O Processo Penal, considerados os princípios que o inspiram, pode
ser acusatório, inquisitivo e misto.
O Processo Inquisitivo:
Essa forma de processo retrata a ausência de contraditório,
inexistência e regras da igualdade e liberdade processuais. O Juiz centraliza as funções de acusar, defender e julgar.
Além disso, inicia o processo de ofício, recolhe provas e profere
decisão, podendo, inclusive, no curso processual, submeter o acusado a torturas, a fim de obter a rainha das provas: a confissão. O Processo Inquisitivo:
O processo é secreto e escrito, mas não concede nenhuma garantia ao
acusado que, diante de tal subordinação, torna-se, na verdade, objeto do processo e não em sujeito de direito.
Tourinho acrescenta que o processo inquisitivo despontou em Roma
e, ao atingir a Idade Média, por influência da Igreja, passou a dominar toda Europa continental, a partir do Concílio Latrense, de 1215. Introduzido pelo Direito Canônico, mas, espalhou-se pelos Tribunais Seculares, uma vez que os soberanos notaram uma arma poderosa nesse tipo de processo. Processo Acusatório:
Possui traços marcantes como: a. contraditório; b. igualdade entre as
partes acusadora e acusada, inclusive no tocante a direito e obrigações; c. o direito é público; d. distinção entre as funções de acusar, defender e julgar, sem que o juiz inicie o processo de ofício; e. a iniciativa do processo incumbe à parte acusadora. Processo Tipo Misto:
Possui três etapas: a. investigação preliminar pela Polícia Judiciária,
sob orientação do Ministério Público; b. instrução preparatório, a cargo de um Juiz instrutor “A”; c. fase do julgamento, pelo Juiz “B”. Nas duas primeiras não participa a Defesa e somente na última desenvolve-se o contraditório. No Brasil:
Tem-se que o sistema adotado não é o acusatório puro, ortodoxo, mas um
sistema acusatório com vestígios de inquisitivo, ante os poderes conferidos ao julgador, equidistante das partes e imparcial. Ex.: requisitar a instauração de inquérito policial (art. 5º, II, CPP); conceder habeas corpus de ofício (art. 654, § 2º, CPP); destinatário de representação (art. 39, CPP); decretar, de ofício, a prisão preventiva (art. 311, CPP); determinar produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, mesmo antes de iniciada a ação penal (art. 156, II, CPP); ouvir outras testemunhas além daquelas indicadas pelas partes (art. 209, CPP) etc.
O processo é eminentemente contraditório; não há a figura do Juiz
instrutor. O ônus da prova incumbe às partes, mas o Juiz não é mero espectador inerte, posto que pode determinar, a qualquer instante diligências para dirimir sua dúvida sobre ponto relevante.
Permite-se às partes diversos recursos, para tutelar ainda mais o direito à