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Relações obrigacionais em tempos de pandemia

Leonardo José Santos

Resumo

A pandemia fez surgir dúvidas com os efeitos das relações obrigacionais, mostrando
como funciona as regras e obrigações definidas no âmbito jurídico. Tais leis podem
ser seguidas sem receio de penalidades, com responsabilidade do resultante do
inadimplemento contratual, fazendo assim com que se entenda melhor o
funcionamento do evento de força maior e do princípio da boa-fé.

Introdução

Perante o atual cenário político brasileiro, que disputa a mais profunda divisão de
argumentos, tanto pública como partidária, fala-se muito dos efeitos das relações
obrigacionais. A pandemia fez surgir dúvidas em relação à responsabilidade civil
contratual, já que não há certeza do previsto retorno a “normalidade”.

No mundo das relações jurídicas, as responsabilidades e demais regras e obrigações


são definidas, primeiramente, através de cláusulas determinadas entre as partes
(credor e devedor), sendo que, se houver inadimplemento poderá ser enquadrado em
uma das situações previstas no Código Civil.

Tais leis podem ser seguidas sem receio de penalidade por situações que fogem do
controle do ser humano, como os terremotos, furacões e, no meio deste pacote
desastroso, a pandemia. O Covid-19 também se engloba nos conceitos de caso
fortuito e força maior previstos em lei, onde no art. 393 do Código Civil define como
situações imprevisíveis e não controláveis que rompem o nexo de causalidade entre
uma conduta considerada contrária aos termos pactuados (além da simples
ilegalidade) e o dano por ela causado, tendo como consequência, em regra, o
afastamento do dever de indenizar. Ou se utilizar de maneira abstrata da teoria da
imprevisão do art. 317 do Código Civil e da teoria da onerosidade excessiva dos arts.
478 a 480 do Código Civil, para justificar uma revisão determinada ou a resolução dos
contratos.

Nesses casos, a responsabilidade resultante do inadimplemento contratual deve ser


analisada de maneira objetiva, não investigando as circunstâncias de culpa por parte
de quem deixou de cumprir com sua obrigação, ou seja, por consequência de evento
de maior força. A importância dos princípios da probidade e da boa-fé contratual
consagrados no art. 422 do Código Civil, que consiste em “uma padrão
comportamental a ser seguido baseado na lealdade e na probidade, proibindo o
comportamento contraditório, impedindo o exercício abusivo de direito por parte dos
contratantes, no cumprimento não só da obrigação principal, mas também das
acessórias, inclusive do dever de informar, de colaborar e de atuação diligente”.
(DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado, 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2014)

No entanto, quando pensamos em pandemia e relações obrigacionais, podemos


concluir que: se os políticos discutem todas as coisas, então, todas as coisas
deveriam, por consequência, serem resolvidas pela discussão. E no atual cenário,
deve ser analisada como medida excepcional. Até mesmo porque a revisão do
assunto, será frequente nos tempos que virão.
Bibliografia

https://www.migalhas.com.br/depeso/322679/a-relacao-entre-coronavirus-e-caso-fortuito-ou-forca-
maior

https://ambitojuridico.com.br/noticias/responsabilidade-civil-contratual-em-tempos-de-pandemia/

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11552/Os-efeitos-do-coronavirus-nas-relacoes-civis-e-
comerciais-caso-fortuito-e-forca-maior

https://www.conjur.com.br/2020-mar-31/jardim-silveira-coronavirus-contratos

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