados, —disse ele. — Crianças. Mulheres.
Pessoas inocentes. —Ele passou os dedos pelo cabelo
enquanto ela colocava a mão na perna dele, acalmando-o. —
Eu fiquei furioso. Acho que nesse momento foi quando o lado
gelado em mim foi despertado. Encontrei os atacantes e os

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Livro 2
matei. Nem hesitei. Havia muita ira. Foi muito rápido. Mas
quando tudo acabou, eu não suportei o que fiz.
— Eles eram assassinos, —disse ela, esfregando a sua
coxa.
— Eu sei. Mas não gosto de matar. Zach me ajudou a
entender que isso poderia acontecer, mesmo neste novo
mundo onde as coisas deveriam ser mais seguras. E eu
entendo isso agora. Se eu quiser intervir, tenho que usar
minha força de várias maneiras. Mas sempre preferirei ser um
curador.
— Sinto muito que tenha passado por isso, —ela disse
baixinho, estendendo a mão para pegar a mão dele. — E me
desculpe por ter julgado você. Acho que desde que entrou na
minha vida, parece bom demais para ser verdade. Acreditei

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que só fazia sentido você estava comigo porque era algum
tipo de monstro.
Ele inclinou o queixo para que pudesse olhá-la. — Pare
com isso. Você é que é boa demais para mim. É a única razão
pela qual quero ser cada vez melhor. —Ele a soltou com um
suspiro, olhando de volta para a janela onde a chuva estava
diminuindo. — Antes de conhece-la, eu só queria morrer.
Depois que matei essas pessoas, fiquei inquieto. Bravo. Lutei
com outros humanos. Outros dragões. Perdi essa outra parte
de mim. E então fui capturado e colocado para dormir no
gelo. Eu nem me importei quando soube que isso iria
acontecer. E quando acordei, fiquei com raiva. Qual era a
vantagem de estar acordado?
Ele colocou o braço em volta de Hallie. — Mas então eu
te conheci, lutando com sua dor, colocando-a de lado para

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ajudar os outros, e você me fez querer acordar o outro lado
de mim novamente. Me fez querer curar, cuidar e amar de
novo. Foi tão fácil me apaixonar por você.
— Eu não posso acreditar que você me curou. E Bastien.

Ele parece ótimo.
— Sim, —ele disse. — Onde quer que formos morar,
espero que possamos levá-lo.
— Bem, eu disse que se ele melhorasse, ele era seu, —
disse ela.
— E você está bem com isso?
— Ele provavelmente ainda está se familiarizando com
meus outros gatinhos, mas tenho certeza que eles vão resolver
isso, —disse ela. — Há muitas coisas para resolver, mas
valerá a pena.
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— Então você me perdoa? —Ele perguntou. — Por
acasalar com você, por guardar segredos?
— Claro, —disse ela. — E você me perdoa?
— Não há nada a perdoar, —disse ele, olhando para o

anel em seu dedo. — Fui egoísta por ter te empurrado para
isso sem explicar completamente. Estava envolvido na
emoção.
— Eu entendo, —disse ela.
Ficaram ali por um momento, descansando,
aproveitando o calor e ouvindo a chuva que caia do lado de
fora da janela.
Então, sem perguntar, ele a deitou na cama e a cobriu
com o seu corpo, beijando-a apaixonadamente.

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Livro 2
Ela acariciou seu cabelo, e ele envolveu seu punho em
torno de algumas mechas do dela, mantendo-a perto. Hallie
gemeu quando ele inclinou a cabeça dela para trás e beijou
seu pescoço, lambendo o caminho até a clavícula, passando

pela pele sensível logo acima de seus seios.
— Você é minha, —disse ele, pegando as mãos dela e
prendendo-as acima da cabeça. — Diga.
— Eu sou sua, —ela disse claramente. — Eu tenho sido
desde o momento em que te conheci.
Ele sorriu, mostrando uma presa e se abaixou sobre ela.
Fazer amor com Luc era diferente dessa vez.

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Terry Bolryder
Livro 2
Cada vez que Hallie sentia seu toque, era único. Ela
esperava que houvesse um milhão de dias assim,
experimentando novas maneiras de amar um ao outro.
Luc explorava seu corpo com a língua e mãos

dolorosamente lento. Ele soltou as mãos dela no momento
em que disse que era dele.
Foi tão certo dizer isso. Foi fácil ceder a ele.
Mesmo depois de ver os resultados de seu poder no
conjunto de prédios destruídos onde ela havia sido mantida,
sentia apenas admiração por ele.
E agora que sabia mais sobre o que ele tinha passado, o
amava ainda mais.
— Você é tudo, —disse ele. — Você é meu mundo
inteiro.
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Livro 2
Ela riu e arqueou quando ele colocou mais beijos em seu
pescoço e atrás da orelha, fazendo-a tremer deliciosamente.
— Eu nem sei o que dizer sobre isso.
— Diga de novo que você é minha. Não consigo ouvir o

suficiente. Diga que nunca mais deixará ninguém tocá-la
dessa forma, além de mim.
— Eu sou sua, —ela murmurou em seu ouvido,
apreciando a maneira como seu corpo ficou tenso quando sua
respiração roçou sua pele. — Ninguém além de você me
tocará assim.
Ele suspirou de satisfação e voltou a beijar seu pescoço
enquanto suas mãos lentamente retiraram sua roupa.
Primeiro o casaco, depois sua camisa. Ela sentou-se e soltou
o sutiã, jogando-o no carpete, enquanto ele puxava a própria
camisa sobre a cabeça, revelando magníficos abdominais.

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— Tão gostoso. —Ela suspirou.
Luc a cobriu com o próprio corpo, seu peito quente
roçando seus seios, e correu as mãos sobre os ombros e braços
dela, enquanto a beijava de novo, logo abaixo da orelha, e

então mordeu o lóbulo da sua orelha, suavemente.
Ela arqueou e ofegou, enquanto Luc rapidamente tirava
as calças dela. Ele levantou a mão mostrando uma garra azul,
e ela viu uma luz brilhar em seus olhos por apenas um
segundo antes dele descer a mão e enganchar a garra em torno
de sua calcinha, rasgando-a imediatamente.
— Eu sempre tive vontade de fazer isso, —disse ele. —
Mas não pude até que você soubesse o que eu era.
— Pervertido, —ela murmurou.

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— Sim, —disse ele, fechando os lábios em torno de um
mamilo. — Mas só para você.
— Perfeito, —disse ela, deixando escapar um gemido
quando ele se moveu para o outro seio, lambendo e depois

mordendo suavemente.
Suas mãos estavam em suas coxas agora, amassando a
pele enquanto sentia a tensão crescendo dentro dela. Abriu as
pernas para ele. Não havia mais ninguém que desejasse desse
jeito. Ela o queria muito.
Ele olhou para baixo e ela viu o calor em seus olhos azuis,
suas bochechas coradas, seus cabelos loiros úmidos e
despenteados. Luc levantou-se da cama para remover o resto
das próprias roupas.
A calça jeans foi a primeira que saiu, depois a boxer, e
então ele estava na cama com ela, nu, nada entre eles. Assim
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como estiveram antes, mas havia um significado diferente
agora. Isso não era apenas calor e paixão, mas também havia
a sensação de que isso era para sempre. Essa era a promessa
deles. Essa era uma parceria de duas pessoas que sempre

trabalhariam juntas para serem o melhor que puderem uma
para a outra.
E para ajudar o mundo também.
Ela adorava o fato dele poder curar as pessoas dessa
forma. E adorava que, mesmo que ele tivesse um lado mais
sombrio, ele estava aprendendo a aceitar e controlar esse
lado.
Luc era um ser poderoso com cargas emocionais pesadas
para lidar, mas ela estaria aqui ao seu lado para vê-lo explorar
seus dons e apoia-lo.

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Livro 2
Ele levantou a cabeça. — Eu não estou tentando ler seus
pensamentos, mas eles são tão doces e gentis que é impossível
ignorá-los. —Ele colocou uma mão no rosto dela, roçando
sua bochecha. — Também vou apoiá-la. Estarei do seu lado

em tudo que você sempre quis fazer antes de se machucar no
acidente. Qualquer coisa. Vou ter uma missão neste mundo,
mas isso não será mais importante do que você. Porque você
é a única razão pela qual estou aqui.
Ela corou, incapaz de acreditar que fizera tanta diferença
para esse homem lindo.
Hallie colocou os braços ao redor de seu pescoço,
puxando-o para perto, olhando para baixo de seu longo
corpo, para cada parte deliciosa. Seu peito largo, os pequenos
pelos cobrindo o abdômen bronzeado e lindo. Seus quadris
em forma e bumbum musculoso. As linhas de cada lado de

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seus quadris apontavam para a parte dele que ela queria
desesperadamente sentir dentro dela.
Ela se contorceu contra ele, úmida, pronta, e ele sorriu e
abriu as pernas dela um pouco mais, ajoelhando-se entre elas.

Com um movimento suave, Luc a penetrou, e ela envolveu
as pernas ao redor dele para prendê-lo.
Não que precisasse. Podia dizer pela tensão no corpo dele
que ele estava no mesmo paraíso que ela.
Hallie prendeu a respiração e soltou o ar lentamente
enquanto seu corpo se ajustava ao calor escaldante dentro
dela, tão duro, tão cheio. Fazendo com que cada nervo em
seu corpo se acendesse como fogo, pronto para gozar. Então
ele começou a se mover, os olhos dele se fechando em esforço
por um momento enquanto se movia.

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Livro 2
E então os dois entraram em um ritmo lento e
confortável, mas não menos aquecido. Não menos
apaixonado.
Seus olhos azuis ardentes encontraram os dela e a

prendeu. Hallie se viu como a mulher mais linda do mundo
refletida no olhar dele.
Nunca esperou ser amada assim, mas agora que tinha
isso, nunca deixaria ir.
Conforme a pressão crescia dentro dela, elevando-a cada
vez mais alto, Hallie o segurou com mais força, pronta para
cair. Quando ela despencou no precipício em um intenso e
retumbante orgasmo, Luc gozou com ela, proferindo seu
nome enquanto a segurava com força, tenso, empurrando-se
dentro dela e desencadeando outras maravilhosas sensações.

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Livro 2
— Luc, —ela proferiu seu nome como um juramento
quando finalmente a onda de seu orgasmo se acalmou,
sentindo-se completamente saciada, seu corpo irradiando
prazer.
Ele sorriu e se inclinou sobre ela, tocando o seu nariz com
o dele enquanto descansava em seus antebraços. — Que foi
amor?
Ela colocou os braços ao redor dele e o beijou com força,
deslizando a língua para dentro da dele, gostando ainda de tê-
lo dentro dela, pelo menos por mais alguns segundos. — Eu
te amo. Eu te amo muito.
Ele acariciou seu nariz. — Eu também te amo.
Então ele rolou de cima dela e se aconchegou ao seu lado,
puxando-a em seus braços, acariciando a parte de trás do seu

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pescoço. Ela podia sentir seu corpo enorme atrás dela
levantando os lençóis e os cobrindo.
Hallie se virou para poder se aconchegar de frente para
ele, os dois de lado.

— Então, —ela disse, — me conte tudo sobre dragões.
Ele sorriu, se sentido agradecido.

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Livro 2
Epílogo
A lgumas semanas depois, Luc e Hallie foram visitar Erin
e Zach e conversavam sobre como a nova casa estava indo
enquanto almoçavam.
Luc havia trazido Bastien para conhecer Bo, mas até
agora, os gatos haviam se escondido cada um debaixo de um
móvel diferente, tentando decidir o que pensavam um sobre
o outro.
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Livro 2
Quando eles ouviram uma batida na porta, todos
olharam cautelosamente.
Desde que a Oráculo disse que ela estava enviando um
novo dragão, todos esperavam ansiosamente para saber quem

era.
Zach endireitou os ombros, respirando fundo enquanto
caminhava pela entrada de granito cintilante em direção a
porta. Ele deu uma última olhada por cima do ombro para o
resto deles e depois abriu.
De pé no degrau, de mãos nos bolsos, parecendo tão
relaxado quanto podia, estava Redmond Corinthians, o
dragão Rubi.
Cabelos vermelho-escuros, uma cor rica e quase purpúrea
que brilhava ao sol. Penetrantes olhos amendoados verdes,
que lembravam olhos felinos. Pele impecável. Nariz afilado.

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Livro 2
Maçãs do rosto proeminentes. Um corpo alto e musculoso.
Não podia ser diferente para o dragão mais sexual do planeta.
Rubi parecia bem. Até mesmo Luc podia admitir isso.
Zach, no entanto, ficou menos que satisfeito. Ele respirou

fundo, depois deu um passo para trás e fechou a porta no
rosto de Red.
Então Zach caminhou de volta para o resto deles,
balançando a cabeça. — Eu vou ligar para a Oráculo agora.
Estou dizendo a ela que o dragão Safira tudo bem. Agora,
Rubi de jeito nenhum. Ele não vai ficar na minha casa perto
da minha companheira.
— Eu não vou seduzi-la! —Gritou uma voz agradável
da varanda.
Rubi
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Livro 2
— Quem é esse? —Erin perguntou, com os olhos
arregalados.
— Oh meu Deus, ele é lindo, —disse Hallie.
Luc estreitou os olhos e ela corou. — Quero dizer, não

tão lindo quanto você. Eu quis dizer mais objetivamente.
Como uma obra de arte. —Quando Luc ainda não parecia
apaziguado, ela o puxou para perto. — Oh, venha aqui, você.
Você sabe que é o único que quero.
Eles se aconchegaram, e Zach andou de volta em direção
a porta, soltando um suspiro. — Vou mandá-lo para a rua que
é onde ele pertence.
Erin colocou a mão no braço de Zach. —Ei, vamos lá.
Você é um líder, goste ou não, deve ajudar os outros dragões
a se adaptar a este mundo.

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Livro 2
Zach murmurou algo ininteligível, mas então sua
companheira se levantou na ponta dos pés e beijou sua
bochecha, passando a mão pelo cabelo dele, fazendo-o
derreter.
— Bem. Vou ajudá-lo pelo menos a encontrar um lugar
para se instalar. Mas esse depravado não ficará em nenhum
lugar a menos de três metros de você. Me ouviu?
Ela deu uma risadinha e assentiu, olhando para Hallie.
— Tão ciumento.
Hallie olhou para Luc. — Não teria outro jeito.
— Ônix! Safira! Saiam e me deixe conhecer suas
prostitutas! Nós podemos compartilhar!
O rosto de Zach ficou pálido, e ele arregaçou as mangas,
certamente indo para a porta, pronto para dar uma surra no

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outro homem lá fora. Luc riu enquanto agarrava o casaco de
Zach, o segurando.
— Acalme-se, —disse Luc.
— Você ouviu o que ele disse? —Perguntou Zach.

— Ele não é daqui, nem desse tempo, —disse Luc. —
Vamos ensinar-lhe as regras.
— Como vamos conseguir isso? Esse cara é maluco.
Luc olhou para a porta. Ele não conhecia bem o dragão
Rubi. Sabia de alguns de seus poderes. Red era famoso por
sua beleza e proeza sexual.
Sempre achou que esses eram poderes estranhos de
dragão, mas se a Oráculo o enviou, isso significava que ela
pensava que havia algo que ele poderia fazer por este mundo.
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— Boa observação, —disse Zach, ouvindo seus
pensamentos e respondendo com relutância.
Ele inalou e soltou um suspiro profundo e, em seguida,
foi até a porta, abrindo-a, mas bloqueando-a com seu corpo

enorme.
Luc ficou com Hallie, enquanto Erin se adiantou para dar
uma olhada.
— Não, você não vai entrar ainda, —a voz de Zach
cresceu. — Não até que esclarecermos algumas coisas. Não.
Cale a boca um minuto. —Red disse algo ininteligível, e Zach
avançou, fechando a porta atrás deles, impedindo-os de ouvir
o que conversavam.
Eles ouviram Zach gritar alguma coisa sobre suas
companheiras não serem ‘esse tipo de moça’ assim que a porta
se fechou.
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Livro 2
— Isso vai ser interessante, —disse Hallie, olhando para
a porta.
— Sim, —disse Erin. — Zach pode querer que vocês dois
fiquem se houver outro dragão aqui.

— Eu acho que isso pode ser uma boa ideia, —disse Luc.
— Não conheço Red bem e depois de tudo o que vocês
fizeram por mim e por Hallie, ficaremos felizes em ajudar da
maneira que pudermos.
Erin deu-lhe um sorriso agradecido. Então seus olhos
correram para a porta. — Vou espiar de uma janela lateral.
Quer vir?
Ele balançou a cabeça, colocando um braço ao redor da
cintura de Hallie quando Erin saiu.

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Livro 2
— Você não quer ir? —Hallie perguntou, olhando para
ele.
Ele sentou em uma das grandes cadeiras na entrada e
puxou-a para o colo. — Estou bem aqui. O que quer que

venha, nós vamos lidar com isso.
Ela se aconchegou nele, e ele sorriu enquanto pensava
sobre todas as aventuras que estava chegando. Os outros
dragões. As lutas contra o mal. Tudo isso soava empolgante.
Um novo mundo, um novo Luc, um novo amor.
Com Hallie ao seu lado, tudo era possível.
Fim ...
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Livro 2
Red costumava ter tudo. Sexy, poderoso e atraente para todas as mulheres, como o
dragão Rubi, ele tinha o mundo a seus pés. Mas agora estava acordado e limitado,
incapaz de usar seus poderes e sozinho no
mundo moderno. Sua única companhia é um
insano gato que ele adotou e Faye, sua doce
vizinha cheia de curvas que faz seu dragão se
sentar e dizer ‘companheira’. Pena que a única
mulher que ele acha irresistível não tem
nenhum problema em resistir a ele.
Faye não sabe o que fazer com Red. Ele está
sempre causando problemas, entre o seu gato
fazendo barulho em todas as horas ou as
mulheres constantemente o perseguindo. Mas
Red não é como os idiotas que ela conheceu no
passado. Sim, ele é sexy, tem olhos verdes e um corpo lindo de morrer, mas também é
gentil, engraçado e precisa de sua ajuda. Ele também está disposto a protegê-la de seu
ex. Então, apesar de sua desconfiança nos homens, Red poderia estar lentamente
vencendo-a.
Embora os homens tenham decepcionado Faye, Red tem certeza de que ela só precisa
do dragão certo para ajudá-la a encontrar suas asas novamente. Ele só tem que fazer
isso antes que as criaturas do mal os alcancem.

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Mais um Projeto Exclusivo das Divas & Lord’s FOREVER

O segundo dragão foi despertado ...

L ucien bateu suas asas de safira com força enquanto

examinava a devastação abaixo dele, como se, levantando-se

no ar, pudesse de alguma forma ir longe o suficiente para não

ver o que estava testemunhando. Quando decidiu mais cedo

fazer sua jornada diária para sobrevoar sua aldeia favorita,

nunca poderia ter esperado por isso.

Campos queimados, o cheiro de colheitas queimadas, de

casas chamuscadas, de vidas queimadas no ar. Seu dragão

soltou um grito enquanto suas asas o levaram mais alto sobre

sua amada aldeia.

Não morava com eles na aldeia. Não convivia

diariamente com eles como humano. Mas essas pessoas eram

a sua esperança para a humanidade. Havia pessoas que ele

conhecia ali, que ele havia curado, infiltrando-se na sua forma

humana. Pessoas que lhe mostraram bondade. Pessoas cujas

plantações ele tinha regado enquanto se escondia atrás das

nuvens no céu azul brilhante.

E agora não havia nada. Desolação. Dor. Tristeza.

Ele aterrissou com um baque e examinou as paisagens

enegrecidas. Esqueletos de barracos queimados, formas

carbonizadas no chão queimado.

Lágrimas subiu aos olhos enquanto tomava forma

humana para dar a volta na aldeia, procurando por

Mas ele já sabia.

Não havia nenhum.

Parte de sua habilidade como dragão era ouvir pessoas

com dor, ouvia pensamentos mais intensamente, dessa forma

sabia como melhor curá-los. Onde eles precisavam dele. De

todos os dragões que conhecia, ele era provavelmente o único

dragão que se importava com os humanos. Graças ao seu

dom pôde conhecer alguns humanos que mudou sua forma

E agora entendeu, olhando a paisagem devastada, que

foi por nada.

Ainda podia cheirar os assassinos que tinham feito isso.

dali. Uma aldeia que muitas vezes teve problemas com os

moradores daqui. Mas ainda assim, derramamento de sangue?

Os outros dragões tentaram dizer a ele que era inútil

intervir, mas eles não testemunharam o que ele testemunhou.

Eles não sabiam o que ele sabia.

Lucian concluiu amargamente que mesmo existindo

bons humanos, os humanos ruins estragariam isto para todo

o mundo, assim qualquer interferência era inútil.

Dentro dele, sentiu seu coração endurecer. O que uma

vez fora uma energia fluida pronta para curar e acalmar,

agora parecia gelado e seco. Ele soltou um longo suspiro e viu

agulhas de gelo no ar diante dele.

Sorriu e escutou o vento, sentido sua direção. Então

deixou suas asas crescerem, sentiu a transição de volta para o

dragão azul gigante que ele era.

Asas cintilantes e brilhantes, tocadas pelo gelo. Um corpo

longo e gracioso e uma cabeça pontuda com olhos amarelo-

brilhantes. Nada como seus olhos em forma humana.

Ele flutuou para cima, batendo o ar ao redor dele, não se

importando com quem via como ele subia, mais alto,

tentando entender aqueles que tinham feito isso. Será que os

criminosos já voltaram para sua aldeia? O chão ainda estava

quente. Era pelo menos um dia de viagem dali para a aldeia

Não havia nada que ele pudesse fazer por Anna ou

qualquer outra pessoa com quem ele se importasse.

Mas havia algo que ele poderia fazer para se sentir

criminosos andando pela estrada de volta para aldeia deles.

Ligeiramente chamuscados, ainda carregando tochas e