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Walter Parizotto
Corpo de bombeiros militar de santa catarina
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Walter Parizotto1
a) Pela vocalização;
b) Pelas expressões corporais;
c) Por gestos;
d) Pelo olhar;
e) Pela observação.
I – Vocalização
11
Oficial do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina onde exerce a função de Coordenador do
serviço de busca e resgate com cães, condutor dos cães Avai, Xanxerê e Malu.
Cão uivando – Fonte http://animais.culturamix.com
Em que pese os cães não terem um grande “vocabulário” vocal, eles possuem
uma imensa capacidade de compreender a vocalização humana.
Um estudo de um grupo de pesquisadores húngaros realizado com cachorros de
estimação afirma que os mecanismos neuronais que processam as palavras não são
exclusividade do cérebro humano e que os cães apresentam um elevado nível de
evolução (ANDICS, 2014), durante todos os séculos de domesticação, cães e humanos
têm compartilhado o mesmo ambiente, assim, as vocalizações de cães e humanos são
familiares e relevante para ambas as espécies.
Para revelar possíveis analogias funcionais entre humanos e regiões cerebrais
auditivas dos cães, Andics (2014) fez uma investigação comparativa de cães e
humanos. Investigou em cães, de forma semelhante a humanos, certas regiões auditivas
(áreas de voz) através de uma função não-invasiva, com ressonância magnética (fMRI)
com cães acordados (n = 11) e humanos (n = 22).
A conclusão do estudo é que os cachorros possuem uma capacidade neural de
diferenciar o que e como as palavras humanas são ditas e possuem também uma
capacidade para combinar esses dois fatores para conseguir uma interpretação correta
do que essas palavras realmente significam.
Andics (2014) sugere que em um ambiente rico em conversas, característico um
cachorro que vive com uma família humana, as representações do significado das
palavras podem surgir no cérebro. Os cachorros, assim como os humanos, usam o lado
esquerdo para interpretar as palavras, e uma parte do lado direito para identificar a
entonação do que é dito. Assim, o cérebro humano não só analisa de maneira separada o
que se diz e a forma, como integra essas duas informações para chegar a um significado
unificado. Os cachorros também podem fazer o mesmo e para isso empregam
mecanismo cerebrais muito parecidos, por fim e talvez a mais importante conclusão do
estudo é que o cérebro canino tem uma resposta de 13% as vocalizações humanas.
Vários outros estudos mostraram que os cães são capazes de perceber e usar os
sinais emitidos pelo humanos para resolver um problema, talvez seja uma consequência
da evolução, ou algo fisiológico e nato nos canídeos, o processo pelo qual os cães
adquiriram habilidades de se comunicar com o ser humano e o papel da domesticação
nesse processo é ainda sujeito a controvérsia, mas o fato, que produto da domesticação
ou não os cães possuem uma habilidade incrível de receber e repassar informações ao
ser humano. Segundo Mikloski (2004) o ambiente humano e o ambiente social agora
representam um nicho ecológico natural para os cães. Ha provas cientificas de que os
cães foram selecionados para adaptações à vida social humana e que essas adaptações
levaram a mudanças marcadas em seus comportamentos comunicativos, sociais,
cooperativos e de apego em relação aos seres humanos. Através de um processo
evolutivo complexo, os cães se adaptaram para viver na sociedade humana e
consequetemente a comunicar-se com os mesmos.
A ciência, (e todos os donos de cães) já comprovou que os cães são capazes de
emitir e entender signos vocais, um estudo feito por Kaminski, Call e Fischer (2004),
emum border collie de nome Rico, que nasceu em dezembro de 1994, provou que o
mesmo era capaz de entender o significado de 200 palavras diferentes, associando-as a
um objeto um a uma ação. Rico era apenas um cão doméstico, não recebeu treinamento
especial, apenas o estímulo de sua família para ir ampliando o seu “vocabulário” ao
longo do tempo, Rico foi recompensado com comida ou jogo sempre que buscacava o
objeto correto. Ele foi familiarizado e gradualmente com o tempo a família foi
aumentado o numero de itens. Obviamente que para a família tornou-se um jogo
interessante, fazer com que Rico trouxesse o objeto indicado e isso fez com que ele se
tornasse extraordinário.
Um cão doméstico “comum” que conviva com uma familia, certamente terá
pelo menos uma centena de informações e signos linguisticos associados, locais que
pode ou não pode acessar, comportamento com estranhos, diferenciar o que é brinquedo
e o que objeto da casa, etc.
Os experimentos com o cão Rico, mostraram que com o aumento do
aprendizado, também aumenta a capacidade do cão aprender, logo, um cão que for
confrontado mais vezes com signos liguisticos, tenderá a aumentar a sua coleção de
informações, Kaminski, Call e Fischer (2004) concluem que os resultados de suas
pesquisas apoiam fortemente a visão que os cçaes possuem uma habilidade lingüística
aparentemente complexa descrito anteriormente apenas em crianças humanas.
O cão se comunica com seu corpo ou com diferentes partes do mesmo, com as
orelhas, olhos, língua, lábios, patas, pelos, cauda, ou todos eles em conjunto o cão envia
as mensagens que representam suas emoções e sentimentos. A maioria delas facilmente
perceptível como indecisão, medo, agressividade, prazer, disposição para brincar,
alegria, submissão, concordância, etc, essa linguagem corporal em alguns cães é óbvia e
facilmente perceptível. Além do comportamento do cão, por vezes até a predisposição
genética tem um papel importante na sua linguagem corporal, o que faz com que
algumas raças tenham uma linguagem corporal própria.
Alguns cães desenvolvem uma linguagem própria fruto da sua convivência,
criação ou aprendizado, mas de uma forma geral, os cães possuem uma linguagem
comum a toda a espécie, por exemplo:
Deitar com a barriga para cima em quase todas as situações significa submissão
total, que aceita a superioridade do outro ou que está tudo bem e não deseja encrenca.
A forma como sentam também é uma forma de comunicação, o simples ato de
sentar e observar pode representar expectativa; com as patas dianteiras estendidas para
frente e parte traseira do corpo levantada pode ser um convite para brincar; orelhas
abaixadas: preocupação, medo; orelhas erguidas é um sinal claro de atenção; olhar fixo
qusse sempre representa agressividade; olhar desviado é um sinal de submissão, da
mesma forma que as lambidas, os lábios contraídos para atrás com aparecimento dos
dentes caninos é um sinal característico de agressividade; pálpebras levantadas significa
interrogação; oferecimento
Além do corpo os pelos levantados (principalmente) das costas mostram um
sinal de agressividade ou ansiedade.
A cauda é sem dúvida a parte mais importante do sistema de comunicação
canina. Uma frase célebre do escritor francês Victor Hugo (1808-1885) diz que "os cães
têm o sorriso na cauda". A sua posição, intensidade de movimentos ou a sua posição
traz várias informações, por exemplo, cauda parada significa inquietude; cauda
abaixada é um claro sinal de insegurança e pode significar agressividade; cauda entre as
pernas significa medo; cauda abanando é sinal de prazer e um convite para brincar.
Quando um cachorro está relaxado, ele irá manter sua cauda em uma posição, já
quando ele está em estado de alerta ou excitado com alguma coisa, ele provavelmente
irá posicionar a cauda mais alta que o normal. Mantendo a mesma nesta posição
firmemente sem movimenta-la. Agora, se o objetivo for ameaçar alguém (uma pessoa
ou outro animal), ele poderá movimentar sua cauda semelhante a uma bandeira, o que
significa que ele manterá a cauda rígida e alta e movendo-a rigidamente para trás.
A comunicação corporal não se esgota aqui, mas esses exemplos dão uma boa
dimensão de como o corpo de cão é importante na transmissão de informações e
emoções.
III - Por gestos
V - Pela observação
Estudos mostram que os cães aprendem através da observação em modelos
humanos BENTOSELA (2007), pois possuem a capacidade para perceber os sinais dos
seres humanos e também estão atentos ao comportamento de seus proprietários.
Os resultados de diversos estudos revelaram que os humanos são fontes de
modelação do comportamento de cães para a realização de novas tarefas. Para que os
seres humanos sejam capazes de demonstrar é necessário que cães tenham a capacidade
de entender as ações humanas e aprender com elas. A aprendizagem por observação
deve ser treinada nos cães desde a tenra idade, isso porque filhotes, estão mais latentes e
atentos ao aprendizado e a comunicação, filhotes veem, filhotes fazem.
Kubinyi et All (2003) concluíram que que essa aprendizagem que eles chamam
de "antecipação social", permite que espécies organizadas socialmente coordenem
temporariamente as ações juntas durante a vida em grupos. A capacidade de reconhecer
e antecipar sequências comportamentais dos outros membros permite que um indivíduo
ajuste seu próprio comportamento, seja imitando a resposta do outro ou fazendo uma
ação complementar
Para cães que convivem e trabalham em cooperação com humanos é preciso que
ambas as espécies ajustem as ações de compreensão e emissão de sinais de
comunicação interespecíficos. A cooperação pode ser definida como indivíduos que
agem juntos para alcançar um objetivo comum, Naderi et all (2001) definiram que os
comportamentos cooperativos, podem se dar em 3 dimensões: congruência ou
similaridade das ações, sincronia ou relação temporal da ações e a relação ou
coordenação do espaço de animais que interagem. Em seus experimentos, os cães
mostraram serem capazes de atuar cooperativamente com seus proprietários
evidenciando semelhança de ações, sincronização e coordenação espacial de seus
comportamentos com os de seus proprietários. A comunicação entre cães e humanos se
mostrou existente como comportamento cooperativo interespecífico.
Na maioria dos casos, o comportamento humano serve como tutorial para
moldar o comportamento dos cães.
VI – Considerações finais
Cães e homens podem estreitar muito a sua relação compartilhando informações
e desejos entre si. As duas espécies precisam aprender entre si e principalmente
aumentar o número de signos linguísticos compartilhados entre ambos. Isso leva tempo,
nem sempre é fácil, mas requer tentativas;
O fator mais importante de qualquer processo de condicionamento é a
comunicação. Não importa o que o cão faça (ou desejam que ele faça) tudo passa por
comunicar isso a ele.
Não existe aprendizado sem comunicação.
Bibliografia
Kubinyi, E., Topal, J., Miklosi, A. & Csanyi, V. (2003). Dogs (Canis familiaris)
learn from their owners via observation in a manipulation task. Journal of Comparative
Psychology, 117, 156-165.
Miklósi, Á., Pongrácz, P., Lakatos, G., Topál, J., & Csányi, V. (2005). A
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DAHÁS, Liane Jorge de Souza; Neves Filho, Hernando Borges ; Talita Cunha,
Regina de Lima e Resende Briseida Dôgo. Aprendizagem social em cães domésticos:
Uma revisão dos estudos tendo humanos como liberadores de dicas. 213. acta
comportamentalia 21 (4), 509-522- Revista UNAM -ME