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Recurso Extraordinário (RE) 608880, com repercussão geral (Tema 362),

O Estado tem o dever de garantir a custódia segura dos presos sob sua responsabilidade.
Se um preso foge e comete crimes durante a fuga, pode ser discutida a responsabilidade
estatal pelo descumprimento desse dever.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, no caso de danos decorrentes de crime
praticado por pessoa foragida do sistema prisional, só é caracterizada a responsabilidade
civil objetiva do Estado (artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal) quando for
demonstrado o nexo causal entre o momento da fuga e o delito. A decisão servirá de
orientação a resolução de casos semelhantes sobrestados em outras instâncias.

Segundo o ministro Alexandre, a jurisprudência do Supremo considera necessária a


comprovação de causalidade direta e imediata entre a omissão do Estado e o crime
praticado para que seja imputada a responsabilidade civil ao Estado. Ele observa que a
fuga do presidiário e o cometimento do crime, três meses depois, sem qualquer relação
direta com a evasão, não permite a imputação da responsabilidade objetiva ao Estado
prevista na Constituição Federal. Como o crime não foi cometido durante a fuga, não há
uma sequência lógica e imediata entre um fato e outro, o que afasta o nexo causal.

EREsp 1440721/GO

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou o jornalista e escritor


Fernando Morais e o publicitário Gabriel Douglas Zellmeister a pagar indenizações de
R$ 250 mil cada um, por danos morais, ao senador Ronaldo Caiado.

A condenação decorre da publicação do seguinte trecho de uma fala do publicitário


Zellmeister, referindo-se a Caiado, no livro intitulado Na Toca dos Leões – A História
da W/Brasil, livro biografia dos fundadores da agência de publicidade W/Brasil: “O
cara era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema
do país, ‘a superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos’. Segundo seu
plano, esse problema desapareceria com a adição à água potável de um remédio que
esterilizava as mulheres.”

Foi ressaltado que a atividade jornalística, dos escritores e editores, deve se pautar
sempre pelo dever de veracidade. Segundo ela, a liberação, por parte do STF, da
publicação de biografias sem a necessidade de prévia autorização dos biografados
implica a responsabilização a posteriori das editoras e dos escritores por danos que
comprovadamente venham a causar.

Atrelada a doutrina do “Sem restrições antecedentes, punição posterior.”

REsp 1374284/MG

Questão referente à responsabilidade civil em caso de acidente ambiental (rompimento


de barragem) ocorrido nos Municípios de Miraí e Muriaé, Estado de Minas Gerais.

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco


integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se
integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de
indenizar; b) em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e
morais causados; c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o
arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de
culpa, ao nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o
juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade,
valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às
peculiaridades de cada caso, de modo a que, de um lado, não haja enriquecimento sem
causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos
morais experimentados por aquele que fora lesado.

REsp 1354526/SE

"Ação indenizatória em face de PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS em


virtude de vazamento de amônia da Fábrica de Fertilizantes - Fafen/SE, subsidiária da
Petrobrás, ocorrido em 05 de outubro de 2008, na área de vegetação permanente,
margens, mangues e águas do Rio Sergipe".

Questão referente à ação indenizatória por danos materiais e morais promovida por
pescadores em razão de acidente ambiental ocorrido no rio Sergipe, em que se discute a
aplicabilidade da Teoria do Risco Integral.

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco


integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se
integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de
indenizar.

REsp 1266517/PR

É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada
em razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.
Estado argumentou vista que no âmbito penal houve pronunciamento no sentido de que
o evento danoso ocorreu sob a excludente de legítima defesa.

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.405.998 - SP (2013/0314502-2)


Não há nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido por investidores em decorrência de
quebra de instituição financeira e a suposta ausência ou falha na fiscalização realizada
pelo Banco Central no mercado de capitais.

RE 841526
Em caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso
XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte de detento.

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