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RESUMO

Michele de Sousa Miranda – TIA 41780132

CONSTITUCIONALISMO ASPIRACIONAL i

O texto em questão trata-se do constitucionalismo aspiracional, fruto de processos


revolucionários constitucionais. Esse tipo de constitucionalismo articula sobre constituição e
progresso, bem como se encontra em um contexto social de inconformidade.

O artigo aborda com exemplificações o fato da esfera política além de ter sanções para os
políticos imprudentes do mandato, casos de países em que possuem regulamentações as quais
há a revogação do mandato dos governantes que não sabem o que foi prometido em suas
campanhas, isto é, os programas políticos funcionam quase como normas legais que podem ser
garantidas caso não sejam cumpridas.

No direito constitucional, a ambiguidade é particularmente evidente entre um olhar discursivo


para o presente e outro olhar para o futuro, isto é, a ambiguidade entre o discurso jurídico e o
discurso político. Isso acontece especialmente em um tipo particular de constituição, cujo
objetivo é alcançar o progresso social e um futuro melhor para a sociedade. São constituições
que visam o futuro e prescrevem o que deve ser alcançado ao longo dos anos, não o que deveria
ser hoje.

Não obstante, esta maneira de vincular constituição e progresso social existe em todos os países.
Todavia, a história do constitucionalismo esta ideia é relativamente escassa.

É inegável a importância do constitucionalismo aspiracional, e, portanto, indispensável sua


caracterização.

O constitucionalismo prospera especialmente em situações em que existem uma grande


insatisfação com o presente e uma forte crença nas possibilidades de um futuro melhor. Um
bom exemplo disso foi as duas primeiras constituições da Revolução Francesa (1791 e 1793),
cujo conteúdo foi, em grande parte, impulsionado por condições de pobreza e esperança na
mudança social. Estas são as condições que geralmente prevalecem em países periféricos e
semiperiféricos. Preservando o constitucionalismo, em vez disso, tende a prosperar em
contextos sociais e políticos em que estiveram garantia de condições básicas de progresso social
e estabilidade institucional.

Além disso, o constitucionalismo aspiracional busca eficácia factual, e não apenas legal, de suas
regras. Legalmente, esse personagem é revelado no fato de que as normas que consagram seus
princípios, valores e direitos sociais não são considerados meras formulações retóricas, mas
como regras chamadas a ter efeitos imediatos.

Dessa forma, a ambivalência entre o político e o jurídico caracteriza o constitucionalismo


aspiracional, tendo em vista que carrega tensões institucionais significativas entre maiorias
políticas e órgãos judiciais. A reclamação judicial de tornar efetivos os direitos consagrados na
constituição levam a conflitos institucionais entre os ramos do poder público e, principalmente,
entre os órgãos de representação democrática e os encarregados de definir e aplicar os
orçamentos públicos.
Por fim, estas constituições requerem fontes adicionais de apoio, situados fora da burocracia
institucional, como por exemplo, compromissos com movimentos sociais e consolidação de uma
nova cultura jurídica sobre a proteção de direitos.

Posterior à caracterização, há o destaque sobre as críticas em torno das constituições, uma vez
que não enfrentam apenas dificuldades derivadas dos conflitos interinstitucionais que
propiciam (entre o poder executivo e legislativo de um lado e o judiciário do outro); eles também
enfrentam forte crítica política e acadêmica.

Dado exposto, o constitucionalismo aspiracional mantém uma ambivalência e tensão


permanente entre os âmbitos jurídicos e políticos, o qual, obedece por um lado, a uma logica
instrumental destinada a produzir um tipo de sociedade consagrada em seus textos. Por outro
lado, obedecem a uma lógica comunicacional e simbólica destinada a criar representações
operando no mundo político.

i
VILLEGAS, Maurício Garcia. Constitucionalismo aspiracional. Araucaria. Revista
Iberoamericana de Filosofía, Política y Humanidades, año 15, no 29. Primer semestre de
2013. Pp. 77–97. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4238889>.

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