Você está na página 1de 10

A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA NA REPRODUÇÃO DE

DESIGUALDADES SOCIAIS: UMA ABORDAGEM BOURDIESIANA


Izabelle Aires Muinhos1

RESUMO

Este artigo investiga a relação entre família e escola na reprodução de desigualdades sociais,
utilizando uma abordagem bourdiesiana. O problema de pesquisa concentra-se na influência
da transmissão intergeracional de capital cultural e habitus na reprodução de hierarquias
sociais na educação. Os objetivos incluem analisar como a interação entre família e escola
contribui para a reprodução de desigualdades e identificar possíveis estratégias para mitigar
esse fenômeno. O arcabouço teórico baseia-se nas ideias de Bourdieu sobre capital cultural,
habitus e campo educacional. A metodologia empregada envolve revisão bibliográfica e
análise crítica de estudos empíricos. Os resultados revelam a importância das relações
familiares e escolares na perpetuação das desigualdades e destacam a necessidade de
intervenções que considerem as dinâmicas de poder e reprodução social.
Palavras-chave Bourdieu. Desigualdades sociais. Educação.

ABSTRACT
This article investigates the relationship between family and school in the reproduction of
social inequalities, using a Bourdieusian approach. The research problem focuses on the
influence of intergenerational transmission of cultural capital and habitus on the reproduction
of social hierarchies in education. Objectives include analyzing how the interaction between
family and school contributes to the reproduction of inequalities and identifying possible
strategies to mitigate this phenomenon. The theoretical framework is based on Bourdieu's
ideas about cultural capital, habitus, and the educational field. The methodology involves
literature review and critical analysis of empirical studies. Results reveal the importance of
family and school relationships in perpetuating inequalities and highlight the need for
interventions that consider power dynamics and social reproduction.
Keywords: Bourdieu, social inequalities, education.
INTRODUÇÃO

A relação entre família e escola desempenha um papel crucial na reprodução de


desigualdades sociais no contexto educacional. Essa interação influencia diretamente as
oportunidades educacionais e os resultados acadêmicos dos alunos, refletindo as disparidades
sociais existentes na sociedade. Nesta investigação, adotamos uma abordagem bourdiesiana
para compreender como as práticas familiares e escolares contribuem para a reprodução das
hierarquias sociais na educação. Nosso objetivo é explorar a influência da transmissão
intergeracional de capital cultural e habitus na perpetuação das desigualdades educacionais.

1
Licenciatura em Computação, Instituto Federaç do Pará, izabelle@ufpa.br
Este artigo inicia com uma revisão teórica sobre os conceitos fundamentais de Bourdieu,
destacando a importância do capital cultural, habitus e campo educacional na análise das
relações entre família, escola e desigualdades sociais. Em seguida, delineamos os problemas
de pesquisa propostos e os objetivos desta investigação, delineando assim a estrutura deste
estudo.
Esta pesquisa busca não apenas compreender os mecanismos pelos quais as
desigualdades são perpetuadas, mas também identificar possíveis estratégias para mitigar esse
fenômeno. Ao examinar criticamente a interação entre família e escola, busca-se elucidar
como as práticas e valores transmitidos dentro desses contextos influenciam as trajetórias
educacionais dos alunos, especialmente aqueles de origens socioeconômicas desfavorecidas.
Por meio de uma análise aprofundada, espera-se contribuir para uma compreensão
mais abrangente das dinâmicas de reprodução social na educação e fornecer resultados
valiosos para informar políticas e práticas educacionais mais inclusivas e equitativas. Este
estudo visa também argumentar sobre um aspecto crucial do sistema educacional
contemporâneo, destacando a importância de uma abordagem bourdiesiana para compreender
as complexidades das desigualdades educacionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CULTURA ESCOLAR E NORMAS INSTITUCIONAIS

De acordo com Biesdorf (2011) a importância fundamental da família como a


principal instituição responsável pela educação informal dos indivíduos. Desde os primeiros
anos de vida, a família desempenha um papel crucial na transmissão de costumes humanos,
como a linguagem, comportamentos sociais, hábitos alimentares, valores religiosos e
culturais. Essa educação informal é essencial para a formação inicial dos indivíduos e serve
como base para sua jornada educacional posterior.

Nesse contexto, segundo Biesdorf (2011) "a família é a principal instituição


responsável pela educação informal, através da qual são ensinados os costumes humanos
como falar, andar, comer, religião, cultura” e atua como o primeiro agente socializador dos
indivíduos, moldando suas disposições, atitudes e expectativas em relação à educação.
Através de interações diárias e experiências compartilhadas, os membros da família
transmitem não apenas conhecimentos práticos, mas também valores e crenças que
influenciam profundamente o desenvolvimento das crianças.

No entanto, é importante reconhecer que a educação informal fornecida pela família é


complementada e ampliada pelos conhecimentos escolares. A escola desempenha um papel
crucial na expansão do repertório educacional dos indivíduos, introduzindo-os a novos
campos de conhecimento, habilidades acadêmicas e oportunidades de aprendizagem.

Dessa forma, a jornada educacional de um indivíduo na sociedade começa dentro do


ambiente familiar, onde são estabelecidos os alicerces iniciais de sua formação. A educação
informal fornecida pela família prepara os indivíduos para a educação formal na escola,
proporcionando-lhes as habilidades e o conhecimento necessários para se engajarem de
maneira significativa no processo educacional.

É crucial reconhecer que as experiências educacionais de cada indivíduo são moldadas


por uma série de fatores, incluindo sua origem socioeconômica, contexto cultural e acesso a
recursos educacionais. É aqui que a abordagem bourdiesiana se torna relevante, ao destacar as
desigualdades estruturais que permeiam o sistema educacional e influenciam as trajetórias
educacionais dos indivíduos.

A observação de Carvalho (2004) ressalta a importância central da educação como um


processo fundamental na produção e reprodução cultural e social, com seu ponto de partida no
ambiente familiar. O lar, ou a família, é reconhecido como o local primordial onde ocorre a
reprodução física e psíquica cotidiana dos indivíduos, fornecendo as bases essenciais para sua
participação na vida social e produtiva. Esse processo de socialização, conforme destacado,
possui duas dimensões distintas: a social, que envolve a transmissão da herança cultural às
novas gerações por meio de diversas instituições, e a individual, que se refere à formação das
disposições, conhecimentos, habilidades e valores de cada indivíduo.

Entende-se que, nesse processo, a dimensão individual da educação está subordinada à


dimensão social, que é determinada por interesses objetivos e relações de poder. Essas
relações de poder são frequentemente baseadas na categoria de idade-geração, tanto no âmbito
familiar quanto na escola. Aqui, as gerações mais velhas exercem influência significativa
sobre as mais jovens, moldando suas visões de mundo, valores e comportamentos de acordo
com as normas e expectativas sociais predominantes.
a educação tem papel fundamental na produção, reprodução cultural e social e
começa no lar/família, lugar da reprodução física e psíquica cotidiana – cuidado do
corpo, higiene, alimentação, descanso, afeto –, que constitui as condições básicas de
toda a vida social e produtiva. Como processo de socialização, a educação tem duas
dimensões: social – transmissão de uma herança cultural às novas gerações através
do trabalho de várias instituições; e individual – formação de disposições e visões,
aquisição de conhecimentos, habilidades e valores. A dimensão individual é
subordinada à social no contexto de interesses objetivos e relações de poder, neste
caso baseadas na categoria idade-geração, seja na família, seja na escola.
(CARVALHO, 2004, p. 47)

A família desempenha um papel primordial nesse processo de socialização inicial,


fornecendo não apenas cuidados físicos básicos, como alimentação e higiene, mas também
afeto e suporte emocional que são fundamentais para o desenvolvimento saudável dos
indivíduos. Além disso, a família é responsável por transmitir uma série de valores culturais e
sociais que constituem a base da identidade e pertencimento de cada indivíduo dentro da
sociedade.

A CULTURA ESCOLAR E AS DESIGUALDADES SOCIAIS EXISTENTES.

De acordo com Bourdieu (1964), a escola, longe de ser uma instituição libertadora,
atua como um mecanismo conservador que mantém a dominação dos grupos sociais
privilegiados sobre as classes populares. Isso ocorre de várias maneiras, desde a estruturação
do currículo e dos métodos de ensino até a seleção e avaliação dos alunos.

Por exemplo, a escola tende a valorizar formas específicas de conhecimento e


habilidades que são mais comumente associadas às classes dominantes, enquanto desvaloriza
ou marginaliza outras formas de sabedoria e competências presentes nas classes populares.
Além disso, as práticas de avaliação muitas vezes favorecem os alunos que já possuem capital
cultural, enquanto penalizam aqueles que têm menos acesso a esse capital (BOURDIEU;
PASSERON, 1964 p. 41).

Essa dinâmica resulta em uma reprodução das desigualdades sociais, onde os filhos
das classes dominantes têm maior probabilidade de obter sucesso na escola e,
consequentemente, de alcançar posições de poder e prestígio na sociedade, enquanto os filhos
das classes populares enfrentam obstáculos maiores para avançar socialmente. (BOURDIEU;
PASSERON, 1964 p. 41).

A herança estratégica abrange uma gama ampla de recursos que são passados de pais
para filhos, contribuindo para a perpetuação das desigualdades sociais. Além do capital
econômico, que tradicionalmente tem sido visto como um fator determinante na posição
social de um indivíduo, a herança estratégica inclui também o capital cultural e social. Este
último é especialmente relevante, pois está intimamente ligado à capacidade de uma pessoa
acessar redes de relacionamentos privilegiadas e aproveitar oportunidades educacionais e
profissionais.

A primeira é empregada num sentido amplo, não como patrimônio econômico, mas
como patrimônio cultural, pois, além dos bens econômicos, herda-se um sobrenome,
um nível cultural, uma rede de relações, assim como bens simbólicos, não se
medindo esforços para preservar e mesmo ampliar o patrimônio herdado. (VALLE,
2003, p.3)

Esses recursos culturais não são adquiridos apenas por meio de herança biológica, mas
também são moldados pelas estruturas sociais e institucionais que privilegiam certos grupos
em detrimento de outros. Por exemplo, famílias de classes sociais mais altas têm mais
recursos disponíveis para investir na educação de seus filhos, proporcionando-lhes acesso a
escolas de maior qualidade, tutoria privada e oportunidades extracurriculares enriquecedoras.

A citação de Araújo (2006) traz à tona uma questão central na análise de Bourdieu
sobre o sistema educacional: a suposta igualdade formal que, na prática, favorece os alunos
que já possuem vantagens culturais devido à sua bagagem familiar privilegiada. De acordo
com Bourdieu, a escola, muitas vezes, perpetua e amplia as desigualdades sociais, em vez de
atuar como um mecanismo de equalização de oportunidades.

A igualdade formal no ensino, baseada na ideia de que todos os alunos têm as mesmas
oportunidades de aprender, é frequentemente contestada por Bourdieu. Ele argumenta que
essa igualdade formal favorece aqueles que já estão em vantagem devido ao seu capital
cultural, que é herdado da família e da cultura de origem. Assim, o que é compreendido e
assimilado pelo aluno na escola depende em grande parte de sua capacidade cultural prévia.

O domínio dos alunos sobre o conteúdo escolar varia de acordo com a proximidade
entre a cultura apresentada pela escola como legítima e a cultura familiar de origem dos
alunos. Quanto maior a distância entre essas duas culturas, maior o desafio para os alunos em
assimilar os conteúdos e ter sucesso acadêmico.

De acordo com Bourdieu, essa igualdade formal que pauta o ensino, privilegia
quem, por sua bagagem familiar, já é privilegiado, uma vez que o que é
compreendido e assimilado pelo aluno depende da sua capacidade cultural. Para este
autor, o domínio dos alunos varia de acordo com a maior ou menor distância
existente entre o arbitrário cultural apresentado pela escola como cultura legítima e a
cultura familiar de origem dos alunos. (ARAÚJO, 2006, p.63)
Essa disparidade cultural cria uma barreira significativa para os alunos de origens
desfavorecidas, que muitas vezes são excluídos ou marginalizados pelo sistema educacional.
As práticas de avaliação, seleção e promoção dentro da escola tendem a favorecer aqueles que
possuem uma afinidade cultural mais próxima com a cultura dominante, perpetuando assim as
desigualdades sociais existentes.

Valle (2003) destaca a instrumentalização dos sistemas de ensino por políticas que,
longe de promoverem a democratização real da educação, acabam por reforçar as
desigualdades sociais. Ao abordar a profissionalização obrigatória no ensino de segundo grau,
o autor evidencia uma preocupação com a falta de consideração do princípio da "igualdade de
oportunidades" na formulação e implementação dessas políticas.

É notável a ausência de uma perspectiva democrática na formulação das políticas


educacionais, uma vez que a profissionalização obrigatória pode perpetuar e até agravar as
disparidades sociais ao invés de combatê-las. Tais políticas, ao direcionar os alunos para
determinadas áreas de estudo de acordo com interesses econômicos ou necessidades do
mercado de trabalho, podem limitar suas possibilidades de desenvolvimento pessoal e
acadêmico, reforçando estereótipos e segregações socioeconômicas.

Além disso, os sistemas de ensino voltaram-se à instrumentalização das políticas do


regime autoritário, como a da profissionalização obrigatória no ensino de 2o grau.
Essas políticas, em momento algum, colocaram em perspectiva a democratização
real da educação, pautada no princípio da “igualdade de oportunidades”. É
desnecessário descrever aqui os (baixos) índices de escolarização, inclusive nos
níveis obrigatórios; eles estão disponíveis em múltiplas fontes, das oficiais aos
estudos que analisam a evolução desses indices. (VALLE, 2022, p.11)

A falta de uma abordagem verdadeiramente democrática na educação também se


reflete nos baixos índices de escolarização, especialmente nos níveis obrigatórios. Esses
índices são indicativos das barreiras que muitos estudantes enfrentam para acessar uma
educação de qualidade, seja devido a questões econômicas, geográficas, culturais ou outras. A
consequência é a reprodução das desigualdades sociais e a negação do direito à educação para
uma parte significativa da população.

METODOLOGIA

A condução desta pesquisa segue os preceitos metodológicos propostos por Antônio


Carlos Gil, adotando uma abordagem bibliográfica, exploratória e explicativa para aprofundar
a compreensão da relação entre família e escola na reprodução de desigualdades sociais.
A coleta de dados é embasada em uma revisão bibliográfica sistemática,
contemplando artigos científicos, livros, teses e dissertações que abordam temas relacionados
à educação, família e desigualdades sociais. A pesquisa é norteada por conceitos relevantes,
explorando bases de dados acadêmicas amplamente reconhecidas, como Google e SciELO..

A estruturação da pesquisa compreende a definição de palavras-chave, como o papel


da família na transmissão de capital cultural, as práticas escolares que perpetuam as
desigualdades sociais e os efeitos dessas dinâmicas na reprodução das hierarquias sociais.

A análise qualitativa é empregada para compreender os contextos e nuances das


relações identificadas na literatura, Essa metodologia abrangente, inspirada nos preceitos de
Bourdieu, busca gerar conhecimento valioso e orientar futuras intervenções e políticas
educacionais voltadas para a redução das desigualdades sociais.

Apresentando a classificação da pesquisa quanto à sua natureza, a técnica exploratória


utilizada na elaboração do texto, parte do princípio da utilização de um banco de dados
previamente investigado e selecionado como referências bibliográfica, buscou trazer “como
objetivo principal o aprimoramento de ideias ou descoberta das intuições, de modo que
possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado” (GIL,2008,
p. 41).

No que diz respeito ao caráter bibliográfico, será essencial para fundamentar


teoricamente a pesquisa. A consulta a diversas fontes bibliográficas, incluindo obras de
Bourdieu e outros autores renomados, permitirá embasar e contextualizar o estudo. A revisão
de literatura será extensivamente explorada para fundamentar as análises e discussões,
fornecendo uma base sólida para a compreensão abrangente da relação entre escola, família e
reprodução de desigualdades sociais.

Segundo Marconi e Lakatos (2002, p. 43-44), consistem no levantamento da


bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita
ou online, com finalidade fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o
material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando-o na análise de suas pesquisas ou
na manipulação de suas informações, sendo considerada como o primeiro passo de toda a
pesquisa científica.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao analisar a influência da família e da escola na reprodução de desigualdades sociais,


observamos que a família desempenha um papel significativo na transmissão de capital
cultural e na preparação dos indivíduos para a educação formal. As análises revelam que os
alunos cujos pais possuem maior nível educacional e recursos financeiros tendem a apresentar
melhor desempenho acadêmico, corroborando as teorias de Bourdieu sobre a importância do
capital cultural na trajetória educacional.

Além disso, a análise das informações relacionados ao ambiente escolar mostra que as
práticas educacionais muitas vezes favorecem os alunos provenientes de famílias mais
privilegiadas, perpetuando assim as desigualdades sociais. A seleção e avaliação dos alunos,
por exemplo, tendem a valorizar habilidades e conhecimentos que estão mais alinhados com o
capital cultural dominante, enquanto marginalizam outras formas de saber.

Ao examinar as interações entre família e escola, observamos que as dinâmicas


familiares e escolares podem tanto reforçar quanto mitigar as disparidades educacionais. A
colaboração entre família e escola pode ser uma estratégia eficaz para promover uma
educação mais inclusiva e equitativa, proporcionando apoio adicional aos alunos em situação
de vulnerabilidade.

Ao interpretar esses resultados da fundamentação teórica, podemos concluir que a


reprodução de desigualdades sociais na educação é um fenômeno complexo, influenciado por
uma variedade de fatores familiares, escolares e sociais. As teorias de Bourdieu oferecem
insights valiosos para entender essas dinâmicas e destacam a importância de políticas e
práticas educacionais que visam reduzir as disparidades sociais e promover uma educação
mais igualitária.

As contribuições desta pesquisa para o campo incluem uma análise aprofundada das
relações entre família, escola e reprodução de desigualdades sociais, bem como sugestões
para intervenções e políticas educacionais mais eficazes. Ao reconhecer o papel central desses
dois agentes na formação dos indivíduos e na reprodução das hierarquias sociais, podemos
trabalhar em direção a uma educação mais justa e inclusiva para todos.

CONCLUSÕES

Ao longo da pesquisa, identificamos que a família desempenha um papel crucial na


transmissão de capital cultural e na preparação dos indivíduos para a educação formal,
enquanto a escola, muitas vezes, reproduz e amplia as desigualdades sociais através de suas
práticas educacionais.
Os resultados obtidos destacaram a importância de políticas e práticas educacionais
que visam reduzir as disparidades sociais e promover uma educação mais inclusiva e
equitativa. A colaboração entre família e escola emergiu como uma estratégia fundamental
para enfrentar esses desafios, proporcionando apoio adicional aos alunos em situação de
vulnerabilidade e promovendo uma participação mais ativa dos pais na vida escolar de seus
filhos.
Este estudo contribui para uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas
familiares e escolares que influenciam a reprodução de desigualdades sociais na educação,
bem como sugestões para futuras intervenções e políticas educacionais mais eficazes. Ao
reconhecer o papel central desses dois agentes na formação dos indivíduos e na reprodução
das hierarquias sociais, podemos avançar em direção a uma educação mais justa e inclusiva
para todos.
No entanto, é importante ressaltar que este estudo apresenta algumas limitações, como
a dependência de fontes secundárias de dados e a necessidade de investigações mais
aprofundadas em contextos específicos. Futuras pesquisas podem se concentrar em examinar
os efeitos de intervenções específicas, explorar as experiências de diferentes grupos sociais e
investigar as dinâmicas entre família e escola
Esta pesquisa reforça a necessidade contínua de políticas e práticas educacionais
sensíveis às questões de desigualdade social, e destaca o papel crucial da família e da escola
na promoção de uma educação mais igualitária e inclusiva. Ao abordar esses desafios de
maneira colaborativa e holística, podemos trabalhar em direção a um sistema educacional que
verdadeiramente valoriza e atende às necessidades de todos os seus membros,
independentemente de sua origem socioeconômica.
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Vânia Rita Donadio. Pensando a relação escola e sociedade na perspectiva de


bourdieu . Universidade do Estado da Bahia. 2006

BIESDORF, Rosane Kloh. O papel da educação formal e informal: educação na escola e na


sociedade. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia do Campus Jataí, v. 1, nº 10, 2011.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. Les Hèritiers. Paris: Les Éditions de Minuit, 1964.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Modos de educação, gênero e relações escola-famíl

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas,
2008.ia. Cadernos de Pesquisa, v. 34, nº 121, p. 41-58, jan./abr. 2004.

LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. – São Paulo: Atlas
2003.

VALLE, Ione Ribeiro . A reprodução de Bourdieu e Passeron muda a visão do mundo


educacional. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. 2022

Você também pode gostar