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TIPOS DE PROCESSO

PENAL

Professor Gilson Miguel Gomes da Silva


Tipos de Processo Penal:

O Processo Penal, considerados os princípios que o inspiram, pode


ser acusatório, inquisitivo e misto.

O Processo Inquisitivo:

Essa forma de processo retrata a ausência de contraditório,


inexistência e regras da igualdade e liberdade processuais. O Juiz
centraliza as funções de acusar, defender e julgar.

Além disso, inicia o processo de ofício, recolhe provas e profere


decisão, podendo, inclusive, no curso processual, submeter o
acusado a torturas, a fim de obter a rainha das provas: a confissão.
O Processo Inquisitivo:

O processo é secreto e escrito, mas não concede nenhuma garantia ao


acusado que, diante de tal subordinação, torna-se, na verdade, objeto
do processo e não em sujeito de direito.

Tourinho acrescenta que o processo inquisitivo despontou em Roma


e, ao atingir a Idade Média, por influência da Igreja, passou a
dominar toda Europa continental, a partir do Concílio Latrense, de
1215. Introduzido pelo Direito Canônico, mas, espalhou-se pelos
Tribunais Seculares, uma vez que os soberanos notaram uma arma
poderosa nesse tipo de processo.
Processo Acusatório:

Possui traços marcantes como: a. contraditório; b. igualdade entre as


partes acusadora e acusada, inclusive no tocante a direito e
obrigações; c. o direito é público; d. distinção entre as funções de
acusar, defender e julgar, sem que o juiz inicie o processo de ofício;
e. a iniciativa do processo incumbe à parte acusadora.
Processo Tipo Misto:

Possui três etapas: a. investigação preliminar pela Polícia Judiciária,


sob orientação do Ministério Público; b. instrução preparatório, a
cargo de um Juiz instrutor “A”; c. fase do julgamento, pelo Juiz “B”.
Nas duas primeiras não participa a Defesa e somente na última
desenvolve-se o contraditório.
No Brasil:

Tem-se que o sistema adotado não é o acusatório puro, ortodoxo, mas um


sistema acusatório com vestígios de inquisitivo, ante os poderes conferidos
ao julgador, equidistante das partes e imparcial. Ex.: requisitar a
instauração de inquérito policial (art. 5º, II, CPP); conceder habeas corpus
de ofício (art. 654, § 2º, CPP); destinatário de representação (art. 39, CPP);
decretar, de ofício, a prisão preventiva (art. 311, CPP); determinar
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, mesmo
antes de iniciada a ação penal (art. 156, II, CPP); ouvir outras testemunhas
além daquelas indicadas pelas partes (art. 209, CPP) etc.

O processo é eminentemente contraditório; não há a figura do Juiz


instrutor. O ônus da prova incumbe às partes, mas o Juiz não é mero
espectador inerte, posto que pode determinar, a qualquer instante
diligências para dirimir sua dúvida sobre ponto relevante.

Permite-se às partes diversos recursos, para tutelar ainda mais o direito à


liberdade.

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