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Administração

Orçamentária e
Controladoria

Prof. Dr. Ricardo


Ratner Rochman

EC 2016/1 Seção 4 1
Orçamento Base Zero

 Método tradicional do orçamento:


• O gerente começa com o orçamento do último ano e o aumenta
(ou reduz) conforme as variações nas previsões de volume.

 Orçamento Base Zero:


• Método alternativo no qual se exige que os gerentes justifiquem
todos os gastos orçamentários, e não apenas as variações em
relação ao ano anterior.
• A linha base é zero, e não o orçamento do último ano.
• Vantagem: questiona todos os custos, evitando a inércia dos
gastos

EC 2016/1 Seção 4 2
Dificuldades na Previsão de Vendas

 Fator crucial para a precisão de todo o orçamento.


 Previsão de vendas x Orçamento de vendas:
• Previsão de vendas: estimativa das vendas sob determinadas condições.
• Orçamento de vendas: resultado de decisões de criar as condições que
irão gerar o nível desejado de vendas.
 Principais fatores considerados na Previsão de vendas:
• Padrões históricos de vendas.
• Estimativas feitas pela força de vendas.
• Condições macroeconômicas gerais.
• Ações dos concorrentes.
• Mudanças nos preços da empresa.
• Mudanças no mix de produtos.
• Pesquisas de mercado.
• Propaganda e planos de promoção.
 Podem-se utilizar ferramentas estatísticas sofisticadas para analisar dados e
construir modelos práticos de previsão dos fatores-chave que influenciam as
vendas.
EC 2016/1 Seção 4 3
Usando o Orçamento para a Tomada de Decisões

 Uma das principais funções do Orçamento é como ferramenta de


suporte à tomada de decisões:
 Gestores podem utilizar o orçamento para estimar como várias decisões podem
afetar a empresa como um todo no curto prazo e no longo prazo.
 Ou seja, Orçamento como um processo passo a passo no qual planos
experimentais são revistos conforme os gestores mudam suas visões sobre vários
aspectos das atividades esperadas
 Como as receitas, os custos e os lucros respondem a mudanças na
quantidade de produtos fabricados e vendidos?
 A análise da relação custo/volume/lucro (breakeven point) é o ponto de partida,
mas assume um mix de produtos constante.
 Modelos matemáticos do orçamento têm permitido simular com rapidez o
impacto de mudanças em qualquer conjunto de pressupostos sobre vendas,
custos, mix de produtos, restrições etc.

EC 2016/1 Seção 4 4
Análise What-if

 What-if Analysis: o processo de explorar os efeitos de mudanças


nas expectativas sobre os pressupostos assumidos no
orçamento através de um modelo
 “E se eu diminuir em 5% os preços dos meus produtos de varejo e,
assim, as vendas aumentarem em 10%? O que acontecerá com
meus lucros?”
 Análise de Sensibilidade:
 Processo de variar seletivamente parâmetros chaves de um plano
ou orçamento para identificar dentro de que limites uma
alternativa de decisão é preferível
 Se pequenas variações em um parâmetro assumido gera grandes
efeitos no lucro, por exemplo, maior tempo e recursos têm que ser
dedicados para melhorar a acurácia das estimativas

EC 2016/1 Seção 4 5
Avaliando os Resultados das Operações

 Avaliar os resultados das operações envolve identificar as


variâncias.
 Uma variância é uma surpresa; os gestores precisam antecipar e
ficar atentos a surpresas, mantendo os desvios em um mínimo.
 2 aspectos principais a serem avaliados:
 Eficácia: uma operação eficaz é aquela que atinge ou supera as
metas estabelecidas.
• As empresas medem sua eficácia analisando um pequeno conjunto
de fatores críticos para seu sucesso.
• Ex: lucro operacional, obtenção de market share, introdução de
novos produtos no prazo, consecução da meta de ROI.
 Eficiência: uma operação eficiente é aquela que não desperdiça
recursos na execução de suas operações, não gastando mais que o
necessário para completar uma tarefa.

EC 2016/1 Seção 4 6
Orçamento Flexível

 Orçamento estático = orçamento geral (master budget).


 É estático porque foi preparado para um único nível de atividade.
 Orçamento Flexível = orçamento ajustado para mudanças no
volume de vendas e outros direcionadores de custos (cost
drivers) de atividades.
 É idêntico ao master budget na forma, mas os gestores podem
prepará-lo para vários níveis de atividades.
 Fórmulas do Orçamento Flexível = funções do custo válidas
dentro do intervalo relevante de análise.

EC 2016/1 Seção 4 7
Avaliação do Desempenho Financeiro com
Orçamento Flexível
 Por que os resultados reais ≠ orçamento geral ?
 Volume ≠ previsto (vendas e outros direcionadores de custos de
atividades)
 ≠ preço de venda, custos variáveis unitários e custos fixos por
período
 Essas razões não são independentes (p.ex. maior preço implica
em menor volume).
 Mas são separadas porque estão sob responsabilidade de
pessoas diferentes e exigem ações gerenciais diferentes.
 Objetivo do Orçamento Flexível: isolar cada um dos dois efeitos:
 ≠ devidos ao volume de atividade
 ≠ devidos à eficiência no uso dos recursos (e preços de venda)

EC 2016/1 Seção 4 8
Isolando as Causas das Variação

 Variação do Nível de Atividade (eficácia)


 Mede a eficácia: grau de consecução dos objetivos

 Variação do Orçamento Flexível (eficiência)


 Mede a eficiência: saídas reais x entradas reais
 Decorre de diferenças nos preços e nos custos variáveis e fixos
 A análise aprofundada das causas das variações é importante na
avaliação de desempenho dos gestores operacionais e na correção
de rumos

EC 2016/1 Seção 4 9
Isolando as Causas das Variações
Orçado Variação
Geral Geral Real
Receita de Vendas $ 10.000 $ 1.000 F $ 11.000
F=Favorável
Custos 8.000 800 D 8.800
D=Desfavorável
Lucro 2.000 $ 200 F 2.200

 Geral Lucro = $ 200 F

 Receita Total  Custo Total

Orçamento
 preço Orçamento  Volume Vendas  Volume Vendas Flexível  Custos
Flexível

 Custos Variáveis  Custos e


 mix  quantidade Despesas Fixos

 Market share  Market size  MP  MOD  CIF e Desp.Variáveis

 Preço  Quant  Preço  Quant  Preço  Quant  Preço


Insumo Insumo Insumo Insumo Insumo Insumo Insumo

EC 2016/1 Seção 4 10
Custo-padrão e Controle de Custos

 Uma das mais eficazes formas de se controlar custo é a


institucionalização do Custo-padrão
 Pode ser usado tanto a partir do Custeio por Absorção ou do
Custeio Variável (Direto)
 Conceitos de Custo-Padrão:
 Custo-padrão Ideal:
• fixado com base em condições ideais de qualidade de materiais, mão
de obra, equipamentos e volumes de produção (útil para
comparações a longo prazo).
 Custo-padrão corrente:
• fixado com fundamento em desempenhos desses itens considerados
altos, mas não impossíveis de se alcançar (mais factível).

EC 2016/1 Seção 4 11
Detalhando a Variação dos Custos

 Há 2 causas básicas para a variância do Orçamento Flexível:


 Variação de Preço: (preço real – preço padrão) x quantidade Real
 Variação de Quantidade: (quantidade real – quantidade permitida
para o volume de produção real) x preço padrão

PR
Variância de preço
Preço dos Inputs

PP

Variância
Custo Padrão de
Quantidade

QP QR

Quantidade dos Inputs

EC 2016/1 Seção 4 12
Modelo Geral de Análise das Variações nos Custos

(3)
(1) (2) Quantidade Padrão
Quantidade Real de Quantidade Real de Permitida para o Nível de
Insumos ao Preço Real Insumos ao Preço Padrão Produção ao Preço Padrão
(QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)

Variação de Preço Variação de Quantidade


(2) - (1) (3) - (2)

Variação de preço dos materiais Variação de quantidade dos materiais


Variação da taxa de mão de obra Variação de eficiência da mão de obra
Variação de gasto do custo indireto
variável Variação de eficiência do custo indireto
variável

Variação Total do Orçamento Flexível = (3) - (1)

EC 2016/1 Seção 4 13
Variação da RECEITA no Orçamento Flexível

 Há várias causas para a variância da Receita:


 Variação nos preços de venda
 Variação na quantidade vendida
 Variação no mix de produtos
 Variação na participação de mercado
 Variação no tamanho do mercado

EC 2016/1 Seção 4 14
Modelo Geral de Análise das Variações da Receita de Vendas

 Receita

 de preços  de volume Volume real (-) Volume orçado


PV real (-) PV orçado x MC orçada
x Volume real

 Mix de produtos  de quantidade de um produto


Mix real do produto (-) Mix orçado prod. Quantidade Total real de todos os produtos
x Volume real (-) Quantidade Total orçada de todos os produtos
x MC/u orçada do produto x Mix orçado do produto
x MC/u orçada do produto

 de Market Share  de Tamanho do Mercado


% mercado real (-) % mercado orçado Tamanho do mercado real (-) Tamanho do mercado orçado
x Tamanho do mercado real x Market share orçado
x Média ponderada da MC/u orçada x Média ponderada da MC/u orçada

EC 2016/1 Seção 4 15
Análise de Variância e Administração por Exceção
 Administração por Exceção: significa que a atenção do gerente
deve ser dirigida para os pontos onde os planos não estão
funcionando.
 Assim, são analisadas apenas as variações superiores ou inferiores
ao desvio padrão.
Favorável

+1 desvio
0 padrão
-1 desvio
Desfavorável

padrão

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Semana

EC 2016/1 Seção 4 16
Análise de Variação e Fatores Críticos de Sucesso

 Algumas empresas costumam decompor o seu resultado nos


seus fatores causais chave
 Qualquer variável relevante para o entendimento das receitas,
custos e resultado da empresa pode ser utilizada numa análise
de variação
 Por exemplo: efeitos tempo-conjunturais como temperatura,
crescimento do PIB, índice pluviométrico, comportamento do
câmbio etc.

EC 2016/1 Seção 4 17
Orçamento e Contabilidade por Responsabilidade

 Contabilidade por Responsabilidade


 O gerente deve ser responsável pelos itens – e somente pelos
itens – que possa de fato controlar
 Efeito: personaliza a informação
 “Alguém precisa ser responsável por cada custo, ou, caso
contrário, ninguém será responsável, e o custo inevitavelmente
fugirá ao controle”
 O objetivo não é penalizar as pessoas pelas metas não
alcançadas
 Mas, sim, assegurar que nada “escorra pelas fendas”: respostas
rápidas e adequadas aos desvios e aprendizado com o feedback

EC 2016/1 Seção 4 18
Lembrete

O orçamento não deve ser


uma “camisa de força” que
tira a criatividade dos
gerentes e prejudica o
processo de criatividade e
inovação.

EC 2016/1 Seção 4 19
10 erros no uso do orçamento

1. Alta administração não 6. Conhecimento


compra a ideia. insuficiente de
2. Processo não contabilidade.
participativo. 7. Comunicação ineficiente
3. inexistência de um entre áreas.
departamento de 8. Previsões de vendas
orçamento. viesadas.
4. inexistência de um 9. Cobrança fraca de
manual de elaboração. resultados.
5. Falta de padrões para as 10. Não associado a plano
peças orçamentárias. de remuneração de
executivos.

EC 2016/1 Seção 4 20
A divulgação do orçamento na empresa

 Além de ser um processo participativo e que exige o


envolvimento de todas as áreas da empresa e diversos
colaboradores, o orçamento necessita ser devidamente
divulgado e relembrado no contexto geral da organização.

 As diversas áreas precisam estar cientes do seu desempenho.

 Diretores e gerentes das várias áreas devem exercer um papel


importante de divulgação dos números da empresa para os
colaboradores em geral.

 Workshops e treinamentos também são desejáveis.


EC 2016/1 Seção 4 21
Qual a função do Preço?

 Cobrir Custos?
 Todos cobram as mesmas coisas?
 Assunto exclusivo da empresa? Informação Competitiva?
 Quais são os paradigmas envolvidos?
 Não se deve deixar claro alta de preços, Margens e diferenças?

 Determinação de preços:
 Ferramenta de comunicação o Cliente
 Influencia a maneira como eles compram.

EC 2016/1 Seção 4 22
Criando valor para o Cliente

 Existem muitas maneiras:


 Melhor qualidade
 Serviço mais rápido
 Garantias mais abrangentes
 Melhor entrega
 Localização mais conveniente etc.

Os clientes compram um conjunto de


benefícios que satisfazem necessidades.

EC 2016/1 Seção 4 23
Valor e Preço

 VALOR
 Qualidade percebida por quem está adquirindo o bem.
 Quatro diferentes definições de Valor.
• Valor é preço baixo
• Valor é obter o que espero de um produto
• Valor é a qualidade que obtenho pelo preço que pago
• Valor é aquilo que obtenho por aquilo que pago

 PREÇO
 Quanto está se pagando pela aquisição do bem.
 Preço é uma declaração de Valor, não uma declaração de Custos.

EC 2016/1 Seção 4 24
Objetivos de preços – exemplos:

 Concentrar-se no Retorno sobre o Capital Investido

 Concentrar-se na Participação de Mercado

 Maximizar o Lucro a Longo Prazo

 Maximizar o Lucro a Curto Prazo

 Obter crescimento de Vendas

 Estabilizar Mercado

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Tipos de Estratégias de Preços

 Baseadas no Custo:
 Preço Margem

 Preço com Retorno Estabelecido

 Baseadas no Mercado:
 Preços Mínimos
• Manter presença no mercado
 Preços de Penetração
• Abaixo da Média
 Preços de Paridade
• Equivalente ao do concorrente

EC 2016/1 Seção 4 26
Determinantes Fundamentais do Preço

Programa de
Elaboração
de Preços Demanda
Objetivos e de
Estratégias Objetivos Clientes
Globais da
Empresa
Estratégia
Ações dos
Competidores
Custos de Estrutura
Produção
e Logística
Níveis / Táticas Restrições
Legais

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Preços com base em Custos

 Reflete a mentalidade do Administrador de evitar Riscos

 Muitos acreditam que a principal função dos preços é a de


cobrir dispêndios

 Presume-se que o lucro seja o único objetivo da determinação


de preços

 Lançam mão de regras empíricas ou fórmulas matemáticas, por


serem fáceis de serem usadas. Exemplo: mark-up.

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Bibliografia

 Básica
— PADOVEZE, Clóvis Luís,
CONTROLADORIA ESTRATÉGICA
E OPERACIONAL. 3ª edição. São
Paulo: CENGAGE Learning, 2012.

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