Você está na página 1de 253

Editora

a solução para o seu concurso!

BNB
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A

Analista Bancário I

EDITAL Nº 1 - BNB, DE 26 DE JANEIRO DE 2024

CÓD: SL-017FV-24
7908433248934
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados................................................................................................... 9
2. Reconhecimento detipos e gêneros textuais.............................................................................................................................. 12
3. Domínio da ortografia oficial...................................................................................................................................................... 19
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conecto-
res e de outros elementos de sequenciação textual.................................................................................................................. 20
5. Emprego de tempos e modos verbais........................................................................................................................................ 22
6. Domínio da estrutura morfossintática do período.Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração......................................................................................................... 24
7. Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................................................. 27
8. Emprego dos sinais de pontuação.............................................................................................................................................. 36
9. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 38
10. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 39
11. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................................................................... 42
12. Colocação dos pronomes átonos................................................................................................................................................ 44
13. Significação das palavras............................................................................................................................................................. 45

Matemática / Raciocínio Lógico e Quantitativo


1. Números reais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e potenciação); expressões numéricas; múl-
tiplos e divisores; máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum; problemas................................................................... 57
2. Proporcionalidade: razões e proporções; divisão em partes diretamente e inversamente proporcionais; médias aritmética,
geométrica e ponderada; regras de três simples e composta; porcentagem; problemas.......................................................... 64
3. Funções, equações e inequações de 1º e de 2º graus, exponenciais e logarítmicas: conceito, representação gráfica, proble-
mas............................................................................................................................................................................................. 69
4. Sistemas lineares........................................................................................................................................................................ 82
5. Análise combinatória e probabilidade: princípios fundamentais de contagem, arranjos, permutações, combinações, binômio
de Newton, cálculo de probabilidades....................................................................................................................................... 84
6. Matemática financeira: Juros simples e compostos: capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes,
proporcionais, real e aparente. Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos. Cálculo financeiro:
custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. Taxas de retorno.......................................... 87

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional. Instituições do Sistema Financeiro Nacional - tipos, finalidades e atuação. Banco Central do
Brasil e Conselho Monetário Nacional - funções e atividades.................................................................................................... 107
2. Instituições Financeiras Oficiais Federais - papel e atuação....................................................................................................... 111
3. Operações de Crédito Bancário.................................................................................................................................................. 117
4. Cadastro de pessoas físicas. Cadastro de pessoas jurídicas. Tipos e constituição das pessoas. Composição societária/acioná-
ria................................................................................................................................................................................................ 119
5. Forma de tributação. Mandatos e procurações.......................................................................................................................... 119
6. Fundamentos do crédito. Conceito de crédito. Elementos do crédito. Requisitos do crédito................................................... 120
7. Riscos da atividade bancária. De crédito. De mercado. Operacional. Sistêmico. De liquidez..................................................... 130

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

8. Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. Clientes. Operação.................................................................................. 132


9. Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e adiantamentos).................................... 133
10. Operações de Crédito Geral. Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor. Desconto de duplicatas, notas promissórias e
cheques pré-datados. Contas garantidas. Capital de giro. Cartão de crédito. Microcrédito urbano.......................................... 134
11. Operações de Crédito Especializado. Crédito Rural. Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; Finalidades: opera-
ções de investimento, custeio e comercialização....................................................................................................................... 137
12. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições.................................................................................................................................................................................... 139
13. Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e
capital de giro associado), beneficiários..................................................................................................................................... 140
14. Recursos utilizados na contratação de financiamentos.............................................................................................................. 145
15. Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal, finalidades, regras, administração............................ 146
16. BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação............................................................................................. 154
17. Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação...................................................... 155
18. Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação............................................................................................................ 156
19. Serviços bancários e financeiros. Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de cheques
e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Fundos de Investi-
mentos. Caderneta de poupança. Títulos de capitalização. Planos de aposentadoria e de previdência privados. 3.8 Seguros.
Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
tes). Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança....................................................................................... 159
20. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)..................................................................................................................................... 165
21. Aspectos jurídicos. Noções de direito aplicadas às operações de crédito. Sujeito e Objeto do Direito. Fato e ato jurídico....... 169
22. Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação dos contratos; contratos nominados, contratos de
compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e informais...................................................................... 170
23. Instrumentos de formalização das operações de crédito. Contratos por instrumento público e particular. Cédulas e notas de
crédito......................................................................................................................................................................................... 170
24. Garantias. Fidejussórias: fiança e aval. Reais: hipoteca e penhor. Alienação fiduciária de bens móveis.................................... 171
25. Títulos de Crédito - nota promissória, duplicata, cheque........................................................................................................... 179
26. O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação como agente impul-
sionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste.................................................................................................. 191
27. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes........................................................................................................................... 192
28. Noções de ética empresarial e profissional................................................................................................................................ 192
29. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas................................................................................................................... 193
30. Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste do Brasil................................................................................... 193
31. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Nordeste do Brasil . ....................................................................... 205
32. Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança): Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do Brasil................. 207
33. Atualidades do mercado financeiro. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking.Mobile
banking. Open banking. Novos modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. O dinheiro na era digital: blockchain,
bitcoin e demais criptomoedas................................................................................................................................................... 208
34. Sistema de bancos sombra (Shadow banking)............................................................................................................................ 210
35. Funções da moeda...................................................................................................................................................................... 211
36. Marketplace................................................................................................................................................................................ 212
37. Correspondentes bancários........................................................................................................................................................ 213
38. Arranjos de pagamentos............................................................................................................................................................. 214
39. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX)................................................................................................................................ 216
40. Segmentação e interações digitais.............................................................................................................................................. 216

Editora

a solução para o seu concurso!


ÍNDICE

41. Transformação digital no Sistema Financeiro............................................................................................................................. 217


42. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações......................................... 218
43. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013............................................................................................................................ 231
44. Decreto nº 11.129 de 11/07/2022.............................................................................................................................................. 235
45. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021............................................................................................. 244

Editora

a solução para o seu concurso!


LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNE-
ROS VARIADOS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual. afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores. adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual): Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015 Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
Português > Compreensão e interpretação de textos visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

Editora
9
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

Editora
10
10
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Editora
11
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


RECONHECIMENTO DETIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
Fato da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
através de algum documento, números, vídeo ou registro. dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
Editora
12
12
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Como se classificam os tipos e os gêneros textuais tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos Conto
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto -lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
inserem em cada tipo textual: única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
e fábulas. contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir Fábula
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos alguma lição de moral.
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo Novela
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
abaixo-assinado. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de Crônica
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
de instruções, entre outros. crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de entre outros.
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Diário
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra- É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
tivo há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
Romance objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem momentos desabafar. Veja um exemplo:
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As “Domingo, 14 de junho de 1942
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher, o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis- vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
Editora
13
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a do artigo de opinião.
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
gando-se em minhas pernas.” a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
ões.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri- O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
tivo do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Currículo Discurso Político


É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per-
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
uma determinada pessoa. do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
Laudo e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
tanto em questões médicas como em questões técnicas. que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
sificados; etc. Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
sitivo Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
Resumos e Resenhas e sentimentos.
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
balho de forma resumida. cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
vido a suas críticas ou elogios. O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
Verbete de dicionário recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
conceitos e significados de palavras de uma língua. metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
Relatório Científico tendo o que pode ser feito.
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados. Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
Conferência mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam- to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado ção com vistas ao convencimento
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos tivo

Artigo de Opinião Bulas de remédio


É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen- instruções quanto ao seu uso.
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
-SIMPATICO 2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
Editora
14
14
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Manual de instruções Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam


O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa- tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
mento. (revista, jornal, rádio, etc.).
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti- toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
vos são: receitas culinárias, instruções em geral. Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri- em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
tivo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri- gular, ocupa lugar de destaque.
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos;
receitas médicas, etc. Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
Outros Exemplos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
Carta tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
intimidade. que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es- fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
da carta e para finalizar a despedida. todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
Propaganda versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio- buindo para formar sua opinião.
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua- A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa- comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
claro e objetivo. informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
Notícia fatos ou sua interpretação.3
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor- Gêneros Textuais e Gêneros Literários
mar algo que aconteceu.
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis- Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge- ferem apenas aos textos literários.
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
ou revistas. formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam - Gênero lírico;
ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma - Gênero épico ou narrativo;
vez que se trata de uma informação. - Gênero dramático.

Editorial Gênero Lírico


O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa- É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com- ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
opinativos. os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar função emotiva da linguagem.
certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
cados, entre outros. 3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.
São Paulo, Atual Editora, 2000
Editora
15
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Elegia Soneto
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tos e dois tercetos.
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Vilancete
Shakespeare. São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- Gênero Épico ou Narrativo
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
Ode (ou hino) gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a a crônica, a fábula.
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical. Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
Idílio (ou écloga) um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com Ensaio
diálogos (muito rara). É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
Sátira certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
tos políticos, ou pessoas de relevância social. malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
Acalanto cke.
Canção de ninar.
Gênero Dramático
Acróstico Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
mam uma palavra ou frase. Ex.: ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Amigos são
Muitas vezes os Tragédia
Irmãos que escolhemos. É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Zelosos, eles nos compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Ajudam e presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
Eterna dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Farsa
Balada A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
destinam à dança. engano.

Canção (ou Cantiga, Trova) Comédia


Poema oral com acompanhamento musical. É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
Gazal (ou Gazel) lares.
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.

Editora
16
16
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Tragicomédia - Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis,


Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- “os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
Poesia de cordel religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
realidade vivida por este povo. turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
Discurso Religioso4 intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda- interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie- Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin- (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
substrato dessas estruturas sociais. ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon- mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR marca a intertextualidade.
de maneira globalizante.
Assim, temos: Discurso Jurídico5
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to- e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento. sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis- e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin- (advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
tes, são mortais, efêmeros e finitos. tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le-
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma análises e críticas.
forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria-
os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a das para os participantes de textos legais são particularmente assi-
mistificação. métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu;
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm
discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi-
reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’. textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte- Além de relações de poder, os textos legais também expressam
mente para a monossemia”. relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen-
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu- te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja, masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le-
de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas
cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’. legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig-
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa- matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur- social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico.
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores). 5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
Editora
17
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Discurso Técnico6 discurso são unidades complementares.


A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac- o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
cada tipo textual carrega. é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin- procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
destinam. da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con- do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
cordam que ele apresenta as seguintes características: sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
• Linguagem monossêmica; teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
• Vocabulário específico ou léxico especializado; pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
• Objetividade; pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
• Emprego de voz passiva; cífica.
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
As características apontadas acima coadunam-se com o obje- tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida- das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu- problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in- (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.” designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa- nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo prova num programa de demonstração racional.”.
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma- Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
imparcial. tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características ideias para estas se tornem mais convincentes.
que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma
deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni-
verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo-
uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para
que têm a função de modalizar o discurso. essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica-
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma mente alguns deles.
implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa- O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia
recimento de construções específicas, tais como as nominalizações, uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas
a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi- sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná-
ções. lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
Discurso Acadêmico/Científico7 autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin- estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera- análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos, No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica,
como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor
que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa- /pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo
ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”, metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e
o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti-
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/ nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá-
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/ rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica;
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se- análise; conclusões e resultados.
quence=1&isAllowed=y
Editora
18
18
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/ os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre decorrentes dessas funções, entre outros.  
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre- vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
tação das informações; conclusões e resultados. com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico. um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
Discurso Literário8 foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi- As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
procedimentos de linguagem. derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- York.  
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex- regras:
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma abacaxi.  
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina- – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro- mexerica.   
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
que diferenciam o texto literário de outros textos. s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen- – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural- verminose.
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu- nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra burguês/burguesa.
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen- – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
tativo do ser humano. Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.

Porque, Por que, Porquê ou Por quê?


– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
— Definições que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, porque/pois nada está molhado.  
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia cancelamento do show.  
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin- ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
guaPortuguesa/artigo12.pdf do show.  
Editora
19
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao – Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. demonstrativos.
Por quê?   Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
Parônimos e homônimos Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
apreender (capturar). Analise o exemplo:
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas “Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
demonstrativo). evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EM- quaisquer informações ao texto.
PREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUI-
ÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OUTROS ELE- – Elipse: trata-se da omissão de um componente textual –
MENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
— Definições e diferenciação proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um ciente de que o locutor está procurando por Ana.
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais – Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão Exemplo:
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação aconteceu.” Conjunção concessiva.
externa da mensagem.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
— Coesão Textual parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e entre outros.
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se Exemplo:
realiza por meio de palavras denominadas conectivos. “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos — Coerência Textual
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
As regras de coesão prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Referência Observe os exemplos:
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
Exemplo: o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de inacabado.
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
(retoma termo já mencionado). “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
não consomem produtos de origem animal.
– Comparativa: emprego de comparações com base em
semelhanças. Princípios Básicos da Coerência
Exemplo: – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
comparativa endofórica. – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.

Editora
20
20
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Fatores de Coerência Concessão - embora, conquanto, ainda que, mesmo que, mes-
– As inferências: se partimos do pressuposto que os mo quando, se bem que, apesar de, ainda assim, mesmo assim, por
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências mais que, de qualquer forma, posto que, malgrado, não obstante,
podem simplificar as informações. inobstante, em que pese, independentemente de…
Exemplo: Conclusão / síntese / resumo - pois, portanto, por conseguin-
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que te, assim, logo, enfim, concluindo, conclusivamente, em conclusão,
voltagem da lavadora é 220w”. em síntese, consequentemente, em consequência, por outras pala-
vras, ou seja, em resumo, ou melhor, pois, por isso, deste modo, em
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de suma, sintetizando, finalizando…
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. Condição - se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo
se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (seguida de
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem verbo no subjuntivo)
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa Confirmação - com efeito, efetivamente, na verdade, de fato,
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts factualmente, verdade, verdadeiramente, óbvio, obviamente…
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo Consequência - pelo que, de modo que, de forma que, de ma-
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de neira que, de sorte que, de jeito que, daí que, tão… que, tal... que,
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, tanto... que, tamanho... que, por tudo isso, consequentemente, por
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc. conseguinte, como consequência…
Exemplo: Dúvida - Talvez, possivelmente, provavelmente, é possível que,
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” é provável que, porventura, quiçá, acaso, quem sabe, por certo…
Explicitação / particularização - quer isto dizer, isto (não) signi-
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na fica que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especifi-
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e camente…
nada têm a ver com o Natal. Finalidade / intencionalidade - com o fim de, com intuito, para
(que), a fim de (que), com o objetivo de, de forma a, com o fim /
EMPREGO DE CONECTORES9 com o objetivo de / com o propósito de / com intuito de / com a
intenção de, com o fito de, que, porque (= para que)…
Os conectores são, assim, palavras ou expressões que se utili- Modo / forma / maneira - bem, mal, assim, depressa, devagar,
zam para especificar as relações entre vários segmentos linguísticos melhor, pior, rapidamente, calmamente, facilmente e a maioria dos
de um texto - servem para associar as ideias e estabelecer ligações advérbios terminados em -mente, à toa, à vontade, às claras, às es-
entre elas. curas, às pressas, à francesa, às escondidas, em silêncio, em vão,
O uso correto de conectores permite uma maior coesão textual sem medo, de mansinho, ao vivo
e envolve uma compreensão facilitada da globalidade do texto. Necessidade / obrigação - faz-se mister, é necessário que, faz-
Os conectores pertencem a diversas classes de palavras - con- -se urgente que, urge que, é preciso que, é dever, torna-se impres-
junções (ou locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas, cindível que
advérbios (ou locuções adverbiais), preposições (ou locuções pre- Opinião - na minha opinião, a meu ver, em meu entender, pa-
positivas), expressões adjetivas ou até orações completas. rece-me que, estou em crer que…
Oposição / contraste - mas, porém, todavia, contudo, entre-
Tipos de Conectores tanto, no entanto, senão (= mas sim) contrariamente, em vez de, ao
invés de, pelo contrário, por oposição, oposto, opostamente, dou-
Adição - e, nem, pois, além disso, e ainda, não só…mas tam- tro modo, ao contrário, não obstante, por outro lado…
bém, como ainda, bem como…assim como, por um lado…por outro Proporção / proporcionalidade - ao passo que, à medida que,
lado, depois, logo após, finalmente, em primeiro lugar, em segundo à proporção que, quanto mais, tanto mais, enquanto
lugar, do mesmo modo, igualmente, de igual modo, da mesma ma- Reafirmação / confirmação / resumo - ou seja, ou melhor, ou
neira, de igual maneira, de novo, novamente, também, primeira- antes, isto é, digo, por assim dizer, por outras palavras, com efeito,
mente, da mesma forma, de igual forma, ultimamente, opostamen- efetivamente, na verdade, de fato, de tato, em suma, em resumo,
te, de modo oposto, de maneira oposta, por último… resumidamente…
Alternativa - ou, ou...ou, ora…ora, já...já, seja...seja, quer… Reformulação - quer dizer, mais corretamente, mais precisa-
quer, talvez...talvez, não...nem, em alternativa… mente, ou melhor, dito de outro modo, numa palavra, noutros ter-
Certeza / afirmação - certamente, é evidente que, com certeza, mos, por outras palavras…
decerto, naturalmente, que, sem dúvida, sem dúvida que, de cer- Razão / motivo / causa - porque, já que, visto que, uma vez
to, é óbvio que, evidentemente, obviamente, verdadeiramente, de que, porquanto, como (= porque), na medida em que, devido a, em
verdade, verdadeiro, realmente, exato, exatamente, com exatidão… virtude de, em razão de, em vista de, tendo em vista que, em face
Conformidade - consoante, conforme, segundo, como, de de, em decorrência de
acordo com Sequência - começando, primeiramente, para começar, em pri-
Comparação - como, também, conforme, tanto…quanto, tal meiro lugar, num primeiro momento, antes de, em segundo lugar,
como, assim como, bem como, pela mesma razão, de forma idênti- em seguida, logo após, depois de, por último, concluindo, para ter-
ca, de forma similar… minar, em conclusão, em síntese, finalizando…
9 Livro de Gramática "Saber Português Hoje - ensino secundário" Sequência temporal - Hoje, ontem, agora, amanhã, ainda,
Editora
21
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

cedo, depois, tarde, antes Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o imperfei-
Sequência geográfica / espacial - Aqui, ali, aí, lá, perto, longe, to, uma ação que se prolongava num determinado ponto do pas-
dentro, fora, à direita, à esquerda, à frente, acima, abaixo, à distân- sado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em relação a outra
cia, de longe, de perto ação, também passada. Ex.:
Tempo - quando, enquanto, até que, antes que, logo que, assim Eu cantei aquela música. (perfeito)
que, depois que, sempre que, desde que, desde quando, todas as Eu cantava aquela música. (imperfeito)
vezes, senão quando, ao tempo que, mal... Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
Negação - não, nunca, tampouco, jamais, nada, ninguém, de
modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma c) Futuro:
Ordem - ultimamente, primeiramente, antes, depois... - Do presente: estudaremos
Designação - eis, vede, aqui está... - Do pretérito: estudaríamos
Realce / função expletiva - cá, lá, só, é que, ainda, mas...
Inclusão / exclusão - também, até, mesmo, inclusive, só, salvo, Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples,
menos, apenas, senão, exclusive, fora, tirante, sequer... temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem
Intensidade / quantidade - muito, pouco, bastante, mais, me- divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante.
nos, tão, tanto, quase, demais...
5) Vozes: são três.
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
Ex.: O carro derrubou o poste.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
FLEXÃO VERBAL - Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
1) Número: singular ou plural
Ex.: ando, andas, anda → singular - Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
andamos, andais, andam → plural Ex.: Derrubou-se o poste.

2) Pessoas: são três. Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes eu apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
(singular) e nós (plural).
Ex.: escreverei, escreveremos. c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um
pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.
b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos pro-
nomes tu (singular) e vós (plural). Formação do Imperativo
Ex.: escreverás, escrevereis. 1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo menos a
letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde aos Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural). Bebo → beba
Ex.: escreverá, escreverão. bebes → bebe (tu) bebas
bebe beba → beba (você)
3) Modos: são três. bebemos bebamos → bebamos (nós)
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, indu- bebeis → bebei (vós) bebais
bitável. Ex.: vendo. bebem bebam → bebam (vocês)
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam.
b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa, hi-
potética. Ex.: que eu venda. 2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não.
Ex.: beba
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma or- bebas → não bebas (tu)
dem. Ex.: venda! beba → não beba (você)
bebamos → não bebamos (nós)
4) Tempos: são três. bebais → não bebais (vós)
a) Presente: falo bebam → não bebam (vocês)
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais,
b) Pretérito: não bebam.
- Perfeito: falei
- Imperfeito: falava Observações:
- Mais-que-perfeito: falara a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a
terceira pessoa é você.

Editora
22
22
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre- d) o infinitivo pessoal.
sente do indicativo. Eis o seu imperativo: Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe-
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam. rem.
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não
sejam. e) o gerúndio.
Ex.: caber → cabendo.
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos f) o particípio.
passar para tu, e vice-versa. Ex.: caber → cabido.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu)
Peça agora a sua comida. (tratamento: você) Tempos Compostos
Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter ou
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afir- haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
mativo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s.
Ex.: faze (tu) ou faz (tu) 1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais particí-
dize (tu) ou diz (tu) pio do verbo principal.
Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do indica-
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do tivo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do subjuntivo.
imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos.
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais
Tempos Primitivos e Tempos Derivados particípio do principal.
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pes- Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo.
soa do singular sai todo o presente do subjuntivo. tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc.
dizes 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
diz Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é futuro
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não do presente).
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
Ex.: eu sou → que eu seja. Verbos Irregulares Comuns em Concursos
eu sei → que eu saiba. É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles
estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa blemáticos.
do singular saem: 1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral-
mente o verbo pôr.
a) o mais-que-perfeito. Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos, pus → compus, repus, expus etc.
coubéreis, couberam.
2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o
b) o imperfeito do subjuntivo. verbo ter.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
coubésseis, coubessem. tiveste → retiveste, mantiveste etc.

c) o futuro do subjuntivo. 3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o


Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, couber- verbo vir.
des, couberem. Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc.
3) Do infinitivo impessoal derivam:
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo
a) o imperfeito do indicativo. ver.
Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam. Ex.: vi → revi, previ etc.
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
b) o futuro do presente.
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, Observações:
caberão. - Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo
c) o futuro do pretérito. e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos
Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis, derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma
caberiam. regra explicada acima.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se
fala por aí).
Editora
23
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos que- 14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
rer e ver. Eles serão mostrados mais adiante. Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.

5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cre- Observações:


mos, crestes, creram. - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.

6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fe- - Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, ape-
chado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. Ex.: A sar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz). Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam,
medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem.
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expe-
lir, repelir: 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do pre-
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, ade- sente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do
rimos, aderem. subjuntivo.
Ex.: requeiro, requeres, requer
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adi- requeira, requeiras, requeira
rais, adiram. requeri, requereste, requereu

Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira 16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfei-
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do presen- to, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do
te do subjuntivo. subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo
ver.
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; pro-
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxá- vesse, provesses, provesse etc.
guas, enxágua. provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, prove-
rás, proverá etc.
b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, enxá-
gues, enxágue. 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, res-
sarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argui- falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação
mos, arguis, argúem. dos verbos. Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, rea-
veis.
10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:
apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, apazigueis, apazi-
gúem. DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍO-
DO.RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E EN-
11) Mobiliar: TRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobilia- ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO.
mos, mobiliais, mobíliam.

b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobilie- Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
mos, mobilieis, mobíliem. estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
polis, pulem. ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros termina- orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
dos em ear) Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passea- retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
mos, passeais, passeiam. Vejamos:
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passee-
mos, passeeis, passeiem. Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
Observações: que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
- Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o diton- uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
go ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois presentes. não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
- Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia. discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.

Editora
24
24
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
Oração podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, respectivos casos:
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem “Fred fez um lindo discurso.”
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Um lindo discurso Fred fez.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fez um lindo discurso, Fred.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
contém verbo. concordância verbal.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
como oração. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo concordância do verbo o destaca de forma indireta.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
sintática diferente. e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as Esse sujeito pode aparecer com:
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. padeiro.”».
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o estiver lá.”
noticiário”.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
Período e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma “Choveu muito ontem”.
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Era uma hora e quinze”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
apresenta apenas um verbo. também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
— Análise Sintática compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
estrutura de um período e das orações que compõem um período. complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe cair, mergulhar, correr.
a seguir as especificidades de cada tipo.
Editora
25
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

– Verbo de ligação: servem para expressar características de passiva:


estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome 3 – Termos acessórios da oração
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. para complementar a informação, exprimindo circunstância,
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é abaixo quais são eles:
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica “Dormimos muito.”
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
palavra substantivada. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da “Maria escreve bastante bem.”
aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos tempo).
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
exigindo preposição. pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido de escola.”
seja compreendido. – Sujeito: “jovem apaixonado”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
acontecido.” o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
os aparelhos.» da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
adjuntos adnominais de “colega”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
os exemplos: informação já completa. Observe os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
“rapidamente” é advérbio de modo. com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
substantivo. do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam apelo. Observe:
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Vista o casaco, filha!”
Editora
26
26
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

— Estudo da relação entre as orações


Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as
orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a classificação
das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os doces.”
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não preparei os doces.”
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou preparo os doces.”
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame porque estudou bastante.”

– Período composto por subordinação: são constituídos por orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. As orações subordinadas são divididas em substantivas,
adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não queria que isso acontecesse.”
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa é que meus pais são saudáveis.”

– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para se referirem a um ser específico por já ter sido mencionado ou
por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
– Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento
não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Editora
27
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Outras funções do artigo — Adjetivo


– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar
transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
emprego do artigo. Observe:   qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.
teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem Os tipos de adjetivos
parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir – Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo
relação de posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta
o marido já a esperava.”   mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente,
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido amarelo-limão).  
do sujeito “ela”, omitindo o pronomes possessivo dela. – Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.:
valor aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo
emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por lamentável).
volta de” e “aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez – Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou
anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  
umas três ou quatro gotas de baunilha.”
O gênero dos adjetivos
Contração de artigos com preposições – Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino,
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.”
uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse / “Ana é uma amiga leal.”  
processo ocorre: – Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.”/”Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim,
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos
formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).
— Substantivo
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais,
quanto o anterior.”  
qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do
substantivos se subdividem em:
que Luciana.”
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento
nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula)
do que a equipe.”   
ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo,
sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
podendo ser:
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.”
outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres
Pronome adjetivo
pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
cães).  
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
substantivo comum professora).

Editora
28
28
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Locução adjetiva CASO RETO CASO OBLÍQUO


Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, Eu Me, mim, comigo.
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos: Tu Te, ti, contigo.
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial). Nós Nós, conosco.
Vós Vós, convosco.
— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
– Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, Observe os exemplos:
não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe – Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
o exemplo do verbo “nutrir”: “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
significado). no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular Pronomes possessivos
ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a
(pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse pessoa do discurso.
no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; PESSOA DO DISCURSO PRONOME
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem. 1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e/ou 2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. 3 pessoa – Ele / Ela
a
Seu, sua, seus, suas
Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer Pronomes de tratamento
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles
têm a função de promover uma referência direta do locutor para
— Pronome interlocutor (parceiros de comunicação).
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada
fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em de expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o
número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no
ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: 3a pessoa.
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
(pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto,
existe um correspondente oblíquo.

Editora
29
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Os seres ou objetos estão
Este, esta, estes, estas,
1a pessoa próximos da pessoa que
isto.
fala.

Os seres ou objetos estão


Esse, essa, esses, essas,
2a pessoa próximos da pessoa com
isso.
quem se fala.

Aquele, aquela, aqueles,


3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.

Editora
30
30
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS

Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,


VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.

Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,


INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior,
“Coloquei-o cuidadosamente
depressa, devagar. Grande parte
no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO das palavras que terminam em
“Andou depressa por causa
“-mente”, como cuidadosamente,
da chuva.”
calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
“Procurei pelas chaves aqui e
Perto, longe, dentro, fora, acolá, mas elas estavam aqui, na
ADVÉRBIO DE LUGAR
aqui, lá, atrás. gaveta”
“Demorou, mas chegou
longe.”
Antes, depois, hoje, ontem, “Sempre que precisar de
ADVÉRBIO DE TEMPO amanhã, sempre, nunca, cedo, algo, basta chamar-me.” “Cedo ou
tarde tarde, far-se-á justiça.”

Editora
31
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

“Eles formam um casal tão


Muito, pouco, bastante, tão, bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
demais, tanto “Elas conversam demais!”
“Você saiu muito depressa.”
Sim e decerto; palavras
afirmativas com sufixo “-mente”
“Decerto passaram por aqui.”
(certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo podem
“Entendi, sim.”
ser advérbio, dependendo do
contexto
Não e nem; palavras como
“Jamais reatarei meu namoro
negativo, nenhum, nunca, jamais,
com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO entre outras, podem ser advér-
“Sequer pensou para falar.”
bio de negação, dependendo do
“Não pediu ajuda.”
contexto.
Talvez, quiçá, porventura, e “Quiçá seremos recebidas.”
palavras que expressem dúvida, “Provavelmente, sairei mais
ADVÉRBIO DE DÚVIDA
acrescidas do sufixo “: -mente”, cedo.”
como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?”
(Oração interrogativa direta, que
Quando, como, onde, aonde,
indica causa)
donde, por que; esse advérbio
“Quando posso sair?” (oração
ADVÉRBIO DE INTERROGA- pode indicar circunstâncias de
interrogativa direta que indica
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa; é
tempo)
usado somente em frases interro-
“Explica como você fez is-
gativas diretas ou indiretas.
so.”(oração interrogativa indireta,
que indica modo.

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.

– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

Editora
32
32
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

Editora
33
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10° (Parágrafo 10).
Editora
34
34
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os que gera significado e sentido, esteja presente, apenas possui um
numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do menor valor.
primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal.
Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. Classificação das preposições
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente
emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza- como preposições, sem outra função. São elas:
se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV
(quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais – Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.”


– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
exprimem quantidades. preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil. linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, conforme o contexto.
quinhentos/quinhentas). – Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
mas os dois/ambos foram reprovados. valor estrutural (gramática).
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro,
segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a Classificação das preposições
ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de – Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
objetos. apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e podem assumir essa atribuição. São elas:
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo.
Exemplo: A carne de segunda está na promoção. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos. por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prepositivas.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico,
Editora
35
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

— Interjeição — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um


É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que enunciado
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., Vírgula
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. empregada:
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!” • No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
Os tipos de interjeição
De acordo com as reações que expressam, as interjeições ENUMERAÇÃO
podem ser de:
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.

REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.

2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”

3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”

4 – Isolar expressões explicativas:


“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
responsabilizado.”

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. 5 – Separar conjunções intercaladas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”

— Visão Geral 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:


O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais “Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial funcionários do setor.”
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a “Estas alegações, não as considero legítimas.”
compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades: 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos por conjunções)
tipos textuais; “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto; 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.

10 – Marcar a omissão de um termo:


“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”).
Editora
36
36
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

• Entre as sentenças Ponto e Vírgula


1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e nossa amiga, de praticar esportes.”
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
ajudasse.” “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Vênus;
principal: Terra;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Marte;
Júpiter;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Saturno;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Urano;
Netuno.”
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida Dois Pontos
atenção!
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
Porque é sempre assim, já ninguém dá enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
Desenvolvida
atenção! ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
5 – Separar as sentenças intercaladas: “Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu grande ofensa.”
leito, até que você se recupere por completo.”
2 – Para introduzirem citação direta:
• Antes da conjunção “e” “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
valores que não expressam adição, como consequência ou transforma’.”
diversidade, por exemplo. 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” “Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar Reticências
alguma ideia, por exemplo: 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; sintaticamente:
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o “Quem sabe um dia...”
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: ainda.”
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito objetivo de prolongar o raciocínio:
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
apositiva nem se apresente inversamente). 4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Ponto Raimundo Fagner).
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.” Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
2 – Abrevia palavras: “Quando você pode comparecer?”
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
– “Dr.” (Doutor) destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Editora
37
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Ponto de Exclamação – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero


1 – Após interjeição: (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
“Nossa Que legal!” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
“Infelizmente!” concordância ocorre em gênero e pessoa

3 – Após vocativo Casos específicos de concordância verbal


“Ana, boa tarde!” Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
4 – Para fechar de frases imperativas: I – Quando houver um sujeito definido;
“Entre já!” II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
Parênteses forem distintos.
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou Observe os exemplos:
a vírgula: “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como “Isto é para nós solicitarmos.”
sempre)
quem seria promovido.” Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
Travessão da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
“O rapaz perguntou ao padre: imperativos.
— Amar demais é pecado?”
Exemplos:
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“— Vou partir em breve. “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
— Vá com Deus!”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: nevar, amanhecer.
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»

Aspas – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas


1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, professoras vigiando as crianças.”
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
arcaísmos, palavrões, e neologismos. duas horas que estamos esperando.”
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.” Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
2 – Para indicar uma citação direta: verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de no singular ou no plural:
Assis) – “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal permanece na 3a pessoa do singular:
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, concorda com o termo que antecede o pronome:
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»

Editora
38
38
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”

Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com a 3°
pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”

Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Editora
39
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Editora
40
40
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”

Editora
41
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

verbo bi transitivo (direto e


Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”

2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”

3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não se façam
contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se a
locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”

5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:


Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”

Editora
42
42
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso Mesóclise


de horas especificadas e definidas: Exemplos: Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”. É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Eu lhe direi toda a verdade.
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Tu me farias um favor?
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- Colocação do pronome átono nas locuções verbais
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem Exemplos:
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Devo-lhe dizer a verdade.
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- Devo dizer-lhe a verdade.
dique a eufonia da frase.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
Próclise do auxiliar ou depois do principal.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Não devo dizer-lhe a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
cientemente. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? auxiliar.
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- do infinitivo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam. Exemplos:
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Hei de dizer-lhe a verdade.
tudo dá. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem. Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Ênclise Devo-lhe dizer tudo.
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los.

Editora
43
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-


REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO. SUBSTI- cífico de algum campo científico, por exemplo).
TUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO. REOR-
GANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS Expressões que demandam atenção
DO TEXTO. REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNE- – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
ROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE. – aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito
– acendido, aceso (formas similares) – idem
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi-
– à custa de – e não às custas de
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que
forme
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá,
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório.
– a meu ver – e não ao meu ver
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois,
– a ponto de – e não ao ponto de
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.
– em termos de – modismo; evitar
– enquanto que – o que é redundância
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces-
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor
– implicar em – a regência é direta (sem em)
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente,
– ir de encontro a – chocar-se com
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er-
– ir ao encontro de – concordar com
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen-
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer
parado; quando não se pode, junto
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos.
– todo mundo – todos
– todo o mundo – o mundo inteiro
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa
for substantivo
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
do processo de escrever do aluno.
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
Operações linguísticas de reescrita:
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
trução do texto escrito.
Expressões não recomendadas
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
– a partir de (a não ser com valor temporal).
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
gundo...
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
– devido a.
ma, ou sobre conjuntos generalizados.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
dificar sua ordem no processo de encadeamento.
– dito.
Opção: citado, mencionado.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
– enquanto.
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
Opção: ao passo que.
quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
– no sentido de, com vistas a.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
– pois (no início da oração).
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
Editora
44
44
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

– principalmente. – Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo


Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular. caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
chorar) .
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação).
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das QUESTÕES
palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
1. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro AR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a Significação de vocábulo e expressões
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma Texto
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano. Maria José
Paulo Mendes Campos
Hiperonímia e hiponímia Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
Exemplos: a briga por milagre.
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho. va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
Polissemia e monossemia gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não dos filhos e dos netos.
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
Sinonímia e antonímia tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
expressam proximidade e contrariedade. Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
veloz. com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
atrasado. não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
sabe o que será”.
Homonímia e paronímia Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja flecha e o alvo das criaturas.
os exemplos:
Editora
45
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à
doía um pouco, por delicadeza. saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa do lixo urbano.
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jo-
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava vens.” (parágrafo 3), a palavra que apresenta o sentido contrário ao
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer da palavra destacada é
violência para entrar no reino celeste. (A) atração
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, (B) encanto
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. (C) repulsa
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do (D) sedução
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- (E) embevecimento
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de
revólver na mão. 3. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
Em “escutava maternalmente meus contos toscos” (parágrafo AR/ADMINISTRADOR/2022
4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a alteração de seu Significação de vocábulo e expressões
significado no contexto, por Texto
(A) criativos Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
(B) malfeitos Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele-
(C) primorosos trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri-
(D) incompletos cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva
(E) sofisticados ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados
pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
2. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE- equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro-
AR/ADMINISTRADOR/2022 domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar-
Significação de vocábulo e expressões me, automação e controle.
Texto Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem-
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele- po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse
trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri- produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a
cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no-
ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun-
pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro- induz o consumidor à troca.
domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar- O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro-
me, automação e controle. blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem- preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele-
po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda-
vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no- de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun- desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan-
cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no-
induz o consumidor à troca. vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro- estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce
blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete um fascínio irresistível para os jovens.
sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele- as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos
trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais
explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda- e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à
de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan- milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo
te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no- de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a
vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo do lixo urbano.
estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo:
um fascínio irresistível para os jovens. SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos
Editora
46
46
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da infor- mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
mação é uma força motriz da sociedade”, a palavra destacada pode Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão
ser substituída, sem prejuízo de sentido, por crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se
(A) infalível tornará muito mais importante do que o domínio de um assunto.”
(B) obrigatória
(C) abrangente A frase em que o verbo apresenta a mesma predicação que o
(D) imprescindível verbo ocorrer em “Isso ocorre porque um algoritmo pode executar
(E) impulsionadora essas tarefas” (parágrafo 5) é:
(A) “Entra em cena então um novo quociente”. (parágrafo 3)
4. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 (B) “Esse quociente envolve também características como flexi-
Predicado bilidade, curiosidade, coragem e resiliência.” (parágrafo 4)
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI (C) “A tecnologia mudou bastante a forma como alguns traba-
no mercado de trabalho lhos são feitos”. (parágrafo 5)
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de al- (D) “você é um contador.” (parágrafo 7)
guém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, (E) “Seu QI o ajuda nas provas”. (parágrafo 7)
o quociente de inteligência, que mede indicadores como memória
e habilidade matemática. 5. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: AR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de Orações subordinadas adverbiais
habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não só no Texto
mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que Maria José
pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida. Paulo Mendes Campos
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia rede- violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
fine como trabalhamos, as habilidades necessárias para prosperar panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a briga por milagre.
a capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mu- Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
danças rápidas e frequentes. va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informa- mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
ções, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mu- Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
dar. Esse quociente envolve também características como flexibili- menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
dade, curiosidade, coragem e resiliência. turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Bu- Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
siness School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI. Automatiza-se fa- quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
cilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados dos filhos e dos netos.
(advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
humano. Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem es- desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
sas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criati- com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
vidade para resolver novos problemas, empatia para se comunicar sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
melhor e responsabilidade. não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e sabe o que será”.
flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e de- Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
pois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
quando os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são auto- singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
matizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários. lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili- mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo flecha e o alvo das criaturas.
corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na hora da
contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil
Editora
47
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que (letivos) de transição.
doía um pouco, por delicadeza. IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na- pan-
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa demia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava No trecho “A importância de cultivar interações entre os estu-
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer dantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico”
violência para entrar no reino celeste. (parágrafo 4), a expressão destacada estabelece com a oração prin-
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, cipal a relação de
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. (A) condição
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do (B) concessão
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- (C) comparação
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de (D) conformidade
revólver na mão. (E) proporcionalidade

No trecho: “Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que 7. CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/”SEM ÁREA”/2021
recebera, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no Orações subordinadas adverbiais
quintal noturno, perseguindo um ladrão”, (parágrafo 2), a oração Relacionamento com o dinheiro
destacada pode ser substituída, sem prejuízo de seu significado, por Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações
(A) por isso perseguia um ladrão. ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é
(B) enquanto perseguia um ladrão. muito importante saber como utilizá-lo da forma mais favorável a
(C) embora perseguisse um ladrão. você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de
(D) desde que perseguisse um ladrão. educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de
(E) por mais que perseguisse um ladrão. nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e
equilibradas sob o ponto de vista financeiro.
6. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNOLOGIA/2021 Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo finan-
Orações subordinadas adverbiais ceiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entan-
Lições após um ano de ensino remoto na pandemia to, o nível de educação financeira da população não acompanhou
No momento em que se tornam ainda mais complexas as dis- esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira,
cussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto conti- aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas
nua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente. ao endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em
Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas ca-
de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pacidades de consumir produtos que lhes trariam satisfação.
pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pesso-
muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via as buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças.
aplicativos de mensagens. Para agravar essa situação, não há uma cultura coletiva, ou seja,
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas
contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não
muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem. compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabeti-
Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras zados financeiramente, também não investem nessa área. Similar
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo problema é encontrado nas famílias, nas quais não há o hábito de
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar.
membros da família), o que é algo muito desafiador. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens pessoal muitas vezes são considerados invasão de privacidade e
direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem
A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma recursos.
forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os
uma pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o
demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros profes- enfrentamento de imprevistos financeiros e para a aposentadoria,
sores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibi-
seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a im- lidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a
portância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”. realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das
escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educado-
res internacionais estimam que estudantes da educação básica já
foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos
e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como
Editora
48
48
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

No trecho do parágrafo 3 “As empresas, não compreendendo Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigan-
a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeira- do, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama.
mente, também não investem nessa área”, a oração destacada tem Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
valor semântico de Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, en-
(A) causa vergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da
(B) proporção boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(C) alternância
(D) comparação LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
(E) consequência
A frase que guarda o mesmo sentido do trecho “Até que não
8. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o
INFORMAÇÃO/2021 chicle mastigado cair no chão de areia.” é:
Orações reduzidas (A) Até que não suportei mais, e, como atravessei o portão da
Medo da eternidade escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a (B) Até que não suportei mais, e, já que atravessei o portão da
eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha prova- escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
do chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia (C) Até que não suportei mais, e, para que atravessasse o por-
bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di- tão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão
nheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro de areia.
eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinhei- (D) Até que não suportei mais, e, embora atravessasse o portão
ro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se areia.
acaba. Dura a vida inteira. (E) Até que não suportei mais, e, quando atravessei o portão da
— Como não acaba? escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto. 9. CESGRANRIO - TEC BAN (BASA)/BASA/2022
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de- Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”,
-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase diz pesquisador da Embrapa
não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, um estudo da ONU
para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de mostra que o país será o grande responsável por produzir os ali-
aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do mentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas
qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal que habitarão o planeta em 2050. De acordo com pesquisadores
pondo o chicle na boca. da Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sus-
— E agora que é que eu faço? tentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor
— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria brasileiro é muito grande.
haver. A região amazônica se mostra promissora para a agricultura,
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só pois ela é rica em um insumo fundamental, a água. Estados como
depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800 milímetros
vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade
eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia de semear mais de uma cultura por ano.
dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à am-
escola. pliação da agricultura na região amazônica, são um limitante para a
— Acabou-se o docinho. E agora? exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a agricul-
— Agora mastigue para sempre. tura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em ambiental, segundo as exigências dos países que compram nossos
breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que produtos agrícolas.
não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia con-
trafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se prego adequado da vírgula está plenamente atendido em:
tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis con- (A) A criação de animais para a produção de alimentos, é de
fessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava afli- grande importância para o sustento de milhares de famílias.
ção. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até (B) A floresta Amazônica, apesar de parecer homogênea, pos-
que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um sui muitas diferenças na sua vegetação.
jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. (C) A melhor maneira de proteger as povoações situadas nas
— Olha só o que me aconteceu! margens dos rios, é procurar soluções que impeçam o comér-
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza. cio ilegal.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca.
Editora
49
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

(D) O estado do Amazonas apresenta, a maior população in- (C) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
dígena do Brasil com aproximadamente trinta mil habitantes. (D) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvores cada
(E) O número de estudiosos preocupados com o futuro do pla- vez mais crescidas.
neta, aumentou devido ao aquecimento global. (E) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não vê que
o outono fica mais lindo quando estamos livres.
10. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO/2022 11. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONU-
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) CLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
Uma cena Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa Texto
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase Maria José
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu Paulo Mendes Campos
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
madrugada. a briga por milagre.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca- va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa- Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
das gaiolas. Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen- que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar dos filhos e dos netos.
quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou- Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
alguém passar. tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
Parece coisa de antigamente. de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi- via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
atrás das grades. desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im- sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, sabe o que será”.
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa- Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
ber o que dizer. espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão flecha e o alvo das criaturas.
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se
sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que
que prende, constrange, restringe. doía um pouco, por delicadeza.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia
metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda
porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em- Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava
prego adequado da vírgula está plenamente atendido em: São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer
(A) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino, quase frio. violência para entrar no reino celeste.
(B) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava sentada, em
uma cadeira.
Editora
50
50
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. pondo o chicle na boca.
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do — E agora que é que eu faço?
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de haver.
revólver na mão. — Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só
depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a
Considerando-se o emprego da vírgula, a frase que está de vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a
acordo com o padrão formal escrito da língua é eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia
(A) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua presença. dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a
(B) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho. escola.
(C) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me proteger. — Acabou-se o docinho. E agora?
(D) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmo tempo firme. — Agora mastigue para sempre.
(E) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos aquele des- Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em
fecho, triste. breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que
não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia con-
12. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE- trafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem
AR/ADMINISTRADOR/2022 de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis con-
fessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava afli-
O emprego da vírgula está plenamente de acordo com as exi- ção. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até
gências da norma-padrão da Língua Portuguesa em: que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um
(A) Caso sejam priorizadas medidas de proteção ao meio am- jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
biente, a substituição dos lixões por uma forma adequada para — Olha só o que me aconteceu!
tratar o lixo será benéfica. — Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
(B) Em todo o mundo há uma preocupação com a maneira de — Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
descartar o lixo por isso, é sempre preferível corrigir nossos há- — Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca.
bitos. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigan-
(C) O aterro sanitário apresenta inúmeras vantagens, como a do, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama.
redução da poluição porém, há desvantagens, como o seu alto Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
custo. Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, en-
(D) O lixo eletrônico encontrado, em televisores, rádios, gela- vergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da
deiras, celulares, pilhas compromete a saúde pública. boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(E) O lixo hospitalar decorrente do atendimento médico a se-
res humanos ou animais, acarreta muitos problemas de saúde A frase que apresenta todas as vírgulas corretamente emprega-
pública. das, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
(A) A menina que descobriu o chicle, também experimentou, a
13. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA possibilidade da eternidade.
INFORMAÇÃO/2021 (B) São consideradas maravilhosas, aquelas histórias de prínci-
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) pes e fadas, que vivem eternamente.
Medo da eternidade (C) Aproveitou, a textura, o sabor docinho do chicle, e ainda o
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a comparou com o mundo impossível da eternidade.
eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha prova- (D) Muitas crianças, quando se deparam com o desconhecido,
do chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia passam a fantasiar sobre ele na tentativa de entendê-lo.
bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di- (E) Quando as crianças sonham, em serem príncipes, princesas
nheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro e fadas, elas fantasiam sobre viverem felizes para sempre.
eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinhei-
ro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: 14. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
acaba. Dura a vida inteira. A palavra salário vem mesmo de “sal”?
— Como não acaba? Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma
— Parei um instante na rua, perplexa. Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di-
— Não acaba nunca, e pronto. nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300
de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de- anos depois
-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não
não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun-
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de
para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de
aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do segunda divisão) e, sim, o sal.
Editora
51
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga- É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca-
rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento. pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa-
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran- ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló- das gaiolas.
gico. Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples,
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze- sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de alguém passar.
a
sobrevivência). É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias .
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his- Parece coisa de antigamente.
toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi-
escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re- damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está
cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala- atrás das grades.
rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem
para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im-
e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for- pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre
ma de moedas. as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros,
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de
b
São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. certa forma já me acostumara à paisagem gradeada , fiquei sem
saber o que dizer.
O período em que o sinal de dois pontos é empregado para Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora.
introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sentec,
garantida” (parágrafo 2), é: junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil
(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão
prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo
pessoa compõem sua remuneração. sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico,
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde po- que prende, constrange, restringed.
dem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores esco- Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de
lhem seus empregos com base nessas vantagens. metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a remune- porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvorese.
ração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos
itens, a serem combinados.” A frase na qual o que cumpre somente a função de promover
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até a continuidade do texto sem acumular a função de retomar um an-
hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colo- tecedente é:
nial, e o bacalhau, antes usado na Escandinávia. (A) “Cena que se repete todos os dias”.
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no sé- (B) “eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gra-
culo XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método. deada”.
(C) “Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela
15. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA se sente”.
INFORMAÇÃO/2022 (D) “são de um ferro simbólico, que prende, constrange, res-
Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - tringe.”
Pronomes relativos, Conjunções etc) (E) “os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pen-
Uma cena durados nas árvores.”
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase 16. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu AR/ADMINISTRADOR/2022
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores -
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, Pronomes relativos, Conjunções etc)
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele Texto
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
madrugada. Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele-
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri-
cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva
ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados
Editora
52
52
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e que habitarão o planeta em 2050. De acordo com pesquisadores
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro- da Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sus-
domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar- tentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor
me, automação e controle. brasileiro é muito grande.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar A região amazônica se mostra promissora para a agricultura,
um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem- pois ela é rica em um insumo fundamental, a água. Estados como
po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800 milímetros
produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade
vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no- de semear mais de uma cultura por ano.
vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun- Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à am-
cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que pliação da agricultura na região amazônica, são um limitante para
induz o consumidor à troca. a exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a agri-
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro- cultura, partedeveria ser obrigatoriamente destinada à preservação
blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete ambiental, segundo as exigências dos países que compram nossos
sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, produtos agrícolas.
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele-
trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em: https://www.
explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda- canalrural. com.br/projeto-soja-brasil/noticia/maior-fronteira-a-
de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no gricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan- nov. 2021. Adaptado.
te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no-
vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo De acordo com o texto, para atender às exigências internacio-
estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce nais, o país deve
um fascínio irresistível para os jovens. (A) conscientizar os agricultores da necessidade de ampliar
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre seus negócios.
as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos (B) diversificar os tipos de culturas que exigem a utilização de
mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais muita água.
e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à (C) garantir a destinação de terras a atividades de preservação
saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 ambiental.
milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo (D) liberar as áreas de cultivo de produtos agrícolas na região
de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a amazônica.
do lixo urbano. (E) restringir as terras amazônicas ao desenvolvimento da pe-
cuária.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São
Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. 18. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA
gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado. INFORMAÇÃO/2022
Interpretação de Textos (compreensão)
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está Uma cena
corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho: É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa
(A) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase
inovadora e pequenas mudanças funcionais.” [obsolescência frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu
programada] - parágrafo 2 já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse-
(B) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias,
do consumo crescente desses produtos”. [lixo eletroeletrôni- por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele
co] - parágrafo 3 trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase
(C) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consu- madrugada.
midor] - parágrafo 3 Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
(D) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores opor- É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca-
tunidades e benefícios”. [constante busca] - parágrafo 3 deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa
(E) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [substân- quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem
cias tóxicas] - parágrafo 4 pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa-
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando
17. CESGRANRIO - TEC BAN (BASA)/BASA/2022 sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora
Interpretação de Textos (compreensão) das gaiolas.
“Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”, Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está
diz pesquisador da Embrapa sentada muito ereta, com seu vestidoestampado, de corte simples,
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, um estudo da ONU quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
mostra que o país será o grande responsável por produzir os ali- sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
mentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas alguém passar.
Editora
53
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen-
Parece coisa de antigamente. tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples,
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi- suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
atrás das grades. sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem alguém passar.b
vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im- É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias.
pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre Parece coisa de antigamente.
as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi-
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está
todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de atrás das grades.
certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa- Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem
ber o que dizer. vir aqui, ao voltar só teve um choque: as gradesd. Nada mais o im-
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre
Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros,
junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que
pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa-
sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, ber o que dizer.
que prende, constrange, restringe. Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhorae.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente,
metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil
porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001. sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico,
que prende, constrange, restringe.
Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha se- Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de
nhora que tem por hábito sentar-se na calçada observando as ma- metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os
nhãs, constrói uma crítica porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. O texto
(A) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, apresenta-se dividido em dois momentos: o primeiro, em que o
sem o apoio e o carinho de sua família. narrador descreve minuciosamente a cena observada; e o segundo,
(B) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é per- em que o narrador se aproxima mais do leitor, estabelecendo, com
cebido por quem se afasta da cidade por um tempo e retorna. ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto. O
(C) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há início do segundo momento se dá com o trecho:
muito já deveriam ter sido abandonados pela população. (A) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.”
(D) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que (B) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa,
foram sendo colocadas aos poucos ao redor de todos nós. mas também parece pronta a erguer-se num aceno, quando
(E) às autoridades de segurança pública, que não atuam em alguém passar.”
prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população. (C) “É uma cena bonita, eu acho.”
(D) “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos
19. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades.”
INFORMAÇÃO/2022 (E) “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senho-
Interpretação de Textos (compreensão) ra.”
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa 20. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONU-
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase CLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu Interpretação de Textos (compreensão)
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Texto
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, Maria José
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele Paulo Mendes Campos
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
madrugada. violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
a
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca- pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa a briga por milagre.
quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa- va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
das gaiolas. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
Editora
54
54
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-


turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos. GABARITO
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
dos filhos e dos netos.
1 B
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia 2 C
e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e 3 E
o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas 4 A
de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de 5 B
Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 6 B
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, 7 A
sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã 8 E
não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
sabe o que será”. 9 B
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha 10 E
amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto 11 B
espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais 12 A
singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al- 13 D
mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a 14 D
flecha e o alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se 15 C
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que 16 C
doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia 17 C
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda
18 D
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. 19 C
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer
20 E
violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu,
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se.
ANOTAÇÕES
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- ______________________________________________________
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de
revólver na mão. ______________________________________________________

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/ ______________________________________________________


maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
______________________________________________________
No texto, o narrador apresenta Maria José ao leitor, descreven-
do- a a partir de aspectos subjetivos, como em: ______________________________________________________
(A) “Faz um ano que Maria José morreu.” (parágrafo 1)
______________________________________________________
(B) “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos” (pa-
rágrafo 2) ______________________________________________________
(C) “comungava todos os dias” (parágrafo 2)
(D) “apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de ______________________________________________________
Baudelaire” (parágrafo 4)
(E) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (pará- ______________________________________________________
grafo 6)
______________________________________________________

______________________________________________________

Editora
55
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

Editora
56
56
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E
QUANTITATIVO

R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.


NÚMEROS REAIS: OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, RADICIAÇÃO E POTENCIAÇÃO); Valem todas as propriedades anteriormente discutidas nos
EXPRESSÕES NUMÉRICAS; MÚLTIPLOS E DIVISORES; MÁ- conjuntos anteriores, incluindo os conceitos de módulo, números
XIMO DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; opostos e números inversos (quando aplicável).
PROBLEMAS A representação dos números reais permite estabelecer uma
relação de ordem entre eles. Os números reais positivos são maiores
que zero, enquanto os negativos são menores. Expressamos a
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R) relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números reais,
O conjunto dos números reais, representado por R, é a fusão a e b,
do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números a≤b↔b–a≥0
irracionais. Vale ressaltar que o conjunto dos números racionais
é a combinação dos conjuntos dos números naturais e inteiros.
Podemos afirmar que entre quaisquer dois números reais há uma
infinidade de outros números.

R = Q U I, sendo Q ∩ I = Ø ( Se um número real é racional, não


irracional, e vice-versa).
Operações com números Reais
Operando com as aproximações, obtemos uma sequência de
intervalos fixos que determinam um número real. Assim, vamos
abordar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

Intervalos reais
O conjunto dos números reais possui subconjuntos chamados
intervalos, determinados por meio de desigualdades. Dados os
números a e b, com a < b, temos os seguintes intervalos:
– Bolinha aberta: representa o intervalo aberto (excluindo o
número), utilizando os símbolos:
> ;< ; ] ; [

Lembrando que N Ϲ Z Ϲ Q, podemos construir o diagrama – Bolinha fechada: representa o intervalo fechado (incluindo o
abaixo: número), utilizando os símbolos:
≥;≤;[;]

Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] para indicar as extremidades


abertas dos intervalos:
[a, b[ = (a, b);
]a, b] = (a, b];
]a, b[ = (a, b).

Entre os conjuntos números reais, temos:


R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
Editora
57
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

a) Em algumas situações, é necessário registrar numericamente variações de valores em sentidos opostos, ou seja, maiores ou
acima de zero (positivos), como as medidas de temperatura ou valores em débito ou em haver, etc. Esses números, que se estendem
indefinidamente tanto para o lado direito (positivos) quanto para o lado esquerdo (negativos), são chamados números relativos.
b) O valor absoluto de um número relativo é o valor numérico desse número sem levar em consideração o sinal.
c) O valor simétrico de um número é o mesmo numeral, diferindo apenas no sinal.

OPERAÇÕES COM NÚMEROS RELATIVOS

Adição e Subtração de Números Relativos


a) Quando os numerais possuem o mesmo sinal, adicione os valores absolutos e conserve o sinal.
b) Se os numerais têm sinais diferentes, subtraia o numeral de menor valor e atribua o sinal do numeral de maior valor.

Multiplicação e Divisão de Números Relativos


a) Se dois números relativos têm o mesmo sinal, o produto e o quociente são sempre positivos.
b) Se os números relativos têm sinais diferentes, o produto e o quociente são sempre negativos.

Exemplos:
1) Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a diferença na reta dos números reais é:

(A) P.
(B) Q.
(C) R.
(D) S.
Solução: Resposta: A.

2) Considere m um número real menor que 20 e avalie as afirmações I, II e III:


I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20.
III- (20 m) é um número menor que 20.

Editora
58
58
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

É correto afirmar que: 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
A) I, II e III são verdadeiras. expoente, o resultado será igual a zero.
B) apenas I e II são verdadeiras.
C) I, II e III são falsas.
D) apenas II e III são falsas.

Solução: Resposta: C.
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. Propriedades
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo. 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Potenciação Exemplos:
Multiplicação de fatores iguais 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número. Exemplos:


96 : 92 = 96-2 = 94

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em


um número positivo. 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


em um número negativo.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um


expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal (4.3)²=4².3²
para positivo e inverter o número que está na base.
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos
elevar separados.

Editora
59
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Radiciação a na
Radiciação é a operação inversa a potenciação * *
=
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
64 2 Operações

32 2
16 2
8 2
4 2
Operações
2 2
1
Multiplicação
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplo
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Divisão

Observe:

1 1
1 Exemplo
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5

De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , Adição e subtração

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.


Então:

8 2 20 2
n
a.b = n a .n b
4 2 10 2
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é 2 2 5 5
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi- 1 1
cando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

1 1 Caso tenha:
2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 = Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
3 3 3
32
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com
Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos Portanto, os múltiplos de 2 são:
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24}
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista
de múltiplos é gerada pela multiplicação do número por todos os
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito.
Para verificar se um número é múltiplo de outro, é necessário
encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação entre
eles resulte no primeiro número. Em outras palavras, a é múltiplo
de b se existir um número inteiro k tal que a=b⋅k. Veja os exemplos:
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. – O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
multiplicado por 7, resulta em 49. 49 = 7 · 7
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
que, multiplicado por 3, resulta em 324.
324 = 3 · 108

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de – O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número
quadrados no denominador: inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
523 = 2 · ?”

– Múltiplos de 4
Como observamos, para identificar os múltiplos do número 4, é
MÚLTIPLOS E DIVISORES necessário multiplicar o 4 por números inteiros. Portanto:
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural 4·1=4
podem ser estendidos para o conjunto dos números inteiros1. Ao 4·2=8
abordar múltiplos e divisores, estamos nos referindo a conjuntos 4 · 3 = 12
numéricos que satisfazem certas condições. Múltiplos são obtidos 4 · 4 = 16
pela multiplicação por números inteiros, enquanto divisores são 4 · 5 = 20
números pelos quais um determinado número é divisível. 4 · 6 = 24
Esses conceitos conduzem a subconjuntos dos números 4 · 7 = 28
inteiros, pois os elementos dos conjuntos de múltiplos e divisores 4 · 8 = 32
pertencem ao conjunto dos números inteiros. Para compreender 4 · 9 = 36
o que são números primos, é fundamental ter uma compreensão 4 · 10 = 40
sólida do conceito de divisores. 4 · 11 = 44
4 · 12 = 48
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a ...
é múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal
que a=b⋅k. Portanto, o conjunto dos múltiplos de a é obtido Portanto, os múltiplos de 4 são:
multiplicando a por todos os números inteiros, e os resultados M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
dessas multiplicações são os múltiplos de a.
Por exemplo, podemos listar os 12 primeiros múltiplos de 2 Divisores de um Número
da seguinte maneira, multiplicando o número 2 pelos 12 primeiros Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
números inteiros: 2⋅1,2⋅2,2⋅3,…,2⋅12 b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
Isso resulta nos seguintes múltiplos de 2: 2,4,6,…,24 entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
2·1=2 Veja alguns exemplos:
2·2=4 – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
2·3=6 – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2·4=8
2 · 5 = 10 CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE
2 · 6 = 12 Critérios de divisibilidade são diretrizes práticas que permitem
2 · 7 = 14 determinar se um número é divisível por outro sem realizar a
2 · 8 = 16 operação de divisão.
2 · 9 = 18 – Divisibilidade por 2 ocorre quando um número termina em 0,
2 · 10 = 20 2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando é um número par.
2 · 11 = 22 – A divisibilidade por 3 ocorre quando a soma dos valores
2 · 12 = 24 absolutos dos algarismos de um número é divisível por 3.
– Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando seus
1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm dois últimos algarismos formam um número divisível por 4.
Editora
61
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

– Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando (B) 6


termina em 0 ou 5. (C) 4
– Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando é (D) 2
divisível por 2 e por 3 simultaneamente. (E) 20
– Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando
o dobro do seu último algarismo, subtraído do número sem esse Solução: Resposta: A.
algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Esse processo é Vamos decompor o número 40 em fatores primos.
repetido até verificar a divisibilidade. 40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a cada
– Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando seus expoente:
três últimos algarismos formam um número divisível por 8. 3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e
– Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando a multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por 9.
– Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 quando o 2) Considere um número divisível por 6, composto por 3
algarismo da unidade termina em zero. algarismos distintos e pertencentes ao conjunto A={3,4,5,6,7}.A
– Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 quando a quantidade de números que podem ser formados sob tais condições
diferença entre a soma dos algarismos de posição ímpar e a soma é:
dos algarismos de posição par resulta em um número divisível por (A) 6
11, ou quando essas somas são iguais. (B) 7
– Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é (C) 9
divisível por 3 e por 4 simultaneamente. (D) 8
– Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é (E) 10
divisível por 3 e por 5 simultaneamente.
Solução: Resposta: D.
Para listar os divisores de um número, devemos buscar os Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao mesmo
números que o dividem. Veja: tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos seus
– Liste os divisores de 2, 3 e 20. algarismos deve ser um múltiplo de 3.
D(2) = {1, 2} Logo os finais devem ser 4 e 6:
D(3) = {1, 3} 354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8 números.
D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}

Propriedade dos Múltiplos e Divisores MÁXIMO DIVISOR COMUM


Essas propriedades estão associadas à divisão entre dois O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
inteiros. É importante notar que quando um inteiro é múltiplo de não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
outro, ele é também divisível por esse outro número. Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
as etapas:
Vamos considerar o algoritmo da divisão para uma melhor • Decompor o número em fatores primos
compreensão das propriedades: • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
N=d⋅q+r, onde q e r são números inteiros. • Multiplicar os fatores entre si.
Lembre-se de que:
N: dividendo; Exemplo:
d, divisor;
q: quociente; 15 3 24 2
r: resto.
5 5 12 2
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N−r) 1 6 2
é um múltiplo do divisor, ou seja, o número d é um divisor de N−r.
3 3
– Propriedade 2: A soma entre o dividendo e o resto, acrescida
do divisor (N−r+d), é um múltiplo de d, indicando que d é um divisor 1
de (N−r+d).
15 = 3.5 24 = 23.3
Alguns exemplos:
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
resto r = 5. m.d.c
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que as (15,24) = 3
propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível por
8 e: 528 = 8 · 66

Exemplos:
1) O número de divisores positivos do número 40 é:
(A) 8
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM Exemplo


O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é (MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
o menor número, diferente de zero. porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
Para calcular devemos seguir as etapas: companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
• Decompor os números em fatores primos nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
• Multiplicar os fatores entre si panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às:
Exemplo: (A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
15,24 2 (C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
15,12 2 (E) 18 horas.
15,6 2
Resposta: E.
15,3 3
5,1 5
20,30,44 2
1
10,15,22 2
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. 5,15,11 3
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão 5,5,11 5
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
veis ao mesmo tempo. 1,1,11 11
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua 1,1,1
aparecendo.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
1h---60minutos
Exemplo x-----660
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será x=660/60=11
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os Então será depois de 11horas que se encontrarão
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão 7+11=18h
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir EXPRESSÕES NUMÉRICAS
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
(A) mais de 30 cm. operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
(B) menos de 15 cm. ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. associação, que podem aparecer em uma única expressão.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. Procedimentos
Resposta: A. 1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
352 2 416 2 ordem que aparecem;
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
176 2 208 2 - Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
88 2 104 2 cem.
44 2 52 2
2) Símbolos:
22 2 26 2 - Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
11 11 13 13 culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
1 1 - E por último as chaves { }.
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível ATENÇÃO:
E são os fatores que temos iguais:25=32 – Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.

Editora
63
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-


chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.
PROPORÇÃO
Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI- Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo. A/B e C/D é a igualdade:

A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e


B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é Propriedade fundamental das proporções


(A) 2 Numa proporção:
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5
Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
Resolução: meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
Vamos resolver cada expressão separadamente: é igual ao produto dos extremos, isto é:

AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

Resposta: E Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
PROPORCIONALIDADE: RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
EM PARTES DIRETAMENTE E INVERSAMENTE PROPORCIO- assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
NAIS; MÉDIAS ARITMÉTICA, GEOMÉTRICA E PONDERADA; para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA; PORCENTAGEM;
PROBLEMAS

RAZÃO Ou

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com


b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b.

Exemplo: Ou
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

Editora
64
64
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Ou GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- Exemplo
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- Velocidade x Tempo a tabela abaixo:
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
te. Temos então:
VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)
5 200
8 125
10 100
Ou
16 62,5
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Ou
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
Ou com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS


A solução segue das propriedades das proporções:
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais.... Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
Exemplo entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Distância percorrida e combustível gasto de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS) porcional?
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Carlos ganhará R$210000,00 e João R$315000,00.

Editora
65
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Inversamente Proporcionais 480x=1200


Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver- X=25
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, REGRA DE TRÊS COMPOSTA
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?
cuja solução segue das propriedades das proporções: Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


REGRA DE TRÊS SIMPLES 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
conhecidos. está o x.

Passos utilizados numa regra de três simples: Observe que:


1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
espécies diferentes em correspondência. proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
te proporcionais. de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
3º) Montar a proporção e resolver a equação. para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria das setas.
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Solução: montando a tabela:


HORAS CAMINHÕES VOLUME
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h) 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
400 ----- 3
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
480 ----- X

2) Identificação do tipo de relação: HORAS CAMINHÕES VOLUME


8 ----- 20 ----- 160
VELOCIDADE Tempo 5 ----- X ----- 125
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna Logo, serão necessários 25 caminhões
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima DIVISÃO PROPORCIONAL

VELOCIDADE Tempo Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional es-


tamos dividindo um número de maneira proporcional a uma sequ-
400 ↓ ----- 3↓ ência de outros números. A divisão pode ser de diferentes tipos,
480 ↓ ----- X↓ vejamos:

Editora
66
66
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Divisão Diretamente Proporcional


• Divisão em duas partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais
a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das partes seja A + B = M:

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B = K.q

• Divisão em várias partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcio-
nais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 + ... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P:

Divisão Inversamente Proporcional


• Divisão em duas partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B inversamente proporcio-
nais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os
inversos de p e q. Assim basta montar o sistema com duas equações e duas incógnitas tal que A + B = M:

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.

• Divisão em várias partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn inversamente propor-
cionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A montagem
do sistema com n equações e n incógnitas, assume que x1 + x2 + ... + xn= M:

Divisão em partes direta e inversamente proporcionais


• Divisão em duas partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente propor-
cionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas incógnitas de forma que A + B = M

O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B = K.d/q.

• Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente
proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige que x1 + x2 + ... + xn = M:

Editora
67
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Exemplos: Resposta: D
(PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – IMA)
Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre três her- (SABESP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC) Uma empresa
deiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 5, 8 e 12 quer doar a três funcionários um bônus de R$ 45.750,00. Será feita
anos. O mais velho receberá o valor de: uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada um deles. Sr.
(A) R$ 420.000,00 Fortes trabalhou durante 12 anos e 8 meses. Sra. Lourdes trabalhou
(B) R$ 250.000,00 durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde trabalhou durante 3 anos
(C) R$ 360.000,00 e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta. Matilde recebeu a menos
(D) R$ 400.000,00 que o Sr. Fortes é
(E) R$ 350.000,00 (A) 17.100,00.
(B) 5.700,00.
Resolução: (C) 22.800,00.
5x + 8x + 12x = 750.000 (D) 17.250,00.
25x = 750.000 (E) 15.000,00.
x = 30.000
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000 Resolução:
Resposta: C * Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
* Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
(TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC) Quatro funcionários di- * Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
vidirão, em partes diretamente proporcionais aos anos dedicados * TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se que dentre * Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de F,
esses quatro funcionários um deles já possui 2 anos trabalhados, L e M.
outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 anos trabalhados e
o outro terá direito, nessa divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa
maneira, o número de anos dedicados para a empresa, desse últi-
mo funcionário citado, é igual a
(A) 5.
(B) 7.
(C) 2. Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam:
(D) 3.
(E) 4.

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000 M = 38 . 150 = R$ 5 700,00
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Resposta: D

(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –


FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de reais para F = 152 . 150 = R$ 22 800,00
a construção de três escolas de educação infantil. A área a ser cons-
truída em cada escola é, respectivamente, 1.500 m², 1.200 m² e 900 Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00
m² e a quantia destinada à cada escola é diretamente proporcional Resposta: A
a área a ser construída.
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com (SESP/MT – PERITO OFICIAL CRIMINAL - ENGENHARIA CIVIL/
1.500 m² é, em reais, igual a ENGENHARIA ELÉTRICA/FÍSICA/MATEMÁTICA – FUNCAB/2014)
(A) 22,5 milhões. Maria, Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamen-
(B) 13,5 milhões. te proporcionais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos,
(C) 15 milhões. Júlia,12 e Carla, 24, determine quanto receberá quem ficar com a
(D) 27 milhões. maior parte da divisão.
(E) 21,75 milhões. (A) R$ 36.000,00
(B) R$ 60.000,00
Editora
68
68
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

(C) R$ 48.000,00
(D) R$ 24.000,00
(E) R$ 30.000,00

Resolução:

A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente proporcional).


Assim:

8.M = 288 000


M = 288 000 / 8
M = R$ 36 000,00
M + J + C = 72000
Resposta: A

MÉDIA ARITMÉTICA
Ela se divide em:

• Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo número de elementos n.


Para o cálculo:
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a média
aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M

(I)

Foi pedido:

Editora
69
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Na equação ( I ), temos que: • Aplicações


Como o próprio nome indica, a média geométrica sugere inter-
pretações geométricas. Podemos calcular, por exemplo, o lado de
um quadrado que possui a mesma área de um retângulo, usando a
definição de média geométrica.

Exemplo:
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013

PORCENTAGEM

Resposta: E Este termo se refere a uma fração cujo denominador é 100, seu
símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontra-
• Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi- mos nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de
plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. calcular, etc.
Para o cálculo
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.

Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
ATENÇÃO: A palavra média, sem especificações (aritmética ou valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
ponderada), deve ser entendida como média aritmética. de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – PRO-
GRAMADOR DE COMPUTADOR – FIP) A média semestral de um cur- ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
so é dada pela média ponderada de três provas com peso igual a 1 10% 1,10
na primeira prova, peso 2 na segunda prova e peso 3 na terceira.
Qual a média de um aluno que tirou 8,0 na primeira, 6,5 na segunda 15% 1,15
e 9,0 na terceira? 20% 1,20
(A) 7,0
47% 1,47
(B) 8,0
(C) 7,8 67% 1,67
(D) 8,4
(E) 7,2 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:

Resolução: 10 x 1,10 = R$ 11,00


Na média ponderada multiplicamos o peso da prova pela sua
nota e dividimos pela soma de todos os pesos, assim temos: Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:

DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


Resposta: B
10% 0,90
MÉDIA GEOMÉTRICA 25% 0,75
É definida, para números positivos, como a raiz n-ésima do pro-
34% 0,66
duto de n elementos de um conjunto de dados.
60% 0,40
90% 0,10

Editora
70
70
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma:

10 X 0,90 = R$ 9,00

Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e É importante dizer que a e b representam qualquer número real
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
Lucro=preço de venda -preço de custo qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o
formas: segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.

Como resolver uma equação do primeiro grau


Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
ficar sozinho em um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no
Exemplo mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x.
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% 1° exemplo:
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8. Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e
(B) 15. ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
(C) 10. da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
(D) 6.
(E) 12.

Resolução
45------100%
X-------60% 2° exemplo:
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to- O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão. subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade
com a operação inversa, que é a soma:

Resposta: C.
3° exemplo:

FUNÇÕES, EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS,


EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS: CONCEITO, REPRESEN-
Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da
TAÇÃO GRÁFICA, PROBLEMAS
incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
EQUAÇÃO DO 1° GRAU passa para o outro lado dividindo.
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
ou mais incógnitas. Quem determina o “grau” dessa equação é o
expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)

Editora
71
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

4° exemplo: Uma inequação é do 1º grau quando o maior expoente da


Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar incógnita é igual a 1. Podem assumir as seguintes formas:
o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da ax + b >0
incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1. ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0

Sendo a e b números reais e a ≠ 0.


Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro — Resolução de uma inequação do primeiro grau.
lado, teremos: Para resolver uma inequação desse tipo, podemos fazer da
mesma forma que fazemos nas equações.
Contudo, devemos ter cuidado quando a incógnita ficar
negativa.
Nesse caso, devemos multiplicar por (-1) e inverter o símbolo
da desigualdade.

Exemplos:
— Propriedade Fundamental das Equações
a) Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40.
A propriedade fundamental das equações é também chamada
Para resolver a inequação devemos isolar o x, passando o 19 e
de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
o 3 para o outro lado da desigualdade.
a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
Lembrando que ao mudar de lado devemos trocar a operação.
feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
Assim, o 19 que estava somando, passará diminuindo e o 3 que
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
estava multiplicando passará dividindo.
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:
3x < 40 -19
x < 21/3
x<7
Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da b) Como resolver a inequação 15 - 7x ≥ 2x - 30?
equação: Quando há termos algébricos (x) dos dois lados da desigualdade,
devemos juntá-los no mesmo lado.
Ao fazer isso, os números que mudam de lado têm o sinal
alterado.

15 - 7x ≥ 2x - 30
Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita
- 7x - 2 x ≥ - 30 -15
será dividido por 3 nos dois membros da equação:
- 9x ≥ - 45

Agora, vamos multiplicar toda a inequação por (-1). Para tanto,


trocamos o sinal de todos os termos:

9x ≤ 45 (observe que invertemos o símbolo ≥ para ≤)


x ≤ 45/9
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU x≤5

Inequação é uma sentença matemática que apresenta pelo Portanto, a solução dessa inequação é x ≤ 5.
menos um valor desconhecido (incógnita) e representa uma
desigualdade2. — Resolução usando o gráfico da inequação
Nas inequações usamos os símbolos: Outra forma de resolver uma inequação é fazer um gráfico no
> maior que plano cartesiano.
< menor que No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação identificando
≥ maior que ou igual que valores de x transformam a desigualdade em uma sentença
≤ menor que ou igual verdadeira.
Para resolver uma inequação usando esse método devemos
Exemplos: seguir os passos:
a) 3x - 5 > 62 1º) Colocar todos os termos da inequação em um mesmo lado.
b) 10 + 2x ≤ 20 2º) Substituir o sinal da desigualdade pelo da igualdade.
3º) Resolver a equação, ou seja, encontrar sua raiz.
2 https://www.todamateria.com.br/inequacao/ 4º) Fazer o estudo do sinal da equação, identificando os valores
Editora
72
72
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

de x que representam a solução da inequação. Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
Exemplo: Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40. valores de y vão crescendo.
Primeiro, vamos escrever a inequação com todos os termos de
um lado da desigualdade:

3x + 19 - 40 < 0
3x - 21 < 0

Essa expressão indica que a solução da inequação são os


valores de x que tornam a inequação negativa (< 0).
Encontrar a raiz da equação 3x - 21 = 0

x = 21/3
x = 7 (raiz da equação)

Representar no plano cartesiano os pares de pontos Função Decrescente: a < 0


encontrados ao substituir valores no x na equação. O gráfico deste Nesse caso, os valores de y, caem.
tipo de equação é uma reta.

Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:
Identificamos que os valores < 0 (valores negativos) são os
valores de x < 7. O valor encontrado coincide com o valor que
encontramos ao resolver diretamente (exemplo a, anterior).

FUNÇÃO DO 1º GRAU
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
ção f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais


Definimos função como relação entre duas grandezas repre- Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax + na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero. o valor de x (raiz da função).
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura X=-b/a
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien- Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e equações para acharmos o valor de a e b.
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Editora
73
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Exemplo: — Fórmula de Bhaskara


Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
1) Determinar os coeficientes da equação
F(1)=1a+b Os coeficientes de uma equação são todos os números que não
3=a+b são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para
F(3)=3a+b isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das
5=3a+b equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que
o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

Isolando a em I O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.


a=3-b
Substituindo em II Na equação:
– x² + x = 0
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5 O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.
-2b=-4 2) Encontrar o discriminante
b=2 O discriminante de uma equação do segundo grau é
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
Portanto, fórmula:
a=3-b Δ = b² – 4·a·c
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2 Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do
segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os
EQUAÇÃO DO 2° GRAU coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números
na fórmula do discriminante, teremos:
Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0 Δ = b² – 4 · a · c
será chamada equação do segundo grau3. O único detalhe é que Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em Δ = 16 – 16 · (– 24)
hipótese alguma. Δ = 16 + 384
Uma equação é uma expressão que relaciona números Δ = 400
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma — Quantidade de soluções de uma equação
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles reais5. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
que a igualdade seja verdadeira. caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
— Como resolver equações do 2º grau? Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira4.
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas, raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas
existem dois métodos mais comuns: raízes.
- Fórmula de Bhaskara;
- Soma e produto. 3) Encontrar as soluções da equação
Para encontrar as soluções de uma equação do segundo
O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o discriminante na seguinte expressão:
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não
é uma alternativa boa.
3 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20
ser,a%20zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma.
4 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau. 5 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-u-
htm ma-equacao-segundo-grau.htm
Editora
74
74
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara. 3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação.
Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto
e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0, seja igual a 6 e a soma seja igual a 5.
substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de Os números cuja multiplicação é igual a 6 são:
Bhaskara: I. 6 x 1 = 6
II. 3 x 2 =6
III. (-6) x (-1) = 6
IV. (-3) x (-2) = 6

Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma


seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2.

— Equação do 2º Grau Incompleta


Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c
iguais a zero. Existem três tipos dessas equações, cada um com um
método mais adequado para sua resolução.
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos
possíveis de equações incompletas, que são:
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0;
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0;
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0.

Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para
solução é: S = {3, – 2}. encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja
possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos
— Soma e Produto específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos
Nesse método é importante conhecer os divisores de um trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0,
números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero.
método fica bastante complicado.
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas
equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é
possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação: bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações
incompletas, a seguir veremos cada um deles.

Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma
equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de
soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa
Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0.
equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a
1º passo: encontrar a, b e c.
seguir.
a=1
Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
b = -5
1º passo: colocar x em evidência.
c=6
Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
2x² + 5x = 0
2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula.
x · (2x + 5) = 0

2º passo: separar a equação produto em dois casos.


Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0

3º passo: encontrar as soluções.


Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
que:
Editora
75
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2x + 5 = 0 b=-1
2x = -5 c=-6
x = -5/2
Utilizamos a fórmula de Bhaskara (Δ = b² - 4ac) e substituímos
Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x = pelos valores dos coeficientes:
-5/2.
Δ = (- 1)² - 4 . 1 . (- 6)
Quando b = 0 Δ = 1 + 24
Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo Δ = 25
ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo: Continuando na fórmula de Bhaskara, substituímos novamente
Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0. pelos valores dos nossos coeficientes:
Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
3x² – 12 = 0
3x² = 12
x² = 12 : 3
x² = 4

Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que


existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o
símbolo de ±.
x = ±√4
x = ±2
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.

Quando b = 0 e c = 0
Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais
a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única
solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo:
3x² = 0
x² = 0 : 3
x² = 0 As raízes da equação são -2 e 3. Como o coeficiente a da
x = ±√0 equação do 2º grau é positivo, seu gráfico terá a concavidade
x = ±0 voltada para cima.
x=0

INEQUAÇÃO DO 2º GRAU

Uma inequação é do 2º grau quando o maior expoente da


incógnita é igual a 2. Podem assumir as seguintes formas:
ax² + bx + c > 0
ax² + bx + c < 0
ax² + bx + c ≥ 0
ax² + bx + c ≤ 0

Sendo a, b e c números reais e a ≠ 0.


Podemos resolver esse tipo de inequação usando o gráfico que
representa a equação do 2º grau para fazer o estudo do sinal, da
mesma forma que fizemos no da inequação do 1º grau.
Lembrando que, nesse caso, o gráfico será uma parábola.

Exemplo: Resolvendo a inequação x² - x - 6 < 0. Pelo gráfico, observamos que os valores que satisfazem a
inequação são: - 2 < x < 3.
Para resolver uma inequação do segundo grau é preciso Podemos indicar a solução usando a seguinte notação:
encontrar valores cuja expressão do lado esquerdo do sinal < dê
uma solução menor do que 0 (valores negativos).
Primeiro, identifique os coeficientes:
a=1
Editora
76
76
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Raízes

Um número x que pertence ao conjunto dos números Reais, tal


que, x seja maior que -2 e menor que 3.

FUNÇÃO DO 2º GRAU
Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)
Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
deve ser o maior termo. um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
a<0 Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Veja os gráficos:

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas


raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0

A função não tem raízes reais

Editora
77
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

EQUAÇÃO EXPONENCIAL 3x = 1
x = 0 ou
Chama-se equação exponencial6, toda equação onde a variável
x se encontra no expoente. 3x = 3 1
x=1
Exemplos
S = {0,1}

Para resolução, precisamos encontrar os valores da variável INEQUAÇÃO EXPONENCIAL


que a torna uma sentença numérica verdadeira. Vamos relembrar
algumas das propriedades da potenciação para darmos continuida- Assim como as equações exponenciais, as inequações são
de: aquelas cujo a variável se encontra no expoente. São representadas
por uma desigualdade > , < , ≤ ou ≥.

Exemplos

Vamos ver o passo a passo para resolução de uma equação ex-


ponencial:

Exemplos Resolução de inequação exponencial

1) 2x = 8 Resolver uma inequação exponencial é achar valores para vari-


1º) Algumas equações podem ser transformadas em outras ável que satisfaça a sentença matemática.
equivalentes, as quais possuem nos dois membros potências de Antes de resolver uma inequação exponencial, deve-se obser-
mesma base. Neste caso o 8 pode ser transformado em potência de var a situação das bases nos dois membros, caso as bases sejam
base 2. Fatorando o 8 obtemos 23 = 8. diferentes, reduza-as a uma mesma base e, em seguida, forme uma
inequação com os expoentes. Atente-se as regras dos sinais:
2º) Aplicando a propriedade da potenciação:  base
iguais, igualamos os expoentes, logo Caso a > 1, mantenha o sinal original.
x=3
Caso 0 < a < 1, inverta o sinal.
2) 2m . 24 = 210
2 m + 4 = 210  m + 4 = 10  m = 10 - 4  m = 6
S = {6}
Exemplos
3) 6 2m – 1 : 6 m – 3 = 64
6 (2m – 1 ) – (m – 3) = 64  2m – 1 – m + 3 = 4  2m – m = 4 + 1 – 3 A) 2x ≥ 128
m=5–3m=2 Por fatoração, 128 = 27.
S = {2} 2x ≥ 27  como as bases são iguais e a > 1, basta formar uma
inequação com os expoentes  x ≥ 7
4) 32x - 4.3x + 3 = 0. S = {x ∈ R | x ≥ 7}
A expressão dada pode ser escrita na forma:
(3x)2 – 4.3x + 3 = 0
Criamos argumentos para resolução da equação exponencial. B)
Fazendo 3x = y, temos:
y2 – 4y + 3 = 0, assim y = 1 ou y = 3 (Foi resolvida a equação do Como as bases são iguais então igualamos os expoentes: x <
segundo grau) 2. E como as bases estão compreendidas entre 0 e 1, inverte-se o
Como 3x= y, então sinal, logo: x > 2.
6 colegioweb.com.br S = {x ϵ R | x > 2}
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
Editora
78
78
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

C) 4x + 4 > 5 . 2x
Perceba que, por fatoração, 4x = 22x e 22x é o mesmo que (2x)².
Vamos reescrever a inequação:
(2x)² + 4 > 5 . 2x
Chamando 2x de t, para facilitar a resolução, ficamos com:
t2 + 4 > 5t
t2 – 5t + 4 > 0, observe que caímos em uma inequação do 2º
grau, resolvendo a equação gerada pela inequação encontramos as
raízes t’ = 1 e t’’ = 4. Como a > 0, concavidade fica para cima e isto
também significa que estamos procurando valores que tornem a
inequação positiva, ficamos com:
t < 1 ou t > 4
Retornando a equação inicial:
t = 2x A Constante de Euler
2x < 1  x < 0  lembre-se que todo número elevado a 1 é É definida por :
igual ao próprio número, e que todo número elevado a zero é igual e = exp(1)
a 1.
2x > 4  2x > 22  x > 2. O número e é um número irracional e positivo e em função da
S = {x ∈ R | x < 0 ou x > 2} definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
FUNÇÃO EXPONENCIAL
A expressão matemática que define a função exponencial é Este número é denotado por e em homenagem ao matemático
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
diferente de 1 e o expoente é uma variável. propriedades desse número.

Função crescente O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer e = 2,7182818284
que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
que a curva da função é crescente. ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

EQUAÇÃO LOGARÍTMICA7

Existem equações que não podem ser reduzidas a uma igual-


Função decrescente dade de mesma base pela simples aplicação das propriedades das
potências. A resolução de uma equação desse tipo baseia-se na de-
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em finição de logaritmo.
todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
é decrescente.
Existem quatro tipos de equações logarítmicas:

1º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois logarit-


mos de mesma base:

7 brasilescola.com
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Ùnico
Editora
79
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = g(x) > 0.

Exemplo

Temos que:
2x + 4 = 3x + 1
2x – 3x = 1 – 4
–x=–3
x=3
Portanto, S = {3}

2º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois logaritmos e um número real:

A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = ar.

Exemplo

Pela definição de logaritmo temos:


5x + 2 = 33
5x + 2 = 27
5x = 27 – 2
5x = 25
x=5
Portanto S = {5}.

3º) Equações que são resolvidas por meio de uma mudança de incógnita:

Exemplo

Vamos fazer a seguinte mudança de incógnita:

Substituindo na equação inicial, ficaremos com:

4º) Equações que envolvem utilização de propriedades ou de mudança de base:

Exemplo

Usando as propriedades do logaritmo, podemos reescrever a equação acima da seguinte forma:

Editora
80
80
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Note que para isso utilizamos as seguintes propriedades:

Vamos retornar à equação:

Como ficamos com uma igualdade entre dois logaritmos, segue que:
(2x + 3)(x + 2) = x2
ou
2x2 + 4x + 3x + 6 = x2
2x2 – x2 + 7x + 6 = 0
x2 + 7x + 6 = 0

x = -1 ou x = - 6

Lembre-se que para o logaritmo existir o logaritmando e a base devem ser positivos. Com os valores encontrados para x, o logaritman-
do ficará negativo. Sendo assim, a equação não tem solução ou S = ø.

INEQUAÇÃO LOGARÍTMICA

A forma de se resolver a inequação logarítmica é a mesma da equação, mas é preciso ter muito cuidado quando a base for 0 < a < 1.
São dois tipos de inequação logarítmica.

1º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre logaritmos de mesma base:

Neste caso há ainda dois casos a considerar

Exemplo
Log3 (2x + 1) ≤ 1
Condição de existência:
2x + 1 > 0 → 2x > – 1 → x > -1/2 (S1)
Veja que no 2º membro da desigualdade não temos um logaritmo. Porém, podemos escrever o número 1 em forma de logaritmo,
dessa forma igualando as bases: 1 = log3 31. A Base 3 foi escrita intencionalmente, para se igualar a base do logaritmo escrito no 1º mem-
bro. Reescrevendo a inequação:
Log3 (2x + 1) ≤ log3 31 → como a > 1 mantem-se a direção inicial do sinal.
2x + 1 ≤ 31 → 2x ≤ 3 – 1
2x ≤ 2 → x ≤ 1.
S = S1 ∩ S2 → a solução final é a interseção das soluções 1 e 2.
S = {x ∈ R / −12 < x ≤ 1}

Editora
81
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre um loga-


ritmo e um número real: SISTEMAS LINEARES

SISTEMA DO 1º GRAU
Para resolver uma inequação desse tipo, basta substituir r por Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
, assim teremos: mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:

Exemplo
log1/2 (x − 7) > log1/2(3x + 1)
Condições de existência: • Resolução de sistemas
x – 7 > 0 → x > 7   (S1) Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos:
3x + 1 > 0 → 3x > – 1 → x > −13 (S2)
• Método da substituição
log1/2(x − 7) > log1/2(3x + 1) → como 0 < a <1 inverte-se a direção Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das
inicial do sinal. incógnitas e substituir na outra equação, veja como:
x – 7 < 3x + 1   → x – 3x < 1 + 7
–2x < 8 → 2x > – 8 →  x > – 4    (S3)
S = S1 ∩ S2 ∩ S3 → a solução final é a interseção das soluções Dado o sistema , enumeramos as equações.
1, 2 e 3.
S = {x ∈ R | x > 7}

FUNÇÃO LOGARÍTMICA Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e


isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2.
Uma função dada por , em que a constante 3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica. solvendo:
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12
Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
20 – y. Logo:
x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)

Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.

Dado o sistema

Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in-


cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
– 3.

Editora
82
82
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Teremos: (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em


um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58
pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas
30 partidas, é igual a
Adicionando as duas equações: (A) 12
(B) 14
(C) 16
(D) 13
(E) 15

Resolução:
Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas
Vitórias: x
equações e substituir o valor de y encontrado:
Empate: y
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
Derrotas: 2
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).
Pelo método da adição temos:
Exemplos:
(SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen-
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
(B) 320
(C) 330
(D) 350 Resposta: E
(E) 370
SISTEMA DO 2º GRAU
Resolução: Utilizamos o mesmo princípio da resolução dos sistemas de
Amarela: x 1º grau, por adição, substituições, etc. A diferença é que teremos
Vermelha: y como solução um sistema de pares ordenados.
Branca: z
x = y + 50 Sequência prática
y = z - 30 – Estabelecer o sistema de equações que traduzam o problema
z = y + 30 para a linguagem matemática;
– Resolver o sistema de equações;
– Interpretar as raízes encontradas, verificando se são compatí-
veis com os dados do problema.

Exemplos:
(CPTM - MÉDICO DO TRABALHO – MAKIYAMA) Sabe-se que o
Substituindo a II e a III equação na I: produto da idade de Miguel pela idade de Lucas é 500. Miguel é
5 anos mais velho que Lucas. Qual a soma das idades de Miguel e
Lucas?
(A) 40.
(B) 55.
(C) 65.
(D) 50.
Substituindo na equação II (E) 45.
x = 320 + 50 = 370
z=320+30=350 Resolução:
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg Sendo Miguel M e Lucas L:
M.L = 500 (I)
Resposta: E M = L + 5 (II)
substituindo II em I, temos:
(L + 5).L = 500
Editora
83
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

L2 + 5L – 500 = 0, a = 1, b = 5 e c = - 500 Exemplo


∆ = b² - 4.a.c
∆ = 5² - 4.1.(-500)
∆ = 25 + 2000
∆ = 2025
x = (-b ± √∆)/2a
x’ = (-5 + 45) / 2.1 → x’ = 40/2 → x’ = 20
x’’ = (-5 - 45) / 2.1 → x’’ = -50/2 → x’’ = -25 (não serve)

Então L = 20
M.20 = 500
m = 500 : 20 = 25 O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
M + L = 25 + 20 = 45 3(blusas)=6 maneiras
Resposta: E
Fatorial
(TJ- FAURGS) Se a soma de dois números é igual a 10 e o seu É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
produto é igual a 20, a soma de seus quadrados é igual a: de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
(A) 30 tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
(B) 40 n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
(C) 50
(D) 60 Arranjo Simples
(E) 80 Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
sequência de p elementos distintos de E.
Resolução:
Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
algarismos distintos podemos formar?

Eu quero saber a soma de seus quadrados x2 + y2


Vamos elevar o x + y ao quadrado:
(x + y)2 = (10)2
x2 + 2xy + y2 = 100 , como x . y=20 substituímos o valor :
x2 + 2.20 + y2 = 100
x2 + 40 + y2 = 100
x2 + y2 = 100 – 40
x2 + y2 = 60
Resposta: D

ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE: PRINCÍPIOS


FUNDAMENTAIS DE CONTAGEM, ARRANJOS, PERMUTA-
ÇÕES, COMBINAÇÕES, BINÔMIO DE NEWTON, CÁLCULO
DE PROBABILIDADES Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
ANÁLISE COMBINATÓRIA Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos 3 elementos tomados 2 a 2.
problemas de contagem.
Indica-se A3,2
Princípio Fundamental da Contagem
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se Permutação Simples
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!
Editora
84
84
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Exemplo Relação de Stifel


Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos Triângulo de Pascal


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Como temos uma letra repetida, esse número será menor.

Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

LINHA 0 1
LINHA 1 1 1
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode- LINHA 2 1 2 1
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com LINHA 3 1 3 3 1
i elementos é chamado combinação simples. LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

Binômio de Newton
Exemplo
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po-
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
Solução
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de


Pascal.
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p,
também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
PROBABILIDADE
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
nominadores é igual ao numerador são iguais:
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

Editora
85
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para Exemplo
cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
E={1,2,3,4,5,6} Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola verme-
lha é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que
No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para não seja vermelha.
cima:
E={Ca,Co} Solução

Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
São complementares.
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
para cima em três lançamentos de uma moeda. vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.

Solução Exemplo
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
há duas possibilidades. um número par ou menor que 5, na face superior?

2x2x2=8 Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)} Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com B={1,2,3,4} n(B)=4
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.

Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um
evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por ,o
evento formado por todos os elementos de E que não pertencem Probabilidade Condicional
a A. É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
evento B, definido por:

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que

Editora
86
86
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver


questões.
M=C+J
M = montante
C = capital inicial
J = juros
Eventos Simultâneos M=C+C.i.n
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos- M=C(1+i.n)
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
JUROS SIMPLES
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em-
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS SIMPLES E COMPOS-
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações
TOS: CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS. TAXAS DE JUROS: NO-
envolvendo juros simples é a seguinte:
MINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL
J = C i n, onde:
E APARENTE. PLANOS OU SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE
J = juros
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS. CÁLCULO FINANCEI-
C = capital inicial
RO: CUSTO REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE FINANCIA-
i = taxa de juros
MENTO, EMPRÉSTIMO E INVESTIMENTO. TAXAS DE
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
RETORNO.
ano...)

Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-


MATEMÁTICA FINANCEIRA ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações qualquer outra combinação de períodos.
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés- balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
nome de juros. qualquer combinação.
Capital Exemplo
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan- Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre- Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
pela tecla PV nas calculadoras financeiras). R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
Taxa de juros e Tempo (A) 5,0%
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro (B) 5,9%
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente (C) 7,5%
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí- (D) 10,0%
odo de tempo a que se refere: (E) 12,5%
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). Resposta Letra “e”.
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: parcela a ser paga de R$45.
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). Aplicando a fórmula M = C + J:
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) 45 = 40 + J
J=5
Montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi- 5 = 40 X i X 1
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo. i = 0,125 = 12,5%
Editora
87
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

JUROS COMPOSTOS Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; isto é, a
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo taxa efetiva?
no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in- Vamos acompanhar através do exemplo
tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
juros também. Taxa Efetiva
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil reais),
Quando usamos juros simples e juros compostos? aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados mensalmente,
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com- a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é taxa Nominal, efetiva
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras mensal e equivalente mensal:
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan-
ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos Respostas e soluções:
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de 1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser capitali-
juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro- zado com a taxa anual.
cesso de desconto simples de duplicatas. 2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas con-
venções: taxa proporcional mensal ou taxa equivalente mensal.
O cálculo do montante é dado por: a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por 12):
12%/12 = 1% a.m.
M = C (1 + i)t b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos R$
1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual aplicada nesse
Exemplo mesmo capital).
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses Cálculo da taxa equivalente mensal:
C = 25000
i = 25%aa = 0,25
i = 72 meses = 6 anos
M = C (1 + i)t
M = 25000 (1 + 0,25)6
M = 25000 (1,25)6 onde:
M = 95367,50 iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
it : taxa para o prazo que eu tenho
M=C+J q : prazo que eu quero
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50 t : prazo que eu tenho

Taxa Nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira
pode ser calculada pela expressão: iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.

Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva mensal

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, a) pela convenção da taxa proporcional:


deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de M = c (1 + i)n
$150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por: M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 M = 1.196,15
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
b) pela convenção da taxa equivalente:
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita confusão na M = c (1 + i)n
Matemática Financeira são os conceitos de taxa nominal, taxa efe- M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296
tiva e taxa equivalente. Até na esfera judicial esses assuntos geram M = 1.185,29
muitas dúvidas nos cálculos de empréstimos, financiamentos, con-
sórcios e etc. NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é equivalente
Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria das a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante utilizando a taxa anual,
vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, não são apre- neste caso teremos que transformar 18 (dezoito) meses em anos
sentados de uma maneira clara. para fazer o cálculo, ou seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
M = c (1 + i)n
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta não é M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297
realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é uma taxa “sem M = 1.185,29
efeito”). A capitalização (o prazo de formação e incorporação de ju-
ros ao capital inicial) será dada através de outra taxa, numa unidade
de tempo diferente, taxa efetiva.
Editora
88
88
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Conclusões: Substituindo S1 e S2 , vem:


– A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no cálculo do P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
montante. Normalmente a taxa nominal vem sempre ao ano! Daí então, vem que:
– A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é aquela que (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
foi utilizado para cálculo do montante. Pode ser uma taxa propor- in = taxa de juros nominal
cional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa equivalente mensal (0,949 % j = taxa de inflação no período
a.m.). r = taxa real de juros
– Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em se tra-
tando de concursos públicos, a grande maioria das bancas exami- Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j =
nadoras utilizam a convenção da taxa proporcional. Em se tratando 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
do mercado financeiro, utiliza-se a convenção de taxa equivalente.
Exemplo
Taxa Equivalente Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco
Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao mes- empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00.
mo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem montantes Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pe-
iguais. Essas taxas devem ser observadas com muita atenção, em al- de-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
guns financiamentos de longo prazo, somos apenas informados da Teremos que a taxa nominal será igual a:
taxa mensal de juros e não tomamos conhecimento da taxa anual in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =
ou dentro do período estabelecido, trimestre, semestre entre ou- 25%
tros. Uma expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos Portanto in = 25%
fornece a equivalência de duas taxas é: Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10,
1 + ia = (1 + ip)n, onde: substituindo na fórmula anterior, vem:
ia = taxa anual (1 + in) = (1+r). (1 + j)
ip = taxa período (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
n: número de períodos 1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Observe alguns cálculos: Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês? Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 para a taxa real de juros:
1 + ia = (1 + 0,02)12 (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1 + ia = 1,0212 1,25 = (1 + r).1,30
1 + ia = 1,2682 1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
ia = 1,2682 – 1 Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos
ia = 0,2682 uma taxa real de juros negativa.
ia = 26,82%
A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de 26,82%. Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00
As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa anual nesse ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%, qual a taxa
caso seria calculada da seguinte forma: 2% x 12 = 24% ao ano. Como real do empréstimo?
vimos, esse tipo de cálculo não procede, pois a taxa anual foi calcu- Resposta: 25%
lada de forma correta e corresponde a 26,82% ao ano, essa variação
ocorre porque temos que levar em conta o andamento dos juros Taxas Proporcionais
compostos (juros sobre juros). Para se compreender mais claramente o significado destas ta-
xas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois prazos:
Taxa Real – o prazo a que se refere à taxa de juros; e
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interes- – o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO,
sante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser inclusive, 2001).
negativas.
Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e ditas proporcionais quando seus valores e seus respectivos perío-
real. Para isto, vamos supor que um determinado capital P é aplica- dos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma pro-
do por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in porção. (PARENTE, 1996).
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de Exemplos
inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido Prestação = amortização + juros
por esta taxa acarretaria um montanteS2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a se-
montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então escrever: guir.
S1 = S2 (1 + r) Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas
Editora
89
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mesmo exercí- A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitali-
cio:uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e zação por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
juros de 3% ao mês. n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
Pagamento único 0 - - - 100.000,00
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um úni- 1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
co pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma fórmula do
montante: 2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -
Nos juros simples:
M = C (1 + i×n) Sistema de Amortização Misto (SAM)
M = montante É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas
C = capital inicial anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:
i= taxa de juros
n = período PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Nos juros compostos:


M = C (1+i)n n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
M = montante 0 - - - 100.000,00
C = capital inicial 1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
i = taxa de juros
n = período 2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -
Nos juros simples:
Sistema de Amortização Crescente (SACRE)
N° Juros Amortização Prestação Saldo devedor Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma
das formas utilizadas para o cálculo das prestações dos financia-
0 - - - 100.000,00
mentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações,
1 3.000,00 - - 103.000,00 a metodologia do sistema de amortização constante (SAC) anual,
2 3.000,00 - - 106.000,00 desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é
incluída posteriormente, resultando em uma amortização variável.
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 - Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois
pode resultar em amortizações decrescentes, dependendo da ocor-
Nos juros compostos: rência de TR com valor muito baixo.

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor Sistema Alemão


Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais,
0 - - - 100.000,00 exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momento “zero”)
1 3.000,00 - - 103.000,00 já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a pri-
meira amortização e as seguintes são definidas pelas três seguintes
2 3.090,00 - - 106.090,00
fórmulas:
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -
PMT = _ Vp.i_
Sistema Price (Sistema Francês) 1- (1+i)n

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do PMT = valor da prestação
período do desembolso das prestações. A fórmula para encontrar- VP = valor inicial do empréstimo
mos a prestação é dada a seguir: i = taxa de juros
n = período
PMT = VP . _i.(1+i)n_ (1+i)n -1

PMT = valor da prestação A1 = PMT . (1- i)n-1


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros A1 = primeira amortização
n = período PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1_

Editora
90
90
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

(1- i)

An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)


An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do cálculo e serão
desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão aritmética,
em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra de amortização que permanece
constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros, amor-
tizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é
decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se o valor do principal pelo número
de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.

O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica do SAC é que
ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amortização é sempre o mesmo,
o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais
rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês (em juros sim-
ples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula
é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC
fica:
Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Editora
91
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro. Sendo assim, o juro
é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as prestações. A soma das prestações
é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.

Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitalização por juros
compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas se equivale. Vejam: no nosso
exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês (regime de juros compostos) ou 9,27% no
acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.912,62) (35.275,08) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)
2 - (2.827,79) (33.305,05) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)
3 (100.000,00) (94.259,59) (31.419,87) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)
VPL - - - - - (173,09)

Editora
92
92
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo. Isso seria uma
situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto menor (em módulo) o VPL,
melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir, teremos como
custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais barato do que uma aplicação no
mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento
único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS

Do ponto de vista da análise econômico-financeira, um projeto de investimento é qualquer atividade produtiva de vida limitada, que
implique na mobilização de alguns recursos na forma de bens de produção, em determinado momento, na expectativa de gerar recursos
futuros oriundos da produção. Esse tipo de conceituação pressupõe a possibilidade de quantificação monetária dos insumos e produtos
associados ao projeto (Noronha e Duarte8).

8 NORONHA, J. F. e DUARTE, L. Avaliação de projetos de investimentos na empresa agropecuária. In: AIDAR, A. C. K. Administração Rural. São Paulo: Paulicéia,
1995.
Editora
93
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Para Gitman9 na análise de qualquer projeto se faz necessário Empresas de grande porte costumam usar o período de payba-
uma abordagem de viabilidade econômico-financeira. Para isso, se ck para avaliar projetos de baixo valor, enquanto as pequenas cos-
faz importante o entendimento do timing dos fluxos de caixa des- tumam utilizá-lo para a maioria de seus projetos. A popularidade
tes, ou seja, o valor do dinheiro no tempo, que é baseado na ideia do método resulta da simplicidade de cálculo e do apelo intuitivo.
de que uma unidade monetária hoje vale mais do que uma outra Também é interessante por considerar os fluxos de caixa, e não o
que será recebida em uma data futura. Isso explica porque deseja- lucro contábil.
-se receber o quanto antes e pagar o mais tarde possível uma deter- Critérios de decisão do Payback
minada quantia que não será reajustada ao longo do tempo.
Quando usamos o período de payback para tomar decisões de
A análise e avaliação de projetos de investimento está intima- aceita-rejeição, aplicam-se os seguintes critérios de decisão:
mente ligada a gestão financeira que tem como principal objetivo - Se o período de payback for menor do que o período máximo
maximizar o valor do empreendimento, ou seja maximização da ri- aceitável de payback, aceitar o projeto.
queza dos proprietários, que depende da distribuição no tempo dos - Se o período de payback for maior do que o período máximo
fluxos de caixa de seus investimentos. aceitável de payback, rejeitar o projeto.

Técnicas de Análise e Avaliação de Projetos de Investimento A duração do período máximo aceitável é fixado subjetivamen-
te, com base em uma série de fatores, inclusive o tipo do projeto
Existem diversas técnicas (também conhecidas como métodos) (expansão, substituição, renovação ou outros), percepção do risco
para realizar análise e avaliação de projetos de investimentos que do projeto e relação percebida entre o período de payback e o va-
consideram o valor do dinheiro no tempo e a verificação de opor- lor da ação. Trata-se, simplesmente, de um valor que se acredita
tunidades de obter resultados positivos por meio da avaliação dos que, em média, resultará em decisões de investimento geradoras
fluxos de caixa. de valor.
Por existirem várias áreas na avaliação existe também espaço O critério de decisão com o payback pode ser aplicado tanto a
para discórdia, entre estas: a estimativa dos fluxos de caixa e do cus- projetos únicos quanto a projetos concorrentes.
to de oportunidade. Ou seja, mesmo que os modelos de avaliação
sejam quantitativos, a avaliação possui aspectos subjetivos. Isso faz - Projeto Único: deve-se definir um tempo máximo aceitável.
com que, por exemplo, dois analistas possam através da utilização Após definido esse tempo, se o projeto tiver um payback inferior ao
das mesmas técnicas chegarem a conclusões diferentes com rela- máximo aceitável, aceita-se o projeto, senão, rejeita-se.
ção à avaliação de um projeto de investimento.
As abordagens mais comuns envolvem a interação de procedi- - Projetos Correntes: com dois ou mais projetos que são exclu-
mentos de valor do dinheiro no tempo, considerações quanto ao dentes, deve-se escolher apenas o melhor, ou seja, o que tem me-
risco e retorno e conceitos de avaliação para selecionar a riqueza nor payback, tendo, portanto, o retorno mais rápido.
dos proprietários, onde se destacam três principais técnicas:
Atenção Candidato(a)
- Métodos não exatos - Período de Recuperação do Investi-
mento (Payback); Para que você possa compreender da melhor forma a aplicação
- Valor Presente Líquido (VPL); da técnica de Payback, utilizaremos a aplicação no fluxo de caixa do
- Taxa Interna de Retorno (TIR). Projeto A a seguir

Métodos não exatos: Período de Recuperação do Investimento Fluxo de Caixa – Projeto A:


(Payback) Investimento Inicial (data zero) R$ 400.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Os períodos de payback são normalmente usados para avaliar Ano 1: R$ 100.000,00
propostas de investimento de capital. O período de payback é o Ano 2: R$ 150.000,00
tempo necessário para que a empresa recupere o investimento ini- Ano 3: R$ 150.000,00
cial em um projeto, calculado a partir das entradas de caixa. Quanto Ano 4: R$ 250.000,00
mais rápido o retorno, menor o payback e melhor o projeto. Assim, Ano 5: R$ 350.000,00
o payback sempre deve ser mensurado em tempo – dias, semanas,
meses, anos –, quanto menor o tempo de retorno, mais interessan- Período máximo: O período máximo estipulado para o retorno
te será o investimento. Essa técnica é bastante conhecida, sendo do Projeto A é de 4 anos.
até repetida popularmente – “o tempo para recuperar o investi-
mento” –, exatamente a ideia do payback. Para facilitar o entendimento do Payback foi construída a tabela
abaixo com o valor do investimento inicial, os períodos, o fluxo de
cada período (as entradas ou saídas operacionais) e o valor acumu-
lado dos fluxos de caixa.

9 GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 2 ed. Porto Alegre:


Bookman, 2001.
Editora
94
94
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

No momento em que o valor acumulado dos fluxos de caixa atingir o valor do investimento inicial, atingiu-se o payback, ou seja, o
investimento retornou os recursos utilizados, ou ainda, “recuperou-se o capital investido”.
O payback do projeto é de três anos, pois esse é o tempo necessário para retornar o valor do investimento inicial de R$ 400.000,00,
sendo inferior ao período máximo estipulado. Com base nesse resultado o projeto A deve ser aprovado com base na técnica de payback.

Principais falhas do payback

- Despreza o custo do dinheiro, ou seja, não compara o investimento realizado com possíveis ganhos em outros investimentos, tais
como aplicações financeiras, podendo levar o investidor a escolher projetos de retorno muito mais longos do que seria necessário.
- O payback considera que todos os investimentos analisados possuem o mesmo risco, desprezando a análise de risco de cada um. As-
sim, um investidor, utilizando o payback, pode escolher um projeto muito mais arriscado que outro, sem ter uma recompensa significativa
no retorno por esse risco adicional, ou seja, ele não foi levado a fazer a escolha mais racional possível.
- Não considera os fluxos de caixa após o período de payback, pois ele só analisa o investimento até este ser recuperado pelo investidor,
ou seja, ao atingir-se o tempo de payback, cessa-se a análise, desprezando todos os fluxos de caixa posteriores.

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Existem grandes controvérsias quanto a como calcular esta taxa. Alguns autores afirmam que a taxa de juros a ser usada pela engenha-
ria econômica é a taxa de juros equivalente à maior rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Uma proposta de investimen-
to, para ser atrativa, deve render, no mínimo, esta taxa de juros.
Outro enfoque dado a TMA é a de que deve ser o custo de capital investido na proposta em questão, ou ainda, o custo de capital da
empresa mais o risco envolvido em cada alternativa de investimento. Naturalmente, haverá disposição de investir se a expectativa de ga-
nhos, já deduzido o valor do investimento, for superior ao custo de capital. Por custo de capital, entendesse a média ponderada dos custos
das diversas fontes de recursos utilizadas no projeto em questão.

Qual deve ser a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)?


Existem algumas possibilidades bastante úteis para a definida:
Taxa de retorno da aplicação financeira: supõe que o custo de oportunidade seja o de deixar os recursos aplicados em investimentos
de baixo risco (renda fixa);
Taxa de captação de empréstimos: supõe que a empresa não possua os recursos para investir e, assim, será obrigada a captar um
empréstimo. Considera o custo de oportunidade de forma mais conservadora que a taxa de aplicação.

Valor Presente Líquido (VPL)10

O valor presente líquido, também conhecido pela terminologia Valor Atual, caracteriza-se, essencialmente, pela transferência para
o instante presente de todas as variações de caixa esperadas, descontadas à taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, seria o
transporte para a data zero de um diagrama de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e desembolsos esperados, descontados à taxa
de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e quanto maior o valor positivo, mais atrativa é a proposta.

n
F
C t
VPL = ∑ − I0
Onde: t =1 (1 + k )t
– valor presente das entradas de caixa;
– investimento inicial;
10 http://www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/Engecon2/CAP3EEA.pdf
Editora
95
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

– taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);


– tempo de desconto de cada entrada de caixa;
- tempo de desconto do último fluxo de caixa.

Exemplo
Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos operacionais excessivamente elevados numa linha de pro-
dução, em decorrência da utilização de equipamentos velhos e obsoletos.
Os engenheiros responsáveis pelo problema propuseram à gerência duas soluções alternativas.
A primeira consistindo numa reforma geral da linha, exigindo investimentos estimados em $ 10.000, cujo resultado será uma redução
anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos, após os quais os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual.
A segunda proposição foi a aquisição de uma nova linha de produção no valor de $ 35.000 para substituir os equipamentos existentes,
cujo valor líquido de revenda foi estimado a $ 5.000. Esta alternativa deverá proporcionar ganhos de $ 4.700 por ano, apresentando ainda
um valor residual de $ 10.705 após dez anos.
Sendo a TMA para a empresa igual a 8% ao ano, qual das alternativas deve ser preferida pela gerência?

1º Projeto - reforma geral da linha


- Investimentos estimados em $ 10.000
- Resultado será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos,
- Os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual.

2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção


- Investimentos no valor de $ 35.000- para substituir os equipamentos existentes
- ganhos de $ 4.700 por ano,
- Valor residual de $ 15.705 após dez anos.
- TMA para a empresa igual a 8% ao ano,

1º Projeto – reforma geral da linha

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO é de R$ 3.420,16, este valor é considerado o Benefício líquido do projeto, pois já descontamos o
valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

Explicações da tabela:

Coluna 1 – Datas - data zero em economia consideramos a data do Valor presente. As outras datas são exatamente a vida útil do pro-
jeto (maquinários e outros bens relacionados),

Coluna 2 – Valores R$ - R$ 10.000,00 é o investimento – valor negativo para representar que este dinheiro sairá do caixa da empresa
para o projeto. Os outros valores R$ 2.000,00 do ano 1 ao ano 10 é exatamente os valores de redução de custo se o projeto for implantado.

Editora
96
96
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Coluna 3 – Item – são a nomenclatura respectivas de investimentos e redução de custo – neste caso podemos também lançar como
retorno dependendo do caso.

Coluna 4 – Fator de Cálculo - o fator de cálculo utilizado para análise de investimento é baseado na metodologia de JURO COMPOSTO,
lembra-se?

É claro que esta formula é do montante, mas em nosso caso, neste item vamos usar somente o fator.

(1+ i)
n
V
F =V
P
Então o que é fator de cálculo a juro composto? É exatamente - uma mais taxa elevado ao período respectivo, como segue:

(1+ i)
n

Para que serve então o fator de cálculo? Serve para “trazer para a data presente um valor que está no futuro”!
É evidente que se dividirmos um valor pelo seu respectivo fator teremos como resulta o valor presente. Se multiplicarmos teremos o
respectivo valor futuro. Entendeu? Grande dica para concursos.

Coluna 5 - VP – valor presente respectivo de cada ano, ou seja estamos calculando aqueles valores que a empresa terá no futuro, veri-
ficando qual será seu respectivo valor na data zero - valor presente, ...ok?

V
F
VP =
(1+ i)
n

Coluna 6 – Saldos R$ – calculamos o respectivo saldo em cada ano. Ou seja, teremos que “pagar os investimentos efetuados pela em-
presa”, então temos que ir pagando de acordo com as entradas de caixa ou neste caso será a redução de custos, entendeu?
Quando o saldo se transforma em positivo é sinal que conseguimos cobrir o valor dos investimentos, portanto fique alerta neste perí-
odo temos a viabilidade do projeto.
Podemos também utilizar a formula do valor presente líquido para cálculo direto:

n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL = ∑ 1,08
t =1
1
+
8 2
1,0
+
8 3
1,0
+
8 4
1,0
+
8 5
1,0
....n − 1
0 .000

n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL = ∑
t =1 1,0
8
+
1,166
+
1,259
+
1,3
6
+
1,469
.....n − 1
0 .000

VPL 13 .420,1
6 1
0 .000 3.420,1
6

Editora
97
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO é de R$ 3.811,84, este valor é considerado o Benefício líquido do projeto, pois já descontamos o
valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL = ∑ + + + + ....n − 35 .000
t =1 1,08 1 1,08 2 1,08 3 1,08 4 1,08 5
n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL = ∑ + + + + .....n − 35 .000
t =1 1,08 1,166 1,259 1,36 1,469
VPL = 38 .811,24 − 35000 = 3.811,84
Taxa Interna de Retorno – TIR
A Taxa Interna de Retorno, ou TIR, é uma medida bastante utilizada no orçamento de capital. A TIR é uma medida da taxa de rentabili-
dade. Por definição, é uma taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial. Simplificando,
é uma taxa de desconto que torna o VPL igual à zero.
A TIR é um método similar ao VPL, ou seja, utiliza a mesma lógica de cálculo, contudo, apresenta os resultados em porcentagem, e não
em valores monetários. Dessa forma, é bastante popular, uma vez que muitos investidores preferem mensurar retornos em porcentagens,
e não em valores absolutos. Esse método também é conhecido por seu nome em inglês, ou seja, Internal Rate of Return, cuja sigla utilizada
é IRR.

Critérios de decisão da TIR


A TIR encontrada no cálculo não é o suficiente para definir se um investimento deve ser aceito ou não, já que essa taxa pode ser alta
ou baixa, dependendo do referencial adotado.
Assim, da mesma forma que o VPL, faz-se necessário utilizar a TMA, taxa mínima de atratividade, parâmetro de comparação para acei-
tar ou não um projeto de investimento. Dessa forma, se:

TIR > TMA – aceita-se o projeto;


TIR < TMA – rejeita-se o projeto.

A TIR deve ser usada em relação aos tipos de projetos, ou seja, projetos únicos ou projetos concorrentes, da seguinte forma:

Editora
98
98
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Projeto Único: estabelecer uma taxa mínima de atratividade. Se a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade, aceitar o projeto,
se for menor, rejeitá-lo.

Projetos Concorrentes: calcular a TIR de cada projeto e escolher a maior, mas estabelecendo, da mesma forma que no projeto único,
uma taxa mínima de atratividade. Caso as TIRs dos dois projetos sejam menores que essa taxa, o dois projetos devem ser rejeitados.

De acordo com Hoji11, a TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e recebimentos (entradas), que tem a
função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada valor
do fluxo de caixa para uma data focal (data base de comparação de valores correntes de diversas datas).
Geralmente, adota-se a data de início da operação – momento zero – como a data focal de comparação dos fluxos de caixa (Neto12). A
soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal, para se anularem (Hoji).

A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL (Valor Presente Líquido – outro
método de análise de investimentos) é possivelmente a técnica sofisticada mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos.
Como a TIR é a taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já que o valor presente
das entradas de caixa é igual ao investimento inicial), matematicamente, a TIR é obtida resolvendo-se a Equação 1 para o valor de k que
torne o VPL igual a zero (Gitman13).

n
F
C t
VPL = ∑ − I0 (01)
t =1 (1 + k ) t
n
FC t
0=∑ − I0 (02)
t =1 (1 + TIR)t
Onde: FCt – valor presente das entradas de caixa;
– investimento inicial;
–taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa), será utilizada a – Taxa Interna de Retorno.
– tempo de desconto de cada entrada de caixa;
- tempo de desconto do último fluxo de caixa.

Para realização do cálculo da TIR iremos utilizar os seguintes dados:

Fluxo de Caixa do Projeto:


Investimento Inicial (data zero) R$ 145.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Ano 1: R$ 71.000,00
Ano 2: R$ 74.000,00
Ano 3: R$ 80.000,00
Ano 4: R$ 50.000,00

Nessa situação, o investimento requer somente um desembolso de caixa no momento inicial, e o cálculo da IRR é desenvolvido no
momento inicial, e o cálculo da TIR é desenvolvido da seguinte maneira:

Desta forma, a taxa interna de retorno calculada é de 33,09% ao ano. Isto significa que, ao se descontar os vários fluxos previstos de
caixa por esta TIR, o resultado atualizado será exatamente igual ao montante do investimento (R$ 145.000,00), denotando se por conse-
guinte, a rentabilidade do projeto.
11 HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem pratica. 5ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006. 525.
12 NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e Suas Aplicações. 9ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006. 448p.
13 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 7ª ed. São Paulo: HARBRA, 2002. 841 p.
Editora
99
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

A TIR e a Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo


Se o investimento em ilustração fosse realizado em duas parcelas (R$ 100.000,00 no ato e R$ 45.000,00 no ano seguinte) e os benefí-
cios de caixa começassem a ocorrer a partir do próximo ano, a taxa interna de retorno seria reduzida para 23,91% ao ano.

A formulação para o cálculo da TIR apresenta-se:

Observa-se que a taxa interna de retorno decresce comparativamente à situação anterior devido ao diferimento mais que proporcional
dos benefícios de caixa em relação ao padrão de dispêndio de capital. A taxa de desconto que produz um NPV = R$ 0 é a IRR do investi-
mento.

Atenção Candidato(a):

O cálculo manual da TIR a partir da equação envolve uma técnica complexa de tentativa e erro que testa, logicamente, diversas taxas
de desconto, até encontrar aquela que faz com que o valor presente das entradas de caixa do projeto seja idêntico ao investimento inicial
(ou seja, VPL igual a R$ 0,00).
Sendo assim você deverá substituir por um possível valor percentual da TIR até que seja de fato encontrado o correto, essa
situação ocorre tanto para o cálculo da TIR com um único investimento inicial no fluxo de caixa, quanto para duas ou mais parcelas de
investimentos como apresentado acima (A TIR e a Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo).

Valor anual uniforme equivalente

Este método procura encontrar uma série anual uniforme equivalente de um fluxo de caixa do investimento, considerando uma dada
taxa mínima de atratividade. Esse método pode ser utilizado também para converter o desembolso de um fluxo de caixa e os seus benefí-
cios no custo anual uniforme equivalente e no benefício anual uniforme equivalente, respectivamente. Assim, uma vez transformados os
custos e os benefícios de um fluxo de caixa em seus respectivos valores anuais uniforme equivalente podemos compará-los.

em que
  = Fluxo de Caixa do Projeto;
   = Taxa de Juros do Projeto;
   = Tempo de Vida do Projeto.
sendo que o primeiro termo do lado direito da expressão é o valor atual de um fluxo de caixa e o segundo termo é o fator de recupe-
ração do capital de uma série uniforme.

QUESTÕES

1. (CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia) Um casal está muito apaixonado, mas devido à distância de suas casas
e ao regime de trabalho dos dois, eles não conseguem se encontrar com a frequência de que gostariam. A moça só tem folga aos sábados,
e o rapaz trabalha três dias seguidos, folgando no quarto dia.
Se hoje é terça-feira e é dia de folga do rapaz, quantas folgas dele cairão no sábado nos próximos 365 dias?
Alternativas
(A) 4
(B) 8
(C) 12
(D) 13
(E) 15

Editora
100
100
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2. (CESGRANRIO - 2012 - EPE - Assistente Administrativo) As 6. (CESGRANRIO - 2013 - Banco da Amazônia - Técnico Bancário
luzes de um semáforo alternam entre amarelo (atenção), vermelho - 1) Suponha que a taxa de câmbio entre reais (R$) e dólares (US$)
(fechado) e verde (aberto), nessa ordem. Os tempos de cada etapa seja de 2 R$/US$, e a taxa de câmbio entre libras (£) e dólares seja
são respectivamente iguais a 3 s, 30 s e 45 s. de 0,50 £/US$. Deduz-se que a taxa de câmbio entre reais e libras,
em R$/£, é de
Se o semáforo fechou exatamente às 9h 36min 12s, ele esteve Alternativas
aberto quando eram (A) 0,5
Alternativas (B) 1
(A) 9h 33 min 55 s (C) 2
(B) 9h 34 min 2 s (D) 3
(C) 9h 34 min 12 s (E) 4
(D) 9h 35 min 15 s
(E) 9h 35 min 20 s 7. (CESGRANRIO - 2016 - ANP - Técnico em Regulação de Pe-
tróleo e Derivados - Especialidade Geral) Os faturamentos de uma
3. (CESGRANRIO - 2012 - Petrobras) empresa nos três primeiros trimestres de 2015 foram confirmados
e são dados a seguir.

1º Trimestre: R$ 1.000.000,00
2º Trimestre: R$ 3.000.000,00
3º Trimestre: R$ 5.000.000,00 O faturamento da empresa pre-
visto para o 4o Trimestre é de R$ 6.000.000,00.
Dois números reais não nulos, representados na reta, são iden-
A média aritmética dos quatro faturamentos foi calculada e
tificados pelas letras P e M.
considerada como uma previsão em um relatório de final de ano,
Se a distância PM é √50, o número identificado pela letra M é
sendo representada por Mprov.
Alternativas
A média aritmética dos quatro faturamentos trimestrais con-
(A) √15
firmados será 20% maior do que Mprov se o faturamento do 4º
(B) √18
Trimestre for maior do que o previsto em
(C) √24
Alternativas
(D) √42
(A) 20%
(E) √98
(B) 25%
(C) 40%
4. (CESGRANRIO - 2016 - ANP) Uma determinada solução é a
(D) 50%
mistura de 3 substâncias, representadas pelas letras P, Q e R. Uma
(E) 80%
certa quantidade dessa solução foi produzida, e sua massa é igual à
soma das massas das três substâncias P, Q e R, usadas para compô-
8. (CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR) Em
-la. As massas das substâncias P, Q e R dividem a massa da solução
um determinado concurso, a nota final de cada candidato é calcu-
em partes diretamente proporcionais a 3, 5 e 7, respectivamente.
lada por meio da média aritmética ponderada das notas de quatro
provas: Matemática, Português, Informática e Inglês. A Tabela a se-
A que fração da massa da solução produzida corresponde a
guir mostra os pesos de cada prova e as notas de um candidato em
soma das massas das substâncias P e Q utilizadas na produção?
três delas, pois ele desconhece sua nota na prova de Inglês.
Alternativas
(A) 1/2
(B) 2/3
(C) 12/35
(D) 8/15
(E) 10/21

5. (CESGRANRIO - 2013 - Banco da Amazônia) Os comprimen-


tos de uma mesa e de uma bancada são, respectivamente, iguais a Supondo que esse candidato tenha recebido nota x na prova de
204 centímetros e 7,5 metros. Inglês, a sua nota final será dada por
A razão entre o comprimento da mesa e o comprimento da
bancada, quando ambos são escritos em uma mesma unidade, é Alternativas
Alternativas (A) 44 + 2x / 4
(A) 17/625 (B) 21+ x /8
(B) 5/136 (C) 22 + 2x /4
(C) 68/125 (D) 44 + x /8
(D) 34/125 (E) 22 + x /4
(E) 136/5
Editora
101
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

9. (CESGRANRIO - 2011 - Petrobras - Técnico de Comercializa- 13. (CESGRANRIO - 2012 - BR Distribuidora - Técnico(a) de Ad-
ção Logística Júnior) O gerente de uma distribuidora de combus- ministração e Controle Júnior) Considere que carros novos, 0 km,
tíveis verificou que seus custos fixos são de R$ 170.000,00 e seus desvalorizam 20% no primeiro ano e 10% nos anos seguintes. Uma
custos variáveis são de R$ 1,79 por litro de combustível. Sabendo-se pessoa comprou dois carros, um básico 0 km e um completo com 1
que o preço de venda do combustível pela transportadora é de R$ ano de uso. Daqui a dois anos, ela deve vender os dois carros pelo
2,13 por litro de combustível, o ponto de equilíbrio da distribuidora, mesmo preço.
em litros de combustível, é de
Alternativas Qual a razão entre o preço do carro 0 km e o preço do carro
(A) 79.813 usado comprado por essa pessoa?
(B) 94.973 Alternativas
(C) 257.576 (A) 8/9
(D) 304.300 (B) 9/8
(E) 500.000 (C) 7/8
(D) 8/7
10. (CESGRANRIO - 2018 - Banco da Amazônia - Técnico Bancá- (E) 13/12
rio) Quando começou a pensar na construção de relacionamentos
de longo prazo com clientes, o diretor de uma empresa precisou 14. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Geofísico Júnior - Geolo-
determinar qual seria o valor financeiro desses relacionamentos no gia) Um estudo indicou que a população P(t) de uma determinada
longo prazo. espécie, dada em milhares de indivíduos, pode ser modelada pela
seguinte função:
Pressupondo-se que um ciclo de vida médio, para clientes ban-
cários Pessoa Jurídica, é de 20 anos e que cada cliente desses gera,
aproximadamente, negócios mensais de R$ 3.000,00, o valor de
cada cliente bancário Pessoa Jurídica é de
em que t é dado em décadas contadas a partir do início do es-
Alternativas tudo.
(A) 60.000,00
(B) 120.000,00 Considerando esse modelo, o valor mais próximo do número
(C) 360.000,00 de décadas, contadas a partir do início do estudo, necessário para
(D) 600.000,00 que essa população atinja a metade de sua capacidade de suporte
(E) 720.000,00 é igual a

11. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Engenheiro Júnior - Dado


Análise de Projetos de Inverstimentos) O custo total médio de uma ln 2 = 0,693
empresa é de R$ 10,00 por unidade produzida, sendo o nível de
produção de 100 unidades/dia. Se o nível de produção aumentasse Alternativas
para 101 unidades/dia, o custo total médio seria R$ 9,95/unidade. (A) 3,1
No nível de produção de 100 unidades por dia, o custo marginal (B) 3,4
é (C) 3,9
Alternativas (D) 4,2
(A) maior que R$ 10,00/unidade (E) 4,8
(B) menor que R$ 10,00/unidade
(C) de R$ 9,95 a R$ 10,00/unidade 15. (CESGRANRIO - 2009 - EPE - Assistente Administrativo) Se-
(D) igual a R$ 10,00/unidade jam x, y e k números reais. Para que a reta dada pela equação y – x
(E) igual a R$ 9,95/unidade = k (k constante) seja tangente à parábola de equação y = 2x2 + 1, o
valor de k deve ser um número entre
12. (CESGRANRIO - 2012 - BR Distribuidora - Técnico(a) de Ad- Alternativas
ministração e Controle Júnior) Para evitar a falta de etanol no mer- (A) – 1 e 0
cado, o governo decidiu diminuir o teor de etanol na gasolina de (B) 0 e 1
25% para 20%. Um carro, cujo tanque está com três quartos da sua (C) 1 e 2
capacidade ocupados por gasolina com o teor antigo, terá seu tan- (D)2 e 3
que completado com gasolina no teor novo, definido pelo governo. (E) 3 e 4
Após ser abastecido, o teor de etanol do composto no tanque
desse carro será de
Alternativas
(A) 45%
(B) 25%
(C) 23,75%
(D) 22,5%
(E) 20%
Editora
102
102
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

16. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Geofísico Júnior - Física) 20. (CESGRANRIO - 2012 - Petrobras - Todos os Cargos - Grupo
Considere a curva definida por y = 3x2 no intervalo [0, 10]. O ponto F - Técnico de Nível Médio) Para que o sistema linear
desta curva que mais se aproxima da reta y = 3x - 10 tem abscissa
igual a
Alternativas
(A) 0,5
seja impossível, é necessário que
(B) 2,5
(C) 2,8
Alternativas
(D) 3,0
(A) k ≠ 27
(E) 3,5
(B) k = 9
(C) k ≠ 9
17. (CESGRANRIO - 2015 - Petrobras - Profissional Júnior - En-
(D) k = 81
genharia de Produção) Considere as informações a seguir para res-
(E) k ≠ 81
ponder à questão.
Um fazendeiro pretende cultivar x kg de milho, y kg de arroz e z
kg de feijão. Por experiência, o fazendeiro sabe que a produtividade
21. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercia-
de sua terra é de 0,2 kg de milho por m2 cultivado, 0,4 kg de arroz
lização e Logística Júnior - Comércio e Suprimento) Considere um
por m2 cultivado e 0,4 kg de feijão por m2 cultivado. Cada tipo de
conjunto de 10 empresas, denominadas A, B, C, D, E, F, G, H, I e J.
cultura demanda uma certa quantidade de água: 5,5 litros por hec-
Um analista precisa escolher quatro dessas empresas para distribuir
tare para o milho, 4 litros por hectare para o arroz e 3,5 litros por
quatro serviços diferentes, um para cada uma escolhida. Após uma
hectare para o feijão. Há a disponibilidade de 0,02 litros de água
análise técnica, decidiu que exatamente duas das três primeiras
por metro quadrado disponível para cultivo. A área disponível para
empresas — A, B e C — deveriam fazer quaisquer dois serviços den-
cultivo é de 10 hectares.
tre os quatro disponíveis. Os outros dois serviços que sobrassem
A inequação que representa a restrição associada à área dispo-
seriam distribuídos entre duas das sete outras empresas restantes.
nível para o cultivo é
Nessas condições, o número de possibilidades diferentes para
Alternativas
essa distribuição de serviços é igual a
(A) 50x + 25y + 25z ≤ 100.000
Alternativas
(B) 50x + 25y + 25z ≤ 4
(A) 1724
(C) 2x + y + z ≤ 40.000
(B) 1692
(D) 2x + y + z ≤ 100.000
(C) 1584
(E) 2x + y + z ≤ 4
(D) 1512
(E) 1294
18. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Administrador) Em uma
festa comunitária, uma barraca de tiro ao alvo dá um prêmio ao
22. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercia-
cliente de R$ 30,00, cada vez que o mesmo acerta a área central do
lização e Logística Júnior - Transporte Marítimo) De um quadro de
alvo. Caso contrário, o cliente paga R$ 10,00. Um indivíduo deu 50
profissionais com quatro engenheiros e cinco técnicos pretende-se
tiros e pagou R$ 100,00. Nessas condições, o número de vezes que
formar um grupo de cinco profissionais com, pelo menos, um enge-
ele ERROU o alvo foi
nheiro e um técnico.
Alternativas
Nessas condições, quantas possibilidades diferentes existem
(A) 10
de formação desse grupo de cinco profissionais?
(B) 20
Alternativas
(C) 25
(A) 19
(D) 35
(B) 20
(E) 40
(C) 120
(D) 125
19. (CESGRANRIO - 2013 - BR Distribuidora - Técnico de Supri-
(E) 126
mento e Logística Júnior) Ao comprar seis balas e um bombom, Jú-
lio gastou R$ 1,70. Se o bombom custa R$ 0,80, qual é o preço de
cada bala?
Alternativas
(A) R$ 0,05.
(B) R$ 0,15.
(C) R$ 0,18.
(D) R$ 0,30.
(E) R$ 0,50.

Editora
103
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

23. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercialização e Logística Júnior - Transporte Marítimo) Uma empresa de trans-
porte marítimo transporta cargas classificadas como “Químico”, “Combustíveis” e “Alimentos”, e cada um de seus navios transporta apenas
um tipo de carga. Essa empresa informa que, dos 350 navios, 180 transportam combustíveis, e 120 transportam alimentos.
Ao chegar ao porto, a probabilidade de um navio dessa empresa estar transportando carga “Químico” ou “Alimentos” é, aproximada-
mente, de
Alternativas
(A) 0,14
(B) 0,34
(C) 0,49
(D) 0,62
(E) 0,75

24. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Engenheiro de Petróleo Júnior) A probabilidade de sucesso em uma prova de campo é a nona
parte da probabilidade de fracasso. Provas sucessivas e independentes são realizadas até que o sucesso ocorra pela primeira vez. Nessas
circunstâncias, o número esperado de fracassos que deverão ocorrer até que se verifique o primeiro sucesso é igual a
Alternativas
(A) 2
(B) 3
(C) 6
(D) 9
(E) 10

25. (CESGRANRIO - 2016 - ANP - Técnico Administrativo)


Semanalmente, o gerente de um restaurante, que funciona todos os dias, escolhe, por sorteio, dois dias da semana nos quais oferece
aos clientes descontos especiais. A probabilidade de que, no sorteio de determinada semana, apenas um dos dias sorteados pertença ao
final de semana (sábado ou domingo) é de
Alternativas
(A) 2/7
(B) 5/21
(C) 10/21
(D) 2/49
(E) 10/49

26. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Contador Júnior - Auditoria Interna) Um aplicador realizou um investimento cujo valor de resga-
te é de R$ 80.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros simples é de 3,5% ao mês e que faltam 5 meses para o resgate, o valor da aplicação,
em reais, foi de
Alternativas
(A) 68.085,10
(B) 66.000,00
(C) 65.000,00
(D) 64.555,12
(E) 63.656,98

27. (CESGRANRIO - 2015 - Banco do Brasil - Escriturário - 001) Uma conta de R$ 1.000,00 foi paga com atraso de 2 meses e 10 dias.
Considere o mês comercial, isto é, com 30 dias; considere, também, que foi adotado o regime de capitalização composta para cobrar juros
relativos aos 2 meses, e que, em seguida, aplicou-se o regime de capitalização simples para cobrar juros relativos aos 10 dias.

Se a taxa de juros é de 3% ao mês, o juro cobrado foi de


Alternativas
(A) R$ 64,08
(B) R$ 79,17
(C) R$ 40,30
(D) R$ 71,51
(E) R$ 61,96

Editora
104
104
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

28. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Técnico Administrativo) Uma pessoa fez, com o capital de que dispunha, uma aplicação diversi-
ficada: na Financeira Alfa, aplicou R$ 3.000,00 a 24% ao ano, com capitalização bimestral; na Financeira Beta, aplicou, no mesmo dia, o
restante desse capital a 42% ao semestre, com capitalização mensal. Ao final de 1 semestre, os montantes das duas aplicações somavam
R$ 6.000,00. A taxa efetiva de juros da aplicação diversificada no período foi de
Alternativas
(A) 60%
(B) 54%
(C) 46%
(D) 34%
(E) 26%

29. (CESGRANRIO - 2006 - Petrobras - Administrador) A Cia. Brasília está analisando duas alternativas de investimento, com as seguin-
tes características:

• valor do investimento inicial: R$ 100.000,00;


• taxa de retorno do investimento esperada pela empresa: 15% ao ano;
• os investimentos são mutuamente exclusivos.

Realizados os estudos de viabilidade, chegou-se aos seguintes resultados:

Considerando-se os elementos apresentados e a técnica usual de avaliação de investimentos, a empresa deverá escolher a alternativa:
Alternativas
(A) A porque apresenta Taxa Interna de Retorno maior do que a da alternativa B e 154% maior que a taxa esperada pela empresa.
(B) A porque os benefícios de caixa esperados são crescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa
B.
(C) A porque o retorno do investimento ocorrerá logo após o segundo ano, enquanto na alternativa B só ocorrerá após o terceiro ano.
(D) B porque, no nível de taxa esperada pela empresa, essa alternativa sempre apresentará riqueza líquida superior à apresentada
pela alternativa A.
(E) B porque os fluxos de caixa são decrescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa A.

30. (CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Engenheiro(a) de Petróleo Júnior) Um engenheiro avalia a compra de um equipamento cujo
investimento é de 300 mil reais (alocados no ano zero) para melhorar a produção em uma determinada planta industrial. O tempo de vida
útil do equipamento é de 2 anos, e, com a utilização desse equipamento, os fluxos esperados de receitas e despesas, considerando compra,
manutenção e operação, em milhares de reais, estão representados na Tabela a seguir.

Considerando que os fluxos de caixa anuais do projeto sejam obtidos exclusivamente pela diferença entre receitas e despesas, a taxa
interna de retorno esperada para esse investimento é de, aproximadamente,
Alternativas
(A) 5%
(B) 8%
(C) 10%
(D) 12%
(E) 15%
Editora
105
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

ANOTAÇÕES
GABARITO
______________________________________________________

1 D ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 D
5 D ______________________________________________________

6 E ______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 E
10 E ______________________________________________________
11 B ______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 B
14 B ______________________________________________________

15 B _____________________________________________________
16 A _____________________________________________________
17 C
______________________________________________________
18 E
19 B ______________________________________________________
20 E ______________________________________________________
21 D
______________________________________________________
22 D
______________________________________________________
23 C
24 D ______________________________________________________
25 C ______________________________________________________
26 A
______________________________________________________
27 D
28 E ______________________________________________________
29 D ______________________________________________________
30 C
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Editora
106
106
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS
BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - TIPOS, FINALIDADES E ATUAÇÃO.
BANCO CENTRAL DO BRASIL E CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL - FUNÇÕES E ATIVIDADES

O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto de instituições cujo principal objetivo é proporcionar condições satisfa-
tórias para a manutenção dos fluxos de recursos financeiros entre poupadores e investidores do país. O Sistema Financeiro Nacional visa
criar condições para a liquidez de títulos e valores mobiliários no mercado financeiro.

Tomadores finais de recursos (Agentes Deficitários)


São agentes que possuem um nível de despesa superior à capacidade de gerar receitas; por esse motivo, acabam tendo a necessidade
de utilizar recursos de terceiros para ajuste orçamentário. Logo, estão dispostos a pagar juros para resolver o déficit orçamentário.

Doadores finais de recursos (Agentes Superavitários)


São agentes que conseguem gerar recursos em volume maior do que suas despesas, ocasionando um excedente financeiro. Logo,
estão dispostos a alocar seus recursos em uma instituição financeira, em troca do recebimento de juros sobre o capital.

Instituições Financeiras (Intermediadoras)


As instituições financeiras possuem um papel importante no SFN, atuando propiciando que o excesso de liquidez financeira produzida
pelos agentes superavitários possa ser redirecionado para os agentes deficitários que possuem escassez de recursos.

— Banco Central
O Banco Central do Brasil é, conforme a Lei Complementar nº 179, de 24 de fevereiro de 2021:
Art. 6º O Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou
de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes
e pela estabilidade durante seus mandatos [...].

— Missão do Bacen

Garantir a estabilidade do poder de compra da moeda


Poder de compra é a capacidade que o dinheiro possui para adquirir bens e serviços. No momento em que há inflação, ocorre um
aumento no nível de preços, ocasionando uma diminuição do poder de compra. A missão do Banco Central (Bacen) é evitar essa perda.

Zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo


As relações de intermediação financeira são fundamentadas em expectativas e confiança. Para que isso ocorra, as autoridades mone-
tárias devem proporcionar um ambiente com padrões elevados de controle e segurança, a fim de evitar desconfiança. Um sistema finan-
ceiro competitivo propicia uma concorrência maior entre as instituições, estimulando o desenvolvimento de produtos melhores a custos
menores, sendo o consumidor final quem se beneficia.

Editora
107
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Fomentar o bem-estar econômico da sociedade IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inci-
Variáveis como aumento da renda, queda no desemprego e in- so anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições
flação controlada são elementos que possibilitam o bem-estar eco- financeiras, nos termos do inciso III e § 2° do art. 19.                
nômico. Logo, o Banco Central (Bacen) atua para que essa relação V - Realizar operações de redesconto e empréstimo com ins-
seja a melhor possível. tituições financeiras públicas e privadas, consoante remuneração,
limites, prazos, garantias, formas de negociação e outras condições
Composição estabelecidos em regulamentação por ele editada;     
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;    
membros, sendo um deles o Presidente, todos nomeados pelo Pre- Todos itens mencionados até aqui estão relacionados a moeda
sidente da República entre brasileiros idôneos, de reputação iliba- e instrumentos de política monetária, quando mencionado serviços
da e de notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou do meio circulante, significa emissão de dinheiro o gerenciamen-
com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a fun- to e o controle da emissão de papel-moeda é do Banco Central,
ção. assim como determinar o quanto que os bancos devem recolher
Antes de 2021, o presidente do Banco Central era escolhido via depósito compulsório, essa medida restringe a capacidade dos
pelo Presidente da República e tinha mandato, assim como seus bancos emprestar dinheiro, também vale destacar as operações de
diretores, compatível com o mandato presidencial. Atualmente, de- redesconto que são empréstimos efetuados com a finalidade de su-
pois da Lei Complementar 179/2021, a regra passou a ser diferente. prir desequilíbrios financeiros das instituições e evitar insolvência
De acordo com a LC, a partir do próximo mandato, o regramento financeira no sistema financeiro nacional, por esta modalidade de
de nomeação do Presidente do Banco Central e de seus diretores empréstimo o Bacen é considerado Banco dos Bancos.
passa a funcionar de forma distinta. VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos
da lei;             
Leia com atenção o disposto a seguir: VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda es-
Art. 4º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil trangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas
serão indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do
após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal. Fundo Monetário Internacional;   
§ 1º O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá Por essa atribuição de ser depositário das reservas oficiais de
duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do ter- ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque o Bacen
ceiro ano de mandato do Presidente da República. é conhecido como o Banqueiro do Governo.   
§ 2º Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil te- IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar
rão duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala: as penalidades previstas;           
I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de [...]
março do primeiro ano de mandato do Presidente da República; XII - efetuar, como instrumento de política monetária, ope-
II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de rações de compra e venda de títulos públicos federais, consoante
janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da República; remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras con-
III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de dições estabelecidos em regulamentação por ele editada, sem pre-
janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e juízo do disposto no art. 39 da Lei Complementar nº 101, de 4 de
IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de maio de 2000;  
janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República. Essa operação de compra e venda de títulos também é conhe-
cida como Open Market, um instrumento de política monetária,
Principais Competências do Bacen muito utilizado para controlar a quantidade de moeda disponível
Conforme a Lei 4.595 artigo 10, compete ao Bacen: nos bancos, pode ser usado para restringir (controlar a inflação) ou
expandir (estimular a economia) a oferta de moeda.       
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da Repúbli- [...]
ca do Brasil: XIV - aprovar seu regimento interno;        
[..] XV - Efetuar, como instrumento de política cambial, operações
II - Executar os serviços do meio-circulante; de compra e venda de moeda estrangeira e operações com instru-
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total mentos derivativos no mercado interno, consoante remuneração,
dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos limites, prazos, formas de negociação e outras condições estabele-
contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição cidos em regulamentação por ele editada.      
de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos
da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, Ademais, conforme consta no art. 18 da Lei nº 4.595, de 1964:
em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e Art. 18 As instituições financeiras somente poderão funcionar
condições por ele determinadas, podendo:              no País mediante prévia autorização do Banco Central da República
a) adotar percentagens diferentes em função:             do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangei-
1. das regiões geoeconômicas;               ras.
2. das prioridades que atribuir às aplicações;              
3. da natureza das instituições financeiras;                — Comitê de Política Monetária (COPOM)
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que O Copom está dentro da estrutura do Bacen e é composto por
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros uma diretoria colegiada, na qual participam o presidente do Ban-
favorecidos e outras condições por ele fixadas co Central do Brasil e mais 8 (oito) diretores. Reúnem-se a cada 45
Editora
108
108
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

dias com a finalidade de avaliar o desempenho monetário do país Essas negociações ocorrem no Mercado de Capitais. Portanto,
e, com base nas informações apuradas, estabelecer a meta da taxa se surgir em sua prova alguma questão abordando os temas men-
Selic, considerada a taxa de juros básica da economia. Quando o Co- cionados acima, há grandes chances de a resposta estar relacionada
pom se reúne, esse encontro tem a duração de 2 (dois) dias, sendo à CVM.
que no segundo dia, após as 18:00 horas, é divulgada a informação
referente à decisão da taxa Selic. Competências da CVM
A principal função do Copom é cumprir a meta de inflação de- Com base na lei 6.385 artigo 8º:
finida pelo CMN, por meio de aumento ou redução da taxa Selic, de Art . 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:
acordo com a necessidade do momento. Quanto à meta de infla- I - Regulamentar, com observância da política definida pelo
ção para os anos de 2024 e 2025, está estabelecida em 3,00% a.a, Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas
podendo variar em 1,5% para cima e 1,5% para baixo. Portanto, a nesta Lei e na lei de sociedades por ações;
inflação pode situar-se no intervalo de 1,50% a.a – 4,50% a.a. II - Administrar os registros instituídos por esta Lei;
Caso a meta não seja atingida, será necessário que o Presidente III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do
do Banco Central do Brasil informe publicamente, via carta aberta mercado de valores mobiliários, de que trata o Art. 1º, bem como
ao Ministro de Estado da Fazenda, os motivos do não atingimento a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que
da meta. Esta carta deve apresentar: dele participem, e aos valores nele negociados;
– Descrição detalhada das causas do descumprimento; IV - Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação
– Providências para assegurar o retorno da inflação aos limites de limites máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer
estabelecidos; e outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
– O prazo no qual se espera que as providências produzam efei- V - Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada priori-
to. dade às que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de
Esse fato de emissão de carta aberta, ocorreu pela última vez pagar o dividendo mínimo obrigatório.
em 10 de janeiro de 2023, quando o Presidente do Bacen, teve que Verifica-se que a CVM se preocupa em assegurar o funciona-
justificar o descumprimento da meta de inflação no ano de 2022. mento eficiente e regular dos mercados de capitais, protegendo os
titulares de valores mobiliários contra possíveis irregularidades dos
— Comissão de Valores Mobiliários (CVM) participantes e visa coibir possíveis fraudes como por exemplo: a
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão supervi- manipulações de preços.
sor do sistema financeiro nacional, cujas atribuições incluem disci- Já que estamos vendo o poder punitivo que a CVM pode ter,
plinar, normatizar e fiscalizar a atuação de todos os integrantes do importante saber quais penalidades ela pode aplicar:
mercado de valores mobiliários no país. Funciona como uma autar- – Advertência;
quia em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com – Multa (não deverá exceder o maior destes valores):                 
personalidade jurídica e patrimônio próprio. Possui autoridade ad- a) R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
ministrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, b) o dobro do valor da emissão ou da operação irregular;      
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, além de autonomia c) 3 (três) vezes o montante da vantagem econômica obtida ou
financeira e orçamentária. da perda evitada em decorrência do ilícito; ou                       
d) o dobro do prejuízo causado aos investidores em decorrên-
De acordo com e lei 6.385 no artigo 1º, fica a cargo da CVM a cia do ilícito.
fiscalização dos seguintes ítens: – Inabilitação temporária / proibição temporária;
Art. 1o Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei – Suspensão da autorização ou registro para o exercício das ati-
as seguintes atividades:                 vidades de que trata esta Lei;
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;                     Composição:
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mo- A composição da CVM pode ser observada na lei:
biliários;                 
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;              Art. 6ª A Comissão de Valores Mobiliários será administrada
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente
de Valores;                da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em maté-
de Mercadorias e Futuros; ria de mercado de capitais.                                 
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobi- § 1ª O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos,
liários;                 vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto
VII - a auditoria das companhias abertas;                 dos membros do Colegiado.              
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. § 2ª Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato
em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julga-
Para compreendermos melhor o nicho de atuação da CVM, do ou de processo administrativo disciplinar.                
podemos classificar os valores mobiliários como títulos emitidos § 3ª Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de im-
por empresas do tipo sociedades anônimas, que representam, para probidade administrativa, será causa da perda do mandato a inob-
aqueles que os adquirem, um investimento com determinado grau servância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das proibições
de risco. inerentes ao cargo.                

Editora
109
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 4ª Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o pro- d) aprovar os limites de operações das Sociedades Segurado-
cesso administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão ras, de conformidade com o critério fixado pelo CNSP;
especial, competindo ao Presidente da República determinar o [...]
afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.                   g) fiscalizar a execução das normas gerais de contabilidade e
§ 5ª No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presi- estatística fixadas pelo CNSP para as Sociedades Seguradoras;
dente da Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais h) fiscalizar as operações das Sociedades Seguradoras, inclusive
antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem pre- o exato cumprimento deste Decreto-lei, de outras leis pertinentes,
juízo de suas atribuições.                  disposições regulamentares em geral, resoluções do CNSP e aplicar
§ 6ª  No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Dire- as penalidades cabíveis;
tor, proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta nesta Lei, De acordo com as competências demonstradas acima podemos
para completar o mandato do substituído. perceber que a palavra fiscalizar é uma constante nas atribuições da
Susep, sempre que o assunto tratar de seguros, capitalização, pre-
Atente-se ao fato de que a cada ano 1/5 dos membros da Dire- vidência privada aberta e resseguros, estará associado a ela. Como
toria Colegiada é renovado, o que significa que anualmente encer- um órgão supervisor zelar pela solvência das empresas participan-
ra-se o mandato de um Diretor. tes assim como pelos interesses dos consumidores, propicia uma
harmonia no Sistema Nacional de Seguros Privados.
Vimos até aqui que a CVM tem um papel muito relevante no Seguindo com as competências da Susep:
sistema financeiro nacional. Através dela, fica assegurado o aces- i) proceder à liquidação das Sociedades Seguradoras que tive-
so do público a informações sobre valores mobiliários negociados, rem cassada a autorização para funcionar no País;
além da supervisão do mercado de capitais em todos os seus parti- j) organizar seus serviços, elaborar e executar seu orçamento.
cipantes. Tudo isso ocorre para aumentar a eficiência e o funciona- k) fiscalizar as operações das entidades autorreguladoras do
mento do mercado no país, estimulando a formação de poupança e mercado de corretagem, inclusive o exato cumprimento deste De-
sua aplicação em valores mobiliários. creto-Lei, de outras leis pertinentes, de disposições regulamentares
em geral e de resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados
— Superintendência de Seguros Privados - SUSEP (CNSP), e aplicar as penalidades cabíveis; e
A SUSEP é o órgão supervisor do sistema financeiro nacional, [...]
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro,
capitalização, previdência privada aberta e resseguro. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP certamente
A autarquia, vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo é a maior competência da Susep. Portanto, caso seja identificada
Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. alguma irregularidade no cumprimento das normas e leis estabele-
cidas, a Susep aplicará multas e penalidades, além de ter poderes
Missão para efetuar a liquidação das operações das seguradoras que este-
“Estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, resse- jam em situação de irregularidade.
guro, previdência complementar aberta e capitalização, garantindo
a livre concorrência, estabilidade e o respeito ao consumidor.” — Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(PREVIC)
Composição A Previc é uma entidade supervisora, constituída na forma de
A Susep é administrada por um Conselho Diretor, composto uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia adminis-
por um superintendente e quatro diretores, o cargo de superinten- trativa e financeira, bem como de patrimônio próprio, vinculada ao
dente é uma nomeação exclusiva do presidente da república. Ministério da Previdência Social.
Entre as atribuições do Colegiado, estão: a coordenação do
mercado de seguros, cumprir as deliberações do CNSP (órgão nor- Principais competências da PREVIC
mativo) e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação Conforme a lei 1254 no artigo 2º.
em matérias de sua competência. Art. 2ª Compete à Previc:
I - Proceder à fiscalização das atividades das entidades fecha-
Compete a Susep das de previdência complementar e de suas operações;
Com base no decreto de lei nº 73 no artigo 36: II - Apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis;
Art 36. Compete à SUSEP, na qualidade de executora da política III - expedir instruções e estabelecer procedimentos para a apli-
traçada pelo CNSP, como órgão fiscalizador da constituição, orga- cação das normas relativas à sua área de competência, de acordo
nização, funcionamento e operações das Sociedades Seguradoras: com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Complemen-
a) processar os pedidos de autorização, para constituição, orga- tar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no 10.683, de 28
nização, funcionamento, fusão, encampação, grupamento, transfe- de maio de 2003;
rência de controle acionário e reforma dos Estatutos das Sociedades IV - autorizar:
Seguradoras, opinar sobre os mesmos e encaminhá-los ao CNSP; a) a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de
b) baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamen- previdência complementar, bem como a aplicação dos respectivos
tação das operações de seguro, de acordo com as diretrizes do estatutos e regulamentos de planos de benefícios;
CNSP; b) as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qual-
c) fixar condições de apólices, planos de operações e tarifas a quer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades
serem utilizadas obrigatoriamente pelo mercado segurador nacio- fechadas de previdência complementar;
nal;
Editora
110
110
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

c) a celebração de convênios e termos de adesão por patroci- II - Um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
nadores e instituidores, bem como as retiradas de patrocinadores III - Um representante da Comissão de Valores Mobiliários
e instituidores; e (CVM);
d) as transferências de patrocínio, grupos de participantes e as- IV - Quatro representantes das entidades de classe dos merca-
sistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas dos afins, por esses indicados em lista tríplice.
de previdência complementar;
V - Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previ- O presidente do CRSFN é um dos integrantes indicados pelo
dência complementar com as normas e políticas estabelecidas para ministério da fazenda e o vice-presidente é um dos representantes
o segmento; das entidades de classe, porém indicado pelo ministério da fazenda.
Assim como os demais órgãos supervisores em suas respecti- Fazem ainda parte do Conselho de Recursos três Procuradores
vas competências, a Previc é quem autoriza a constituição/funcio- da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda
namento dos participantes de sua responsabilidade. no caso são os Nacional, com atribuição de zelar pela fiel observância da legislação
planos de previdência fechados (fundos de pensão) aplicável.
VI - Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entida-
des fechadas de previdência complementar, bem como nomear in- Mandato
terventor ou liquidante, nos termos da lei; Os conselheiros titulares e os conselheiros suplentes, terão seu
VII - nomear administrador especial de plano de benefícios es- mandato com duração de 3 (três) anos, podendo ser reconduzido
pecífico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação aos cargos até duas vezes.
extrajudicial, na forma da lei;
VIII - promover a mediação e a conciliação entre entidades fe-
chadas de previdência complementar e entre estas e seus partici- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS FEDERAIS - PAPEL E
pantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como diri- ATUAÇÃO
mir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei no 9.307,
de 23 de setembro de 1996;
As Instituições Financeiras Federais são regidas pela Lei nº
IX - Enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da
6.404/76, e pela Lei nº 4.595/1964. Sujeitam-se, portanto, ao re-
Previdência Social e, por seu intermédio, ao Presidente da Repúbli-
gime das empresas privadas. Ao mesmo tempo, estão obrigadas a
ca e ao Congresso Nacional; e
cumprirem sua função social e a se submeterem à fiscalização do
X - Adotar as demais providências necessárias ao cumprimento
Estado e da sociedade.
de seus objetivos.
Estas instituições sujeitam-se ao regime das empresas privadas
Suas atividades principais são fiscalizar e supervisionar as ati-
e mesmo tempo, estão obrigadas a cumprirem sua função social e a
vidades das entidades fechadas de previdência complementar
se submeterem à fiscalização do Estado e da sociedade.
(fundos de pensão) e executar as políticas estabelecidas pelo CNPC
Neste grupamento, estão classificadas instituições como o Ban-
(órgão colegiado) para o regime de previdência complementar ope-
co do Brasil S.A. – BB, Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
rado pelas entidades fechadas de previdência complementar.
mico e Social – BNDES e a Caixa Econômica Federal – Caixa.
Composição:
Com base no decreto n° 11.241 de 2022, a Previc é dirigida por
Banco do Brasil S.A
uma Diretoria Colegiada, composta por:
– Diretor-Superintendente;
Até a criação do Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil era
– Diretor de Administração;
o banco do governo.
– Diretor de Fiscalização e Monitoramento;
O Banco do Brasil S.A. (BB) é uma instituição financeira brasi-
– Diretor de Licenciamento; e
leira, constituída na forma de sociedade de economia mista, com
– Diretor de Normas.
participação da União brasileira em 68,7% das ações. Juntamente
com a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvi-
CRSFN - Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional
mento Econômico e Social, o Banco da Amazônia e o Banco do Nor-
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRS-
deste, o Banco do Brasil é um dos cinco bancos estatais do governo
FN) é um órgão paritário integrante da estrutura do Ministério da
brasileiro.
Fazenda. Sua principal atribuição é ser responsável por julgar, em
Segundo sua filosofia corporativa sua missão é: “Ser um banco
segunda e última instância, os recursos interpostos sobre a aplica-
competitivo e rentável, promover o desenvolvimento sustentável
ção de penalidades administrativas pelo Banco Central do Brasil,
do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência”.
pela Comissão de Valores Mobiliários, pelo COAF em processos re-
De acordo com dados do próprio banco, a empresa possui
ferentes a crimes de lavagem de dinheiro, além de sanções inter-
15.133 pontos de atendimento distribuídos pelo país, entre agên-
postas pela SUSEP e demais autoridades competentes.
cias e postos, sendo que 95% de suas agências possuem salas de
autoatendimento (são mais de 40 mil terminais), que funcionam
Estrutura
além do expediente bancário. Possui ainda opções de acesso via
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CR-
internet, telefone e telefone celular. Está presente em mais de 21
SFN é constituído, paritariamente, por oito Conselheiros, possui-
países além do Brasil.
dores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos
mercados financeiro, de câmbio, de capitais, de consórcios e de cré-
dito rural e industrial, observada a seguinte composição:
I - Dois representantes do Ministério da Fazenda;
Editora
111
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O Banco do Brasil possui cinco mil agências, estando presente VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de
na maioria dos municípios do país, com uma estrutura de mais de interesse do Banco Central da República do Brasil, mediante contra-
110 mil funcionários,6 além de dez mil estagiários, cinco mil contra- tação na forma do art. 13, desta lei;
tados temporários e 4,8 mil adolescentes trabalhadores. VIII - dar execução à política de comércio exterior (Vetado)
IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média pro-
Vamos ver o que ensina a Lei nº 4.595/1964 sobre esta insti- priedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria;
tuição: X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favo-
recimento referido no art. 4º, inciso IX, e art. 53, desta lei;
(...) XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comer-
SEÇÃO II ciais suplementando a ação da rede bancária;
DO BANCO DO BRASIL S. A.
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às
Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob necessidades creditícias das diferentes regiões do País;
a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei
de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal: nº 8.490 de 19.11.1992)
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, § 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos es-
sem prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas e pecíficos que possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada
ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho de remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei.
1952: § 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias pro- do inciso III deste artigo o Banco do Brasil S. A. Colocará à disposição
venientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o do Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que
produto das operações de que trata o art. 49, desta lei; forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a parcela
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execu- que exceder as necessidades normais de movimentação das con-
ção do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acor- tas respectivas, em função dos serviços aludidos no inciso IV deste
do com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério artigo.
da Fazenda, as quais não poderão exceder o montante global dos § 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão ob-
recursos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão, pelo jeto de contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal,
Banco, de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional; esta representada pelo Ministro da Fazenda.
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa § 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da Re-
autorização legal; pública do Brasil todas as informações por este julgadas necessárias
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável; para a exata execução desta lei.
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agro- § 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também
pastoris; poderão ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites e
f) ser agente pagador e recebedor fora do País; condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
g) executar o serviço da dívida pública consolidada; Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse do Brasil elaborarão, em conjunto, o programa global de aplicações
do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósi- e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos mone-
to, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades tários de que trata o inciso III, do artigo 4º desta lei.
federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A.
civis e militares, instituições de previdência e outras autarquias, deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade.
comissões, departamentos, entidades em regime especial de ad- § 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será
ministração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Fe-
por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo, as deral.
exceções previstas em lei ou casos especiais, expressamente auto- § 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Bra-
rizados pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do Banco sil S. A. não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecuti-
Central da República do Brasil; vos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições o nome do substituto.
de que trata o inciso III, do art. 10, desta lei, escriturando as res- § 3º (Vetado)
pectivas contas; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.284, de 1986) § 4º (Vetado).
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros
papéis; Caixas Econômicas
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os
artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de São instituições eminentemente de cunho social, concedendo
1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o dis- empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de
posto no art. 27, desta lei; assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda e esporte.
de moeda estrangeira e, por conta do Banco Central da Repúbli- Sua principal atividade, porém, está ligada ao Sistema Brasileiro
ca do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário de Poupança e Empréstimo (SBPE), ligada ao Sistema Financeiro da
Nacional; Habitação (SFH), onde sua principal fonte de recursos, a caderneta

Editora
112
112
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de poupança, canaliza as economias da sociedade para a aplicação O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe
no crédito imobiliário de habitações populares, na infraestrutura e confere o § 1º do artigo 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de de-
no saneamento básico das cidades. zembro de 1969,
DECRETA:
Outras atividades:
- captar depósitos à vista e a prazo; Art 1º Fica o Poder Executivo autorizado a constituir a Caixa
- realizar operações ativas e de prestação de serviços, basica- Econômica Federal - CEF, instituição financeira sob a forma de em-
mente às pessoas físicas; presa pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado,
- têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor com patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao
de bens pessoais e sob consignação; Ministério da Fazenda.
- vender bilhetes das loterias; Parágrafo único. A CEF terá sede e foro na Capital da República
- centralização do recolhimento e da posterior aplicação dos e jurisdição em todo o território nacional.
recursos do FGTS.
Art 2º A CEF terá por finalidade:
Atualmente, não há no Brasil caixas econômicas estaduais. a) receber em depósito sob a garantia da União, economias po-
pulares, incentivando os hábitos de poupança;
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL b) conceder empréstimos e financiamentos de natureza assis-
tencial, cooperando com as entidades de direito público e privado
A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está regulada pelo na solução dos problemas sociais e econômicos;
Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública c) operar no setor habitacional, como sociedade de crédito
vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição asse- imobiliário e principal agente do Banco Nacional de Habitação, com
melhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vis- o objetivo de facilitar e promover a aquisição de sua casa própria,
ta, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma especialmente pelas classes de menor renda da população;
característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de d) explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de do Brasil e da Loteria Esportiva Federal nos termos da legislação
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos pertinente;
e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, finan- e) exercer o monopólio das operações sobre penhores civis,
ciando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de pe- com caráter permanente e da continuidade;
nhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio do f) prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza
empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem financeira, delegados pelo Governo Federal ou por convênio com
o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal. Além de cen- outras entidades ou empresas.
tralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos g) realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante
oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra do Sistema Financeiro Nacional, quaisquer outras operações, no
o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema plano interno ou externo, podendo estipular cláusulas de correção
Financeiro da Habitação (SFH). monetária, observadas as condições normativas estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional;
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar volta- h) realizar, no mercado de capitais, para investimento ou reven-
da ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. da, as operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações,
É um instrumento governamental de financiamento social. obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários, obser-
Tem como missão, promover a melhoria contínua da qualidade vadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Mone-
de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financei- tário Nacional;
ros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento i) realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, pôr
ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, sanea- conta e ordem deste, e sob a supervisão do Conselho Monetário
mento e infraestrutura, e na administração de fundos, programas e Nacional, quaisquer operações ou serviços nos mercados financeiro
serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais: e de capitais, que Ihe forem delegados, mediante convênio.
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 1.259, de 1973)
da sociedade e dos clientes;
- Busca permanente de excelência na qualidade de serviços; Art 3º O capital inicial da CFF pertencerá integralmente à União
- Equilíbrio financeiro em todos os negócios; e será constituído pelo total do patrimônio líquido do Conselho Su-
- Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da socie- perior das Caixas Econômicas Federais e de todas as Caixas Econô-
dade; micas Federais ora existentes, devidamente avaliados e cujo mon-
- Respeito e valorização do ser humano. tante se estabelecerá através de ato do Ministro da Fazenda.

DECRETO-LEI Nº 759, DE 12 DE AGOSTO DE 19691 Art 4º O patrimônio da CEF será constituído pelo acervo de
todas as Caixas Econômicas Federais e do seu Conselho Superior,
Autoriza o Poder Executivo a constituir a empresa pública Caixa incluídos em tal acervo os haveres, direitos, obrigações e ações,
Econômica Federal e dá outras providências. bens móveis e documentos e papéis de seu arquivo que lhe serão
automaticamente incorporados.
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0759.htm. Acessado em
03.03.2021
Editora
113
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art 5º O pessoal da CEF será obrigatoriamente admitido me- § 1º A CEF terá direito a uma comissão de venda a título de
diante concurso público de provas ou de provas e títulos. remuneração fixa pelos serviços de distribuição nacional dos bilhe-
§ 1º O regime legal do pessoal da CEF será o da Consolidação tes de loteria, cujo saldo líquido será anualmente levado à conta
das Leis Trabalhistas. do Fundo de Reserva, para futuro aproveitamento em aumentos
§ 2º Poderão eventualmente ser requisitados pela CEF servido- de capital.
res dos quadros do serviço público federal, das autarquias federais § 2º A CEF contabilizará em separado todas as operações rela-
ou das empresas públicas e sociedades de economia mista, exclu- tivas à exploração dos serviços da Loteria Federal e da Loteria Es-
sivamente para o exercício de funções técnicas, mediante o ressar- portiva Federal, não podendo os resultados financeiros decorrentes
cimento, pela CEF, aos órgãos de origem ou entidades de origem, dessa exploração inclusive os referidos no parágrafo anterior, ser
dos proventos globais a que fizerem jus os servidores requisitados. consideradas sob forma alguma para o cálculo de gratificações e
de quaisquer vantagens devidas a empregados ou administradores.
Art 6º Como instituição integrante do Sistema Financeiro Na- § 3º O limite máximo para as despesas efetivas de custeio e
cional, a CEF estará sujeita às normas gerais, às decisões e a disci- manutenção dos serviços lotéricos e para a comissão de venda refe-
plina normativa estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e à rida no § 1º assim como as normas sobre a contabilização da renda
fiscalização do Banco Central do Brasil. líquida decorrente da exploração dos mesmos serviços serão esta-
belecidos em regulamento.
Art 7º Os recursos das Agências Estaduais da CEF serão apli-
cados obrigatoriamente nas respectivas jurisdições, de forma pro- Art 11. Fica vedado às instituições financeiras em geral e a
porcional aos depósitos ali captados e aos resultados da venda de quaisquer outras empresas, ressalvadas as Caixas Econômicas Es-
bilhetes de loteria no Estado. taduais já em funcionamento, o uso da denominação “Caixa Eco-
Parágrafo único. Tendo em vista a instalação de novas Agências nômica”.
ou Filiais e o desenvolvimento dos negócios da empresa, poderão
ser feitas aplicações, até o limite de 10% (dez por cento) das apli- Art 12. As atuais Caixas Econômicas Estaduais não poderão re-
cações totais da CEF, em áreas diversas da origem dos depósitos. alizar operações vedadas à CEF.

Art 8º Os diretores da CEF, respeitados os princípios da legisla- Art 13. Considerar-se-ão extintos em 31 de dezembro de 1970
ção em vigor, serão solidariamente responsáveis pelos prejuízos ou o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais e as Caixas
danos causados pelo não cumprimento das obrigações ou deveres Econômicas Federais dos Estados e no Distrito Federal.
impostos pela lei ou regulamentos que lhes definam os encargos e
atribuições. Art 14. Os atuais servidores do Conselho Superior e das Caixas
Econômicas Federais serão aproveitados como empregados da CEF,
Art 9º Os estatutos da CEF, expedidos pelo Ministro da Fazenda de preferência nas respectivas jurisdições, em conformidade com o
e aprovados por Decreto do Presidente da República, estabelecerão que for estabelecido pelo Poder Executivo.
a constituição, atribuições e funcionamento dos órgãos que com- Parágrafo único. Os dispositivos do artigo 461 do Decreto-lei nº
põem sua estrutura básica. 5.452, de 1º de maio de 1943, não prevalecerão para efeito de equi-
Parágrafo único. Tanto na elaboração dos estatutos, quanto na paração entre os novos empregados da CEF e os antigos servidores
plantação da estrutura geral e normas de funcionamento da CEF, dos órgãos públicos indicados neste artigo.
serão observadas, entre outras, os seguintes princípios fundamen-
tais: Art 15. O Poder Executivo poderá baixar os atos que se fizerem
I - programação e coordenação das atividades em todos os ní- necessários a assegurar a continuidade administrativa do Conselho
veis administrativos; Superior e dos Conselhos Administrativos das Caixas Econômicas
II - desconcentração da autoridade executiva, objetivando en- Federais, em fase de extinção, bem como antecipar a extinção pre-
curtar os canais processuais e assegurar rapidez à solução das ope- vista no artigo 13.
rações;
III - descentralização e desburocratização dos serviços e opera- Art 16. Os depósitos judiciais em dinheiro relativos a processos
ções, eliminando-se as tramitações desnecessárias e os controles de competência dos juízes federais serão obrigatoriamente feitos
supérfluos; na CEF, ficando sujeitos à correção monetária a contar do segundo
IV - economia dos gastos administrativos, reduzindo-se as des- trimestre civil posterior à data do depósito, ressalvadas as disposi-
pesas de pessoal ao estritamente necessário; ções legais que fixem momento anterior para essa correção.
V - simplificação das estruturas, evitando-se o excesso de che-
fias e níveis hierárquicos; Art 17. Fica constituído a partir da data deste Decreto-lei o Fun-
VI - incentivo ao aumento de produtividade de seus serviços. do de instalação da CEF, que será administrado e aplicado de acordo
com instruções baixadas pelo Ministro da Fazenda.
Art 10. Os resultados da exploração da Loteria Federal e da Lo- §1º O Fundo a que se refere este artigo receberá, entre outras
teria Esportiva Federal que couberem à CEF como executora desses contribuições, depósitos correspondentes à percentagem que vier
serviços públicos serão destinados ao fortalecimento do patrimônio a ser fixada em regulamento sobre o preço do plano de cada bilhete
da empresa, vedada sua aplicação no custeio de despesas corren- de loteria vendido pelas Agências das Caixas Econômicas Federais
tes. nos Estados e no Distrito Federal.

Editora
114
114
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Os recursos do Fundo criado por este artigo serão aplica- Desafios contemporâneos
dos na aquisição ou construção de prédio destinado aos serviços
centrais da CEF, bem como para pagamento de serviços e materiais O século 21 começou com a consolidação da vertente social na
indispensáveis à criação e instalações da empresa. missão do Banco, que é promover a competitividade da economia
brasileira, de forma agregada à sustentabilidade, à geração de em-
Art 18. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publi- prego e renda e à redução das desigualdades sociais e regionais. O
cação, revogadas as disposições em contrário. BNDES busca promover, nos projetos que solicitam apoio, o desen-
volvimento local e regional, o compromisso socioambiental e a ca-
RELAÇÃO CEF/BNH pacidade de inovação, desafios mais urgentes em um mundo cada
vez mais dinâmico e em constante transformação.
Em 21 de novembro de 1986 (DL 2291), foi decretada a extin- O BNDES é hoje uma instituição ativa e moderna, que continua
ção do BNH, por incorporação à CEF, que assumiu o conjunto de desbravando novas fronteiras em prol do crescimento do Brasil. Ao
atribuições antes de responsabilidade do BNH. Assim, toda orienta- mesmo tempo em que se expande internamente, com a alocação
ção, disciplinamento e controle do SFH está ao cargo da CEF. em salas de um novo prédio no Rio de Janeiro e com a difusão de
sua rede de agências credenciadas, o Banco inaugurou, em 2009,
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e um novo escritório na América do Sul (Montevidéu), outro na Eu-
Social ropa (Londres), e, em 2013, uma nova representação na África (Jo-
anesburgo) a fim de buscar novas alternativas ao desenvolvimento
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - em um mundo globalizado e interconectado.
BNDES, ex-autarquia federal criada pela Lei nº 1.628, de 20 de ju- Todos os segmentos econômicos são contemplados pelo Ban-
nho de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal, co: agropecuária, indústria, comércio e serviços, infraestrutura,
com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, sempre com condições especiais para as micro, pequenas e médias
pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão empresas. O incentivo às exportações e o fortalecimento do merca-
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do de capitais permanecem como ações estratégicas. Presente em
Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contri- todos os setores, o BNDES promove o aumento da competitividade
buam para o desenvolvimento do país. e o fortalecimento da economia nacional, apoia o avanço social e
Desta ação resultam a melhoria da competitividade da econo- cultural e contribui para ampliar o acesso de todos os cidadãos a
mia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua população. uma vida melhor, com mais educação, saúde, emprego e cidadania.
Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES vem
financiando os grandes empreendimentos industriais e de infra- Missão, Visão e Valores
estrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na
agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias Missão: Promover o desenvolvimento sustentável e competiti-
empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educa- vo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das
ção e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e desigualdades sociais e regionais.
transporte coletivo de massa. Visão: Ser o Banco do desenvolvimento do Brasil, instituição
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo de excelência, inovadora e pró-ativa ante os desafios da nossa so-
prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos ciedade.
de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipa- Valores:
mentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento - A ética é o solo sobre o qual o BNDES vem sendo construído
das exportações brasileiras. desde sua criação. Assim, o BNDES exige de seus profissionais uma
Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de ca- conduta ética irrepreensível no exercício de suas atribuições. Tal
pital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de ca- conduta se traduz sobretudo em responsabilidade e honestidade.
pitais. Preservamos o respeito e a confiança em nossos relacionamentos e
A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacio- marcamos nossos atos pela transparência. Partimos do princípio de
nais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis. que só há desenvolvimento com ética.
O BNDES considera ser de fundamental importância, na execu- - Agimos em todas as circunstâncias com responsabilidade, re-
ção de sua política de apoio, a observância de princípios ético-am- tidão, integridade, honestidade e senso de justiça.
bientais e assume o compromisso com os princípios do desenvolvi- - Respeitamos a individualidade, dignidade e privacidade de
mento sustentável. todos, valorizamos a diversidade e repudiamos qualquer forma de
As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES aten- discriminação.
dem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer - Temos compromisso vital com os direitos humanos de todos
porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições fi- os participantes de nossa cadeia de relacionamentos.
nanceiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a - Construímos um ambiente de trabalho marcado por respeito,
disseminação do crédito, possibilitando um maior acesso aos recur- pluralidade de pensamentos, diálogo e capacidade de se colocar no
sos do BNDES. lugar do outro.
- Estabelecemos e mantemos nossos relacionamentos com res-
peito, confiança e transparência
- Zelamos pela discrição e pelo sigilo no tratamento das infor-
mações utilizadas nas atividades do BNDES.

Editora
115
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As instituições financeiras oficiais federais desempenham um BASA apoia diversas atividades econômicas, desde a agricultura até
papel crucial na economia brasileira, atuando como agentes de po- o turismo ecológico, desempenhando um papel chave na inclusão
líticas públicas, fomento ao desenvolvimento econômico e social, e financeira das populações locais.
inclusão financeira. Entre essas instituições, destacam-se o Banco
do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CAIXA), o Banco Nacio- Outras Instituições Relevantes
nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Além dessas, existem outras instituições financeiras federais
Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA). Cada uma dessas que desempenham papéis específicos, como o Banco Central do
entidades possui atribuições específicas, refletindo a diversidade Brasil (BACEN), responsável pela supervisão do sistema financeiro,
de necessidades do país em termos de desenvolvimento regional, controle da inflação e formulação da política monetária.
setorial e social. As instituições financeiras oficiais federais são pilares para a
execução de políticas públicas, desenvolvimento econômico e so-
Banco do Brasil (BB) cial, e inclusão financeira no Brasil. Cada banco possui uma missão
O Banco do Brasil, fundado em 1808, é uma das instituições específica que reflete as prioridades do país em diferentes áreas
financeiras mais antigas do país. Como banco múltiplo, oferece uma e regiões, trabalhando em conjunto para promover o bem-estar
ampla gama de produtos e serviços bancários tanto para o setor da população e a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro.
público quanto para o privado. Além de sua atuação comercial, o Para candidatos a concursos bancários, compreender o papel e a
BB desempenha um papel significativo no desenvolvimento agríco- atuação dessas instituições é fundamental, pois reflete o amplo es-
la do país, sendo responsável pela execução de políticas de crédito pectro de atuação e responsabilidade social que caracteriza o setor
agrícola e financiamento de safra, contribuindo diretamente para bancário público no Brasil.
a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável do setor
agrário brasileiro. Papel e Atuação
As instituições financeiras oficiais federais no Brasil desempe-
Caixa Econômica Federal (CAIXA) nham papéis cruciais que vão além da oferta de produtos e serviços
A CAIXA, criada em 1861, é uma instituição chave para a políti- financeiros típicos. Elas são ferramentas estratégicas nas mãos do
ca habitacional e de assistência social do governo federal. Adminis- governo para promover políticas públicas, impulsionar o desenvol-
tra programas de grande impacto social, como o Fundo de Garantia vimento econômico e social, garantir a inclusão financeira e respon-
do Tempo de Serviço (FGTS), o Programa de Integração Social (PIS) e der a desafios regionais específicos. A atuação desses bancos refle-
o seguro-desemprego. Além disso, é o principal agente de políticas te a diversidade de necessidades econômicas, sociais e ambientais
públicas para habitação, operando programas como o Minha Casa do país, e cada um contribui de maneira única para o bem-estar da
Minha Vida, o que a torna essencial para a promoção da inclusão sociedade brasileira e para a sustentabilidade do desenvolvimento
social e redução do déficit habitacional no Brasil. nacional.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN- • Promoção de Políticas Públicas


DES) Um dos papéis mais importantes dessas instituições é a execu-
O BNDES, fundado em 1952, é uma das mais importantes fer- ção de políticas públicas determinadas pelo governo federal. Isso
ramentas de financiamento de longo prazo para investimento em inclui programas de financiamento com condições especiais para
todos os setores da economia brasileira. Seu objetivo principal é setores considerados estratégicos para o desenvolvimento nacio-
apoiar projetos que contribuam para o desenvolvimento econômi- nal, como agricultura, indústria, infraestrutura e exportação. Por
co e social do Brasil. Isso inclui desde grandes infraestruturas até o exemplo, o BNDES oferece linhas de crédito para projetos de infra-
apoio a micro, pequenas e médias empresas. O BNDES também de- estrutura que visam melhorar a logística do país, enquanto o Ban-
sempenha um papel vital na promoção de exportações brasileiras, co do Nordeste e o Banco da Amazônia focam no desenvolvimento
na modernização da infraestrutura e na sustentabilidade ambiental. regional sustentável.

Banco do Nordeste (BNB) • Desenvolvimento Econômico e Social


Fundado em 1952, o BNB é focado no desenvolvimento da re- Os bancos federais têm um papel fundamental no desenvolvi-
gião Nordeste, uma das mais desafiadas economicamente no Brasil. mento econômico e social do Brasil. Eles financiam desde grandes
É responsável pela administração do Fundo Constitucional de Finan- projetos que impulsionam o crescimento econômico até pequenas
ciamento do Nordeste (FNE), oferecendo condições favoráveis de iniciativas que promovem o desenvolvimento local e a geração de
crédito para estimular o desenvolvimento regional, apoiando desde empregos. Por meio de linhas de crédito especiais, essas institui-
a agricultura familiar até grandes empreendimentos industriais e de ções apoiam a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento em di-
infraestrutura, com especial atenção à inovação e sustentabilidade. versos setores, contribuindo para a competitividade da economia
brasileira no cenário global.
Banco da Amazônia (BASA)
Criado em 1942, o BASA é essencial para o desenvolvimento • Inclusão Financeira
da Região Amazônica, administrando o Fundo Constitucional de Fi- A inclusão financeira é outro aspecto crucial da atuação des-
nanciamento do Norte (FNO). Seu papel é vital para promover o sas instituições. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por
desenvolvimento sustentável na região, financiando projetos que exemplo, têm uma extensa rede de agências que alcança regiões re-
conciliam crescimento econômico com preservação ambiental. O motas do país, oferecendo acesso a serviços financeiros para popu-
lações que, de outra forma, estariam excluídas do sistema bancário.
Além disso, programas governamentais de transferência de renda
Editora
116
116
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e financiamento habitacional são administrados por esses bancos, - Operações de Empréstimos: são caracterizados por não se
garantindo que recursos cheguem diretamente às mãos daqueles destinarem a uma finalidade específica. É o caso dos empréstimos
que mais precisam. pessoais, dos empréstimos consignados, do cheque especial, do
cartão de crédito, entre outros. A liberação do empréstimo, por en-
• Resposta a Desafios Regionais volver menos formalidades do que um financiamento, costuma ser
A atuação dos bancos federais é fundamental para responder mais simples e rápida, com menor número de procedimentos. O
aos desafios econômicos e sociais específicos de diferentes regiões proponente ao empréstimo é submetido à análise de crédito pela
do Brasil. O Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia, por exem- instituição financeira podendo, inclusive, não ser exigida uma ga-
plo, oferecem condições de financiamento adaptadas às realidades rantia, embora tal condição possa ser negociada entre as partes
locais, fomentando o desenvolvimento em áreas que enfrentam com o propósito de redução do grau de risco da operação e conse-
desafios particulares, como pobreza, desemprego e questões am- quentemente, da taxa de juros e demais encargos a serem conven-
bientais. Esses bancos desempenham um papel essencial na pro- cionados.
moção do desenvolvimento sustentável, equilibrando crescimento
econômico com preservação ambiental. Outras alternativas para a aquisição de bens são as operações
conhecida como arrendamento mercantil ou leasing.
As instituições financeiras oficiais federais no Brasil são mais do
que meros bancos; elas são instrumentos de política pública com - Arrendamento Mercantil: a propriedade do bem arrendado
o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social, fica com a arrendadora, neste caso a instituição financeira, que con-
garantir a inclusão financeira e atender às necessidades específi- cede o direito de uso desse bem ao arrendatário, o cliente durante
cas de diversas regiões do país. Sua atuação é fundamental para o prazo do contrato. O arrendamento mercantil oferece a opção de
a realização de objetivos estratégicos nacionais, incluindo o cresci- compra do bem por parte do arrendatário ao final do contrato.
mento sustentável, a redução das desigualdades e a promoção de
uma sociedade mais justa e inclusiva. Compreender o papel e a atu- - Leasing: é uma operação classificada como financeira ou ope-
ação desses bancos é essencial para qualquer pessoa interessada racional e em geral, o contrato de leasing financeiro, o qual se as-
na economia brasileira, na política de desenvolvimento e na gestão semelha a uma operação de financiamento, por abranger a quase
pública. totalidade do valor do bem, onde o cliente quase sempre opta pela
compra do bem ao final do contrato, no entanto, possuem prazo
mínimo de duração, que são determinados pela legislação e variam
OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO conforme o prazo de vida útil do produto. Já o contrato de leasing
operacional, possui prazo mais curto e similaridade com uma loca-
ção, e é mais utilizado quando o cliente não pretende, pelo menos
Operações de Crédito são acordos de vontades entre as partes,
em princípio, adquirir o bem. Uma das principais características do
pelo princípio da autonomia2, onde as instituições financeiras têm
Leasing é que o prazo mínimo da operação é de dois anos para bens
autonomia para conceder empréstimos e financiamentos com base
com vida econômica útil igual ou menor do que cinco anos.
em critérios próprios. O Banco Central, na qualidade de ente regu-
lador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional, não interfere
- Empréstimo em Consignação: é uma modalidade de emprés-
na celebração de contratos de empréstimos e financiamentos, nem
timo em que o desconto da prestação é feito diretamente na fo-
na renegociação de dívidas entre as instituições financeiras e seus
lha de pagamento ou de benefício previdenciário do contratante.
clientes.
A consignação em folha de pagamento ou de benefício depende
de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira
As operações de crédito são divididas entre operações de fi-
concedente do empréstimo.
nanciamento e de empréstimo.3
Em relação ao empréstimo consignado, a Circular do Banco
Central nº 3.522/20114 em seu artigo 1º estabelece a vedação às
- Operações de Financiamentos: são recursos financeiros des-
instituições financeiras na celebração de convênios.
tinados a finalidade ou segmento específico previstos no contrato.
“Art. 1º Fica vedada às instituições financeiras, na prestação de
Como exemplo, podem ser citados os financiamentos imobiliários,
serviços e na contratação de operações, a celebração de convênios,
industriais e rurais. Nesses casos, o próprio bem financiado pode
contratos ou acordos que impeçam ou restrinjam o acesso de clien-
servir de garantia, tornando a operação mais segura para o credor
tes a operações de crédito ofertadas por outras instituições, inclusi-
e menos onerosa para o tomador. As regras para sua concessão
ve aquelas com consignação em folha de pagamento”.
são mais rigorosas e os procedimentos mais detalhados. Em linhas
gerais, as instituições financeiras realizam a análise da capacidade
Há também normas federais que tratam do assunto, como a Lei
financeira do tomador do crédito, a avaliação do bem a ser adqui-
10.820 de 20035, onde estabelece:
rido e eventualmente em outras garantias oferecidas por este pro-
Art. 1º - Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do
ponente.
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o
2 Princípio que consiste no poder entre partes para estipular livremente, como desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponí-
melhor convier, mediante acordo a disciplina de seus interesses, suscitando efei- 4 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
tos ordem jurídica, envolvendo a criação de contratos e a liberdade de contratar ou Lists/Normativos/Attachments/49474/Circ_3522_v1_O.pdf
não contratar. 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.820.htm - Último acesso em
3 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/noticias/223 26/10/2018 as 09h12min
Editora
117
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

vel dos valores referentes ao pagamento de empréstimos, financia- - Empréstimo com Penhor: modalidade de empréstimo onde a
mentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil pessoa física tem acesso a um crédito rápido, ficando livre de aná-
concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrenda- lise de cadastro e livre de avalista. Além disso, o consumidor pode
mento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. (Reda- estar com restrições.
ção dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
§ 1º O desconto mencionado neste artigo também poderá inci- Desconto Bancário
dir sobre verbas rescisórias devidas pelo empregador, se assim pre-
visto no respectivo contrato de empréstimo, financiamento, cartão O Desconto bancário é uma operação bancária, através da qual
de crédito ou arrendamento mercantil, até o limite de 35% (trinta e a instituição adianta créditos de terceiros para clientes, deduzindo
cinco por cento), sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusiva- assim os juros da operação mediante a cessão do crédito que é feita
mente para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015) através do endosso cambiário6. Neste caso, a instituição financei-
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão ra antecipa ao seu cliente o valor de crédito que este titulariza, ou
de crédito; seja, antecipa assim os recebíveis deste cliente perante terceiro, na
[...] maioria das vezes não vencido, e o recebe em cessão. Dessa forma
§ 5º Nas operações de crédito consignado de que trata este ar- a instituição financeira paga pelo crédito descontado, representado
tigo, o empregado poderá oferecer em garantia, de forma irrevogá- geralmente por título de crédito, como duplicata, notas promissó-
vel e irretratável:(Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) rias e outros, deduzindo os juros correspondente ao período com-
I - até 10% (dez por cento) do saldo de sua conta vinculada no preendido entre a data da antecipação e do vencimento do título.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; (Redação dada pela O Desconto Bancário é considerado contrato real, uma vez que se
Lei nº 13.313, de 2016); aperfeiçoa com a transferência do crédito a instituição financeira.
II - até 100% (cem por cento) do valor da multa paga pelo em-
pregador, em caso de despedida sem justa causa ou de despedida Adiantamento Bancário
por culpa recíproca ou força maior, nos termos dos §§ 1º e 2º do art.
18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. (Redação dada pela Lei O Adiantamento Bancário pode ser definido como o contrato
nº 13.313, de 2016); bancário pelo qual o Banco adianta certa importância pecuniária ao
[...] cliente contra a entrega de uma garantia real do pagamento do em-
Art. 6º Os titulares de benefícios de aposentadoria e pensão préstimo, a qual será executada caso haja inadimplemento da obri-
do Regime Geral de Previdência Social poderão autorizar o Instituto gação. O adiantamento ou antecipação bancária se caracteriza por:
Nacional do Seguro Social - INSS a proceder aos descontos referi- a) Oferta de uma garantia real dada pelo interessado;
dos no art. 1º e autorizar, de forma irrevogável e irretratável, que b) Adiantamento pecuniário de um crédito cambiário lastreado
a instituição financeira na qual recebam seus benefícios retenha, pela garantia;
para fins de amortização, valores referentes ao pagamento mensal c) Concedido por banco ou instituição financeira equiparada.
de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de
arrendamento mercantil por ela concedidos, quando previstos em As formas de Antecipação bancária variam em função dos ob-
contrato, nas condições estabelecidas em regulamento, observadas jetos sobre os quais recairá a garantia real, podendo incidir sobre:
as normas editadas pelo INSS. (Redação dada pela Lei nº 13.172, - Mercadorias ou documentos;
de 2015); - Títulos de crédito representados por mercadorias ou esto-
[...] ques;
§ 5º Os descontos e as retenções mencionados no caput não - Outros títulos de crédito em geral;
poderão ultrapassar o limite de 35% (trinta e cinco por cento) do - Direitos creditórios diversos.
valor dos benefícios, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusi-
vamente para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015); Crédito Direto ao Consumidor (CDC)7
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015); É uma operação de crédito concedida tanto a pessoas físicas
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de como jurídicas para a aquisição de bens ou serviços. O consumidor
crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015). que contrata esse tipo de crédito passa a desfrutar imediatamente
de um bem que será pago com sua renda futura. Os cartões de cré-
- Empréstimo com Cheque Especial: neste caso tipo de em- dito também podem conceder crédito direto ao consumidor para
préstimo o banco que o cliente é correntista disponibiliza um crédi- aquisição de bens. Normalmente são contemplados em contratos
to pré-aprovado com um limite de recurso em dinheiro estabeleci- no máximo de 60 parcelas.
do de acordo com o perfil do correntista que pode ser usado como As taxas de juros correspondem à média das taxas praticadas8
empréstimo de cheque especial quando necessário. nas diversas operações realizadas pelas instituições financeiras em
cada modalidade de crédito. Em uma mesma modalidade, as taxas
- Empréstimo Rotativo: este tipo de empréstimo se caracteriza de juros diferem entre clientes de uma mesma instituição financeira
como a liberação de uma valor a título de emprestado e no ato do e variam de acordo com diversos fatores de risco envolvidos nas
pagamento, será pago apenas parte dele, ou seja, consiste no valor 6 É o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem trans-
mínimo da fatura de um cartão de crédito, por exemplo. Em contra- mite os seus direitos à outra pessoa.
partida é nessa modalidade onde as taxas e encargos cobrados são 7 http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/saiba-como-viabilizar-o-
os mais altos do mercado. -credito-direto-ao-consumidor
8 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/txjuros/1
Editora
118
118
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

operações, tais como o valor e a qualidade das garantias apresen- apenas identifica o indivíduo perante as instituições financeiras,
tadas na contratação do crédito. Na modalidade9 para pessoa físi- mas também é utilizado para rastrear suas atividades econômicas
ca divindade em pré-fixada e pós-fixadas. Já para pessoa jurídica e financeiras, garantindo a conformidade com as leis tributárias e
também em pré-fixadas e pós-fixadas, mas nesta última em juros regulamentações bancárias.
flutuantes e em moedas estrangeira.
Cadastro de Pessoas Jurídicas
Contas Garantidas O cadastro de pessoas jurídicas é igualmente importante no
setor bancário. No Brasil, o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Ju-
A conta garantida é uma conta de cré­dito com um valor limite, rídica) é o número que identifica empresas e outras organizações.
Normalmente é movimentada pelo cliente através de seus cheques, Similar ao CPF, o CNPJ é fundamental para a realização de ativida-
desde que não haja saldo dispo­níveis em sua conta corrente de des empresariais, como a abertura de contas bancárias corporati-
movimenta­ção. A medida que entram recursos na conta corrente vas, emissão de notas fiscais, contratação de empregados, e para
do cliente, eles são usados para cobrir o saldo devedor da conta cumprir obrigações tributárias e regulatórias. O CNPJ fornece infor-
ga­rantida. mações vitais sobre a empresa, incluindo sua natureza jurídica, en-
dereço, descrição da atividade econômica, entre outros.
É um tipo de empréstimo em que são utilizadas em conjunto
duas contas: Tipos e Constituição das Pessoas
- A conta corrente de livre movimenta­ção A constituição de uma pessoa jurídica no Brasil pode assumir
- A conta garantida várias formas, incluindo sociedades limitadas, sociedades anôni-
mas, cooperativas, entre outras. Cada tipo tem suas próprias regras
Sendo assim garante uma fluidez de recursos para as empresas, de constituição, governança, responsabilidades e obrigações fiscais.
já para o banco é um excelente recurso mercadológico. O valor de Por exemplo, uma sociedade limitada (Ltda.) é formada por um
limite e o prazo de pagamentos são definidos pela instituição finan- contrato social entre os sócios, enquanto uma sociedade anônima
ceira conforme capacidade de pagamento da empresa. Em relação (S.A.) é regida por um estatuto social e suas ações podem ser nego-
aos encargos, podem ser: ciadas publicamente, dependendo de sua categoria.
- Taxas pré ou pós-fixadas: que são incidente sobre os valores Composição Societária/Acionária
utilizado se respectivo prazo. Para cálculo dos juros devidos, as ins- A composição societária ou acionária é um elemento chave na
tituições financeiras somam os valores utilizado sem um determi- estrutura de uma empresa. Em uma sociedade limitada, os sócios
nado período (mês cheio ou 30 dias corridos) e, sobre o somatório, têm sua responsabilidade limitada ao valor de suas quotas, mas ge-
aplicam a taxa mensal de juros convertidas para um dia. renciam ativamente os negócios. Em uma sociedade anônima, os
- Incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme le- acionistas podem ter responsabilidade limitada ao valor de suas
gislação em vigor: nessa modalidade, é cobrado somente após a ações e podem ou não ter um papel ativo na gestão da empresa. A
utilização do crédito e para calcular o valor devido as instituições composição acionária de uma S.A. é particularmente relevante em
financeiras e somam os valores utilizados em um determinado pe- empresas listadas em bolsa de valores, onde as ações são negocia-
ríodo. das publicamente e a estrutura acionária pode influenciar significa-
- Taxa de Abertura de Crédito (TAC): cobrada pela instituição tivamente as decisões corporativas e a governança.
para cada contrato, conforme tabela de tarifas. Entender esses aspectos é crucial não apenas para a conformi-
dade legal e regulatória, mas também para a análise de risco, plane-
jamento financeiro e estratégico das entidades envolvidas. No setor
CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS. CADASTRO DE PESSOAS bancário, um conhecimento profundo dessas áreas permite uma
JURÍDICAS. TIPOS E CONSTITUIÇÃO DAS PESSOAS. COM- melhor avaliação dos clientes, uma gestão de risco mais eficiente
POSIÇÃO SOCIETÁRIA/ACIONÁRIA e facilita o cumprimento das normas anti-lavagem de dinheiro e de
financiamento ao terrorismo.

Na área de conhecimentos bancários, compreender o cadastro


e a estrutura legal de entidades é essencial, pois estas informações FORMA DE TRIBUTAÇÃO. MANDATOS E PROCURAÇÕES
são cruciais para a realização de transações financeiras, conformi-
dade regulatória e relacionamentos comerciais. Este entendimento
A forma de tributação e a utilização de mandatos e procura-
abrange tanto pessoas físicas quanto jurídicas, cada uma com suas
ções são aspectos importantes no contexto empresarial e financei-
características e exigências específicas.
ro, influenciando diretamente a gestão fiscal e legal das entidades.
Cadastro de Pessoas Físicas
Forma de Tributação
O cadastro de pessoas físicas é fundamental para a identifica-
No Brasil, as formas de tributação variam de acordo com o tipo
ção de indivíduos no sistema financeiro. No Brasil, o CPF (Cadastro
e tamanho da entidade, assim como a natureza de suas operações.
de Pessoa Física) é o registro principal utilizado para tal propósito.
Empresas podem optar por diferentes regimes tributários, como o
É um número único atribuído pela Receita Federal a cada cidadão
Simples Nacional, o Lucro Presumido ou o Lucro Real, cada um com
brasileiro ou residente no país. Este número é essencial para uma
suas especificidades e implicações fiscais.
variedade de funções, incluindo a abertura de contas bancárias, a
realização de investimentos e a declaração de impostos. O CPF não
9 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/TXJUROS/
Editora
119
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Simples Nacional: é um regime tributário simplificado des- tituições financeiras buscando priorizar a segurança e a certeza de
tinado a micro e pequenas empresas. Essa opção permite o paga- recebimento dos valores emprestados, com o foco principal, obvia-
mento de vários impostos federais, estaduais e municipais em uma mente, em seus lucros.
única guia, facilitando o processo fiscal. É limitado a empresas com Esta operação causa um impacto financeiro na empresa credo-
receita bruta anual de até um determinado teto. ra, já que ceder crédito a uma pessoa que não possui condições de
efetuar seu pagamento pode exigir renegociações, obrigar a empre-
• Lucro Presumido: é um regime onde a base de cálculo do sa a arcar com o crédito cedido até que o cliente faça o pagamento
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido é e, em algumas vezes, até fazer com que a empresa se responsabili-
determinada por um percentual fixo sobre a receita bruta da em- ze completamente pela dívida. Nesse último caso, a empresa pode
presa. É uma opção vantajosa para empresas com lucratividade alta recorrer à justiça. No entanto, a pessoa pode não possuir nenhum
e despesas operacionais baixas. bem ou recurso e, consequentemente, não conseguirá pagar, fazen-
do com que a empresa credora, além de assumir a dívida, tenha
• Lucro Real: é o regime onde a empresa paga os impostos com custo adicional de serviços jurídicos. Por isso a importância da aná-
base em seu lucro líquido real. Esse regime é obrigatório para em- lise de crédito.
presas com receitas anuais acima de um determinado valor e pode Análise de crédito é o momento em que, de forma automática
ser mais complexo em termos de gestão fiscal, exigindo uma conta- (política ou estratégica) ou de forma manual (análise subjetiva efe-
bilidade mais detalhada. tuada, em regra, por profissionais especializados), as informações
Cada regime tributário tem suas vantagens e desvantagens, e do interessado em adquirir crédito são avaliadas e ponderadas em
a escolha depende de uma série de fatores, incluindo a estrutura relação ao risco e a capacidade, seja do endividamento da pessoa
operacional da empresa, suas despesas, receitas e objetivos de ne- ou da empresa que concederá o crédito. Desta forma, a concessão
gócios. de crédito se torna mais inteligente e segura, e o crédito passa a
ser o que se denomina atualmente de crédito responsável, conceito
Mandatos e Procurações estratégico intimamente ligado à inadimplência, ao equilíbrio eco-
Mandatos e procurações são instrumentos legais que permi- nômico e ao fomento do mercado.
tem a uma pessoa (o mandatário ou procurador) agir em nome de Através da análise também é possível detectar fraudadores,
outra (o mandante ou outorgante). No ambiente corporativo, esses eliminando, na cadeia de créditos, o nome das pessoas inidôneas.
instrumentos são vitais para a delegação de poderes, permitindo Em outras palavras, a análise de crédito é importante para manter
que representantes legais ou agentes realizem atividades especí- a harmonia entre clientes e empresa, diminuindo os riscos das dívi-
ficas, como operações bancárias, decisões de negócios, ou ações das não serem pagas e fazendo que, consequentemente, as empre-
legais. sas possam trabalhar com cliente mais comprometidos.
• Mandatos: normalmente se referem a uma autorização mais
geral para agir em nome do mandante em uma variedade de situa- Análise e contratação10
ções. Eles podem ser específicos (para uma tarefa ou tipo de deci-
são particular) ou gerais (cobrindo uma ampla gama de atividades). Consiste a análise de crédito no momento em que, de forma
automática (política ou estratégica) ou de forma manual (análise
• Procurações: são tipicamente mais formais e detalhadas do subjetiva efetuada, em regra, por profissionais especializados), as
que os mandatos. Elas especificam exatamente quais poderes estão informações do interessado em adquirir crédito são avaliadas e
sendo concedidos e em que circunstâncias podem ser exercidos. ponderadas em relação ao risco e a capacidade, seja do endivida-
As procurações são amplamente utilizadas em transações legais e mento da pessoa ou da empresa que concederá o crédito. Desta
financeiras, como a assinatura de contratos, a representação em forma, a concessão de crédito se torna mais inteligente e segura,
processos judiciais ou a realização de transações bancárias. e o crédito passa a ser o que se denomina atualmente de “crédito
responsável”, conceito estratégico intimamente ligado à inadim-
Tanto os mandatos quanto as procurações devem ser elabo- plência, ao equilíbrio econômico e ao fomento do mercado.
rados cuidadosamente para garantir que confiram os poderes cor- Através da análise também é possível detectar fraudadores,
retos e sejam válidos sob a lei. Além disso, eles precisam estar em eliminando, na cadeia de créditos, o nome das pessoas inidôneas.
conformidade com as regulamentações locais e ser revisados regu- Em outras palavras, a análise de crédito é importante para manter
larmente para garantir que permaneçam relevantes e adequados às a harmonia entre clientes e empresa, diminuindo os riscos das dívi-
necessidades atuais da empresa ou do indivíduo. das não serem pagas e fazendo que, consequentemente, as empre-
sas possam trabalhar com cliente mais comprometidos.
A análise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto
FUNDAMENTOS DO CRÉDITO. CONCEITO DE CRÉDITO. ELE- que através da experiência do agente de crédito é possível identifi-
MENTOS DO CRÉDITO. REQUISITOS DO CRÉDITO car fatores de caráter, capacidade, capital e condições de pagamen-
to. Porém, essa análise não pode ser realizada de maneira aleatória,
é preciso estar embasada em conceitos técnicos que irão guiar a
FUNDAMENTOS DO CRÉDITO
tomada de decisão.
O crédito cada vez mais se torna elemento importante no de-
senvolvimento econômico do nosso país, com os clientes buscando
10 Sabrina Carvalho. Por que realizar análise de crédito no meu negócio?
operações com taxas de juros e condições mais vantajosas e as ins-
Netconsultas. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_de_cr%-
C3%A9dito.
Editora
120
120
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Algumas empresas de pequeno porte não dispõem de capaci- - Capacidade Creditícia: a partir do grau de risco que o toma-
dade financeira para manter um analista de crédito, por isso tem dor apresenta e a projeção do seu nível de endividamento futuro,
surgido empresas que podem dar um suporte a esses empreende- avaliar a capacidade creditícia do tomador, ou seja, qual a quantia
dores, visando a diminuição das perdas financeiras com a inadim- de capital que ele poderá obter junto ao credor.
plência. Todos os processos descritos abaixo, são feitos por essas
empresas e em seus relatórios com os resultados da análise de cré- Para que ocorra uma análise minuciosa de risco da operação de
dito também estão incluídas as consultas no SPC/SERASA. concessão de crédito à pessoa física, é preciso passar por algumas
A contratação de crédito, nada mais é do que o fornecimento fases distintas durante o processo. Santos (2006) define seis fases
de crédito para um indivíduo. Este capital possibilita acesso a bens para este processo, conforme quadro a seguir:
e serviços que, de outra forma, não seriam adquiridos ou demora- - Análise Cadastral;
riam a ser. - Análise de Idoneidade;
- Análise Financeira;
Processo de análise de crédito para pessoa física - Análise de Relacionamento;
- Análise Patrimonial; e
O processo de análise de crédito para pessoa física visa a iden- - Análise de Sensibilidade.
tificar os riscos para a organização que está concedendo o crédito,
evidenciar conclusões quanto à capacidade de repagamento do to- Análise cadastral
mador e fazer recomendações sobre o melhor tipo de empréstimo
a ser concedido. A análise refere-se a processo de análise dos dados de identi-
A análise ocorrerá conforme as necessidades do solicitante e ficação dos clientes. Conforme Blatt (1999) evidencia, o sucesso da
dentro de um nível de risco aceitável, a partir de documentação concessão do crédito depende de informações confiáveis a respeito
apresentada e análise da mesma, objetivando a maximização dos do cliente. Santos (2006) complementa, dizendo que:
resultados da instituição, segundo Schrickel (2000). “O levantamento e a análise das informações básicas de crédito
Este processo é extremamente importante para a análise de são requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédi-
crédito efetuada em organizações de concessão de microcrédito, to, prazo de amortização, taxas de juros e, se necessário reforço ou
principalmente devido à simplificação e desburocratização desta vinculação de novas garantias.” (SANTOS, 2006, p. 47).
modalidade, conforme explicado anteriormente. Segundo o Manual de Normas e Instruções do Banco Central
Além disso, a análise subjetiva de crédito não é um exercício do Brasil (2006), as instituições de crédito, micro crédito e bancos
que visa ao cumprimento de disposições normativas, mas sim tem tradicionais só devem conceder empréstimos (crédito) a tomadores
por objetivo chegar a uma decisão clara sobre a concessão ou não se possuírem adequadas e não restritivas informações cadastrais.
do crédito ao solicitante, acrescenta Santos (2006). Schrickel (2000) reafirma todos estes fatos, dizendo que as institui-
Porém, o processo de análise subjetiva, como o próprio nome ções de crédito devem munir-se de elementos informativos essen-
diz, não é uma ciência exata, podendo existir inúmeras soluções ciais e indispensáveis sobre o potencial tomador do crédito, antes
para cada situação de concessão, sendo certo que a análise pode de manter qualquer tipo de relacionamento concreto ou formalizar
fazer emergir opções durante o processo decisório, complementa alguma operação de crédito.
Blatt (1999).
É preciso dizer, ainda, que a análise de crédito é um processo Porém, todas as instituições de crédito devem atentar para o
organizado a fim de reunir e montar todos os fatos que conduzem sigilo das informações coletadas pelos agentes de crédito. Schrickel
ao problema, determinar as questões e suposições relevantes para (2000) sugere que as informações e documentação pessoal devem
a tomada de decisão, analisar e avaliar os fatos levantados e desen- ser mantidas arquivadas sobre minucioso controle. Tal atenção é
volver uma decisão a partir das alternativas funcionais e aceitáveis. necessária para que ocorra sigilo das informações e para que me-
Schrickel (2000) complementa que a análise será mais consis- lhor lhe permita o controle, manuseio e atualização dos dados.
tente quanto mais presentes e valiosas forem as quantificações dos
riscos identificados e praticidade, bem como a viabilidade das con- Os dados que deverão ser identificados para análise, segundo
clusões chegadas. Santos (2006), deverão ser os seguintes:
Portanto, o processo de análise de crédito para pessoa física - Escolaridade;
baseia-se na qualidade das informações obtidas e nas decisões de- - Estado Civil;
correntes. Essas decisões devem ser práticas e viáveis dentro de um - Idade;
modelo funcional adaptado à realidade da organização. - Idoneidade;
- Moradia (se própria ou alugada e tempo de residência);
Além disso, em qualquer situação de análise de crédito, há três - Número de dependentes;
etapas distintas a percorrer, conforme Schrickel (2000): - Renda (principal e complementar);
- Análise Retrospectiva: avaliação do desempenho histórico - Situação legal dos documentos; e
do tomador potencial, analisando os riscos inerentes ao mesmo e - Tempo no atual emprego ou atividade exercida.
como foram contornados. Este processo visa identificar fatores na
atual condição do tomador que possam dificultar o pagamento da Santos (2006) ainda defende que no processo de análise de
dívida; crédito deve-se considerar todas as informações relacionadas com
- Análise de Tendências: projeção da condição futura do toma- a situação financeira do cliente, pois a análise conjunta dos dados
dor do crédito, a fim de avaliar o nível de endividamento suportável
e o quão oneroso será o crédito que se espera obter; e
Editora
121
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

irá fornecer informações mais precisas para a tomada de decisão. Análise financeira
Para Schrickel (2000), o agente de crédito deve atentar para a se-
guinte documentação legal: Em relação à análise financeira, Blatt (1999) explica que a mes-
- Certidão de Casamento, se casado (a); ma é primordial para a determinação das forças e fraquezas finan-
- Cédula de Identidade (RG); ceiras do cliente, a partir das informações das demonstrações fi-
- Cartão de Identificação do Contribuinte (CPF); nanceiras do mesmo. A análise da renda total do cliente e posterior
- Declaração de Bens (anexo da declaração do Imposto de Ren- análise de compatibilidade com os créditos pretendidos é uma fase
da), conforme Lei 8.009/1990 – Lei de Impenhorabilidade do Bem de vital importância no processo de análise dos riscos de crédito.
de Família; Para Black; Morgan (apud Santos, 2006), deve ser dada atenção
- Comprovante de rendimentos; especial à análise da renda, pois consideram existir relação direta
- Comprovante de residência; entre a renda e a taxa de inadimplência de pessoas físicas. Santos
- Procurações (se houver); (2006) ainda diz que é de suma importância determinar o valor
- Cartões de Instituições Financeiras (originais); e exato da renda e a sua regularidade, bem como a probabilidade
- Ficha Cadastral preenchida e assinada. de continuar sendo recebida. Desta maneira é possível identificar
fatores que poderão vir a prejudicar o futuro pagamento da dívida
Por fim, Blatt (1999) explica que a ficha cadastral é um resumo contraída.
da vida do cliente, por meio da qual o credor tem a possibilidade Autores como Santos (2006), Blatt (1999) e Schrickel (2000) de-
de obter um conhecimento inicial sobre o mesmo. Ele ainda define finem os Demonstrativos de Pagamento, Declaração de Imposto de
como “[...] um conjunto de informações financeiras e não financei- Renda e Extratos Bancários como as melhores fontes de informa-
ras que subsidiam o processo decisório de crédito, auxiliando na ções sobre a renda do cliente.
avaliação [...] do cliente. (BLATT, 1999, p. 78). Os Demonstrativos de Pagamento, fornecidos pelos emprega-
dores dos solicitantes de crédito, constituem-se na fonte mais uti-
Análise de idoneidade lizada pelas instituições de concessão de crédito. A Declaração do
Imposto de Renda é uma fonte alternativa de dados que possibilita
Já a análise de idoneidade consiste no levantamento e análise um melhor cálculo sobre a renda média mensal do solicitante, se-
de informações relacionadas à idoneidade do cliente com o mer- gundo Santos (2006).
cado de crédito. Segundo Santos (2006), esta análise baseia-se na No caso de pessoas físicas autônomas ou profissionais que tra-
coleta de informações sobre o solicitante do crédito junto às em- balhem em atividades sazonais, o agente de crédito deve tomar es-
presas especializadas no gerenciamento de risco de crédito. Empre- pecial cuidado com discrepâncias na renda média mensal do clien-
sas como Serasa, Boa Vista Serviços (SCPC), EQUIFAX e SPC (Serviço te. Para Santos (2006), nessa situação, a comprovação da renda é de
de Proteção ao Crédito) são exemplos de organizações que podem extrema dificuldade e por isso o agente de crédito deve se basear
fornecer informações úteis sobre a situação de crédito do cliente. em cálculos aproximados a partir de demonstrativos bancários, tais
Para Santos (2006), a análise da idoneidade deve ser uma das como extratos de contas bancárias.
primeiras informações averiguadas, pois caso o cliente não possua É sugerido, por Santos (2006), a construção de um Balanço Pa-
informações negativas as demais informações poderão ser coleta- trimonial adaptado do solicitante do crédito, por parte do agente
das e analisadas para a análise do risco total. de crédito. Tal instrumento visa a uma melhor visualização dos ati-
A idoneidade do cliente pode ainda ser classificada em quatro vos e passivos a fim de determinar a situação financeira e capacida-
categorias, conforme Santos (2006): de de pagamento do cliente.
- Sem Restritivos: quando não há informações negativas sobre Os ativos representam os bens, tanto financeiros como pa-
o cliente no mercado de crédito; trimoniais, dos clientes. São colocados em ordem de liquidez, ini-
- Alertas: quando há registros antigos no mercado de crédito, ciando pelos ativos que melhor possam ser convertidos em receita
já solucionados, que não impedem a concessão de novos créditos. imediata, representados por valores em conta corrente, salário e
Apenas ocorre a exigência de uma análise mais criteriosa por parte outros, até os ativos menos líquidos, como por exemplo, veículos
do agente de crédito; e imóveis. Os passivos representam todos os compromissos que o
- Restritivos: indicam que o cliente possui informações desabo- cliente assumiu com o mercado de crédito ou para a compra de
nadoras no mercado de crédito. São exemplos: registros de atrasos, bens e serviços. São organizados de maneira a iniciar pelos de maior
renegociações e geração de prejuízos a credores. Podem ser clas- solvência (imediata) até os de maior prazo de pagamento.
sificadas como de caráter subjetivo (de uso interno de instituições Segundo Santos (2006), quanto maior for o saldo do ativo total
do mercado de crédito) ou de caráter objetivo, tais como protestos, em relação ao passivo total, maior será a capacidade de o cliente
registros de cheques sem fundo, ações de busca e apreensão, den- honrar as dívidas adquiridas. Neste caso, o patrimônio líquido, cal-
tre outros; e culado pela diferença entre o total dos ativos e o total dos passivos,
- Impeditivos: são apontamentos que impedem que pessoas será um excelente indicador da riqueza do cliente e, por conseguin-
físicas atuem como tomadores de crédito, a exemplo de bloqueios te, da capacidade de pagamento do mesmo.
de bens, impedimentos no Sistema Financeiro da Habitação (SFH),
proibições legais de concessão de crédito, dentre outros. Análise de relacionamento

A análise de relacionamento baseia-se principalmente na análi-


se realizada sobre as informações extraídas do histórico do relacio-
namento do cliente com o credor e o mercado de crédito. Quando
o cliente já é conhecido da instituição de concessão de crédito, é
Editora
122
122
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

possível extrair informações de créditos adquiridos anteriormente, Método credit scoring de análise de crédito
taxas de juros aplicadas, frequência de utilização, pontualidade na
amortização, dentre outros. A aplicação de modelos de credit scoring e outras ferramentas
Santos (2006) acredita que essa análise de relacionamento au- para análises de crédito se iniciaram na década de 1930, em com-
xilia na análise da idoneidade do cliente e pode garantir uma deci- panhias seguradoras, conforme Blatt (1999). Porém, seu desenvol-
são mais favorável ou não à concessão do crédito. Contudo, aponta vimento em instituições financeiras deu-se a partir da década de
a dificuldade dos agentes de crédito de conseguirem informações 1960, conforme Vasconcellos (2002).
precisas junto a outras instituições de crédito devido à necessidade Este modelo proporciona uma vantagem competitiva para a
de manter sigilo sobre as operações com que trabalham. Conhecer organização, porém, apenas após a estabilização da economia bra-
o patrimônio dos clientes é importante no processo de análise de sileira, em 1994, é que começou a ser difundido no Brasil.
crédito, principalmente para que seja possível vinculá-lo em con- O termo credit scoring é utilizado para descrever métodos es-
tratos de crédito sempre que for verificada a existência de algum tatísticos adotados para classificar candidatos à obtenção de um
risco maior. crédito em grupos de risco. Segundo Blatt (1999) a partir do histó-
rico de concessões de crédito efetuadas por uma instituição de cré-
Análise patrimonial dito é possível, através de técnicas estatísticas, identificar as variá-
veis socioeconômicas que influenciam na capacidade do cliente em
A análise patrimonial é frequentemente utilizada para a avalia- pagar o crédito, ou seja, na qualidade do crédito da pessoa física.
ção das garantias que os clientes podem oferecer para vincularem O método de credit scoring é baseado na classificação de can-
ao contrato de concessão, segundo Santos (2006). O autor define didatos a crédito em grupos de acordo com seus prováveis compor-
garantia como a vinculação de um bem que assegure a liquidação tamentos de pagamento. Vasconcellos (2002) informa que a proba-
do crédito caso o tomador não honre suas dívidas. bilidade de um candidato gerar ou não um risco a organização deve
Entretanto, Blatt (1999) defende que a concessão do crédito ser estimada com base nas informações que o tomador fornecer na
não pode estar atrelada ao bem disposto como garantia, pois assim data do pedido de concessão, e a estimativa servirá como funda-
a organização estaria comprando um bem que não é de interesse. mento para a decisão de aprovação ou não do crédito.
Santos (2006) complementa dizendo que a finalidade da garan- Santos (2006) complementa, explicando que o modelo, basea-
tia é evitar que fatores imprevisíveis impossibilitem a quitação do do em informações do passado recente da carteira de crédito, gera
crédito adquirido pelo solicitante. O Banco Central estabelece que notas (scores) para novos candidatos ao crédito que representam a
as instituições financeiras que trabalham com a concessão de crédi- expectativa de que os clientes paguem suas dividas sem se torna-
to devem exigir dos solicitantes garantias suficientes para garantir o rem inadimplentes.
retorno do capital utilizado na operação. Assim, conforme Zerbini (2000), o modelo de credit scoring é
Porém, fica a cargo da instituição de concessão de crédito defi- uma ferramenta valiosa para decisões de aprovação ou não de pe-
nir quais garantias serão aceitas, bem como a real necessidade das didos de crédito, obedecendo à hipótese de que o público alvo da
mesmas para a realização da operação de crédito. Além disso, San- carteira de crédito, após a implementação do modelo, se mantenha
tos (2006) diz que as garantias reais (bens) devem ser corretamente o mesmo que no passado recente sobre o qual todo o procedimen-
analisadas para se verificar a possibilidade de solvência das mes- to estatístico se baseia.
mas, assim como seu valor de mercado real e a existência de ações A partir de uma equação gerada através de variáveis referentes
legais que impeçam que sejam utilizadas. ao candidato à operação de crédito, os analistas de credit scoring
geram uma pontuação que representa o risco de inadimplência, ou
Análise de sensibilidade seja, o escore que resultante da equação de credit scoring pode ser
interpretado como probabilidade de inadimplência.
A análise de sensibilidade é uma fase extremamente importan- Conforme ressalta Saunders (2000), o escore pode ser utilizado
te no processo de análise da concessão de um crédito. Nesta fase, para classificação de créditos como adimplentes ou inadimplentes,
o agente de crédito ou analista financeiro irá monitorar a situação bons ou maus, desejáveis ou não, de acordo com a pontuação ob-
macroeconômica a fim de prever situações que poderão aumentar tida por cada crédito. Esta classificação, por sua vez, pode orientar
o nível de risco da operação. a decisão do analista em relação à concessão ou não do crédito so-
Santos (2006) cita como exemplo o monitoramento das taxas licitado.
de juros. O aumento das mesmas pode desencadear a redução do Assim, a ideia essencial dos modelos de credit scoring é iden-
nível de atividade econômica ou até levar à recessão, reduzindo a tificar certos fatores-chave que influenciam na adimplência ou ina-
capacidade de geração e retenção de fluxos de caixa, comprome- dimplência dos clientes, permitindo a classificação dos mesmos em
tendo a capacidade real de pagamento dos compromissos financei- grupos distintos e, como consequência, a decisão sobre a aceitação
ros das mesmas. ou não do crédito em análise.
É importante que os analistas de crédito monitorem o mercado A diferenciação desse modelo em relação aos modelos subje-
e a economia em geral a fim de prever possíveis situações de de- tivos de análise de crédito se dá pelo fato da seleção dos fatores-
sequilibro na economia. O objetivo é evitar o cenário de incumpri- -chave e seus respectivos pesos ser realizada através de processos
mento dos pagamentos nas suas carteiras de crédito. Blatt (1999) estatísticos. Além disso, a pontuação gerada para cada cliente, a
explica que uma correta avaliação do mercado pode ajudar a definir partir da equação do modelo credit scoring, fornece indicadores
quais taxas serão praticadas, quais prazos de pagamento são mais quantitativos das chances de inadimplência desse cliente, confor-
favoráveis e em quais situações o devedor poderá se tornar incum- me Blatt (1999).
pridor.

Editora
123
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Os modelos de credit scoring podem ser aplicados tanto à - Excesso de confiança nos modelos: algumas estatísticas po-
análise de crédito de pessoas físicas quanto a empresas. Quando dem superestimar a eficácia dos modelos, fazendo com que usu-
aplicados a pessoas físicas, eles utilizam informações cadastrais e ários, principalmente aqueles menos experientes, considerem tais
socioeconômicas dos clientes de acordo com Vasconcellos (2002). modelos perfeitos, não criticando seus resultados;
Blatt (1999) ressalta que a metodologia básica para o desenvol- - Falta de dados oportunos: se o modelo necessita de dados
vimento de um modelo de credit scoring não difere entre aplicações que não foram informados, pode haver problemas na sua utilização
para pessoa física ou jurídica, sendo que as seguintes etapas devem na instituição, gerando resultados diferentes dos esperados. Além
ser cumpridas para o seu desenvolvimento: da falta de algumas informações necessárias, faz-se necessário ana-
- Planejamento e definições: mercados e produtos de crédito lisar também a qualidade e fidedignidade das informações disponí-
para os quais serão desenvolvidos o sistema, finalidades de uso, ti- veis, uma vez que elas representam o insumo principal dos modelos
pos de clientes, conceito de inadimplência a ser adotado e horizon- de credit scoring; e
te de previsão do modelo; - Interpretação equivocada dos escores: o uso inadequado do
- Identificação das variáveis potenciais: caracterização do pro- sistema devido à falta de treinamento e aprendizagem de como
ponente ao crédito, caracterização da operação, seleção das vari- utilizar suas informações pode ocasionar problemas sérios à insti-
áveis significativas para o modelo e análise das restrições a serem tuição.
consideradas em relação às variáveis;
- Planejamento amostral e coleta de dados: seleção e dimen- Verifica-se, portanto, que os modelos de credit scoring podem
sionamento da amostra, coleta dos dados e montagem da base de trazer significativos benefícios à instituição quando adequadamen-
dados; te desenvolvidos e utilizados. No entanto, eles também possuem
- Determinação da fórmula de escoragem através de técnicas limitações que precisam ser bem avaliadas antes do desenvolvi-
estatísticas, como por exemplo, a análise discriminante ou regres- mento e implementação de um modelo dessa natureza.
são logística; e
- Determinação do ponto de corte, a partir do qual o cliente é Recuperação de Crédito
classificado como adimplente ou bom pagador; em outras palavras,
é o ponto a partir do qual a instituição financeira pode aprovar a O processo de recuperação de crédito11 é feito por empresas
liberação do crédito. especializadas em conseguir o pagamento de dívidas. Elas podem
ser contratadas, por exemplo, por instituições financeiras para fazer
Segundo Chaia (2003), os modelos de credit scoring propria- a cobrança da pendência. O que muitas destas empresas fazem é
mente ditos são ferramentas que dão suporte à tomada de deci- adquirir (comprar) as dívidas que pertencem a bancos ou outros
são sobre a concessão de crédito para novas aplicações ou novos tipos de instituições financeiras e de crédito.
clientes. Com a dívida em posse da empresa, o processo passa a ser a re-
cuperação do crédito devido. Por serem especializadas no assunto,
Chaia (2003) faz o seguinte resumo das principais vantagens conseguem oferecer meios aos devedores de maneira que possam
dos modelos credit scoring: pagar com mais facilidade, como por parcelamentos ou renegocia-
- Consistência: são modelos bem elaborados, que utilizam a ex- ções
periência da instituição, e servem para administrar objetivamente Recuperação de crédito é um procedimento que visa reparar
os créditos dos clientes já existentes e dos novos solicitantes; inadimplências. Inadimplência, por sua vez, é o fato que se dá quan-
- Facilidade: os modelos credit scoring tendem a ser simples e do uma das partes de uma negociação não cumpre com o que havia
de fácil interpretação, com instalação relativamente fácil. As meto- sido acordado. No comércio, o mais comum é a inadimplência ocor-
dologias utilizadas para construção de tais modelos são comuns e rer através do atraso no pagamento de determinada dívida.
bem entendidas, assim como as abordagens de avaliação dos mes- Empresas recuperadoras de crédito operam com dívidas nega-
mos; tivadas, em que o consumidor do crédito está como o “nome sujo”.
- Melhor organização da informação de crédito: a sistematiza- Negociar dívidas com estas empresas é uma das formas de conse-
ção e organização das informações contribuem para a melhoria do guir limpar o nome e voltar a ter acesso ao crédito
processo de concessão de crédito; As recuperadoras de crédito também costumam compram dívi-
- Redução de metodologia subjetiva: o uso de método quanti- das de bancos ou financeiras. Assim, as contas não pagas passam a
tativo com regras claras e bem definidas contribui para a diminuição ser cobradas por essas empresas. E depois de negociar o pagamen-
do subjetivismo na avaliação do risco de crédito; e to, seu nome fica limpo, e você pode voltar ao mercado de crédito.
- Maior eficiência do processo: o uso de modelos credit scoring
na concessão de crédito direciona os esforços dos analistas, trazen- Como funciona a compra das dívidas?
do redução de tempo e maior eficiência a este processo. Quando você tem uma dívida velha, e que pode até chegar ao
ponto de caducar, muitas vezes o banco prefere vender a dívida
Chaia (2003) também demonstra as principais desvantagens para recuperadoras. E deixam de ter que fazer todo o processo de
dos modelos de credit scoring: cobrança e recuperação.
- Custo de desenvolvimento: desenvolver um sistema credit No momento em que a dívida passa para recuperadora, não
scoring pode acarretar custos, não somente com o sistema em si, muda o valor inicial da dívida dentro dos bancos de dados de ina-
mas também com o suporte necessário para sua construção, como dimplentes, mas muda a possibilidade de negociação. A recupera-
por exemplo, profissionais capacitados, equipamentos, coleta de
informações necessárias ao desenvolvimento do modelo, dentre
outros; 11 https://www.serasa.com.br/ensina/seu-nome-limpo/recuperacao-de-credito/
Editora
124
124
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ção de crédito tem como objetivo não só quitar a dívida, mas te aju- 6 - As operações de crédito rural alongadas na forma da Reso-
dar a limpar seu nome e voltar a conseguir crédito. Para isso existe lução nº 2.238, de 31/01/96, bem assim aquelas renegociadas na
o momento de negociação do valor. forma do seu art. 1º, inciso IX, devem ser reclassificadas para sub-
títulos de uso interno específicos dos subtítulos contábeis destina-
Qual a diferença entre cobrança e recuperação de crédito? dos ao registro das operações de financiamento rural originalmente
De forma genérica é a abordagem que a empresa tem com efetuadas, observada a atividade preponderante desenvolvida pelo
você e o tipo de dívida a ser negociado. Em ambos os casos, as em- tomador do crédito.
presas entram em contato por mensagem, e-mail ou por ligações.
Quando é uma cobrança de pagamento, a empresa tem como 7 - O recebimento, em produto, das parcelas de operações
objetivo apenas fazer com que você pague aquela pendência, que alongadas deve ser registrado, pelo valor correspondente ao da
pode estar negativada ou não. Você vai ouvir várias ofertas, mas parcela a ser amortizada, no título DEPOSITÁRIOS DE VALORES
pode ser que nenhuma caiba no seu bolso, e a empresa não vai EM CUSTÓDIA, subtítulo De Terceiros, código 3.0.4.30.20-0, tendo
conseguir o pagamento. como contrapartida o título DEPOSITANTES DE VALORES EM CUSTÓ-
Agora, em caso de recuperação, as empresas têm a preocu- DIA, código 9.0.4.80.00-1. (Cta-Circ 2642 item 6)
pação de oferecer alternativas que possam ser uma oportunidade
para você negociar o valor e quitar sua dívida. Nesses casos, o tipo 8 - Os valores repassados à instituição financeira pela Compa-
de dívida é negativada, eles não trabalham com caso de contas em nhia Nacional de Abastecimento - CONAB, contra entrega dos pro-
atraso. dutos e sua incorporação aos estoques governamentais, devem ser
Algumas pessoas odeiam o contato das recuperadoras de cré- transferidos ao Tesouro Nacional na mesma data do seu recebimen-
dito, enxergam como um incômodo. No entanto, é um bom mo- to, promovendo-se a simultânea baixa dos registros efetuados na
mento para você conseguir negociar suas pendências de uma forma forma do item anterior. (Cta-Circ 2642 item 7)
que te favoreça.
9 - As operações de desconto de notas promissórias rurais,
Acompanhamento e Controle de operações duplicatas rurais e títulos assemelhados devem ser registradas nos
títulos e subtítulos adequados do desdobramento do subgrupo Fi-
1 - Na classificação das operações de crédito, pelos diversos nanciamentos Rurais e Agroindustriais, código 1.6.3.00.00-0. (Cta-
títulos contábeis, deve-se ter em conta: -Circ 2723 item 1)
a) a aplicação dada aos recursos, por tipo ou modalidade de
operação; Classificação das Operações de Crédito por Nível de Risco e
b) a atividade predominante do tomador do crédito. Provisionamento

2 - As operações de crédito distribuem-se segundo as seguintes 1 - As instituições financeiras e demais instituições autorizadas
modalidades: a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as opera-
a) empréstimos - são as operações realizadas sem destinação ções de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis:
específica ou vínculo à comprovação da aplicação dos recursos. São nível AA; nível A; nível B; nível C; nível D; nível E; nível F; nível G e
exemplos os empréstimos para capital de giro, os empréstimos pes- nível H. (Res 2682 art 1º I/IX)
soais e os adiantamentos a depositantes;
2 - A classificação da operação no nível de risco correspondente
b) títulos descontados - são as operações de desconto de tí- é de responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve
tulos; ser efetuada com base em critérios consistentes e verificáveis, am-
c) financiamentos - são as operações realizadas com destina- parada por informações internas e externas, contemplando, pelo
ção específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. menos, os seguintes aspectos: (Res 2682 art 2º I, II)
São exemplos os financiamentos de parques industriais, máquinas a) em relação ao devedor e seus garantidores:
e equipamentos, bens de consumo durável, rurais e imobiliários. I - situação econômico-financeira;
II - grau de endividamento;
3 - Em operações de repasse, a instituição pode proceder ao III - capacidade de geração de resultados;
seu registro segundo a origem dos recursos em desdobramentos de IV - fluxo de caixa;
uso interno, sem prejuízo do disposto no item anterior. V - administração e qualidade de controles;
VI - pontualidade e atrasos nos pagamentos;
4 - Mediante a utilização de subtítulos de uso interno ou de VII - contingências;
sistema computadorizado paralelo, as aplicações em operações de VIII - setor de atividade econômica;
crédito devem ser segregadas segundo a atividade predominante IX - limite de crédito;
do tomador do crédito, de forma que permita o preenchimento dos b) em relação à operação:
documentos da Estatística Econômico-Financeira previstos na seção I - natureza e finalidade da transação;
1.19. II - características das garantias, particularmente quanto à sufi-
ciência e liquidez;
5 - Os saldos credores em contas de empréstimo devem ser III - valor.
inscritos, diariamente, pelo valor global, em SALDOS CREDORES EM
CONTAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS, do Passivo Circu-
lante, no subtítulo adequado.
Editora
125
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

3 - A classificação das operações de crédito: (Res 2682 art 2º der, no mínimo, ao risco nível A, bem como que o Banco Central
parágrafo único, 3º) do Brasil pode alterar o valor de que se trata. (Res 2682 art 5º e
a) de titularidade de pessoas físicas deve levar em conta, tam- parágrafo único; Res 2697 art 2º)
bém, as situações de renda e de patrimônio, bem como outras in-
formações cadastrais do devedor; 7 - A provisão para fazer face aos créditos de liquidação duvido-
b) de um mesmo cliente ou grupo econômico deve ser definida sa deve ser constituída mensalmente, não podendo ser inferior ao
considerando aquela que apresentar maior risco, admitindo-se ex- somatório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir men-
cepcionalmente classificação diversa para determinada operação, cionados, sem prejuízo da responsabilidade dos administradores
observado o disposto na alínea “b” do item anterior. das instituições pela constituição de provisão em montantes sufi-
cientes para fazer face a perdas prováveis na realização dos crédi-
4 - A classificação da operação nos níveis de risco de que trata tos: (Res 2682 art 6º I/VIII)
o item 1.6.2.1 deve ser revista: (Res 2682 art 4º I e II; Cta-Circ 2899 a) 0,5% (cinco décimos por cento) sobre o valor das operações
item 12 I e II) classificadas como de risco nível A;
a) mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, em b) 1% (um por cento) sobre o valor das operações classificadas
função de atraso verificado no pagamento de parcela de principal como de risco nível B;
ou de encargos, devendo ser observado, no mínimo: c) 3% (três por cento) sobre o valor das operações classificadas
I - atraso entre 15 (quinze) e 30 (trinta) dias: risco nível B; como de risco nível C;
II - atraso entre 31 (trinta e um) e 60 (sessenta) dias: risco nível d) 10% (dez por cento) sobre o valor das operações classifica-
C; dos como de risco nível D;
III - atraso entre 61 (sessenta e um) e 90 (noventa) dias: risco e) 30% (trinta por cento) sobre o valor das operações classifica-
nível D; dos como de risco nível E;
IV - atraso entre 91 (noventa e um) e 120 (cento e vinte) dias: f) 50% (cinquenta por cento) sobre o valor das operações clas-
risco nível E; sificados como de risco nível F;
V - atraso entre 121 (cento e vinte e um) e 150 (cento e cin- g) 70% (setenta por cento) sobre o valor das operações classifi-
qüenta) dias: risco nível F; cados como de risco nível G;
VI - atraso entre 151 (cento e cinqüenta e um) e 180 (cento e h) 100% (cem por cento) sobre o valor das operações classifica-
oitenta) dias: risco nível G; das como de risco nível H.
VII - atraso superior a 180 (cento e oitenta) dias: risco nível H;
b) com base nos critérios estabelecidos nos itens 2 e 3; 8 - A operação classificada como de risco nível H deve ser trans-
I - a cada 6 (seis) meses, para operações de um mesmo cliente ferida para conta de compensação, com o correspondente débito
ou grupo econômico cujo montante seja superior a 5% (cinco por em provisão, após decorridos 6 (seis) meses da sua classificação
cento) do patrimônio líquido ajustado; nesse nível de risco, desde que apresente atraso superior a 180
II - uma vez a cada 12 (doze) meses, em todas as situações, dias, não sendo admitido o registro em período inferior. A operação
exceto na hipótese prevista no item 1.6.2.6; classificada na forma deste item deve permanecer registrada em
c) por ocasião da revisão mensal prevista na alínea “a”, a reclas- conta de compensação pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos e en-
sificação da operação para categoria de menor risco, em função da quanto não esgotados todos os procedimentos para cobrança. (Res
redução do atraso, esta limitada ao nível estabelecido na classifica- 2682 art 7º e parágrafo único; Cta-Circ 2899 item 12 VI)
ção anterior;
9 - A operação objeto de renegociação deve ser mantida, no
d) para efeito do disposto no inciso anterior, deve ser consi- mínimo, no mesmo nível de risco em que estiver classificada, ob-
derada classificação anterior a classificação mais recente efetuada servado que aquela registrada como prejuízo deve ser classificada
com base nos critérios estabelecidos nos itens 1.6.2.2 e 3, observa- como de risco nível H, bem como que: (Res 2682 art 8º § 1º/3º)
da a exigência prevista na alínea “b”. a) admite-se a reclassificação para categoria de menor risco
quando houver amortização significativa da operação ou quando
5 - Com relação ao disposto no item anterior deve ser observa- fatos novos relevantes justificarem a mudança do nível de risco;
do: (Res 2682 art 4º § 1º,2º; Res 2697 art 5º) b) o ganho eventualmente auferido por ocasião da renegocia-
a) para as operações com prazo a decorrer superior a 36 (trinta ção deve ser apropriado ao resultado quando do seu efetivo rece-
e seis) meses admite-se a contagem em dobro dos prazos previstos bimento;
na alínea “a”; c) considera-se renegociação a composição de dívida, a pror-
b) o não atendimento ao ali disposto implica a reclassificação rogação, a novação, a concessão de nova operação para liquidação
das operações do devedor para o risco nível H, independentemente parcial ou integral de operação anterior ou qualquer outro tipo de
de outras medidas de natureza administrativa. acordo que implique alteração nos prazos de vencimento ou nas
condições de pagamento originalmente pactuadas.
6 - As operações de crédito contratadas com cliente cuja res-
ponsabilidade total seja de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinquenta 10 - É vedado o reconhecimento no resultado do período de
mil reais) podem ser classificadas mediante adoção de modelo in- receitas e encargos de qualquer natureza relativos a operações de
terno de avaliação ou em função dos atrasos consignados na alínea crédito que apresentem atraso igual ou superior a 60 (sessenta)
“a” do item 1.6.2.4, observado que a classificação deve correspon- dias, no pagamento de parcela de principal ou encargos. (Res 2682
art 9º)

Editora
126
126
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

11 - As instituições devem manter adequadamente documen- provisionados no período, ou a crédito de REVERSAO DE PROVISOES
tadas sua política e procedimentos para concessão e classificação OPERACIONAIS, se já transitados em balanço. (Cta-Circ 2899 item
de operações de crédito, os quais devem ficar à disposição do Ban- 12 III)
co Central do Brasil e do auditor independente. A documentação
deve evidenciar, pelo menos, o tipo e os níveis de risco que se dis- 17 - O disposto no item anterior aplica-se também as provisões
põe a administrar, os requerimentos mínimos exigidos para a con- adicionais eventualmente constituídas em função da classificação
cessão de empréstimos e o processo de autorização. (Res 2682 art das operações de crédito contratadas ate 29 de fevereiro de 2000,
10 e parágrafo único) nos diferentes níveis de risco previstos no item 1.6.2.1. (Cta-Circ
2899 item 12 IV)
12 - Devem ser divulgadas em nota explicativa às demonstra-
ções financeiras informações detalhadas sobre a composição da 18 - Para fins de constituição de provisão em operações de ar-
carteira de operações de crédito, observado, no mínimo: (Res 2682 rendamento mercantil, deve-se considerar como base de cálculo o
art 11 I/III; Res 2697 art 3º) valor presente das contraprestações dos contratos, utilizando-se a
a) distribuição das operações, segregadas por tipo de cliente e taxa interna de retorno de cada contrato na forma do previsto no
atividade econômica; item 1.11.8.5. (Cta-Circ 2899 item 12 V)
b) distribuição por faixa de vencimento;
c) montantes de operações renegociadas, lançados contra pre- 19 - Os créditos baixados como prejuízo devem ser registra-
juízo e de operações recuperadas, no exercício; dos em contas próprias do sistema de compensação, em subtítulos
d) distribuição nos correspondentes níveis de risco previstos no adequados à identificação do período em que ocorreu o registro,
item 1, segregando-se as operações, pelo menos, em créditos de devendo ser mantido controle analítico desses créditos, com identi-
curso normal com atraso inferior a 15 (quinze) dias, e vencidos com ficação das características da operação, devedor, valores recupera-
atraso igual ou superior a 15 (quinze) dias. dos, garantias e respectivas providências administrativas e judiciais,
visando a sua recuperação. (Cta-Circ 2899 item 12 VII)
13 - O auditor independente deve elaborar relatório circuns-
tanciado de revisão dos critérios adotados pela instituição quanto à 20 - O ganho eventualmente auferido por ocasião da renego-
classificação nos níveis de risco e de avaliação do provisionamento ciação de operações de crédito, calculado pela diferença entre o
registrado nas demonstrações financeiras. (Res 2682 art 12) valor da renegociação e o valor contábil dos créditos, deve ser re-
gistrado em subtítulo de uso interno da própria conta que registra
14 - O Banco Central do Brasil pode determinar: (Res 2682 art o crédito e ser apropriado ao resultado somente quando do seu
13 I/VI) recebimento, mediante registro na conta RENDAS DE OPERAÇÕES
a) reclassificação de operações com base nos critérios estabe- DE CRÉDITO, segundo critérios previstos na renegociação ou pro-
lecidos nesta seção, nos níveis de risco de que trata o item 1; porcionalmente aos novos prazos de vencimento. (Cta-Circ 2899
b) provisionamento adicional, em função da responsabilidade item 12 VIII)
do devedor junto ao Sistema Financeiro Nacional;
c) providências saneadoras a serem adotadas pelas institui- 21 - Os créditos baixados como prejuízo e porventura rene-
ções, com vistas a assegurar a sua liquidez e adequada estrutura gociados devem ser registrados pelo exato valor da renegociação,
patrimonial, inclusive na forma de alocação de capital para opera- observado o disposto no inciso anterior quanto ao registro do ga-
ções de classificação considerada inadequada; nho eventualmente auferido, a crédito da conta RECUPERAÇÃO DE
d) alteração dos critérios de classificação de créditos, de conta- CRÉDITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO, com baixa simultânea dos
bilização e de constituição de provisão; seus valores das respectivas contas de compensação. (Cta-Circ 2899
item 12 IX)
e) teor das informações e notas explicativas constantes das de-
monstrações financeiras; 22 - No caso de recuperação de créditos mediante dação de
f) procedimentos e controles a serem adotados pelas institui- bens em pagamento, devem ser observados os seguintes procedi-
ções. mentos: (Cta-Circ 2899 item 12 X)
I - quando a avaliação dos bens for superior ao valor contábil
15 - O disposto nesta seção: (Res 2682 art 14,15) dos créditos, o valor a ser registrado deve ser igual ao montante do
a) aplica-se também às operações de arrendamento mercantil crédito, não sendo permitida a contabilização do diferencial como
e a outras operações com características de concessão de crédito; receita;
b) não contempla os aspectos fiscais, sendo de inteira respon- II - quando a avaliação dos bens for inferior ao valor contábil
sabilidade da instituição a observância das normas pertinentes. dos créditos, o valor a ser registrado limita-se ao montante da ava-
liação dos bens.
16 - A provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser
constituída sobre o valor contábil dos créditos mediante registro a 23 - Na recuperação de créditos ainda não baixados como pre-
debito de DESPESAS DE PROVISOES OPERACIONAIS e a crédito da juízo que atendam ao disposto no inciso II do item anterior, o mon-
adequada conta de provisão para operações de crédito. No caso de tante que exceder ao valor de avaliação do bem deve ser registrado
insuficiência, reajusta-se o saldo das contas de provisão a débito a débito da adequada conta de provisão para operações de crédito,
da conta de despesa. No caso de excesso, reajusta-se o saldo das até o limite desta, e a diferença, se ainda houver, a débito de DESPE-
contas de provisão a crédito da conta de despesa, para os valores SAS DE PROVISÕES OPERACIONAIS. (Cta-Circ 2899 item 12 XI)

Editora
127
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

24 - Considera-se valor contábil dos créditos o valor da opera- b) a observância ao disposto no seu art. 8º (Cosif 1.6.2.9), po-
ção na data de referência, computadas as receitas e encargos de dendo a instituição em atendimento a critérios consistentes e pre-
qualquer natureza, observado o disposto no item 1.6.2.10. (Cta-Circ vistos naquela resolução, reclassificar a operação para categoria de
2899 item 13) menor risco.

25 - Os créditos titulados por empresas concordatárias devem 32 - Para efeito do disposto no item anterior, considera-se re-
ser classificados levando-se em conta os novos prazos e condições negociação a composição de dívida, a prorrogação, a novação, a
estabelecidos nas sentenças judiciais homologatórias das respecti- concessão de nova operação para liquidação parcial ou integral de
vas concordatas. (Com 2559) operação anterior ou qualquer outro tipo de acordo que implique
alteração nos prazos de vencimento ou nas condições de pagamen-
26 - Às custas judiciais e outros gastos ressarcíveis referentes a to originalmente pactuadas. (Res 3749 art 1º § 1º)
créditos em situação anormal ou baixados como prejuízo, aplicam-
-se os seguintes procedimentos: (Circ 1273; Res 2682 art 1º I/IX) 33 - O disposto no item 1.6.2.31 aplica-se somente caso o de-
a) escrituram-se em DEVEDORES DIVERSOS - PAÍS ou em despe- vedor se mantenha na atividade regular de produção agropecuária.
sas, enquanto mantidas referidas operações nas contas de origem; (Res 3749 art 1º § 2º)
b) escrituram-se em despesas as relativas a créditos já baixados
como prejuízo; 34 - O disposto nos itens 1.6.2.31 a 1.6.2.33 aplica-se também
às operações de crédito rural realizadas com recursos do fundo
27 - As instituições financeiras, detentoras de créditos reali- Constitucional de financiamento do Centro-Oeste (FCO) e do Fun-
zados com recursos de origem interna vencidos e vincendos, con- do de Amparo ao Trabalhador (FAT) abrangidas por autorizações de
tratados com a Siderurgia Brasileira S.A. (SIDERBRÁS) não abrangi- refinanciamentos, renegociações ou prorrogações específicas dos
dos pelas disposições da Resolução nº 1.757, de 29.10.90, e que respectivos Órgãos ou Conselhos Gestores, desde que as referidas
tenham sido objeto de refinanciamento e reescalonamento junto operações sejam realizadas com risco dos agentes financeiros. (Res
ao Governo Federal, podem: (Res 1904 art 1º; Res 2682 art 1º I/IX) 3749 art 2º)
a) estornar para a conta de origem, os valores relativos àqueles
créditos; Disposições Gerais
b) manter em contas de rendas a apropriar os encargos rela-
tivos aos períodos anteriores à repactuação, para reconhecê-los 1 - A comissão de abertura de crédito recebida antecipadamen-
como receita efetiva quando de seu recebimento; te registra-se em RENDAS ANTECIPADAS e apropria-se mensalmen-
c) registrar os respectivos encargos a decorrer em contas de te “pro rata temporis”. Pode ser reconhecida como receita efetiva
rendas a apropriar, observadas a periodicidade mensal, os quais no ato do recebimento, se estabelecida em até 3% (três por cento)
somente são reconhecidos como receita efetiva quando do seu re- do valor da operação. (Circ 1273)
cebimento.
2 - As composições de dívidas de operações, originalmente
28 - Prevalecem as condições de que trata o item anterior en- classificadas como Operações de Crédito, devem ser mantidas no
quanto o crédito renegociado não tenha sido cedido, ou de qual- mesmo subgrupo, apenas com a reclassificação contábil, se for o
quer forma transferido ou utilizado. (Res 1904 art 1º § 1º) caso. (Circ 1273)

29 - Ocorrendo a cessão, transferência ou utilização do crédito, 3 - As composições de dívidas de operações anteriormente


de que trata o item 27 anterior, as correspondentes rendas a apro- classificadas em outros subgrupos, que guardarem características
priar integram a receita do mês, ocasião em que é igualmente leva- de operações de crédito, classificam-se no adequado desdobra-
da à conta cabível de resultado a eventual diferença entre o valor mento do subgrupo Operações de Crédito. (Circ 1273)
do crédito e o preço da operação em questão. (Res 1904 art 1º § 2º)
30 - A instituição que se utilizar da faculdade prevista no item 4 - As operações de crédito realizadas sob a forma de consór-
29, desta seção, deve aplicá-la, uniformemente, durante todo o pe- cio, em que uma instituição financeira assuma a condição de líder
ríodo de vigência dos respectivos créditos resultantes da repactua- da operação, devem ser registradas de forma proporcional entre
ção e evidenciá-la em nota explicativa nas demonstrações financei- todas as instituições participantes. Igual procedimento deve ser
ras publicadas, quantificando seus efeitos no resultado. (Res 1904 adotado para escrituração das receitas e despesas. (Circ 1273)
art 1º § 3º)
5 - As instituições financeiras, demais entidades autorizadas
31 - Para as operações de crédito rural objeto de renegociação a funcionar pelo Banco Central e as administradoras de consórcio
ao amparo de decisões do Conselho Monetário Nacional, ficam fa- devem ajustar os contratos de mútuo de ouro, mensalmente, com
cultadas em relação às regras previstas na Resolução nº 2.682, de base no valor de mercado do metal, fornecido pelo Banco Central
21 de dezembro de 1999: (Res 3749 art 1º I, II) do Brasil. (Circ 2333 art 1º, item II)
a) a classificação em categorias de menor risco, conforme pre-
visão do seu art. 3º (Cosif 1.6.2.3.b), sem considerar a existência de Por fim, vejamos o que dispõe a Circular do BCB sobre o tema:
outras operações de natureza diversa classificadas em categoria de
maior risco;

Editora
128
128
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CIRCULAR Nº 3.870, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017 § 6º As informações sobre operações de crédito realizadas ou


adquiridas pelas entidades e programas ou fundos públicos men-
Dispõe sobre o fornecimento de informações relativas a opera- cionados no art. 5º da Resolução nº 4.571, de 2017, serão reporta-
ções de crédito ao Sistema de Informações de Créditos (SCR), de que das ao SCR:
trata a Resolução nº 4.571, de 26 de maio de 2017. I - a partir da data-base de maio de 2019 - em relação a outras
entidades, não mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão 2017, que tenham suas demonstrações consolidadas nos seus res-
realizada em 19 de dezembro de 2017, com base no disposto nos pectivos conglomerados prudenciais;
arts. 9º, 10, inciso VI, 11, inciso VII, e 37 da Lei nº 4.595, de 31 de II - a partir da data-base de novembro de 2019 - em relação a
dezembro de 1964, no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei Complementar programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estadu-
nº 105, de 10 da janeiro de 2001, nos arts. 9º e 15 da Lei nº 12.865, ais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos
de 9 de outubro de 2013, e tendo em vista o disposto na Resolução conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no
nº 4.571, de 26 de maio de 2017, art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017, ou as entidades referidas no
inciso I, desempenhem função de administrador, agente financeiro
R E S O L V E: ou operador.
§ 7º As instituições enquadradas nos Segmentos 4 e 5 (S4 e
Art. 1º As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução S5), nos termos do art. 2º da Resolução nº 4.553, de 2017, ficam
nº 4.571, de 26 de maio de 2017, devem fornecer ao Sistema de desobrigadas da remessa das informações de que trata o inciso I do
Informações de Créditos (SCR) informações sobre as operações de § 6º deste artigo.
crédito de que trata o art. 3º daquela Resolução: § 8º As instituições referidas no caput devem comunicar a ine-
I - de forma individualizada em relação a cada uma das ope- xistência de operações de crédito contratadas, na forma estabeleci-
rações, quando o valor do conjunto das operações do cliente for da por esta Autarquia.
igual ou superior a R$200,00 (duzentos reais), incluídas, nesse valor,
as operações de crédito realizadas ou adquiridas pelas entidades e Art. 2º Para fins do disposto no inciso XVIII do art. 4º da Resolu-
programas ou fundos públicos mencionados no art. 5º da Resolução ção nº 4.571, de 2017, e nesta Circular, as instituições de pagamen-
4.571, de 2017; to devem remeter ao SCR informações relativas às operações de
II - de forma agregada, quando o valor do conjunto das opera- crédito, nos termos daquela Resolução.
ções do cliente for inferior a R$200,00 (duzentos reais), incluídas,
nesse valor, as operações de crédito realizadas ou adquiridas pelas Art. 3º Para fins do disposto no inciso X do art. 3º da Resolu-
entidades e programas ou fundos públicos mencionados no art. 5º ção nº 4.571, de 2017, e nesta Circular, os créditos decorrentes da
da Resolução 4.571, de 2017; comercialização de bens e de serviços, adquiridos por sociedade de
§ 1º Independentemente do valor, as informações relativas a fomento mercantil (factoring) equiparam-se a operações de crédito.
estatísticas de crédito e arrendamento mercantil devem ser remeti-
das de forma agregada. Art. 4º Para os títulos e valores mobiliários adquiridos pela ins-
§ 2º As operações de crédito realizadas ou adquiridas por de- tituição em operações reconhecidas como de crédito pelo Banco
pendências e subsidiárias localizadas no exterior das instituições Central do Brasil, nos termos do inciso X do art. 3º da Resolução nº
de que trata o caput, devem ser informadas conforme disposto a 4.571, de 2017, as instituições devem fornecer as informações ao
seguir: SCR considerando o emitente como cliente.
I - relativas a clientes pessoas físicas - de forma agregada;
II - relativas a clientes pessoas jurídicas: Art. 5º As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução
a) até a data-base de outubro de 2018 - de forma agregada; nº 4.571, de 2017, devem fornecer ao SCR dados individualizados
b) a partir da data-base de novembro de 2018 - de forma in- complementares sobre os clientes e a relação de suas contrapartes
dividualizada em relação a cada uma das operações, quando o conectadas, de que trata o art. 22 da Resolução nº 4.557, de 23 de
valor do conjunto das operações do cliente for igual ou superior a fevereiro de 2017.
US$2,000,000.00 (dois milhões de dólares dos Estados Unidos da
América), e de forma agregada quando o conjunto das operações Art. 6º Para fins de remessa de informações ao SCR, as insti-
do cliente for inferior ao citado valor. tuições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017,
§ 3º As instituições enquadradas nos Segmentos 4 e 5 (S4 e devem observar o disposto na Resolução nº 3.533, de 31 de janeiro
S5), nos termos do art. 2º da Resolução nº 4.553, de 30 de janeiro de 2008, em relação à negociação de operações de crédito, bem
de 2017, devem remeter as informações de que trata o § 2º deste como o seguinte:
artigo de forma agregada. I - nos casos em que houver retenção substancial dos riscos e
§ 4º Nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver benefícios por parte do cedente:
localizada a dependência ou subsidiária impeça o fornecimento de a) as instituições cedentes, mencionadas no caput deste artigo,
informação de forma individualizada, essa deverá ser remetida de devem identificar como cliente, o sacado, o devedor ou o tomador
forma agregada. final das operações de crédito;
§ 5º As informações sobre operações de crédito realizadas ou b) as instituições cessionárias devem fornecer ao SCR as infor-
adquiridas por dependências e subsidiárias localizadas no exterior mações relativas às operações de crédito, informando como cliente,
destinam-se exclusivamente à finalidade mencionada no inciso I do o interveniente ou o cedente;
art. 2º da Resolução nº 4.571, de 2017.

Editora
129
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

c) o disposto neste inciso aplica-se também às negociações rea- na negociação, quando for possível identificar inequivocamente a
lizadas entre as instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº parcela ou a proporção do valor da operação correspondente aos
4.571, de 2017, e pelas entidades e programas ou fundos públicos riscos e benefícios retidos ou transferidos.
referidos no art. 5º da mesma Resolução. Art. 8º Não devem ser fornecidas ao SCR as informações sobre:
II - nos casos em que houver transferência substancial dos ris- I - os créditos decorrentes da comercialização de bens e de ser-
cos e benefícios por parte do cedente: viços realizada pelas entidades referidas no inciso I do art. 5º da
a) as instituições cessionárias devem fornecer ao SCR as infor- Resolução nº 4.571, de 2017, com exceção daqueles referidos no
mações sobre as operações de crédito objeto de negociação, em art. 3º desta Circular;
nome do sacado, do devedor ou do tomador final; II - os títulos públicos;
b) as instituições cedentes devem fornecer ao SCR as informa- III - as operações de intermediação de títulos e valores mobi-
ções sobre as operações de crédito objeto de negociação, em nome liários;
do sacado, do devedor ou do tomador final, quando essa negocia- IV - as cotas de fundo de investimento e títulos de securitiza-
ção se der com fundos de investimento administrados pela institui- ção, conforme definição do art. 115 da Circular nº 3.648, de 4 de
ção cedente ou por outra instituição pertencente ao conglomerado março de 2013;
prudencial; V - as ações, as cotas e os bônus de subscrição, quando não
III - nos casos de negociação de operações de crédito sem tenham característica de renda fixa;
transferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, VI - as operações com instrumentos financeiros derivativos ou
mas com retenção de controle pelo cedente, deve ser observado o certificados de operações estruturadas;
disposto no inciso I; VII - os depósitos interfinanceiros, depósitos bancários ou le-
IV - nos casos de negociação de operações de crédito sem tras emitidas por instituições financeiras; e
transferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, VIII - os créditos decorrentes de operações de seguro, de cos-
mas com a assunção de controle pelo cessionário, deve ser obser- seguro, de resseguro, de títulos de capitalização, de consórcio, de
vado o disposto na alínea “a” do inciso II. planos de previdência complementar e de planos de saúde.
Parágrafo único. A partir da data-base de novembro de 2019, as Art. 9º O fornecimento de informações ao SCR deve ser reali-
informações relativas às operações de crédito concedidas pelas ins- zado considerando o valor presente na data-base de cada um dos
tituições e entidades mencionadas no art. 4º e no inciso I do art. 5º fluxos previstos no contrato, observado o disposto no art. 9º da Re-
da Resolução nº 4.571, de 2017, e que sejam objeto de negociação solução nº 2.682, de 21 de dezembro de 1999.
com transferência substancial dos riscos e benefícios ou de contro-
le, no próprio mês da concessão, devem ser fornecidas ao SCR pela Art. 10. As instituições obrigadas à remessa de informações ao
instituição cedente. SCR devem divulgar, no mínimo, os seguintes esclarecimentos:
Art. 7º A retenção substancial de riscos e de benefícios ou de I - a finalidade e o uso das informações do sistema;
controle em negociação de operações de crédito, conforme dispos- II - as formas de consulta às informações do sistema;
to na Resolução nº 3.533, de 2008, fica caracterizada quando as III - os procedimentos a serem observados perante as próprias
instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017, instituições para:
realizarem: a) a correção e a exclusão de informações constantes no sis-
I - a aquisição dos seguintes instrumentos financeiros que atri- tema;
buam à instituição adquirente participação significativa nos riscos e b) o cadastramento de medida judicial;
benefícios sobre operações de crédito: c) o registro de manifestação de discordância quanto às infor-
a) cotas subordinadas de fundos de investimento; mações constantes do sistema;
b) certificados de recebíveis imobiliários (CRI); IV - a consulta sobre qualquer informação do sistema depende
c) debêntures emitidas por companhias securitizadoras de cré- de prévia autorização do cliente;
ditos; e V - a autorização de que trata o inciso IV se estende às institui-
d) certificados de cédulas de crédito bancário (CCCB) ou outros ções que, nos termos da regulamentação vigente, podem realizar
instrumentos financeiros representativos da negociação dos títulos consultas ao SCR e que adquiram ou recebam em garantia, ou ma-
de crédito. nifestem interesse de adquirir ou de receber em garantia, total ou
II - na forma do art. 6º desta Circular, a negociação em que o parcialmente, operações de crédito de responsabilidade do cliente;
interveniente ou o cedente assumir, ainda que de forma tácita, a VI - é de responsabilidade exclusiva da instituição remetente a
obrigação de substituir ou de recomprar, em razão de inadimplência inserção de informações que digam respeito ao cliente;
do sacado, do devedor ou do tomador final, quaisquer operações VII - independentemente do que conste no SCR a respeito das
dentre aquelas negociadas. operações de responsabilidade do cliente, a decisão sobre a con-
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às negociações cessão de novas operações de crédito é exclusiva da instituição, se-
de operações de crédito realizadas com os fundos de investimento, gundo sua política de crédito;
com as companhias securitizadoras de créditos ou com as entidades VIII - os extratos das informações constantes no SCR são elabo-
de propósito específico. rados de acordo com critérios contábeis e metodologia específica
§ 2º Os dados sobre retenções ou transferências substanciais estabelecidos pelo Banco Central do Brasil, podendo diferenciar-se
dos riscos e dos benefícios de parte das operações de crédito ne- daqueles apresentados por outros sistemas que tenham natureza e
gociadas na forma do art. 6º desta Circular somente podem ser for- finalidade distintas;
necidos ao SCR de forma proporcional, pelas instituições envolvidas IX - as informações relativas ao montante de responsabilidades
de clientes em operações de crédito são encaminhadas ao Banco
Central do Brasil com base no saldo existente no último dia do mês
Editora
130
130
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de referência, havendo, portanto, lapso temporal entre a remessa § 1º A designação e a indicação referidas neste artigo devem
dos dados, seu processamento pelo Banco Central do Brasil e sua ser registradas no Sistema de Informações sobre Entidades de In-
disponibilização no SCR; teresse do Banco Central (Unicad), instituído pela Circular nº 3.165,
X - a consulta às informações existentes em nome do próprio de 4 de dezembro de 2002.
cliente no SCR pode ser feita, também, por meio do sistema Regis- § 2º Para fins da responsabilidade de que trata este artigo, ad-
trato - Extrato do Registro de Informações no Banco Central; e mite-se que o diretor designado desempenhe outras funções na
XI - a responsabilidade pela operacionalização do cumprimento instituição, exceto as relativas à administração de recursos de ter-
de medidas judiciais é das instituições remetentes de informações. ceiros e a operações de tesouraria.
Art. 17. As instituições de que trata o art. 4º da Resolução nº
Art. 11. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução 4.571, de 2017, devem manter à disposição do Banco Central do
nº 4.571, de 2017, devem remeter, no mínimo, as seguintes infor- Brasil, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, os dados e a descrição
mações sobre as decisões judiciais relativas a operações de crédito: da metodologia utilizados para a elaboração das informações for-
I - a identificação do cliente; necidas ao SCR.
II - a operação de crédito, quando especificada; Art. 18. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução
III - a data-base de referência, quando especificada; nº 4.571, de 2017, resultantes de processo de transformação, in-
IV - o período de abrangência; e corporação, fusão ou cisão, assumem as obrigações das instituições
V - a natureza da decisão, especificando a obrigação de elimi- transformadas, incorporadas, fusionadas ou cindidas, relativas ao
nar o registro da operação no SCR ou de realizar a sua marcação fornecimento de informações ao SCR, inclusive no que tange ao dis-
como sub judice. posto nos arts. de 11 a 14 desta Circular.
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso II do art. 2º da Art. 19. Conforme disposto no Regimento Interno do Banco
Resolução nº 4.571, de 2017, será realizada a retirada de informa- Central do Brasil, o departamento responsável pela gestão do SCR
ções ou a marcação sub judice para a data-base objeto da decisão estabelecerá a forma, os prazos e as condições para remessa, pelas
judicial, conforme informações remetidas pela instituição. instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017,
das informações de que trata esta Circular, observada a necessida-
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução de para fins de supervisão.
nº 4.571, de 2017, devem remeter, no mínimo, as seguintes infor- Art. 20. Esta Circular entra em vigor em 1º de janeiro de 2018.
mações sobre as manifestações de discordância apresentadas pelos Art. 21. Fica revogado o art. 17 da Circular nº 3.681, de 4 de no-
clientes de operações de crédito: vembro de 2013, e a Circular nº 3.567, de 12 de dezembro de 2011,
I - a identificação do cliente; passando as citações e o fundamento de validade de normativos
II - a operação de crédito a que se referem; editados pelo Banco Central do Brasil, com base nas normas ora
III - a data-base de referência; revogadas, a ter como referência esta Circular.
IV - o período objeto de discordância; e
V - os motivos da discordância.
RISCOS DA ATIVIDADE BANCÁRIA. DE CRÉDITO. DE MER-
Art. 13. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução CADO. OPERACIONAL. SISTÊMICO. DE LIQUIDEZ
nº 4.571, de 2017, devem, tão logo tenham conhecimento, reme-
ter, no mínimo, as seguintes informações relativas aos processos
Os riscos da atividade bancária são elementos cruciais que as
de recuperação judicial e extrajudicial de clientes de operações de
instituições financeiras devem gerenciar para garantir sua estabi-
crédito:
lidade, rentabilidade e conformidade regulatória. Estes riscos são
I - a identificação do cliente;
variados e incluem riscos de crédito, de mercado, operacionais,
II - a etapa do processo; e
sistêmicos e de liquidez. Cada um desses riscos apresenta desafios
III - a data de início de cada etapa.
únicos para os bancos e requer estratégias específicas de mitigação.
Art. 14. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
Risco de Crédito
4.571, de 2017, ao constatarem fraude na concessão de operação,
O risco de crédito é talvez o mais conhecido dos riscos bancá-
devem proceder à retirada do registro no SCR ou à marcação de
rios. Ele ocorre quando um mutuário não consegue cumprir suas
vício de contrato dessa operação.
obrigações financeiras para com o banco, seja em termos de paga-
Parágrafo único. A retirada de que trata este artigo não carac-
mento de juros ou do principal. Isso pode resultar de insolvência do
teriza erro na remessa de informação ao Banco Central do Brasil.
mutuário ou de uma deterioração de sua situação financeira. Ban-
Art. 15. As instituições referidas no art. 4º da Resolução nº
cos gerenciam o risco de crédito através de uma cuidadosa análise
4.571, de 2017, poderão ter acesso às informações consolidadas de
de crédito antes da concessão de empréstimos e monitoramento
que trata o art. 9º da referida Resolução, somente para as datas-ba-
contínuo da saúde financeira dos mutuários durante o período do
ses remetidas ao Banco Central do Brasil e incorporadas à base de
empréstimo.
dados do SCR.
Art. 16. As instituições de que trata o art. 4º da Resolução nº
Risco de Mercado
4.571, de 2017, devem designar diretor responsável pelo cumpri-
O risco de mercado refere-se à possibilidade de um banco so-
mento do disposto nesta Circular e indicar empregado para respon-
frer perdas devido a mudanças adversas nas condições de merca-
der a eventuais questionamentos sobre as informações fornecidas
do, como flutuações nas taxas de juros, taxas de câmbio, preços de
ao SCR.
ações e preços de commodities. Este tipo de risco é particularmente
Editora
131
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

relevante para bancos que mantêm grandes portfólios de títulos ou existentes e outras obrigações financeiras. Análises de relatórios
que participam ativamente de negociações no mercado financeiro. de crédito e históricos de pagamento são comuns para avaliar este
A gestão do risco de mercado envolve o uso de ferramentas sofisti- aspecto.
cadas de modelagem e análise para prever e mitigar possíveis per-
das. • Histórico de Crédito: O histórico de crédito de um cliente for-
nece informações valiosas sobre seu comportamento em relação a
Risco Operacional obrigações financeiras anteriores. Pontuações de crédito baixas ou
O risco operacional decorre de falhas nos processos internos, históricos de inadimplência são indicadores de risco elevado.
sistemas, pessoas ou eventos externos. Isso inclui tudo, desde er-
ros simples de processamento de dados até fraudes, ciberataques • Estabilidade de Emprego e Renda: Clientes com empregos es-
e catástrofes naturais. A gestão eficaz do risco operacional requer táveis e fontes de renda consistentes são geralmente considerados
sistemas robustos de controle interno, auditoria regular, treinamen- de menor risco. A instabilidade no emprego ou renda irregular pode
to de funcionários e planos de contingência para lidar com eventos aumentar o risco de inadimplência.
inesperados.
• Garantias Oferecidas: As garantias oferecidas pelo cliente,
Risco Sistêmico como imóveis ou outros ativos, podem reduzir o risco de crédito,
O risco sistêmico se refere ao risco de colapso de todo o sis- pois proporcionam uma forma de recuperação no caso de inadim-
tema financeiro ou mercado, muitas vezes desencadeado pelo fra- plência.
casso de uma única entidade ou grupo de entidades, que leva a um
efeito dominó. Este tipo de risco foi notavelmente exemplificado • Propósito do Empréstimo: O propósito para o qual o emprés-
pela crise financeira de 2008. A gestão do risco sistêmico é comple- timo é solicitado também pode afetar o risco. Por exemplo, emprés-
xa, pois envolve não apenas a gestão de riscos individuais dos ban- timos para investimentos em negócios podem ser mais arriscados
cos, mas também a regulação e supervisão do sistema financeiro do que empréstimos para melhorias residenciais.
como um todo.
Variáveis Relacionadas à Operação
Risco de Liquidez Quantia do Empréstimo: Quanto maior o valor do empréstimo,
O risco de liquidez é o risco de um banco não conseguir aten- maior o risco para o credor. Bancos geralmente aplicam critérios
der suas obrigações financeiras quando elas vencem, sem incorrer de avaliação mais rigorosos para empréstimos de valores elevados.
em perdas significativas. Isso pode ocorrer devido à incapacidade
de converter ativos em dinheiro rapidamente ou devido a saques • Prazo do Empréstimo: Empréstimos com prazos mais longos
inesperados em grande escala por depositantes. Bancos gerenciam geralmente apresentam um risco maior devido à incerteza a longo
o risco de liquidez mantendo reservas adequadas de liquidez e di- prazo na capacidade de pagamento do cliente.
versificando suas fontes de financiamento.
O gerenciamento eficaz desses riscos é vital para a saúde e es- • Taxa de Juros: A taxa de juros do empréstimo reflete o risco
tabilidade do setor bancário. Ele requer uma combinação de análise percebido. Clientes com maior risco de crédito geralmente recebem
cuidadosa, supervisão regulatória, estratégias de mitigação de ris- taxas de juros mais altas.
cos e, em alguns casos, intervenção governamental para proteger o
sistema financeiro como um todo. • Condições de Mercado: As condições econômicas gerais e as
tendências de mercado podem influenciar o risco de crédito. Por
exemplo, uma recessão econômica pode aumentar o risco de ina-
PRINCIPAIS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO RISCO DE CRÉ- dimplência devido à perda de empregos e diminuição da renda.
DITO. CLIENTES. OPERAÇÃO
• Regulamentações e Políticas: As políticas de crédito da insti-
tuição financeira e as regulamentações do setor também desem-
O risco de crédito é uma das principais preocupações no setor
penham um papel crucial na gestão do risco de crédito. Políticas
financeiro, especialmente para instituições que oferecem emprésti-
mais estritas podem reduzir o risco, mas também limitam o acesso
mos e créditos. Esse risco refere-se à possibilidade de perda resul-
ao crédito.
tante do não cumprimento das obrigações financeiras por parte dos
tomadores de empréstimo. As principais variáveis relacionadas ao
Ao avaliar o risco de crédito, é vital para os credores considerar
risco de crédito podem ser categorizadas em duas grandes áreas:
uma combinação dessas variáveis para formar uma visão abrangen-
clientes e operação. Cada uma dessas áreas abrange diferentes fa-
te do perfil de risco do cliente e da operação. Essa avaliação cuida-
tores que as instituições financeiras devem avaliar cuidadosamente
dosa não apenas protege a instituição financeira, mas também aju-
ao tomar decisões de crédito.
da a garantir práticas de empréstimo responsáveis que beneficiam
a economia como um todo.
Variáveis Relacionadas aos Clientes
Capacidade de Pagamento: A capacidade de pagamento do
cliente é um dos fatores mais críticos. Isso envolve avaliar a situação
financeira atual do cliente, incluindo sua renda, despesas, dívidas

Editora
132
132
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Exemplo prático:
TIPOS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO (EMPRÉS- Uma empresa possui uma duplicata de R$10.000,00 com venci-
TIMOS, DESCONTOS, FINANCIAMENTOS E ADIANTAMEN- mento para daqui a 60 dias. Optando pelo desconto, o banco adian-
TOS) ta, por exemplo, 90% desse valor, cobrando uma taxa de desconto
de 5%.
— Introdução Benefícios adicionais
As operações de crédito bancário desempenham um papel cru- Além de fornecer liquidez, operações de desconto podem re-
cial no funcionamento do sistema financeiro, fornecendo recursos duzir riscos financeiros ao transferir parte da responsabilidade de
para indivíduos, empresas e governos. Neste contexto, é essencial pagamento para o banco.
compreender os diferentes tipos de operações de crédito disponí-
veis, incluindo empréstimos, descontos, financiamentos e adianta- — Financiamentos
mentos.
Definição
— Empréstimos Os financiamentos representam a concessão de recursos para
aquisição de bens ou realização de projetos específicos.
Definição
Os empréstimos são uma forma comum de operação de cré- Características
dito, onde o tomador recebe uma quantia específica de dinheiro Finalidade: recursos destinados a um propósito específico.
com a obrigação de devolvê-la ao banco em parcelas, geralmente Amortização: pagamento em parcelas ao longo do tempo.
acompanhadas de juros. Garantias: podem ser exigidas pelo banco.
Características Utilização
Montante: determinado valor é concedido ao tomador. Indivíduos e empresas utilizam financiamentos para adquirir
Prazo: período definido para a quitação do empréstimo. imóveis, veículos e investir em projetos de longo prazo.
Juros: taxa de juros aplicada sobre o valor emprestado.
Exemplo Prático:
Vantagens e cautelas Suponha que um indivíduo deseje adquirir um imóvel no valor
Os empréstimos oferecem flexibilidade financeira, mas é cru- de R$200.000,00. Optando por um financiamento, ele pode realizar
cial analisar as taxas de juros e garantias necessárias para evitar en- o pagamento em prestações mensais ao longo de 20 anos, com uma
dividamentos excessivos. taxa de juros de 7% ao ano.
Exemplo prático: Variações de financiamentos
Suponha que uma empresa necessite de capital para expandir Existem diferentes tipos de financiamentos, como o imobiliá-
suas operações. Optando por um empréstimo, ela pode receber um rio, automotivo e empresarial, cada um adaptado a necessidades
montante específico, com a obrigação de devolver em prestações específicas. Compreender as características de cada modalidade é
mensais ao longo de cinco anos, com uma taxa de juros anual fixa crucial para tomar decisões financeiras informadas.
de 8%. — Adiantamentos
Considerações adicionais
Além das características mencionadas, é essencial compreen- Definição
der que os empréstimos podem ser classificados em diversas moda- Adiantamentos envolvem a concessão de valores antes da data
lidades, como empréstimos pessoais, empresariais e consignados, prevista para seu recebimento.
cada um adequado a diferentes necessidades e perfis de tomado-
res. Características
Antecipação: recebimento de valores antes do vencimento.
— Descontos Aplicações: comum em transações comerciais.
Definição Benefícios
As operações de desconto referem-se à antecipação de valo- Adiantamentos facilitam fluxos de caixa, permitindo que as
res a receber, geralmente relacionados a títulos de crédito, como partes envolvidas obtenham recursos previamente.
duplicatas.
Exemplo prático:
Características Um fornecedor pode oferecer um desconto significativo se um
Antecipação: o banco adianta o valor presente do título ao cliente efetuar o pagamento antecipado de uma fatura, incentivan-
cliente. do a prática de adiantamentos.
Taxa de Desconto: taxa cobrada pelo banco pela antecipação. Estratégias empresariais
Empresas frequentemente utilizam adiantamentos como estra-
Aplicações comuns tégia para melhorar a previsibilidade financeira e garantir a conti-
Empresas frequentemente recorrem aos descontos para obter nuidade das operações.
liquidez imediata, antecipando recebíveis.
Editora
133
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

— Crédito Direto ao Consumidor (CDC)


OPERAÇÕES DE CRÉDITO GERAL. CRÉDITO PESSOAL E CRÉ-
DITO DIRETO AO CONSUMIDOR. DESCONTO DE DUPLICA- Definição
TAS, NOTAS PROMISSÓRIAS E CHEQUES PRÉ-DATADOS. O CDC refere-se a operações de financiamento direto para
CONTAS GARANTIDAS. CAPITAL DE GIRO. CARTÃO DE aquisição de bens de consumo, como eletrodomésticos, eletrôni-
CRÉDITO. MICROCRÉDITO URBANO cos, veículos, e até mesmo viagens ou procedimentos médicos es-
pecíficos.
Operações de Crédito Geral Características
Vinculado a bens: destinado à compra de produtos específi-
— Crédito pessoal e crédito direto ao consumidor cos, oferecendo uma solução estruturada para aquisição de bens
duráveis.
Introdução Parcelamento: pagamento em prestações ao longo do tempo,
As operações de crédito geral desempenham um papel vital adaptado à vida útil do bem adquirido.
na vida financeira de indivíduos e no crescimento econômico. Duas Garantia do bem financiado: o bem adquirido serve como ga-
modalidades amplamente utilizadas são o Crédito Pessoal e o Cré- rantia, permitindo taxas de juros mais vantajosas.
dito Direto ao Consumidor (CDC).
Ambas proporcionam acesso a recursos financeiros para aten- Exemplo prático:
der necessidades diversas, desde emergências pessoais até aquisi- Suponha que um consumidor deseje adquirir um veículo zero
ção de bens de consumo duráveis. quilômetro. Optando pelo CDC Automotivo, ele pode parcelar o
valor do automóvel ao longo de vários anos, utilizando o próprio
— Crédito Pessoal veículo como garantia.
Definição Variações de CDC
O Crédito Pessoal é uma modalidade de empréstimo não vincu- Existem diferentes formas de CDC, adaptadas às característi-
lado a uma finalidade específica, oferecendo flexibilidade ao toma- cas específicas dos bens financiados. O CDC Eletrodomésticos, por
dor para utilizar os recursos conforme sua necessidade. exemplo, pode oferecer parcelamentos específicos para produtos
dessa categoria.
Características
Finalidade livre: pode ser usado para qualquer fim, como paga- Vantagens adicionais
mento de dívidas, despesas médicas, ou viagens. Além da conveniência do parcelamento, o CDC frequentemen-
Rápida disponibilidade: aprovação e liberação ágeis, propor- te proporciona taxas de juros mais atrativas em comparação com
cionando acesso imediato aos recursos. outras formas de crédito. A garantia do bem financiado reduz o
Taxas de juros variáveis: geralmente mais altas devido à au- risco percebido pelas instituições financeiras, resultando em condi-
sência de garantias, tornando-o adequado para situações de curto ções mais favoráveis para o consumidor.
prazo.
— Comparação entre Crédito Pessoal e CDC
Exemplo prático:
Suponha que um indivíduo se depara com despesas médicas Similaridades
inesperadas. Optando pelo Crédito Pessoal, ele pode receber uma Ambas as modalidades oferecem acesso rápido a recursos fi-
quantia específica para uso imediato, pagando-a posteriormente nanceiros, permitindo que o consumidor atenda às suas necessida-
em parcelas ajustadas à sua capacidade financeira. des imediatas.
Considerações adicionais Diferenças
Além da flexibilidade, o Crédito Pessoal é uma opção valiosa Finalidade e flexibilidade: o Crédito Pessoal é mais flexível
para situações emergenciais, mas a avaliação criteriosa das taxas de quanto à finalidade, enquanto o CDC está vinculado à aquisição de
juros e a análise do impacto financeiro são essenciais. bens específicos.
Taxas de juros: o CDC, geralmente, apresenta taxas mais baixas
Estratégias de utilização devido à garantia do bem financiado, tornando-o adequado para
O Crédito Pessoal pode ser estrategicamente utilizado para con- aquisições de longo prazo.
solidar dívidas, realizar investimentos de curto prazo ou lidar com
despesas inesperadas. A chave está na compreensão das condições Escolha consciente
contratuais e na escolha de um plano de pagamento adequado. A escolha entre Crédito Pessoal e CDC deve ser guiada pelas ne-
cessidades específicas do consumidor. Enquanto o Crédito Pessoal
oferece versatilidade, o CDC é ideal para quem busca adquirir bens
de maneira planejada, com benefícios financeiros a longo prazo.

Editora
134
134
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Considerações finais
Entender as nuances entre o Crédito Pessoal e o CDC é crucial para escolher a modalidade mais adequada às necessidades individuais.
A análise cuidadosa de prazos, taxas e garantias é fundamental para uma decisão financeira informada.

Documentos de Cobrança

Duplicatas
A emissão de duplicata possibilita um processo de pagamento que se originou da celebração de um contrato à vista ou a prazo de
compra e venda mercantil, sendo emitida de forma facultativa pelo vendedor contra o comprador. Na hipótese de haver endossante ou
avalista, se torna necessário a anuência destes para manter sua coobrigação.
Para não perder o direito regressivo contra endossantes e respectivos avalistas, deverá o portador tirar o protesto de duplicata dentro
do prazo de 30 dias contados da data do seu vencimento. É necessário o protesto contra o aceitante, seu avalista para garantir a ação
executiva. Mas se o sacado não deu aceite no título ou não devolveu, torna-se indispensável o protesto para promover a ação executiva,
desde que esteja acompanhado do documento comprobatório da remessa ou entrega da mercadoria ou comprovante de prestação de
serviços. A duplicata poderá ser protestada pelos seguintes motivos:
- Por falta de aceite;
- Por falta de devolução;
- Por falta de pagamento;
- Ação para cobrança.

Nota Promissória
A Nota promissória12 é um título cambiário em que seu responsável assume a obrigação direta e principal de pagar a soma constante
no título. Se caracteriza como vínculo jurídico transitório entre credor e devedor.
Em sentido amplo essa obrigação refere-se a uma relação entre pelo menos duas partes e para que se concretize, é necessária a im-
posição de uma dessas e a sujeição de outra em relação a uma restrição de liberdade da segunda. A nota promissória nada mais é do que
um documento formal de uma promessa de pagamento. Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser transferida a
terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval.
Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a
cobrança judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva, no entanto a parte só pode agir em juízo se estiver representada
por advogado legalmente habilitado.

Cheque
O cheque13 é uma ordem de pagamento à vista e um título de crédito. A operação com cheque envolve três agentes:
- O emitente (emissor ou sacador), que é aquele que emite o cheque;
- O beneficiário, que é a pessoa a favor de quem o cheque é emitido;
- O sacado, que é o banco onde está depositado o dinheiro do emitente.

Contudo, para os cheques de valor superior a R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais), é prudente que o cliente comunique ao banco com ante-
cedência, pois a instituição pode postergar saques acima desse valor para o expediente seguinte. O cheque é também um título de crédito
para o beneficiário que o recebe, porque pode ser protestado ou executado em juízo. Nele estão presentes dois tipos de relação jurídica.
A primeira entre o emitente e o banco (baseada na conta bancária). Já a segunda entre o emitente e o beneficiário.

Cheque pré-datado
Trata-se de um cheque comum, entretanto ele é preenchido com uma data futura. Ou seja, quando você deseja comprar a prazo e
coloca, na parte de baixo da folha do cheque a data que você deseja que o valor seja compensado. Isso o torna um cheque pré-datado.

Descontar cheque pré-datado e/ ou cruzá-lo

A maneira do preenchimento de cheque pré-datado pode fazer valer algumas características que irão influenciar diretamente em seu
uso. É possível torná-lo um cheque endereçado.
Dessa maneira, quando esse estilo de cheque está endereçado, ele só poderá ser sacado pela pessoa ou conta em que está destinado.
Essa modalidade é conhecida como cheque nominal quando tem um nome em específico ou cheque cruzado quando for para conta
corrente.
Além do direcionamento, o cheque cruzado pode conter também o banco ao qual deverá ser realizado o saque, descrito entre as
linhas cruzadas.

Para cruzar cheque pré-datado, basta seguir os passos a seguir:


Preencher o cheque com as informações básicas de valor, data, nome ou conta remetente;
12 https://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=20329
13 http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/servicos6.asp
Editora
135
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

No caso do cheque pré-datado, colocar a data futura em que deverá ser compensado;
Realizar dois riscos de forma paralela “//” em algum dos lados na parte frontal do cheque;
Para direcionar também o banco, basta colocar entre os riscos o nome do banco em questão.

Capital de Giro

Capital de Giro é uma linha de crédito concedida pelos bancos para financiar a operação diárias de uma organização, sendo oferecido
em condições facilitadas pelos bancos e instituições financeiras.
A gestão do capital de giro é uma das mais importantes, e também uma das mais complexas e abrangentes áreas financeiras de uma
organização. A gestão do capital de giro diz respeito aos elementos de giro, que correspondem aos recursos correntes de curto prazo da
uma organização, como o ativo circulante e o passivo circulante, e de que maneira estes elementos estão inter-relacionados, conforme
abaixo:

A gestão do capital de giro refere-se à capacidade da firma em saldar, as compras de matérias-primas, o pagamento de fornecedores,
o processo produtivo, os estoques, as vendas, a concessão de crédito, o recebimento, o pagamento de salários, impostos e outros encargos
referentes à operação das empresas.

No estudo do ativo circulante são naturais implicações com o gerenciamento de caixa, nível de crédito e nível de estoque, ou seja, de
que maneira os recursos da empresa são aplicados no capital de giro.
A gestão do ativo circulante de uma empresa deve estabelecer a quantidade de caixa necessário para sustentar a atividade operacio-
nal de caixa e também para:
a) atender a necessidades inesperadas de caixa. A empresa deve possuir caixa para atender a necessidades inesperadas de dinheiro,
como campanha de marketing repentina, devido a mudanças na concorrência;
b) obter crédito (reciprocidade). A liquidez das empresas é importante para enfrentar as necessidades financeiras e manter sua clas-
sificação de risco de crédito, junto às instituições financeiras. Além disso, os bancos costumam conceder descontos em tarifas bancárias,
conforme o montante de recursos da empresa aplicados no banco (reciprocidade);
c) obter descontos comerciais. A disponibilidade de caixa também é útil para aproveitar descontos comerciais, como aqueles obtidos
pelo pagamento antecipado das contas ou obtidos ao se adquirir uma quantidade maior de produtos. Não havendo possibilidade de ga-
nhos financeiros, o caixa deve tender a zero, a partir de um adequado planejamento.

A concessão de crédito também deve ser observada pelo administrador durante a gestão do comportamento das vendas e da formu-
lação de uma política de crédito que compreenda a avaliação do risco de crédito, prazos de concessão e política de cobrança.
Outro elemento importante na gestão do ativo circulante é o estoque. Para a determinação do nível adequado de estoques deve ser
feita a comparação entre o custo que esse estoque representa incorrerá, caso venha a faltar estoque.

Cartão de Crédito

O cartão de crédito é um serviço de intermediação que permite ao consumidor adquirir bens e serviços em estabelecimentos comer-
ciais previamente credenciados, mediante a comprovação de sua condição de usuário. Tal comprovação é feita com a apresentação do
cartão no ato da aquisição da mercadoria.

Editora
136
136
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão - Avaliação de Crédito em Caráter de Urgência: é a tarifa cobra-
entre consumidor e administradora de cartões de crédito, que tem da quando o cliente ultrapassa o limite máximo do cartão;
por objeto a prestação dos seguintes serviços: - Pagamentos de Contas: é cobrada quando o cliente utiliza o
– Serviços de intermediação de pagamentos à vista entre con- cartão de crédito para pagamento de contas, como água, luz, bole-
sumidor e fornecedor pertencente a uma rede credenciada; tos, entre outros.
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura
de obrigações assumidas através do cartão de crédito junto a forne- Crédito Rotativo
cedor pertencente a uma rede credenciada; A partir de Abril de 2017, com a entrada em vigor da Resolução
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura do BACEN 4.549/201715 e 3.892/201816, o saldo devedor da fatura
de inadimplemento por parte do consumidor de obrigações assu- de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o venci-
midas junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada; mento, somente pode ser mantido em crédito rotativo até o venci-
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para emprésti- mento da próxima fatura, normalmente no prazo de 30 dias.
mos em dinheiro direto ao consumidor, disponibilizado através de Sendo assim no mês seguinte, ou seja, no final do prazo dos
operação de saque. 30 dias, o cliente não terá mais a opção do pagamento mínimo e
O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contra- deverá escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a fatura, de
to realizado entre o consumidor e uma administradora de cartões acordo com as opções que o banco ofereça, com a taxa de juros do
de crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de interme- parcelamento sempre menor do que a do rotativo.
diação de pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio
de cartão, até um limite estabelecido entre o consumidor e um for- Microcrédito Urbano
necedor de bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada,
desde que o consumidor pague suas obrigações integralmente até O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno va-
o dia do vencimento da fatura e não opte pelo parcelamento do lor a microempreendedores formais e informais, normalmente sem
valor das compras. acesso ao sistema financeiro tradicional.17
Podem obter recursos do BNDES Microcrédito as pessoas físi-
Fatura ou Demonstrativo do Cartão cas e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de peque-
As instituições devem fornecer aos seus clientes demonstrati- no porte, ou seja, aquelas que obtenham receita bruta igual ou infe-
vos ou faturas mensais de cartão de crédito, explicitando informa- rior a R$ 360 mil em cada ano-calendário. Os recursos destinam-se
ções, no mínimo, a respeito dos seguintes aspectos: sempre ao financiamento de capital de giro ou de investimentos
- Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de produtivos fixos, como obras civis, compra de máquinas e equipa-
operação de crédito passível de contratação; mentos novos e usados, e compra de insumos e materiais.
- Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de O valor do financiamento e a taxa de juros são determinados
operação de crédito passível de contratação; pelo agente operador, de acordo com limites pré-estabelecidos.
- Gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando Como o BNDES não atua diretamente no apoio aos microempreen-
parcelados; dedores, os interessados devem dirigir-se aos agentes operadores
- Identificação das operações de crédito contratadas e respec- do microcrédito de sua cidade/região, que analisarão a possibilida-
tivos valores; de de concessão de crédito e as condições do financiamento.
- Valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma
segregada de acordo com os tipos de operações realizadas por meio
do cartão; OPERAÇÕES DE CRÉDITO ESPECIALIZADO. CRÉDITO RU-
- Valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte no caso de RAL. CONCEITO, BENEFICIÁRIOS, PRECEITOS E FUNÇÕES
o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura; BÁSICAS; FINALIDADES: OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO,
- Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das opera- CUSTEIO E COMERCIALIZAÇÃO
ções de crédito passíveis de contratação;
- Taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação
Operações de Crédito são acordos de vontades entre as partes,
de obrigações.
pelo princípio da autonomia18, onde as instituições financeiras têm
autonomia para conceder empréstimos e financiamentos com base
Tarifas
em critérios próprios. O Banco Central, na qualidade de ente regu-
O Banco Central, através da Resolução 3.919/201014 definiu
lador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional, não interfere
cinco tipos de tarifas para cartão de crédito:
- Segunda Via de Cartão: é cobrada para emissão de uma nova
via do mesmo cartão, por motivo de roubo, perda, entre outros 15 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=4549&ti-
pelo usuário; po=Resolu%C3%A7%C3%A3o&data=26/1/2017
- Saque: é cobrado quando o usuário efetua saques através do 16 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=3892&ti-
cartão de crédito através de caixas eletrônicos ou outros canais de po=Circular&data=26/4/2018
atendimento no Brasil ou no exterior; 17 https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/bndes-microcre-
- Anuidade: é cobrado uma vez por ano, podendo ser paga à dito/bndes-microcredito
vista ou parcelada; 18 Princípio que consiste no poder entre partes para estipular livremente, como
melhor convier, mediante acordo a disciplina de seus interesses, suscitando efei-
14 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=res&a- tos ordem jurídica, envolvendo a criação de contratos e a liberdade de contratar ou
no=2010&numero=3919&r=1 não contratar.
Editora
137
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

na celebração de contratos de empréstimos e financiamentos, nem - Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e
na renegociação de dívidas entre as instituições financeiras e seus embriões;
clientes. - Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária,
Aqui traremos algumas operações de créditos que são disponi- em imóveis rurais, inclusive para proteção do solo;
bilizadas para determinados ramos ou situações onde se há neces- - Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis
sidade de crédito. rurais;
- Medição de lavouras;
Crédito Rural - Atividades florestais.

O crédito rural foi institucionalizado no Brasil através da Lei nº. Custeio


4.829 de 05/11/196519 e constitui hoje um dos principais instru- A estabilidade monetária, obtida com a implantação do Plano
mentos utilizados pelo governo brasileiro na execução de sua polí- Real na economia brasileira, permite que o governo estabeleça uma
tica Agrícola. Basicamente, o crédito rural consiste no suprimento política agrícola de longo prazo, com regras claras sobre a sua atu-
adequado, suficiente e oportuno de recursos financeiros por esta- ação na produção e no mercado de produtos agrícolas, sobretudo
belecimentos de crédito oficiais e particulares para incrementar os no que tange à política de crédito e aos instrumentos de amparo à
investimentos rurais reprodutivos, bem como atender às necessi- produção e à comercialização.
dades de custeio e comercialização da produção agropecuária e da Introduziram-se alguns ajustes nas regras atuais do crédito ru-
Pesca, onde proporciona: ral, que foram identificados mediante o comportamento e a avalia-
a) Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produto- ção das medidas que vigoram na safra passada. Esses ajustes estão
res ou por suas cooperativas; agora sendo divulgados, de modo a contribuir para a tomada de
b) Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a decisão do agricultor, permitindo que ele faça sua programação de
comercialização de produtos agropecuários; maneira adequada e oportuna.
c) Fortalecer o setor rural;
d) Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de Custeio Agrícola: Tem por finalidade atender as despesas nor-
produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do mais do ciclo de produção vegetal como opção de crédito ou uma
padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos forma de capital de giro. O crédito de custeio para o campo é uma
recursos naturais; forma de custeio que permite ao produtor planejar seu trabalho e
e) Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização capital de giro para atividades sazonais.
de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e Uma vez tomada à decisão, o produtor não pode recuar sem
trabalhadores rurais; grandes prejuízos. Esse risco muda de acordo com a lavoura ou la-
f) Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; vouras, também conhecidas como mix de produção, na região de
g) Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra plantio e o tamanho da área a ser semeada. Durante o ciclo produ-
na agricultura familiar. tivo das lavouras é abrangido o preparo das terras até a entrega da
produção, despesas de armazenamento no imóvel ou em coope-
De acordo com o Decreto-Lei nº 167/196720, e da Lei nº rativas, aquisição de mudas, sementes, fertilizantes, corretivos de
10.931/200421, a formalização do crédito rural pode ser realizada solo, etc.
por meio dos seguintes títulos:
- Cédula Rural Pignoratícia (CRP)22; Custeio Pecuário: Tem por finalidade atender as despesas nor-
- Cédula Rural Hipotecária (CRH)23; mais de exploração pecuária, podendo estender à aquisição isolada
- Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH); de insumos como sal, forragens, rações, minerais, defensivos vege-
- Nota de Crédito Rural (NCR). tais e animais, abrangendo também apicultura, piscicultura, serici-
- Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB). cultura, fenação, silagem, etc.

Beneficiários Investimentos: Esta operação de investimento é toda aplicada


São beneficiários do Crédito Rural os produtores rurais, classi- em bens ou serviços e se destinam na formação do capital fixo ou
ficados como Pessoa Física ou Jurídicas, também Cooperativas de semifixo para os produtores, sendo eles:
produtores rurais que exercem a atividade com fins lucrativos, e a) Fixos: Aplicação em bem estável de longa duração e vários
Pessoais Físicas ou Jurídicas que, embora não conceituados como ciclos de produção. Ex.: Construção de mangueiras, pontes, cercas,
“produtor rural”, ou seja, empresas que trabalham para atender as coxos cobertos, barracões, etc., e
necessidade dos produtores, se dedicando as seguintes atividades: b) Semifixo: Bem estável de curta e média duração: Ex.: Aquisi-
- Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou ção de matrizes (vacas), reprodutores, etc.
certificadas;
Pagamento e Fiscalização
19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4829.htm O pagamento do crédito deve ser efetuado de uma única vez
20 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0167.htm ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O
21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm prazo e o cronograma de pagamentos devem ser estabelecidos em
22 É baseada no penhor rural e que passa a valer como título de crédito função da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimen-
23 É um título de crédito vinculado a financiamento rural, no qual o emitente tos coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimen-
presta garantia hipotecária tos da atividade assistida.

Editora
138
138
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressal- Os Agricultores Familiares que:


vados os casos expressamente previstos e deve ser efetuada nos a) Explorem parcela de terra na condição de proprietário, pos-
seguintes momentos: seiro, arrendatário, comodatário, parceiro, concessionário do PNRA
- Crédito de custeio agrícola, antes da época prevista para co- ou permissionário de áreas públicas;
lheita; b) Residam no estabelecimento ou em local próximo, conside-
- Empréstimo do Governo Federal (EGF) no curso da operação; rando as características geográficas regionais;
- Crédito de custeio pecuário, pelo menos uma vez no curso c) Não detenham, a qualquer título, área superior a quatro mó-
da operação, em época que seja possível verificar sua correta apli- dulos fiscais, contíguos ou não, quantificados conforme a legislação
cação; em vigor;
- Crédito de investimento para construções, reformas ou am- d) Obtenham, no mínimo, 50% da renda bruta familiar da ex-
pliações de benfeitorias até a conclusão do cronograma de execu- ploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;
ção, previsto no projeto; e) Tenham o trabalho familiar como predominante na explo-
- Demais financiamentos em até sessenta dias após cada utiliza- ração do estabelecimento, utilizando mão de obra de terceiros de
ção, para comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições. acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, po-
dendo manter empregados permanentes em número menor ou
igual ao número de pessoas da família ocupadas com o empreen-
PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRI- dimento familiar;
CULTURA FAMILIAR (PRONAF): BASE LEGAL, FINALIDADES, f) Tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses
BENEFICIÁRIOS, DESTINAÇÃO, CONDIÇÕES de produção normal, que antecedem a solicitação da DAP, de até
R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), considerando neste
limite a soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar valor da receita recebida de entidade integradora e das demais ren-
(PRONAF) das provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento
e fora dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos
O PRONAF destina-se a estimular a geração de renda e me- os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de
lhorar o uso da mão de obra familiar, por meio do financiamento atividades rurais;
de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários
desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias Demais Beneficiários: São também beneficiários do Pronaf,
próximas24, proporcionando assim a manutenção de novas tecno- mediante apresentação de DAP válida, as pessoas que:
logias e estimulando a pesquisa e desenvolvimento de técnicas à - Atendam, no que couber, às exigências previstas no tópico IV
agricultura familiar. - Agricultores familiares - e que sejam:
- Pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal,
Beneficiários25 com fins comerciais, explorando a atividade como autônomos, com
São beneficiários do PRONAF os agricultores e produtores ru- meios de produção próprios ou em regime de parceria com outros
rais que compõem as unidades familiares de produção rural e que pescadores igualmente artesanais;
comprovem seu enquadramento mediante apresentação da De- - Aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que
claração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, em um dos seguintes tenham na água seu normal ou mais frequente meio de vida e que
grupos: explorem área não superior a 2 (dois) hectares de lâmina d’água
ou, quando a exploração se efetivar em tanque-rede, ocupem até
Grupo A: Agricultores familiares assentados pelo Programa Na- 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água;
cional de Reforma Agrária (PNRA) ou beneficiários do Programa Na- - Silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que
cional de Crédito Fundiário (PNCF) que não contrataram operação promovam o manejo sustentável daqueles ambientes;
de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a - Que se enquadrem nas alíneas de A até F26 e que sejam:
Reforma Agrária (Procera) ou que ainda não contrataram o limite de a) extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no
operações ou de valor de crédito de investimento para estruturação meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
no âmbito do Pronaf; b) integrantes de comunidades quilombolas rurais;
c) povos indígenas;
Grupo B: Beneficiários que possuam renda bruta familiar nos d) demais povos e comunidades tradicionais.
últimos 12 meses de produção normal, que antecedem a solicita-
ção da DAP, não superior a R$20.000,00 (vinte mil reais) e que não Importante: A Lei nº 11.326, de 2006, estabelece as diretrizes
contratem trabalho assalariado permanente; para a formulação da Política da Agricultura Familiar e Empreendi-
mentos Familiares Rurais, e o seu artigo 3º define quem é conside-
Grupo A/C: Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou rado agricultor familiar e empreendedor familiar rural.
beneficiários do PNCF que:
a) Tenham contratado a primeira operação no Grupo A; Destinação
b) Não tenham contratado financiamento de custeio, exceto no Os créditos são destinados ao:
próprio Grupo A/C. - Custeio: Para financiar atividades agropecuárias e não agro-
pecuárias de acordo com projetos específicos ou propostas de fi-
24 https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp nanciamento;
25 https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp#1 26 As alíneas A até F deste tópico.
Editora
139
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

- Investimento: Para financiar atividades agropecuárias ou não - Pronaf Agroecologia: financiamento a agricultores e produto-
agropecuárias, para implantação, ampliação ou modernização da res rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sistemas
estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de ser- de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos
viços, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais relativos à implantação e manutenção do empreendimento.
próximas, de acordo com projetos específicos. Integralização de
cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção: des- - Pronaf ECO: financiamento a agricultores e produtores rurais
tinam-se a financiar a capitalização de cooperativas de produção familiares, pessoas físicas, para investimento na utilização de tecno-
agropecuárias formadas por beneficiários do Pronaf; logias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamen-
- Industrialização: Para financiar atividades agropecuárias, da to hídrico, pequenos aproveitamentos hidro energéticos, silvicultu-
produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf, de acor- ra e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez
do com projetos específicos ou propostas de financiamento. Os e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da
créditos individuais, independentemente da classificação dos bene- capacidade produtiva.
ficiários a que se destinam, devem objetivar, sempre que possível, o
desenvolvimento do estabelecimento rural como um todo. - Pronaf Mais Alimentos: financiamento a agricultores e pro-
dutores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sua
Principais Condições ao Crédito estrutura de produção e serviços, visando ao aumento de produti-
É necessária a apresentação de garantias para obtenção de fi- vidade e à elevação da renda da família.
nanciamento do PRONAF, sendo a escolha dessas de livre conven- - Pronaf Jovem: financiamento a agricultores e produtores ru-
ção entre o financiado e o financiador, que devem ser ajustadas de rais familiares, pessoas físicas, para investimento nas atividades de
acordo com a natureza e o prazo do crédito. Um dos benefícios do produção, desde que beneficiários sejam maiores de 16 anos e me-
PRONAF é de a documentação pertinente à relação contratual en- nores de 29 anos entre outros requisitos.
tre o proprietário da terra e o beneficiário do crédito não estarem
sujeitas à exigência de registro em cartório. - Pronaf Microcrédito (Grupo “B”): financiamento a agriculto-
res e produtores rurais familiares, pessoas físicas, que tenham obti-
Limites e Prazos do renda bruta familiar de até R$ 20 mil, nos 12 meses de produção
O valor do custeio rural contratado ao amparo do PRONAF fica normal que antecederam a solicitação da Declaração de Aptidão ao
limitada a R$250.000,00 por mutuário e por ano agrícola. PRONAF (DAP).
O prazo de pagamentos observando os ciclos de cada empre-
endimento são: - Pronaf Cotas-Partes: financiamento para integralização de
- Para o Custeio Agrícola: cotas-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas
De até 3 anos para as culturas de açafrão e palmeira real (pal- de produção rural; e aplicação pela cooperativa em capital de giro,
mito); custeio, investimento ou saneamento financeiro.
De até 2 anos para as culturas bianuais;
De até 1 ano para as demais culturas.
CRÉDITO INDUSTRIAL, AGROINDUSTRIAL, PARA O CO-
- Para o Custeio Pecuário: MÉRCIO E PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: CONCEITO,
De até 6 meses, no financiamento para aquisição de bovinos e FINALIDADES (INVESTIMENTO FIXO E CAPITAL DE GIRO
bubalinos para engorda em regime de confinamento; ASSOCIADO), BENEFICIÁRIOS
De até 2 anos quando o financiamento envolver a aquisição de
bovinos e bubalinos para recria e engorda em regime extensivo e o
crédito abranger as duas finalidades na mesma operação; Crédito Industrial e Agroindustrial
De até 1 ano nos demais financiamentos, podendo esse prazo
ser estendido por mais 1 ano quando o crédito se destinar à aqui- O crédito Industrial e Agroindustrial é uma modalidade que
cultura, conforme o ciclo produtivo de cada espécie contido no pla- busca promover o desenvolvimento do segmento por meio da ex-
no, proposta ou projeto. pansão, diversificação e aumento de competitividade das empre-
sas, contribuindo para agregar valor às matérias-primas locais, me-
Subprogramas do PRONAF27 diante o financiamento de empreendimentos de pequeno, médio e
- Pronaf Agroindústria: financiamento a agricultores e produ- grande porte. Financia principalmente:
tores rurais familiares, pessoas físicas e jurídicas, e a cooperativas - A aquisição de bens de capital e implantação ou moderniza-
para investimento em beneficiamento, armazenagem, processa- ção, reforma ou ampliação de empreendimentos;
mento e comercialização agrícola, extrativista, artesanal e de pro- - Aquisição de veículos utilitários necessários ao funcionamen-
dutos florestais; e para apoio à exploração de turismo rural; to do empreendimento;
- Modernização de máquinas e equipamentos;
- Pronaf Mulher: financiamento à mulher agricultora integran- - Aquisição de móveis e utensílios;
te de unidade familiar de produção enquadrada no Pronaf, inde- - Elaboração de estudos ambientais;
pendentemente do estado civil. - Capital de giro associado ao investimento;
- Entre outras modalidades.

27 https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf
Editora
140
140
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O público alvo são empresários registrados na junta comer- to de quaisquer despesas que se verificarem com vistorias frustra-
cial e pessoas jurídicas de direito privado que realizem atividades das, ou que forem efetuadas em consequência de procedimento seu
produtivas no setor industrial e agroindustrial, como por exemplo, que possa prejudicar as condições legais e celulares.
Cooperativas, Associações de Produtores, Pequenas Indústria, Em-
presas Prestadoras de Serviços, entre outros. CAPÍTULO II
Abaixo trazemos na íntegra o Decreto Lei 413/1969 que dis- DA CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL
pões sobre o financiamento industrial.
Art. 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento
DECRETO-LEI Nº 413, DE 09 DE JANEIRO DE 1969.28 em dinheiro, com garantia real, cedularmente constituída.
Art. 10. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo,
Dispõe sobre títulos de crédito industrial e dá outras providên- exigível pela soma dela constante ou do endosso, além dos juros,
cias. da comissão de fiscalização, se houver, e demais despesas que o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe credor fizer para segurança, regularidade e realização de seu direito
confere o § 1º do Art.2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezem- creditório.
bro de 1968, § 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parce-
DECRETA la do credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor
desconta-los-á da soma declarada na cédula, tornando-se exigível
CAPÍTULO I apenas o saldo.
DO FINANCIAMENTO INDUSTRIAL § 2º Não constando do endosso o valor pelo qual se transfere
a cédula, prevalecerá o da soma declarada no título, acrescido dos
Art. 1º O financiamento concedido por instituições financeiras a acessórios, na forma deste Art.igo, deduzido o valor das quitações
pessoa física ou jurídica que se dedique à atividade industrial pode- parciais passadas no próprio título.
rá efetuar-se por meio da cédula de crédito industrial prevista neste Art. 11. Importa em vencimento antecipado da dívida resultan-
Decreto-lei. te da cédula, independentemente de aviso ou de interpelação judi-
Art. 2º O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o finan- cial, a inadimplência de qualquer obrigação do eminente do título
ciamento nos fins ajustados, devendo comprovar essa aplicação no ou, sendo o caso, do terceiro prestante da garantia real.
prazo e na forma exigidos pela instituição financiadora. § 1º Verificado o inadimplemento, poderá, ainda, o financiador
Art. 3º A aplicação do financiamento ajustar-se-á em orçamen- considerar vencidos antecipadamente todos os financiamentos con-
to, assinado, em duas vias, pelo emitente e pelo credor, dele deven- cedidos ao emitente e dos quais seja credor.
do constar expressamente qualquer alteração que convencionarem. § 2º A inadimplência, além de acarretar o vencimento anteci-
Parágrafo único. Far-se-á, na cédula, menção do orçamento pado da dívida resultante da cédula e permitir igual procedimento
que a ela ficará vinculado. em relação a todos os financiamentos concedidos pelo financiador
Art. 4º O financiador abrirá, com o valor do financiamento con- ao emitente e dos quais seja credor, facultará ao financiador a capi-
ta vinculada à operação, que o financiado movimentará por meio talização dos juros e da comissão de fiscalização, ainda que se trate
de cheques, saques, recibos, ordens, cArt.as ou quaisquer outros de crédito fixo.
documentos, na forma e no tempo previstos na cédula ou no orça- Art. 12. A cédula de crédito industrial poderá ser aditada, ra-
mento. tificada e retificada, por meio de menções adicionais e de aditivos,
Art. 5º As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão datados e assinados pelo emitente e pelo credor, lavrados em folha
juros e poderão sofrer correção monetária às taxas e aos índices à pArt.e do mesmo formato e que passarão a fazer pArt.e integran-
que o Conselho Monetário Nacional fixar, calculados sobre os saldos te do documento cedular.
devedores da conta vinculada à operação, e serão exigíveis em 30 Art. 13. A cédula de crédito industrial admite amortizações pe-
de junho, 31 de dezembro, no vencimento, na liquidação da cédula riódicas que serão ajustadas mediante a inclusão de cláusula, na
ou, também, em outras datas convencionadas no título, ou admiti- forma prevista neste Decreto-lei.
das pelo referido Conselho. Art. 14. A cédula de crédito industrial conterá os seguintes re-
Parágrafo único. Em caso de mora, a taxa de juros constante da quisitos, lançados no contexto:
cédula será elevável de 1% (um por cento) ao ano. I - Denominação “Cédula de Crédito Industrial”.
Art. 6º O devedor facultará ao credor a mais ampla fiscalização II - Data do pagamento, se a cédula for emitida para pagamen-
do emprego da quantia financiada, exibindo, inclusive os elementos to parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data
que lhe forem exigidos. de pagamento das prestações.
Art. 7º O financiador poderá, sempre que julgar conveniente e III - Nome do credor e cláusula à ordem.
por pessoas de sua indicação, não só percorrer todas e quaisquer IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos por exten-
dependências dos estabelecimentos industriais referidos no título, so, e a forma de sua utilização.
como verificar o andamento dos serviços neles existentes. V - Descrição dos bens objeto do penhor, ou da alienação fiduci-
Art. 8º Para ocorrer às despesas cem a fiscalização, poderá ser ária, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade e marca,
ajustada, na cédula, comissão fixada e exigível na forma do Art. 5º se houver, além do local ou do depósito de sua situação, indicando-
deste Decreto-lei, calculada sobre os saldos devedores da conta vin- -se, no caso de hipoteca, situação, dimensões, confrontações, ben-
culada à operação, respondendo ainda o financiado pelo pagamen- feitorias, título e data de aquisição do imóvel e anotações (número,
livro e folha) do registro imobiliário.
28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0413.htm - Último VI - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver,
acesso em 27/10/2018 as 12h36min e épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.
Editora
141
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VII - Obrigatoriedade de seguro dos bens objeto da garantia. CAPÍTULO IV


VIII - Praça do pagamento. DAS GARANTIAS DA CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL
IX - Data e lugar da emissão.
X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representan- Art. 19. A cédula de crédito industrial pode ser garantida por:
te com poderes especiais. I - Penhor cedular.
§ 1º A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, II - Alienação fiduciária.
quando cabível, será incluída logo após a descrição das garantias. III - Hipoteca cedular.
§ 2º A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em docu- Art. 20. Podem ser objeto de penhor cedular nas condições des-
mento à pArt.e, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor, te Decreto-lei:
fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância, logo após a in- I - Máquinas e aparelhos utilizados na indústria, com ou sem os
dicação do grau do penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária respectivos pertences;
e de seu valor global. II - Matérias-primas, produtos industrializados e materiais em-
§ 3º Da descrição a que se refere o inciso V deste Art.igo, dis- pregados no processo produtivo, inclusive embalagens;
pensa-se qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição Ill - Animais destinados à industrialização de carnes, pescados,
dos bens empenhados. Dispensar-se-ão, também, para a caracteri- seus produtos e subprodutos, assim como os materiais empregados
zação do local ou do depósito dos bens empenhados ou alienados no processo produtivo, inclusive embalagens;
fiduciariamente, quaisquer referências a dimensões, confrontações, IV - Sal que ainda esteja na salina, bem assim as instalações,
benfeitorias e a títulos de posse ou de domínio. máquinas, instrumentos utensílios, animais de trabalho, veículos
§ 4º Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em do- terrestres e embarcações, quando servirem à exploração salineira;
cumento à pArt.e, deverão constar também da cédula todas as indi- V - Veículos automotores e equipamentos para execução de
cações mencionadas no item V deste Art.igo, exceto confrontações terraplanagem, pavimentação, extração de minério e construção
e benfeitorias. civil bem como quaisquer viaturas de tração mecânica, usadas nos
§ 5º A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição transportes de passageiros e cargas e, anda, nos serviços dos esta-
pormenorizada, poderá ser substituída pela anexação à cédula de belecimentos industriais;
seus respectivos títulos de propriedade. VI - Dragas e implementos destinados à Iimpeza e à desobstru-
§ 6º Nos casos do parágrafo anterior, deverão constar da cé- ção de rios, portos e canais, ou à construção dos dois últimos, ou
dula, além das indicações referidas no § 4º deste Art.igo, menção utilizados nos serviços dos estabelecimentos industriais;
expressa à anexação dos títulos de propriedade e a declaração de VII - Toda construção utilizada como meio de transporte por
ou eles farão pArt.e integrante da cédula até sua final liquidação. água, e destinada à indústria da revelação ou da pesca, quaisquer
que sejam as suas características e lugar de tráfego;
CAPÍTULO III VIII - Todo aparelho manobrável em vôo apto a se sustentar a
DA NOTA DE CRÉDITO INDUSTRIAL circular no espaço aéreo mediante reações aerodinâmicas, e capaz
de transportar pessoas ou coisas;
Art. 15. A nota de crédito industrial é promessa de pagamento IX - Letra de câmbio, promissórias, duplicatas, conhecimentos
em dinheiro, sem garantia real. de embarques, ou conhecimentos de depósitos, unidos aos respec-
Art. 16. A nota de crédito industrial conterá os seguintes requi- tivos “ warrants “;
sitos, lançados no contexto: X - Outros bens que o Conselho Monetário Nacional venha a
I - Denominação “Nota de Crédito Industrial”. admitir como lastro dos financiamentos industriais.
II - Data do pagamento; se a nota fôr emitida para pagamento Art. 21. Podem-se incluir na garantia os bens adquiridos ou pa-
parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de gos com o financiamento, feita a respectiva averbação nos termos
pagamento das prestações. deste Decreto-lei.
III - Nome do credor e cláusula à ordem. Art. 22. Antes da liquidação da cédula, não poderão os bens
IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por ex- empenhados ser removidos das propriedades nela mencionadas,
tenso, e a forma de sua utilização. sob qualquer pretexto e para onde quer que seja, sem prévio con-
V - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, sentimento escrito do credor.
e épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas. Parágrafo único. O disposto neste Art.igo não se aplica aos ve-
VI - Praça de pagamento. ículos referidos nos itens IV, V, VI, VII e VIII do Art.igo 20 deste De-
VII - Data e lugar da emissão. creto-lei, que poderão ser retirados temporariamente de seu local e
VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de represen- situação, se assim o exigir a atividade financiada.
tante com poderes especiais. Art. 23. Aplicam-se ao penhor cedular os preceitos legais vigen-
Art. 17. O crédito pela nota de crédito industrial tem privilégio tes sobre penhor, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.
especial sobre os bens discriminados no Art.igo 1.563 do Código Ci- Art. 24. São abrangidos pela hipoteca constituída as constru-
vil. ções, respectivos terrenos, instalações e benfeitorias.
Art. 18. Exceto no que se refere à garantias e a inscrição, apli- Art. 25. Incorporam-se na hipoteca constituída as instalações e
cam-se à nota do crédito industrial as disposições deste Decreto-lei construções, adquiridas ou executadas com o crédito, assim como
sobre cédula de crédito industrial. quaisquer outras benfeitorias acrescidas aos imóveis na vigência da
cédula, as quais, uma vez realizadas, não poderão ser retiradas ou
destruídas sem o consentimento do credor, por escrito.

Editora
142
142
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Parágrafo único. Faculta-se ao credor exigir que o emitente § 3º Cada grupo de 200 (duzentas) cópias será encadernado na
faça averbar, à margem da inscrição principal, a constituição de di- ordem cronológica de seu arquivamento, em livro que o CArt.ório
reto real sobre os bens e benfeitorias referidos neste Art.igo. apresentará no prazo de quinze dias depois de completado o grupo,
Art. 26. Aplicam-se à hipoteca cedular os princípios da legisla- ao Juiz de Direito da Comarca, para abri-lo e encerra-lo, rubricando
ção ordinária sobre hipoteca, no que não colidirem com o presente as respectivas folhas numeradas em série crescente a começar de
Decreto-lei. 1 (um).
Art. 27. Quando da garantia da cédula de crédito industrial fizer § 4º Nos casos do § 5º do Art.. 14 deste Decreto-lei, à via da
pArt.e a alienação fiduciária, observar-se-ão as disposições cons- cédula destinada ao CArt.ório será anexada cópia dos títulos de do-
tantes da Seção XIV da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, no que mínio, salvo se os imóveis hipotecados se acharem registrados no
não colidirem com este Decreto-lei. mesmo CArt.ório.
Art. 28. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial con- Art. 33. Ao efetuar a inscrição ou qualquer averbação, o Oficial
tinuam na posse imediata do emitente, ou do terceiro prestante da do Registro de Imóveis mencionará, no respectivo ato, a existência
garantia real, que responderá por sua guarda e conservação como de qualquer documento anexo à cédula e nele aporá sua rubrica,
fiel depositário, seja pessoa física ou jurídica. Cuidando-se de garan- independentemente de qualquer formalidade.
tia constituída por terceiro, este e o emitente da cédula responderão Art. 34. O CArt.ório anotará a inscrição, com indicação do nú-
solidariamente pela guarda e conservação dos bens gravados. mero de ordem, livro e folhas, bem como valor dos emolumentos
Parágrafo único. O disposto neste Art.igo não se aplica aos pa- cobrados no verso da cédula, além de mencionar, se for o caso, os
péis mencionados no item IX, Art.. 20, deste Decreto-lei, inclusive anexos apresentados.
em consequência do endosso. 11§ 1º Pela inscrição da cédula, serão cobrados do interessado,
em todo o território nacional, o seguintes emolumentos, calculados
CAPÍTULO V sobre o valer do crédito deferido: (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992)
SEÇÃO I a) até NCr$ 200,00 - 0,1%
DA INSCRIÇÃO E AVERBAÇÃO DA CÉDULA DO CRÉDITO b) de NCr$ 200,01 a NCr$ 500,00 - 0,2%
INDUSTRIAL c) de NCr$ 500,01 a NCr$ 1.000,00 - 0,3%
d) de NCr$ 1.000,01 a NCr$ 1.500,00 - 4%
Art. 29. A cédula de crédito industrial somente vale contra ter- e) acima de NCr$ 1.500,00 - 0,5% - até o máximo de ¼ (um
ceiros desde a data da inscrição. Antes da inscrição, a cédula obriga quArt.o) do salário-mínimo da região.
apenas seus signatários. § 2º Cinquenta por cento (50%) dos emolumentos referidos no
Art. 30. De acordo com a natureza da garantia constituída, a parágrafo anterior caberão ao oficial do Registro de Imóveis e os
cédula de crédito industrial inscreve-se no CArt.ório de Registro de restantes cinquenta por cento (50%) serão recolhidos ao Banco do
Imóveis da circunscrição do local de situação dos bens objeto do Brasil S.A., a crédito do Tesouro Nacional. (Extinto pela Lei nº 8.522,
penhor cedular, da alienação fiduciária, ou em que esteja localizado de 1992)
o imóvel hipotecado. Art. 35. O oficial recusará efetuar a inscrição, se já houver regis-
Art. 31. A inscrição fa-se-á na ordem de apresentação da cé- tro anterior no grau de prioridade declarado no texto da cédula, ou
dula, em livro próprio denominada “Registro de Cédula de Crédito se os houverem sido objeto de alienação fiduciária considerando-se
Industrial”, observado o disposto nos Art.igos 183, 188, 190 e 202, nulo o ato que infringir este dispositivo.
do Decreto 4.857, de 9 de novembro de 1939. Art. 36. Para os fins previstos no Art.. 29 deste Decreto-lei aver-
§ 1º Os livros destinados à inscrição da cédula de crédito in- bar-se-ão, à margem da inscrição da cédula, os endossos posterio-
dustrial serão numerados em série crescente a começar de 1 (um) res à inscrição, as menções adicionais, aditivos e qualquer outro ato
e cada livro conterá termos de abertura e de encerramento, assina- que promova alteração na garantia ou noções pactuadas.
dos pelo Juiz de Direito da Comarca, que rubricará todas as folhas. § 1º Dispensa-se a averbação dos pagamentos parcial e do en-
§ 2º As formalidades a que se refere o parágrafo anterior pre- dosso das instituições financiadoras em operações de redesconto
cederão a utilização do livro. ou caução.
§ 3º Em cada CArt.ório haverá, em uso, apenas um livro “Re- § 2º Os emolumentos devidos pelos atos referidos neste Art.
gistro de Cédula de Crédito Industrial”, utilizando-se o de número igo serão calculados na base de 10% (dez por cento) sobre os va-
subsequente depois de findo o anterior. lores constante do parágrafo único do Art.igo 34 deste Decreto-lei,
Art. 32. A inscrição consistirá na anotação dos seguintes requi- cabendo ao oficial do Registro de Imóveis e ao Juiz de Direito da Co-
sitos cedulares: marca as mesmas percentagens naquele dispositivo. (Extinto pela
a) Data e forma do pagamento. Lei nº 8.522, de 1992)
b) Nome do emitente, do financiador e, quando houver, do ter- Art. 37. Os emolumentos devidos pela inscrição da cédula ou
ceiro prestante da garantia real e do endossatário. pela averbação de atos posteriores poderão ser pagos pelo credor, a
c) Valor do crédito deferido e forma de sua utilização. débito da conta a que se refere o Art.igo 4º deste Decreto-lei.
d) Praça do pagamento. Art. 38. As inscrições das cédulas e as averbações posteriores
e) Data e lugar da emissão. serão efetuadas no prazo de 3 (três) dias úteis a contar da apresen-
§ 1º Para a inscrição, o apresentante do título oferecerá, com tação do título sob pena de responsabilidade funcional do oficial
o original da cédula, cópia em impresso idêntico, com a declaração encarregado de promover os atos necessários.
“Via não negociável”, em linhas paralelas transversais. § 1º A transgressão do disposto neste Art.igo poderá ser co-
§ 2º O CArt.ório conferirá a exatidão da cópia, autenticando-a. municada ao Juiz de Direito da Comarca pelos interessados ou por
qualquer pessoa que tenha conhecimento do fato.

Editora
143
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Recebida a comunicação, o Juiz instaurará imediatamente 5º) findo o termo referido no item anterior, o Juiz, impugnado
inquérito administrativo. ou não o pedido, procederá a uma instrução sumária, facultando às
§ 3º Apurada a irregularidade, o oficial pagará multa de valor pArt.es a produção de provas, decidindo em seguida;
correspondente aos emolumentos que seriam cobrados, por dia de 6º) a decisão será proferida dentro de 30 (trinta) dias, a contar
atraso, aplicada pelo Juiz de Direito da Comarca, devendo a respec- da efetivação da penhora;
tiva importância ser recolhida, dentro de 15 (quinze) dias, a esta- 7º) não terão efeito suspensivo os recursos interpostos das de-
belecimento bancário que a transferirá ao Banco Central do Brasil, cisões proferidas na ação de cobrança a que se refere este Art.igo;
para crédito do Fundo Geral para Agricultura e Indústria - FUNAGRI, 8º) o foro competente será o da praça do pagamento da cédula
criado pelo Decreto nº 56.835, de 3 de setembro de 1965. de crédito industrial.

SEÇÃO II CAPÍTULO VI
DO CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO DA CÉDULA DE DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
CRÉDITO INDUSTRIAL
Art. 42. A concessão dos financiamentos previstos neste Decre-
Art. 39. Cancela-se a inscrição mediante a averbação, no livro to-lei bem como a constituição de suas garantias, pelas instituições
próprio: de crédito, públicas e privadas, independe da exibição de compro-
I - da prova da quitação da cédula, lançada no próprio título ou vante de cumprimento de obrigações fiscais, da previdência social,
passada em documento em separado com força probante; ou de declaração de bens e certidão negativa de multas.
II - da ordem judicial competente. Parágrafo único. O ajuizamento da dívida fiscal ou previdenci-
§ 1º No ato da averbação do cancelamento, o serventuário ária impedirá a concessão do financiamento industrial, desde que
mencionará o nome daquele que recebeu, a data do pagamento sua comunicação pela repArt.ição competente às instituições de
e, em se tratando de quitação em separado, as características des- crédito seja por estas recebida antes da emissão da cédula, exceto
se instrumento; no caso de cancelamento por ordem judicial, esta se as garantias oferecidas assegurarem a solvabilidade do crédito
também será mencionada na averbação, pela indicação da data do em litígio e da operação proposta pelo interessado.
mandato, Juízo de que precede, nome do Juiz que o subscreveu e
demais características correntes. Art. 43. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do
§ 2º Arquivar-se-ão no CArt.ório a ordem judicial de cancela- Art. 171 do Código Penal aquele que fizer declarações falsas ou ine-
mento da inscrição ou uma das vias do documento da quitação da xatas acerca de bens oferecidos em garantia de cédula de crédito
cédula, procedendo-se como se dispõem no § 3º do Art.igo 32 deste industrial, inclusive omitir declaração de já estarem eles sujeitos a
Decreto-lei. outros ônus ou responsabilidade de qualquer espécie, até mesmo
de natureza fiscal.
SEÇÃO III Art. 44. Quando, do penhor cedular fizer pArt.e matéria-prima,
DA CORREIÇÃO DOS LIVROS DE INSCRIÇÃO DA CÉDULA DE o emitente se obriga a manter em estoque, na vigência da cédula,
CRÉDITO INDUSTRIAL uma quantidade desses mesmos bens ou dos produtos resultantes
de sua transformação suficiente para a cobertura do saldo devedor
Art. 40. O Juiz de Direito da Comarca precederá à correção do pôr ela garantido.
livro “Registro de Cédula de Crédito Industrial” uma vez por semes- Art. 45. A transformação da matéria-prima oferecida em pe-
tre, no mínimo. nhor cedular não extingue o vínculo real, que se transfere para os
produtos e subprodutos.
CAPÍTULO VI Parágrafo único. O penhor dos bens resultantes da transfor-
DA AÇÃO PARA COBRANÇA DA CÉDULA DE CRÉDITO mação, industrial poderá ser substituído pelos títulos de crédito re-
INDUSTRIAL presentativos da comercialização daqueles produtos, a crédito do
credor, mediante endosso pleno.
Art. 41. Independentemente da inscrição de que trata o Art.. Art. 46. O penhor cedular de máquinas e aparelhos utilizado na
30 deste Decreto-lei, o processo judicial para cobrança da cédula de indústria tem preferência sobre o penhor legal do locador do imóvel
crédito industrial seguirá o procedimento seguinte: de sua situação.
1º) Despachada a petição, serão os réus, sem que haja preparo Parágrafo único. Para a constituição da garantia cedular a que,
ou expedição de mandado, citados pela simples entrega de outra se refere este Art.igo, dispensa-se o consentimento do locador.
via do requerimento, para, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, pa- Art. 47. Dentro do prazo estabelecido para utilização do cré-
gar a dívida; dito, poderá ser admitida a reutilização pelo devedor, para novas
2º) não depositado, naquele prazo, o montante do débito, pro- aplicações, das parcelas entregues para amortização ao débito.
ceder-se-á a penhora ou ao sequestro dos bens constitutivos da ga- Art. 48. Quando, do penhor ou da alienação fiduciária, fizerem
rantia ou, em se tratando de nota de crédito industrial, à daqueles pArt.e veículos automotores, embarcações ou aeronaves, o grava-
enumerados no Art.. 1.563 do Código Civil (Art.igo 17 deste Decre- me será anotado nos assentamentos próprios da repArt.ição com-
to-lei); petente para expedição de licença ou registro dos veículos.
3º) no que não colidirem com este Decreto-lei, observar-se-ão, Art. 49. Os bens onerados poderão ser objeto de nova garan-
quanto à penhora, as disposições do Capítulo III, Título III, do Livro tia cedular a simples inscrição da respectiva cédula equivalerá à
VIII, do Código de Processo Civil; averbação à margem da anterior, do vínculo constituído em grau
4º) feita a penhora, terão réus, dentro de 48 (quarenta e oito) subsequente.
horas, prazo para impugnar o pedido;
Editora
144
144
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 50. Em caso de mais de um financiamento, sendo os mes- Art. 61. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito indus-
mos o credor e emitente da cédula, o credor e os bens onerados, po- trial poderão ser redescontadas em condições estabelecidas pelo
derá estender-se aos financiamentos subsequentes o vínculo origi- Conselho Monetário Nacional.
nariamente constituído mediante referência à extensão nas cédulas Art. 62. Da cédula de crédito industrial poderão constar outras
posteriores, reputando-se uma só garantia com cédulas industriais condições da dívida ou obrigações do emitente, desde que não con-
distintas. trariem o disposto neste Decreto-lei e a natureza do título.
§ 1º A extensão será averbada à margem da inscrição anterior Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional, observadas
e não impede que sejam vinculados outros bens à garantia. as condições do mercado de crédito, poderá fixar prazos de venci-
§ 2º Havendo vinculação de novos bens, além da averbação, es- mento dos títulos do crédito industrial, bem como determinar inclu-
tará a cédula sujeita à inscrição no CArt.ório do Registro de Imóveis. são de denominações que caracterizem a destinação dos bens e as
§ 3º Não será possível a extensão se tiver havido endosso ou se condições da operação.
o bens já houverem sido objeto de novo ônus em favor de terceiros. Art. 63. Os bens apenhados poderão, se convier ao credor, ser
Art. 51. A venda dos bens vinculados à cédula de crédito indus- entregues à guarda de terceiro fiel-depositário, que se sujeitará às
trial depende de prévia anuência do credor, por escrito. obrigações e às responsabilidades legais e cedulares.
Art. 52. Aplicam-se à cédula de crédito industrial e à nota de § 1º Os direitos e as obrigações do terceiro fiel-depositário, in-
crédito industrial, no que forem cabíveis, as normas do direito cam- clusive a imissão, na posse, do imóvel da situação dos bens ape-
bial, dispensado, porém, o protesto para garantir direito de regres- nhados, independerão da lavratura de contrato de comodato e de
so contra endossantes e avalistas. prévio consentimento do locador, perdurando enquanto subsistir a
dívida.
CAPÍTULO VIII § 2º Tôdas as despesas de guarda e conservação dos bens con-
DISPOSIÇÕES GERAIS tratados ao terceiro fiel-depositário correrão, exclusivamente, por
conta do devedor.
Art. 53. Dentro do prazo da cédula, o credor, se assim o enten- § 3º Nenhuma responsabilidade terão credor e terceiro fiel-de-
der, poderá autorizar o emitente a dispor de pArt.e ou de todos os positário pelos dispêndios que se tornarem precisos ou aconselhá-
bens da garantia, na forma e condições que convencionarem. veis para a boa conservação do imóvel e dos bens apenhados.
Art. 54. Os bens dados em garantia assegurarão o pagamento § 4º O devedor é obrigado a providenciar tudo o que fôr recla-
do principal, juros, comissões, pena convencional, despesas legais e mado pelo credor para a pronta execução dos reparos ou obras de
convencionais, com as preferências estabelecidas na legislação em que, porventura, necessitar o imóvel, ou que forem exigidos para a
vigor. perfeita armazenagem dos bens empenhados.
Art. 55. Se baixar no mercado o valor dos bens onerados ou se Art. 64. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens
se verificar qualquer ocorrência que determine sua diminuição ou nela descritos e caracterizados, observada à vigente legislação de
depreciação, o emitente reforçará a garantia dentro do prazo de seguros obrigatórios.
quinze dias da notificação que o credor lhe fizer, por cArt.a enviada Art. 65. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito indus-
pelo Correio, ou pelo Oficial do CArt.ório de Títulos e Documentos trial obedecerão aos modelos anexos, quais poderão ser padroni-
da Comarca. zados e alterados pelo Conselho Monetário Nacional, observado o
Art. 56. Se os bens oferecidos em garantia de cédula de crédito disposto no Art.igo 62 deste Decreto-lei.
industrial, pertencerem a terceiras, estes subscreverão também o Art. 66. Este Decreto-lei entrará em vigor 90 (noventa) dias de-
título para que se constitua o vínculo. pois de publicado, revogando-se os Decretos-leis nºs 265, de 28 de
Art. 57. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial não fevereiro de 1967, 320, de 29 de março de 1967 e 331, de 21 de
serão penhorados ou sequestrados por outras dívidas do emitente setembro de 1967 na pArt.e referente à cédula Industrial Pignoratí-
ou de terceiro prestante da garantia real, cumprindo a qualquer de- cia,1.271, de 16 de maio de 1939, 1.697, de 23 de outubro de 1939,
les denunciar a existência da cédula as autoridades incumbidas da 2.064, de 7 de março de 1940, 3.169, de 2 de abril de 1941, 4.191,
diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responderem pelos de 18 de março de 1942, 4.312, de 20 de maio de 1942 e Leis nºs
prejuízos resultantes de sua omissão. 2.931, de 27 de outubro 1956, e 3.408, de 16 de junho de 1958, as
Art. 58. Em caso de cobrança em processo contencioso ou não, demais disposições em contrário.
judicial ou administrativo, o emitente da cédula de crédito industrial Brasília, 9 de janeiro de 1969; 148º da Independência e 81º da
responderá ainda pela multa de 10% (dez por cento) sobre o princi- República.
pal e acessórios em débito, devida a pArt.ir do primeiro despacho da
autoridade competente na petição de cobrança ou de habilitação
do crédito. RECURSOS UTILIZADOS NA CONTRATAÇÃO DE FINANCIA-
Art. 59. No caso de execução judicial, os bens adquiridos ou MENTOS
pagos com o crédito concedido pela célula de crédito industrial res-
ponderão primeiramente pela satisfação do título, não podendo ser
— Introdução
vinculados ao pagamento de dívidas privilegiadas, enquanto não
A tomada de decisão sobre os recursos utilizados na contrata-
fôr liquidada a cédula.
ção de financiamentos é uma etapa crucial para atingir objetivos
Art. 60. O emitente da cédula manterá em dia o pagamento
financeiros. Nesta seção, exploraremos detalhadamente diversas
dos tributos e encargos fiscais, previdenciários e trabalhistas de sua
opções, desde recursos próprios até alternativas oferecidas pelo
responsabilidade, inclusive a remuneração dos empregados, exibin-
mercado financeiro.
do ao credor os respectivos comprovantes sempre que lhe forem
exigidos.
Editora
145
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

— Recursos próprios Vantagens adicionais


Ausência de Juros: diferentemente de empréstimos, não há
Definição cobrança de juros.
Recursos próprios representam o capital investido pelo toma- Participação em grupos específicos: consórcios podem ser seg-
dor do financiamento, proveniente de suas economias ou patrimô- mentados para atender a grupos específicos, como consórcios para
nio líquido. aquisição de veículos pesados.

Vantagens — Empréstimos Pessoais


Flexibilidade: liberdade para determinar a quantia a ser inves-
tida. Definição
Menor risco financeiro: não gera obrigações de pagamento a Os empréstimos pessoais são uma alternativa rápida para ob-
terceiros. tenção de recursos, sem vinculação a uma finalidade específica.

Estratégias avançadas Características


Investimentos inteligentes: utilizar os recursos próprios em Acesso rápido: processo ágil de aprovação e liberação dos re-
investimentos que gerem retornos, contribuindo para a sustenta- cursos.
bilidade financeira. Ampla disponibilidade: disponível em bancos, cooperativas e
plataformas online.
— Financiamento bancário
Cuidados na contratação
Definição Avaliação da necessidade: utilizar empréstimos pessoais so-
O financiamento bancário é uma opção tradicional que envolve mente em situações verdadeiramente necessárias.
a obtenção de recursos diretamente de instituições financeiras. Comparação de taxas: pesquisar e comparar as taxas de dife-
rentes instituições antes de decidir.
Características
Variedade de modalidades: instituições oferecem diferentes — Crowdfunding
tipos de financiamento adaptados a diversas necessidades.
Taxas de juros competitivas: a taxa de juros pode variar, mas a Definição
concorrência entre bancos oferece oportunidades de negociação. O crowdfunding é uma abordagem inovadora em que recursos
Possibilidade de negociação de prazos: alguns bancos permi- são obtidos por meio de doações ou investimentos de um grande
tem ajustes nos prazos de pagamento conforme a capacidade do número de pessoas.
tomador.
Características
Análise de riscos Diversidade de modelos: existem modelos de crowdfunding de
Avaliação de capacidade de pagamento: importante para evi- recompensa, dívida e equity, cada um adequado a diferentes obje-
tar endividamento excessivo. tivos.
Garantias exigidas: compreender as garantias exigidas pelo Interação direta com investidores/doadores: possibilidade de
banco e os riscos associados. estabelecer uma conexão direta com a comunidade.
Estratégias eficientes
Modalidades específicas Transparência: fornecer informações detalhadas sobre o proje-
Crédito imobiliário: destinado à aquisição de propriedades, to ou necessidade para atrair investidores/doadores.
oferece prazos extensos e taxas competitivas. Recompensas atrativas: oferecer recompensas interessantes
Crédito para empresas de pequeno porte: adaptação de linhas para os apoiadores pode impulsionar a arrecadação.
de crédito para atender às necessidades específicas de micro e pe-
quenas empresas.
FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO NOR-
— Consórcio DESTE (FNE): BASE LEGAL, FINALIDADES, REGRAS, ADMI-
NISTRAÇÃO
Definição
O consórcio é uma modalidade colaborativa em que indivíduos
se unem para adquirir um bem ou serviço por meio de contribui- Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE29
ções mensais.
Base Legal
Características A redução das desigualdades sociais e regionais é preconiza-
Planejamento coletivo: os participantes planejam a compra da pela Constituição Federal brasileira, suscitando a existência de
em conjunto, sem a necessidade de recursos iniciais significativos. políticas públicas que promovam a diminuição das diferenças in-
Possibilidade de antecipação: lances podem acelerar a con- ter e intrarregionais, mediante a democratização de investimentos
templação. produtivos que impulsionem o desenvolvimento econômico com a
correspondente geração de emprego e renda.
29 https://www.bnb.gov.br/sobre-o-nordeste-fne
Editora
146
146
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Criado em 1988 (artigo 159, inciso I, alínea “c” da Constituição O Banco do Nordeste, anualmente, elabora e submete ao MI
da República Federativa do Brasil e artigo 34 do Ato das Disposi- e à Sudene, proposta de aplicação de recursos por meio da Progra-
ções Constitucionais Transitórias) e regulamentado em 1989 (Lei nº mação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, a
7.827, de 27/09/1989), o Fundo Constitucional de Financiamento qual contempla, dentre outros aspectos, as estratégias de ação e os
do Nordeste (FNE) é um instrumento de política pública federal programas de financiamento, além dos planos estaduais de aplica-
operado pelo Banco do Nordeste que objetiva contribuir para o ção de recursos.
desenvolvimento econômico e social do Nordeste, através da exe-
cução de programas de financiamento aos setores produtivos, em Seguem os dispositivos da Lei 7.827/1989:
consonância com o plano regional de desenvolvimento, possibili-
tando, assim, a redução da pobreza e das desigualdades. LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989
Provido de recursos federais, o FNE financia investimentos
de longo prazo e, complementarmente, capital de giro ou custeio. Regulamenta o art. 159, inciso I, alínea c, da Constituição Fe-
Além dos setores agropecuário, industrial e agroindustrial, também deral, institui o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte -
são contemplados com financiamentos os setores de turismo, co- FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e
mércio, serviços, cultural e infraestrutura. o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, e
Os recursos do Fundo representam ingressos adicionais para dá outras providências.
o Nordeste, mas não substituem outros fluxos financeiros do Go-
verno Federal, de órgãos repassadores ou do próprio BNB. Por de- O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no exercício do
finição legal, não se sujeita a injunções de políticas conjunturais de cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
contingenciamento de crédito, tendo em vista a conveniência e a Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
necessidade de se assegurar a continuidade das inversões de de-
senvolvimento regional. Art. 1° Ficam criados o Fundo Constitucional de Financiamen-
Atualmente, o FNE atende a 1.990 municípios situados nos to do Norte - FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do
nove estados que compõem a região Nordeste e no Norte dos es- Nordeste - FNE e o Fundo Constitucional de Financiamento do Cen-
tados do Espírito Santo e de Minas Gerais, incluindo os Vales do tro-Oeste - FCO, para fins de aplicação dos recursos de que trata a
Jequitinhonha e do Mucuri, contemplando com acesso ao crédito alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal, os quais se
os segmentos empresariais de microempreendedores individuais, organizarão e funcionarão nos termos desta Lei.
produtores, empresas, associações e cooperativas. I - Das Finalidades e Diretrizes Gerais
O Fundo é operacionalizado em respeito às diretrizes legais, Art. 2° Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte,
tais como: destinação de pelo menos metade do ingressos de re- Nordeste e Centro-Oeste têm por objetivo contribuir para o desen-
cursos para o semiárido; ação integrada com as instituições federais volvimento econômico e social das regiões Norte, Nordeste e Cen-
sediadas na Região; tratamento preferencial aos mini, micro e pe- tro-Oeste, através das instituições financeiras federais de caráter
quenos empreendedores; preservação do meio ambiente; conjuga- regional, mediante a execução de programas de financiamento aos
ção do crédito com a assistência técnica; democratização do acesso setores produtivos, em consonância com os respectivos planos re-
ao crédito e apoio às atividades inovadoras. gionais de desenvolvimento.
Na medida em que o Fundo prioriza o atendimento a mini e § 1° Na aplicação de seus recursos, os Fundos Constitucionais
pequenos produtores rurais, a micro e pequenas empresas, à região de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficarão a sal-
semiárida e aos municípios localizados em microrregiões de baixa vo das restrições de controle monetário de natureza conjuntural
renda, dinâmicas e estagnadas no âmbito da Política Nacional de e deverão destinar crédito diferenciado dos usualmente adotados
Desenvolvimento Regional (PNDR), reforça-se a importância desse pelas instituições financeiras, em função das reais necessidades das
instrumento de política de fomento para o desenvolvimento. Dessa regiões beneficiárias.
forma, o planejamento da ação desenvolvimentista e a integração § 2° No caso da região Nordeste, o Fundo Constitucional de
de políticas, programas e ações em múltiplas escalas, desde o in- Financiamento do Nordeste inclui a finalidade específica de finan-
traurbano ao mesorregional, são fundamentais para assegurar uma ciar, em condições compatíveis com as peculiaridades da área, ati-
maior eficiência na utilização dos recursos públicos e maior efetivi- vidades econômicas do semi-árido, às quais destinará metade dos
dade na intervenção nas economias locais. recursos ingressados nos termos do art. 159, inciso I, alínea c, da
Nesse contexto, o FNE Itinerante, fruto de uma parceria entre Constituição Federal.
o Ministério da Integração Nacional (MI) e a Superintendência de Art. 3° Respeitadas as disposições dos Planos Regionais de De-
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), tem por objetivo benefi- senvolvimento, serão observadas as seguintes diretrizes na formu-
ciar, por meio da divulgação das linhas de financiamento do FNE, as lação dos programas de financiamento de cada um dos Fundos:
micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, I - concessão de financiamento aos setores produtivos das regi-
instaladas naqueles municípios que apresentam maiores dificulda- ões beneficiadas; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
des de acesso ao sistema bancário. Os eventos do FNE Itinerante ca- II - ação integrada com instituições federais sediadas nas regi-
racterizam-se pela oferta de palestras técnicas e informativas, aten- ões;
dimento negocial individual dos participantes e pelo agendamento III - tratamento preferencial às atividades produtivas de peque-
de visitas gerenciais a microempresários e microempreendedores nos e miniprodutores rurais e pequenas e microempresas, às de uso
individuais (para maiores informações, acessar o Relatório do FNE intensivo de matérias-primas e mão-de-obra locais e as que produ-
Itinerante 2017 no link disponível no final da página). zam alimentos básicos para consumo da população, bem como aos
projetos de irrigação, quando pertencentes aos citados produtores,
suas associações e cooperativas;
Editora
147
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV - preservação do meio ambiente; § 4o Os estudantes e os cursos mencionados no inciso II do


V - adoção de prazos e carência, limites de financiamento, ju- caput deste artigo deverão atender aos requisitos estabelecidos no
ros e outros encargos diferenciados ou favorecidos, em função dos art. 1o da Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído pela Lei
aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e espaciais dos empre- nº 13.530, de 2017)
endimentos; Art. 5° Para efeito de aplicação dos recursos, entende-se por:
VI - conjugação do crédito com a assistência técnica, no caso de I - Norte, a região compreendida pelos Estados do Acre, Amazo-
setores tecnologicamente carentes; nas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, eTocantins;
VII - orçamentação anual das aplicações dos recursos; II - Nordeste, a região abrangida pelos Estados do Maranhão,
VIII - uso criterioso dos recursos e adequada política de garan- Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
tias, com limitação das responsabilidades de crédito por cliente ou Sergipe e Bahia, além das partes dos Estados de Minas Gerais e Es-
grupo econômico, de forma a atender a um universo maior de be- pírito Santo incluídas na área de atuação da Sudene; (Redação dada
neficiários e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e retorno pela Lei nº 9.808, de 20.7.1999)
às aplicações; III - Centro-Oeste, a região de abrangência dos Estados de Mato
IX - apoio à criação de novos centros, atividades e pólos dinâmi- Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal;
cos, notadamente em áreas interioranas, que estimulem a redução IV - semi-árido, a região natural inserida na área de atuação da
das disparidades intra-regionais de renda; Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, defi-
X - proibição de aplicação de recursos a fundo perdido. nida em portaria daquela Autarquia. (Redação dada pela Lei Com-
XI - programação anual das receitas e despesas com nível de plementar nº 125, de 2007)
detalhamento que dê transparência à gestão dos Fundos e favore- III - Dos Recursos e Aplicações
ça a participação das lideranças regionais com assento no conselho Art. 6° Constituem fontes de recursos dos Fundos Constitucio-
deliberativo das superintendências regionais de desenvolvimento; nais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste:
(Incluído pela Lei Complementar nº 129, de 2009). I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação do imposto
XII - ampla divulgação das exigências de garantia e de outros sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre
requisitos para a concessão de financiamento; (Redação dada pela produtos industrializados, entregues pela União, na forma do art.
Lei nº 13.530, de 2017) 159, inciso I, alínea c da Constituição Federal;
XIII - concessão de financiamento a estudantes regularmente II - os retornos e resultados de suas aplicações;
matriculados em cursos superiores não gratuitos, de que trata a Lei III - o resultado da remuneração dos recursos momentanea-
nº 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído pela Lei nº 13.530, de mente não aplicados, calculado com base em indexador oficial;
2017) IV - contribuições, doações, financiamentos e recursos de ou-
II -- Dos Beneficiários tras origens, concedidos por entidades de direito público ou priva-
Art. 4o São beneficiários dos recursos dos fundos constitucio- do, nacionais ou estrangeiras;
nais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste: V - dotações orçamentárias ou outros recursos previstos em lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017) Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I
I - produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, e coopera- deste artigo, será observada a seguinte distribuição:
tivas de produção que, de acordo com as prioridades estabelecidas I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional
nos planos regionais de desenvolvimento, desenvolvam atividades de Financiamento do Norte;
produtivas nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroin- II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo
dustrial, de empreendimentos comerciais e de serviços das regiões Constitucional de Financiamento do Nordeste; e
Norte, Nordeste e Centro-Oeste; (Incluído pela Lei nº 13.530, de III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional
2017) de Financiamento do Centro-Oeste.
II - estudantes regularmente matriculados em cursos superio- Art. 7º A Secretaria do Tesouro Nacional liberará ao Ministério
res e de educação profissional, técnica e tecnológica não gratuitos da Integração Nacional, nas mesmas datas e, no que couber, se-
que contribuirão para o desenvolvimento do setor produtivo das gundo a mesma sistemática adotada na transferência dos recursos
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com as priorida- dos Fundos de Participação dos Estados, do Distrito Federal e dos
des estabelecidas nos planos regionais de desenvolvimento. (Inclu- Municípios, os valores destinados aos Fundos Constitucionais de Fi-
ído pela Lei nº 13.530, de 2017) nanciamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, cabendo ao
§ 1º Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão fi- Ministério da Integração Nacional, observada essa mesma sistemá-
nanciar empreendimentos de infra-estrutura econômica, inclusive tica, repassar os recursos diretamente em favor das instituições fe-
os de iniciativa de empresas públicas não dependentes de transfe- derais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A. (Redação dada
rências financeiras do Poder Público, considerados prioritários para pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
a economia em decisão do respectivo conselho deliberativo. (Reda- Parágrafo único. O Ministério da Fazenda informará, mensal-
ção dada pela Lei nº 11.775, de 2008) mente, ao Ministério da Integração Nacional, às respectivas supe-
§ 2º No caso de produtores e empresas beneficiárias de fundos rintendências regionais de desenvolvimento e aos bancos adminis-
de incentivos regionais ou setoriais, a concessão de financiamentos tradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento a soma da
de que trata esta Lei fica condicionada à regularidade da situação arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
para com a Comissão de Valores Mobiliários - CVM e os citados fun- natureza e do imposto sobre produtos industrializados, o valor das
dos de incentivos. (Redação dada pela Lei nº 11.775, de 2008) liberações efetuadas para cada Fundo, bem como a previsão de da-
§ 3º (Revogado pela lei nº 12.716, de 2012) tas e valores das 3 (três) liberações imediatamente subseqüentes.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007)

Editora
148
148
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 8° Os Fundos gozarão de isenção tributária, estando os § 1º O montante dos repasses a que se referem o caput estará
seus resultados, rendimentos e operações de financiamento livres limitado a proporção do patrimônio líquido da instituição financei-
de qualquer tributo ou contribuição, inclusive o imposto sobre ope- ra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida
rações de crédito, imposto sobre renda e proventos de qualquer Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
natureza e as contribuições do PIS, Pasep e Finsocial. § 2º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais se su-
§ 1º Para os efeitos do art. 14 da Lei Complementar nº 101, de bordina à manutenção da proporção a que se refere o § 3º e inde-
4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a fim de com- pende do adimplemento, pelos mutuários, das obrigações contra-
pensar a renúncia de receita do crédito presumido de que trata o § tadas pelas instituições financeiras com tais recursos. (Incluído pela
3º do art. 1º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, entre 1º de Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2025 será cobrado o Imposto § 3º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais, em
sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos decorrência de redução do patrimônio líquido das instituições fi-
ou Valores Mobiliários (IOF) sobre as operações de crédito pratica- nanceiras, será regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional.
das com recursos do FCO, não aplicada a respectiva isenção de que (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020) § 4º Nas operações realizadas nos termos deste artigo: (Incluí-
§ 2º Relativamente às operações de crédito de que trata o § do pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
1º deste artigo, a alíquota do IOF será a mesma alíquota incidente I - serão observados os encargos estabelecidos na Lei nº 10.177,
nas demais operações de crédito não isentas sujeitas ao referido de 12 de janeiro de 2001; e (Redação dada pela Lei nº 13.682, de
imposto. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020) 2018)
Art. 9º Observadas as diretrizes estabelecidas pelo Ministério II - o del credere das instituições financeiras: (Incluído pela Me-
da Integração Nacional, os bancos administradores poderão repas- dida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
sar recursos dos Fundos Constitucionais a outras instituições auto- a) fica limitado a seis por cento ao ano; (Incluído pela Medida
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com capacidade Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
técnica comprovada e com estrutura operacional e administrativa b) está contido nos encargos a que se refere o inciso I; e (Inclu-
aptas a realizar, em segurança e no estrito cumprimento das diretri- ído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
zes e normas estabelecidas, programas de crédito especificamente c) (Revogado pela Lei nº 14.227, de 2021)
criados com essa finalidade. (Redação dada pela Lei nº 10.177, de § 5º Os saldos diários das disponibilidades relativas aos re-
12.1.2001) cursos transferidos nos termos do caput serão remunerados pelas
§ 1º Respeitado o disposto no caput deste artigo, caberá aos instituições financeiras com base na taxa extra-mercado divulgada
Conselhos Deliberativos das Superintendências Regionais de De- pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Medida Provisória nº
senvolvimento definir o montante de recursos dos respectivos Fun- 2.196-3, de 24.8.2001)
dos Constitucionais de Financiamento a serem repassados a outras § 6º Os recursos transferidos e utilizados em operações de cré-
instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central dito serão remunerados pelos encargos pactuados com os mutuá-
do Brasil. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) rios, deduzido o del credere a que se refere o § 4º, inciso II; (Incluído
§ 2º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses de- pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
volverão aos bancos administradores os valores devidos, de acordo § 7º Os bancos administradores deverão manter sistema que
com o cronograma de reembolso das operações formalizadas nos permita consolidar as disponibilidades e aplicações dos recursos,
contratos, independentemente do pagamento pelo tomador final. independentemente de estarem em nome do Fundo Constitucio-
(Redação dada pela Lei nº 13.986, de 2020 nal ou da instituição financeira. (Incluído pela Medida Provisória nº
§ 3º Aos bancos cooperativos e às confederações de coope- 2.196-3, de 24.8.2001)
rativas de crédito, em conformidade com o § 5º do art. 2º da Lei § 8º As instituições financeiras, nas operações de financiamen-
Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, no seu conjunto, sob to realizadas nos termos deste artigo, gozam da isenção tributária
seu risco exclusivo, fica assegurado, nos casos do FCO e do FNO, o a que se refere o art. 8º desta Lei. (Incluído pela Medida Provisória
repasse de 10% (dez por cento) dos recursos previstos para cada nº 2.196-3, de 24.8.2001)
exercício ou do valor efetivamente demandado por essas institui- § 9º Poderão ser considerados, para os efeitos deste artigo, os
ções, o que for menor. (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) valores que já tenham sido repassados às instituições financeiras e
§ 4º O montante do repasse de que trata este artigo terá como as operações de crédito respectivas. (Incluído pela Medida Provisó-
teto o limite de crédito da instituição beneficiária do repasse peran- ria nº 2.196-3, de 24.8.2001)
te o banco administrador dos recursos dos Fundos Constitucionais § 10. Na hipótese do § 9º: (Incluído pela Medida Provisória nº
de Financiamento, observadas as boas práticas bancárias. (Incluído 2.196-3, de 24.8.2001)
pela Lei nº 13.682, de 2018) I - não haverá risco de crédito para as instituições financeiras
§ 5º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses deve- nas operações contratadas até 30 de novembro de 1998; (Incluído
rão assumir integralmente o risco da operação perante o respectivo pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
Fundo. (Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021) II - nas operações contratadas de 1º de dezembro de 1998 a 30
Art. 9º-A. Os recursos dos Fundos Constitucionais poderão ser de junho de 2001, o risco de crédito das instituições financeiras fica
repassados aos próprios bancos administradores, para que estes, limitado a cinqüenta por cento; e (Incluído pela Medida Provisória
em nome próprio e com seu risco exclusivo, realizem as operações nº 2.196-3, de 24.8.2001)
de crédito autorizadas por esta Lei e pela Lei nº 10.177, de 12 de III - o del credere das instituições financeiras, mantendo-se
janeiro de 2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de inalterados os encargos pactuados com os mutuários: (Incluído
24.8.2001) pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)

Editora
149
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a) fica reduzido a zero para as operações a que se refere o in- valores deverão ser apurados segundo critérios de avaliação forne-
ciso I; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) cidos previamente pelas instituições administradoras às instituições
b) fica limitado a três por cento para as operações a que se tomadoras dos recursos. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
refere o inciso II. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de § 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, as instituições
24.8.2001) beneficiárias dos repasses deverão habilitar-se até a data prevista
§ 11. Para efeito do cálculo da taxa de administração a que fa- no § 1º deste artigo perante as instituições financeiras administra-
zem jus os bancos administradores, serão deduzidos do patrimônio doras. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
líquido dos Fundos Constitucionais os valores repassados às insti- § 4º As instituições financeiras administradoras somente reser-
tuições financeiras, nos termos deste artigo. (Incluído pela Medida varão a parcela de que trata o § 3º do art. 9º desta Lei às instituições
Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) financeiras beneficiárias que cumprirem a exigência do § 3º deste
IV - Dos Encargos Financeiros artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
Art. 10. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995) Art. 14-A. Cabe ao Ministério da Integração Nacional estabele-
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) cer as diretrizes e orientações gerais para as aplicações dos recursos
Art. 12. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995) dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e
V - Da Administração Centro-Oeste, de forma a compatibilizar os programas de financia-
Art. 13. A administração dos Fundos Constitucionais de Finan- mento com as orientações da política macroeconômica, das políti-
ciamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste será distinta e autô- cas setoriais e da Política Nacional de Desenvolvimento Regional.
noma e, observadas as atribuições previstas em lei, exercida pelos (Incluído pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) Parágrafo único. O Ministério da Integração Nacional exercerá
I - Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvol- as competências relativas aos Conselhos Deliberativos das Superin-
vimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste; (Redação tendências de Desenvolvimento das Regiões Norte e Nordeste, de
dada pela Lei Complementar nº 129, de 2009). que trata o art. 14 desta Lei, até que sejam instalados os menciona-
II - Ministério da Integração Nacional; e (Redação dada pela Lei dos Conselhos. (Incluído pela Lei nº 11.524, de 2007)
nº 10.177, de 12.1.2001) Art. 15. São atribuições de cada uma das instituições financei-
III - instituição financeira de caráter regional e Banco do Brasil ras federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A., nos ter-
S.A. (Incluído pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) mos da lei: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
Art. 14. Cabe ao Conselho Deliberativo da respectiva superin- I - aplicar os recursos e implementar a política de concessão
tendência de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Cen- de crédito de acordo com os programas aprovados pelos respecti-
tro-Oeste: (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) vos Conselhos Deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 10.177, de
I - estabelecer, anualmente, as diretrizes, prioridades e progra- 12.1.2001)
mas de financiamento dos Fundos Constitucionais de Financiamen- II - definir normas, procedimentos e condições operacionais
to, em consonância com o respectivo plano regional de desenvol- próprias da atividade bancária, respeitadas, dentre outras, as dire-
vimento; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) trizes constantes dos programas de financiamento aprovados pelos
II - aprovar, anualmente, até o dia 15 de dezembro, os progra- Conselhos Deliberativos de cada Fundo; (Redação dada pela Lei nº
mas de financiamento de cada Fundo para o exercício seguinte, es- 10.177, de 12.1.2001)
tabelecendo, entre outros parâmetros, os tetos de financiamento III - analisar as propostas em seus múltiplos aspectos, inclusive
por mutuário; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de quanto à viabilidade econômica e financeira do empreendimento,
2007) mediante exame da correlação custo/benefício, e quanto à capaci-
III - avaliar os resultados obtidos e determinar as medidas de dade futura de reembolso do financiamento almejado, para, com
ajustes necessárias ao cumprimento das diretrizes estabelecidas e base no resultado dessa análise, enquadrar as propostas nas faixas
à adequação das atividades de financiamento às prioridades regio- de encargos e deferir créditos; (Redação dada pela Lei Complemen-
nais; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) tar nº 125, de 2007)
IV - encaminhar o programa de financiamento para o exercício IV - formalizar contratos de repasses de recursos na forma pre-
seguinte, a que se refere o inciso II do caput deste artigo, junta- vista no art. 9º desta Lei, respeitados os limites previstos no § 3º
mente com o resultado da apreciação e o parecer aprovado pelo do referido dispositivo; (Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018)
Colegiado, à Comissão Mista permanente de que trata o § 1º do V - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempe-
art. 166 da Constituição Federal, para conhecimento e acompanha- nho e estado dos recursos e aplicações ao Ministério da Integração
mento pelo Congresso Nacional. (Incluído pela Lei Complementar Nacional e aos respectivos conselhos deliberativos; (Redação dada
nº 125, de 2007) pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
§ 1º Até o dia 30 de outubro de cada ano, as instituições finan- VI - exercer outras atividades inerentes à aplicação dos recur-
ceiras federais de caráter regional encaminharão, à apreciação do sos, à recuperação dos créditos, inclusive nos termos definidos nos
Conselho Deliberativo da respectiva superintendência de desenvol- arts. 15-B, 15-C e 15-D, e à renegociação de dívidas, de acordo com
vimento regional, a proposta de aplicação dos recursos relativa aos as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. (Re-
programas de financiamento para o exercício seguinte, a qual será dação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)
aprovada até 15 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº 13.682, § 1º O Conselho Monetário Nacional, por meio de proposta do
de 2018) Ministério da Integração Nacional, definirá as condições em que os
§ 2º Na data prevista no § 1º deste artigo, as instituições finan- bancos administradores poderão renegociar dívidas, limitando os
ceiras administradoras deverão informar àquelas previstas no art. encargos financeiros de renegociação aos estabelecidos no contra-
9º desta Lei os limites disponíveis para repasse a cada uma, e os to de origem da operação inadimplida. (Incluído pela Lei nº 12.793,
de 2013)
Editora
150
150
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Até o dia 30 de setembro de cada ano, as instituições fi- § 1º § 1º A renegociação extraordinária poderá ser solicitada
nanceiras de que trata o caput encaminharão ao Ministério da In- pelo mutuário sempre que satisfeitas as condições estabelecidas
tegração Nacional e às respectivas superintendências regionais de neste artigo.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
desenvolvimento, para análise, a proposta dos programas de finan- § 2º Os acordos de renegociação extraordinária de que trata
ciamento para o exercício seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.793, de o caput deste artigo aplicam-se exclusivamente às operações de
2013) crédito cuja contratação original tenha ocorrido há, no mínimo, 7
Art. 15-A. (Revogado pela Lei Complementar nº 125, de 2007) (sete) anos da data de sua solicitação e que, nas demonstrações
Art. 15-B. Ficam convalidadas as liquidações de dívida efetua- financeiras dos Fundos Constitucionais, tenham sido: (Incluído pela
das pelas instituições financeiras federais administradoras dos Fun- Lei nº 14.166, de 2021)
dos Constitucionais, que tenham sido realizadas em conformidade I - integralmente provisionadas; (Incluído pela Lei nº 14.166,
com as práticas e regulamentações bancárias das respectivas insti- de 2021)
tuições e que tenham sido objeto de demanda judicial, recebidas II - totalmente lançadas em prejuízo. (Incluído pela Lei nº
pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora 14.166, de 2021)
dos devedores diretos e respectivos garantes, relativamente a ope- § 3º Nos acordos de renegociação extraordinária de que trata
rações concedidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Fi- o caput deste artigo ficam autorizadas a concessão de prazos e for-
nanciamento, de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.945, de mas de pagamento especiais, incluídos o diferimento, a moratória e
2009). a concessão de descontos, observadas as seguintes condições: (In-
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se liquidada a dívida cluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora I – os descontos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
quando obtida mediante o desconto a uma taxa real que correspon- a) não poderão reduzir o valor original da operação de crédi-
da ao custo de oportunidade do Fundo que tenha provido os recur- to, excluídos os acréscimos a qualquer título; (Incluído pela Lei nº
sos financiadores da dívida liquidada, pelo tempo estimado para o 14.166, de 2021)
desfecho da ação judicial, aplicada sobre o valor de avaliação dos b) não poderão implicar redução superior a 90% (noventa por
referidos bens. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). cento) dos valores a serem renegociados; e (Incluído pela Lei nº
§ 2º A convalidação referida no caput deste dispositivo resul- 14.166, de 2021)
tará na anotação de restrição que impossibilitará a contratação de c) serão concedidos na forma de: (Incluído pela Lei nº 14.166,
novas operações nas instituições financeiras federais, ressalvada a de 2021)
hipótese de o devedor inadimplente recolher ao respectivo Fundo 1. rebate para liquidação dos créditos atualizados na forma do
financiador da operação o valor atualizado equivalente à diferença § 5º deste artigo, segundo critérios e percentuais a serem definidos
havida entre o que pagou na renegociação e o que deveria ter sido em regulamento; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
pago caso incidissem no cálculo os encargos de normalidade em 2. bônus de adimplência para pagamento dos créditos repactu-
sua totalidade, quando então poderá ser baixada a aludida anota- ados atualizados na forma do § 5º deste artigo, segundo critérios e
ção. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). percentuais a serem definidos em regulamento; (Incluído pela Lei
§ 3º As instituições financeiras federais administradoras dos nº 14.166, de 2021)
Fundos Constitucionais deverão apresentar relatório ao Ministério II – as garantias vigentes deverão ser mantidas, permitidos o
da Integração Nacional, com a indicação dos quantitativos renego- oferecimento de exoneração mediante pagamento do valor equi-
ciados sob a metodologia referida no caput. (Incluído pela Lei nº valente, a substituição, a liberação ou a alienação de garantias e
11.945, de 2009). de constrições, inclusive com a utilização do patrimônio rural em
§ 4º O disposto neste artigo somente se aplica aos devedores afetação, de acordo com o disposto na Lei nº 13.986, de 7 de abril
que tenham investido corretamente os valores financiados, confor- de 2020. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
me previsto nos respectivos instrumentos de crédito. (Incluído pela § 4º Fica vedada a renegociação extraordinária que envolva
Lei nº 11.945, de 2009). operação de crédito objeto de renegociação extraordinária anterior
Art. 15-C. As instituições financeiras federais poderão, nos rescindida por descumprimento pelo mutuário das cláusulas e das
termos do art. 15-B e parágrafos, proceder à liquidação de dívidas condições pactuadas. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
em relação às propostas cujas tramitações tenham sido iniciadas § 5º O valor total dos créditos a serem liquidados ou repactu-
em conformidade com as práticas e regulamentações bancárias de ados será obtido mediante a soma dos valores que se enquadrem
cada instituição financeira federal. (Incluído pela Lei nº 11.945, de nos termos deste artigo, atualizados com base nos encargos de
2009). normalidade, sem o cômputo de multa, de mora ou de quaisquer
Art. 15-D. Os administradores dos Fundos Constitucionais ficam outros encargos de inadimplemento, mesmo que tenham sido in-
autorizados a liquidar dívidas pelo equivalente financeiro do valor corporados ou pactuados por meio de aditivos contratuais ou de
atual dos bens passíveis de penhora, observando regulamentação escrituras públicas de confissão. (Incluído pela Lei nº 14.166, de
específica dos respectivos Conselhos Deliberativos, a qual deverá 2021)
respeitar, no que couber, os critérios estabelecidos no art. 15-B. (In- § 6º Ao saldo devedor a ser liquidado ou repactuado, atuali-
cluído pela Lei nº 11.945, de 2009). zado na forma do § 5º deste artigo, conforme o caso, poderão ser
Art. 15-E. Além das medidas de recuperação de crédito e de acrescidos honorários advocatícios máximos equivalentes a 1% (um
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º por cento) do valor da dívida atualizada no caso de operações que
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores do FNO, do FNE e se encontrem em cobrança judicial . (Incluído pela Lei nº 14.166,
do FCO ficam autorizados a realizar acordos de renegociação ex- de 2021)
traordinária de operações de crédito inadimplidas sob sua gestão.
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) (Regulamento)
Editora
151
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 7º A partir da data de repactuação, incidirão sobre o saldo de- titucionais de Financiamento ficam autorizados a realizar renego-
vedor não liquidado nos termos deste artigo os encargos aplicáveis ciações de dívidas com substituição dos encargos contratados na
a novos créditos destinados ao financiamento de itens semelhantes operação de crédito pelos encargos correntemente utilizados para
aos originalmente financiados pela operação renegociada, obser- contratação de nova operação. (Incluído pela Lei nº 14.166, de
vadas a atividade econômica e a classificação original de porte do 2021)
devedor.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) § 1º A substituição de encargos de que trata o caput deste arti-
§ 8º Na hipótese de repactuação, o pagamento das prestações go aplica-se exclusivamente às operações de crédito: (Incluído pela
será realizado em até 120 (cento e vinte) meses, admitidas presta- Lei nº 14.166, de 2021)
ções anuais para as operações de crédito rural. (Incluído pela Lei nº I - que tenham sido integralmente provisionadas ou lançadas
14.166, de 2021) totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos Fundos
§ 9º O disposto neste artigo não se aplica às operações de cré- Constitucionais; e (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
dito de mutuários que tenham comprovadamente cometido inapli- II – em que seja proposta a realização de um dos seguintes pro-
cação, desvio de finalidade ou fraude em operações de crédito con- cedimentos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
tratadas com recursos dos Fundos Constitucionais. (Incluído pela a) substituição do titular da operação, por meio de assunção,
Lei nº 14.166, de 2021) de expromissão ou por outro meio que transfira a obrigação da dívi-
§ 10. O disposto no § 9º deste artigo não impede a renegocia- da a terceiro; ou (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
ção nos casos em que: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) b) alteração do controle societário direto ou indireto da empre-
I - a irregularidade tenha sido devidamente saneada pelo inte- sa mutuária. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
ressado ou em que seja saneada concomitantemente à liquidação § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, as renego-
ou à repactuação; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) ciações serão condicionadas à avaliação do banco administrador
II – na hipótese de inaplicação, o objeto do financiamento te- acerca da idoneidade financeira e da capacidade de pagamento do
nha sido, de forma comprovada, fisicamente implantado ou adqui- assuntor, do expromitente ou do controlador direto ou indireto su-
rido. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) perior em relação ao devedor ou controlador original e a outros
§ 11. Para os fins deste artigo, considera-se contratação origi- critérios, em conformidade com as práticas e as regulamentações
nal: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) bancárias das respectivas instituições. (Incluído pela Lei nº 14.166,
I - a operação que deu origem ao crédito, mesmo que renego- de 2021)
ciada por meio dos normativos internos da instituição financeira, de § 3º Os encargos a serem utilizados para a substituição de
resoluções do Conselho Monetário Nacional ou de autorização legal que trata este artigo terão como parâmetros: (Incluído pela Lei nº
específica, inclusive aquelas operações alongadas com fundamento 14.166, de 2021)
no § 3º do art. 5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995; e I - na hipótese de substituição do titular da operação em que o
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) novo titular exerça atividade econômica passível de financiamento
II - as operações renegociadas com fundamento no § 6º do art. pelo Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995, e da Resolução nº a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito
2.471, de 26 de fevereiro de 1998, do Conselho Monetário Nacio- no momento da renegociação e que financie a principal atividade
nal. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) econômica desenvolvida pelo novo titular e que seja passível de
§ 12. O ônus financeiro decorrente do ajuste do saldo deve- financiamento pelo Fundo Constitucional; e (Incluído pela Lei nº
dor e dos descontos previstos neste artigo será suportado: (Incluído 14.166, de 2021)
pela Lei nº 14.166, de 2021) b) o porte do novo titular no momento da renegociação, de
I – no caso das operações provisionadas integralmente ou lan- acordo com as normas de concessão de crédito; ou (Incluído pela
çadas totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos Lei nº 14.166, de 2021)
Fundos Constitucionais, pela instituição financeira administradora, II – na hipótese de não haver substituição do titular da opera-
pela instituição repassadora ou pelo respectivo Fundo Constitucio- ção ou na hipótese de substituição do titular em que o novo titu-
nal, de acordo com a proporção do risco de cada um; (Incluído pela lar não exerça atividade econômica passível de financiamento pelo
Lei nº 14.166, de 2021) Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
II – nos demais casos, pelo respectivo Fundo Constitucional.. a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) no momento da renegociação e que financie itens semelhantes aos
§ 13. Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es- financiados originalmente pela operação renegociada; e (Incluído
tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas- pela Lei nº 14.166, de 2021)
tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no art. 62 do b) a atividade econômica e o porte do devedor original no mo-
Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do mento da contratação do crédito renegociado. (Incluído pela Lei nº
Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do 14.166, de 2021)
caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei § 4º Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es-
nº 10.522, de 19 de julho de 2002. (Incluído pela Lei nº 14.166, de tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas-
2021) tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no art. 62 do
§ 14. O regulamento tratará dos casos omissos que necessitem Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do
ser disciplinados para dar efetividade ao disposto neste artigo. (In- Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do
cluído pela Lei nº 14.166, de 2021) caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei
Art. 15-F. Além das medidas de recuperação de crédito e de nº 10.522, de 19 de julho de 2002.’. (Incluído pela Lei nº 14.166, de
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º 2021)
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores dos Fundos Cons-
Editora
152
152
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 15-G. Para os fins do disposto nos arts. 15-E e 15-F desta I - os saldos dos recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata
Lei: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) o art. 4º da Lei nº 9.126, de 10 de novembro de 1995; (Incluído pela
I - o encaminhamento para cobrança judicial, as execuções e Lei nº 13.682, de 2018)
as cobranças judiciais em curso e o prazo de prescrição das dívidas II - os valores repassados ao banco administrador nos termos
para as quais foi solicitada a renegociação ficam suspensos a partir do § 11 do art. 9º-A desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de
do protocolo do pedido de renegociação até o término da análise 2018)
do pedido pelo banco administrador; (Incluído pela Lei nº 14.166, III - os saldos das operações contratadas na forma do art. 6º-A
de 2021) da Lei nº 10.177, de 12 de janeiro de 2001, conforme regulamenta-
II – a instituição financeira deverá apresentar ao devedor, caso do pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.682,
este solicite formalmente, extrato demonstrativo da evolução da de 2018)
dívida conforme os critérios estabelecidos nesta Lei; (Incluído pela § 2º Os bancos administradores farão jus ao percentual de
Lei nº 14.166, de 2021) 0,09% a.a. (nove centésimos por cento ao ano) sobre os saldos dos
III - as regras previstas nos demais dispositivos desta Lei apli- recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata o art. 4º da Lei
cam-se subsidiariamente. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) nº 9.126, de 10 de novembro de 1995. (Redação dada pela Lei nº
Art. 15-H. Ficam os bancos administradores dos Fundos Cons- 14.227, de 2021)
titucionais de Financiamento autorizados a ceder a empresas es- § 3º O montante a ser recebido pelos bancos administradores
pecializadas na cobrança de créditos inadimplidos operações en- em razão da taxa de administração de que trata este artigo, deduzi-
quadradas mas não renegociadas nos termos dos arts. 15-E e 15-F do o valor a que se refere o § 2º deste artigo, poderá ser acrescido
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) em até 20% (vinte por cento), a título de taxa de performance. (Re-
Parágrafo único. O valor obtido com a cessão de que trata o dação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
caput deste artigo será dividido entre o banco administrador e o § 4º A taxa de administração de que trata o caput deste artigo
Fundo Constitucional na proporção do risco de crédito assumido somada à remuneração de que trata o § 2º deste artigo ficam limi-
por cada um na data da concessão. (Incluído pela Lei nº 14.166, de tadas, em cada mês, a 20% (vinte por cento) do valor acumulado,
2021) até o mês de referência, das transferências de que trata a alínea c
Art. 16. O Banco da Amazônia S.A. - Basa, o Banco do Nordeste do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal, realizadas
do Brasil S.A. - BNB e o Banco do Brasil S.A. - BB são os administra- pela União a cada um dos bancos administradores, descontados os
dores do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO, valores pagos nos meses anteriores referentes à taxa de administra-
do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e do ção de que trata o caput deste artigo e ao percentual de que trata o
Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, res- § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
pectivamente. § 5º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Economia e do
§ 1° O Banco do Brasil S.A. transferirá a administração, patri- Desenvolvimento Regional regulamentará a taxa de performance
mônio, operações e recursos do Fundo Constitucional de Financia- de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.227,
mento do Centro-Oeste - FCO para o Banco de Desenvolvimento de 2021)
do Centro-Oeste, após sua instalação e entrada em funcionamento, § 6º Ato do Presidente da República regulamentará a sistemá-
conforme estabelece o art. 34, § 11, do Ato das Disposições Consti- tica do cálculo e da apropriação da taxa de administração a que fa-
tucionais Transitórias. zem jus os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO. (Inclu-
§ 2° (Parágrafo revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) ído pela Lei nº 13.682, de 2018)
Art. 17. (Revogado implicitamente pela Lei 10.177, de 12.1.200 VI - Do Controle e Prestação de Contas
que revogou o art. 13 da Lei 9.126/1995) Art. 18. Cada Fundo terá contabilidade própria, registrando to-
Art. 17-A. Os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO dos os atos e fatos a ele referentes, valendo-se, para tal, do sistema
farão jus a taxa de administração sobre o patrimônio líquido dos contábil da respectiva instituição financeira federal de caráter regio-
respectivos Fundos, apropriada mensalmente, nos seguintes per- nal, no qual deverão ser criados e mantidos subtítulos específicos
centuais: (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) para esta finalidade, com apuração de resultados à parte.
I - 3% (três por cento) ao ano, no exercício de 2018; (Incluído Art. 18-A. Observadas as orientações gerais estabelecidas pelo
pela Lei nº 13.682, de 2018) Ministério da Integração Nacional, as Superintendências de De-
II - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) ao ano, no senvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste são
exercício de 2019; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) responsáveis pelo funcionamento de ouvidorias para atender às su-
III - 2,4% (dois inteiros e quatro décimos por cento) ao ano, no gestões e reclamações dos agentes econômicos e de suas entidades
exercício de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) representativas quanto às rotinas e aos procedimentos empregados
IV - 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) ao ano, no exer- na aplicação dos recursos do respectivo Fundo Constitucional de
cício de 2021; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) Financiamento. (Redação dada pela Lei nº 12.716, de 2012)
V - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) ao ano, no exer- § 1º As ouvidorias a que se refere o caput deste artigo terão seu
cício de 2022; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) funcionamento guiado por regulamento próprio, que estabelecerá
VI - 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) ao ano, a partir as responsabilidades e as possibilidades das partes envolvidas, re-
de 1º de janeiro de 2023. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) servando-se às instituições financeiras a obrigação de fornecimento
§ 1º Para efeitos do cálculo da taxa de administração a que se das informações e justificações necessárias à completa elucidação
refere o caput deste artigo, serão deduzidos do patrimônio líquido dos fatos ocorridos e à superação dos problemas detectados e pen-
apurado para o mês de referência: (Incluído pela Lei nº 13.682, de dências existentes. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
2018)

Editora
153
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Cabe ao Conselho Deliberativo das Superintendências de § 5º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa-
Desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será
estabelecer o regulamento para o funcionamento da ouvidoria do encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo de desenvol-
respectivo Fundo. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012) vimento regional, juntamente com sua apreciação, a qual levará
§ 3º O ouvidor de cada Fundo será nomeado, por proposta da em consideração o disposto no § 4° deste artigo, à Comissão Mista
Superintendência Regional de Desenvolvimento, pelo respectivo permanente de que trata o § 1º do art. 166 da Constituição Fede-
Conselho Deliberativo, do qual participará com direito à voz. (Inclu- ral, para efeito de fiscalização e controle, devendo ser apreciado na
ído pela Lei nº 12.716, de 2012) forma e no prazo do seu regimento interno. (Redação dada pela Lei
§ 4º No prazo de até 30 (trinta) dias de sua solicitação, o to- Complementar nº 125, de 2007)
mador de financiamento tem o direito de receber do banco admi- § 6º Do montante de recursos a que se refere o inciso II do
nistrador uma ficha completa de cada uma de suas operações de caput do art. 6º desta Lei, será destinada anualmente a parcela de
crédito, com a discriminação de todos os lançamentos desde sua até 0,01% (um centésimo por cento) para contratação pelas respec-
contratação. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012) tivas superintendências de desenvolvimento regional, e pagamento
§ 5º As entidades representativas dos produtores rurais pode- pelo banco administrador do respectivo Fundo, de atividades de
rão, nos termos do regulamento previsto no § 1o, assistir aos toma- avaliação dos impactos econômicos e sociais decorrentes da aplica-
dores na obtenção de informações sobre as pendências em suas ção dos recursos dos Fundos, de forma a permitir a aferição da efi-
operações de crédito e promover reuniões de conciliação entre os cácia, da eficiência e da efetividade desses recursos, de acordo com
agentes econômicos e os bancos administradores. (Incluído pela Lei as diretrizes definidas conjuntamente pelo Ministério da Economia
nº 12.716, de 2012) e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, a ser descontada
§ 6º A participação das entidades representativas dos produto- de cada Fundo Constitucional de Financiamento na proporção defi-
res rurais, nos termos do § 5º, não exclui nem mitiga a responsabi- nida no parágrafo único do referido art. 6º. (Redação dada pela Lei
lidade primária dos bancos administradores em divulgar e dissemi- nº 14.227, de 2021)
nar as informações acerca das operações de crédito. (Incluído pela § 7º O conjunto mínimo de informações que deve constar do
Lei nº 12.716, de 2012) relatório a que se refere o caput deste artigo e sua estrutura serão
§ 7º Caso o banco administrador não atenda à solicitação pre- definidos em ato conjunto dos Ministros de Estado da Integração
vista no § 4º, a respectiva ouvidoria assumirá a responsabilidade Nacional e da Fazenda, com indicadores qualitativos e quantitativos
pela solicitação e informará ao Conselho Deliberativo em sua pri- que permitam a mensuração do desempenho, consoante os pro-
meira reunião após esse fato, cabendo ao Presidente do Banco Ad- pósitos e os resultados da política de aplicação dos recursos dos
ministrador justificar o não atendimento ou a demora em fazê-lo. Fundos. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012) VII - Das Disposições Gerais e Transitórias
Art. 19. As instituições financeiras federais de caráter regional Art. 21. Até a aprovação da proposta prevista no inciso I do art.
farão publicar semestralmente os balanços dos respectivos Fundos, 14 desta Lei, ficam as instituições financeiras federais de caráter re-
devidamente auditados. gional autorizadas a aplicar os recursos dos respectivos Fundos de
Art. 20. Os bancos administradores dos Fundos Constitucionais acordo com as diretrizes gerais estabelecidas no art. 3° desta Lei.
de Financiamento apresentarão, anualmente, ao Ministério da In- § 1° Dentro de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação desta
tegração Nacional e às respectivas Superintendências Regionais de Lei, as instituições financeiras federais de caráter regional apresen-
Desenvolvimento relatório circunstanciado sobre as atividades de- tarão, aos Conselhos Deliberativos das respectivas superintendên-
senvolvidas e os resultados obtidos pelos respectivos Fundos. (Re- cias de desenvolvimento regional, as propostas de programas de
dação dada pela Lei nº 13.682, de 2018) financiamento de que trata o parágrafo único do art. 14 desta Lei,
§ 1° O exercício financeiro de cada Fundo coincidirá com o ano as quais deverão ser aprovadas até 60 (sessenta) dias após o rece-
civil, para fins de apuração de resultados e apresentação de rela- bimento.
tórios. § 2° As operações realizadas antes da aprovação de que trata o
§ 2° Deverá ser contratada auditoria externa, às expensas do parágrafo anterior, pelas instituições financeiras federais de caráter
Fundo, para certificação do cumprimento das disposições constitu- regional, com os recursos dos Fundos Constitucionais de Financia-
cionais e legais estabelecidas, além do exame das contas e outros mento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ficam ao abrigo desta
procedimentos usuais de auditagem. Lei, inclusive para efeito de eventuais benefícios financeiros.
§ 3° Os bancos administradores deverão colocar à disposição Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
dos órgãos de fiscalização competentes os demonstrativos, com po- Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.
sições de final de mês, dos recursos, aplicações e resultados dos
Fundos respectivos. Brasília, 27 de setembro de 1989; 168° da Independência e
§ 4º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa- 101° da República.
nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será
encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo da superinten-
dência do desenvolvimento, juntamente com sua apreciação, às co- BNDES/FINAME: BASE LEGAL, FINALIDADE, REGRAS, FOR-
missões que tratam da questão das desigualdades inter-regionais MA DE ATUAÇÃO
de desenvolvimento na Câmara dos Deputados e no Senado Fede-
ral, para efeito de fiscalização e controle. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 129, de 2009). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem como
Editora
154
154
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

objetivo o financiamento de longo prazo de empreendimentos que produzidos no exterior. Suas atividades são desenvolvidas em con-
contribuam para o desenvolvimento do país. Essa atividade de fi- junto com a colaboração do BNDES, que por sua vez é responsável
nanciamento resulta na melhoria da competitividade da economia pela FINAME. No entanto, a gestão desta agência é da responsabili-
brasileira e no aumento da qualidade de vida de sua população. dade do seu Conselho de Administração.
O BNDES também busca fortalecer a estrutura de capital das A BNDESPAR é uma sociedade empresária, que foi constituída
empresas privadas e o desenvolvimento do mercado de capitais, como subsidiária integral do BNDES. Realiza operações de capitali-
o comércio de máquinas e equipamentos e o financiamento às ex- zação de empreendimentos controlados por grupos privados, res-
portações. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES peitando os planos e políticas do BNDES.
atendem às necessidades de investimentos de empresas de qual- Entre os outros objetivos, a subsidiária é responsável por con-
quer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com institui- tribuir para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro por
ções financeiras, com agências instaladas em todo o país, permite meio da ampliação da oferta de títulos e da democratização da titu-
a divulgação do crédito, possibilitando maior acesso aos recursos laridade do capital social.
do BNDES. O banco é o principal instrumento de apoio financeiro no Bra-
O BNDES se considera de fundamental importância, na execu- sil para investimentos em todos os setores econômicos. O Banco
ção de sua política de crédito, levando em consideração os princí- destina recursos especiais, preferencialmente na forma de financia-
pios ético-ambientais e o compromisso com os princípios do de- mentos de longo prazo e participações acionárias, além de apoiar
senvolvimento sustentável. O BNDES apoia projetos que tenham empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento econô-
impacto direto na melhoria das condições de vida da população mico e social.
nas áreas de desenvolvimento urbano, ambiental, social, regional e O dinamismo do sistema econômico moderno estimula o BN-
rural. Em especial, um papel importante é o apoio a investimentos DES a investir não apenas em projetos de grande porte, mas tam-
sociais voltados para educação e saúde, agricultura familiar, sanea- bém em empreendimentos de micro, pequenas e médias empre-
mento básico e transporte coletivo de massa. sas, pessoas físicas e órgãos da administração pública. Dessa forma,
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social o Banco universalizou o acesso ao crédito e, assim, contribui para o
(BNDES) é o principal agente financiador do desenvolvimento no avanço da economia e, consequentemente, para a geração de em-
Brasil. Desde sua fundação, em 1952, o BNDES tem desempenhado prego e renda.
um papel fundamental no estímulo à expansão da indústria e da Os desembolsos do BNDES encerraram o ano de 2011 em R$
infraestrutura no país. Ao longo da história do Banco, sua atuação 139,7 bilhões. O resultado ficou dentro das expectativas do Banco
evoluiu de acordo com os desafios socioeconômicos brasileiros, e e permitiu que a instituição continuasse contribuindo para a expan-
agora inclui apoio à exportação, inovação tecnológica, desenvolvi- são dos investimentos na economia brasileira, com destaque para o
mento socioambiental sustentável e modernização da administra- setor de infraestrutura.
ção pública.
O Banco oferece diversos mecanismos de apoio financeiro a
empresas brasileiras de todos os portes e entidades da administra- FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR (FAT): BASE LE-
ção pública, viabilizando investimentos em todos os setores eco- GAL, FINALIDADES, REGRAS, FORMA DE ATUAÇÃO
nômicos. Em qualquer empreendimento apoiado, desde a fase de
análise até o monitoramento, o BNDES destaca três fatores que
Base legal
considera estratégicos: inovação, desenvolvimento local e desen-
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é uma instituição
volvimento socioambiental.
brasileira com base legal na Constituição Federal de 1988, especi-
No século XXI, o BNDES alinha sua atuação à realidade de um
ficamente nos artigos 239 e 240. Sua criação foi estabelecida para
mundo globalizado, com economias profundamente conectadas, e
viabilizar recursos destinados à execução de políticas de amparo
intensifica seus esforços para assumir papéis e atribuições que ul-
aos trabalhadores.
trapassam as fronteiras do Brasil, em consonância com o aumento
da inserção internacional de o país. Hoje, o Banco tem escritórios
— Finalidades
em Londres, um dos centros financeiros mais importantes do pla-
neta, e em Montevidéu, considerada a “capital” do bloco comer-
Apoio ao trabalhador desempregado
cial do Mercosul e sede de diversos organismos regionais. O BNDES
Uma das principais finalidades do FAT é prover assistência fi-
também financia a expansão de empresas nacionais muito além das
nanceira aos trabalhadores desempregados, garantindo-lhes um
fronteiras do país e busca diversificar as fontes de seus recursos no
suporte temporário enquanto buscam nova colocação no mercado
mercado internacional. Além disso, o BNDES fortaleceu seus esfor-
de trabalho.
ços já tradicionalmente realizados, como o financiamento à expor-
tação de bens e serviços brasileiros em projetos realizados no exte-
Financiamento de programas de desenvolvimento econômico
rior e a captação de recursos institucionais por meio de organismos
O FAT também desempenha um papel crucial no financiamento
multilaterais, compartilhamento de experiências e oportunidades
de programas e projetos que visam o desenvolvimento econômico
de promoção.
e a geração de empregos. Isso inclui ações voltadas para o fomento
O BNDES possui três subsidiárias integrais: FINAME, BNDESPAR
de setores estratégicos e a capacitação profissional.
e BNDES Limited. Juntas, as quatro empresas compõem o Sistema
BNDES.
Os recursos do FINAME destinam-se ao financiamento de ope-
rações de compra e venda e exportação de máquinas e equipamen-
tos brasileiros, bem como à importação de bens da mesma natureza
Editora
155
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Incentivo à Economia Regional Apoio a setores estratégicos


Para promover o desenvolvimento de regiões menos desenvol- Parte dos recursos do FAT é destinada a financiar setores es-
vidas, o FAT opera programas específicos que visam à criação de tratégicos da economia, impulsionando o crescimento e a criação
oportunidades de trabalho e ao fortalecimento da infraestrutura de empregos. Essa atuação contribui para a sustentabilidade e for-
econômica regional. talecimento de segmentos-chave, como a indústria, agricultura e
tecnologia.
— Regras e funcionamento
Apoio a micro e pequenos empreendedores
Arrecadação de recursos O FAT desenvolve programas específicos de crédito e apoio téc-
O FAT é alimentado por recursos provenientes das contribui- nico para micro e pequenos empreendedores. Essa iniciativa visa
ções sociais pagas pelos empregadores, sendo uma porcentagem fortalecer a base da economia, promovendo a sustentabilidade e a
incidente sobre a folha de salários. Além disso, parte dos recursos diversificação dos negócios locais.
provêm do PIS/PASEP.
Parcerias com entidades de capacitação
Governança e administração O FAT estabelece parcerias com entidades especializadas em
O Conselho Deliberativo do FAT, composto por representantes capacitação profissional, buscando a eficácia na implementação de
do governo, empregadores e trabalhadores, exerce papel funda- programas voltados para a melhoria das competências dos traba-
mental na definição das diretrizes e na alocação dos recursos. A lhadores.
gestão cotidiana é realizada pelo Conselho Diretor.
Conclusão
Auditorias e transparência O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) desempenha um pa-
Para assegurar a integridade e eficiência na gestão dos re- pel crucial na promoção do amparo social e no estímulo ao desen-
cursos, o FAT está sujeito a auditorias regulares. A transparência volvimento econômico. Sua base legal, finalidades, regras e forma
é promovida por meio da divulgação de relatórios e informações de atuação convergem para a construção de uma sociedade mais
detalhadas sobre o uso dos recursos, proporcionando prestação de justa e preparada para os desafios do mercado de trabalho.
contas à sociedade. Em resumo, o FAT não apenas oferece suporte financeiro a tra-
balhadores em momentos de desemprego, mas também investe
Pagamento do seguro-desemprego em iniciativas que fortalecem a capacitação profissional e impulsio-
O Seguro-Desemprego é um dos principais benefícios ofere- nam o crescimento econômico do país.
cidos pelo FAT. Este benefício, garantido por lei, proporciona uma
compensação financeira temporária ao trabalhador dispensado
sem justa causa, visando mitigar os impactos financeiros do desem- MICROFINANÇAS: BASE LEGAL, FINALIDADE, FORMA DE
prego. ATUAÇÃO

Abono salarial
MICROFINANÇAS30
Outra responsabilidade do FAT é o pagamento do Abono Sala-
rial, um benefício anual destinado a trabalhadores que atendem a
As microfinanças, sobretudo por meio das operações de mi-
critérios específicos, como ter exercido atividade remunerada por
crocrédito (concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos
pelo menos 30 dias no ano-base e ter remuneração média de até
empreendedores informais e microempresas sem acesso ao siste-
dois salários mínimos.
ma financeiro tradicional), têm sido percebidas como importantes
ferramentas mitigação da pobreza em todo o mundo.
Critérios para recebimento de benefícios
Entende-se por microfinanças o conjunto de serviços financei-
Os critérios para recebimento de benefícios, como Seguro-De-
ros que envolvem valores de pequena monta, oferecidos a indivídu-
semprego e Abono Salarial, são estabelecidos em regulamentações
os de baixa renda.
específicas. Tais critérios incluem tempo de contribuição, remune-
Tais serviços podem compreender ampla gama, desde o forne-
ração média e outros fatores que garantem a distribuição justa dos
cimento de crédito à oferta de mecanismos de investimento e de
recursos.
seguro. O crédito, por sua vez, sob a nomenclatura de “microcrédi-
to”, tem ganhado grande destaque internacional.
— Forma de atuação
Em resumo, as microfinanças são serviços e produtos desenvol-
vidos para atender às necessidades financeiras de pessoas com par-
Investimento em programas de qualificação
cos rendimentos e pouco ou nenhum patrimônio economicamente
O FAT direciona recursos significativos para programas de quali-
apreciável. Esse leque de serviços e produtos financeiros tem apoio
ficação profissional, visando melhorar a empregabilidade dos traba-
fundamental no crédito, que é concedido com base em metodolo-
lhadores brasileiros. Esses programas incluem cursos, treinamentos
gias de análise de crédito especificamente desenvolvidas para esse
e outras ações que capacitam os trabalhadores para as demandas
setor, de grande simplicidade e flexibilidade quanto aos requisitos
do mercado de trabalho.
de acesso, quanto à documentação e às garantias exigidas, e com
envolvimento direto do mutuante no cotidiano do mutuário, para
30 https://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/livro_microfinan%C3%A-
7as_internet.pdf
Editora
156
156
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

compreender suas dificuldades de natureza técnica, administrativa, 2. Instituições não reguladas


ou mesmo relativa à apresentação de garantias, e fornecer auxílio Essas instituições operam com instituições de microcrédito e
ou soluções capazes de superar semelhantes obstáculos à conces- programas governamentais que não fazem parte do Sistema Finan-
são do crédito e a seu regular pagamento. ceiro Nacional. Suas formas operacionais possuem maiores restri-
Dentro das microfinanças, os principais agentes são conheci- ções em relação às entidades reguladas. Seguem legislações pró-
dos por Instituições de Microfinanças (IMF). As IMFs são organiza- prias e estão basicamente conformadas em três grupos:
ções que oferecem serviços financeiros para pessoas de baixa ren-
da. Também se enquadram no conceito de IMFs as Sociedades que Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
realizam operações de Crédito aos Microempreendedores. Constituídas como entidades de direito privado, sem fins lucra-
tivos e qualificadas pelo Ministério da Justiça (MJ) como de interes-
Dentro desta definição se encaixam diversos tipos de organi- se público, nos termos da Lei 9.790/99. Essas entidades não estão
zações que variam em sua estrutura jurídica, missão, metodologia sujeitas à Lei da Usura, portanto, podem praticar taxas de mercado.
e sustentabilidade, mas que têm por ponto em comum a oferta de Atualmente, o MJ mantém registro de 270 OSCIP.
serviços financeiros para uma clientela que simplesmente não é al- Organizações não governamentais (ONG).
cançada pelos bancos tradicionais. Trata-se de organizações de direito privado sem fins lucrativos.
Geralmente, são formadas por associações, institutos e outras for-
Tipos de organizações e forma de atuação em microfinanças31 mas jurídicas da sociedade civil. A ONG está sujeita à Lei da Usura,
não podendo praticar juros superiores a 12% ao ano.
Todas as organizações legalmente constituídas como microfi- Programas e fundos financeiros de governo.
nanceiras podem atuar no microcrédito empreendedor e em mi- Criados no âmbito de governos estaduais e municipais, são
crofinanças, observadas as disposições legais que as disciplinam. comumente conhecidos como “Banco do Povo”. Do ponto de vis-
Assim, os operadores de microcrédito/microfinanças podem ser ta legal, essas organizações também estão sujeitas à Lei da Usura,
agrupados de acordo com as suas características e vínculos de su- além de não poder oferecer serviços de depósitos e outros meios
pervisão legal: de captação de recursos junto ao público.

1. Instituições reguladas Outras classificações


As instituições reguladas são aquelas autorizadas e diretamen- As instituições microfinanceiras (IMF) também podem ser clas-
te supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen) como ins- sificadas de acordo com a forma de atuação:
tituições financeiras componentes do Sistema Financeiro Nacional
(SFN). O Bacen as reclassifica ainda de acordo com os seus níveis de Instituições de primeiro piso.
interação com o SFN e o público em geral. Confira a reclassificação: Referem-se às instituições – inclusive as não reguladas pelo
Bacen – que atuam de forma direta junto aos micros e pequenos
Instituições captadoras de recursos. empreendimentos, independentemente de sua forma jurídica de
São as instituições financeiras autorizadas a captar recursos organização.
junto ao público em geral. Fazem parte desse grupo os bancos múl- Instituições de segundo piso.
tiplos com carteira comercial; os bancos comerciais; a Caixa Econô- As instituições de segundo piso são formadas por entidades
mica Federal; e as cooperativas de crédito. Por se constituírem em reguladas pelo Bacen, e possuem maior capacidade de captação de
instituições financeiras plenas, estão habilitadas, do ponto de vista recursos junto ao público em geral e/ou de investidores qualifica-
regulatório, a praticar operações de microcrédito empreendedor e dos. Entre as entidades dessa classificação, o Banco do Brasil, Caixa
demais produtos e serviços financeiros das microfinanças, como os Econômica Federal, BDMG, Desenbahia e o Badesc.
depósitos. Representam o grupo de entidades que atuam com operações
financeiras junto às instituições de primeiro piso, podendo também
Demais instituições financeiras. operar diretamente com o público dos micros e pequenos negócios.
Nesse grupo, o Bacen inclui aquelas que não possuem auto- São reconhecidas como fornecedoras de recursos (funding) para os
rização para captar recursos junto ao público. É o caso das agên- operadores de microcrédito.
cias de fomento, dos bancos de desenvolvimento, das sociedades
de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte Microcrédito
(SCM) e das “financeiras” (sociedade de crédito, financiamento e in-
vestimento). Assim, por restrição legal, esse grupo se atém à oferta É um tipo de empréstimo32 para pequenos empreendedores,
de crédito. As SCM são constituídas como pessoa jurídica de direito que desejam ampliar seu próprio negócio, comprar equipamento,
privado com fins lucrativos na forma de uma sociedade de respon- mudar de estabelecimento, etc. O microcrédito é uma proposta do
sabilidade limitada (Ltda.) ou companhia fechada (S/A). Governo Federal para incentivar microempreendedores e promo-
ver o crescimento de renda para a população.
O microcrédito é voltado a empreendedores formais – pessoa
jurídica ou MEI, por exemplo – e informais que não conseguem
acessar empréstimos ou créditos convencionais; eles são de até R$
20 mil por cliente.
31 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tipos-de-organiza-
coes-e-forma-de-atuacao-em microfinancas,ef59d53342603410VgnVCM-
32 https://www.serasa.com.br/ensina/seu-credito/o-que-e-microcredito/
100000b272010aRCRD
Editora
157
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O microcrédito e suas regras são geridos pelo BNDES (Banco O processo de formação de Grupos Solidários é auto-seletivo,
Nacional do Desenvolvimento), mas quem o oferece são institui- pois as pessoas buscam o bom pagador sabendo que o não paga-
ções financeiras do país. mento de um faz com que todos respondam, pagando, pelo crédito
Atualmente, o microcrédito33 é concedido no Brasil de várias concedido. Assim, estabelece-se uma rede de apoio e vigilância que
formas, por meio de ações do Poder Público, da sociedade civil e da tem como resultado a baixa inadimplência.
iniciativa privada, apresentando diferentes desenhos institucionais. Outra opção para aqueles que não querem participar do aval
O Poder Público vem atuando com programas voltados direta- solidário é a apresentação de um avalista/fiador que preencha as
mente para o tomador de microcrédito, por meio de bancos oficiais condições estabelecidas pela instituição de microcrédito.
com carteiras especializadas, a exemplo do programa CrediAmigo O fato de os tomadores de microcrédito serem pessoas empre-
do Banco do Nordeste, ou através de programas conhecidos como endedoras, que têm uma atividade econômica de escala diminu-
“Bancos do Povo”, que trabalham majoritariamente com recursos ta, porém viável economicamente, e o reconhecimento por parte
orçamentários. Há ainda os programas públicos de fomento a ins- dos tomadores do inestimável valor que o acesso a uma linha de
tituições de microcrédito da sociedade civil e da iniciativa privada. crédito permanente representa para suas atividades econômicas,
São as chamadas “instituições de segunda linha”, a exemplo do conformam as principais garantias das instituições de microcrédito.
Programa de Crédito Produtivo Popular do BNDES e do Programa Agrega-se a esses fatores o acompanhamento realizado pelo Agen-
SEBRAE de Apoio ao Segmento de Microcrédito. te de Crédito junto a cada cliente, indispensável para a verificação
O microcrédito adota uma metodologia específica, que consis- da necessidade do crédito e para o sucesso da operação financeira.
te, primeiramente, na concessão assistida do crédito. Ao contrário
do que acontece no sistema financeiro tradicional, onde existe uma Crédito Orientado
postura reativa (o cliente é que vai até o banco), nas instituições de O caráter informal de grande parte dos pequenos negócios, o
microcrédito os Agentes de Crédito vão até o local onde o candidato valor reduzido das operações de microcrédito, a ausência de garan-
ao crédito exerce sua atividade produtiva, para avaliar as necessida- tias reais nas operações e a formação sócio- cultural dos pequenos
des e as condições de seu empreendimento, bem como as possibili- empreendedores requerem procedimentos específicos no processo
dades de pagamento. Após a liberação do crédito, esse profissional de concessão de microcrédito.
passa a acompanhar a evolução do negócio. O tomador de microcrédito nem sempre vislumbra o crédito
Outro ponto que diferencia o microcrédito do crédito tradicio- como investimento no seu ramo de negócio e, em alguns casos, tem
nal são os sistemas de garantias, importantes para a cobertura de receio de se endividar. Assim, torna-se fundamental que o micro-
possíveis inadimplências. Aprática de concessão do crédito tradicio- crédito seja concedido de forma assistida, o que é feito pelo Agente
nal é a exigência de garantias reais. O microcrédito adota sistemas de Crédito. A postura do Agente de Crédito, suas atitudes, lingua-
de garantias mais próximos das condições sócio-econômicas dos gem e abordagem devem levar aos pequenos empreendedores as
pequenos empreendedores, cuja ausência de bens para oferecer informações e orientações essenciais para o êxito do negócio.
como garantia real é compensada pelo capital social da comunida- Ele é o elo entre a instituição de microcrédito e o tomador do
de (relações de confiança, reciprocidade e participação). Assim, as empréstimo, sendo o responsável pelo estabelecimento de uma re-
garantias podem ser oferecidas: individualmente, com o tomador lação profissional e de confiança. Afinal, concedentes e tomadores
indicando um avalista/fiador; coletivamente, por meio de aval so- precisam que os empréstimos sejam pagos e retornem à instituição
lidário, que consiste na formação de grupos, geralmente de três a de microcrédito, assegurando sua continuidade em bases susten-
cinco pessoas, em que cada um é ao mesmo tempo tomador do táveis.
crédito e avalista dos demais. O trabalho do Agente de Crédito, resumidamente, começa com
uma entrevista com o pretendente ao microcrédito, no local do em-
Principais características do Microcrédito preendimento, muitas vezes sua própria moradia. No diálogo com o
cliente, o Agente de Crédito faz o diagnóstico da situação financeira
Crédito Produtivo e dos aspectos gerenciais do negócio, dimensionando a viabilida-
O microcrédito é um crédito especializado para determinado de do crédito a ser concedido. A utilização de índices financeiros,
segmento da economia: o pequeno empreendimento informal e a planos de investimentos, fluxos de caixa e outros instrumentos faz
microempresa. Portanto, está voltado para apoiar negócios de pe- parte do processo de avaliação. De um modo geral, para emprésti-
queno porte, gerenciados por pessoas de baixa renda, e não se des- mos de valores muito baixos essa análise quantitativa é simplifica-
tina a financiar o consumo. da, com destaque para a confiabilidade do empreendedor, o plano
Ausência de Garantias Reais de investimento e o fluxo de caixa.
A concessão de crédito a empreendedores de baixa renda, que O Agente de Crédito está envolvido em todo o processo de
não têm garantias reais para respaldá-lo, tem sido atendida pelo mi- liberação e recebimento do crédito. Diferentemente das práticas
crocrédito de duas maneiras. A primeira é o aval solidário (ou fiança bancárias tradicionais, o Agente de Crédito vai até o cliente e não o
solidária), que consiste na reunião, em geral, de três a cinco pesso- contrário. Assim, estabelece-se uma relação que deve pautar-se em
as com pequenos negócios e necessidades de crédito, que confiam uma série de contatos pessoais e na aplicação de vários instrumen-
umas nas outras para formar um Grupo Solidário, com o objetivo de tos de conhecimento e análise da atividade econômica que está
assumir as responsabilidades pelos créditos de todo o grupo. sendo fomentada.

Crédito Adequado ao Ciclo do Negócio


Embora sejam grandes as diferenças entre os negócios apoia-
dos, algumas características são comuns às operações de microcré-
33 https://www.bcb.gov.br/content/publicacoes/outras_pub_alfa/microcredito.pdf dito, quais sejam:
Editora
158
158
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

- empréstimos de valores pequenos: o empréstimo médio e pagam juros muito elevados a agiotas), fortalece-se o empreendi-
das instituições brasileiras de microcrédito está em torno de R$ mento e aumenta-se a renda das famílias. Desse processo, muitas
1.000,00; vezes, resulta a volta do filho para a escola, a construção de novos
- prazos de pagamentos curtos: semanais, quinzenais e, no má- cômodos na casa e a melhoria da qualidade da alimentação familiar.
ximo, De fato, o microcrédito vem apoiando modelos alternativos
- mensais; caracterização como linha de crédito: possibilidade de geração de ocupação e renda para o segmento mais pobre da
de renovação dos empréstimos; população, firmando-se como elemento importante de estratégias
- empréstimos com valores crescentes: aumento dos valores destinadas a enfrentar a pobreza e a exclusão social. Isso faz com
dos empréstimos de acordo com a capacidade de pagamento até que ele se constitua em alternativa às tendências mais gerais da
o limite estabelecido pela política de crédito de cada instituição. sociedade contemporânea de concentração da renda e ampliação
Essas características criam uma espécie de “círculo virtuoso” das disparidades sócio-econômicas
onde o tomador é incentivado a pagar em dia, já que esse é um in-
dicativo importante para o recebimento de novo crédito, que pode Condições para contratar
ser de valor maior. O fato de o tomador de microcrédito vivenciar O BNDES determina algumas regras para a captação do micro-
a obtenção, a administração e a liquidação de diversos créditos crédito. A primeira delas está relacionada à receita de quem con-
aumenta a confiança e a motivação em relação à possibilidade de trata.
crescimento do seu negócio e o grau de informação e de organiza- Para ter acesso a este tipo de empréstimo, é preciso que o
ção do seu pequeno empreendimento. Além disso, a instituição de contratante, seja pessoa jurídica ou pessoa física que pretende co-
microcrédito ganha sustentabilidade e escala nas operações. meçar um negócio, desempenhe atividades produtivas de pequeno
porte. Na prática, isso significa que ele deve ter uma receita bruta
Baixo Custo de Transação e Elevado Custo Operacional - ou seja, sem os descontos de impostos - igual ou inferior a 360 000
A decisão de fazer um empréstimo, do ponto de vista do pe- reais por ano, o que representa uma renda média mensal de até 30
queno empreendedor, esbarra na ausência de tempo (deixar o lo- 000 reais.
cal de trabalho) e recursos (garantias) para negociá- lo. Por isso, o Outra regra diz respeito ao uso do dinheiro: o valor do emprés-
empreendedor de baixa renda busca reduzir ao máximo os custos timo deve ser destinado a projetos específicos, como capital de giro
de transação que, para ele, podem pesar mais do que o custo fi- e investimentos na companhia. Isso inclui aquisições de matéria-
nanceiro. -prima, máquinas e equipamentos.
Baixo custo de transação significa:
- proximidade do cliente: a localização da instituição de micro-
crédito deve ser próxima da residência e/ou local de trabalho dos SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS. CONTA CORRENTE:
clientes; ABERTURA, MANUTENÇÃO, ENCERRAMENTO, PAGAMEN-
- mínimo de burocracia: adoção de poucos procedimentos bu- TO, DEVOLUÇÃO DE CHEQUES E CADASTRO DE EMITENTES
rocráticos, tais como documentos, assinaturas etc; DE CHEQUES SEM FUNDOS (CCF). DEPÓSITOS À VISTA. DE-
- agilidade na entrega do crédito: o prazo entre a solicitação e a PÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB). FUNDOS DE INVESTIMEN-
entrega do crédito deve ser o mais curto possível. TOS. CADERNETA DE POUPANÇA. TÍTULOS DE CAPITALI-
Essas características incentivam o bom uso do crédito e o paga- ZAÇÃO. PLANOS DE APOSENTADORIA E DE PREVIDÊNCIA
mento em dia. Por outro lado, o custo de uma instituição sustentá- PRIVADOS. 3.8 SEGUROS. CONVÊNIOS DE ARRECADAÇÃO/
vel de microcrédito é significativo, o que requer, além da eficiência PAGAMENTOS (CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚ-
administrativa, a cobrança de taxas de juros nem sempre baixas. BLICOS, TRIBUTOS, INSS E FOLHA DE PAGAMENTO DE
O uso de tecnologia micro financeira adequada é imprescindí- CLIENTES). SERVIÇO DE COMPENSAÇÃO DE CHEQUE
vel às instituições de microcrédito. Essa tecnologia consiste na utili- E OUTROS PAPÉIS. COBRANÇA
zação de ferramentas gerenciais e organizacionais atualizadas, com
sistemas integrados de informações financeiras e contábeis, que
elevam a sua eficiência e produtividade e reduzem seus custos ad- Os serviços bancários e financeiros constituem um conjunto
ministrativos e operacionais. O BNDES vem incentivando essa mo- essencial de atividades que abrangem uma ampla gama de transa-
dernização, através do Programa de Desenvolvimento Institucional/ ções e operações destinadas a atender às necessidades financeiras
PDI, e vem criando novos instrumentos para o setor, a exemplo de dos indivíduos, empresas e instituições. Nesta seção, exploraremos
sistemas alternativos de pontuação de crédito e classificação insti- em detalhes os principais serviços oferecidos pelo setor bancário
tucional. O SEBRAE também atua nesse sentido, ofertando serviços e financeiro, destacando sua importância na economia e na vida
destinados à reestruturação e expansão das instituições de micro- cotidiana.
crédito, capacitação profissional e sistema informatizado de gestão,
que deverão resultar em crescimento e modernização das organiza- — Conta corrente
ções. Espera-se com o ganho de escala e eficiência das instituições A conta corrente é um dos principais serviços bancários, ofe-
a consolidação de uma indústria microfinanceira no País. recendo uma plataforma para a realização de diversas transações
financeiras. Vamos explorar cada aspecto relacionado à conta cor-
Ação Econômica com Forte Impacto Social rente de maneira abrangente.
O impacto positivo do microcrédito nas situações de pobreza
é amplamente reconhecido. Ao permitir o acesso continuado ao
crédito para negócios com capital próprio mínimo (razão pela qual
não alcançam empréstimos junto ao sistema financeiro tradicional
Editora
159
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Abertura de conta corrente Liquidez: a ausência de prazo de vencimento assegura a liqui-


A abertura de uma conta corrente é o primeiro passo para ter dez imediata, permitindo que os clientes atendam a necessidades
acesso a diversos serviços bancários. Este processo envolve a apre- financeiras urgentes.
sentação de documentos pessoais e, em alguns casos, comprovan- Facilidade de movimentação: os titulares podem movimentar
tes de renda. As instituições financeiras podem oferecer diferentes seus fundos por meio de transferências, saques, cheques e opera-
tipos de contas correntes, cada uma adaptada às necessidades es- ções eletrônicas.
pecíficas do cliente.
Tipos de depósitos à vista
Manutenção da conta corrente Conta corrente: associada à conta corrente, essa modalidade
A manutenção da conta corrente refere-se à gestão regular da de depósito oferece ampla flexibilidade para movimentação de re-
mesma. Os titulares devem monitorar saldos, efetuar depósitos e cursos.
retiradas, além de ficarem atentos a possíveis tarifas associadas ao Conta salário: destinada ao recebimento de salários, permite
serviço. A adoção de práticas responsáveis é essencial para manter ao titular acessar seus ganhos de forma rápida e direta.
a conta corrente em bom estado. Conta poupança com movimentação: algumas instituições
oferecem contas poupança que possibilitam a movimentação de
Encerramento de conta corrente recursos de forma mais ágil.
O encerramento de uma conta corrente pode ocorrer por di-
versos motivos, como mudança de banco, insatisfação com os ser- Implicações fiscais
viços oferecidos, ou mesmo por decisão estratégica do titular. É Em muitos países, os rendimentos provenientes de depósitos
importante seguir os procedimentos estabelecidos pela instituição à vista podem estar sujeitos a tributação. É crucial que os titulares
financeira para evitar contratempos no processo. estejam cientes das implicações fiscais associadas a esses rendi-
mentos e cumpram as obrigações fiscais estabelecidas pelas auto-
Pagamento por meio de cheques ridades competentes.
Os cheques são uma forma tradicional de efetuar pagamentos
por meio da conta corrente. Ao emitir um cheque, o titular autoriza Estratégias de maximização de rendimentos
o banco a transferir fundos para a pessoa ou empresa beneficiária. Alguns bancos oferecem serviços que permitem a maximização
A compensação do cheque pode levar alguns dias, e é importante dos rendimentos de depósitos à vista. Isso pode incluir programas
garantir que haja saldo suficiente na conta. de cashback, remuneração diferenciada e benefícios exclusivos
para clientes.
Devolução de cheques
A devolução de cheques pode ocorrer por diversos motivos, — Depósitos a prazo (CDB E RDB)
como fundos insuficientes, assinatura não reconhecida, ou cheques Os depósitos a prazo são uma modalidade de investimento em
emitidos sem a devida provisão. As instituições financeiras utilizam que os recursos ficam aplicados por um período determinado, pro-
sistemas, um deles seria o Cadastro de Emitentes de Cheques Sem porcionando ao investidor remuneração de acordo com as condi-
Fundos ou CCF para registrar e monitorar esse tipo de ocorrência. ções acordadas. Vamos aprofundar nos detalhes dos Certificados
de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB).
Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF)
O CCF é um instrumento utilizado pelos bancos para registrar Certificados de Depósito Bancário (CDB)
e compartilhar informações sobre clientes que emitiram cheques Características do CDB:
sem fundos. Estar cadastrado no CCF pode acarretar restrições, O CDB, Certificado de Depósito Bancário, representa um ins-
como a impossibilidade de obtenção de crédito, até que a pendên- trumento de renda fixa originado por instituições financeiras com o
cia seja regularizada. propósito de angariar fundos.
Algumas de suas características incluem:
— Depósitos à vista Rentabilidade fixa ou variável: dependendo do tipo de CDB, a
Os depósitos à vista constituem uma parte fundamental dos remuneração pode ser pré-fixada, pós-fixada ou vinculada a índices
serviços bancários, oferecendo aos clientes a conveniência de aces- específicos.
sar seus fundos a qualquer momento. Nesta seção, exploraremos Prazos diversificados: os CDBs podem ter prazos variados, per-
os aspectos relacionados a depósitos à vista, destacando suas ca- mitindo aos investidores escolherem de acordo com suas necessi-
racterísticas, benefícios e implicações. dades.

Características dos depósitos à vista Benefícios do CDB:


São uma forma de conta bancária que permite aos titulares Segurança: o CDB é assegurado pelo Fundo Garantidor de Cré-
depositar e retirar fundos sem restrições significativas. Essa flexi- ditos (FGC) até determinado valor, conferindo segurança ao inves-
bilidade é característica dos depósitos que não possuem prazo de tidor.
vencimento, proporcionando liquidez imediata aos recursos. Diversificação: disponibilidade de diferentes tipos de CDBs,
permitindo a diversificação da carteira de investimentos.
Benefícios dos depósitos à vista
Acessibilidade: garantem fácil acesso aos fundos, possibilitan- Implicações fiscais
do transações rápidas e eficientes. Os rendimentos do CDB estão sujeitos à tributação de Imposto
de Renda (IR), seguindo a tabela regressiva de alíquotas.
Editora
160
160
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Recibos de Depósito Bancário (RDB) Fundos multimercado


Características do RDB: Possuem a liberdade de alocar recursos em diferentes classes
O RDB é um instrumento similar ao CDB, mas com algumas par- de ativos, como renda fixa, ações, câmbio, entre outros. Buscam
ticularidades: diversificação e rentabilidade.
Intransferibilidade: o RDB é, geralmente, intransferível, o que
significa que não pode ser negociado antes do vencimento. Fundos de previdência privada
Rentabilidade pós-fixada: a remuneração geralmente está Voltados para o planejamento de aposentadoria, esses fundos
atrelada a índices de mercado, como o CDI (Certificado de Depósito visam o crescimento do patrimônio ao longo do tempo, oferecendo
Interbancário). benefícios fiscais.

Vantagens do RDB: Implicações fiscais


Rentabilidade atrativa: RDBs pós-fixados podem oferecer ren- Os rendimentos obtidos nos fundos de investimento podem
tabilidade atrativa, especialmente em cenários de elevadas taxas estar sujeitos à tributação de Imposto de Renda (IR), que varia con-
de juros. forme o tipo de fundo e o prazo do investimento.

Implicações fiscais Estratégias de escolha de fundos


Assim como o CDB, os rendimentos do RDB estão sujeitos à Ao escolher um fundo de investimento, é essencial considerar
tributação de Imposto de Renda (IR). o perfil de risco, os objetivos financeiros e o horizonte de investi-
mento. Além disso, analisar o histórico de rentabilidade e a taxa de
Estratégias de escolha entre CDB e RDB administração é crucial para uma decisão informada.
Ao decidir entre CDB e RDB, é importante considerar fatores
como prazo de investimento, perfil de risco e objetivos financeiros. — Caderneta de poupança
A diversificação da carteira também pode envolver a inclusão de A caderneta de poupança é uma das formas mais tradicionais
ambas as modalidades para otimizar os resultados. de investimento, oferecendo simplicidade e segurança para os in-
vestidores. Nesta seção, abordaremos os principais aspectos da ca-
— Fundos de investimento derneta de poupança, suas características, benefícios e limitações.
Os fundos de investimento representam uma forma coletiva de Características da caderneta de poupança:
investir, onde recursos de diversos investidores são agrupados e ge-
ridos por uma instituição financeira. Essa gestão profissional busca Rentabilidade
otimizar ganhos e diversificar riscos. Vamos explorar os principais A caderneta de poupança possui uma remuneração definida
aspectos dos fundos de investimento. por uma taxa básica de juros (TR) mais a Taxa Referencial (TR). Essa
Características dos Fundos de Investimento: rentabilidade é calculada mensalmente.

Diversificação Liquidez
Os fundos possibilitam a diversificação automática de inves- A liquidez é uma das principais vantagens da poupança. Os re-
timentos, distribuindo os recursos entre diferentes ativos, como cursos podem ser resgatados a qualquer momento, proporcionan-
ações, títulos de renda fixa, câmbio, entre outros. Isso ajuda a redu- do flexibilidade aos investidores.
zir os riscos associados a um ativo específico.
Isenção de Imposto de Renda
Profissionalismo na gestão Os rendimentos da caderneta de poupança são isentos de Im-
A gestão dos fundos é realizada por profissionais especializa- posto de Renda, o que a torna uma opção atrativa para investidores
dos, os gestores de fundos, que tomam decisões baseadas em aná- de diferentes perfis.
lises de mercado, cenários econômicos e objetivos do fundo. Limitações da Caderneta de Poupança:

Liquidez Baixa rentabilidade em cenários de queda de juros


A liquidez dos fundos varia conforme a categoria. Fundos de Em momentos de queda nas taxas de juros, a poupança pode
curto prazo tendem a oferecer maior liquidez, permitindo resgates oferecer uma rentabilidade menor em comparação a outras opções
mais rápidos, enquanto fundos de longo prazo podem ter prazos de de investimento.
resgate mais extensos. Rendimento atrelado à taxa básica de juros
Tipos de fundos de investimento: A caderneta de poupança é impactada diretamente por mu-
danças na taxa básica de juros (Selic). Quedas na Selic podem redu-
Fundos de renda fixa zir a rentabilidade da poupança.
Alocam seus recursos principalmente em ativos de natureza Estratégias de Utilização da Caderneta de Poupança:
fixa, tais como títulos públicos e privados. São indicados para perfis
de investidores mais conservadores. Reserva de emergência
A poupança é frequentemente recomendada para formação de
Fundos de ações uma reserva de emergência, proporcionando segurança financeira
Concentram seus investimentos em ações de empresas listadas em situações inesperadas.
na bolsa de valores. São mais voláteis, mas oferecem potencial de
retorno elevado.
Editora
161
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Objetivos de curto prazo Contrato e prazo


Investidores com objetivos de curto prazo, como aquisição de Antes de adquirir um título de capitalização, é crucial compre-
bens ou viagens, podem utilizar a poupança devido à sua liquidez ender as condições contratuais, prazos e eventuais taxas associa-
imediata. das. A transparência nas informações é essencial.

Complemento a outras modalidades de investimento — Planos de aposentadoria e de previdência privados


A caderneta de poupança pode ser utilizada como complemen- Os planos de aposentadoria e previdência privados desempe-
to a outros investimentos, equilibrando a carteira de acordo com os nham um papel crucial no planejamento financeiro a longo prazo,
objetivos do investidor. oferecendo uma fonte de renda durante a aposentadoria. Vamos
explorar os elementos essenciais desses planos, suas vantagens,
— Títulos de capitalização modalidades e considerações importantes.
Os títulos de capitalização representam uma modalidade de
investimento que combina características de poupança e sorteio Planos de Previdência Privada
de prêmios. Vamos explorar os elementos fundamentais dos títulos Objetivo principal:
de capitalização, suas particularidades, benefícios e considerações Os planos de previdência privada visam proporcionar uma ren-
importantes. da complementar à aposentadoria, contribuindo para a manuten-
Características dos títulos de capitalização: ção do padrão de vida do investidor.

Depósito inicial Contribuições:


O investidor realiza um depósito inicial para adquirir um título O investidor realiza contribuições periódicas ao longo do tem-
de capitalização. Esse valor pode variar de acordo com o tipo e as po, acumulando um fundo de reserva que será utilizado como fonte
condições estabelecidas pela instituição financeira. de renda na aposentadoria.
Modalidades:
Sorteios e prêmios
Os títulos de capitalização oferecem a chance de participar de Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
sorteios periódicos, concorrendo a prêmios em dinheiro. O valor Permite dedução das contribuições na declaração de Imposto
dos prêmios e a frequência dos sorteios dependem do tipo de tí- de Renda até um limite específico.
tulo. O imposto de renda incide sobre o total resgatado no momento
da aposentadoria.
Resgate ao final do prazo
Ao final do prazo estipulado no contrato, o investidor tem direi- Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
to a resgatar o valor investido, corrigido pela taxa de remuneração Não oferece dedução fiscal e a tributação do imposto de renda
estabelecida. ocorre exclusivamente sobre os ganhos no momento do resgate.
Modalidades de títulos de capitalização:
Benefícios
Tradicionais Flexibilidade: os planos de previdência privada oferecem flexi-
Nessa modalidade, o investidor concorre a prêmios através de bilidade quanto ao valor e periodicidade das contribuições.
sorteios regulares, sem a possibilidade de resgate antecipado. Sucessão patrimonial: em caso de falecimento do titular, os
beneficiários indicados recebem os recursos do plano, possibilitan-
Incentivo do uma sucessão patrimonial eficiente.
Os títulos de capitalização de incentivo oferecem a opção de
resgate antecipado, proporcionando ao investidor a flexibilidade de Planos de aposentadoria complementar
recuperar parte do capital antes do prazo estipulado. Objetivo Principal:
Os planos de aposentadoria complementar são oferecidos por
Compra programada algumas empresas como benefício adicional aos seus colaborado-
Destinada a quem busca disciplina financeira, essa modalidade res, contribuindo para a segurança financeira na aposentadoria.
permite realizar depósitos periódicos, acumulando valor ao longo Contribuições:
do tempo e concorrendo a sorteios. Normalmente, as contribuições para esses planos são realiza-
Benefícios e considerações: das tanto pelos colaboradores quanto pela empresa, constituindo
Possibilidade de ganho extra uma forma de poupança conjunta.
Os sorteios de prêmios oferecem uma oportunidade adicional Vantagens:
de ganho, tornando os títulos de capitalização atrativos para quem Contribuição empresarial: a empresa pode oferecer contrapar-
busca entretenimento e potencial retorno financeiro. tidas financeiras, ampliando os benefícios aos colaboradores.
Gestão profissional: os recursos são geridos por profissionais
Rentabilidade limitada especializados, visando maximizar os retornos.
A rentabilidade dos títulos de capitalização costuma ser inferior
a outras opções de investimento, como CDBs e fundos de investi- Considerações Importantes:
mento. É crucial analisar as taxas de remuneração proporcionadas. Planejamento antecipado: quanto mais cedo iniciar o planeja-
mento da aposentadoria, mais eficaz será o acúmulo de recursos ao
longo do tempo.
Editora
162
162
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Perfil de investimento: a escolha entre PGBL e VGBL, assim Revisão Periódica: à medida que as circunstâncias mudam, é
como a seleção de investimentos, deve estar alinhada ao perfil de essencial revisar as apólices para garantir que continuem atenden-
risco e objetivos do investidor. do às necessidades do segurado.

— Seguros — Convênios de arrecadação e pagamentos


Os seguros desempenham um papel crucial na proteção finan- Os convênios de arrecadação e pagamentos desempenham um
ceira, proporcionando cobertura contra diversos riscos e imprevis- papel central na gestão financeira, facilitando o pagamento de tri-
tos. Nesta seção, exploraremos os fundamentos dos seguros, as di- butos, serviços públicos e outras obrigações. Nesta seção, explora-
ferentes modalidades disponíveis e considerações importantes na remos os fundamentos desses convênios, sua importância e como
escolha de uma apólice. eles simplificam processos para empresas e cidadãos.

Fundamentos dos seguros Convênios com concessionárias de serviços públicos


Princípio Básico: Pagamento de contas de consumo:
O princípio fundamental dos seguros é a transferência do risco Os convênios permitem que os consumidores paguem suas
financeiro de um indivíduo para uma seguradora. Em troca do pa- contas de água, energia elétrica, gás e outros serviços essenciais
gamento de prêmios, a seguradora assume a responsabilidade de em locais conveniados.
cobrir prejuízos em situações especificadas. Essa facilidade proporciona comodidade aos clientes, evitando
deslocamentos desnecessários.
Prêmios e apólices:
Prêmios: são os pagamentos regulares realizados pelo segura- Convênios para Pagamento de Tributos:
do à seguradora. Impostos e taxas:
Apólice: é o contrato que estabelece os termos, condições e Empresas e cidadãos podem utilizar convênios para efetuar o
limites da cobertura oferecida. pagamento de impostos municipais, estaduais e federais.
A rede de estabelecimentos conveniados amplia os pontos de
Modalidades de seguros pagamento, tornando o processo mais acessível.
Seguro de Vida:
– Garantem amparo financeiro aos beneficiários no evento do Convênios com o INSS
falecimento do segurado. Pagamento de contribuições:
– Pode incluir coberturas adicionais, como invalidez ou doen- Empregadores podem utilizar convênios para efetuar o paga-
ças graves. mento das contribuições previdenciárias de seus funcionários ao
INSS.
Seguro de Automóvel Isso simplifica o cumprimento de obrigações trabalhistas e pre-
– Cobertura contra danos ao veículo segurado, a terceiros e videnciárias.
eventuais despesas médicas.
– Possibilidade de inclusão de coberturas adicionais, como pro- Convênios para folha de pagamento de clientes
teção contra roubo. Pagamentos a fornecedores e colaboradores:
Empresas podem estabelecer convênios para realizar paga-
Seguro Residencial mentos a fornecedores e colaboradores de forma eficiente.
– Protege a residência contra danos causados por eventos Isso contribui para a organização financeira e a otimização dos
como incêndios, roubos e desastres naturais. processos internos.
– Inclui responsabilidade civil para danos a terceiros dentro da
propriedade. — Benefícios dos convênios de arrecadação e pagamentos

Seguro Saúde Centralização de Pagamentos


– Fornece cobertura para gastos médicos, hospitalares e odon- Os convênios permitem centralizar pagamentos em diferentes
tológicos. segmentos, facilitando o controle financeiro.
– Modalidades incluem planos individuais, familiares ou em- Empresas podem oferecer aos clientes e colaboradores uma
presariais. ampla rede de locais para efetuar pagamentos.

Seguro de Responsabilidade Civil Redução de Custos Operacionais


– Protege contra danos causados a terceiros, seja em acidentes Para empresas, a utilização de convênios pode reduzir custos
de trânsito, acidentes domésticos ou atividades profissionais. operacionais associados à gestão de pagamentos e recebimentos.
Facilita a conciliação financeira e evita atrasos nos processos.
Considerações importantes na escolha de seguros
Avaliação de Necessidades: identificar os riscos específicos Facilidade e Acessibilidade
que necessitam de cobertura é crucial para escolher apólices ade- Para consumidores, a possibilidade de realizar pagamentos em
quadas. diferentes estabelecimentos conveniados proporciona facilidade e
Comparação de Coberturas: analisar as coberturas oferecidas acessibilidade.
por diferentes seguradoras, considerando valores de franquia, limi- Isso se traduz em uma experiência mais conveniente no cum-
tes e exclusões. primento de obrigações financeiras.
Editora
163
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

— Serviço de compensação de cheque e outros papéis — Cobrança


O serviço de compensação de cheques e outros papéis desem- O processo de cobrança é fundamental para a gestão finan-
penha um papel fundamental na liquidação segura e eficiente de ceira, permitindo que empresas recebam pagamentos pendentes
transações financeiras. Nesta seção, exploraremos os princípios e de clientes. Nesta seção, exploraremos os princípios da cobrança,
processos envolvidos nesse serviço, destacando sua importância no estratégias eficazes e a importância desse processo para a saúde
sistema financeiro. financeira das organizações.

Compensação de cheques Princípios da cobrança


Princípios Básicos: Registro e Monitoramento:
A compensação de cheques é o processo pelo qual os bancos O processo de cobrança inicia-se com o registro e monitora-
trocam e reconciliam os valores correspondentes aos cheques emi- mento atento dos pagamentos pendentes.
tidos pelos clientes. Manter registros precisos é crucial para identificar padrões de
Esse processo garante que o valor do cheque seja devidamente pagamento e atrasos.
debitado da conta do emitente e creditado na conta do beneficiário.
Comunicação clara e respeitosa
Câmaras de compensação A comunicação com devedores deve ser clara, respeitosa e pro-
As câmaras de compensação são entidades responsáveis por fissional.
facilitar a troca de cheques entre os bancos. Estabelecer um diálogo transparente contribui para a resolu-
Elas agem como intermediárias, permitindo que os bancos re- ção eficiente de pendências.
gistrem e ajustem suas transações diárias.
Estratégias Eficazes de Cobrança
Compensação de outros papéis Proatividade:
Duplicatas e Títulos de Crédito: A proatividade na identificação de contas inadimplentes é es-
Além dos cheques, a compensação também pode envolver ou- sencial.
tros papéis, como duplicatas e títulos de crédito. O monitoramento constante permite a antecipação de proble-
O objetivo é assegurar que as transações comerciais sejam efe- mas e a aplicação de estratégias preventivas.
tivamente liquidadas.
Negociação Flexível
Importância da compensação Oferecer opções de pagamento flexíveis pode facilitar a quita-
Eficiência nas Transações: ção de dívidas.
O serviço de compensação promove eficiência nas transações Negociações que consideram a capacidade financeira do deve-
financeiras, garantindo a liquidação rápida e precisa. dor aumentam as chances de sucesso.
Isso reduz o risco de inadimplência e fortalece a confiança no
sistema financeiro. Utilização de Meios Tecnológicos
Ferramentas tecnológicas, como sistemas de gestão financeira
Padronização e segurança e plataformas de cobrança online, otimizam o processo.
Os processos de compensação são baseados em padrões e pro- Automatização de lembretes e notificações contribui para a
tocolos definidos, garantindo segurança e conformidade. eficácia.
A padronização contribui para a interoperabilidade entre dife-
rentes instituições financeiras. Importância da Cobrança para Empresas
Fluxo de Caixa:
Controle financeiro A cobrança eficiente impacta diretamente o fluxo de caixa da
Para as instituições financeiras, a compensação é essencial empresa.
para o controle financeiro, permitindo a conciliação e a verificação Pagamentos pontuais fortalecem a estabilidade financeira e a
das transações. capacidade de investimento.
Redução de Inadimplência
Evolução tecnológica na compensação Uma estratégia de cobrança eficaz contribui para a redução da
Digitalização e Automatização: inadimplência.
Com a evolução tecnológica, o processo de compensação tem Isso minimiza perdas financeiras e preserva a saúde financeira
se beneficiado da digitalização e automatização. da empresa.
Isso resulta em maior rapidez e eficiência, além da redução de Relacionamento com Clientes
custos operacionais. O processo de cobrança pode ser conduzido de maneira a pre-
servar o relacionamento com os clientes.
Segurança cibernética Uma abordagem respeitosa promove a fidelização, mesmo em
A segurança cibernética é uma preocupação crescente, e as situações de inadimplência.
instituições investem em tecnologias para proteger o sistema de
compensação contra ameaças digitais. Regulamentação e Ética na Cobrança
Respeito às Leis e Normas:
A cobrança deve ser conduzida em estrita conformidade com
as leis e normas vigentes.
Editora
164
164
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Práticas éticas são fundamentais para evitar problemas legais e no âmbito do mercado financeiro com a implantação da SELIC e da
manter a reputação da empresa. CETIP; depois, em 2002, nas transações comerciais com a implanta-
ção do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Treinamento de Equipe Em 1979, nasceu o Sistema Especial de Liquidação e Custódia
Treinamento adequado da equipe de cobrança é crucial para (SELIC), o qual passou a realizar a custódia e a liquidação financeira
garantir práticas éticas e profissionais. das operações envolvendo títulos públicos. O SELIC eliminou o uso
A empatia e a habilidade de lidar com situações delicadas são do cheque para a liquidação de operações com títulos públicos.
aspectos essenciais. Em 1980, o Banco Central do Brasil, através da Circular nº 492,
de 07.01.80, instituiu a conta de “Reservas Bancárias”, adstrita aos
bancos comerciais. A Circular nº 3.101, de 28.03.2002, do BCB, es-
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO (SPB) tabeleceu que as disponibilidades mantidas no Banco Central do
Brasil, em moeda nacional, pelos bancos comerciais, bancos de in-
vestimento, caixas econômicas e bancos múltiplos devem ser regis-
Conceito
tradas na conta Reservas Bancárias.
Em 1983, surgiu o Sistema Nacional de Compensação, o qual
Conceitua-se o Sistema de Pagamentos Brasileiro como o con-
interligou todo o País e melhorou o uso do cheque como instrumen-
junto de procedimentos, regras, instrumentos e operações integra-
to de liquidação financeira.
das que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação finan-
Em 1986, nasceu a Central de Custódia e de Liquidação Finan-
ceira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
ceira de Títulos (CETIP), empresa de liquidação financeira. A CETIP
tanto em moeda local quanto estrangeira, visando a maior proteção
eliminou o uso do cheque para a liquidação de operações com tí-
contra rombos ou quebra em cadeia de instituições financeiras.
tulos privados.
Sua função básica é permitir a transferência de recursos finan-
Em 1988, surgiu a Compensação Eletrônica, dando velocidade
ceiros, o processamento e liquidação de pagamentos para pessoas
e segurança ao Serviço de Compensação de Cheques e Outros Pa-
físicas, jurídicas e entes governamentais.
péis, o qual em 2001, através de Sistemas Locais, 15 SIRC e do Siste-
Toda transação econômica que envolva o uso de cheque, cartão
ma Nacional, compensou diariamente, em média, 13,4 milhões de
de crédito, ou TED, por exemplo, envolve o Sistema de Pagamentos.
documentos ou R$ 17,2 bilhões.
Em 2002, nasceu o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro
História
(SPB), regulamentado pela Lei nº 10.214, de 27.03.2001, e baseado
no Sistema de Transferência de Reservas (STR), um sistema de liqui-
Os bancos têm três funções principais: 1) a função do depósito;
dação bruta em tempo real de transferência de fundos entre seus
2) a função do sistema de pagamentos; 3) a função de crédito.
participantes.
A função de sistema de pagamentos é exercida pelos bancos
O STR, operado pelo Banco Central do Brasil, começou a funcio-
na medida em que realizam a liquidação financeira das transações
nar em 22.04.2002, ocasião em que surgiu a Transferência Eletrôni-
na economia.
ca Disponível (TED).
No século XVII, nasceu a primeira câmara de compensação na
A TED é o instrumento para a realização de transferência ele-
França, cidade de Lião.
trônica de fundos entre os bancos, liquidada sempre no mesmo dia,
Em 1921, nasceu a Câmara de Compensação do Rio de Ja-
através do STR ou de outra câmara de compensação (a CIP). O DOC
neiro, sob a responsabilidade do Banco do Brasil (Lei nº 2.591, de
é hoje liquidado em “D + 1” através do Serviço de Compensação de
07.08.1912).
Cheques e Outros Papéis.
Em 1932, nasceu a Câmara de Compensação de São Paulo. O
A partir de 29.07.2002, o valor mínimo para a emissão de
artigo 11, VI, da Lei nº 4.595, de 31.12.64, delegou ao BCB com-
Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED) passou a ser de R$
petência para regular a execução dos serviços de compensação
5.000,00 e restou cumprida a meta estabelecida na implantação do
de cheques e outros papéis, e o artigo 19, IV, atribuiu ao Banco do
novo SPB. Anunciado em 07.07.99 pelo BCB, o novo SPB começou
Brasil a execução desses serviços. O BCB aprovou o primeiro Regu-
em 22.04.2002 com o valor mínimo da TED fixado em R$ 5 milhões,
lamento do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
reduzido em 13.05.2002 para R$ 1 milhão, em 10.06.2002 para R$
através da Circular nº 52, de 16.09.66.
100.000,00, em 08.07.2002 para R$ 50.000,00 e, por último, em
Em 1969, surgiu o Sistema Integrado Regional de Compensação
29.07.2002, para R$ 5.000,00.
(SIRC), o qual permitiu a integração de praças localizadas em uma
Na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2002, integram o novo
mesma região.
SPB, além do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
Na década de 70, surgiu a Compensação de Recebimentos e o
- a partir da Circular nº 3.102, de 28.03.2002, do BCB, Centralizado-
Documento de Crédito (DOC), uma ordem de transferência de fun-
ra de Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE) -, os se-
dos interbancária (uma forma de transferência de recursos entre
guintes sistemas, na forma de autorização concedida às respectivas
contas de bancos diferentes), instrumento alternativo ao uso do
câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquida-
cheque.
ção, pelo BCB ou pela CVM, em suas áreas de competência:
Até 1979, o cheque e o DOC desempenharam papel pratica-
I. de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito
mente exclusivo como instrumentos de liquidação financeira. Mas a
e de crédito;
transferência de fundos, por meio eletrônico, operada por sistemas
II. de transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
especiais, substituiu o cheque: num primeiro passo, nas transações
III. de compensação e de liquidação de operações com títulos
e valores mobiliários;

Editora
165
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV. de compensação e de liquidação de operações realizadas o comprador e quando o comprador efetua o pagamento). Mas a
em bolsas de mercadorias e de futuros; e Central Clearing assume riscos e dá limites operacionais para a ne-
V. outros, inclusive envolvendo operações com derivativos fi- gociação de ativos a descoberto.
nanceiros, cujas câmaras ou prestadores de serviços tenham sido Observa João Cirilo Miedzinski, diretor da Controlbanc, consul-
autorizados. toria contratada pela CETIP: “A lógica de liquidação de operações
De acordo com a Resolução nº 2.882, de 30.08.2001, do CMN, estabelecida pelo SPB possui duas vertentes distintas: a primeira
as câmaras de compensação e de liquidação são as pessoas jurídi- é que as transações que devam ser liquidadas pelo seu valor bruto
cas que, na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2001, exercem, em serão processadas diretamente no STR; a segunda é que transações
caráter principal, atividade no SPB e operam um dos sistemas inte- que devam ser liquidadas pelo seu valor líquido (“net value”) serão
grantes do SPB. processadas através de câmaras especializadas para estas funções
Os regulamentos das diferentes “clearings” devem ser explí- e que proporcionem a certeza da liquidação aos seus participantes
citos quanto às responsabilidades dos participantes e da própria através de um sistema de garantias homologado pelo Banco Cen-
“clearing”, assim como devem estar claramente definidas as res- tral.”
ponsabilidades do Banco Central. Os procedimentos aplicáveis na Gilberto Mifano, diretor geral da Companhia Brasileira de Li-
hipótese de inadimplemento de qualquer participante devem estar quidação e Custódia (CBLC), avisa: a CBLC é uma das câmaras e
minuciosamente definidos, inclusive no tocante aos mecanismos de prestadores de serviços de compensação e de liquidação do novo
repartição de perdas. SPB, conforme Comunicado nº 9.419, de 18.04.2002, do BCB, o qual
autorizou a CBLC a realizar a liquidação de operações com títulos
O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 9.419, de renda variável e de renda fixa pública e privada, nos mercados à
de 18.04.2002, divulgou a autorização de funcionamento das se- vista e de liquidação futura. A CBLC é a única depositária de ações
guintes câmaras e prestadores de serviços de compensação e de no Brasil e uma das maiores da América Latina e, desde o ano 2001,
liquidação: oferece serviços de custódia de títulos de renda fixa privada, como
I. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Opera- debêntures e “commercial papers”, ressalta Gilberto Mifano, que
ções de Câmbio BM&F, para a liquidação e a gerência de riscos das acrescenta: a CBLC é a única depositária do Brasil (e uma das poucas
operações interbancárias com moeda estrangeira; no mundo) que identifica os clientes finais, os quais podem fazer
II. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Opera- consulta dos saldos de suas aplicações via internet, em tempo real.
ções de Derivativos BM&F, para a liquidação e gerência de riscos As empresas podem pagar os dividendos à CBLC, a qual, em um
das operações de contratos de derivativos e de mercadorias; único dia, os repassa para o acionista.
III. Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), para O Comitê de Sistemas de Pagamentos e Liquidações do BIS de-
a liquidação de operações com títulos de renda variável, de renda finiu princípios para os sistemas de pagamentos e liquidações dos
fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação futura; países. De acordo com esses princípios, além de alto grau de segu-
IV. Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VISANET), rança e confiança operacional, um sistema deve oferecer meios de
para a liquidação de transações com cartões de crédito e de débito; se efetuarem pagamentos que sejam práticos para seus usuários e
V. Redecard S.A., para a liquidação de transações com cartões eficientes para a economia; o sistema deve prever a pronta liqui-
de crédito e de débito; dação dos valores no dia, de preferência ao longo do dia e de um
VI. Tecnologia Bancária S.A. - (TECBAN), para a liquidação de mínimo no final do expediente.
transações com cartões de débito e ordens de crédito;
VII. Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Aspectos Institucionais
(CETIP), para a realização de negócios e leilões em ambiente ele-
trônico, bem como para registro e liquidação de operações (Comu- O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as enti-
nicado nº 10.233, de 10.10.2002). dades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o proces-
O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 10.455, samento e a liquidação de operações de transferência de fundos,
de 27.11.2002, divulgou a autorização de funcionamento da Câma- de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e
ra Interbancária de Pagamento (CIP) para operar sistema de liqui- valores mobiliários. São integrantes do SPB, os serviços de compen-
dação de transferências interbancárias de fundos, por ordem de sação de cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrô-
crédito eletrônica. nicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de outros
A CIP iniciou suas atividades em 06.12.2002 e pretende atrair ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações
parte do volume de transferências de recursos por meio de TEDs, com títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação
até então realizadas com exclusividade pelo STR. A CIP está apta de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e
para processar mais de 300 mil TEDs por dia e oferecerá aos bancos outros, chamados coletivamente de entidades operadoras de Infra-
custo unitário mais reduzido que o STR. O volume de TEDs hoje é estruturas do Mercado Financeiro (IMF).
de 55 mil por dia. A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei 12.865, os
A CETIP operacionaliza a Central Clearing de Compensação arranjos e as instituições de pagamento passaram, também, a in-
e Liquidação (CENTRAL), câmara de ativos, a qual tem por objeto tegrar o SPB.
compensar e liquidar as operações de mercado secundário (envol- As infraestruturas do mercado financeiro desempenham um
vendo títulos públicos ou privados, valores mobiliários, derivativos papel fundamental para o sistema financeiro e a economia de uma
e outros ativos financeiros) cursadas na CETIP. forma geral. É importante que os mercados financeiros confiem na
A CETIP, na liquidação de operações, não assume riscos e opera qualidade e continuidade dos serviços prestados pelas IMF. Seu fun-
no conceito “Entrega contra Pagamento” (somente efetiva as ope-
rações quando o vendedor tem saldo de ativos para transferir para
Editora
166
166
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira e Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil – BCB até
condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão da 2002, o foco foi redirecionado para a administração de riscos. A en-
política monetária. trada em funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas
O Comunicado 25.164/2014 enumera os sistemas de compen- - STR, em abril de 2002, marca o início de uma nova fase do SPB.
sação e de liquidação, depósito centralizado e registro de ativos O STR, operado pelo BCB, é um sistema de liquidação bruta em
financeiros e de valores mobiliários que atualmente integram o Sis- tempo real onde há a liquidação final de todas as obrigações finan-
tema de Pagamentos Brasileiro: ceiras no Brasil. São participantes do STR as instituições financeiras,
- Sistemas de transferências de fundos: as câmaras de compensação e liquidação e a Secretaria do Tesouro
- Sistema de Transferência de Reservas (STR), operado pelo Nacional.
Banco Central do Brasil (BCB); Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em que
- Centralizadora da Compensação de Cheques (Compe), do transferências de fundos interbancárias podem ser liquidadas em
Banco do Brasil S.A.; tempo real, em caráter irrevogável e incondicional, Além disso,
- Sistema de Liquidação Financeira Multibandeiras, da Cielo; qualquer transferência de fundos entre as contas dos participantes
- Sistema de Liquidação Doméstica, da Redecard; do STR passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de
- Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancá- recursos na conta do participante emitente da transferência. Para
rias de Ordens de Crédito (Siloc), da CIP; e que haja liquidez e consequentemente um melhor funcionamento
- Sistema de Transferência de Fundos (Sitraf), da CIP. do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em tempo
- Sistemas de liquidação de operações com títulos, valores mo- real, três aspectos são especialmente importantes:
biliários, derivativos e câmbio: 1. o BCB concede, às instituições financeiras participantes do
- Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), operado STR, crédito intradia na forma de operações compromissadas com
pelo BCB; títulos públicos federais, sem custos financeiros;
- Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações 2. utilização pelos bancos dos saldos do recolhimentos compul-
de Câmbio da BM&FBovespa; sórios ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações, já que
- Câmara de Compensação, Liquidação e Gerenciamento de a verificação de cumprimento é feita com base em saldos de final
Riscos de Operações no Segmento Bovespa e da Central Depositária do dia; e
de Ativos (CBLC) da BM&FBovespa; 3. acionamento pelo BCB de rotina para otimizar o processo de
- Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Ativos da liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas
BM&Bovespa; de espera no âmbito do STR.
- Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
de Derivativos da BM&FBovespa; Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação
- Sistema de Registro, de compensação, de liquidação e custó- nas operações interbancárias, com consequente redução também
dia da Cetip S.A. – Mercados Organizados (Cetip); do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma institui-
- Central de Cessão de Crédito (C3) da Câmara Interbancária de ção financeira provoque a quebra em cadeia de outras, no chama-
Pagamentos (CIP). do “efeito dominó”. Até abril de 2002, para mitigar tal risco e não
propagar a falta de liquidez de um participante aos outros, muitas
Com a efetividade da Lei nº 12.865, a partir do início de maio vezes o BCB bancava operações a descoberto em conta Reservas
de 2014, os arranjos de pagamento autorizados pelo BCB na forma Bancárias, o que significava elevar o seu risco de não receber os re-
da Circular nº 3.682, estarão assim sujeitos aos procedimentos de cursos em caso de liquidação da instituição financeira, consequen-
vigilância análogos àqueles aplicáveis as infraestruturas do merca- temente, provocando prejuízo para a sociedade brasileira. Com as
do financeiro integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro. alterações nos procedimentos, houve significativa redução do risco
Os padrões internacionais induzem o tratamento homogêneo de crédito incorrido pelo BCB.
das infraestruturas de diferentes países permitindo maior trans- A reforma de 2002, entretanto, foi além dessas modificações.
parência de regras, políticas e procedimentos adotados mundial- Para redução do risco sistêmico, que era o objetivo maior da refor-
mente. É importante ressaltar que a interligação entre os mercados ma, foram igualmente importantes algumas alterações legais.
financeiros mundiais demanda que os países cooperem e padroni- A base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi for-
zem as exigências de funcionamento das infraestruturas. talecida por intermédio da Lei 10.214, de março de 2001, que, entre
outras disposições, reconhece a compensação multilateral e possi-
Principais aspectos do SPB: bilita a efetiva realização de garantias no âmbito desses sistemas
mesmo no caso de insolvência civil de participante. Caso uma enti-
O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto grau dade opere algum sistema sistemicamente importante é necessário
de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos para que atue como contraparte central e, ressalvado o risco de emissor,
transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substituição assegure a liquidação dessas operações em seu sistema.
aos instrumentos baseados em papel. As entidades que atuam como contraparte central devem ado-
Até meados dos anos 90, as mudanças no SPB foram motivadas tar adequados mecanismos de proteção, dependendo do tipo de
pela necessidade de se lidar com altas taxas de inflação e, por isso, sistema e da natureza das operações cursadas em seus sistemas,
o progresso tecnológico então alcançado visava principalmente o e devem ser autorizadas pelo BCB. O princípio da entrega contra
aumento da velocidade de processamento das transações financei- pagamento é observado em todos os sistemas de compensação e
ras. de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação

Editora
167
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

em câmara de compensação e de liquidação envolvendo moeda es- Processo de cobrança bancária:


trangeira, o princípio de pagamento contra pagamento também é 1. Os títulos a serem cobrados (ou mo­dernamente apenas seus
observado. dados, via com­putador) são passados ao banco;
Após a implantação das reformas de 2002, o Banco Central do 2. o banco emite os bloquetes aos sa­cados (aquele que deverá
Brasil iniciou um projeto institucional de modernização de paga- pagar o valor do bloquete);
mentos de varejo. O processo gerou os relatórios “Diagnóstico do 3. o sacado paga;
Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil”, em 2005, e “Relatório 4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).
sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos”, em 2010, apontado
ineficiências e sugerindo melhorias no mercado de pagamentos Diferentes tipos de cobrança (criados devido à concorrência):
de varejo, culminando com edição da Lei 12.865 em 2013. Em de- - cobrança imediata: sem registro de títulos;
corrências das novas competências atribuídas pela referida Lei, o - cobrança seriada: para pagamento de parcelas;
Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil editaram - cobrança de consórcios: para paga­mento de consórcios;
normas disciplinando arranjos e instituições de pagamento. Esse - cobrança de cheques prédatados: cobrança remunerada: re-
novo arcabouço normativo buscou estabelecer condições mínimas muneração dos valores cobrados;
para a oferta segura de serviços de pagamento, estimular a compe- - cobrança indexada: em qualquer índi­ce ou moeda;
tição, com a entrada de novos atores, potencializando o surgimento - cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e viceversa;
de modelos mais competitivos e eficientes, criando, portanto, um - cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente;
ambiente mais inclusivo e favorável a inovações em pagamentos de - cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a pra-
varejo. zo;
O CMN estabeleceu as diretrizes a serem observadas pelo BCB - cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de
na regulamentação, supervisão e vigilância e, em linha com os obje- empréstimos
tivos estabelecidos pela Lei, e direcionou as ações desta autarquia - cobrança de títulos descontados: ­desconto de títulos.
no sentido de promover a interoperabilidade, a inovação, a solidez,
a eficiência, a competição, o acesso não discriminatório aos servi- Diferença entre nota fiscal x fatura x duplicata
ços e às infraestruturas, o atendimento às necessidades dos usuá- - nota fiscal: é um documento fiscal, comprovante obrigatório
rios finais e a inclusão financeira. da saída de mer­cadoria de um estabelecimento comercial ou in-
dustrial;
Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês - fatura: é uma relação de notas fiscais que correspondem a
uma venda a prazo;
A cobrança de títulos foi o produto mais importante envolvido - duplicata: é um título de crédito formal e nominativo emitido
pelas instituições nos últimos 10 anos. pelo vendedor com a mesma data, valor global e vencimento da
Servem para aumentar o relacionamento instituição financei- fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do
ra x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e sacador (vendedor) contra o sacado (comprador). A proprieda­de da
permitem maiores aplicações destes recursos em títulos públicos. duplicata pode ser transferida por endosso.
A cobrança é feita através de bloquetes que podem circular pela
câmara de compensação (câmara de integração regional) o que per- Pagamentos de Títulos e Carnês
mite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer praça Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de
(desde que pagos até o vencimento após o vencimento, pagamento seus títulos a receber (cobrança).
somente poderá ser feito na agencia emissora do bloquete). O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre
Os valores resultantes da operação de cobrança são automati- seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o
camente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo caso, entrega de comprovantes ne­cessários ao pagamento.
estipulado entre o banco e o cliente. De posse desses dados, o banco orga­niza e executa todo o fluxo
de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de
Vantagens da cobrança de títulos: pagamento, informando ao cliente todos os passos executados.
Para o Banco: O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou
1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquida- depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes.
ções; A ordem de pagamento OP é utilizada para pagamentos ou de-
2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre servi- pósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferen-
ços; tes.
3. consolidação do relacionamento com o cliente;
4. inexistência do risco de crédito. O Papel dos Intermediários Financeiros

Para o Cliente: Ocupam posição de destaque no âmbito do sistema de paga-


1. capilaridade da rede bancária; mentos, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira co-
2. crédito imediato dos títulos cobrados; mercial, as caixas econômicas e, em plano inferior, as cooperativas
3. consolidação do relacionamento com o banco; de crédito. Essas instituições captam depósitos à vista e, em contra-
4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o pro- partida, oferecem a seus clientes, pessoas físicas e jurídicas, contas
testo); de depósito que são utilizadas para movimentação de recursos e
para pagamentos.

Editora
168
168
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Além dessas instituições, é importante citar que, atuando em crédito intradia às instituições financeiras participantes do STR, na
nome dos bancos, os correspondentes bancários, tipicamente ca- forma de operações compromissadas com títulos públicos federais,
sas lotéricas, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos sem custos financeiros.
varejistas, oferecem alguns serviços bancários e de pagamentos in-
clusive em locais não atendidos pela rede bancária convencional. Instrumentos de Pagamento

O Papel do Banco Central Os instrumentos de pagamento são classificados em ordens de


débito e ordens de crédito.
O Banco Central do Brasil - BCB tem como missão institucional - Na ordem de débito, o comando do pagamento é iniciado
a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema pelo beneficiário. Exemplo: o cheque, cujo processo de liquidação é
financeiro. As infraestruturas do mercado financeiro desempenham iniciado pelo beneficiário.
um papel fundamental para o sistema financeiro e a economia de - Na ordem de crédito, o pagamento é iniciado pelo pagador.
uma forma geral. Seu funcionamento adequado é essencial para a Exemplos: a Transferência Eletrônica Disponível (TED), o Documen-
estabilidade financeira e condição necessária para salvaguardar os to de Crédito (DOC), cartões de pagamento e o Boleto de Cobrança
canais de transmissão da política monetária. Assim, cumpre ao BCB Bancário.
atuar no sentido de promover sua solidez, normal funcionamento e
contínuo aperfeiçoamento. Diferença entre instrumentos de pagamentos e meios de pa-
Nesse sentido, qualquer infraestrutura de mercado financeiro gamentos
no Brasil, para funcionar, está sujeito à autorização e à vigilância
do BCB, inclusive aqueles que liquidam operações com títulos, va- De acordo com a Lei nº 12.865/2013 (art. 6º, inciso V), um ins-
lores mobiliários, moeda estrangeira e derivativos financeiros. Ain- trumento de pagamento é um dispositivo ou um conjunto de proce-
da cabe ao Banco Central do Brasil, seguindo diretrizes dadas pelo dimentos acordado entre o usuário final e seu prestador de serviço
Conselho Monetário Nacional, o papel de regulador, juntamente de pagamento utilizado para iniciar uma transação de pagamento.
com a Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas esfe- Entre os instrumentos de pagamento estão as ordens de transfe-
ras de competência. rência de crédito (Transferência Eletrônica Disponível – TED; Docu-
Na função de vigilância cabe ao BCB assegurar que as infra- mento de Crédito – DOC; Transferência Eletrônica de Crédito – TEC;
estruturas e os arranjos de pagamentos operados no Brasil sejam transferência entre clientes de uma mesma instituição; e o boleto
administrados consistentemente com os objetivos de interesse pú- de pagamento); o cheque; os cartões de pagamento (crédito, débi-
blico, mantendo a estabilidade financeira e reduzindo o risco sistê- to e pré-pago) e o débito direto (débito automático em conta).
mico. Já os meios de pagamento são os ativos utilizados para liquidar
A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei 12.865, os as obrigações que o pagador possui junto ao recebedor. São exem-
arranjos e as instituições de pagamento passaram, também, a inte- plos de meios de pagamento: o papel-moeda e os depósitos à vista
grar o SPB. Como decorrência do novo marco normativo os arranjos e a prazo (poupança) nos bancos.
de pagamento, de que são exemplo aqueles baseados em cartões
de pagamento, estarão sujeitos a procedimentos de vigilância, aná-
logos àqueles aplicáveis as IMF. ASPECTOS JURÍDICOS. NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS
Compete também ao BCB a definição de quais são os sistemas OPERAÇÕES DE CRÉDITO. SUJEITO E OBJETO DO DIREITO.
de liquidação sistemicamente importantes. FATO E ATO JURÍDICO
Além disso, o BCB atua também como provedor de serviços de
liquidação e nesse papel ele opera o Sistema de Transferência de
Reservas - STR e o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Noções de direito aplicadas às operações de crédito:
Selic, respectivamente um sistema de transferência de fundos e um
sistema de liquidação de operações com títulos públicos. As operações de crédito são regulamentadas pelo direito civil e
Como operador do STR, sistema onde há a liquidação final de pelo direito comercial, dependendo do tipo de operação.
todas as obrigações financeiras no Brasil, o BCB deve executar as O direito civil estabelece as regras gerais aplicáveis às opera-
ordens de transferência de fundos, observar os requisitos, inclusive ções de crédito, como a capacidade das partes, a forma de contrata-
os de segurança, aplicáveis às situações de recebimento e de emis- ção, os direitos e deveres das partes, entre outros aspectos.
são de mensagens de transferência de fundos, assegurar o contínuo O direito comercial regulamenta as operações de crédito rea-
funcionamento do sistema, observando índice de disponibilidade lizadas por empresas, como o crédito bancário e as operações de
mínimo de 99,8% (noventa e nove vírgula oito por cento), obser- factoring.
var as disposições legais aplicáveis ao sigilo de dados, e prestar aos
participantes tempestivamente informações sobre o funcionamen- Sujeito e objeto do Direito:
to do sistema. O BCB pode, também, a seu critério, suspender ou
excluir participante que esteja colocando em risco o funcionamento O sujeito de direito é todo aquele que possui direitos e obriga-
do Sistema Financeiro Nacional - SFN ou do STR, ou operando em ções reconhecidos pela ordem jurídica. São exemplos de sujeitos de
desacordo com o disposto no regulamento do STR ou nas demais direito as pessoas físicas (indivíduos) e as pessoas jurídicas (empre-
normas que regulam o funcionamento do SFN. sas, associações, etc.).
Para que haja liquidez e consequentemente um bom funcio- O objeto de direito é aquilo sobre o qual incidem os direitos e
namento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação de obrigações do sujeito de direito. Pode ser um bem material ou ima-
obrigações em tempo real, o Banco Central do Brasil pode conceder terial, como um imóvel, um contrato, uma patente, entre outros.
Editora
169
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Fato e ato jurídico: • Contratos Comutativos e Aleatórios: Um contrato comutativo


O fato jurídico é um acontecimento que produz consequências tem prestações certas e determinadas para ambas as partes. Já os
no mundo jurídico, ou seja, que gera direitos e obrigações para as contratos aleatórios envolvem elementos de risco e incerteza.
partes envolvidas. Os fatos jurídicos podem ser naturais (como o
nascimento de uma pessoa) ou humanos (como a celebração de Contratos Nominados e Inominados
um contrato). • Contratos Nominados: São aqueles que têm sua estrutura
O ato jurídico é uma manifestação de vontade que tem a in- e condições definidas por lei, como contratos de compra e venda,
tenção de produzir efeitos no campo do direito. Pode ser um ato empréstimo, sociedade, fiança, entre outros.
unilateral, quando depende apenas da vontade de uma pessoa, ou • Contratos Inominados: São acordos que não se enquadram
um ato bilateral (contrato), quando depende da vontade de duas ou em categorias previamente estabelecidas pela lei, muitas vezes exi-
mais pessoas. Para que o ato jurídico seja válido, é necessário ob- gindo mais negociação e personalização nos termos.
servar determinados requisitos legais, como forma válida, capacida-
de das partes, ausência de vícios de consentimento, entre outros. Tipos Específicos de Contratos
• Compra e Venda: Este é um contrato onde uma parte se com-
promete a transferir a propriedade de um bem ou serviço em troca
CONTRATOS: CONCEITO DE CONTRATO, REQUISITOS DOS de um preço estipulado.
CONTRATOS, CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS; CONTRA- • Empréstimo: Pode ser de duas formas principais: comodato
TOS NOMINADOS, CONTRATOS DE COMPRA E VENDA, EM- (uso de bem não fungível, gratuito) e mútuo (transferência de pro-
PRÉSTIMO, SOCIEDADE, FIANÇA, CONTRATOS FORMAIS E priedade de bem fungível, geralmente com pagamento de juros).
INFORMAIS • Sociedade: Um contrato onde duas ou mais pessoas se obri-
gam a contribuir com bens ou serviços para exercer uma atividade
econômica e dividir entre si os lucros.
Os contratos são uma parte fundamental das relações jurídicas, • Fiança: Onde uma pessoa garante satisfazer a obrigação de
comerciais e pessoais no mundo moderno. Eles formam a base so- um devedor caso este não cumpra seu compromisso.
bre a qual as partes acordam em realizar trocas de bens, serviços,
dinheiro, ou outros termos. O entendimento dos contratos, seus re- Contratos Formais e Informais
quisitos e classificações é essencial para garantir que acordos sejam • Contratos Formais: São aqueles que exigem formalidades es-
legalmente válidos e executáveis. peciais para sua validade, como escritura pública ou registro.
• Contratos Informais: São válidos sem necessidade de formali-
Conceito e Requisitos dos Contratos dades específicas, podendo ser até mesmo verbais, desde que res-
Um contrato é um acordo entre duas ou mais partes que cria peitem os requisitos básicos de um contrato.
obrigações legais para serem cumpridas por ambas as partes. Para
ser considerado válido, um contrato deve atender a determinados Entender essas diversas formas e requisitos de contratos é cru-
requisitos básicos: cial para a realização de transações seguras e para a proteção dos
direitos e interesses de todas as partes envolvidas.
• Capacidade das Partes: Todos os envolvidos devem ter a ca-
pacidade legal para contratar, o que geralmente exclui menores de
idade e pessoas com incapacidade mental. INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE
• Consentimento: O acordo deve ser feito de forma voluntária, CRÉDITO. CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO E
sem coerção, fraude ou erro. PARTICULAR. CÉDULAS E NOTAS DE CRÉDITO
• Objeto: O objeto do contrato deve ser claro, possível, deter-
minado ou determinável, e legal.
• Forma: Embora muitos contratos possam ser feitos verbal- Os instrumentos de formalização das operações de crédito são
mente, certos tipos de contratos devem ser feitos por escrito e, em essenciais no setor financeiro, pois garantem a legalidade e a execu-
alguns casos, notariados ou registrados para serem válidos. ção das transações de crédito. Entre os principais instrumentos uti-
lizados estão os contratos por instrumento público e particular, bem
Classificação dos Contratos como as cédulas e notas de crédito. Cada um desses instrumentos
Os contratos podem ser classificados de várias maneiras, de- possui características específicas e serve para diferentes propósitos
pendendo de sua natureza e dos termos acordados. dentro do contexto de operações de crédito.

• Contratos Bilaterais e Unilaterais: Um contrato bilateral é Contratos por Instrumento Público e Particular
aquele em que ambas as partes se comprometem a cumprir obri- Os contratos de crédito podem ser formalizados como instru-
gações, enquanto um unilateral envolve obrigação por apenas uma mento público ou particular, dependendo da natureza da transação
das partes. e dos requisitos legais envolvidos.
• Contratos Onerosos e Gratuitos: Nos contratos onerosos,
ambas as partes se beneficiam e assumem obrigações, enquanto • Contratos por Instrumento Público: São contratos formaliza-
nos gratuitos, apenas uma das partes obtém benefício sem assumir dos em cartório, na presença de um tabelião. Têm a vantagem de
contrapartidas. maior segurança jurídica, pois o tabelião assegura a autenticidade
do documento, a capacidade legal das partes e o cumprimento das

Editora
170
170
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

formalidades legais. São frequentemente exigidos em operações de A constituição de garantias visa gerar maior comprometimen-
maior valor ou complexidade, como hipotecas ou financiamentos to pessoal e patrimonial do tomador de recursos e aumentar, caso
de grande porte. o cliente se torne insolvente, a possibilidade de retorno do capital
emprestado.
• Contratos por Instrumento Particular: São mais comuns em A garantia assume papel acessório à decisão de crédito, não
operações de crédito e não requerem a formalização em cartório. podendo ser determinante para a realização do negócio, já que sua
Basta que as partes envolvidas assinem o documento para que ele execução é sabidamente onerosa e demorada.
tenha validade. Esses contratos são mais flexíveis e menos onero- O negócio de um banco não é cobrar judicialmente seus crédi-
sos em termos de custos e tempo. Porém, podem oferecer menor tos; é emprestar bem e receber.
segurança em relação à autenticidade e ao cumprimento das obri-
gações, comparados aos contratos públicos. As garantias do Sistema Financeiro Nacional podem ser dividi-
das em 2 modalidades:
Cédulas e Notas de Crédito
As cédulas e notas de crédito são títulos que formalizam as ope- 1. Garantias pessoais ou Garantias Fidejussórias que baseiam-
rações de crédito e têm grande importância no sistema financeiro. -se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, uma terceira pes-
soa (que prestou a garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar
• Cédulas de Crédito: São títulos representativos de dívida que dele, onde temos o aval e a fiança.
especificam os termos e condições sob os quais o crédito foi conce-
dido, incluindo valor, taxa de juros, prazo de pagamento, garantias, Espécies:
entre outros. Exemplos incluem a Cédula de Crédito Bancário (CCB),
Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) e Cédula de Crédito à Exporta- Aval
ção (CCE). Esses títulos são negociáveis e podem ser utilizados para O aval é a garantia de pagamento formal e solidária firmada
obtenção de recursos ou refinanciamento da dívida. por terceiro em um título de crédito, onde os intervenientes são: o
avalista (aquele que presta o aval), o avalizado (aquele que recebe
• Notas de Crédito: As notas de crédito, como a Nota Promis- o aval) e o credor. Para tanto, basta que se lance o aval no próprio
sória, são compromissos de pagamento onde o emitente se com- título ou na folha de alongamento. A simples assinatura no anverso
promete a pagar uma determinada quantia em uma data futura. do título é suficiente para configurar o aval.
São amplamente utilizadas em operações de financiamento e em- Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se de ga-
préstimos de curto prazo. A vantagem das notas de crédito é a sua rantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, isto é, é code-
simplicidade e flexibilidade, sendo menos complexas que as cédulas vedor principal.
de crédito.
Fiança
Ambos, cédulas e notas de crédito, são instrumentos negociá- Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer deter-
veis e podem ser cedidos ou transferidos a terceiros, o que facilita a minada obrigação, caso o respectivo devedor não a cumpra.
liquidez no mercado financeiro. Eles desempenham um papel cru- A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito ou oneroso.
cial na concessão de crédito, pois proporcionam um meio formal Os intervenientes são: o devedor (afiançado), o fiador (pessoa física
e legalmente reconhecido de documentar as obrigações de paga- ou pessoa jurídica) e o credor.
mento. Caso o devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador
A escolha entre estes diferentes instrumentos de formalização venha a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes te-
depende da natureza da operação de crédito, da necessidade de se- nha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de ordem para
gurança jurídica, dos custos envolvidos e da preferência das partes. que os bens do devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se
Entender esses instrumentos é fundamental para profissionais do foi estipulada solidariedade no contrato de fiança.
setor bancário, empresas e indivíduos que buscam acessar crédito O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
no sistema financeiro. A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o outro
der seu consentimento. A este requisito se dá o nome de outorga
uxória. A falta da autorização torna o ato anulável.
GARANTIAS. FIDEJUSSÓRIAS: FIANÇA E AVAL. REAIS: HI-
POTECA E PENHOR. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓ- Fiança bancária
VEIS É um compromisso contratual pelo qual uma instituição finan-
ceira garante o cumprimento de obrigações de seus clientes. O pú-
blico alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária é uma
As instituições financeiras ao analisar suas operações levam em obrigação por escrito (carta de fiança) assumida pelo banco, res-
conta vários fatores e ao concluir pela viabilidade do negócio, fixa as ponsabilizando-se por dívida total ou parcial de cliente que queira
condições em que ele será realizado, definindo: assumir uma obrigação perante terceiros.
• valor liberado, Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de expo-
• prazo, sição por cliente a ser observado pelas instituições financeiras na
• encargos financeiros, e prestação de garantia de fiança bancária.
• garantias.

Editora
171
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a garantia A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao fiduci-
oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no mundo ário requerer em juízo a busca e apreensão do bem móvel objeto do
dos negócios. A fiança bancária está sujeita a cobrança de tarifas, contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a sua garantia.
mas não se sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato. Se o bem móvel não for encontrado na posse do fiduciante, a busca
e apreensão podem transformar-se em ação de depósito; se ele não
2. Garantias reais que vinculam patrimônio ao cumprimento entregar a coisa, poderá ser considerado depositário infiel.
da obrigação assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão,
imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiros; se ele não pagar, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O credor deve aplicar
haverá um processo de execução em que será requerida a venda ju- o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas de-
dicial do bem, pagando-se preferencialmente o credor, onde temos correntes, entregando ao devedor o saldo apurado, se houver.
o penhor, a hipoteca e a alienação fiduciária.
Legislação sobre as garantias do Sistema Financeiro Nacional
Espécies:
Aval – código civil
Penhor
É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel, sus- (..)
cetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao cre- Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obri-
dor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como sujeitos o gação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
devedor pignoratício (pode ser tanto o sujeito passivo da obrigação Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
principal como terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignora- Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do pró-
tício (o que empresta o dinheiro). prio título.
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é sufi-
Penhor mercantil ciente a simples assinatura do avalista.
É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa onera- § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
da, ou seja, o devedor continua na sua posse, equiparando-se ao Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na
depositário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial. falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o
parte integrante do negócio comercial. Pode abranger tanto esto- seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
ques de matérias-primas quanto estoques de produtos acabados. § 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula
Os estoques objeto de penhor mercantil são confiados a fiel deposi- a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade
tário, que se torna responsável pela guarda, existência e conserva- decorra de vício de forma.
ção dos bens dados em garantia. Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos
efeitos do anteriormente dado.
Hipoteca
A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que (...)
forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar o paga- Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
mento de uma dívida. outro, exceto no regime da separação absoluta:
A posse do bem gravado não se transfere ao credor. ...
A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou III - prestar fiança ou aval.
construções no imóvel e deve ser registrada no Cartório de Registro (...)
de Imóveis.
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessórios, as Fiança – código civil
estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e vagões), as minas (...)
e pedreiras, os navios e os aviões. Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfa-
zer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não
Alienação fiduciária a cumpra.
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere ao Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpreta-
credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até que a dí- ção extensiva.
vida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado fidu- Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consenti-
ciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma vez completado o mento do devedor ou contra a sua vontade.
pagamento, a propriedade do bem alienado volta ao fiduciante. Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo Decreto- fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer
-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código Civil os con- certa e líquida a obrigação do principal devedor.
tratos de empréstimos com garantia de alienação fiduciária de coisa Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os
móvel só podiam ser pactuados entre instituições financeiras e o acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde
financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada em vigor a citação do fiador.
da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fiduciária da Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação
coisa imóvel. principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando ex-
ceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá
senão até ao limite da obrigação afiançada.
Editora
172
172
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, ex- II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus
ceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do de- direitos e preferências;
vedor. III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavel-
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não mente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar,
abrange o caso de mútuo feito a menor. ainda que depois venha a perdê-lo por evicção*.
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma
não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domi- coisa em consequência da reivindicação judicial promovida pelo
ciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua verdadeiro dono ou possuidor.
bens suficientes para cumprir a obrigação. Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o devedor,
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o
credor exigir que seja substituído. fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram,
Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afian-
direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro execu- çada.
tados os bens do devedor. (...)
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a Art. 1.647, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do ou-
que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no tro, exceto no regime da separação absoluta:
mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para III - prestar fiança ou aval.
solver o débito. (...)
Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente; Penhor – código civil
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; (...)
III - se o devedor for insolvente, ou falido. Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da
Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito por posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente,
mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de
elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão. alienação.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador respon- Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de ve-
de unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no paga- ículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que
mento. as deve guardar e conservar.
Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a regis-
que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais tro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será regis-
obrigado. trado no Cartório de Títulos e Documentos.
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-ro- Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
gado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um I - à posse da coisa empenhada;
dos outros fiadores pela respectiva quota. II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devida-
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á mente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa
pelos outros. sua;
Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por to- III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício
das as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da coisa empenhada;
da fiança. IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se
Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor
estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencio- mediante procuração;
nada, aos juros legais da mora. V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se en-
Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a execu- contra em seu poder;
ção iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o an- VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autori-
damento. zação judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa em-
Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assi- penhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O
nado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obri- dono da coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, subs-
gado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a tituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea.
notificação do credor. Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver a
Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a res- coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente
ponsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte pago, podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar
do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empe-
Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe fo- nhada, suficiente para o pagamento do credor
rem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao de- Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
vedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono
pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor. a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compen-
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: sada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da respon-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao sabilidade;
devedor;

Editora
173
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima
de ação possessória; equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita
1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e seguinte.
no capital da obrigação garantida, sucessivamente; Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que integram
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
paga a dívida; Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais empenha-
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, dos sem prévio consentimento, por escrito, do credor.
no caso do inciso IV do art. 1.433. Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado
Art. 1.436 Extingue-se o penhor: empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, pode-
I - extinguindo-se a obrigação; rá este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro,
II - perecendo a coisa; ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato.
III - renunciando o credor; Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para subs-
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor tituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor.
e de dono da coisa; Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste ar-
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da tigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de men-
coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. ção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na ven- Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos,
da particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir a materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os
sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
garantia. destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, ani-
§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da mais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-
dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto. -primas e produtos industrializados.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de aver- Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos ar-
bado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. mazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas.
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante instrumento Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, me-
público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis diante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de
da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coi-
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que sas empenhadas.
garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei es- garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emi-
pecial. tir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para
Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem os fins que a lei especial determinar.
ser convencionados por prazos superiores aos das obrigações ga- Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por es-
rantidas. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) crito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situ-
§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, en- ação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as
quanto subsistirem os bens que a constituem. coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza,
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro que ficarão sub-rogados no penhor.
respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor. Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural pode- empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes-
rá constituir-se independentemente da anuência do credor hipote- soa que credenciar.
cário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe (...)
a extensão da hipoteca, ao ser executada.
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas Hipoteca – código civil
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes- (...)
soa que credenciar. Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor: I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com
I - máquinas e instrumentos de agricultura; eles;
II - colheitas pendentes, ou em via de formação; II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor do imó-
III - frutos acondicionados ou armazenados; vel);
IV - lenha cortada e carvão vegetal; III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou usufruir
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola. do imóvel);
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, IV - as estradas de ferro;
ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais recursos
de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. minerais) independentemente do solo onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
IX - o direito real de uso;
Editora
174
174
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

X - a propriedade superficiária (o domínio da construção ou da Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou
plantação separado do solo). uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, em favor
Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramen- de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia, indicarem
tos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e a hora em que foram lavradas.
registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel. Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro título de
Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar hipoteca que mencione a constituição de anterior, não registrada,
imóvel hipotecado. sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até trinta
Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente; esgota-
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de do o prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a hipoteca ulte-
outro credor. rior será registrada e obterá preferência.
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão
segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel ser registradas e especializadas.
antes de vencida a primeira. Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por perdurar; mas a especialização, em completando vinte anos, deve
faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas pos- ser renovada.
teriores à primeira. Art. 1.499 A hipoteca extingue-se:
Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira I - pela extinção da obrigação principal;
hipoteca não se oferecer, no vencimento, para pagá-la, o credor da II - pelo perecimento da coisa;
segunda pode promover-lhe a extinção, consignando a importância III - pela resolução da propriedade;
e citando o primeiro credor para recebê-la e o devedor para pagá- IV - pela renúncia do credor;
-la; se este não pagar, o segundo credor, efetuando o pagamento, se V - pela remição;
sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que VI - pela arrematação ou adjudicação.
lhe competirem contra o devedor comum. Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no
Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da res-
execução da hipoteca, o credor da segunda depositará a importân- pectiva prova.
cia do débito e as despesas judiciais. (...)
Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não
se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores Alienação fiduciária de bens móveis -
hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-lhes o
imóvel. DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 196934
Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por ambas
as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da Altera a redação do art. 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de
data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsis- 1965, estabelece normas de processo sôbre alienação fiduciária e
tir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo dá outras providências.
registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então
lhe competir. Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor
Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, in-
hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula hipotecá- dependentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alie-
ria, na forma e para os fins previstos em lei especial. nante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as
Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia de dí- responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a
vida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máxi- lei civil e penal.
mo do crédito a ser garantido. § 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor,
de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Re-
da condição, ou ao montante da dívida. gistro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os se-
àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor res- guintes:
ponderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superveniente a) o total da dívida ou sua estimativa;
desvalorização do imóvel. b) o local e a data do pagamento;
Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do lugar c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e,
do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção mone-
um. tária, com indicação dos índices aplicáveis;
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os ele-
requerer o registro da hipoteca. mentos indispensáveis à sua identificação.
Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em que
forem requeridas, verificando-se ela pela da sua numeração suces-
siva no protocolo.
Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade,
e esta a preferência entre as hipotecas. 34 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0911Compilado.
htm. Acessado em 04.01.2022
Editora
175
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o deve- Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que
dor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato, o domí- comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2º do art. 2º, ou
nio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisi- o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e
ção da propriedade pelo devedor, independentemente de qualquer apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida
formalidade posterior. liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Reda-
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por nú- ção dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
meros, marcas e sinais indicados no instrumento de alienação fi- § 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput,
duciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem
terceiros, da identidade dos bens do seu domínio que se encontram no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições compe-
em poder do devedor. tentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de
§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o pro- propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado,
prietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e aplicar preço livre do ônus da propriedade fiduciária.
da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes § 2º No prazo do § 1º o devedor fiduciante poderá pagar a in-
da cobrança, entregando ao devedor o saldo porventura apurado, tegralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados
se houver. pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o cré- restituído livre do ônus.
dito do proprietário fiduciário e despesas, na forma do parágrafo § 3º O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de
anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o quinze dias da execução da liminar.
saldo devedor apurado. § 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a tenha se utilizado da faculdade do § 2º, caso entenda ter havido
ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no pagamento a maior e desejar restituição.
seu vencimento. § 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.
§ 7º Aplica-se à alienação fiduciária em garantia o disposto nos § 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de bus-
artigos 758, 762, 763 e 802 do Código Civil, no que couber. ca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento
§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cinquenta
coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualiza-
pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal. do, caso o bem já tenha sido alienado.
§ 9º Não se aplica à alienação fiduciária o disposto no artigo § 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a responsabilidade
1279 do Código Civil. do credor fiduciário por perdas e danos.
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor § 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo consti-
deverá, para fins probatórios, constar do certificado de Registro, a tui processo autônomo e independente de qualquer procedimento
que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito. posterior.
§ 9º Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações tenha acesso à base de dados do Registro Nacional de Veículos Au-
contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietá- tomotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição judicial na
rio fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, indepen- base de dados do Renavam, bem como retirará tal restrição após a
dentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em § 10. Caso o juiz não tenha acesso à base de dados prevista no
contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no § 9º, deverá oficiar ao departamento de trânsito competente para
pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar que: (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de I - registre o gravame referente à decretação da busca e apre-
contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) ensão do veículo; e (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o prin- II - retire o gravame após a apreensão do veículo. (Incluído pela
cipal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e correção Lei nº 13.043, de 2014)
monetária, quando expressamente convencionados pelas partes. § 11. O juiz também determinará a inserção do mandado a que
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para se refere o § 9o em banco próprio de mandados. (Incluído pela Lei
pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada com avi- nº 13.043, de 2014)
so de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do § 12. A parte interessada poderá requerer diretamente ao juízo
referido aviso seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei da comarca onde foi localizado o veículo com vistas à sua apreen-
nº 13.043, de 2014) são, sempre que o bem estiver em comarca distinta daquela da tra-
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais ga- mitação da ação, bastando que em tal requerimento conste a cópia
rantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou conven- da petição inicial da ação e, quando for o caso, a cópia do despacho
cional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida que concedeu a busca e apreensão do veículo. (Incluído pela Lei nº
facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as 13.043, de 2014)
obrigações contratuais, independentemente de aviso ou notificação § 13. A apreensão do veículo será imediatamente comunicada
judicial ou extrajudicial. ao juízo, que intimará a instituição financeira para retirar o veículo
§ 4º Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2º apli- do local depositado no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas.
cam-se às operações de arrendamento mercantil previstas na forma (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
da Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. (Incluído pela Lei nº
13.043, de 2014)
Editora
176
176
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com a
busca e apreensão, deverá entregar o bem e seus respectivos docu- descrição do imóvel objeto da alienação fiduciária e a indicação do
mentos. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) título e modo de aquisição;
§ 15. As disposições deste artigo aplicam-se no caso de reinte- V - a cláusula que assegure ao fiduciante a livre utilização, por
gração de posse de veículos referente às operações de arrendamen- sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária, exceto a
to mercantil previstas na Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. hipótese de inadimplência; (Redação dada pela Lei nº 14.711, de
(Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) 2023)VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do
valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor
ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em VII - a cláusula que disponha sobre os procedimentos de que
ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do tratam os arts. 26-A, 27 e 27-A desta Lei. (Redação dada pela Lei
Livro IV, do Código de Processo Civil. nº 14.711, de 2023)
Parágrafo único (Revogado pela Medida Provisória nº 1.162,
Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva, direta ou de 2023)
a convertida na forma do art. 4º, ou, se for o caso ao executivo fis- § 1º Caso o valor do imóvel convencionado pelas partes nos
cal, serão penhorados, a critério do autor da ação, bens do devedor termos do inciso VI do caput seja inferior ao utilizado pelo órgão
quantos bastem para assegurar a execução. (Redação dada pela Lei competente como base de cálculo para a apuração do imposto so-
nº 13.043, de 2014) bre transmissão inter vivos, exigível por força da consolidação da
propriedade em nome do credor fiduciário, este último será o valor
(...) mínimo para efeito de venda do imóvel no primeiro leilão. (Incluído
Art. 7º-A. Não será aceito bloqueio judicial de bens constituídos pela Medida Provisória nº 1.162, de 2023)
por alienação fiduciária nos termos deste Decreto-Lei, sendo que, § 2º Nos contratos firmados com cláusula de alienação fiduci-
qualquer discussão sobre concursos de preferências deverá ser re- ária em garantia, caberá ao fiduciante a obrigação de arcar com o
solvida pelo valor da venda do bem, nos termos do art. 2º. (Incluído custo do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Terri-
pela Lei nº 13.043, de 2014) torial Urbana - IPTU incidente sobre o bem e das taxas condominiais
existentes. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.162, de 2023)
LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 199735 Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos resolve-
-se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciária do imóvel.
Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a § 1º No prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de liquidação
alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências. da dívida, o fiduciário fornecerá o termo de quitação ao devedor
(...) e, se for o caso, ao terceiro fiduciante. (Redação dada pela Lei nº
Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio 14.711, de 2023)
jurídico pelo qual o fiduciante, com o escopo de garantia de obriga- § 1º-A O não fornecimento do termo de quitação no prazo pre-
ção própria ou de terceiro, contrata a transferência ao credor, ou visto no § 1º deste artigo acarretará multa ao fiduciário equivalente
fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. (Redação dada a 0,5% (meio por cento) ao mês, ou fração, sobre o valor do con-
pela Lei nº 14.711, de 2023) trato, que se reverterá em favor daquele a quem o termo não tiver
sido disponibilizado no referido prazo. (Incluído pela Lei nº 14.711,
Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel de 2023)
mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato § 2º À vista do termo de quitação de que trata o parágrafo an-
que lhe serve de título. terior, o oficial do competente Registro de Imóveis efetuará o cance-
§ 1º Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fidu- lamento do registro da propriedade fiduciária.
ciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante Art. 26. Vencida e não paga a dívida, no todo ou em parte, e
possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa imóvel. constituídos em mora o devedor e, se for o caso, o terceiro fidu-
(Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023) ciante, será consolidada, nos termos deste artigo, a propriedade do
imóvel em nome do fiduciário. (Redação dada pela Lei nº 14.711,
§ 2º Caberá ao fiduciante a obrigação de arcar com o custo de 2023)
do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial § 1º Para fins do disposto neste artigo, o devedor e, se for o
Urbana (IPTU) incidente sobre o bem e das taxas condominiais exis- caso, o terceiro fiduciante serão intimados, a requerimento do fidu-
tentes. (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023) ciário, pelo oficial do registro de imóveis competente, a satisfazer,
Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fiduciário no prazo de 15 (quinze) dias, a prestação vencida e aquelas que
conterá: vencerem até a data do pagamento, os juros convencionais, as pe-
I - o valor da dívida, sua estimação ou seu valor máximo; (Re- nalidades e os demais encargos contratuais, os encargos legais,
dação dada pela Lei nº 14.711, de 2023) inclusive os tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao
II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do imóvel e as despesas de cobrança e de intimação. (Redação dada
crédito do fiduciário; pela Lei nº 14.711, de 2023)
III - a taxa de juros e os encargos incidentes; § 1º-A Na hipótese de haver imóveis localizados em mais de
uma circunscrição imobiliária em garantia da mesma dívida, a inti-
mação para purgação da mora poderá ser requerida a qualquer um
35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9514.htm. Acessado em 04.01.2022 dos registradores competentes e, uma vez realizada, importa em
Editora
177
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cumprimento do requisito de intimação em todos os procedimentos nos termos dos arts. 26-A, 27 e 27-A desta Lei, conforme o caso,
de excussão, desde que informe a totalidade da dívida e dos imó- hipótese em que a intimação poderá ser promovida por solicitação
veis passíveis de consolidação de propriedade. (Incluído pela Lei nº do oficial do registro de imóveis, por oficial de registro de títulos e
14.711, de 2023) documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de
§ 2º O contrato poderá estabelecer o prazo de carência, após o quem deva recebê-la, ou pelo correio, com aviso de recebimento,
qual será expedida a intimação. (Redação dada pela Lei nº 14.711, situação em que se aplica, no que couber, o disposto no art. 160 da
de 2023) Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos).
§ 2º-A Quando não for estabelecido o prazo de carência no con- (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
trato de que trata o § 2º deste artigo, este será de 15 (quinze) dias. § 3o-A. Quando, por duas vezes, o oficial de registro de imó-
(Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023) veis ou de registro de títulos e documentos ou o serventuário por
eles credenciado houver procurado o intimando em seu domicílio
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada
fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, retornará ao imóvel, a
alienação do imóvel. fim de efetuar a intimação, na hora que designar, aplicando-se sub-
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido for sidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei no 13.105,
inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma do inciso VI do art. de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela
24, será realizado o segundo leilão, nos quinze dias seguintes. Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2º No segundo leilão será aceito o maior lance oferecido § 3o-B. Nos condomínios edilícios ou outras espécies de conjun-
desde que igual ou superior ao valor da dívida, das despesas, dos tos imobiliários com controle de acesso, a intimação de que trata o
prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos, e das § 3o-A poderá ser feita ao funcionário da portaria responsável pelo
contribuições condominiais. recebimento de correspondência. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
§ 3º Para os fins do disposto neste artigo, entende-se por: 2017)
I - dívida: o saldo devedor da operação de alienação fiduciária, § 4º Quando o devedor ou, se for o caso, o terceiro fiduciante,
na data do leilão, nele incluídos os juros convencionais, as penalida- o cessionário, o representante legal ou o procurador regularmente
des e os demais encargos contratuais; constituído encontrar-se em local ignorado, incerto ou inacessível, o
II - despesas: a soma das importâncias correspondentes aos fato será certificado pelo serventuário encarregado da diligência e
encargos e custas de intimação e as necessárias à realização do informado ao oficial de registro de imóveis, que, à vista da certidão,
público leilão, nestas compreendidas as relativas aos anúncios e à promoverá a intimação por edital publicado pelo período mínimo
comissão do leiloeiro. de 3 (três) dias em jornal de maior circulação local ou em jornal de
comarca de fácil acesso, se o local não dispuser de imprensa diária,
§ 4º Nos cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no leilão, contado o prazo para purgação da mora da data da última publica-
o credor entregará ao devedor a importância que sobejar, conside- ção do edital. (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
rando-se nela compreendido o valor da indenização de benfeitorias,
depois de deduzidos os valores da dívida e das despesas e encargos § 4º-A É responsabilidade do devedor e, se for o caso, do tercei-
de que tratam os §§ 2º e 3º, fato esse que importará em recíproca ro fiduciante informar ao credor fiduciário sobre a alteração de seu
quitação, não se aplicando o disposto na parte final do art. 516 do domicílio. (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023)
Código Civil.
§ 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual § 4º-B Presume-se que o devedor e, se for o caso, o terceiro
ou superior ao valor referido no § 2º, considerar-se-á extinta a dívi- fiduciante encontram-se em lugar ignorado quando não forem en-
da e exonerado o credor da obrigação de que trata o § 4º. contrados no local do imóvel dado em garantia nem no endereço
§ 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor, que tenham fornecido por último, observado que, na hipótese de o
no prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, dará ao devedor ter fornecido contato eletrônico no contrato, é imprescin-
devedor quitação da dívida, mediante termo próprio. dível o envio da intimação por essa via com, no mínimo, 15 (quinze)
§ 7º Se o imóvel estiver locado, a locação poderá ser denun- dias de antecedência da realização de intimação edilícia. (Incluído
ciada com o prazo de trinta dias para desocupação, salvo se tiver pela Lei nº 14.711, de 2023)
havido aquiescência por escrito do fiduciário, devendo a denúncia § 4º-C Para fins do disposto no § 4º deste artigo, considera-se
ser realizada no prazo de noventa dias a contar da data da consoli- lugar inacessível: (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023)
dação da propriedade no fiduciário, devendo essa condição constar I - aquele em que o funcionário responsável pelo recebimento
expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se de correspondência se recuse a atender a pessoa encarregada pela
das demais por sua apresentação gráfica. intimação; ou (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023)
§ 8º Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos, ta- II - aquele em que não haja funcionário responsável pelo recebi-
xas, contribuições condominiais e quaisquer outros encargos que mento de correspondência para atender a pessoa encarregada pela
recaiam ou venham a recair sobre o imóvel, cuja posse tenha sido intimação. (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023)
transferida para o fiduciário, nos termos deste artigo, até a data em § 5º Purgada a mora no Registro de Imóveis, convalescerá o
que o fiduciário vier a ser imitido na posse. contrato de alienação fiduciária.
§ 3º A intimação será feita pessoalmente ao devedor e, se for o § 6º O oficial do Registro de Imóveis, nos três dias seguintes à
caso, ao terceiro fiduciante, que por esse ato serão cientificados de purgação da mora, entregará ao fiduciário as importâncias recebi-
que, se a mora não for purgada no prazo legal, a propriedade será das, deduzidas as despesas de cobrança e de intimação.
consolidada no patrimônio do credor e o imóvel será levado a leilão
Editora
178
178
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 7o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação da 1. Características do título de crédito


mora, o oficial do competente Registro de Imóveis, certificando esse - Negociabilidade: facilidade com que o crédito pode circular.
fato, promoverá a averbação, na matrícula do imóvel, da consoli- Quando alguém emite um título de crédito, não está fazendo uma
dação da propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do promessa de pagamento dirigida exclusivamente ao beneficiário
pagamento por este, do imposto de transmissão inter vivos e, se for original, mas para pessoa indeterminada que, na data do vencimen-
o caso, do laudêmio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) to, esteja com a posse do título.
- Executividade: os títulos gozam de maior eficiência em sua
§ 8o O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar seu cobrança. São títulos executivos extrajudiciais de acordo com o art.
direito eventual ao imóvel em pagamento da dívida, dispensados 784, I, do NCPC: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
os procedimentos previstos no art. 27. (Incluído pela Lei nº 10.931, debênture e o cheque. Basta, pois, sua apresentação em Juízo para
de 2004) que se dê início ao processo de execução (cobrança), ficando dis-
pensada a prévia ação de conhecimento.
Art. 28. A cessão do crédito objeto da alienação fiduciária im- - Cartularidade: de acordo com o princípio da cartularidade, a
plicará a transferência, ao cessionário, de todos os direitos e obriga- execução somente poderá ser ajuizada se acompanhada do título
ções inerentes à propriedade fiduciária em garantia. de crédito original. As únicas defesas possíveis do executado (deve-
dor) serão aquelas fundadas em defeito de forma do título ou falta
Art. 29. O fiduciante, com anuência expressa do fiduciário, po- de requisito necessário ao exercício da ação.
derá transmitir os direitos de que seja titular sobre o imóvel objeto 2. Classificação dos Títulos de Crédito
da alienação fiduciária em garantia, assumindo o adquirente as res-
pectivas obrigações. a) Quanto ao modelo: podem ser vinculados ou livres.
- Vinculados: devem atender a um padrão específico, definido
Art. 30. É assegurada ao fiduciário, ao seu cessionário ou aos por lei, para a criação do título. Exemplo: cheque.
seus sucessores, inclusive ao adquirente do imóvel por força do lei- - Livres: são os títulos que não exigem um padrão obrigatório
lão público de que tratam os arts. 26-A, 27 e 27-A, a reintegração de emissão, basta que conste os requisitos mínimos exigidos por lei.
na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para deso- Exemplo: letra de câmbio e nota promissória.
cupação no prazo de 60 (sessenta) dias, desde que comprovada a
consolidação da propriedade em seu nome, na forma prevista no b) Quanto à estrutura: podem ser ordem de pagamento ou
art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023) promessa de pagamento.
- Ordem de pagamento: por esta estrutura o saque cambial
Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida fi- dá origem a três situações distintas: sacador ou emitente, que dá a
cará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na propriedade fi- ordem para que outra pessoa pague; sacado, que recebe a ordem
duciária. e deve cumpri-la; e o beneficiário, que recebe o valor descrito no
Parágrafo único. Nos casos de transferência de financiamento título. Exemplo: letra de câmbio, cheque.
para outra instituição financeira, o pagamento da dívida à institui- - Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurí-
ção credora original poderá ser feito, a favor do mutuário, pela nova dicas: promitente, que deve, e beneficiário, o credor que receberá a
instituição credora. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) dívida do promitente. Exemplo: nota promissória.

c) Quanto à natureza: podem ser títulos causais ou abstratos.


TÍTULOS DE CRÉDITO - NOTA PROMISSÓRIA, DUPLICATA, - Títulos causais: são aqueles que guardam vínculo com a causa
CHEQUE que lhes deu origem, constando expressamente no título a obriga-
ção pelo qual o título foi assumido, sendo assim, só poderão ser
emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu como uma possível causa
Os títulos de crédito são documentos representativos de obri-
para o mesmo. Podem circular por endosso. Exemplo: duplicatas.
gações pecuniárias, não se confundindo com a obrigação, mas sim,
- Títulos abstratos: são aqueles que não mencionam a relação
a representando. Digamos que o título de crédito é, antes de tudo,
que lhes deu origem, podendo ser criados por qualquer motivo.
um documento, no qual se materializa e se incorpora a promessa
Exemplo: letra de câmbio, cheque.
da prestação futura a ser realizada pelo devedor, em pagamento da
prestação atual realizada pelo credor. Nem todo documento será
3. Constituição do Título de Crédito
título de crédito; mas, todo título de crédito é, antes de tudo, um
documento, no qual se consigna a prestação futura prometida pelo
a) Saque: Este instituto somente será encontrado pela emissão
devedor.
de letras de câmbio, já que estas são ordens de pagamento que, por
Não adentrando em maiores discussões doutrinárias basica-
meio do saque, criam três situações jurídicas distintas, sendo estas:
mente são divididos os principais títulos de crédito em: letra de
- a figura do sacador, o qual dá a ordem de pagamento e que
câmbio; nota promissória; cheque; duplicata comercial; duplicada
determina a quantia que deve ser paga;
de serviços; conhecimento de depósito; warrant; letra hipotecária;
- a figura do sacado, àquele para quem a ordem é dirigida, o
cédula rural pignoratícia; ações de sociedade por ações; debênture;
qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabeleci-
dentre outros.
das; e, por último,
- o tomador (beneficiário), credor da quantia mencionada no
título.

Editora
179
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O saque, portanto, é o ato de criação, ou seja, da emissão da - endossante ou endossador: quem garante o pagamento do
letra de câmbio. Após esse ato, o tomador pode procurar o sacado título transferido por endosso;
para receber do mesmo a quantia devida. Sendo que não tem por - endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa
única função emitir o título, mas também visa vincular o sacador transferência a letra de câmbio.
ao pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado não
pague a dívida ao tomador, este último poderá cobrá-la do próprio O endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao
sacador, que é o próprio devedor do título. pagamento do crédito descrito na cártula caso o sacado e sacador
não efetuem o pagamento. Portanto, se o devedor entregar a seu
b) Aceite: É por meio deste que o sacado se compromete ao credor um título, por mera tradição e sem endosso, não estará vin-
pagamento do título ao beneficiário, na data do vencimento. Para culado ao pagamento deste crédito caso as outras partes se tornem
que seja válido este aceite deverá conter o nome e assinatura do inadimplentes.
aceitante. Importante frisar que, se este aceite se der no verso do
título, deverá acompanhar a palavra “aceito” ou “aceitamos”, para Poderá o endosso se apresentar:
que não se confunda com endosso; mas se no anverso do título, - em preto: quando na própria letra traz a indicação do endos-
bastará a assinatura do aceitante. satário do crédito. Também conhecido por endosso nominal.
O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá - em branco: quando apenas constar a assinatura do endossan-
ser falido. Se este vier a falecer poderá o inventariante proceder o te, sem qualquer indicação de quem seja o endossatário. Deverá
aceite em nome dos sucessores daquele. este ser feito sempre no verso do título e se tornará um título ao
Havendo endossantes neste título, deverão estes responder portador.
como devedores cambiários solidários e, assim sendo, deverão pa-
gar o que estabelece o título ao beneficiário, caso o sacado não o Classificações doutrinárias de endosso:
aceite. O aceite é irretratável, ou seja, desde que produzido o saca- - Endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titulari-
do não poderá se eximir do pagamento da letra. dade do crédito como também o exercício de seus direitos.
- Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não trans-
Prazo de respiro: é o prazo de um dia dado em virtude da pri- fere a titularidade do crédito, mas tão somente o exercício de seus
meira apresentação do título para aceite do sacado. De acordo com direitos. Este se subdivide em:
o art. 24, do anexo I, da Lei Uniforme da Letra de Câmbio: “o sacado - Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que o
pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia endossatário aja como representante do endossante, podendo
seguinte ao da primeira apresentação”. exercer os direitos inerentes ao título.
As letras com data certa para vencimento ou à vista dispensam - Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera garantia
a apresentação para aceite, porque vencem no momento em que ao endossatário de uma dívida do endossante para com ele. Deve
são apresentadas, devendo ser feita em 1 (um) ano. sempre conter a cláusula: “valor em garantia” ou “valor em pe-
Será considerada a falta de aceite quando o sacado não for en- nhor”. Tendo, portanto, o endossante cumprido a obrigação para a
contrado, estiver muito enfermo, não podendo, ao menos, expres- qual se destinou a garantia, poderá rever o título de crédito.
sar-se, ou quando nega o aceite ao título expressamente. Diante
da recusa do aceite, o beneficiário deverá, a fim de receber o valor d) Cessão Civil: é a transferência de um título de crédito por
representado pelo título, protestá-lo no primeiro dia útil seguinte, meio diverso ao do endosso.
já que esta recusa acarreta o vencimento antecipado do título. Po-
dendo o tomador perder o direito, se não protestar neste prazo, de
Diferenças de Endosso e Cessão Civil:
acionar os demais coobrigados cambiários. Sendo assim, verifica-se
- Endosso: ato unilateral que só será admitido mediante assina-
que o protesto pressupõe a ausência do aceite.
tura e declaração contidas no título. Confere direitos autôno-
O aceite deverá ser puro e simples, não podendo ser condicio-
mos ao endossatário (direitos novos) e não poderá ser parcial.
nado, e poderá ser limitado de acordo com que o aceitante se obri-
- Cessão Civil: ato bilateral, por meio de um negócio jurídico;
gar nos termos do mesmo. A lei permite que o sacador estabeleça
pode ser feita da mesma forma que qualquer outro contrato;
uma cláusula de proibição de aceitação do aceite, tornando a letra
confere os direitos derivados de quem o cedeu e poderá ser
inaceitável. Com isso, deverá o beneficiário esperar até a data do
parcial.
vencimento do título para apresentá-lo ao sacado, que só então, se
recusá-lo, poderá voltar-se ao sacador. Se, entretanto, antes da data
e) Aval: Disciplina o art. 30 da Lei Uniforme da Letra de Câm-
do vencimento o sacado aceitar o título, ele será válido.
bio, “o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de
Essa cláusula não será permitida quando a letra for sacada a
pagar soma determinada, pode ser garantido por aval”. Com isso,
certo termo da vista, pois quando isso ocorre o prazo do vencimen-
estabelece-se que aval é a garantia cambial, pela qual terceiro (ava-
to só corre a partir da data do aceite.
lista) firma para com o avalizado, se responsabilizando pelo cumpri-
mento do pagamento do título, se este último não o fizer.
c) Endosso: É a forma pela qual se transfere o direito de receber
o valor que consta no título através da tradição da própria cártula.
Poderá o aval se apresentar:
De acordo com o art. 893 do Código Civil: “a transferência do
- em preto: indica o avalizado nominalmente;
título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes”
- em branco: não indica expressamente o avalizado, conside-
e, por assim dizer, entende-se que não só a propriedade da letra
rando, por conseguinte, o sacador como o mesmo.
que se transfere, como também a garantia de seu adimplemento.
Figuram dois sujeitos no endosso:
Editora
180
180
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei soa (sacado) o pagamento de uma soma, a nota promissória é uma
Uniforme. promessa de pagamento feita pelo próprio devedor que se obriga,
dentro de certo prazo, ao pagamento de uma soma pré-fixada. Pas-
O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em sa a ser um título de crédito desde a sua emissão feita pelo devedor
contratos cíveis e não sob títulos de crédito, como a primeira. e o seu possuidor ou portador poderá, logo após o vencimento, não
Conceitua-se a fiança como um contrato acessório pelo qual a sendo paga, propor ação executiva para recebê-la.
pessoa garante ao credor satisfazer a obrigação assumida pelo de- Por se tratar de um título autônomo que independe da inda-
vedor caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação do avalista gação da causa que motivou a obrigação. “Nota promissória regu-
é autônoma, independente da do avalizado. A fiança produz mais larmente emitida e avalizada, mesmo originária de um contrato
efeitos que o aval, uma vez que a posição do fiador adquire carac- particular, - decidiu o Tribunal - pode circular. Uma vez endossada,
terísticas de principal. representa dívida autônoma, com causa legítima” (in RT 659/150).
Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefí- Em conclusão: nota promissória é uma promessa direta que o
cio de ordem, benefício este inexistente para o avalista. devedor faz ao credor, pois ela é emitida pelo devedor. Já a letra de
câmbio é emitida por uma pessoa que dá uma ordem ao seu deve-
4. Exigibilidade do Título de Crédito dor (sacado) para pagar certa quantia a um terceiro. Quando a nota
promissória é emitida, intervêm, necessariamente, duas pessoas:
a) Vencimento o emitente que é o devedor, e o beneficiário, que é o credor. Além
O vencimento do título ocorrerá, ordinariamente, com o térmi- delas, podem aparecer outras pessoas, como o “avalista”, que se
no normal do prazo, sob as seguintes formas elencadas pelo art. 6° obriga com o emitente, solidariamente, ao pagamento do título e o
do Decreto. 2.044/1908: “endossatário”, ou terceiro, em cujas mãos passa o título quando o
a) à vista; credor o aliena.
b) a dia certo;
c) a tempo certo da data; São requisitos essenciais da nota promissória:
d) a tempo certo da vista. 1. a denominação nota promissória;
2. a importância por extenso a ser paga;
Ou, também, extraordinariamente, quando se dá pela interrup- 3. o nome da pessoa a quem deve ser paga;
ção do prazo por fato imprevisto e anormal, elencados no art. 19 da 4. a assinatura de próprio punho do emitente (devedor) ou do
mesma norma em questão. mandatário especial. “Se a cambial foi emitida por procuração, ob-
a) falta ou recusa de aceite; servados os poderes outorgados, é considerada válida (Súmula 6
b) falência do aceitante. deste Tribunal)” (in RT 652/151).
Esses requisitos devem ser lançados por extenso no seu con-
b) Pagamento texto, como acontece com a letra de câmbio; a assinatura do deve-
É através do pagamento que se tem por extinta uma, algumas dor deve ficar do lado direito e no final; o nome do credor deve apa-
ou todas as obrigações declaradas no título de crédito. Pode-se di- recer logo após a expressão “nota promissória” situada no centro
zer, com isso, que o pagamento pode extinguir: do título. A nota promissória não pode ser emitida ao portador. Um
- algumas obrigações: se o pagamento é efetuado pelo coobri- de seus requisitos essenciais é que ela contenha o nome do credor.
gado ou pelo avalista do aceitante, extingue-se a própria obrigação “A nota promissória ao portador não constitui, per se, título de dívi-
de quem pagou e também a dos posteriores coobrigados; da líquida e certa - decidiu certa vez o Tribunal - podendo, quando
- todas obrigações: se o pagamento é realizado pelo aceitante muito, auxiliar a prova da obrigação assumida pelo signatário para
do título. com o autor, cobrável pela via ordinária, e não pela executiva” (in
RT 598/213).
c) Protesto Atualmente, a ação própria para a cobrança via ordinária é a
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a “ação monitória”. Entretanto, nada impede que se emita a nota pro-
pagamento e que nenhuma dessas providências foram atendidas, missória em branco, que poderá circular livremente. Somente no
pelo sacado ou aceitante. momento de ser apresentada em juízo, ou no Cartório de Protesto
O protesto será levado a efeito por: deve ser colocado o nome do credor. O Tribunal já decidiu que não
- falta ou recusa do aceite; enseja execução o título incompleto, “por lhe faltar um requisito de
- falta ou recusa do pagamento; forma” (in RT 591/220).
- falta da devolução do título. “Se o credor não exercitar os poderes que lhe são conferidos no
mandato tácito contido na emissão da nota promissória em branco,
5. Dos Títulos de Crédito deixando de complementá-la até o momento de sua cobrança, não
se reconhece ao título a natureza cambial, tornando nula a execu-
A) Nota promissória: A Nota Promissória é um título de crédi- ção nele embasada” (in RT 588/210). O pagamento da promissória
to no qual uma pessoa- sacador, emitente ou subscritor (obrigado será feito no tempo indicado no próprio título. Se não se determina
principal) firma, por escrito, uma promessa de pagamento para ou- o prazo para pagamento, entende-se que se trata de promissória à
tra, beneficiário ou sacado, constante do documento, ou a sua or- vista.
dem, uma quantia em dinheiro. Está sujeita às mesmas normas apli-
cadas à letra de câmbio, com exceções previstas na Lei Uniforme. A nota promissória pode ser passada:
Enquanto a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, porque 1. à vista;
através dela o signatário (sacador) do título requisita a uma pes- 2. em dia certo;
Editora
181
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

3. a tempo certo da data da emissão; neste caso, a data da emissão tem relevância.

Pelo art. 77 da Lei Uniforme, são aplicáveis à nota promissória todas as disposições da letra de câmbio, evidentemente no que não
lhe contrariem a natureza. Vale, assim, tudo o que for válido à letra de cambia aplica-se, mutatis mutantis, à nota promissória, no que diz
respeito a endosso, aval, vencimento, pagamento, protesto, execução, etc. Exceto no que se refere ao aceite, pois na promissória não se
utiliza deste instituto, pela simples razão de que o próprio emitente da promissória equipara-se ao aceitante da letra de câmbio. É por
isso que a nota promissória é um título de crédito desde o seu nascedouro. A prescrição é de três anos do credor contra o emitente e o
respectivo avalista e, de um ano, a ação do portador contra o endossante.

B) Duplicata : A duplicata, título príncipe do direito brasileiro, como assim se refere o doutrinador Tullio Ascarelli, é um título de cré-
dito emitido pelo fornecedor de mercadoria ou serviço, correspondente a uma fatura de venda mercantil a prazo (da qual é cópia), e que,
aceito pelo comprador, é em geral descontado num banco, que efetua sua cobrança.
No sentido etimológico, duplicata significa cópia, traslado, reprodução. Contudo, o termo “duplicata” não pode ser interpretado ao pé
da letra, como cópia ou documento duplicado de outro, mas sim como título emitido com base em crédito decorrente da venda de merca-
doria ou prestação de serviços. Existe uma corrente que defende que se pode dizer que a duplicata já existia desde o Código Comercial de
1850. Era imposto aos comerciantes a emissão de fatura. Era a fatura-duplicata, a relação por escrito das mercadorias entregue.
Em 1908, a parte que disciplinava essa matéria foi revogada pelo Decreto nº 2.044 e, mais adiante, veio a ser tratada novamente por
vários decretos e leis. Atualmente, a emissão de duplicatas é disciplinada pela lei 5.474/68. Trata-se de título de crédito causal, que se
transmite por endosso, garante-se por aval e cobra-se por ação cambial. Assim, por estar também submetida aos institutos do endosso,
aceite e aval, aplicam-se subsidiariamente, à duplicata as regras da letra de câmbio. O empresário que quer emitir duplicatas é obrigado a
ter e escriturar o Livro de registro de Duplicatas, que deve ser conservado no seu próprio estabelecimento.
A duplicata caracteriza-se como um instrumento de saque do vendedor de mercadorias pela importância faturada ao comprador.
Trata-se assim, de ordem de pagamento, assemelhando-se à letra de câmbio. Distingue-se desta porque, enquanto a letra é título abstrato
(pode ser sacada em qualquer situação, de acordo com a vontade do emitente), a duplicata é título causal que, para ser regular, deve ter
sido emitida sob o lastro de uma venda de mercadorias ou prestação de serviços, ou seja, embasada em fatura, que é a relação de mer-
cadorias vendidas, discriminadas por sua natureza, quantidade e preço, ou relação de serviços, também discriminados de acordo com a
respectiva qualidade, natureza e preço.
É um título padronizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), através da resolução n. 102, e por isso deve conter:
I - A denominação “duplicata”;
II - A data de emissão;
III - O número de ordem;
IV - O número da fatura da qual foi extraída;
V - A data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
VI - O nome e o domicilio do vendedor e do comprador;
VII - A importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VIII - A cláusula à ordem (a cláusula “não à ordem” somente pode ser inserida no título por endossante, e, como o vendedor saca a
seu favor, ele, necessariamente, é o primeiro endossante do título);

Editora
182
182
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IX - A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial
(o comprador deve ser identificado com nome, domicílio e documento: RG, CPF etc.);
X - A assinatura do emitente (seguindo a indicação de seu nome e domicílio).
A duplicata não pode compreender a mais de uma fatura e não pode ser emitida a certo termo de vista, nem a certo termo de data,
uma vez que deve conter a data certa de vencimento.

Aceite e Pagamento
Para que ocorra o aceite, a duplicata deverá ser enviada ao sacado na praça ou no lugar de seu estabelecimento, diretamente pelo
vendedor ou por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da
data da sua emissão (art 6º da Lei 5.474/68). No caso de remessa por intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores
ou correspondentes, estes deverão apresentar o título ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na
praça de pagamento. Se não for à vista, o comprador terá, no máximo, 10 (dez) dias para devolver o título ao apresentante, contados da
data de apresentação, devendo a duplicata estar devidamente assinada ou acompanhada de declarações, por escrito, das razões da falta
de aceite (art. 7º da Lei 5.474/68).
A duplicata é um título de aceite obrigatório, ou seja, o sacado, em regra, está obrigado a aceitar a ordem do título. Ele somente po-
derá negar o aceite da duplicata por motivo de:
I. Avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
II. Vícios, defeitos e diferença na qualidade ou na quantidade das mercadorias devidamente comprovados;
III. Divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mercantil pode ser discriminado em três categorias:
I. Aceite ordinário – Resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado do título de crédito.
II. Aceite por comunicação – resulta da detenção da duplicata mercantil pelo comprador autorizado por eventual instituição financeira
cobradora, com a comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite.
III. Aceite por presunção – Resulta do recebimento das mercadoria pelo comprador, desde que não tenha havido causa legal motiva-
dora de recusa, com ou sem devolução do título ao vendedor.
A prova do pagamento da duplicata é o recibo passado pelo legítimo portador, ou por seu representante com poderes especiais, no
verso do próprio título ou em documento separado com referência expressa à duplicata. Também se presume resgatada a duplicata com
a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina à amortização ou
liquidação da duplicata nele mencionada.

Aval
De acordo com o art. 12 da Lei 5.474/68, o pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado
àquele cujo nome indicar, caso não haja indicação, este será equiparado àquele cuja firma estiver aposta acima da sua, fora desses casos,
ao comprador.

Protesto
Poder-se-á efetuar o protesto de uma duplicata na praça de pagamento constante do título pelas seguintes razões:
I - Falta de aceite;
II - Falta de devolução do título pelo comprador;
III -Falta de pagamento.
O fato de não ter sido protestado o título por falta de aceite ou de devolução não elide a possibilidade de protesto por falta de paga-
mento (art. 13, § 2º, da Lei n. 5.474/68). Como nas cambiais, a consequência da falta de protesto dentro do prazo legal (30 dias contados
da data do seu vencimento) é a mesma, qual seja, a perda do direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas do título
(art. 13, § 4º).

Triplicata
A triplicata nada mais é do que uma cópia da duplicata que foi perdida ou extraviada, possuindo os mesmos efeitos, requisitos e for-
malidades da duplicata que substitui (art. 23). Geralmente é emitida uma triplicata quando o comprador retém a duplicata original.

Cobrança
A duplicata aceita expressamente, como é título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores forma-
lidades. Basta a apresentação do título.
No entanto, a execução da duplicata aceita por presunção segue regra diferente. Além da apresentação do título, são necessários o
protesto (mesmo que a execução se dirija contra o devedor principal) e o comprovante de entrega das mercadorias. Essa sistemática está
prevista no art. 15 da lei das duplicatas:
Art. 15. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos
extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar:
l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;
II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
Editora
183
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a) haja sido protestada;


b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta
Lei.

Prescrição
Nos termos do art. 18 da Lei n. 5.474/68, a pretensão à execução da duplicata prescreve: I- Em 3 anos, contados da data do vencimen-
to do título, contra o sacado e respectivos avalistas; II- Em 1 ano, contando da data do protesto, contra os endossantes e respectivos avalis-
tas; III- Em 1 ano, contando da data em que haja sido efetuado o pagamento do título, de qualquer dos coobrigados, uns contra os outros.

Duplicata De Serviços
As empresas individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, bem como os profissionais liberais e aqueles que prestam servi-
ços de natureza eventual, poderão, também, emitir fatura e duplicata (art. 20). Na fatura será discriminada a natureza dos serviços pres-
tados, bem como a soma correspondente ao preço desses serviços (art. 20, § 1º). Nesse caso, o sacado poderá negar aceite ao título se:
I- Os serviços prestados não corresponderem efetivamente aos contratados; II- Forem comprovados vícios ou defeitos na qualidade dos
serviços prestados; III- Houver divergência quanto aos prazos e preços ajustados.

Duplicata Simulada
Nos termos do art. 172 do Código Penal, caracteriza crime de duplicata simulada a conduta de “emitir fatura, duplicata ou nota de ven-
da que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou serviço prestado”. A pena é de detenção, de dois a quatro
anos e multa. Nas vendas a prazo, com a emissão da nota e da fatura, é possível que o vendedor emita uma duplicata que, por se tratar de
título de crédito, pode ser colocada em circulação. Assim, vendedor pode descontar antecipadamente o valor nela contido com terceira
pessoa (instituições financeiras na maioria das vezes), e esta, por ocasião do vencimento, receber do comprador a quantia respectiva. Se a
duplicata, fatura ou nota de venda for emitida sem que corresponda a uma efetiva venda ou serviço prestado, poderá gerar prejuízo para
quem a descontar. Isso porque, na data do vencimento da duplicata, é evidente que a pessoa que constar no título como adquirente da
mercadoria se negará a pagar o seu valor, já que, na realidade, nada adquiriu. Por isso, o legislador incrimina a simples conduta de “emitir”,
ainda que disso não advenha efetivo prejuízo para terceiros. Trata-se de crime formal, que se consuma com a simples emissão da duplicata,
fatura ou nota fiscal.

Editora
184
184
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

C) Documentos comerciais Art. 19. A nota fiscal conterá, nos quadros e campos próprios,
observada a disposição gráfica dos modelos 1 e 1-A, as seguintes
Os documentos comerciais deverão ser fornecidos sempre que indicações:
ocorrer o fornecimento de um bem ou prestação de serviços, ainda I - no quadro “EMITENTE”:
que a saída ou a prestação do serviço esteja isenta ou imune do a) o nome ou razão social;
pagamento de impostos. b) o endereço;
Para fins de lançamento do imposto, os contribuintes do ICMS c) o bairro ou distrito;
são obrigados a utilizar os documentos fiscais instituídos pela legis- d) o Município;
lação tributária vigente, quando da ocorrência dos fatos geradores e) a unidade da Federação;
do imposto. f) o telefone e/ou fax;
Apesar da obrigatoriedade da emissão do documento fiscal ser g) o Código de Endereçamento Postal;
do vendedor da mercadoria, os clientes, ou seja, aqueles a quem h) o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do
as mercadorias estão destinadas, também são corresponsáveis pela Ministério da Fazenda;
sua emissão, pois de acordo com o Art. 148 do Regulamento do i) a natureza da operação de que decorrer a saída ou a entrada,
ICMS, sempre que for obrigatória a emissão de documentos fiscais, tais como: venda, compra, transferência, devolução, importação,
aqueles a quem se destinarem essas mercadorias são obrigados a consignação, remessa (para fins de demonstração, de industrializa-
exigir tais documentos dos que devam emiti-los, contendo todos os ção ou outra);
requisitos legais. j) o Código Fiscal de Operações e Prestações - CFOP;
l) o número de inscrição estadual do substituto tributário na
unidade da Federação em favor da qual é retido o imposto, quando
Observação: É importante enfatizar que a correta emissão
for o caso;
da nota fiscal ou cupom fiscal assegura:
m) o número de inscrição estadual;
1 – Que o ICMS, imposto embutido no preço da mercadoria
n) a denominação “NOTA FISCAL”;
e pago pelo adquirente, seja recolhido aos cofres públicos;
o) a indicação da operação, se de entrada ou de saída;
2 – A certeza, para o adquirente do bem (cidadão, empresa,
p) o número de ordem da nota fiscal e, imediatamente abaixo,
ou poder público), de que a sua compra está corretamente
a expressão SÉRIE, acompanhada do número correspondente, se
formalizada em um documento que lhe assegura todos os
adotada nos termos do inciso I do art. 11;
direitos.
q) o número e destinação da via da nota fiscal;
r) a data-limite para emissão da nota fiscal ou a indicação
Nota fiscal
“00.00.00”, quando o Estado não fizer uso da prerrogativa prevista
A nota fiscal é um documento fiscal que tem por fim o registro
no § 2º do artigo 16, deste Convênio;
de uma transferência de propriedade sobre um bem ou uma ativi-
s) a data de emissão da nota fiscal;
dade comercial prestada por uma empresa a uma pessoa física ou
t) a data da efetiva saída ou entrada da mercadoria no estabe-
outra empresa. Nas situações em que a nota fiscal registra trans-
lecimento;
ferência de valor monetário entre as partes, a nota fiscal também
u) a hora da efetiva saída da mercadoria do estabelecimento;
destina-se ao recolhimento de impostos e a não utilização caracte-
II - no quadro “DESTINATÁRIO/REMETENTE”:
riza sonegação fiscal. Entretanto, as notas fiscais podem também
a) o nome ou razão social;
ser utilizadas em contextos mais amplos como na regularização de
b) o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes ou
doações, transporte de bens, empréstimos de bens, ou prestação
no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda;
de serviços sem benefício financeiro à empresa emissora. Uma nota
c) o endereço;
fiscal também pode cancelar a validade de outra nota fiscal, como
d) o bairro ou distrito;
por exemplo na devolução de produtos industrializados, outros can-
e) o Código de Endereçamento Postal;
celamentos ou cancelamento de contratos de serviços e produtos.
f) o Município;
g) o telefone e/ou fax;
O Convênio S/Nº, de 15 de dezembro de 1970, que cria o Siste-
h) a unidade da Federação;
ma Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais, traz em
i) o número de inscrição estadual;
seus artigos as principais características que devem conter a nota
III - no quadro “FATURA”, se adotado pelo emitente, as indica-
fiscal, vejamos:
ções previstas na legislação pertinente;
IV - no quadro “DADOS DO PRODUTO”:
(...)
a) o código adotado pelo estabelecimento para identificação
SEÇÃO II
do produto;
DA NOTA FISCAL
b) a descrição dos produtos, compreendendo: nome, marca,
tipo, modelo, série, espécie, qualidade e demais elementos que
Art. 18. Os estabelecimentos, excetuados os de produtores
permitam sua perfeita identificação;
agropecuários, emitirão Nota Fiscal:
c) o código estabelecido na Nomenclatura Comum do Merco-
I - sempre que promoverem a saída de mercadorias;
sul/Sistema Harmonizado - NCM/SH, nas operações realizadas por
II - na transmissão da propriedade das mercadorias, quando
estabelecimento industrial ou a ele equiparado, nos termos da le-
estas não devam transitar pelo estabelecimento transmitente.
gislação federal, e nas operações de comércio exterior;
III - sempre que, no estabelecimento, entrarem bens ou merca-
d) o Código de Situação Tributária - CST;
dorias, real ou simbolicamente, nas hipóteses do artigo 54.
Editora
185
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e) a unidade de medida utilizada para a quantificação dos pro- IX - no comprovante de entrega dos produtos, que deverá inte-
dutos; grar apenas a 1ª via da nota fiscal, na forma de canhoto destacável:
f) a quantidade dos produtos; a) a declaração de recebimento dos produtos;
g) o valor unitário dos produtos; b) a data do recebimento dos produtos;
h) o valor total dos produtos; c) a identificação e assinatura do recebedor dos produtos;
i) a alíquota do ICMS; d) a expressão “NOTA FISCAL”;
j) a alíquota do IPI, quando for o caso; e) o número de ordem da nota fiscal.
l) o valor do IPI, quando for o caso; 28,0 cm e 28,0 x 21,0 cm para os modelos 1 e 1-A, respecti-
V - no quadro “CÁLCULO DO IMPOSTO”: vamente, e suas vias não poderão ser impressas em papel jornal,
a) a base de cálculo total do ICMS; observado o seguinte:
b) o valor do ICMS incidente na operação; 1. os quadros terão largura mínima de 20,3 cm, exceto os qua-
c) a base de cálculo aplicada para a determinação do valor do dros:
ICMS retido por substituição tributária, quando for o caso; a) “DESTINATÁRIO/REMETENTE”, que terá largura mínima de
d) o valor do ICMS retido por substituição tributária, quando 17,2 cm;
for o caso; b) “DADOS ADICIONAIS”, no modelo 1-A;
e) o valor total dos produtos; 2. o campo “RESERVADO AO FISCO” terá tamanho mínimo de
f) o valor do frete; 8,0 cm x 3,0 cm em qualquer sentido;
g) o valor do seguro; 3. os campos “CGC”, “INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBSTITUTO
h) o valor de outras despesas acessórias; TRIBUTÁRIO”, “INSCRIÇÃO ESTADUAL”, do quadro “EMITENTE”, e os
i) o valor total do IPI, quando for o caso; campos “CGC/CPF” e “INSCRIÇÃO ESTADUAL”, do quadro “DESTINA-
j) o valor total da nota; TÁRIO/REMETENTE”, terão largura mínima de 4,4 cm.
VI - no quadro “TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTA-
DOS”: 1. das alíneas “a” a “h”, “m”, “n”, “p”, “q” e “r” do inciso I, de-
a) o nome ou razão social do transportador e a expressão “AU- vendo as indicações das alíneas “a”, “h” e “m” ser impressas, no
TÔNOMO”, se for o caso; mínimo, em corpo “8”, não condensado;
b) a condição de pagamento do frete: se por conta do emitente 2. do inciso VIII, devendo ser impressas, no mínimo, em corpo
ou do destinatário; “5”, não condensado;
c) a placa do veículo, no caso de transporte rodoviário, ou outro 3. das alíneas “d” e “e” do inciso IX.
elemento identificativo, nos demais casos; § 3º As indicações a que se refere as alíneas “a” a “h” e “m” do
d) a unidade da Federação de registro do veículo; inciso I, poderão ser dispensadas de impressão tipográfica, a juízo
e) o número de inscrição do transportador no Cadastro Geral do fisco estadual da localização do remetente, desde que a nota
de Contribuintes ou no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério fiscal seja fornecida e visada pela repartição fiscal, hipótese em que
da Fazenda; os dados a esta referentes serão inseridos no quadro “Emitente”,
f) o endereço do transportador; e a sua denominação será “Nota Fiscal Avulsa”, observado, ainda:
g) o Município do transportador; 1. o quadro “Destinatário/Remetente” será desdobrado em
h) a unidade da Federação do domicílio do transportador; quadros “Remetente” e “Destinatário”, com a inclusão de campos
i) o número de inscrição estadual do transportador, quando for destinados a identificar os códigos dos respectivos municípios;
o caso; 2. no quadro informações complementares, poderão ser inclu-
j) a quantidade de volumes transportados; ídos o código do Município do transportador e o valor do ICMS in-
l) a espécie dos volumes transportados; cidente sobre o frete.
m) a marca dos volumes transportados; § 4º Observados os requisitos da legislação pertinente, a nota
n) a numeração dos volumes transportados; fiscal poderá ser emitida por processamento eletrônico de dados,
o) o peso bruto dos volumes transportados; com:
p) o peso líquido dos volumes transportados; 1. as indicações das alíneas “b” a “h”, “m” e “p” do inciso I e da
VII - no quadro “DADOS ADICIONAIS”: alínea “e” do inciso IXimpressas por esse sistema;
a) no campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES” - outros da- 2. espaço em branco de até 5,0 cm na margem superior, na
dos de interesse do emitente, tais como: número do pedido, ven- hipótese de uso de impressora matricial.
dedor, emissor da nota fiscal, local de entrega, quando diverso do § 5º As indicações a que se referem a alínea “l” do inciso Ie as
endereço do destinatário nas hipóteses previstas na legislação, pro- alíneas “c” e “d” do inciso V, só serão prestadas quando o emitente
paganda, etc.; da nota fiscal for o substituto tributário.
b) no campo “RESERVADO AO FISCO” - indicações estabeleci- § 6º Nas operações de exportação o campo destinado ao Mu-
das pelo Fisco do Estado do emitente; nicípio, do quadro “DESTINATÁRIO/REMETENTE”, será preenchido
c) o número de controle do formulário, no caso de nota fiscal com a cidade e o país de destino.
emitida por processamento eletrônico de dados; A nota fiscal poderá servir como fatura, feita a inclusão dos
VIII - no rodapé ou na lateral direita da nota fiscal: o nome, o elementos necessários no quadro “FATURA”, caso em que a deno-
endereço e os números de inscrição, estadual e no Cadastro Geral minação prevista nas alíneas “n” do inciso I e “d” do inciso IX, passa
de Contribuintes do Ministério da Fazenda, do impressor da nota; a a ser Nota Fiscal-Fatura;
data e a quantidade da impressão; o número de ordem da primeira
e da última nota impressa e respectiva série, quando for o caso; e o
número da autorização para impressão de documentos fiscais;
Editora
186
186
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 9º Serão dispensadas as indicações do inciso IVse estas constarem de romaneio, que passará a constituir parte inseparável da nota
fiscal, desde que obedecidos os requisitos abaixo:
1. o romaneio deverá conter, no mínimo, as indicações das alíneas “a” a “e”, “h”, “m”, “p”, “q”, “s” e “t” do inciso I; “a” a “d”, “f”, “h” e
“i” do inciso II; “j” do inciso V; “a”, “c” a “h” do inciso VIe do inciso VIII;
2. a nota fiscal deverá conter as indicações do número e da data do romaneio e, este, do número e da data daquela.
§ 10. A indicação da alínea “a”, do inciso IV:
1. deverá ser efetuada com os dígitos correspondentes ao código de barras, se o contribuinte utilizar o referido código para o seu
controle interno;
2. poderá ser dispensada, a critério da unidade da Federação do emitente, hipótese em que a coluna “CÓDIGO PRODUTO”, no quadro
“DADOS DO PRODUTO” poderá ser suprimida.
§ 11. REVOGADO
§ 12. REVOGADO
§ 13. Os dados relativos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza serão inseridos, quando for o caso, entre os quadros “DADOS
DO PRODUTO” e “CÁLCULO DO IMPOSTO”, conforme legislação municipal, observado o disposto no item 4 do § 4º do artigo 7ºdo Convênio
s/nº, de 15 de dezembro de 1970.
§ 14. Caso o transportador seja o próprio remetente ou o destinatário, esta circunstância será indicada no campo “NOME/RAZÃO
SOCIAL”, do quadro “TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS”, com a expressão “Remetente” ou “Destinatário”, dispensadas as
indicações das alíneas “b” e “e” a “i” do inciso VI.
§ 15. Na nota fiscal emitida relativamente à saída de mercadorias em retorno ou em devolução deverão ser indicados, ainda, no cam-
po “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES”, o número, a data da emissão e o valor da operação do documento original.
§ 16. No campo “PLACA DO VEÍCULO” do quadro “TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS”, deverá ser indicada a placa do
veículo tracionado, quando se tratar de reboque ou semirreboque deste tipo de veículo, devendo a placa dos demais veículos tracionados,
quando houver, ser indicada no campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES”.
17. A aposição de carimbos nas notas fiscais, quando do trânsito da mercadoria, deve ser feita no verso das mesmas, salvo quando
forem carbonadas.
§ 18. Caso o campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES” não seja suficiente para conter as indicações exigidas, poderá ser utilizado,
excepcionalmente, o quadro “DADOS DO PRODUTO”, desde que não prejudique a sua clareza.
§ 19. É permitida a inclusão de operações enquadradas em diferentes códigos fiscais numa mesma nota fiscal, hipótese em que estes
serão indicados no campo “CFOP
§ 20. É permitida a indicação de informações complementares de interesse do emitente, impressas tipograficamente no verso da nota
fiscal, hipótese em que sempre será reservado espaço, com a dimensão mínima de 10 x15 cm, em qualquer sentido, para atendimento ao
disposto no § 17.
§ 21. O fisco poderá dispensar a inserção na Nota Fiscal, do canhoto destacável, comprovante da entrega da mercadoria, mediante
indicação na AIDF.
§ 22. A Nota Fiscal poderá ser impressa em tamanho inferior ao estatuído no § 1º,exclusivamente nos casos de emissão por proces-
samento eletrônico de dados, desde que as indicações a serem impressas quando da sua emissão sejam grafadas em, no máximo, 17
caracteres por polegada, sem prejuízo do disposto no § 2º.

§ 24. A critério da unidade da Federação, poderá ser exigida dos estabelecimentos gráficos, em complemento às indicações constantes
do inciso VIII, a impressão do código da repartição fiscal a que estiver vinculado o contribuinte.
§ 25. Em se tratando dos produtos classificados nos códigos 3003 e 3004 da Nomenclatura Brasileira de Mercadoria/Sistema Harmo-
nizado - NBM/SH, na descrição prevista na alínea “b” do inciso IV deste artigo, deverá ser indicado o número do lote de fabricação a que
a unidade pertencer, devendo a discriminação ser feita em função dos diferentes lotes de fabricação e respectivas quantidades e valores.
§ 26. A Nota Fiscal emitida por fabricante, importador ou distribuidor, relativamente à saída para estabelecimento atacadista ou
varejista, dos produtos classificados nos códigos 3002, 3003, 3004 e 3006.60 da Nomenclatura Brasileira de Mercadoria/Sistema Harmoni-
zado - NBM/SH, exceto se relativa às operações com produtos veterinários, homeopáticos ou amostras grátis, deverá conter, na descrição
prevista na alínea “b” do inciso IV deste artigo, a indicação do valor correspondente ao preço constante da tabela, sugerido pelo órgão
competente para venda a consumidor e, na falta deste preço, o valor correspondente ao preço máximo de venda a consumidor sugerido
ao público pelo estabelecimento industrial.
§ 27. Nas operações não alcançadas pelo disposto na alínea “c” do inciso IV do caput deste artigo, será obrigatória somente a indicação
do correspondente capítulo da Nomenclatura Comum do Mercosul/Sistema Harmonizado - NCM/SH. (Acrescido o § 28 ao art. 19 pelo
Ajuste SINIEF 01/14, efeitos a partir de 01.05.14).
§ 28. Tratando-se de destinatário não contribuinte do imposto, a entrega da mercadoria em local situado na mesma unidade federada
de destino poderá ser efetuada em qualquer de seus domicílios ou em domicílio de outra pessoa, desde que esta também não seja con-
tribuinte do imposto e o local da efetiva entrega esteja expressamente indicado no documento fiscal relativo à operação (Acrescido o § 29
ao art. 19 pelo Ajuste SINIEF 01/14, efeitos a partir de 01.05.14).
§ 29. O disposto no parágrafo anterior não se aplica à mercadoria cuja entrega efetiva seja destinada a não contribuinte do imposto,
situado ou domiciliado no Estado de Mato Grosso.

Editora
187
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 20. A Nota Fiscal será emitida:


I - antes de iniciada a saída das mercadorias;
II - no momento do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias, em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos
similares;
III - antes da tradição real ou simbólica das mercadorias:
a) nos casos de transmissão de propriedade de mercadorias ou de títulos que as represente, quando estas não transitarem pelo esta-
belecimento do transmitente;
b) nos casos de ulterior transmissão de propriedade e de mercadorias, que tendo transitado pelo estabelecimento transmitente, deste
tenham saído sem o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados e/ou Imposto de Circulação de Mercadorias, em decorrência
de locação ou de remessas para armazéns gerais ou depósitos fechados.
IV - relativamente à entrada de bens ou mercadorias, nos momentos definidos no artigo 56.
§ 1º Na Nota Fiscal emitida no caso de ulterior transmissão de propriedade de mercadorias, previstas na alínea “b” do inciso III, de-
verão ser mencionados o número, a série e subsérie e a data da Nota Fiscal emitida anteriormente por ocasião da saída das mercadorias.
§ 2º No caso de mercadorias de procedência estrangeira que, sem entrar em estabelecimento do importador ou arrematante, sejam
por este remetidas a terceiros, deverão o importador ou arrematante emitir Nota Fiscal, com a declaração de que as mercadorias sairão
diretamente da repartição federal em que se processou o desembaraço.

Art. 21. A Nota Fiscal, além das hipóteses previstas no artigo anterior, será também emitida:
I - no caso de mercadorias cuja unidade não possa ser transportada de uma só vez, desde que o Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos e/ou o Imposto de Circulação de Mercadorias deva incidir sobre o todo;
II - no reajustamento de preço em virtude de contrato escrito de que decorra acréscimo do valor das mercadorias;
III - na regularização em virtude de diferença de preço ou de quantidade das mercadorias, quando efetuada no período de apuração
dos respectivos impostos em que tenha sido emitida a Nota Fiscal originária;
IV - para lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados e/ou do Imposto de Circulação de Mercadorias, não pagos nas épo-
cas próprias, em virtude de erro de cálculo ou de classificação fiscal, quando a regularização ocorrer no período de apuração dos respecti-
vos impostos em que tenha sido emitida a Nota Fiscal originária;
V - no caso de diferença apurada no estoque de selos especiais de controle fornecidos ao usuário, pelas repartições do Fisco federal,
para aplicação em seus produtos.
§ 1º Na hipótese do inciso I, serão observadas as seguintes normas:
1. a Nota Fiscal inicial será emitida se o preço de venda se estender para o todo sem indicação correspondente a cada peça ou parte;
a Nota Fiscal especificará o todo, com o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados e destaque do Imposto de Circulação de
Mercadorias, devendo constar que a remessa será feita em peças ou partes.
2. a cada remessa corresponderá nova Nota Fiscal, sem lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados e destaque do Impos-
to de Circulação de Mercadorias, mencionando-se o número, a série e subsérie e a data da Nota Fiscal inicial.
§ 2º Na hipótese do inciso II, a Nota Fiscal será emitida dentro de 3 (três) dias da data em que se efetivou o reajustamento do preço.
§ 3º Nas hipóteses dos incisos III e IV, se a regularização não se efetuar dentro dos prazos mencionados, a Nota Fiscal será também
emitida, sendo que as diferenças dos impostos devidos serão recolhidas em guias especiais, com as especificações necessárias da regulari-
zação; na via da Nota Fiscal presa ao talonário deverá constar essa circulação, mencionando-se o número e a data da guia de recolhimento.
§ 4º Para efeito de emissão da Nota Fiscal na hipótese do inciso V:
1. a falta de selos caracteriza saída de produtos sem a emissão de Nota Fiscal e sem pagamento do Imposto sobre Produtos Industria-
lizados e do Imposto de Circulação de Mercadorias;
2. o excesso de selos caracteriza saída de produtos sem aplicação do selo e sem pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos e do Imposto de Circulação de Mercadorias.
§ 5º A emissão da Nota Fiscal na hipótese do inciso V somente será efetuada antes de qualquer procedimento do Fisco.
§ 6º (Revogado).

Editora
188
188
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Características da Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica proposta possuirá as seguintes características:


- Documento digital, que atende aos padrões definidos na MP 2.200/01, no formato XML (Extended Markup Language);
- Garantia de autoria, integridade e irrefutabilidade, certificadas através de assinatura digital do emitente, definido pela Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileiras (ICP Brasil), no formato e-CNPJ;
- O arquivo da NF-e deverá seguir o leiaute de campos definido em legislação específica;
- A NF-e deverá conter um “código numérico”, obtido por meio de algoritmo fornecido pela administração tributária, que comporá a
“chave de aceso” de identificação da NF-e, juntamente com o CNPJ do emitente e número da NF-e;
- A NF-e, para poder ser válida, deverá ser enviada eletronicamente e autorizada pelo fisco, da circunscrição do contribuinte emissor,
antes de seu envio ao destinatário e antes da saída da mercadoria do estabelecimento;
- A transmissão da NF-e será efetivada, via Internet, por meio de protocolo de segurança ou criptografia;
Editora
189
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

- A NF-e transmitida para a SEFAZ não pode mais ser alterada, permitindo-se apenas, dentro de certas condições, seu cancelamento;
- As NF-e deverão ser emitidas em ordem consecutiva crescente e sem intervalos a partir do 1º número sequencial, sendo vedado a
duplicidade ou reaproveitamento dos números inutilizados ou cancelados;
- A critério das administrações tributárias, a NF-e poderá ter o seu recebimento confirmado pelo destinatário.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nota_fiscal_eletr%C3%B4nica
Editora
190
190
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Quadro atual da NF-e


O BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.: LEGISLAÇÃO BÁ-
Com a gradual adesão das empresas aos sistemas de docu- SICA, PROGRAMAS E INFORMAÇÕES GERAIS DE SUA ATU-
mentos eletrônicos, a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) verificou que AÇÃO COMO AGENTE IMPULSIONADOR DO DESENVOLVI-
a maioria dos contribuintes deixou de utilizar o emissor gratuito e MENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO NORDESTE
optou por soluções próprias, ou online.

Os passos para emitir NF-e são semelhantes, independente- — Legislação básica, programas e informações gerais de sua
mente da alternativa usada: atuação como agente impulsionador do desenvolvimento susten-
tável da região nordeste
1. Certificado digital:
O primeiro passo para emitir nota eletrônica é possuir um cer- O Banco do Nordeste do Brasil S.A. é uma instituição financei-
tificado digital, que assegura validade jurídica ao documento por ra fundamental para o desenvolvimento socioeconômico da região
permitir confirmação de sua autenticidade. Há diversos órgãos au- Nordeste do Brasil. Este banco desempenha um papel crucial como
torizados como autoridades certificadoras pela ICP (Infraestrutura agente impulsionador do desenvolvimento sustentável, implemen-
de Chaves Públicas Brasileira). tando uma série de programas e políticas direcionadas ao fortale-
cimento da economia local e à melhoria das condições de vida da
2. Credenciamento na SEFAZ: população.
Mesmo usando um sistema próprio ou contratado, é preciso se
credenciar junto à secretaria da fazenda para emitir NF-e. Cada es- Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)
tado tem um procedimento específico, mas normalmente trata-se O FNE é o principal instrumento financeiro utilizado pelo Ban-
de um cadastro simples. co do Nordeste, sendo uma parte integral da Política Nacional de
Desenvolvimento Regional (PNDR). Este fundo é um dos pilares do
3. Escolha o emissor de NF-e: Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), forne-
Existem softwares que podem ser baixados em seu computador cendo recursos financeiros essenciais para a região. O FNE visa a
para emitir notas. Outra opção é usar serviços que rodam na nuvem promoção do crescimento econômico e a redução das desigualda-
e podem ser acessados online a qualquer hora em um dispositivo des regionais, apoiando diversos setores, como agricultura, indús-
conectado à Internet. O volume é um dos fatores a se considerar: tria, turismo e infraestrutura.
empresas que tiram um volume grande de notas têm mais motivos
para adotar um emissor integrado a um sistema de faturamento ou Programas de Microcrédito: Crediamigo e Agroamigo
sistema de gestão, por exemplo. O Crediamigo é reconhecido como o maior programa de mi-
crocrédito produtivo e orientado do Brasil. Ele tem como objetivo
4. Gere as notas conforme sua necessidade: fornecer crédito a empreendedores de pequeno porte, facilitando o
Com certificado digital adequado, credenciamento realizado acesso a recursos financeiros para o desenvolvimento de negócios e
junto à Sefaz e emissor de NF-e escolhido, sua empresa está pronta geração de emprego e renda. Já o Agroamigo é um programa volta-
para faturar. Vale a pena realizar testes para homologar as notas, do para melhorar o perfil social e econômico das famílias do campo,
mas é um processo simples para seu negócio funcionar normalmen- oferecendo crédito e apoio técnico para os agricultores familiares.
te.
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf)
A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo firmou par- O Pronaf é uma iniciativa que apoia a agricultura familiar, um
ceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas segmento econômico vital para o Nordeste. O Banco do Nordeste
Empresas (Sebrae) para atender uma parcela de contribuin- atua como agente financeiro principal deste programa na região,
tes que ainda utiliza os emissores gratuitos de Nota Fiscal proporcionando crédito e assistência técnica aos agricultores fa-
Eletrônica (NF-e) e do Conhecimento de Transporte Ele- miliares, visando fortalecer este segmento e melhorar a segurança
trônico (CT-e). A Fazenda irá transferir ao Sebrae a solução alimentar.
gratuita e, a partir de julho de 2017, a instituição passará
a disponibilizar e atualizar as versões do aplicativo para as Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter)
empresas. Até essa data a Fazenda paulista manterá o apli- O Prodeter é uma iniciativa estratégica do Banco do Nordes-
cativo em funcionamento. Além do Sebrae, a Secretaria da te que combina políticas governamentais com iniciativas de de-
Fazenda do Maranhão também oferecerá o serviço gratuito, senvolvimento local. O programa visa promover o planejamento,
a partir do código fonte cedido ao governo maranhense pela a implementação e a autogestão do processo de desenvolvimento
Fazenda paulista. sustentável dos territórios, fortalecendo a economia local. Envolve
a construção e implementação de planos de ação, fortalecimento
da governança local e territorial, e a integração de políticas públicas
necessárias para o desenvolvimento.

Editora
191
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Soluções Digitais e Governança Na Ética Aplicada, estes conceitos são utilizados para resolver
Além destes programas, o Banco do Nordeste oferece uma dilemas éticos em situações práticas. Por exemplo, em um ambien-
série de soluções digitais para facilitar o acesso aos seus serviços, te de trabalho, um profissional pode se deparar com um dilema en-
tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Com um forte enfoque tre seguir um procedimento padrão (ética) ou agir de acordo com
em governança e planejamento empresarial, o banco busca direcio- sua consciência pessoal (moral). Nesse contexto, os valores pesso-
nar esforços para o desenvolvimento da região, buscando reduzir ais e as virtudes do indivíduo desempenham um papel crucial em
as desigualdades regionais e promover mudanças significativas nas sua decisão final.
condições de vida das pessoas. Além disso, a ética aplicada é importante para estabelecer pa-
O Banco do Nordeste, portanto, não apenas fornece recursos drões em profissões que têm um impacto direto na vida das pesso-
financeiros essenciais para o desenvolvimento da região Nordeste, as, como na medicina ou no direito. Aqui, os profissionais devem
mas também desempenha um papel ativo na formulação e imple- equilibrar suas responsabilidades éticas e morais com as necessida-
mentação de políticas e estratégias voltadas para o desenvolvimen- des e direitos de seus clientes ou pacientes.
to sustentável. A instituição é um exemplo de como um banco pode Ética Aplicada é um campo vital que orienta indivíduos e orga-
contribuir significativamente para o progresso socioeconômico de nizações na tomada de decisões responsáveis e moralmente justas.
uma região, apoiando a inovação, o empreendedorismo e a inclu- Ela envolve uma compreensão profunda de ética, moral, valores
são financeira. e virtudes, e como esses conceitos podem ser usados para guiar
Para mais informações detalhadas sobre os programas, ações ações em um mundo complexo e em constante mudança.
e a atuação do Banco do Nordeste, você pode visitar o Portal do
Banco do Nordeste (https://www.bnb.gov.br/).
NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES


As noções de ética empresarial e profissional são fundamentais
no mundo dos negócios e nas diversas profissões, atuando como
Ética Aplicada é um campo da filosofia que se concentra na um guia para a conduta e as decisões tomadas dentro e fora do am-
aplicação prática de conceitos éticos e morais em situações do co- biente de trabalho. Esses conceitos estão intrinsecamente ligados
tidiano. Este campo abrange uma ampla gama de áreas, incluindo ao bom funcionamento das organizações e à manutenção de uma
negócios, medicina, tecnologia e meio ambiente, enfatizando a im- sociedade justa e ordenada.
portância de tomar decisões conscientes e responsáveis. Para en-
tender melhor a Ética Aplicada, é essencial explorar os conceitos de Ética Empresarial
ética, moral, valores e virtudes, que formam a base deste campo. A ética empresarial refere-se aos princípios e padrões que as
empresas seguem para garantir integridade e transparência em
Ética suas operações. Ela abrange uma variedade de aspectos, incluindo,
Ética é o estudo dos princípios que governam o comportamen- mas não se limitando a:
to humano em termos do certo e errado. Ela se concentra em nor- Honestidade e Transparência: As empresas devem fornecer in-
mas, valores e crenças compartilhadas que orientam ações e deci- formações verdadeiras sobre seus produtos, serviços e operações
sões. Em contextos profissionais ou pessoais, a ética ajuda a definir financeiras.
padrões de conduta esperados e desejados. Responsabilidade Social: Isso envolve o compromisso da em-
presa com o bem-estar da sociedade e do meio ambiente, indo
Moral além do objetivo de lucro.
Moral refere-se a regras e códigos de conduta que são adota- Justiça e Equidade: As práticas empresariais devem ser justas,
dos por indivíduos ou grupos. A moral pode variar entre diferentes garantindo igualdade de oportunidades para funcionários, clientes
culturas e sociedades, refletindo crenças e tradições locais. Enquan- e parceiros de negócios.
to a ética é mais teórica e filosófica, a moral é prática e aplicada, Respeito pelas Leis e Regulamentos: Cumprimento rigoroso de
influenciando diretamente as escolhas e ações das pessoas. todas as leis e regulamentos aplicáveis.

Valores Ética Profissional


Valores são crenças fundamentais que orientam ou motivam A ética profissional, por outro lado, foca na conduta individual
atitudes e ações. Eles expressam o que é importante para um indiví- dos profissionais em seus campos de trabalho. Ela orienta como os
duo ou grupo e podem incluir conceitos como honestidade, integri- indivíduos devem agir em situações profissionais, baseando-se em
dade, igualdade e respeito. Os valores são cruciais na ética aplicada, valores como:
pois fornecem a base para julgamentos e escolhas éticas. - Integridade: Manter um comportamento honesto e íntegro
em todas as atividades profissionais.
Virtudes - Confidencialidade: Proteger informações sensíveis, respeitan-
Virtudes são qualidades ou traços de caráter considerados mo- do a privacidade de clientes e da empresa.
ralmente bons e desejáveis em uma pessoa. Incluem honestidade, - Competência: Manter um alto nível de profissionalismo e co-
coragem, compaixão, generosidade e humildade. A virtude ética se nhecimento na área de atuação.
concentra no desenvolvimento de características pessoais que pro- - Respeito pelas Pessoas: Tratar colegas, clientes e outras par-
movem o bem-estar individual e coletivo. tes interessadas com respeito e dignidade.

Editora
192
192
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Importância da Ética Empresarial e Profissional - Responsabilidade Social Corporativa (RSC): Iniciativas de RSC
- Construção de Confiança: Uma forte ética empresarial e pro- são cruciais para demonstrar compromisso ético, envolvendo-se
fissional ajuda a construir confiança entre a empresa, seus funcio- em práticas que beneficiam a sociedade e o meio ambiente.
nários, clientes e outras partes interessadas.
- Sustentabilidade do Negócio: Empresas que adotam práticas Gestão da Ética em Ambos os Tipos de Empresas
éticas tendem a ser mais sustentáveis a longo prazo. Em ambos os cenários, a gestão eficaz da ética envolve:
- Melhoria da Imagem Corporativa: A ética no ambiente de tra- - Códigos de Conduta e Políticas Éticas: Desenvolver e imple-
balho melhora a imagem pública da empresa e pode ser um dife- mentar códigos de conduta claros e políticas éticas que definem as
rencial competitivo. expectativas e orientam o comportamento de todos na organiza-
- Prevenção de Conflitos Legais e Financeiros: Adotar uma pos- ção.
tura ética ajuda a evitar litígios e problemas financeiros decorrentes - Treinamento e Educação: Oferecer treinamento regular em
de práticas inadequadas. ética para garantir que todos os membros da organização enten-
A ética empresarial e profissional não é apenas uma questão dam as normas e práticas éticas.
de cumprir a lei ou seguir regras. Trata-se de cultivar uma cultura - Canais de Comunicação e Denúncia: Estabelecer mecanismos
de integridade e responsabilidade, que não só beneficia a empresa seguros e confidenciais para que os funcionários possam relatar
e os profissionais individualmente, mas também a sociedade como comportamentos antiéticos ou dilemas éticos.
um todo. É um investimento na reputação e na sustentabilidade a - Avaliação e Monitoramento: Regularmente avaliar e moni-
longo prazo de qualquer organização ou carreira profissional. torar a aderência às práticas éticas, ajustando políticas conforme
necessário para lidar com novos desafios éticos.

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS A gestão da ética é um processo contínuo que requer compro-
metimento e adaptação constantes. Empresas públicas e privadas,
embora enfrentem desafios únicos em relação à ética, comparti-
— A gestão da ética nas empresas públicas e privadas;
lham o objetivo comum de operar de maneira responsável e íntegra,
A gestão da ética em empresas públicas e privadas é um aspec-
o que é crucial para o sucesso a longo prazo e a sustentabilidade.
to crucial que aborda como as organizações desenvolvem, imple-
mentam e mantêm políticas e práticas éticas. Este conceito é fun-
damental tanto para sustentar a integridade das operações quanto CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E INTEGRIDADE DO BANCO
para construir uma reputação positiva no mercado e na sociedade. DO NORDESTE DO BRASIL
A abordagem da gestão da ética varia entre empresas públicas e
privadas devido às suas diferentes naturezas e objetivos.
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E INTEGRIDADE DO BANCO
Empresas Públicas DO NORDESTE DO BRASIL S.A.
Nas empresas públicas, a gestão da ética frequentemente en-
volve considerações adicionais devido ao seu papel e responsabili- CAPÍTULO I
dade perante o público e os stakeholders governamentais. Aspectos DOS OBJETIVOS
chave incluem:
- Transparência e Prestação de Contas: Como entidades públi- Art. 1º O conteúdo deste Código está vinculado à missão, à
cas, há uma expectativa mais alta de transparência em suas opera- visão e aos valores que definem a identidade única do Banco do
ções. Isso inclui a gestão financeira, contratações e decisões ope- Nordeste e representa o compromisso da instituição, dos seus ad-
racionais. ministradores, empregados, colaboradores e daqueles que atuam
- Conformidade com Regulamentos Governamentais: Empre- ou prestam serviços em nome ou para o Banco com o alinhamento
sas públicas devem aderir estritamente às leis e regulamentos, dos padrões requeridos de comportamento pessoal e profissional
muitas vezes sujeitas a escrutínio e auditorias governamentais mais ao mais alto nível de ética e de integridade desejado para os proces-
rigorosos. sos e relacionamentos internos e externos da Instituição.
- Interesse Público e Serviço: A tomada de decisão deve consi- Art. 2º São objetivos deste Código:
derar o bem-estar público e a ética no serviço público, colocando os I- Identificar e sistematizar os princípios e valores éticos e de in-
interesses da comunidade acima dos interesses empresariais. tegridade essenciais, que devem orientar os relacionamentos inter-
nos e externos e a condução das atividades do Banco do Nordeste;
Empresas Privadas II- A partir deste conjunto de princípios e valores, alinhar e ins-
Nas empresas privadas, a gestão da ética também é vital, mas pirar diretrizes e compromissos a serem expressos nas iniciativas,
com enfoque em aspectos ligeiramente diferentes, como: políticas, programas e normas do Banco do Nordeste;
- Cultura Corporativa Ética: A criação de uma cultura empresa- III- Servir como guia e inspiração para o estabelecimento de
rial que valoriza a ética, desde a liderança até os colaboradores, é uma linha de comportamento profissional dentro do padrão ético e
essencial. Isso envolve a incorporação de princípios éticos nas práti- de integridade esperado pelo Banco do Nordeste e pela sociedade;
cas diárias e na tomada de decisão. IV- Estabelecer os princípios de integridade para prevenção à
- Reputação e Competitividade no Mercado: Empresas privadas corrupção e a outros atos lesivos ao Banco do Nordeste, inclusive
muitas vezes usam a ética como um diferencial competitivo, melho- como forma de realizar negócios responsáveis e sustentáveis;
rando a reputação e a confiança do consumidor. V- Orientar a tomada de decisão em situações de conflitos ou
dilemas éticos;
Editora
193
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VI- Servir como elemento norteador na busca constante de ga- CAPÍTULO III
rantir a integridade das nossas ações e uma comunicação precisa, DA MISSÃO E DOS PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS
oportuna e transparente com todas as partes interessadas; FUNDAMENTAIS
VII- Orientar a participação de todos os agentes externos, públi-
cos e privados, em seus relacionamentos com o Banco do Nordeste; Art. 5º A missão do Banco do Nordeste é atuar como o banco
VIII- Fortalecer, na dimensão ética, a imagem e a reputação da de desenvolvimento da Região Nordeste.
instituição perante a sociedade; Parágrafo único: O Banco tem por objeto social a promoção do
IX- Ser referência nas análises e apurações de eventuais infra- desenvolvimento e a circulação de bens por meio da prestação de
ções éticas ou de integridade. assistência financeira, de serviços, técnica e de capacitação a em-
preendimentos de interesse econômico e social.
CAPÍTULO II Art. 6º Os princípios e valores que fundamentam a atuação dos
DO PÚBLICO-ALVO diversos agentes submetidos a este Código são os seguintes:
I- Ética, como princípio fundamental para o aprimoramento
Art. 3º Este Código aplica-se ao seguinte público-alvo, para o contínuo da atuação, dos comportamentos e das atitudes do ser
qual o referencial ético aqui apresentado deve, obrigatoriamente, humano, sendo pré-requisito e suporte para a confiança pública;
balizar a condução de suas atividades e relacionamentos, seja no II- Legalidade (atuação sempre conforme as leis), Impessoalida-
mundo real ou no mundo virtual. de (prevalência do interesse público sobre interesses particulares),
Moralidade (conduta pautada por padrões éticos de boa-fé, decoro,
I- Membros dos órgãos estatutários: lealdade, honestidade e probidade na busca sempre do bem co-
a)Membros do Conselho de Administração; mum), Publicidade (ampla divulgação dos atos da Instituição para a
b)Membros da Diretoria Executiva; sociedade) e Eficiência (melhor desempenho com economicidade,
c)Membros do Conselho Fiscal; redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e ren-
d)Membros do Comitê de Auditoria; dimento funcional para melhores resultados) como princípios esta-
e)Membros do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e belecidos na Constituição da República Federativa do Brasil para a
Remuneração; e Administração Pública;
f)Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital. III- Justiça, Governança, Honestidade, Sustentabilidade, Igual-
dade, Compromisso, Democracia, Transparência, Respeito, Coope-
II- Empregados; ração, Confiança, Disciplina e Civilidade como valores institucionais
que devem reger todos os relacionamentos e processos do Banco
III- Colaboradores: do Nordeste;
a)Terceirizados; IV- Meritocracia, Integridade, Inovação e Foco nos Clientes e
b)Bolsistas; Resultados como princípios de gestão;
c)Jovens aprendizes. V- Todas as pessoas devem ser tratadas com igualdade, sen-
do inadmissível qualquer forma de discriminação, seja de origem
IV- Fornecedores; social, cultural, étnica, sexual, ou relativa a questão de cor, idade,
V- Parceiros e pessoas físicas prestadoras de serviços, bem religião, idioma, convicção filosófica ou política, orientação sexual,
como profissionais de empresas contratadas ou parceiras que de- identidade de gênero, estado civil, condição física e psíquica, ori-
senvolvam suas atividades, ou parte delas, nas dependências do gem, grau de escolaridade, formação, aparência e nacionalidade;
Banco do Nordeste; VI- A convivência no ambiente de trabalho deve ser harmonio-
VI-Pessoas que atuem em nome do Banco do Nordeste, mesmo sa e produtiva, baseada na equidade, no respeito mútuo, na cordia-
que de forma temporária, recebendo ou não remuneração sobre lidade, na colaboração e no espírito de equipe, independentemente
essa atuação. do cargo ou função;
VII- Ambientes de trabalho saudáveis e seguros são indispensá-
Art.4º São considerados agentes externos e devem observar o veis para a garantia do bem-estar de empregados e colaboradores
que está disciplinado neste Código, no que couber: e para a adequada prestação de serviços para clientes e usuários;
a) Clientes; VIII- A corrupção, em todas as suas formas, bem como as prá-
b) Usuários de serviços; ticas fraudulentas, o nepotismo, o conflito de interesses, os atos ilí-
c) Empregados da Caixa de Previdência dos Funcionários do citos ou criminosos de toda ordem são incompatíveis com o padrão
Banco do Nordeste do Brasil – Capef e do Grupo Caixa de Assistên- ético do Banco do Nordeste, devendo ser repudiados, combatidos e
cia dos Funcionários do Banco do Nordeste – Grupo Camed; denunciados às instâncias competentes;
d) Empregados das instituições parceiras e patrocinadas; IX- Os direitos humanos fundamentais devem ser respeitados,
e) Representantes de órgãos de regulação e controle, bem não sendo admitido qualquer ato que afronte a dignidade das pes-
como de empresas de auditoria externa, no exercício de suas ativi- soas e a igualdade de direitos entre elas; X Repúdio a todas as pres-
dades nas dependências do Banco do Nordeste; sões ou tentativas de interferência política, internas ou externas,
f) Pessoas que atuem para o Banco do Nordeste, mesmo que que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
de forma temporária, recebendo ou não remuneração. das em decorrência de ações imorais, ilegais, aéticas ou em desa-
cordo com os normativos internos;

Editora
194
194
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

XI- Responsabilidade socioambiental como um conjunto de III- Fornecer, de forma clara, precisa e tempestiva, as informa-
compromissos, princípios e diretrizes de atuação fundamentais ções necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte
para o desenvolvimento sustentável e que orientam o Banco do de clientes e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres,
Nordeste, como banco de desenvolvimento, na aplicação do crédito responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos
e em seus processos internos de trabalho; existentes na execução de operações e na prestação de serviços;
XIII- senção e imparcialidade no exercício das atividades e na IV- Cumprir os normativos internos e externos que regram a
condução dos relacionamentos institucionais e interpessoais, não atuação institucional;
usando a posição dentro do Banco do Nordeste para a obtenção de V- Cumprir as normas internas e externas de prevenção à lava-
benefícios ou vantagens para si ou para terceiros; gem de dinheiro e de combate à corrupção e ao financiamento do
XIII- A exploração do trabalho infantil e a utilização do trabalho terrorismo;
análogo à escravidão são práticas repudiadas pelo Banco do Nor- VI- Abster-se de realizar negócios com clientes que exploram o
deste; trabalho infantil ou o trabalho análogo ao escravo;
XIV- Zelo permanente de todos pela imagem e integridade ins- VII- Prevenir e combater atos de fraude e corrupção, denun-
titucional do Banco do Nordeste; ciando os fatos suspeitos às alçadas competentes;
XV- Atitudes e comportamentos baseados sempre no com- VIII- Manter sigilo sobre as informações que ainda não sejam
promisso inalienável de buscar fazer sempre o melhor, o que inclui de domínio público, referentes a possíveis negócios com empresas
atuar com espírito público, elevado senso de responsabilidade e de e pessoas ou com o setor público;
acordo com o disposto neste Código, nas normas internas e na le- IX- Resguardar as informações dos clientes do Banco, em espe-
gislação vigente. cial aquelas relativas à sua situação econômica, financeira e comer-
Art. 7º Todas as políticas e iniciativas institucionais devem pau- cial e dos respectivos empreendimentos;
tar-se, no que couber, no conteúdo deste Código de Conduta Ética X- Analisar as operações de financiamento e de crédito de acor-
e Integridade, respeitando todos os seus dispositivos, não sendo do com os critérios técnicos disponíveis, incluindo aqueles relacio-
admitido qualquer regramento interno que contrarie o que este Có- nados com o risco e a viabilidade pertinentes;
digo estabelece. XI- Tratar de forma colegiada as decisões sobre operações de
crédito e de financiamento;
CAPÍTULO IV XII- Não apresentar indicações a clientes, ainda que por eles
NAS RELACÕES COM CLIENTES E USUÁRIOS solicitadas, de fornecedores ou prestadores de serviços, mantendo
sempre uma comunicação estritamente profissional, preservando a
Art. 8º As interações com clientes e usuários são orientadas pe- isenção necessária e exigida.
las diretrizes e compromissos da Política de Relacionamento com
Clientes e Usuários de Produtos e Serviços Financeiros do Banco do CAPÍTULO V
Nordeste e devem ser regidas pelos seguintes princípios: NAS RELAÇÕES COM INVESTIDORES E ACIONISTAS
I. Integridade;
II. Conformidade; Art. 10º As relações com investidores e acionistas devem ser
III.Confiabilidade; pautadas nos princípios de governança universalmente aceitos e
IV. Segurança e sigilo das transações; nos pressupostos da legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
V. Legitimidade das operações contratadas e dos serviços pres- cidade e eficiência, que norteiam a gestão pública, visando à (ao):
tados; I- Transparência nas relações com o mercado, mediante a pres-
VI.Respeito; tação de informações claras, fidedignas, ágeis e oportunas, que
VII.Equidade; possibilitem a avaliação do desempenho da Instituição ou funda-
VIII.Cortesia; mentem, da melhor forma possível, a tomada de decisões sobre
IX.Diligência; investimentos;
X.Responsabilidade; IIEquidade de tratamento para os acionistas e respeito aos seus
XI.Transparência; direitos, não se admitindo privilégios, tanto na distribuição de resul-
XII.Receptividade a sugestões e críticas; tados, como na divulgação de informações, nem quaisquer atitudes
XIII.Privacidade e proteção de dados; discriminatórias;
XIV.Observância de princípios e normas pertinentes aos direi- III- Disponibilização de declarações, demonstrativos, relatórios,
tos do consumidor. comunicados e outros informativos que reflitam a realidade da ins-
Art. 9º Na realização de negócios, empregados e colaboradores tituição com objetividade, clareza, simplicidade e consistência;
do Banco do Nordeste devem seguir, além dos princípios e valores IV- Publicação das demonstrações financeiras e contábeis de
apresentados no artigo 6° anterior, as seguintes orientações: acordo com o estabelecido na lei e em conformidade com os prin-
I -Dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuários, cípios e normas de contabilidade, de maneira a representar, com ri-
considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilidades as- gor e precisão, as transações realizadas, o resultado das operações,
sociadas; os fluxos de caixa e a posição patrimonial e financeira do Banco do
II- Oferecer produtos e serviços adequados às necessidades de Nordeste;
clientes e usuários de cada segmento; V- Conformidade com as leis, normas e regulamentos e exigên-
cia de seu cumprimento pelas contrapartes;
VI- Aperfeiçoamento contínuo de diretrizes e práticas de gover-
nança corporativa;
VII Cumprimento da missão institucional;
Editora
195
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VIII Continuidade da Instituição no longo prazo e geração de IV- Aliciar autoridades, agentes públicos, concessionários e
resultados positivos e sustentáveis. permissionários de serviço público ou candidatos a cargos eletivos,
Parágrafo único: É vedada ao público-alvo deste Código a di- por meio de presentes, ofertas, benefícios ou vantagens indevidas
vulgação, sem autorização da autoridade competente do Banco, de direcionadas a esse público, ou a terceira pessoa a eles relacionada,
informação que possa causar impacto na cotação dos títulos da Ins- seja para facilitar negócios ou contratações, seja para que cumpram
tituição e em suas relações com o mercado ou com consumidores as próprias responsabilidades legais ou para precipitar processos;
e fornecedores. V- Utilizar recursos, estrutura, instalações, imagens, informa-
ções, marcas e identidade visual do Banco do Nordeste para aten-
CAPÍTULO VI der a interesses político-partidários.
NAS RELAÇÕES COM O PODER PÚBLICO
CAPÍTULO VII
Art. 11 O relacionamento com o Setor Público e seus agentes NAS RELAÇÕES COM ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
deve ser norteado pela discussão democrática e pelo estabeleci- FISCALIZAÇÃO E AUDITORIA
mento de parcerias institucionais, objetivando a implementação de
políticas, projetos e programas voltados para o desenvolvimento Art. 14 O relacionamento com os representantes de órgãos re-
sustentável da área de atuação do Banco do Nordeste. guladores e fiscalizadores, bem como com as equipes de auditoria
Parágrafo único: É vedada a realização de doações eleitorais, interna e externa, deve se dar de forma atenciosa, transparente,
financeiras ou não, a pessoas ou partidos políticos por parte do prestativa e respeitosa, sempre de acordo com os princípios e valo-
Banco do Nordeste. res éticos estabelecidos neste Código e procurando atender a even-
Art. 12 São exemplos de parâmetros a serem seguidos na defi- tuais solicitações de informação nos prazos estabelecidos.
nição da conduta em relação a agentes públicos ou políticos: Art. 15 O Banco do Nordeste comunica aos órgãos de con-
I- Relações de caráter institucional com agentes públicos, in- trole e de fiscalização, através da Unidade competente, de forma
dependentemente da posição hierárquica, devem ser conduzidas transparente e fidedigna, informações sobre situações ocorridas na
pela legalidade e transparência, em especial quanto ao seu objeto, empresa que afrontem o Código de Conduta da Alta Administração
finalidade e destino dos recursos envolvidos, bem como seguidas Federal, não se eximindo de realizar as apurações internas, no que
de rigorosa prestação de contas; couber.
II- Decisões originadas a partir de relacionamentos com o setor Art. 16 Quando solicitado por órgãos de fiscalização ou de re-
público devem ser isentas de preferências partidárias ou ideológi- gulação, o Banco do Nordeste concederá acesso aos documentos
cas, de forma a preservar a integridade do Banco do Nordeste; e às informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive
III- Parcerias e eventuais destinações de recursos, reembolsá- aqueles classificados como sigilosos, observado o disposto na Lei
veis ou não, para o setor público devem ter sempre como objetivos de Acesso à Informação - LAI (Lei 12.527/2011) e na Lei Geral de
o aprimoramento dos serviços destinados à sociedade pelo gover- Proteção de Dados - LGPD (Lei 13.709/2018).
no, órgão ou entidade pública e o bem comum; Art. 17 É compromisso do público-alvo deste Código, quando
IV- O Banco do Nordeste respeita o direito individual dos seus solicitado, disponibilizar sempre a informação mais completa, atua-
administradores e demais membros dos órgãos estatutários, dos lizada, objetiva e clara possível aos órgãos de regulação e fiscaliza-
empregados e colaboradores de participar de assuntos e proces- ção, bem como às empresas de auditoria externa e às unidades de
sos políticos, porém eventuais manifestações de opinião e a própria auditoria interna.
participação política desse público devem ter caráter estritamente Art. 18 São consideradas condutas inadmissíveis apresentar, de
pessoal e ocorrer somente em seu tempo livre e às suas próprias maneira deliberada, informações incorretas, dar falsas declarações,
custas. e, em nenhuma hipótese, representarão o posicionamento destruir ou alterar registros e documentos potencialmente impor-
do Banco do Nordeste nem seu apoio institucional; tantes em processos de apuração ou investigação e até mesmo ten-
V- No relacionamento com agentes públicos ou políticos, sem- tar induzir ao erro auditores internos ou externos e representantes
pre considerar a percepção que a sociedade possa ter da condu- de órgãos de regulação e fiscalização.
ta adotada no caso concreto, assegurando-se de que não existam
dúvidas sobre a ética e a integridade individuais e as do Banco do CAPÍTULO VIII
Nordeste. NAS RELACÕES COM O MERCADO E COM OS
Art. 13 No relacionamento com agentes públicos, as seguintes CONCORRENTES
condutas são inadmissíveis:
I- Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- Art. 19 A integridade, o respeito mútuo, a civilidade e a pro-
gem indevida a agente público ou político, ou a terceira pessoa a moção da concorrência justa e leal são compromissos permanentes
eles relacionada, bem como receber qualquer benefício, monetário nas relações de mercado ou entre concorrentes.
ou não, com a finalidade de dar cumprimento ao que já seria uma Art. 20 O Banco do Nordeste respeita a concorrência e proíbe
obrigação ou para fazer com que processos ou rotinas sejam indevi- que sejam divulgados ou disseminados por qualquer meio e sob
damente facilitados, abreviados, apressados ou mesmo suprimidos; qualquer pretexto, conceito, comentário ou boato que possa com-
II- Compactuar com fraudes em contratos de financiamento prometer a imagem de empresas do mercado ou prejudicá-las de
com governos, órgãos ou entidades públicas; alguma maneira, zelando pela proteção de informações e pelo res-
III- Servir a interesses particulares em detrimento do bem co- peito à reputação, opiniões e posicionamentos dos concorrentes.
mum ou colaborar para a apropriação indevida de recursos públicos
por entes privados;

Editora
196
196
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 21 O intercâmbio de dados, informações e experiências VIII- Confidencialidade e sigilo quando do eventual acesso a
com a concorrência deve ser conduzido de forma lícita, transpa- dados e informações do Banco do Nordeste, a qualquer tempo, no
rente e fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e os desenvolvimento das suas atividades como fornecedor, prestador
interesses do Banco do Nordeste. de serviços ou parceiro;
IX- Que seus empregados ou representantes sejam orientados
CAPÍTULO IX a respeitar os princípios éticos e as diretrizes de conduta definidos
NAS RELACÕES COM A SOCIEDADE E AS COMUNIDADES neste Código, bem como as normas operacionais do Banco do Nor-
deste.
Art. 22 Nos relacionamentos com a sociedade em geral e, em Art. 26 No relacionamento com fornecedores, prestadores de
particular, junto às comunidades em que o Banco do Nordeste atua, serviços e parceiros, são condutas vedadas ao público-alvo deste
o público-alvo deste Código deve-se primar pelo respeito às seguin- Código:
tes diretrizes: I- Condicionar a contratação de empresa ou a celebração de
I- Valorizar os vínculos estabelecidos entre o Banco do Nordes- parceria, bem como a manutenção dessas relações à obtenção de
te e as comunidades em que atua, respeitando os valores culturais benefício que extrapole os interesses do Banco do Nordeste, à rea-
existentes no local; lização de negócio do qual possam resultar vantagens ou benefícios
II- Desenvolver sua atuação com integridade e transparência, pessoais ou para terceiros, à admissão pela contratada ou parceira
cultivando a credibilidade junto à população de forma permanente de qualquer profissional indicado por si próprio ou por outro mem-
e influenciando positivamente a sociedade; bro ou empregado ou à participação em acordos ou práticas que
III- Levar em consideração, em todas as decisões, os impactos caracterizem conflito de interesses reais ou aparentes para os en-
que elas trarão às comunidades e ao meio ambiente e buscar sem- volvidos, de qualquer uma das partes;
pre a promoção do desenvolvimento sustentável nas ações desen- II- Prestar qualquer favor ou serviço remunerado a fornecedo-
volvidas; res, prestadores de serviços ou parceiros com os quais mantenham
IV- Considerar os princípios e diretrizes da Política de Respon- relação por força das suas atividades no Banco do Nordeste;
sabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) como premissa na III- Propor disposições contratuais ou termos de parceria que
definição de políticas corporativas, programas de financiamento e afrontem ou minimizem a dignidade, a qualidade de vida e o bem-
nas iniciativas de um modo geral. -estar dos empregados das empresas fornecedoras, prestadoras de
serviços ou parceiras.
CAPÍTULO X
NAS RELACÕES COM FORNECEDORES E PARCEIROS CAPÍTULO XI
NAS RELACÕES COM A IMPRENSA E DEMAIS ÓRGÃOS DE
Art. 23 O Banco do Nordeste pauta seu relacionamento com COMUNICAÇÃO
fornecedores, prestadores de serviços e parceiros pelo comparti-
lhamento dos padrões morais, éticos e de integridade constantes Art. 27 O Banco do Nordeste valoriza e respeita a imprensa e
deste Código. demais órgãos de comunicação, reconhecendo que são meios fun-
Art. 24 A seleção de fornecedores e prestadores de serviços damentais para a disseminação dos princípios e valores da Institui-
é realizada com imparcialidade e transparência, de forma a nunca ção, bem como de fatos relevantes, produtos e serviços, iniciativas,
existir favorecimento de qualquer espécie, procurando sempre ga- realizações, resultados alcançados e do conhecimento gerado inter-
rantir a pluralidade e a livre concorrência entre eles, bem como a namente, permitindo a visibilidade pública.
qualidade e a viabilidade socioeconômica dos serviços prestados e Art. 28 O Banco do Nordeste prima por uma relação transpa-
dos produtos fornecidos. rente, independente, ágil e respeitosa com a imprensa e demais
Art. 25 São exigidos dos fornecedores e prestadores de servi- órgãos de comunicação e, por meio de seus representantes deno-
ços, bem como de eventuais parceiros: minados porta-vozes, compromete-se em prestar as informações
I -A adesão ao conjunto de princípios, valores e condutas éticas produzidas ou custodiadas pela Instituição sempre de forma clara,
e de integridade do Banco do Nordeste; precisa, confiável e oportuna, preservando aquelas consideradas
II- O respeito aos direitos humanos e à legislação vigente; confidenciais e estratégicas.
III- O cumprimento das exigências trabalhistas, ambientais, § único O público alvo deste código deve respeitar a compe-
previdenciárias, fiscais e de segurança do trabalho; tência restrita dos porta-vozes para atender a demanda de informa-
IV- Um padrão de integridade representado pela adoção das re- ções pela mídia, conforme disposto na Política de Porta- Vozes do
gulamentações referentes à prevenção e ao combate à corrupção; Banco do Nordeste.
V- A não utilização de trabalho infantil, escravo ou em condi- Art. 29 A publicidade, os pronunciamentos e a disponibilização
ções degradantes, inclusive na cadeia produtiva de seus fornece- de informações institucionais devem ser impessoais e não podem
dores; resultar em qualquer espécie de promoção pessoal.
VI- O não envolvimento em práticas que possam, de qualquer
modo, contribuir para a disseminação do proveito criminoso da
prostituição;
VII- Responsabilidade socioambiental e compromisso com a
sustentabilidade de suas atividades;

Editora
197
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CAPÍTULO XII XVII- Assegurar que informações pessoais, inclusive médicas


NAS RELAÇÕES DE TRABALHO e sobre benefícios, fiquem restritas ao próprio empregado e ao
pessoal responsável pela guarda, manutenção e disponibilização
Art. 30 Nas relações de trabalho, constituem-se como compro- dessas informações. As solicitações, análises e repasses dessas in-
missos da Alta Administração do Banco do Nordeste: formações serão feitas somente por quem tiver legitimidade para
I- Cumprir as leis, as normas e as políticas de desenvolvimento tanto, nos termos da lei e disposições normativas;
humano instituídas, estimulando a convivência harmoniosa, a cida- XVIII- Respeitar a liberdade de associação sindical e buscar con-
dania, o espírito de equipe, a honestidade, a transparência dos atos ciliar, de forma transparente, os interesses do Banco do Nordeste
e a cordialidade no ambiente de trabalho; com os interesses dos empregados e de suas entidades represen-
II- Garantir ambiente de trabalho adequado, confortável, segu- tativas, assumindo a negociação como prática permanente e modo
ro e em permanente melhoria, primando pela saúde, bem-estar e preferencial de solução de conflitos trabalhistas;
qualidade de vida de empregados e colaboradores; XIX- Promover a ampla divulgação deste Código na organização.
III- Prover condições para que empregados e colaboradores se- Art. 31 O público alvo deste Código compromete-se a:
jam tratados com igualdade, tornando inadmissível qualquer forma I- Cumprir a missão institucional;
de discriminação, seja de origem social, cultural, étnica, sexual, ou II- Atuar sempre de acordo com as leis, regulamentos e normas
relativa a questões de cor, idade, religião, idioma, convicção filosófi- aplicáveis;
ca, política ou ideológica, orientação sexual, identidade de gênero, III- Alinhar atividades, processos, operações e negócios do Ban-
estado civil, filiação sindical e partidária, condição física e psíquica, co do Nordeste com a Missão, Visão, Valores, Código de Conduta
origem, grau de escolaridade, formação, aparência e nacionalidade; Ética e Integridade, Normas de Conduta e com os princípios e dire-
IV- Repudiar, coibir, apurar e punir qualquer procedimento que trizes contidos nas políticas corporativas;
possa configurar assédio de qualquer natureza, seja de caráter físi- IV- Agir sempre de acordo com as responsabilidades que o car-
co, sexual, moral ou psicológico; go ou a função lhe confere, exercendo suas atividades com profis-
V- Repudiar toda e qualquer prática ilícita, a exemplo de subor- sionalismo e contribuindo para a excelência dos serviços prestados
no, extorsão, corrupção, propina, nepotismo, lavagem de dinheiro, pelo Banco;
em todas as suas formas; V- Respeitar a diversidade, tanto a presente no âmbito interno,
VI- Aperfeiçoar o fluxo de informações necessárias à excelência quanto a do conjunto de pessoas com as quais o Banco do Nordeste
de procedimentos no ambiente de trabalho; mantém relacionamento, não adotando e combatendo quaisquer
VII- Proporcionar e democratizar oportunidades de ascensão comportamentos preconceituosos ou discriminatórios;
profissional, mediante critérios claros de acesso a treinamentos, VI- Manter sigilo sobre assuntos de interesse do Banco do Nor-
avaliações de desempenho, suprimento e substituição de cargos e deste, inclusive relacionados aos seus clientes, parceiros, concor-
funções, observando os interesses institucionais, assegurando aos rentes e acionistas, não devendo divulgá-los, sob qualquer pretex-
empregados lisura e transparência em todos os processos dessa na- to, salvo se autorizado;
tureza e valorizando o mérito como o principal critério para acesso VII- Zelar pelo patrimônio do Banco do Nordeste e primar pela
às funções comissionadas; VIII Incentivar o autodesenvolvimento economia, guarda e conservação dos bens corporativos e recursos
dos empregados, oferecendo treinamentos e capacitações adequa- materiais à sua disposição, utilizando-os unicamente para trabalhos
dos para o exercício das suas atividades no Banco do Nordeste; de interesse do Banco, protegendo-os de danos, manuseio inade-
IX- Estimular inovações em produtos, serviços, soluções, siste- quado, perdas ou extravios;
mas, políticas de financiamento e ações corporativas; VIII- Agir com responsabilidade socioambiental, especialmente
X- Estimular ações de sustentabilidade e de responsabilidade no uso de recursos como água, energia, papel e materiais de consu-
socioambiental; mo, promovendo a destinação final ambientalmente adequada de
XI- Buscar sempre o desenvolvimento sustentável em nossa resíduos e evitando qualquer forma de desperdício ou de utilização
atuação direta e indireta ou dentro da nossa esfera de influência; diferente daquela guiada pelo interesse institucional;
XII- Respeitar e valorizar a diversidade do conjunto de empre- IX- Cuidar da integridade dos recursos patrimoniais e financei-
gados e colaboradores, bem como de todas as pessoas com as quais ros de terceiros que estejam sob a guarda ou estejam sendo admi-
o Banco do Nordeste mantém relacionamento, combatendo todas nistrados pelo Banco;
as formas de preconceito e discriminação; X- Contribuir e zelar permanentemente para a boa imagem do
XIII- Assegurar que não haja restrição de ascensão funcional ou Banco do Nordeste, dentro e fora do ambiente de trabalho;
qualquer outro tipo de discriminação a empregadas do Banco do XI- Abster-se em decisões que envolvam interesses pessoais
Nordeste pelo fato de serem ou de poderem vir a ser mães; ou relação de parentesco consanguíneo ou por afinidade, em linha
XIV- Prover condições adequadas de trabalho para empregados reta ou colateral, até 3º grau;
e colaboradores com deficiências; XII- Abster-se de receber favores, vantagens ou presentes de
XV- Manter canais internos de comunicação efetivos, seguros qualquer natureza, para si ou para outrem, oferecidos de forma
e confiáveis para recepcionar e tratar sugestões de melhoria dos direta ou indireta, resultantes ou não de relacionamentos com o
processos operacionais e de gestão, bem como consultas, críticas, Banco do Nordeste e que possam influenciar decisões, facilitar ne-
reclamações e denúncias, garantindo o anonimato; gócios ou beneficiar terceiros;
XVI- Na forma do regramento ético vigente e, em especial, da XIII- Privar-se de obter proveito de cargo, função ou de infor-
Política de Proteção ao Denunciante, prover garantias institucionais mações em benefício próprio ou de terceiros;
quanto ao sigilo, à reserva de informações dos processos e à identi- XIV- Abster-se de adotar procedimento que possa configurar
dade de colaboradores envolvidos em denúncias, objetivando pre- assédio de qualquer natureza, seja físico, moral, sexual ou psico-
servar direitos e proteger a neutralidade das decisões; lógico;
Editora
198
198
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

XV- Comunicar às áreas competentes pressão ou assédio de XXXI- Assegurar que informações pessoais, inclusive médicas e
qualquer pessoa cujo interesse conflite com os do Banco do Nor- sobre benefícios, a que tenham conhecimento em razão do cargo
deste; ou função, sejam manuseadas com o cuidado e a reserva necessá-
XVI- Contribuir para manutenção de ambiente de trabalho sau- ria, devendo ficar restritas ao conhecimento daqueles que precisem
dável baseado em respeito, solidariedade, honestidade, harmonia, das informações para a realização de suas atividades no Banco.
autodesenvolvimento, espírito de equipe, cidadania e no comparti- Art. 32 São condutas vedadas nas relações de trabalho, presen-
lhamento de conhecimentos em prol do Banco; ciais, virtuais ou remotas:
XVII- Colaborar para um ambiente de trabalho livre de ofensas, I O uso do cargo ou função, de facilidades, de amizades, de
difamação, exploração, discriminação, repressão, intimidação, assé- tempo, de posição ou de influências, para obter qualquer favoreci-
dio e violência verbal ou não verbal; mento, para si ou para outrem;
XVIII- Compartilhar com os demais colegas os conhecimentos e II- Prejudicar deliberadamente a reputação de administrado-
as informações necessárias ao exercício das atividades próprias da res, empregados e colaboradores do Banco do Nordeste, agentes
instituição, respeitadas as normas relativas ao sigilo; públicos de órgãos e entidades federais, estaduais ou municipais e
XIX- Não permitir que interesses de ordem pessoal, simpatias de cidadãos que deles dependam, bem como de clientes, parceiros,
ou antipatias interfiram no trato com colegas, público em geral e no fornecedores e concorrentes;
andamento dos trabalhos; III- Ser, mesmo que em função de seu espírito de solidariedade,
XX- Não prejudicar deliberadamente, no ambiente de trabalho conivente com erro ou infração a este Código de Conduta Ética e
ou fora dele, por qualquer meio, a imagem da instituição ou a repu- Integridade;
tação dos administradores, demais membros dos órgãos estatutá- IV- Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
rios, empregados e colaboradores; regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
XXI- Notificar à área responsável sobre quaisquer ocorrências ou material;
que possam oferecer risco à saúde e/ou integridade física sua ou V- Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
de outrem; cance ou do seu conhecimento para cumprimento de suas respon-
XXII- Aceitar e respeitar opiniões divergentes e de caráter cons- sabilidades funcionais ou execução de suas atividades;
trutivo, agindo continuamente para prevenir e solucionar eventuais V- IPermitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
conflitos; paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
XXIII- Promover a união de esforços entre as diversas unidades, público ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
dispondo-se sempre a compartilhar conhecimentos e informações VII- Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
nos trabalhos conjuntos, contribuindo, dessa forma, para a manu- tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
tenção de um ambiente amplamente cooperativo; vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-
XXIV- Para todos aqueles que intervenham em processos de soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outra
contratação, seleção e/ou promoção profissional, seja qual for a sua pessoa para o mesmo fim;
posição, agir com objetividade técnica em todas as suas interven- VIII- Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva enca-
ções e decisões, atuando com respeito aos regulamentos vigentes minhar para providências;
e com o único objetivo de identificar as pessoas mais adequadas ao IX- Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
perfil e necessidades da função a preencher, promovendo a todo o atendimento do Banco do Nordeste;
tempo e circunstâncias a igualdade de oportunidades, observando- X- Desviar empregados ou colaboradores para atendimento a
-se os interesses institucionais; interesse particular;
XXV- Respeitar os direitos autorais e a legislação específica so- XI- Retirar das instalações do Banco do Nordeste, sem estar
bre propriedade intelectual, tanto das produções do Banco do Nor- legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
deste como de terceiros; cente ao Banco ou a terceiros;
XXVI- Praticar o diálogo e a cooperação com os públicos de re- XII- Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
lacionamento do Banco do Nordeste, recepcionando críticas e su- interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami-
gestões de melhoria, respondendo corretamente e com rapidez às gos ou de terceiros;
dúvidas apresentadas e procurando, a partir dessas condutas, agre- XIII- Apresentar-se embriagado ou sob o efeito de substâncias
gar continuamente valor a produtos e serviços; ilícitas no serviço ou fora dele habitualmente;
XXVII- Cumprir este Código e as normas internas a ele relacio- XIV- Cooperar com qualquer instituição que atente contra a
nadas, agindo de acordo com os princípios e valores éticos e de in- moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
tegridade aqui apresentados e escolhendo sempre, diante de mais XV- Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
de uma opção, a melhor para o Banco e para a sociedade; empreendimentos de cunho duvidoso.
XXVIII- Adotar os mais elevados padrões de profissionalismo, Parágrafo único: É vedado ao Presidente e aos Diretores do
integridade e comportamento ético no seu cotidiano, utilizando-se Banco do Nordeste opinar publicamente a respeito:
dessa conduta como elemento básico e norteador de suas respon- I- Da honorabilidade e do desempenho funcional de outra au-
sabilidades funcionais; toridade pública federal; e
XXIX- Conhecer e difundir, inclusive por meio das próprias atitu- II Do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão
des, os valores e princípios contidos neste Código; individual ou em órgão colegiado.
XXX- Comunicar imediatamente quaisquer suspeitas, tentativas
ou práticas de atos ilícitos ou condutas inapropriadas que afrontem
o disposto neste Código, por meio dos canais de denúncias apresen-
tados no Artigo 62.
Editora
199
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CAPÍTULO XIII IX- Curtir ou compartilhar comentário, feito por terceiro, que
DO COMPORTAMENTO NAS REDES E MÍDIAS SOCIAIS atente contra os princípios e valores deste Código ou que seja ofen-
sivo ao Banco do Nordeste, por poder se constituir em ato lesivo à
Art. 33 O público-alvo deste Código e todos aqueles que atuam honra e à reputação institucional;
ou prestam serviços em nome ou para o Banco do Nordeste deve- X- Produzir e/ou divulgar informações e notícias que deveria
rão aplicar, no que couber, os dispositivos contidos neste Código saber ser falsa.
sempre que se identificarem ou forem identificáveis como vincula-
dos a essa Instituição em redes e mídias sociais. CAPÍTULO XIV
Art. 34 O Banco do Nordeste respeita e valoriza o direito à li- DAS RESPONSABILIDADES ADICIONAIS DA ALTA
vre expressão, porém é essencial que cada um esteja consciente ADMINISTRAÇÃO
de que seu comportamento em redes e mídias sociais, ainda que
em interações de caráter pessoal, pode comprometer a imagem, a Art. 37 A Alta Administração, composta pelos membros do Con-
reputação e a integridade institucionais. selho de Administração, presidente e diretores, baseada na crença
Parágrafo único: Redes e mídias sociais devem ser utilizadas de que suas ações e decisões não apenas são exemplos para todos
com responsabilidade, empatia e compromisso com a ética e a in- os empregados e colaboradores, mas que também ajudam a com-
tegridade institucionais. por a imagem do Banco do Nordeste perante o mercado e a socie-
Art. 35 Nas interações em redes e mídias sociais, o público-alvo dade, deve enxergar-se e atuar como a principal responsável pela
deste Código deve observar as seguintes orientações: promoção da cultura ética e de integridade dentro da instituição.
I- Ter a consciência de que é responsável por tudo o que publica Art. 38 Baseados na premissa de que o exemplo vem de cima,
ou compartilha nas redes e mídias sociais; os membros da Alta Administração do Banco do Nordeste devem
II- A má conduta no mundo virtual se compara e equivale àque- também:
la realizada no mundo real e pode até ser mais grave em razão da I- Entender e assumir que são os principais vetores de promo-
publicidade que pode ser alcançada; ção da cultura ética e da integridade no Banco do Nordeste;
III- Respeitar os outros usuários da rede e suas opiniões e con- II- Incentivar e monitorar a promoção da cultura ética e, em to-
vicções, mesmo em caso de discordância; dos os momentos, demonstrar de forma inequívoca e contundente,
IV- Ser o primeiro a tentar corrigir eventual erro cometido nas por meio de suas ações e decisões, o compromisso com a ética e a
suas interações virtuais, estando pronto para, se for o caso, recuar integridade e a não tolerância à má conduta;
e desculpar-se; III- Adotar postura ética exemplar no relacionamento com em-
V- Entender que o fato de as redes e mídias sociais permitirem pregados e colaboradores, com terceiros, com autoridades públicas
que qualquer pessoa publique o que pensa na Internet não dá a ela e com clientes, usuários, fornecedores e parceiros da instituição e
o direito de ofender, maltratar, ameaçar, discriminar, violar direitos solicitar que todos os empregados e colaboradores da instituição
autorais, revelar informações confidenciais ou sigilosas ou prejudi- também o façam, procurando garantir que a promoção dos mais
car pessoas e instituições. altos padrões de ética e de integridade seja uma preocupação cons-
Art. 36 São práticas inadmissíveis nas interações em redes e tante dentro da instituição;
mídias sociais: IV- Patrocinar o Plano de Trabalho Anual da Comissão de Ética,
I- Acessar imoderadamente as redes e mídias sociais no am- bem como o Programa de Integridade perante os públicos interno e
biente de trabalho para fins não relacionados às suas atribuições externo, destacando recursos humanos, financeiros e materiais su-
institucionais; ficientes para o desenvolvimento e execução de ambos e solicitan-
II- Criar perfis relacionados ou que façam menção ao Banco do do o comprometimento efetivo de todos os empregados, colabora-
Nordeste ou a alguma de suas unidades sem a expressa autorização dores e partes interessadas, para o fortalecimento de um ambiente
da Superintendência de Marketing e Comunicação; ético e íntegro no Banco do Nordeste;
III- Usar a identidade visual do Banco do Nordeste e/ou de seus V- Participar ou manifestar, de forma sistemática, apoio em to-
produtos e iniciativas em perfis pessoais ou de grupos; das as fases de desenvolvimento e execução do Plano de Trabalho
IV- Falar em nome da empresa, sem a devida designação for- Anual da Comissão de Ética e do Programa de Integridade do Banco
mal; do Nordeste, tomando para si a responsabilidade de também fo-
V- Ofender a honra do Banco do Nordeste, seus administrado- mentar a cultura ética, as políticas corporativas de integridade e o
res e demais membros dos órgãos estatutários, empregados, cola- respeito às leis dentro e fora da instituição;
boradores, parceiros, fornecedores ou concorrentes; VI- Promover o engajamento dos gestores do Banco do Nor-
VI- Divulgar ou tratar informações de natureza interna, confi- deste na criação de uma cultura institucional de ética e integrida-
dencial ou protegidas por sigilo em canais de comunicação não ho- de, criando mecanismos para encorajar, reforçar e disseminar esse
mologados pelo Banco do Nordeste; comprometimento em todos os níveis da hierarquia organizacional;
VII- Obrigar quem quer seja a participar de grupos de discus- VII- Procurar garantir que o Banco do Nordeste seja tão trans-
são ou de aplicativos de mensagens instantâneas não institucionais, parente quanto possível sobre todas as decisões, ações, planos,
uma vez que, se o canal de comunicação a ser utilizado não é do projetos, iniciativas, orçamentos, despesas e resultados, fornecen-
Banco do Nordeste, a eventual participação deve ser sempre vo- do às partes interessadas e à sociedade em geral informações que
luntária; permitam sua colaboração no desenvolvimento, acompanhamento
VIII- Divulgar fotos, vídeos ou textos que possam comprometer e avaliação das atividades institucionais, como forma de demons-
ou expor a vida privada de administradores e demais membros dos trar sua atuação sempre em conformidade com o interesse público;
órgãos estatutários, empregados, colaboradores, clientes, parceiros
ou fornecedores do Banco do Nordeste;
Editora
200
200
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VIII- Acompanhar, de maneira sistemática, o desempenho do CAPÍTULO XVI


Banco do Nordeste nas áreas de ética e de integridade, bem como DO CONFLITO DE INTERESSES
garantir a atualização constante das políticas, programas e instru-
mentos corporativos frente a novos cenários, de forma a reforçar a Art. 41 Toda e qualquer situação que possa criar, ou sugerir
resiliência da instituição a atos de improbidade, corrupção, fraude, conflitos, reais ou potenciais, entre interesses públicos, em espe-
nepotismo, conflito de interesses e outros que violem a ética e a cial os do Banco do Nordeste, e interesses privados, que possam
integridade e, consequentemente, comprometam o desempenho comprometer o bem comum ou influenciar, de maneira imprópria,
da missão institucional; o desempenho da função pública da Instituição, deve ser prevenida,
IX- Promover e incentivar a manutenção dos mais altos níveis coibida e reportada.
de ética e de integridade na Instituição e o desenvolvimento de uma Parágrafo único: O conflito de interesses é real quando a si-
cultura organizacional baseada em elevados padrões de conduta; tuação geradora já se consumou e é potencial quando interesses
X- Estimular o contínuo aprimoramento dos sistemas de gestão particulares podem gerar conflito de interesses em situação futura.
da ética e da integridade do Banco do Nordeste e o trabalho con- Art. 42 São exemplos de situações que geram ou sugerem con-
junto e coordenado dos respectivos componentes, favorecendo as flito de interesses e que devem ser evitadas:
tomadas de decisão baseadas em critérios técnicos e não com base I- Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito
em interesses particulares, minimizando os riscos de corrupção, próprio ou de terceiros, obtida em razão das atividades exercidas;
fraude, nepotismo e situações de conflito de interesses e aumen- II- Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou
tando, assim, a qualidade dos serviços prestados pela Instituição; a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica
XI- Promover eventos de treinamento e capacitação para admi- que tenha interesse em decisão de administrador ou empregado
nistradores e demais membros dos órgãos estatutários, emprega- ou do colegiado dos quais estes participem no Banco do Nordeste;
dos e colaboradores. III- Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da
sua natureza seja incompatível com as atribuições do cargo, função
CAPÍTULO XV ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade de-
DAS RESPONSABILIDADES ADICIONAIS DOS GESTORES senvolvida em áreas ou matérias correlatas;
IV- Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consul-
Art. 39 Os gestores devem atuar de forma a que suas condutas tor, assessor ou intermediário de interesses privados junto ao Ban-
estejam sempre em conformidade com os padrões éticos e de inte- co do Nordeste;
gridade exigidos por este Código, exercendo a liderança pelo exem- V- Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de
plo e pelo compromisso contínuo de acompanhar, avaliar e cobrar que participe administrador outro membro de órgão estatutário,
das suas equipes a adesão permanente aos princípios e valores do empregado ou colaborador, seu cônjuge, companheiro ou parentes,
Banco do Nordeste, orientando empregados e colaboradores para consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro
a apropriada condução de suas atividades. grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos
Art. 40 Também é dever dos gestores: de gestão;
I- Cumprir e fazer cumprir as leis, os normativos internos, as VI- Receber presente de quem tenha interesse em decisão de
políticas corporativas, o Código de Conduta Ética e Integridade e as administrador, de membro de órgão estatutário ou de empregado
Normas de Conduta do Banco do Nordeste; ou ainda de colegiado do qual estes participem fora dos limites e
II Assumir postura de responsabilidade pelo todo, acompa- condições estabelecidos no Capítulo XVII.
nhando e adotando medidas que inibam irregularidades e violações §1º A ocorrência de conflito de interesses independe da exis-
ao disposto neste Código, em especial, atos de corrupção, fraude, tência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento
nepotismo, conflito de interesses e todas as formas de assédio; de qualquer benefício ou ganho, financeiro ou não.
III- Controlar o acesso e o uso das informações e sistemas cor- §2º O empregado que tenha dúvidas quanto a uma eventual
porativos pela equipe subordinada; situação concreta, que lhe diga respeito e que possa configurar con-
IV- Abster-se de utilizar, para fins particulares, bens ou serviços flito de interesses, deverá realizar consulta ao Sistema Eletrônico de
corporativos; Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), do Ministério da Trans-
V- Abster-se de manter, sob sua subordinação hierárquica dire- parência e Controladoria-Geral da União (CGU).
ta, cônjuge, companheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, §3º Situação ou circunstância de conflito de interesses deverá
por consanguinidade ou afinidade, até o 3º grau; ser comunicada por meio dos canais de denúncias apresentados no
VI- Não apenas buscar continuamente o autodesenvolvimento Artigo 62.
nos temas de ética e integridade, mas também estimular e apoiar §4º Ao Presidente e aos Diretores do Banco do Nordeste é
treinamentos, capacitações e o desenvolvimento de suas equipes permitido o exercício não remunerado de encargo de mandatário,
nesses temas; desde que não implique a prática de atos de comércio ou quaisquer
VII- Procurar certificar-se da autenticidade, fidedignidade, cla- outros incompatíveis com o exercício do seu cargo ou função, nos
reza e objetividade das informações prestadas pela equipe subor- termos da lei, e desde que previamente autorizado ou determinado
dinada; pelo Conselho de Administração.
VIII- Difundir a cultura do cuidado e do zelo com o patrimônio, Art. 43 O exercício de atividades extrabanco é permitido ao
com os recursos postos à disposição da equipe e com a imagem do empregado, desde que não exista conflito de interesses e que seja
Banco do Nordeste. observado o disposto neste Código e nos demais normativos que
IX- Evitar demandar tarefas ou realizar cobranças relacionadas tratam do tema e, em especial, que:
ao trabalho fora do horário de expediente de subordinados, nos fins
de semana, feriados e férias.
Editora
201
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I- Não haja interferência em suas atividades e responsabilida- à intenção de obter ganhos indevidos ou de recompensar alguém
des perante o Banco do Nordeste e seja compatível com seu horário pelo cumprimento de uma obrigação inerente ao cargo ou função
de trabalho; ocupada, nem caracterize troca de favores ou benefícios.
II- Não acarrete nem possa acarretar dano à reputação ou à V- Quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos
imagem do Banco do Nordeste; protocolares em que houver reciprocidade ou em razão do exercício
III- Não sejam divulgadas ou utilizadas informações privilegia- de funções diplomáticas.
das obtidas em função do desempenho de suas atividades no Banco Art. 45 Na participação, por interesse institucional, em congres-
do Nordeste, observado o disposto no inciso III do Artigo 49; sos, seminários e eventos similares, a cobertura dos custos caberá
IV- Não sejam utilizados os recursos materiais e humanos pos- ao Banco do Nordeste, sendo vedado o recebimento de qualquer
tos a sua disposição para o desempenho de suas atividades no Ban- hospitalidade ou remuneração oferecida por terceiros.
co do Nordeste. Parágrafo único: Poderão ser custeados inscrição, passagem,
hospedagem e traslados, pela organização do evento, desde que
CAPÍTULO XVII não se trate de benefício exclusivo ao Banco do Nordeste ou nos
DOS PRESENTES, BRINDES E HOSPITALIDADES casos em que essas despesas forem providas por governo estran-
geiro e suas instituições, por organismos internacionais ou institui-
Art. 44 É vedado exigir, pedir, inclusive mediante insinuação, ções acadêmicas, científicas ou culturais, que não tenham interesse
oferecer, ou aceitar qualquer tipo de favor, presente, comissão, aju- em decisão ou atos dos participantes do Banco do Nordeste ou de
da financeira, vantagem, contribuição, cortesia, compensação, do- colegiados dos quais estes participem.
ação, recompensa, gratificação, prêmio ou convites pessoais para
viagens, hospedagens e entretenimento para si, para familiares ou CAPÍTULO XVIII
para terceiros, para o cumprimento da sua missão ou para influen- DOS BENS E RECURSOS DO BANCO DO NORDESTE
ciar outro agente público para o mesmo fim.
§1º Podem ser aceitos ou oferecidos brindes que: Art. 46 O patrimônio, as instalações e os recursos materiais,
I- Sejam distribuídos de forma generalizada a título de propa- técnicos e financeiros do Banco do Nordeste devem ser utiliza-
ganda, promoção institucional, divulgação habitual ou por ocasião dos de forma legal, zelosa, sustentável e primordialmente para o
de eventos especiais ou datas comemorativas de caráter histórico cumprimento das atribuições que atendam aos propósitos insti-
ou cultural e que possuam valor unitário menor do que um por cen- tucionais, bem como protegidos de danos, manuseio inadequado,
to do teto remuneratório previsto no inciso XI do caput do art. 37 perdas ou extravios, evitando e combatendo toda forma de uso in-
da Constituição; devido, abuso e desperdício.
II- Não possuam valor comercial. Art. 47 É vedada a utilização da infraestrutura, instalações,
§2º Independentemente das hipóteses previstas no § 1º, não equipamentos, redes de dados, canais de comunicação, recursos
pode ser aceito brinde distribuído por uma mesma pessoa, empre- humanos, materiais e de tecnologia da informação (correio eletrô-
sa ou entidade a intervalos menores do que doze meses. nico, Internet, Intranet, sistemas, aplicativos etc.) do Banco do Nor-
§3º Se o valor do brinde ultrapassar o valor mencionado o inci- deste para atividades ou assuntos político-partidários, religiosos ou
so I do §1º acima, será ele tratado como presente, aplicando-se-lhe, de interesse comercial próprio ou de terceiros.
em caso de impossibilidade de recusa ou de devolução imediatas,
uma das seguintes providências: CAPÍTULO XIX
I- Tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, DA SEGURANÇA E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
destiná-lo ao acervo do Banco do Nordeste para que este lhe dê o
destino adequado; Art. 48 São compromissos do público-alvo deste Código:
II- Promover a sua doação a entidade de caráter assistencial I- Proteger a informação de forma a garantir sua integridade,
ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde que, confidencialidade e disponibilidade, conforme o caso;
tratando-se de bem não perecível, se comprometa a aplicar o bem II- Preservar a segurança da informação, abstendo-se de tratar
ou o produto da sua alienação em suas atividades-fim; ou de assuntos sigilosos, de uso interno do Banco, em salas de con-
III- Determinar a incorporação ao patrimônio do Banco do Nor- versação, fóruns de discussão, redes e mídias sociais, plataformas
deste. de videoconferência e serviços de comunicação com acesso pela
§4º Somente é permitido receber valor monetário, presente ou internet não autorizados pelo Banco;
brinde acima do limite estabelecido nas seguintes situações: III- Resguardar as informações privilegiadas, relevantes ao pro-
I- Quando procedentes de programas ou iniciativas de reconhe- cesso de decisão no âmbito do Banco do Nordeste que tenham ou
cimento interno do Banco do Nordeste. possam ter repercussão econômica ou financeira e que não sejam
II- Quando oriundos de campanhas promocionais da CAPEF ou de amplo conhecimento público, obtidas tanto no exercício de suas
da CAMED destinadas aos participantes e beneficiários respectiva- atribuições, quanto por meio casual, em virtude da falta de discri-
mente. ção ou cuidado de pessoas obrigadas a guardar;
III- Quando se configurarem como prêmio concedido em razão IV- Preservar a privacidade, proteger e tratar com sigilo os da-
de concurso de acesso público a trabalho de natureza acadêmica, dos pessoais e demais informações pertinentes a clientes, forne-
científica, tecnológica ou cultural. cedores, prestadores de serviços e demais parceiros, obtidos em
IV- Em razão de laços de amizade ou coleguismo entre em- decorrência do relacionamento empresarial, fazendo uso apenas
pregados ou colaboradores por ocasião de datas comemorativas para fins apropriados e legalmente permitidos;
ou de confraternização, a exemplo de aniversários, despedidas e
movimentações de pessoal, desde que a oferta não seja atrelada
Editora
202
202
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

V- Abster-se de consultar o cadastro, as contas de depósitos (à Art. 53 A Comissão de Ética do Banco do Nordeste é composta
vista ou vinculadas) e aplicações de empregados ou de correntistas por 3 (três) membros titulares, com respectivos suplentes, todos
sem que seja por necessidade do serviço, preservando o sigilo ca- escolhidos entre os empregados do quadro permanente e em ati-
dastral, bancário, empresarial e profissional; vidade no Banco.
VI- Prestar esclarecimentos fidedignos, quando solicitado, nos §1º Dois membros titulares e dois suplentes são designados
prazos estabelecidos em legislação. pelo Presidente do Banco do Nordeste.
§2º Um membro titular e um suplente são escolhidos pelos
CAPÍTULO XX empregados do Banco do Nordeste, respectivamente o primeiro e
DA GESTÃO DA ÉTICA E DA INTEGRIDADE o segundo mais votados em eleição direta conduzida pelo Banco e
realizada a cada três anos
Art. 49 A gestão da ética no Banco do Nordeste é conduzida §3º Compete ao Presidente do Banco do Nordeste designar,
pela Comissão de Ética e por sua Secretaria Executiva, ambas cons- dentre os componentes, o presidente da Comissão.
tituídas nos termos da legislação pertinente, em especial o Decreto §4º O mandato dos membros da Comissão é de três anos, não
nº 6.029/2007 e a Resolução nº 10/2008 da Comissão de Ética Pú- coincidentes, permitida apenas uma recondução.
blica da Presidência da República (CEP). §5ºA atuação na Comissão de Ética é considerada prestação de
Parágrafo único: As normas e procedimentos que orientam os relevante serviço público e não enseja qualquer remuneração, de-
trabalhos da Comissão de Ética estão consolidados no seu Regimen- vendo ser registrada nos assentamentos funcionais do empregado.
to Interno. §6º Os trabalhos da Comissão de Ética são considerados prio-
Art. 50 Dentre as atribuições da Comissão de Ética do Banco do ritários sobre as atribuições próprias do cargo ou função dos seus
Nordeste, destacam-se: membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comis-
I- Na dimensão educativa, recomendar, acompanhar e avaliar são.
o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capaci- §7º O registro nos assentamentos funcionais do empregado
tação e treinamento sobre as normas de ética, bem como a divul- pode ocorrer também para o Secretário-Executivo da Comissão de
gação e implementação deste Código, em parceria com as demais Ética e para aquelas pessoas que, a juízo de seus membros, tenham
unidades competentes; prestado relevante serviço à Comissão.
II- Apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desa- §8º A infração de natureza ética cometida por membro da Co-
cordo com as normas éticas pertinentes, aplicando as consequen- missão de Ética será apurada pela Comissão de Ética Pública da Pre-
tes medidas preventivas e punitivas, conforme disciplinado no Ca- sidência da República.
pítulo XXIII; Art. 54 Aos membros da Comissão de Ética do Banco do Nor-
III- Atuar como instância consultiva e orientativa em questões deste, titulares e suplentes, será assegurada inamovibilidade de lo-
relacionadas a este Código; tação e função em comissão durante o mandato e após o fim de seu
IV- Dirimir dúvidas atinentes à interpretação deste Código e das mandato por até12 (doze) meses, conforme parágrafo único.
normas que versem sobre questões éticas e deliberar sobre casos Parágrafo único: Caso o período do mandato seja inferior a três
omissos; anos, será calculado tempo de asseguramento de forma proporcio-
V- Supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta nal ao tempo de exercício como membro na Comissão de Ética, li-
Administração Federal e comunicar à Comissão de Ética Pública mitado ao período de 12 meses.
(CEP) a ocorrência de fatos que possam configurar descumprimen- Art. 55 Os membros da Comissão de Ética e de sua Secretaria
to de suas normas; Executiva terão assistência jurídica interna durante o mandato e por
VI- Representar o Banco do Nordeste na Rede de Ética do Poder período indeterminado posterior ao mandato, ainda que desligados
Executivo Federal. dos quadros de empregados da empresa, acaso demandados admi-
Art. 51 A representação, a denúncia ou qualquer outra deman- nistrativa ou juridicamente por atos seus nesta qualidade.
da deve ser encaminhada por meio dos canais apresentados no Ar- Art. 56 O funcionamento da Comissão de Ética é estabelecido
tigo 62. em Regimento Interno aprovado pela própria Comissão.
§1º Quando o autor da demanda não se identificar, a Comissão Art. 57 As orientações e diretrizes para estruturação, efetivação
de Ética poderá acolher os fatos narrados para fins de instauração, e melhoria contínua do Programa de Integridade são apresentadas
de ofício, de procedimento investigatório, desde que contenha in- na Política de Integridade e Ética do Banco do Nordeste.
dícios suficientes da ocorrência da infração ou, em caso contrário, Parágrafo único: O Programa de Integridade do Banco do Nor-
determinar o arquivamento sumário. deste consiste no conjunto de mecanismos e procedimentos inter-
§2º Compete à Comissão de Ética analisar as ocorrências de nos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-
descumprimento deste Código no que concerne à dimensão da éti- dade e na aplicação efetiva deste Código, das normas de conduta e
ca e decidir pela abertura do respectivo processo de apuração ou das políticas e diretrizes institucionais, com o objetivo de detectar
pelo encaminhamento da demanda às áreas internas competentes, e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados
no caso de tema ou infração de outra natureza. contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
§3º A Comissão de Ética fica obrigada a preservar o sigilo de Art. 58 A gestão da integridade no Banco do Nordeste ocorre
quaisquer informações a que tenha acesso. de forma distribuída e envolve coordenação e a utilização de meca-
Art. 52 São princípios fundamentais no trabalho desenvolvido nismos e procedimentos pelas diversas áreas da Instituição.
pelos membros da Comissão de Ética: Parágrafo único: O Ambiente de Controles e Internos e Com-
I- Preservar a honra e a imagem da pessoa investigada; pliance é a instância colegiada responsável pela coordenação das
II- Proteger a identidade do denunciante; ações da Política de Integridade e Ética do Banco do Nordeste, sub-
II-I Atuar de forma independente e imparcial. missão de atualizações dessa política e do Programa de Integridade
Editora
203
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

à Diretoria Executiva, bem como de eventuais fragilidades, opor- §1º Da aplicação da censura decorrem as seguintes consequ-
tunidades de melhoria e ações necessárias ao aprimoramento dos ências, além de outras que venham a ser criadas por normativos
mecanismos e procedimentos de integridade. internos:
I- Não recebimento de promoção por mérito no processo em
CAPÍTULO XXI curso ou subsequente à decisão da Comissão de Ética do Banco do
DAS DENÚNCIAS Nordeste, conforme o caso;
II- Comunicação à Comissão de Ética Pública (CEP), com o nome
Art. 59 Qualquer pessoa pode apresentar denúncia relativa a do empregado censurado, para registro em seu banco de dados,
comportamentos que infringem o estabelecido neste Código. para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administração
§1º O Banco do Nordeste disponibiliza canais que possibilitam pública federal em casos de nomeação para cargo em comissão ou
o recebimento de denúncias internas e externas relativas ao des- de alta relevância pública;
cumprimento deste Código e das demais normas internas e obriga- III- Registro da penalidade nos assentamentos funcionais, pelo
cionais ou situações com indício de ilicitude de qualquer natureza, prazo de 3 (três) anos, contados da data em que a decisão se tornou
relacionadas às atividades da Instituição. definitiva, após o qual deverá ser retirado, caso o empregado cen-
§2º A Política de Proteção ao Denunciante é parte integrante surado não tenha praticado nova infração ética.
do Código de Conduta Ética e de Integridade do Banco do Nordeste §2º A Comissão de Ética do Banco do Nordeste dará publicida-
e possui mecanismos de proteção que impedem qualquer espécie de das decisões que resultar em sanção, em recomendação ou em
de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias. ACPP, de forma resumida, com omissão dos nomes dos envolvidos,
Art. 60 A denúncia deverá conter: através de ementa, no sítio eletrônico do Banco do Nordeste na in-
I -Identificação opcional do denunciante; ternet.
II- Identificação do denunciado; §3º A Comissão de Ética manterá banco de dados com as san-
III- Descrição detalhada dos fatos; ções aplicadas nos últimos três anos, que deverá ser consultado
IV- Apresentação dos elementos de prova ou indicação de onde para fins de nomeação para o exercício de função em comissão.
podem ser encontrados. §4º A penalidade de Censura Ética será aplicada independente-
Art. 61 Os responsáveis pelo tratamento de denúncias com- mente de outras sanções, legais ou administrativas, determinadas
prometem-se a garantir o anonimato do denunciante quando este por outras áreas competentes.
assim o desejar. Art. 64 No caso dos membros da Comissão de Ética do Banco
do Nordeste, Secretaria da Comissão de Ética, da alta administração
CAPÍTULO XXII (presidente e diretores), além de membros do Conselho de Admi-
DOS CANAIS DE DENÚNCIA nistração e Fiscal, a competência para apuração e aplicação de san-
ções éticas é da Comissão de Ética Pública (CEP).
Art. 62 Os canais de denúncia do Banco do Nordeste são: Art. 65 No caso dos colaboradores sujeitos às normas deste có-
I- E-mail: comissaodeetica@bnb.gov.br ou ouvidoria@bnb.gov. digo, que não sejam empregados do Banco do Nordeste, compete
br ou superauditoriabnbdenuncias@bnb.gov.br ou comitedeAudi- à Comissão de Ética do Banco do Nordeste, tão somente proceder
toria@bnb.gov.br; a devida apuração dos fatos, sem aplicação de penalidade, com o
II- Telefones: Comissão de Ética (85) 3251-7693/ (85) 3251- envio do resultado ao gestor do contrato, reservando cópia ao Pre-
7694 ou Ouvidoria0800 033 3033. Para pessoas com deficiência sidente do Banco do Nordeste, para as providências cabíveis, junto
auditiva: 0800 033 3031; à empresa a qual o colaborador pertence.
III- Carta: Comissão de Ética - Av. Doutor Silas Munguba, 5.700 Art. 66 Pela infringência às disposições legais, normas e regu-
– Polo de Lazer – Passaré – Fortaleza – CE – CEP: 60.743-902; lamentos do Banco, e após conclusão de procedimento disciplinar
IV- Presencial, na sala da Comissão de Ética, no endereço cons- pelo envolvimento na irregularidade, o empregado, de acordo com
tante do inciso III acima, mediante agendamento com a Secretaria a natureza e a gravidade, poderá sofrer punições disciplinares, sem
Executiva da Comissão; e prejuízo, quando for o caso, da aplicação de responsabilização pe-
V- Para denúncias de assédio sexual: (85) 99857-0268. cuniária.
Art. 67 As punições disciplinares são:
CAPÍTULO XXIII I- Repreensão: aplicada para condutas que descumpram deve-
DAS SANÇÕES res funcionais, sem indícios de dolo ou má-fé, de gradação leve e
que não justifique imposição de penalidade mais grave;
Art. 63 O descumprimento ao disposto neste Código no tocante II- Advertência: aplicada em caso de reincidência de conduta
aos aspectos éticos ocasionará a aplicação da penalidade de Censu- anteriormente punida com repreensão ou nas hipóteses de des-
ra Ética, após o devido Processo de Apuração Ética (PAE), assegu- cumprimento de qualquer das vedações ou deveres funcionais pre-
rando-se o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras vistos em lei, regulamentação ou norma interna que não justifique
providências a cargo da Comissão de Ética do Banco do Nordeste, imposição de penalidade mais grave;
cumulativamente ou não, tais como: III- Suspensão: aplicada em caso de reincidência das faltas pu-
I- Recomendação de dispensa de função de confiança; nidas com advertência, nas ocorrências de gradação média, ou de
II- Outras medidas necessárias para evitar ou sanar desvios éti- violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
cos, lavrando, se for o caso, o Acordo de Conduta Pessoal e Profis- à penalidade de rescisão contratual por justa causa. É expressa pelo
sional – ACPP compulsório afastamento de empregado do exercício de suas ativi-
dades por período de até 30 (trinta) dias;

Editora
204
204
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV- Despedida por justa causa: aplicada quando do cometimen-


to de infração prevista na legislação vigente como justa causa para POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO
rescisão do contrato de trabalho. BANCO DO NORDESTE DO BRASIL
Parágrafo único: A aplicação de punição disciplinar não exclui
a possibilidade de, a critério do Banco, serem adotadas as medidas
judiciais cabíveis para que o empregado repare os danos e prejuízos APRESENTAÇÃO
causados.
A Política de Responsabilidade Social, Ambien-
CAPÍTULO XXIV tal e Climática (PRSAC) do Banco do Nordeste consiste
DAS DÚVIDAS E PEDIDOS DE INFORMAÇÃO no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social, ambiental
e climática a ser observado por todo o Banco na condução de seus
Art. 68 Em caso de dúvida quanto à aplicação deste Código ou negócios, atividades e processos, bem como na sua relação com
sobre supostas infrações ao seu conteúdo, consultar a Comissão de partes interes- sadas (clientes e usuários dos produtos e serviços;
Ética do Banco do Nordeste por meio dos canais apresentados no comunidade interna; fornecedores e os prestadores de serviços
Artigo 62, ou ainda, por meio dos representantes locais da Comis- terceirizados relevantes; investidores em títulos ou valores mobi-
são nas Superintendências Estaduais. liários emitidos pelo Banco; e de- mais pessoas impactadas pelos
produtos, serviços, atividades e processos do Banco do Nordeste,
CAPÍTULO XXV segundo critérios estabelecidos pelo próprio Banco).
DISPOSIÇÕES FINAIS A presente PRSAC foi elaborada em consonância com a Reso-
lução do Conselho Monetário Nacional nº4.945, de 15/09/2021,
Art. 69 Como afirmação do compromisso do Banco do Nordes- que dispõe sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental
te com a equidade de gênero, destaca-se que os termos “empre- e Climática (PR- SAC) e sobre as ações com vistas à sua efetividade
gados”, “colaboradores”, “contratados” e outros usados na forma a serem estabelecidas pelas instituições financeiras edemais insti-
gramatical do masculino ao longo deste Código referem-se sempre tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
a mulheres e homens.
Art. 70 Os editais de concurso público para seleção de empre- PRINCÍPIOS
gados do Banco do Nordeste farão expressa referência a este Códi- São princípios de Responsabilidade Social, Ambiental e Climá-
go de Conduta Ética e Integridade para prévio conhecimento dos tica do Banco do Nordeste:
candidatos. Promoção do desenvolvimento de sua área de atuação em ba-
Art. 71 Ninguém poderá ser responsabilizado civil, penal ou ses social, ambiental e climática sus- tentáveis;
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, Promoção de inovação social e tecnológica para o semiárido
quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade brasileiro;
competente para apuração de informação concernente à prática de Respeito e promoção da diversidade, equidade e inclusão em
crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em seus negócios, atividades e processos e na relação com as partes
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. interessadas;
Art. 72 A Comissão de Ética apreciará toda e qualquer sugestão Gestão da operação empresarial de forma ecoeficiente e so-
de aprimoramento deste Código e proporá à Diretoria Executiva e cioambientalmente responsável;
ao Conselho de Administração do Banco do Nordeste eventuais atu- Atuação pautada na ética, integridade e transparência em seus
alizações que julgar necessárias. negócios, atividades e processos de trabalho e na relação com as
Parágrafo único: Este Código deverá ser revisado a cada três partes interessadas;
anos. Apoio à transição para uma economia de baixo carbono e
Art. 73 Este Código encontra fundamentos na Constituição contribuição à mitigação de impactosassociados à mudança cli-
Federal; no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil mática;
do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n°. 1.171, de Alinhamento às normas legais, às políticas públicas e aos princi-
22/06/1994; no Código de Conduta da Alta Administração Federal, pais tratados, acordos, pactos e con-venções nacionais e internacio-
aprovado em 21/08/2000; no Decreto n° 6.029, de 01/02/2007, que nais relacionadas à responsabilidade social, ambiental e climática
instituiu o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal; dos quais o Brasil é signatário, em especial à Declaração Universal
nas Resoluções n° 3 e nº 10, de 23/11/2000 e 29/09/2008, respec- dos Direitos Humanos, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentá-
tivamente, da Comissão de Ética Pública (CEP); na Lei Anticorrup- vel da ONU e ao Acordo de Paris;
ção n° 12.846, de 01/08/2013; na Lei de Conflito de Interesses n° Contribuição de impacto positivo e mitigação dos impactos
12.813, 16/05/2013; na Lei das estatais n°13.303, de 30/06/2016; negativos de seus produtos, serviços,atividades e processos;
na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) nº 13.709, de Promoção da inclusão social e da inserção produtiva em bases so-
14/08/2018, e em outras Resoluções correlatas à Gestão da Ética cial, ambiental e climática sustentáveis;
e Integridade. Engajamento de partes interessadas e incentivo à adoção de
Art. 74 Este Código de Conduta Ética e Integridade entra em práticas social, ambiental e climatica- mente sustentáveis à toda
vigor na data de sua publicação. sua cadeia de valor.

Aprovação pelo Conselho de Administração e publicação em


21/03/2023.

Editora
205
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

DIRETRIZES Desenvolver ações que promovam a adoção de boas práticas


A atuação do Banco do Nordeste é norteada pelas seguintes de educação financeira para clientes e comunidade interna;
diretrizes: Atuar em consonância com a Política de Relacionamento
Contribuir para o desenvolvimento de atividades e setores com Clientes e Usuários de Produtos eServiços Financeiros e Po-
da economia com potencial de impactopositivo de natureza social, lítica de Privacidade;
ambiental ou climática; Buscar a integração do Banco a pactos, acordos e compromis-
Apoiar a agricultura familiar e o agronegócio sustentável, em sos nacionais e internacionais, de na-tureza social, ambiental ou cli-
especial a agroecologia, a agricultura orgânica, a agricultura de bai- mática;
xo carbono, metodologias produtivas regenerativas, a convivência Atuar no relacionamento com suas partes interessadas de
como semiárido, o combate à desertificação, bem como o reflores- acordo com a Política de Integridadee Ética, a Política de Preven-
tamento e a recuperação ambiental deáreas degradadas; ção e Combate à Lavagem de Dinheiro e o Código de Conduta Ética
Vedar a concessão de crédito a atividades, empreendimen- eIntegridade do Banco do Nordeste;
tos e práticas produtivas excluídas pornorma legal e àquelas que Proporcionar acessibilidade física e digital aos clientes e demais
não condizem com os princípios e diretrizes da Política de Respon- usuários;
sabili- dade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) do Banco do Nor- Manter e promover canais de comunicação de fácil acesso com
deste; todos os públicos de interesse;
Considerar na análise das propostas de financiamento as espe- Instituir mecanismos de divulgação de informações acerca de
cificidades, fragilidades e restrições legais relacionadas a Unidades seu desempenho em termos de con-tribuição social, ambiental e cli-
de Conservação, bem como a terras indígenas, povos tradicionais, mática para o desenvolvimento de sua área de atuação;
territórios quilombolas e comunidades afetadas por projetos de in- Prover, à comunidade interna, competências necessárias para a
fraestrutura; efetivação desta Política;
Adotar mecanismos para prevenção ao desmatamento ilegal Atentar para que a estrutura remuneratória e de campanha de
nos financiamentos; vendas de produtos e serviços não incentivem comportamentos in-
Apoiar a inclusão financeira e produtiva de microempreende- compatíveis com esta Política;
dores rurais e urbanos, além de micro epequenas empresas; Induzir a adoção de melhores práticas sociais, ambientais e cli-
Apoiar projetos para inclusão social de indivíduos e grupos máticas para fornecedores de produ-tos e serviços;
em situação de risco e vulnerabilidadesocial; Contemplar, em todos os instrumentos de crédito, termos de
Fomentar o uso de fontes renováveis para geração de energia; parceria, acordos, convênios e con- tratos celebrados pelo Banco,
Incentivar a inovação, pesquisa e desenvolvimento científico exigências relacionadas ao combate à discriminação de qualquer
e tecnológico para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da natureza, ao trabalho infantil, ao trabalho adolescente (salvo na
região, incluindo tecnologias sociais, visando soluções que con- condição de aprendiz), ao trabalhoem condição análoga à de escra-
tribuampara avanços de natureza social, ambiental ou climática; vo, ao assédio moral e sexual, ao proveito criminoso da prostituição
Observar a comprovação do licenciamento ambiental, auto- e a danos ao meio ambiente;
rização para desmatamento e outorga de uso de recurso hídrico, Incentivar parcerias com partes interessadas, reforçando o
quando couber, das atividades e empreendimentos, de acordo reconhecimento dos compromissos denatureza social, ambiental
com as normas e critérios estabelecidos pela legislação ambiental e climática do Banco;
federal, estadual e/ou municipal; Incentivar a produção e difusão cultural, inclusive nos estados
Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos na cria- e municípios nos quais não há Cen-tros Culturais Banco do Nordes-
ção, no desenvolvimento, operação e avaliação de programas de te;
financiamento, produtos, serviços, atividades e processos; Incorporar as temáticas social, ambiental e climática nos ins-
Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos ao processo trumentos de planejamento estratégi-co do Banco;
de análise e concessão de financia-mentos e acompanhamento de Alinhar as ações de comunicação com os princípios e diretrizes
operações de crédito, bem como na aceitação, renovação e execu- desta Política.
ção de garantias imobiliárias;
Estimular o desenvolvimento territorial e espacialmente dis- PAPEIS E RESPONSABILIDADES
tribuído; Todas as unidades organizacionais relacionadas com a PRSAC
Contribuir para a segurança hídrica na área de atuação do Ban- devem conhecer, aplicar e adotar as roti-nas e procedimentos ope-
co, em especial no semiárido; racionais necessários para sua efetivação.
Estabelecer procedimentos e medidas visando ao uso de recur-
sos e serviços de maneira sustentá- vel, destinar corretamente os GOVERNANÇA
resíduos, gerenciar a emissão de Gases de Efeito Estufa; Compõem a Governança da Política de Responsabilidade
Respeitar os direitos trabalhistas, a liberdade de associação e Social, Ambiental e Climática do Banco doNordeste:
de negociação coletiva na relação com a comunidade interna; A Diretoria de Planejamento, com as seguintes competências:
Promover a valorização da diversidade, equidade e inclusão e Prestação de subsídios e participação no processo de tomada
propiciar um ambiente de trabalho plural, inclusivo, saudável, segu- de decisões relacionadas ao esta-belecimento e à revisão da PRSAC,
ro e sem discriminação de qualquer natureza; auxiliando o Conselho de Administração;
Proporcionar o desenvolvimento pessoal e profissional dos Implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC;
empregados promovendo a equidadede oportunidades, a transpa- Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
rência nos processos de seleção, promoção e avaliação e nas políti- Aperfeiçoamento das ações implementadas quando identifi-
cas de remuneração e plano de carreira dos empregados; cadas eventuais deficiências;
Editora
206
206
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Divulgação adequada e fidedigna de informações constantes Oferta de novos produtos ou serviços relevantes;
da seção “Divulgação” deste nor-mativo. Modificações relevantes nos produtos, nos serviços, nas ativi-
O Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital, com as se- dades ou nos processos do Banco;
guintes competências: Mudanças significativas no modelo de negócios do Banco;
Propor recomendações ao Conselho de Administração sobre Reorganizações societárias significativas;
o estabelecimento e a revisão daPRSAC; Mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas, ou
Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC de mercado, incluindo alterações significativas nas preferências
e, quando necessário, propor re-comendações de aperfeiçoamento; de consumo que impactem de forma relevante os negócios da
Manter registro das recomendações relativas aos dois itens instituição, tanto positiva quanto negativamente;
imediatamente anteriores. Alterações relevantes em relação à dimensão e à relevância da
O Conselho de Administração, com as seguintes competências: exposição ao risco social, ao riscoambiental e ao risco climático, de
Aprovar e revisar a PRSAC, com o auxílio da Diretoria de Pla- que tratam a Resolução CMN nº 4.557/2021.
nejamento e do Comitê de Sustenta-bilidade, Riscos e de Capital;
Assegurar a aderência do Banco do Nordeste à PRSAC e às ações AÇÕES COM VISTAS À EFETIVIDADE DA PRSAC
com vistas à sua efetividade; Para monitorar e avaliar a efetividade da Política de Res-
Assegurar a compatibilidade e a integração da PRSAC às de- ponsabilidade Social, Ambiental e Climática(PRSAC) foram insti-
mais políticas estabelecidas pela ins- tituição, incluindo políticas tuídos os seguintes mecanismos:
de crédito, de gestão de recursos humanos, de gerenciamento Índice de Cumprimento da PRSAC - conjunto de indicadores
deriscos, de gerenciamento de capital e de conformidade; de responsabilidade das unidades da Direção Geral, elaborados
Assegurar a correção tempestiva de deficiências relacionadas com participação das unidades responsáveis e do Ambiente de Pla-
à PRSAC; nejamento, devendo compor o Programa de Ação do Banco;
Estabelecer a organização e as atribuições do comitê responsá- Plano de Ação da PRSAC - conjunto de ações e iniciativas a se-
vel pela PRSAC no Banco do Nor- deste; rem implementadas pelas unidadesda Direção Geral com vistas a
Assegurar que a estrutura remuneratória do Banco não incenti- sanarem lacunas e / ou incorporarem avanços corporativos para
ve comportamentos incompatíveis com a PRSAC; efetivação dos princípios e diretrizes da PRSAC;
Promover a disseminação interna da PRSAC e das ações com Matriz de Responsabilidades PRSAC - as ações básicas de
vistas à sua efetividade. cumprimento da PRSAC distribuídas pelas unidades da DIRGE de
A Diretoria Executiva com a seguinte competência: acordo com suas respectivas atribuições.
Conduzir suas atividades em conformidade com a PRSAC e
com as ações implementadas comvistas à sua efetividade. CANAIS DE COMUNICAÇÃO
Os processos relativos ao estabelecimento da PRSAC e à imple- Dúvidas e sugestões relacionadas a esta Política e sua aplica-
mentação de ações com vistas à suaefetividade devem ser avaliados ção, devem ser encaminhadas ao endereço eletrônico: relaciona-
periodicamente pela Auditoria Interna. mento@bnb.gov.br.
Informações públicas acerca dessa Política estão disponíveis
DIVULGAÇÃO no link: https://www.bnb.gov.br/sustentabilidade/politica-de-res-
O Banco divulgará ao público externo, em local único e de fácil ponsabilidade-social-ambiental-e-climatica
identificação em seu sítio na internet, asseguintes informações:
A PRSAC; RESPONSÁVEIS PELO DOCUMENTO
As ações implementadas com vistas à efetividade da PRSAC, Elaboração: Célula de Estratégias de Sustentabilidade – Am-
bem como os critérios para a suaavaliação; biente de Políticas de Desenvolvimento Sus-tentável – Superinten-
A relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos ne- dência de Políticas de Desenvolvimento Sustentável.
gócios realizados em decorrência deaspectos de natureza social, de
natureza ambiental ou de natureza climática, quando existentes; Aprovação: Conselho de Administração Diretoria responsá-
A relação de produtos e serviços oferecidos que contribuam vel: Diretoria de Planejamento
positivamente em aspectos de natu- reza social, de natureza am-
biental ou de natureza climática, quando existentes;
A relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou ESTRATÉGIA ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA):
internacionais de natureza social, de natureza ambiental ou de ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE DO BANCO DO NOR-
natureza climática, dos quais o Banco seja participante, quando DESTE DO BRASIL
existentes;
Os mecanismos utilizados para promover a participação de
partes interessadas no processo deestabelecimento e de revisões A Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança) do Banco do
da PRSAC; Nordeste do Brasil representa um marco significativo em sua jorna-
Facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribui- da para se tornar uma instituição financeira líder em sustentabili-
ção para a efetividade da PRSAC. dade e responsabilidade social. Esta estratégia é uma abordagem
multifacetada que permeia todas as operações e políticas do banco,
ATUALIZAÇÃO refletindo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da
A revisão da PRSAC deve ser feita no mínimo a cada três anos região Nordeste do Brasil.
ou quando da ocorrência de mudança re-gulatória ou eventos consi-
derados relevantes pelo Banco, incluindo:
Editora
207
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática


O Banco do Nordeste adotou uma política abrangente que en- ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO. OS BANCOS
globa responsabilidade social, ambiental e climática. Esta política NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS.
não só cumpre os requisitos regulatórios, mas também coloca o INTERNET BANKING.MOBILE BANKING. OPEN BANKING.
banco na vanguarda de práticas sustentáveis no setor financeiro. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS E
Ela reflete o compromisso do banco em mitigar os impactos am- BIG TECHS. O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN,
bientais adversos e promover um desenvolvimento que seja susten- BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS
tável e benéfico para as comunidades locais.

Linhas de Financiamento e Produtos para Sustentabilidade Presente, tendências e desafios


O banco oferece uma variedade de linhas de crédito e produtos Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer
financeiros que têm um impacto positivo no meio ambiente, co- serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet
nhecidos como crédito verde. Esses produtos são projetados para banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino-
incentivar e facilitar projetos e empresas que se dedicam a práticas var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão
sustentáveis e ecologicamente corretas. Isso inclui tudo, desde a substituídos pelos bancos digitais.
promoção de energias renováveis até o apoio a pequenas empresas O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar
e agricultores que empregam técnicas agrícolas sustentáveis. uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes,
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi-
Gestão Ambiental Empresarial cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de
O Banco do Nordeste incorporou uma robusta gestão ambien- muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas;
tal empresarial em suas operações. A instituição adotou um Siste- inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso.
ma de Gestão Ambiental que não apenas garante a conformidade Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam
com as leis e regulamentos, mas também promove uma cultura cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
interna de respeito e cuidado com o meio ambiente. O banco se mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade
esforça para reduzir sua pegada ecológica e implementar práticas para seus usuários.
de negócios que sejam ambientalmente sustentáveis.
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”
Gestão Socialmente Responsável Internet Banking
A estratégia ASG do Banco do Nordeste também se concentra É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia-
fortemente na gestão socialmente responsável. Esta abordagem da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
inclui a promoção de igualdade de gênero e diversidade racial em operações bancárias, em ambiente fora da agência.
seus quadros de funcionários, especialmente em cargos de lide- No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex-
rança. O banco está comprometido em oferecer oportunidades de tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as
treinamento e desenvolvimento para seus empregados, garantindo movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade,
que eles estejam equipados para contribuir efetivamente para os pois não há necessidade de se deslocar até uma agência.
objetivos de sustentabilidade da organização.
Banco virtual
Relatórios de Sustentabilidade São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte-
O Banco do Nordeste publica relatórios de sustentabilidade chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do
detalhados, que demonstram seu compromisso com a transparên- Sistema Financeiro Nacional.
cia e a responsabilidade. Estes relatórios, elaborados conforme os Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao
padrões da Global Reporting Initiative (GRI), fornecem insights va- sistema bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos
liosos sobre o desempenho do banco em áreas ambientais, sociais comuns.
e de governança. Eles são fundamentais para avaliar o impacto das Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí-
atividades do banco, permitindo que stakeholders e o público em sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de
geral acompanhem seu progresso e desempenho em relação aos pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por
objetivos de sustentabilidade. meio de sites ou aplicativos.
A Estratégia ASG do Banco do Nordeste do Brasil é um exemplo
de como uma instituição financeira pode integrar a sustentabilida- “Dinheiro de plástico”
de em seu núcleo de negócios. O banco demonstra um compromis- É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”,
so genuíno com a promoção de práticas que não apenas beneficiam utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em
o ambiente e a sociedade, mas também garantem a governança caixas eletrônicos.
responsável e ética. Essa abordagem holística é crucial para impul- Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências,
sionar um desenvolvimento sustentável e inclusivo na região Nor- apenas para tais serviços. Promove também o conforto e a seguran-
deste do Brasil. ça do cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie
para suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições
financeiras e promove a garantia do recebimento para os comer-
ciantes.

Editora
208
208
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Os cartões mais utilizados são: Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de-
do valor referente a compra. Segurança também para o estabele- pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter-
cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros.
cliente.
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento A experiência do usuário
de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi- A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti-
ve em parcelas. lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
• Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a experi-
(débito e crédito). ência foi boa ou ruim.
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que
Mobile banking a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de-
É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às
dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocra-
diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai- cia de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas,
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc. realização de tarefas de maneira mais ágil.
Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológi-
em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências cos, que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor.
físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
Segmentação e interações digitais
Open banking e o modelo de bank as a service Devido a facilidade de interação com a tecnologia, os usuários
Open Banking que mais crescem entre os clientes dos bancos digitais, são os jo-
É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus vens. Público que antigamente não se importava por assuntos de
dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe- dinheiro, tem se mostrado cada vez mais interessados nos produtos
rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen- e serviços dos bancos digitais, que prezam pela resolução de pro-
tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços blemas.
financeiros. Diferente dos bancos tradicionais, os virtuais trazem rapidez,
Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple- inovação e inclusive linguagens mais fáceis de entendimento.
mentação do Open Banking no Brasil. Com o objetivo de ampliar o acesso de muitas pessoas a ser-
Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po- viços financeiros, essas instituições identificaram espaços para in-
der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco clusão de produtos e serviços, inclusive para quem não tem vínculo
B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor com os bancos. Por exemplo, cartão de crédito pré-pago.
condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi- Ou seja, o segmento de seus clientes é muito variado, embora
mento. os mais jovens sejam “mais simpáticos” e confiantes com serviços
Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe prestados de forma virtual.
com quem compartilhá-los. Além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digitais
atraem seus clientes pelas tarifas bem mais baixas que os demais
Modelo de bank as a service bancos e a simplicidade e comodidade de ter um banco acessível a
Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução qualquer momento e lugar.
que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
na prestação de serviços financeiros. Inteligência artificial cognitiva
Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de adquirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa
uma forma simples e rápida. tecnologia em seus serviços, as instituições financeiras tem como
Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em- objetivo principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personali-
presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape- zação dos serviços oferecidos.
nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital. A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso
O comportamento do consumidor na relação com o banco que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao aces-
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus- sar o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimen-
cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em to.
relação aos serviços bancários não seria diferente. Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento te-
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi- lefônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em biométrica e também na internet e móbile banking.
agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é
possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por Banco digitalizado versus banco digital
aplicativos de forma rápida e segura. Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos
“tradicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que
utilizaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar

Editora
209
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

o modo como seus clientes realizam as transações. Através da di- Blockchain


gitalização, conseguiram mudar o foco das agências para internet É a tecnologia que permite o registro de informações de forma
banking e móbile banking. segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmen- mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu
te digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros
com operadores de caixa, atendentes e gerentes. para as transações.
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não pos- Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
suem atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea-
Neon. mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e,
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam ainda, para que seus dados seu se percam.
100% de internet banking e móbile banking para realizar operações Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição
como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser
em caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos. comparada a pastas de arquivos.
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende-
ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após reço na própria blockchain.
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados.
Bitcoin
Fintechs, Startups e Big Techs Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham camente e não tem um banco central que organize sua organização.
para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam- Ou seja, só existe no mundo virtual.
bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes- Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
soas físicas ou jurídicas. a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa-
muito eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
que deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
que em muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras de uma fração de bitcoin.
comuns. Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir-
Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma
mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem e sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso
trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento.
tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a
Microsoft. venda de bitcoins.

Soluções mobile e service design Demais criptomoedas


Soluções Mobile As principais criptomoedas negociadas são:
Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das ne- • XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au-
cessidades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais
mais eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os rápida, global e também com redução de custos.
usuários mais precisam. • Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e
No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos
de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi- do dia a dia.
mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho- • Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti-
ne. neiras, com taxas mais baixas.
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de
Service Design contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip-
Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi- tomoeda a Ether, lançada em 2017.
cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
gerar valor para ambas as partes.
No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi- SISTEMA DE BANCOS SOMBRA (SHADOW BANKING)
ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
SISTEMA DE BANCOS - SOMBRA (SHADOW BANKING)
O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto-
Com a globalização, os mercados financeiros de todo o mundo
moedas
ficaram cada vez mais interligados e dependentes entre si. Mas ape-
sar dos benefícios que essa integração trouxe, os riscos envolvidos
em cada mercado deixaram de ter um caráter local e passaram a
comprometer o mundo inteiro. Nesse contexto, um dos principais
fatores de preocupação atualmente é a operação do controverso
sistema de shadow banking.
Editora
210
210
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Shadow banking Mas como essas instituições não são bancárias, elas não rece-
bem depósitos tradicionais como um banco tradicional. Por isso,
O shadow banking36, também conhecido em português como muitas operações feitas por essas instituições possuem maiores ris-
“sistema bancário sombra”, é um conjunto de operações e interme- cos de mercado, de crédito e de liquidez, além de não possuir uma
diários financeiros que fornecem crédito em todo o sistema finan- reserva de capital para servir como garantia.
ceiro global de forma “informal”.
Ou seja, por meio de uma série de atividades paralelas ao sis- Críticas e riscos envolvidos no shadow banking
tema bancário, algumas instituições e agentes conseguem realizar
financiamentos de forma indireta, sem passar por nenhuma super- O setor bancário paralelo desempenha um papel crítico ao
visão ou regulação. atender crescente demanda por crédito no mercado global. Porém,
Estas empresas intermediárias do segmento financeiro não embora muitos argumentam que a atuação desse sistema bancário
participam do sistema bancário tradicional. Ou seja, estão “à som- paralelo pode aumentar a eficiência econômica, sua operação gera
bra” do sistema, por isso o nome. preocupações quanto ao risco sistêmico de sistema financeiro.
O sistema financeiro tradicional é organizado em função dos Muitos acreditam, por exemplo, que o shadow banking foi o
bancos e da relação que eles possuem com os governos de cada principal responsável pela crise de 2008 – a maior recessão econô-
país. No entanto, como consequência da evolução mundial em ter- mica desde a Grande Depressão dos anos 1930.
mos de globalização e aumento de tecnologia, nos dias atuais exis- Isso se deve porque, na véspera da crise de 2008, o sistema
tem diversas alternativas dentro do segmento. financeiro paralelo nos Estados Unidos tinha crescido aproximada-
Assim passou a existir essas novas formas de trabalhar com mente o mesmo tamanho do sistema bancário tradicional do país.
operações financeiras com o nome de “shadow banking”. Por isso, quando os junk bonds imobiliários criados pelo shadow
banking começaram a derreter, os investidores correram para ten-
Dentre os intermediários não-regulamentados que podem fa- tar resgatar seu capital.
zer parte do shadow banking estão os: Mas como todas essas operações estavam completamente ala-
Bancos de investimento; vancadas (ou seja, sem nenhum lastro ou garantia real), não haviam
Fundos de hedge; fundos para honrar nenhum compromisso. Logo, esse problema se
Operações com derivativos e títulos securitizados; alastrou por todo o mercado financeiro, desencadeando todo o res-
Fundos do mercado monetário; tante da crise e afetando profundamente a economia mundial.
Companhias de seguros;
Fundos de capital privado; Regulação e limitações propostas ao shadow banking
Fundos de direitos creditórios;
Factorings e fomentadoras mercantis; Após a crise de 2008, as autoridades do mundo inteiro se em-
Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending). penharam para aprovar uma série de medidas que regulasse e limi-
tasse a operação do shadow banking. Porém, apesar das reformas,
A grande questão em relação ao shadow banking é a falta de principalmente aquelas aprovadas pelo Congresso americano, es-
fiscalização. Eles não sofrem com o mesmo rigor imposto aos ban- sas instituições ainda não estão sujeitas aos mesmos regulamentos
cos tradicionais, algo que pode apresentar maiores riscos a todas as que os bancos depositários tradicionais.
partes envolvidas. Isso significa que o shadow banking ainda permanece ativo e
Apenas para ilustrar essa questão, podemos citar duas das obri- altamente alavancado, com uma alta proporção de dívida em re-
gações que uma instituição bancária regulamentada precisa seguir: lação aos seus ativos de garantia. Por isso, muitos acreditam que o
esse sistema ainda pode estar expondo os mercados financeiros de
O banco precisa ter patrimônio líquido suficiente para cobrir todo mundo a um risco sistêmico excessivo.
todos os seus compromissos financeiros - inclusive com os seus
clientes.
O banco é obrigado a estabelecer processos que permitam a FUNÇÕES DA MOEDA
verificação dos seus clientes com o intuito de impedir o uso dos
seus recursos de maneira ilegal.
A moeda desempenha um papel crucial nas economias moder-
Como um shadow banking deixa de ser regulamentado e fis-
nas, desempenhando diversas funções que facilitam as transações
calizado, ele também não precisa seguir todas as exigências. Neste
e promovem o funcionamento suave do sistema financeiro. Vamos
ponto, vale reforçar que citamos apenas dois exemplos de uma sé-
explorar as principais funções da moeda:
rie de requisitos que instituições bancárias seguem. Sem a obriga-
toriedade, quem garante que uma empresa fará todos os processos
Meio de troca
exigidos? Com isso, claro, aumenta-se o risco do negócio.
Flexibilidade na especialização:
A função primordial da moeda como meio de troca não apenas
Existência do Shadow banking
simplifica as transações, mas também promove uma especialização
mais eficiente entre os agentes econômicos.
Instituições que praticam o shadow banking geralmente ser-
Essa flexibilidade na especialização tem impactos significativos
vem como intermediários entre credores e tomadores de emprésti-
no tecido produtivo das economias, impulsionando a eficiência e o
mos, fornecendo crédito e capital para investidores e corporações.
desenvolvimento econômico.
36 https://www.suno.com.br/artigos/shadow-banking/
Editora
211
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Ao permitir que as transações ocorram de maneira mais sua- Desenvolver estratégias eficazes para mitigar riscos associados
ve e descomplicada, a moeda facilita a concentração de recursos e à iliquidez é vital. Isso pode envolver práticas como gestão de fluxo
habilidades em áreas específicas, contribuindo para o crescimento de caixa, diversificação de investimentos e o uso de instrumentos
sustentável. financeiros adequados para garantir a flexibilidade financeira em
momentos de volatilidade.
Unidade de conta
Desafios da inflação e estratégias de mitigação: Redução da complexidade nas transações
Enquanto a moeda serve como uma unidade padrão para ex- Globalização e desafios transnacionais:
pressar o valor de bens e serviços, desafios surgem com a inflação, A moeda, ao eliminar a necessidade de trocas complexas e
que pode distorcer a estabilidade da unidade de conta ao longo do sistemas complicados de compensação, reduz a complexidade nas
tempo. transações comerciais.
Estratégias de mitigação desses efeitos envolvem o desenvolvi- No entanto, à medida que as transações se tornam mais glo-
mento de políticas monetárias sólidas, controle inflacionário e ado- bais, a moeda enfrenta desafios de complexidade em cenários
ção de medidas para preservar a estabilidade do poder de compra. transnacionais.
A compreensão desses desafios é crucial para manter a con- A evolução dos sistemas de pagamento e a adoção de padrões
fiança na moeda como uma medida confiável de valor. internacionais tornam-se cruciais para enfrentar esses desafios,
promovendo uma economia global mais eficiente.
Reserva de valor
Diversificação de ativos para preservar o poder de compra: Estímulo ao crescimento econômico
Além de sua função como meio de troca, a moeda atua como Inovações financeiras:
reserva de valor, permitindo que as pessoas armazenem poder de Além de proporcionar estabilidade, a moeda também atua
compra para o futuro. como um catalisador para o crescimento econômico por meio de
Estratégias inteligentes de diversificação de ativos tornam-se inovações financeiras.
imperativas para preservar o poder de compra em cenários econô- A ascensão das fintechs, por exemplo, influencia significativa-
micos variados. mente o ambiente econômico, estimulando a adoção de novas prá-
Investir em ativos diversificados, como ações, títulos e commo- ticas e tecnologias.
dities, pode proporcionar uma abordagem robusta para enfrentar Essas inovações criam oportunidades para investimentos, au-
a volatilidade econômica e preservar o valor ao longo do tempo. mentam a eficiência financeira e contribuem para um ambiente
propício ao desenvolvimento econômico sustentável.
Padrão de pagamentos diferidos
Influência nas Relações Contratuais: Desafios e evolução contemporânea
A moeda, ao facilitar transações a prazo, desempenha um pa- Inovações tecnológicas e globalização financeira:
pel crucial na moldagem das relações contratuais. As inovações tecnológicas, especialmente a ascensão das crip-
Mudanças nas políticas monetárias podem ter impactos signifi- tomoedas, estão redefinindo as funções tradicionais da moeda.
cativos em contratos e compromissos financeiros. O impacto das criptomoedas, com considerações sobre segu-
Compreender a influência da moeda nessas relações é funda- rança, volatilidade e aceitação generalizada, destaca a necessidade
mental para assegurar a estabilidade e a confiança no ambiente de de uma abordagem dinâmica e regulamentações adequadas.
negócios, destacando a interconexão entre as decisões políticas e o No contexto da globalização financeira, as regulações interna-
funcionamento do sistema econômico. cionais desempenham um papel crucial na moldagem da interação
entre moedas.
Instrumento de cálculo A necessidade de padrões e regulamentações em uma econo-
Tecnologia na contabilidade: mia globalizada é um ponto de discussão vital para assegurar a es-
No contexto das finanças modernas, a moeda atua não apenas tabilidade e a equidade nas transações internacionais.
como uma unidade de conta, mas também como um instrumento
de cálculo.
A integração de tecnologias inovadoras, como blockchain, na MARKETPLACE
contabilidade moderna está transformando a confiabilidade e a efi-
ciência dos processos financeiros.
O marketplace é um modelo de negócio que surgiu no Brasil
A transparência e a segurança proporcionadas por essas ino-
em 2012, também é conhecido como uma espécie de shopping cen-
vações têm o potencial de remodelar a forma como os registros
ter virtual. É considerado vantajoso para o consumidor, visto que
financeiros são mantidos, promovendo uma maior confiança nas
reúne diversas marcas e lojas em um só lugar, facilita a procura pelo
transações.
melhor produto e melhor preço.
Um marketplace37 é um espaço onde vendedores e comprado-
Liquidez
res se encontram e fazem transações.
Efeitos da Iliquidez e estratégias de mitigação:
Falando mais especificamente do mundo virtual, s são platafor-
Enquanto a liquidez é uma vantagem fundamental da moeda,
mas onde vendedores oferecem seus produtos e serviços a poten-
os efeitos da iliquidez podem ser desafiadores em diferentes con-
ciais compradores.
textos econômicos.
37 https://meunegocio.uol.com.br/blog/o-que-e-um-marketplace-e-como-ele-pode-
-ser-util-para-minha-loja-virtual/#rmcl
Editora
212
212
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O pode ser definido como um shopping virtual, no qual diver- Baixo investimento e alto retorno
sos lojistas dividem a mesma plataforma. No caso de um e-commer- Exige-se um baixo investimento para começar as vendas atra-
ce convencional, cada empresa é responsável por criar e por gerir o vés de um marketplace e o retorno obtido pode ser alto de acordo
seu site de vendas. No Marketplace, a lógica é coletiva. com o sucesso das vendas.
A principal vantagem do Marketplace é tornar os seus produ-
tos visíveis para mais internautas, aumentando as possibilidades de Diversificação de público
você alcançar o seu público-alvo. Os consumidores também têm O público que acessa o marketplace é muito variado. Ou seja,
vantagens em comprar neste tipo de canal, já que podem ter uma muitos deles nunca procurariam pela sua loja. Mas, ao ver os pro-
experiência semelhante à que acontece em um shopping center. dutos todos em um mesmo lugar, podem acabar se interessando.

Qual a diferença de um marketplace para uma loja virtual? Desvantagens do Marketplace

Enquanto uma loja virtual, como Submarino ou Magazine Lui- Depender do marketplace
za, só tem um dono, um marketplace, como eBay ou MercadoLivre, Um grande perigo é ficar dependente do marketplace e não
reúne muitas lojas, de diferentes donos, que podem, inclusive, ven- conseguir vender por conta própria. Então, isso pode ser um grande
der produtos iguais a preços diferentes. problema em casos de imprevistos em relação ao marketplace.
No marketplace, o cliente encontra concorrência e isso significa
maior poder de escolha e melhores preços. Pouca importância para a sua marca
Para quem vende, a vantagem é a visibilidade. Vender seus Por estar exposto com várias outras marcas, a importância e o
produtos em um marketplace significa poder ser encontrado mais reconhecimento que você recebe por não ser tão bom quanto nas
facilmente pelo comprador. vendas pelo seu próprio site.

Funcionamento do Marketplace Competição pelo preço


Em marketplaces com muitas lojas de um mesmo segmento
O marketplace é dividido em dois níveis de acesso: um para o pode acontecer de ter tantas opções diferentes que o preço se tor-
lojista e um para o cliente. Dessa forma, o lojista tem a oportuni- na um fator diferencial. Pois, a competição pelo preço nem sempre
dade de customizar o seu mix de produtos ofertados e lidar com a é vantajosa.
organização do marketplace.
Enquanto isso, para o cliente, é como acessar uma loja virtual
comum, com a diferença de que existem várias opções de lojas. CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
Ou seja, isso quer dizer que, na hora de fechar uma compra, o
procedimento adotado é como em qualquer outro comércio virtual.
Correspondentes Bancários são empresas, integrantes ou não
Então, não é necessário redirecionar o consumidor para o site de
do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por Instituições Finan-
cada loja ou fazer cobranças separadas.
ceiras para a prestação de determinados serviços.
O Marketplace reúne todos os vendedores virtuais no mesmo
A nomenclatura “correspondente bancário” ou “banco corres-
ambiente e centraliza a função de pagamento. Assim, o procedi-
pondente” deve ser utilizada apenas para as instituições financeiras
mento para fechar uma venda é semelhante a dos outros comércios
que estabeleceram convênios com outros bancos para a prestação
eletrônicos. Não é necessário que o cliente seja redirecionado para
de serviços financeiros, conforme previsto na Resolução 1.865, do
a página de cada loja e, se ele comprar produtos de diferentes ven-
Conselho Monetário Nacional, de 05 de setembro de 1991.
dedores, poderá fazer um pagamento único
O Banco Central define correspondente bancário como “em-
O marketplace pode ser desenvolvido para um determinado
presa contratada por instituições financeiras e demais instituições
segmento específico ou então trabalhar com todas as lojas interes-
autorizadas pelo Banco Central para a prestação de serviços de
sadas, agrupando-as em segmentos, como em uma loja de depar-
atendimento aos clientes e usuários dessas instituições.”
tamentos.
Em outras palavras é uma empresa não bancária (pessoa ju-
Em alguns casos, a visibilidade dos lojistas aumenta porque os
rídica) responsável por mediar instituições financeiras e clientes.
marketplaces são sites conhecidos e comumente acessados pelos
Essas empresas realizam operações de crédito e outros serviços,
consumidores.
em nome de um banco, e podem estar conveniadas a mais de uma
Não existe um padrão estabelecido para os shoppings online.
companhia.
Alguns são mais focados no varejo, outros no atacado e há ainda
Entre os correspondentes mais conhecidos encontram-se as lo-
aqueles que atendem os dois tipos de clientes.
téricas e o banco postal, marca utilizada pela Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos - ECT.
Vantagens do Marketplace 38
O principal objetivo é levar serviços bancários à maior parte da
população, estender a lugares onde não há agência dos principais
Visibilidade
bancos, por exemplo. Dessa forma, consegue acelerar o atendimen-
É mais fácil atrair o público para um website que conta com
to ao cliente e facilitar o acesso ao crédito.
diversas marcas e produtos do que para um e-commerce de apenas
uma loja. Portanto, ganha-se visibilidade através da divulgação feita
por todo o marketplace.

38 https://blog.vindi.com.br/o-que-e-marketplace-e-como-funciona/
Editora
213
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Além disso, muitas organizações apostam em parcerias de ven- Solicitação de cartão de crédito e débito para trabalhadores e
das com outras empresas para alcançar um maior número de clien- aposentados;
tes. Por exemplo, várias fintechs, companhias especializadas em Realização de recebimentos, pagamentos e transferências ele-
finanças, concedem crédito, mas precisam de instituições parceiras trônicas visando à movimentação de contas de depósitos de titula-
para emitir propriamente o capital e outras para captar público ridade de clientes mantidas pela instituição contratante;
Os correspondentes bancários geralmente são pequenos es- Aplicação e resgate em fundo de investimento;
tabelecimentos comerciais que, atuando em nome dos bancos, Realização de operações de câmbio de responsabilidade da ins-
oferecem alguns serviços bancários e de pagamentos inclusive em tituição contratante.
locais não atendidos pela rede bancária convencional, permitindo a Outras atividades, a critério do Banco Central do Brasil.
expansão geográfica do sistema de meios de pagamento. Normal-
mente são casas lotéricas, farmácias, supermercados e outros esta- Vantagens e cuidados
belecimentos varejistas que agregam o serviço bancário”.
Cada vez mais encontrados em casas lotéricas, supermercados O correspondente bancário facilita o acesso a inúmeras ope-
e até farmácias, os correspondentes bancários podem prestar uma rações, sem que você precise se deslocar até uma agência. Assim,
série de serviços também encontrados fora dos postos onde atuam. ganha tempo, pode continuar no conforto do seu lar e não corre
O leque de serviços oferecidos pelo profissional vai da abertura de perigo na rua.
contas de depósitos até a análise de crédito e cadastro. Também é possível resolver tudo em um lugar só. Por exemplo,
A função de corresponde bancário foi criada sob o argumento uma padaria, além de vender produtos próprios, pode disponibi-
de oferecer à população acesso mais simples ao Sistema Financeiro lizar saques, pagamento, abertura de contas, recarga de celular e
Nacional, “como forma de propiciar a melhoria das condições de seguros.
obtenção de crédito, de realização de poupança e de aquisição de Poderia até oferecer empréstimos, mas isso não costuma acon-
produtos financeiros, além da maior comodidade para pagamento tecer, pois a operação é um pouco mais rebuscada. Por isso existem
de contas por parte das pessoas de menor renda”, justifica a Reso- correspondentes bancários especializados nesse setor.
lução 3.156 do Banco Central. Sem contar que é muito mais barato para os bancos e financei-
ras ter correspondentes em diferentes lugares em vez de instalar
Características principais do Correspondente Bancário várias agências ou caixas eletrônicos. Com custos baixos, as em-
presas credoras também conseguem oferecer condições de paga-
- Definição: execução de serviços de cunho acessório às ativi- mento melhores. Então, no caso de empréstimos e financiamentos,
dades privativas de instituições financeiras, por meio de empresas você encara juros bem menores que a média, e prazos mais longos.
contratadas para este fim Por outro lado, é importante ressaltar o que essas empresas
- Correspondente não pode ter como atividade principal a re- NÃO podem fazer, segundo a lei. Estão proibidas de:
cepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de Cobrar pagamento adiantado.
depósitos à vista, a prazo e de poupança e os recebimentos e paga- Impor tarifas sobre o serviço de intermediação prestado
mentos relativos a contas de depósitos à vista, a prazo e de poupan- Liberar empréstimo sem ter parceria com um banco.
ça, bem como a aplicações e resgates em fundos de investimento
- Responsabilidade pelos serviços prestados permanece com o Ganhos para o país e para a sociedade
banco
- Correspondente não pode cobrar tarifa por conta própria - Penetração bancária no segmento mais pobre da população
e para as regiões mais desassistidas, contribuindo para realizar a
Aproveitamento de sinergias inclusão social;
- Desenvolvimento e disponibilidade de produtos e serviços
Banco: ganha capilaridade, canal de menor investimentos, ajustados para a população de baixa renda e para as operações de
compartilhamento de custos e amigável para clientes de menor pequeno valor;
renda, horário flexível - Fomento da economia local;
Correspondente: aproveita recursos ociosos, aumenta o movi- - Aumento da arrecadação;
mento e usa a marca do banco e amplia as receitas - Geração de empregos;
- Fomento de novos negócios;
Atividades de correspondentes bancário - Valorização da cidadania da população local.

De acordo com a regulamentação do Banco Central, essas insti-


tuições podem realizar serviços financeiros variados, como: ARRANJOS DE PAGAMENTOS

Recebimentos e pagamentos de contas qualquer natureza;


Um arranjo de pagamento39 é o conjunto de regras e procedi-
Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de con-
mentos que disciplina a prestação de determinado serviço de pa-
tas de depósitos à vista e a prazo;
gamento ao público. As regras do arranjo facilitam as transações fi-
Coleta de informações cadastrais e análise de crédito;
nanceiras que usam dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra
Serviços de cobranças;
com dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o arranjo
Ordens de pagamento;
conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que acontece quan-
Solicitação de empréstimos pessoais, empresariais e financia-
mentos; 39 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjospagamento
Editora
214
214
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do o cliente usa uma bandeira de cartão de crédito numa compra Os instituidores de arranjos de pagamento, integrantes do SPB,
que só é possível porque o vendedor aceita receber daquela ban- devem solicitar autorização de funcionamento em até 30 dias após
deira. o arranjo de pagamento superar os limites do quadro.​
O arranjo conecta pessoas que, sem ele, não teriam como re-
alizar transações financeiras entre si. Supervisionado pelo Banco BR Code, padrão único de QR Code para pagamentos no Brasil
Central, o arranjo fornece praticidade, confiabilidade e acesso do
público a diversas formas de pagamento. O BR Code é o padrão de QR Code que deve ser utilizado pelos
Os arranjos de pagamento são as regras para viabilizar transfe- arranjos de pagamento integrantes do SPB que ofertem a iniciação
rências de recursos, aportes e saques e tudo a mais que puder ser de uma transação de pagamento por meio desse mecanismo, con-
definido como pagamento. forme disposto na Circular nº 3.989/2020.
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos A existência de um único QR Code vai facilitar o processo de
utilizados para realizar compras com cartões de crédito, débito e iniciação dos pagamentos pelos usuários pagadores, que terão um
pré-pago, em moeda nacional ou estrangeira. Os serviços de trans- instrumento comum para iniciar a transação, utilizando o arranjo
ferência e remessas de recursos também são arranjos de pagamen- da sua escolha que seja aceito pelo usuário recebedor para efetivar
tos. a operação. Do ponto de vista do recebedor, existe uma redução
As pessoas jurídicas não financeiras que executam os serviços dos custos de aceitação de arranjos que permitem a iniciação por
de pagamento no arranjo são chamadas de instituições de paga- meio do BR Code, além de uma racionalização da quantidade de QR
mento e são responsáveis pelo relacionamento com os usuários fi- Codes expostos nos estabelecimentos.
nais do serviço. Instituições financeiras também podem operar com Conforme estabelecido pela Carta Circular nº 4.014/2020, as
pagamentos. especificações técnicas do BR Code estão detalhadas no Manual do
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à re- BR Code.
gulação do BCB, tais como os cartões private label – emitidos por
grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento Pedido de autorização de funcionamento
que o emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à As informações e os documentos que compõem o pedido de
supervisão do BC os arranjos para pagamento de serviços públicos autorização de arranjos de pagamento integrantes do SPB devem
(como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento de ser apresentados em conformidade com os modelos e as orienta-
cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa cate- ções descritas nos anexos da Carta Circular nº 3.949/2019.
goria, ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação. O Banco Central do Brasil iniciou, em 23/8/2018, um ciclo de
A legislação proíbe que instituições de pagamento prestem autorizações para arranjos de pagamento.
serviços privativos de instituições financeiras, como a concessão de
empréstimos e financiamentos ou a disponibilização de conta ban- Ciclo de autorizações
cária e de poupança. As autorizações estão organizadas em “lotes”, de acordo com
critérios de semelhança de características, natureza dos arranjos e
Entre as empresas que prestam serviços de pagamento, te- complexidade da análise, bem como de cronologia do recebimento
mos: dos pedidos de autorização.
Nesse contexto, o rito de autorização adota a seguinte ordem
As instituidoras do arranjo, isto é , aquelas que estabelecem as de prioridade: (i) arranjos fechados com conta de pagamento pré-
regras. É os casos das bandeiras de cartão de crédito, que conectam -paga ou pós-paga; (ii) arranjos abertos com conta de pagamento
pessoas do mundo inteiro para que o dinheiro do comprador che- de depósito à vista ou pré-paga; e (iii) arranjos abertos com conta
gue ao vendedor. de pagamento pós-paga. Esse processo depende, ainda, do aten-
dimento tempestivo a demandas do Banco Central por ajustes ou
As instituições financeiras ou de pagamento que aderirem ao de particularidades que podem, eventualmente, não estar no pleno
arranjo. O papel delas é variado incluindo, respectivamente, a ges- domínio do instituidor.
tão das contas correntes bancárias, e a emissão dos instrumentos Vale ressaltar que a autorização dos arranjos é apenas um dos
de pagamento, com os cartões de crédito e débito. processos que compõem a vigilância dos arranjos de pagamentos
integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Independente-
As transações são registradas em conta corrente ou em conta mente da concessão de autorização, o Banco Central continua atu-
de pagamento. Esta diferente daquela pois seus recursos não po- ando, por outros meios, a fim de garantir a segurança e a eficiência
dem ser usados para empréstimos a terceiros. dos arranjos de pagamento.
Arranjos de pagamentos integrantes do Sistema de Pagamen-
to Brasileiro (SPB)40 Prazo e forma de entrega das informações exigidas dos arran-
jos integrantes do SPB
Arranjos de pagamento integrantes do SPB são aqueles em que Essa obrigação deve ser cumprida conforme o disposto na Car-
o conjunto de participantes apresenta, de forma consolidada, nos ta Circular nº 3.923/2018 e na Carta Circular nº 3.872/2018.
últimos 12 meses, volumes iguais ou superiores a pelo menos um
dos limites constantes no quadro ao lado e não estão enquadrados
nas demais hipóteses do art. 2º da Circular nº 3.682/2013.

40 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjosintegrantesspb
Editora
215
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

— para transferências envolvendo entes governamentais,


SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per-
son to government e business to government).
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo • Limite de valor nas transações
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos. Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre-
semana e feriados. tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí- máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de
sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa- fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
gamentos de impostos e taxas. ciamento do terrorismo.”
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
cias poderão ocorrer entre diferentes instituições.
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban- SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS
co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada
uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta
bancária. A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras
transformações, em especial na forma de como os negócios tradi-
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa- cionais no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do
gamento setor bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de forma-
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am- lidades, com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedi-
plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando mentos exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o sinônimo de preocupação ao usuário. O cenário era de concentra-
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular. ção de mercado, pautada no domínio centrado em poucas institui-
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da ções contribuindo para desbancarização de muitas pessoas41.
mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti- Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negó-
tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível cios cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio finan-
à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é ceiro denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia
que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem financeira com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financei-
conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te- ro tradicional, com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando
lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença forte crescimento e se demonstrando como tendência mundial. O
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os sucesso das Fintechs se deve ao fato das facilidades e efetividade do
recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O suprimento das necessidades dos clientes e usuários.
Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o
de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor ser-
entre outros. vir”. Por serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto,
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei- mas altamente promissor, tanto que a cada ano o crescimento é
tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um exponencial.
QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exem-
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário. plo: saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros,
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi- bancário, entre outros.
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran- Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups
sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne- atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são
cessidade de qualquer outro instrumento. empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços finan-
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu- ceiros e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento
ra ter menos intermediários. da burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais serviços.
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são
FAQ do Pix. Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como
propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e pro-
• Com quem é possível fazer um Pix dutos financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: ágeis e eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência
— entre pessoas (transações P2P, person to person); no consumo de bens e produtos do segmento.
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co-
mércio eletrônico (transações P2B, person to business);
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo-
res, por exemplo (transações B2B, business to business);
41 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/
article/download/26/25/.
Editora
216
216
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsio- —Serviços bancários como: transferências, pagamentos, segu-
nadora dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como ros e investimentos;
agentes de transformação. A demanda pelo universo digital vem — Atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos
crescendo a passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja,
aceitação dos usuários. agradável ao público a que se destina.
As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de
como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das Star-
seus usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o tups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes não
sucesso de qualquer organização no mercado. bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de servi-
Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos ço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das vezes
no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas e alta- possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição que
mente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem maior fle- o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente deste
xibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos tradicionais modelo de negócio.
precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à manutenção Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença
de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no futuro te- mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar
nham espaço no mercado. as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca
antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros aos
O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento bancá- diversos clientes, que precisam de novidades como medida de atra-
rio ção e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta
A evolução digital vem revolucionando a forma de como se rea- competitividade.
liza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial, o Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das
setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos das evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de merca-
variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia se ade- do, para assegurar sua permanência no competitivo mercado finan-
quar às inovações, para garantir sua permanência em um mercado ceiro.
altamente competitivo.
Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças
que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO
onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a
ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário tradi-
Disruptura do método tradicional de atendimento bancário
cional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para muitas
Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa rup-
flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus produtos
tura ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das
e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com rapidez.
Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar
Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço
a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado,
da tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem
que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão
às mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável
ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prá-
por despontar no mercado, em especial o financeiro, novos presta-
tica mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação
dores de produtos e serviços carregados de novidades e transfor-
dos canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro
mações aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o
estão altamente digitalizados42.
competitivo e pouco aberto mercado financeiro.
Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas fo-
Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs
ram: acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes
no Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silen-
bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que
ciosa, mas hoje essas empresas comandam uma grande transfor-
mais cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganha-
mação nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs,
rem significativo espaço no quotidiano das pessoas.
observa-se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impul-
Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como
sionando e influenciando mudanças aos participantes do mercado
os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais,
financeiro, em especial os bancos tradicionais.
se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo
É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no
da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos,
segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem
se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em
por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a
segurança no meio digital.
concessão de produtos e serviços, como por exemplo:
O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são ex-
— A disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e
tremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados
com reduzidas taxas de juros;
com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes
— Abertura de conta corrente sem custos;
tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da
— Concessão de cartões de créditos com limites que agradam
instituição no mercado.
os usuários e sem anuidades;
A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players
digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negó-
cios traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos
42 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/
article/download/26/25/.
Editora
217
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem de melhorias nos processos, bem como a fidelização com o cliente
maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que de forma a dispor ao público produtos e serviços com segurança e
colocasse em risco os usuários e clientes. rapidez.

As parcerias digitais como forma de cooperação


É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em par- LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709,
cela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços
ou na aquisição de produtos do segmento.
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios, os
bancos no movimento de observar os players do mercado tecno-
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação
lógico (aqui definidos como grupos com muita expertise no ramo,
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
investidores em mercados não tão promissores, mas com grande
perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para mitigação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se dá por
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
meio das parcerias.
Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lu-
CAPÍTULO I
cros, por dependerem de aportes pecuniários externos, fator deter-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
minante para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedo-
res dessa realidade frequentemente firmam parcerias em forma de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
capital x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
toda tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
resultados geralmente são de altas performances financeiras.
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a mes-
volvimento da personalidade da pessoa natural.
ma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada de
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in-
experiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis-
alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande com-
Vigência
partilhamento de informações, e essas permitem o crescimento e
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
fortalecimento das organizações. Importante destacar, que as par-
fundamentos:
cerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em formatos
I - o respeito à privacidade;
variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de progra-
II - a autodeterminação informativa;
mação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos de
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
e de opinião;
para aporte em startups.
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
as hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar so-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
luções inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
midor; e
tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas atra-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re-
vés de testes.
alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que todo
ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do
grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser ser inco-
país onde estejam localizados os dados, desde que:
modado por elas. Diante dessa constatação as grandes instituições
I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio-
bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o recado do
nal;
mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital nos ne-
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o
gócios bancários.
fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de in-
Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos de-
divíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela
têm uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito con-
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
fiança. Por representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
adequarem a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados
tados no território nacional.
sustentáveis e crescentes. Os grandes conglomerados bancários
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
despontam na vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
estrutura de atendimento de forma a proporcionar a melhor expe-
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
riência a seus usuários.
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
como uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competi-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
tivo e altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão
culares e não econômicos;
bancária, onde a implementação das tecnologias tem a finalidade
Editora
218
218
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II - realizado para fins exclusivamente: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
a) jornalístico e artísticos; ou dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
desta Lei; (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
III - realizado para fins exclusivos de: IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
a) segurança pública; X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
b) defesa nacional; como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
c) segurança do Estado; ou utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa-
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência,
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam difusão ou extração;
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis-
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi-
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso- víduo;
ais adequado ao previsto nesta Lei. XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo-
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- pessoais para uma finalidade determinada;
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. dados;
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que dimento empregado;
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo. dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- qual o país seja membro;
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata-
to à proteção de dados pessoais. mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu-
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: mentação do controlador que contém a descrição dos processos de
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades
tificada ou identificável; civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou e mecanismos de mitigação de risco;
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen- pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
vinculado a uma pessoa natural; sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
físico; Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais de 2019) Vigência
que são objeto de tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público observar a boa-fé e os seguintes princípios:
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
to de dados pessoais; timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do finalidades;
controlador; II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida-
des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;

Editora
219
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
finalidades do tratamento de dados; dados pessoais; ou
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre legislação pertinente.
a integralidade de seus dados pessoais; § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, Vigência
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; Vigência
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla- § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público
ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen- deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus-
to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos tificaram sua disponibilização.
comercial e industrial; § 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati- caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi-
vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, previstos nesta Lei.
comunicação ou difusão; § 5º O controlador que obteve o consentimento referido no in-
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti-
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen-
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, § 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. da garantia dos direitos do titular.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
CAPÍTULO II ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí-
ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular,
SEÇÃO I assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In-
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
PESSOAIS Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser a manifestação de vontade do titular.
realizado nas seguintes hipóteses: § 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo ais.
controlador; § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con- de consentimento.
vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
Capítulo IV desta Lei; nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti- soais serão nulas.
da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
o titular, a pedido do titular dos dados; do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, do art. 18 desta Lei.
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
ou de terceiro; titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- revogá-lo caso discorde da alteração.
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

Editora
220
220
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- lador;
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
características previstas em regulamentação para o atendimento do pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
princípio do livre acesso: ou regulamentos;
I - finalidade específica do tratamento; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
comercial e industrial; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
III - identificação do controlador; cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
IV - informações de contato do controlador; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
controlador e a finalidade; terceiro;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
to; e por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti- ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dos no art. 18 desta Lei. g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
§ 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te- eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta
nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen- Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca. mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou- § 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento
ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa
não compatíveis com o consentimento original, o controlador de- causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí-
verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida- fica.
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das § 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b”
alterações. do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú-
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di- nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre § 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
no art. 18 desta Lei. nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- Público, no âmbito de suas competências.
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
mas não se limitam a: controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
nos termos desta Lei. cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
§ 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
para a finalidade pretendida poderão ser tratados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí-
interesse. do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele-
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como
os segredos comercial e industrial. na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO II Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni-
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: ser revertido.
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
específica e destacada, para finalidades específicas; sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
ses em que for indispensável para: logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
Editora
221
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e téc- vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
nicas utilizados em processos de anonimização e realizar verifica- cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
ções acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Pro- informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
teção de Dados Pessoais. ao entendimento da criança.
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- SEÇÃO IV
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre- Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos- nas seguintes hipóteses:
sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
pesquisas. finalidade específica almejada;
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- II - fim do período de tratamento;
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
hipótese poderá revelar dados pessoais. de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art.
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. lação ao disposto nesta Lei.
§ 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
§ 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra- I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as- lador;
sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in- II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí-
formação adicional mantida separadamente pelo controlador em vel, a anonimização dos dados pessoais;
ambiente controlado e seguro. III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
SEÇÃO III IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE ro, e desde que anonimizados os dados.
ADOLESCENTES
CAPÍTULO III
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- DOS DIREITOS DO TITULAR
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
deste artigo e da legislação pertinente. Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
realizado com o consentimento específico e em destaque dado por dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti- quer momento e mediante requisição:
pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen- I - confirmação da existência de tratamento;
tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. II - acesso aos dados;
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta dos;
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- nesta Lei;
timento de que trata o § 1º deste artigo. V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. cia
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste ar- mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno- VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
logias disponíveis. o controlador realizou uso compartilhado de dados;

Editora
222
222
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
timento e sobre as consequências da negativa; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
8º desta Lei. decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
nacional. § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. segredos comercial e industrial.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
constituído, a agente de tratamento. industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao de dados pessoais.
titular resposta em que poderá: § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi- Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
car, sempre que possível, o agente; ou direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
ção imediata da providência. dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi- forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em tos de tutela individual e coletiva.
regulamento.
§ 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos CAPÍTULO IV
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo- PÚBLICO
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos- SEÇÃO I
sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei DAS REGRAS
nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni- de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº
mizados pelo controlador. 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
§ 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po- deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor. na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: blico, desde que:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori- competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in- lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
do requerimento do titular. em seus sítios eletrônicos;
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que II - (VETADO); e
favoreça o exercício do direito de acesso. III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri- ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
tério do titular: Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
II - sob forma impressa. § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do publicidade das operações de tratamento.
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in- § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de
industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces-
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em so à Informação) .
outras operações de tratamento. § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia- titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
para os setores específicos. de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,

Editora
223
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
Informação) . pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri- Art. 28. (VETADO).
vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
termos desta Lei. operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia 13.853, de 2019) Vigência
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos partilhado de dados pessoais.
termos desta Lei.
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- SEÇÃO II
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú- DA RESPONSABILIDADE
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
deste Capítulo. tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá- nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução cessar a violação.
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
informações pelo público em geral. dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú- os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, CAPÍTULO V
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
no art. 6º desta Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, mente é permitida nos seguintes casos:
exceto: I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
II - (VETADO); a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, rência;
observadas as disposições desta Lei. b) cláusulas-padrão contratuais;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res- c) normas corporativas globais;
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência tidos;
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei internacional;
nº 13.853, de 2019) Vigência IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
deverão ser comunicados à autoridade nacional. V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- em acordo de cooperação internacional;
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
mento do titular, exceto: política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
Lei; VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. esta de outras finalidades; ou

Editora
224
224
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos CAPÍTULO VI


incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º SEÇÃO I
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
ou organismo internacional. cialmente quando baseado no legítimo interesse.
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
consideração: tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de segredos comercial e industrial.
destino ou no organismo internacional; Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
II - a natureza dos dados; relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; da segurança das informações e a análise do controlador com re-
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
mento; adotados.
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência. das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
para uma determinada transferência, normas corporativas globais dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na-
cional. SEÇÃO II
§ 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de- DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias PESSOAIS
mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias
e os princípios desta Lei. Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
§ 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de mento de dados pessoais.
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade § 1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
mento, quando necessário. § 2º As atividades do encarregado consistem em:
§ 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer- I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que esclarecimentos e adotar providências;
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu- II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
lamento. vidências;
§ 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. pessoais; e
§ 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste lador ou estabelecidas em normas complementares.
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas § 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei. ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di- tratamento de dados.
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
comunicadas à autoridade nacional.

Editora
225
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SEÇÃO III CAPÍTULO VII


DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS

Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- SEÇÃO I


cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
dos: pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de forma de tratamento inadequado ou ilícito.
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
43 desta Lei. § 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a a sua execução.
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
mente onerosa. rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham dados pessoais, mesmo após o seu término.
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
na legislação pertinente. retar risco ou dano relevante aos titulares.
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
no evento danoso. I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- II - as informações sobre os titulares envolvidos;
dos quando provarem: III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
é atribuído; dustrial;
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- IV - os riscos relacionados ao incidente;
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
teção de dados; ou sido imediata; e
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
dados ou de terceiro. ou mitigar os efeitos do prejuízo.
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
vantes, entre as quais: como:
I - o modo pelo qual é realizado; I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à § 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
época em que foi realizado. comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola- que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta a acessá-los.
Lei, der causa ao dano. Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon- de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
sabilidade previstas na legislação pertinente. princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
tares.

Editora
226
226
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SEÇÃO II CAPÍTULO VIII


DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DA FISCALIZAÇÃO

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas SEÇÃO I


competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização, Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama- frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no nal: (Vigência)
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super- I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao das corretivas;
tratamento de dados pessoais. II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a
aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
dados do titular. ciso II;
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, firmada a sua ocorrência;
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para a sua regularização;
os titulares dos dados, poderá: VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
I - implementar programa de governança em privacidade que, VII - (VETADO);
no mínimo: VIII - (VETADO);
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar IX - (VETADO).
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
de dados pessoais; prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este- tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali- XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
zou sua coleta; dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de; § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra-
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra-
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
mos de participação do titular; caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; afetados;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e II - a boa-fé do infrator;
h) seja atualizado constantemente com base em informações III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- IV - a condição econômica do infrator;
cas; V - a reincidência;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança VI - o grau do dano;
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- VII - a cooperação do infrator;
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
e divulgadas pela autoridade nacional. X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- dade da sanção.
soais. § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de 11
de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019)
Editora
227
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste CAPÍTULO IX


artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do SEÇÃO I
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não (ANPD)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou Art. 55. (VETADO).
quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
demonstrado de forma inequívoca e idônea. Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
pela Lei nº 13.853, de 2019) § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san- de 2019)
ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti- I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de Lei nº 13.853, de 2019)
2019) II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o VI - unidades administrativas e unidades especializadas ne-
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata cessárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen- Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta- 13.853, de 2019)
rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
de multa simples ou diária. os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
(Vigência) nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa-
do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

Editora
228
228
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa-
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla-
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha-
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções 2019)
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
nº 13.853, de 2019) devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
2019) tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- de 2019)
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os fun- acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
damentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
2019) croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi- esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
VI - promover na população o conhecimento das normas e das sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019)
Editora
229
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
pela Lei nº 13.853, de 2019) das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por 2019)
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
pela Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles 13.853, de 2019)
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
regulação de setores específicos da atividade econômica e gover- 14.460, de 2022)
namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes Art. 56. (VETADO).
esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas Art. 5 7. (VETADO).
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o SEÇÃO II
tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
nº 13.853, de 2019) PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades Art. 58. (VETADO).
da administração pública responsáveis pela regulação de setores Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representantes,
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 13.853, de 2019)
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no do pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
de 2019) categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)

Editora
230
230
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
13.853, de 2019) Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
nº 13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- operações de tratamento e a natureza dos dados.
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma-
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa
público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de do Brasil seja parte.
2019) Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados 13.853, de 2019)
Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela- C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
de 2019) (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
Lei nº 13.853, de 2019) da República.
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019) LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019)
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
Art. 59. (VETADO).
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes-
soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
CAPÍTULO X
nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º ..................................................................
.......................................................................................
CAPÍTULO I
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
DISPOSIÇÕES GERAIS
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva ad-
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
administração pública, nacional ou estrangeira.
proteção de dados pessoais;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades
..............................................................................” (NR)
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in-
“Art. 16. .................................................................
dependentemente da forma de organização ou modelo societário
.......................................................................................
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali-
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados
direito, ainda que temporariamente.
pessoais.” (NR)
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre-
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
ou não.
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
Editora
231
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res- g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou contratos celebrados com a administração pública;
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos,
ilícito. entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemen- no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
te da responsabilização individual das pessoas naturais referidas no sistema financeiro nacional.
caput . § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsa- e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estran-
bilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou de país estrangeiro.
cisão societária. § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e re- § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta
paração integral do dano causado, até o limite do patrimônio trans- Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça
ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo po-
fraude, devidamente comprovados. der público de país estrangeiro ou em organizações públicas inter-
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no nacionais.
âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamen-
te responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin- CAPÍTULO III
do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
reparação integral do dano causado.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-
CAPÍTULO II rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Lei as seguintes sanções:
NACIONAL OU ESTRANGEIRA I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º sua estimação; e
, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
contra princípios da administração pública ou contra os compromis- § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
sos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- creto e com a gravidade e natureza das infrações.
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
nada; dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
nesta Lei; em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física causado.
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
identidade dos beneficiários dos atos praticados; utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
IV - no tocante a licitações e contratos: a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual- senta milhões de reais).
quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li- § 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor-
citatório público; rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi-
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá-
de procedimento licitatório público; tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação
oferecimento de vantagem de qualquer tipo; de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta-
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; belecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; § 6º (VETADO).
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a ções:
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório I - a gravidade da infração;
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
Editora
232
232
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon-
V - o efeito negativo produzido pela infração; sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias
VI - a situação econômica do infrator; para defesa, contados a partir da intimação.
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in- Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis-
frações; são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de para julgamento.
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
pessoa jurídica; sanções estabelecidas nesta Lei.
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
órgão ou entidade pública lesados; e mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
X - (VETADO). pública.
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
em regulamento do Poder Executivo federal. ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
CAPÍTULO IV das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO sócios com poderes de administração, observados o contraditório e
a ampla defesa.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu- nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- cia, para apuração de eventuais delitos.
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- CAPÍTULO V
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa DO ACORDO DE LENIÊNCIA
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instaurar blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei, rem efetivamente com as investigações e o processo administrativo,
para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento. sendo que dessa colaboração resulte:
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta couber; e
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da provem o ilícito sob apuração.
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebra-
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de do se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
30 de novembro de 2000. I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
vidores estáveis. III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que soli-
caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in- citada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e §2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa ju-
apreensão. rídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
investigação. gação de reparar integralmente o dano causado.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e processo.
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
motivada as sanções a serem aplicadas. soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
ato fundamentado da autoridade instauradora. condições nele estabelecidas.

Editora
233
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú- Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque-
investigações e do processo administrativo. las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito autoridades competentes para promover a responsabilização admi-
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. nistrativa.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú- Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
blica do referido descumprimento. parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei. sentença.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe-
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Exe- CAPÍTULO VII
cutivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra DISPOSIÇÕES FINAIS
a administração pública estrangeira.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor- Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca-
do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
em seus arts. 86 a 88. governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar
CAPÍTULO VI e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL eles aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa acerca das sanções aplicadas:
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es- I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en-
fera judicial. tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta II - tipo de sanção; e
Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação ju- ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
dicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter
infratoras: atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as in-
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem formações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; administrativo.
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, do- incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
ações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de insti- § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
tuições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do
nada quando comprovado: órgão ou entidade sancionadora.
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilí- manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
citos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
§ 2º (VETADO). tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
cumulativa. da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re- aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter- nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
ceiro de boa-fé. infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescri-
ção será interrompida com a instauração de processo que tenha por
objeto a apuração da infração.
Editora
234
234
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi- I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública
nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. estrangeira, ainda que cometidos no exterior;
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen- II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro-
tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. duzam ou possam produzir efeitos; ou
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge- III - no exterior, quando praticados contra a administração pú-
rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su- blica nacional.
cursal aberta ou instalada no Brasil. § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati- ou de direito.
vamente nos termos da legislação específica aplicável. Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes-
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad-
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis-
que cometidos no exterior. trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da CAPÍTULO II
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
constitua infração à ordem econômica.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta SEÇÃO I
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de- DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
correntes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração e mediante despacho fundamentado, decidirá:
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata- I - pela abertura de investigação preliminar;
ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
2011. III - pela recomendação de arquivamento da matéria.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após § 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará-
a data de sua publicação. ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública
Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º federal.
da República. § 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente pela
corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma esta-
belecida em regulamento, ou por comissão composta por dois ou
DECRETO Nº 11.129 DE 11/07/2022 mais membros, designados entre servidores efetivos ou emprega-
dos públicos.
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos neces-
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 sários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas todas as
diligências admitidas em lei, notadamente:
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio-
II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos
nal ou estrangeira.
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou-
tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede
o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com-
DECRETA:
partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves-
tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº
CAPÍTULO I 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva-
lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva
necessárias para a investigação e para o processamento dos atos
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei
VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei-
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati-
ras, ou a organizações públicas internacionais.
cados:
Editora
235
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre-
excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de
ato da autoridade a que se refere o caput. publicação do edital.
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto- § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de-
ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os
de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e demais prazos, independentemente de notificação ou intimação,
materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe-
decisão sobre a instauração do PAR. tição de qualquer ato processual já praticado.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
SEÇÃO II eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO cessada.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica-
Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-
do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi -se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da
praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi- Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado. § 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer- demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa-
cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve- da se manifeste nos autos.
dada a subdelegação. § 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará timada de todos os atos processuais, independentemente de pro-
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis. curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua- gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su-
dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti-
empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes-
três anos de tempo de serviço na entidade. soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os
§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida- pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes,
des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
as orientações técnicas vigentes. § 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, a
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário comissão poderá:
à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis- I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez
tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não
ampla defesa e ao contraditório. justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me- novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de
diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida- indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do
de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. art. 6º.
Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir- § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa-
cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro- ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de
cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-
especificar eventuais provas que pretenda produzir. -lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime-
§ 1º A intimação prevista no caput: tria das sanções a serem aplicadas.
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da rado amplo acesso aos autos.
multa, previstos no art. 23; e Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que mente em meio digital, mediante requerimento.
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comis-
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e são elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da eventual
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual sugeri-
jurídica processada. rá, de forma motivada:
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- dosimetria, ou o arquivamento do processo;
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon-

Editora
236
236
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe- § 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade respon-
tente para instrução de processo administrativo específico para sável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e contra-
reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo tos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art. 3º
tenha resultado dano ao erário; eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º da
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da Lei nº 12.846, de 2013.
União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do
12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto, Poder Executivo federal, competência:
da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos; II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive
termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qualquer
quando cabível. tempo, a competência prevista no caput, se presentes quaisquer
Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de das seguintes circunstâncias:
encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti- I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter- competente;
minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final II - inexistência de condições objetivas para sua realização no
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias. órgão ou na entidade de origem;
Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au- III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR. órgão ou com a entidade atingida; ou
Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de
encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual um órgão ou entidade da administração pública federal.
será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de § 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública
assistência jurídica competente. obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os
da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur-
produzidas no PAR. so.
Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul- Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú-
sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen-
julgamento do PAR. tal previsto neste Capítulo.
Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração
de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con- pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado-
tado da data de publicação da decisão. ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad-
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas
PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri- atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis
-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi- e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo
ção do pedido de reconsideração. do envio de documentação complementar, na hipótese de novas
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para de- provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.
cidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e publi-
car nova decisão. CAPÍTULO III
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS
cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri- ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de
publicação da nova decisão. SEÇÃO I
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei DISPOSIÇÕES GERAIS
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846,
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito de 2013:
procedimental previsto neste Capítulo. I - multa; e
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio-
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será nadora.
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
gamento pelo Ministro de Estado competente. de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também

Editora
237
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros
restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con- instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou
tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR. com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão
considerados os seguintes percentuais:
SEÇÃO II a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
DA MULTA talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto mil reais);
da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
PAR, excluídos os tributos. talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de: totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do reais); ou
disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 - e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Código Tributário Nacional; totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa milhões de reais).
jurídica acusada, no Brasil ou no exterior; Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons-
III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa- tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra-
ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios, ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento.
tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con- Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22
tratos, entre outras; e serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen-
IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela tuais da base de cálculo:
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura- I - até meio por cento no caso de não consumação da infração;
ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas. II - até um por cento no caso de:
§ 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se- a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica
rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do
PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação ato lesivo; ou
dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida
de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra- e de danos resultantes do ato lesivo;
ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da
concorrido para a sua prática. pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in-
Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha dependentemente do acordo de leniência;
tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes-
PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e
último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa
os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os
até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR. parâmetros estabelecidos no Capítulo V.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul- Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu-
ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis ais máximos, quando observadas as seguintes condições:
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan-
mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação. do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos;
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis-
correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo: são ocorrer antes da instauração do PAR; e
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos; III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano
II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci- art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú- que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios; Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
IV - um por cento para a situação econômica do infrator que limite:
apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração for possível sua estimativa, e:
do PAR; a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e
ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada II - máximo, o menor valor entre:
como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que
de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração for maior entre os dois valores;
anterior; e
Editora
238
238
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade
sobre vendas; ou pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e
prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da em destaque na página principal do referido sítio.
vantagem auferida. Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita
§ 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resultan- a expensas da pessoa jurídica sancionada.
te do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calculado
para o limite mínimo. SEÇÃO IV
§ 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art. DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela pes-
mínimo estabelecido no caput. soa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dispos-
Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres- to no art. 15.
ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten- § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento
pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
lesivo. § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te-
§ 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa-
estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me- gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará
todologias: o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias
I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati- e fundações públicas federais.
vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição.
hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu- § 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em
ção dos respectivos contratos; acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18
II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio-
os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à nal.
pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela § 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do
pessoa jurídica infratora; ou previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual-
III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica.
decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica SEÇÃO V
infratora. DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
§ 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a
não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o § cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da
1º. publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no
Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli- caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos
cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali-
limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013. dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação
§ 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação
limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013. judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas.
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri- Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in-
mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação
colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas
trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des- as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins-
contando-se as frações da multa eventualmente já pagas. crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa.
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações
SEÇÃO III públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado-
DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa
ADMINISTRATIVA SANCIONADORA administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da
Procuradoria-Geral do Banco Central.
Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela
prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos
da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente:
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele-
trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi-
ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional;
Editora
239
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CAPÍTULO IV V - fornecer informações, documentos e elementos que com-


DO ACORDO DE LENIÊNCIA provem o ato ilícito;
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau-
Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial de- sado; e
corrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa à VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi-
contra a administração pública nacional ou estrangeira. do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.
lei: § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se-
I - o incremento da capacidade investigativa da administração rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em
pública; reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali-
II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o
ativos; e momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento.
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado. § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa
jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do
nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº devido processo administrativo ou judicial.
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com § 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor-
vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial
colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re- indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja
sultar dessa colaboração: identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando I - computados uma única vez para fins de quantificação do va-
couber; e lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá-
provem a infração sob apuração. beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado.
Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve-
Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acor- rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica
dos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos casos proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito
de atos lesivos contra a administração pública estrangeira. de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi-
Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria- mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego-
-Geral da União e do Advogado-Geral da União: ciação importará a desistência da proposta.
I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral § 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes
da União nos processos de negociação e de acompanhamento do da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou
cumprimento dos acordos de leniência; e por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob-
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi- servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.
nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente § 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a
com o Advogado-Geral da União. ser elaborado no PAR.
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União § 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe- acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria-
lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10 -Geral da União.
de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, § 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existência
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuência da
no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013. Controladoria-Geral da União.
Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega- § 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instruída
ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos em processo administrativo específico, que conterá o registro dos
de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes atos praticados na negociação.
federativos. Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será
Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le- submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da
niência deverá: existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a gociação.
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re- § 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten-
levante; dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme-
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo tros da negociação do acordo de leniência.
a partir da data da propositura do acordo; § 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le- qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a
sivos; critério da administração pública federal.
IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e § 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem- I - interrompe a prescrição; e
pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado,
em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias.
Editora
240
240
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins- Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável
taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele- de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em
bração de acordo de leniência poderá ser suspenso. consideração os seguintes critérios:
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo: I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos
I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para lesivos;
o esclarecimento dos fatos; e II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e
II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató- III - o compromisso de assumir condições relevantes para o
rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir cumprimento do acordo.
a instrução processual. Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto de
Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Controlado-
de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti- ria-Geral da União.
dades da administração pública federal relacionados com os fatos Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial-
objeto do acordo em negociação. mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a
Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni- negociação e após a celebração do acordo de leniência.
ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta- § 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da
do da data da assinatura do memorando de entendimentos. pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público,
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror- ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.
rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam. § 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência
Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados
sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza-
lesivo. ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes-
§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da
proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do própria pessoa jurídica.
art. 38. Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra-
§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública fe- zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos
deral não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro- objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei
cesso de negociação de acordo de leniência. nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos rela- dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos
cionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015.
de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con-
conhecimento da autoridade por qualquer outro meio. cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa-
Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as- mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra-
e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias tiva sancionadora;
do caso concreto, reputem-se necessárias. II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub-
Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi- venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos
ções, cláusulas que versem sobre: e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú-
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos blico;
incisos II a VII do caput do art. 37; III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis-
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri- posto no art. 27; ou
mento do acordo; IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs-
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de
do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784 licitações e contratos.
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil; § 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham
de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo o escopo do acordo.
V, bem como o prazo e as condições de monitoramento; § 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato
refere o inciso VI do caput do art. 37; e ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto,
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o respeitadas as condições nele estabelecidas.
inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo- Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple-
res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que
prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com- trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire-
põem o escopo do acordo. tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen-
Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul- sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de
gar os processos administrativos que apurem infrações administra- remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021,
e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham
sido noticiados por meio do acordo de leniência.

Editora
241
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados
dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in- em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral
formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde- da União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investiga-
pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas ções.
e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monito- CAPÍTULO V
ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
interesse das investigações. Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in-
Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto
colaboradora, a autoridade competente declarará: de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria
I - o cumprimento das obrigações nele constantes; e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de
II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo
6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem de:
como das demais sanções aplicáveis ao caso; I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e
III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou
art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e estrangeira; e
IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra- II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente
tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto. organizacional.
Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au- Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu-
toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri- rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os
mento: riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua
I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re-
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado ferido programa, visando garantir sua efetividade.
da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º
julgar rescindido o acordo; da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado,
II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes
serão executados: parâmetros:
a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu- I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu-
almente já pagas; e ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao
b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento programa, bem como pela destinação de recursos adequados;
indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des- II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi-
contando-se as frações eventualmente já pagas; e mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi-
III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre- nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida;
vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável. III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri-
Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece-
será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;
três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP. IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o
Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão programa de integridade;
deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac- V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia-
tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro-
requisitos: grama de integridade e a alocação eficiente de recursos;
I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda- VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci-
mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16 sa as transações da pessoa jurídica;
da Lei nº 12.846, de 2013; VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a
II - maior vantagem para a administração, de maneira que se- confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa
jam alcançadas melhores consequências para o interesse público jurídica;
do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo; VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos
III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi-
modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que
originalmente pactuadas; intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição
IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e
impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven- certidões;
cimento do prazo para seu adimplemento; e IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna
V - higidez das garantias apresentadas no acordo. responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca-
Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput consi- lização de seu cumprimento;
derará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais con- X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen-
dições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamento do te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados
programa de integridade. ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo-
a-fé;
Editora
242
242
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
integridade; administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir- art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação da Lei nº 14.133, de 2021;
dos danos gerados; III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados,
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para: o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá- de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº
rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso- 14.133, de 2021;
ciados; IV - suspensão temporária de participação em licitação e im-
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex- pedimento de contratar com a administração pública, conforme
postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola- disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de
boradores e pessoas jurídicas de que participem; e novembro de 2011;
c) realização e supervisão de patrocínios e doações; V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do
reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com
envolvidas; e a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei
XV - monitoramento contínuo do programa de integridade nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis-
combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
12.846, de 2013. VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por fevereiro de 1998; e
meio de aspectos como: IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores; do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de de 5 de junho de 2001.
ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte; Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san-
III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações
unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores, ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que
ou da estruturação de grupo econômico; não sejam de natureza administrativa.
IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores Art. 59. O CNEP conterá informações referentes:
ou representantes comerciais; I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de
V - o setor do mercado em que atua; 2013; e
VI - os países em que atua, direta ou indiretamente; II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com
VII - o grau de interação com o setor público e a importância fundamento na Lei nº 12.846, de 2013.
de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações, Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
licenças e permissões governamentais em suas operações; e cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão
VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in- registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do
tegram o grupo econômico. acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao ou ao processo administrativo.
ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia- Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros
ção de que trata o caput. a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e
informações referentes a:
CAPÍTULO VI I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada;
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio-
SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de
PUNIDAS Pessoas Físicas - CPF;
III - tipo de sanção;
Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen- IV - fundamentação legal da sanção;
sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati- V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção;
vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo
ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a da sanção ou data de aplicação da sanção;
administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais: VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi- quando couber;
mento de contratar com a administração pública, conforme dispos- VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora;
to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho IX - valor da multa, quando couber; e
de 1993; X - escopo de abrangência da sanção, quando couber.

Editora
243
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca-
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
autoridade competente. de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
CEIS ou do CNEP se dará: de leniência; e
I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san- b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de
ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ativos; e
ato sancionador; ou II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar-
II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: conexos.
a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san- Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen-
cionada; te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes
b) cumprimento integral do acordo de leniência; de sua vigência.
c) reparação do dano causado; Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de
d) quitação da multa aplicada; e 2015.
e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci- Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022.
são administrativa sancionadora.
Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da
trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe- República.
cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE
e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da 26/02/2021
entidade sancionadora.
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re-
quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma-
Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
zenamento de dados e de computação em nuvem a serem observa-
bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão
dos pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos
do Brasil.
administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
-Geral da União.
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no
rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com
exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei-
base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de
tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas,
14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de
inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro
Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo
de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de
de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad-
2009,
ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo
RESOLVEU:
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
público.
CAPÍTULO I
Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci-
respeito a:
bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru-
processamento e armazenamento de dados e de computação em
to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a
nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio-
que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
nar pelo Banco Central do Brasil.
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi-
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às
nária da decisão administrativa sancionadora;
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for-
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui-
ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
ções legais.
de pequeno porte; e
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas
em face de pessoas jurídicas e entes privados.
Editora
244
244
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CAPÍTULO II VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre


DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais
instituições referidas no art. 1º.
SEÇÃO I § 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re-
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade
CIBERNÉTICA da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a
incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar § 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do
e manter política de segurança cibernética formulada com base em caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a
princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade, prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de
a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor- informações, a realização periódica de testes e varreduras para de-
mação utilizados. tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos,
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com: o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui- de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu-
ção; tenção de cópias de segurança dos dados e das informações.
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos, § 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do
serviços, atividades e processos da instituição; e caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste-
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa- mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em-
bilidade da instituição. pregadas nas atividades da instituição.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética § 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
única por: controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput,
I - conglomerado prudencial; e devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres-
II - sistema cooperativo de crédito. tadoras de serviços a terceiros.
§ 3º As instituições que não constituírem política de seguran- § 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput,
ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com-
formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados
administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição. pela própria instituição.
Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no
mínimo: SEÇÃO II
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição; DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a CIBERNÉTICA
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob-
jetivos de segurança cibernética; Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras- aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi-
treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
informações sensíveis; detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o sensibilidade das informações.
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con-
instituição; tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes- SEÇÃO III
tes de continuidade de negócios; DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre-
venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em- Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer
presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação
informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das da política de segurança cibernética.
atividades operacionais da instituição; Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger,
c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele- no mínimo:
vância; e I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade-
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e
da relevância dos incidentes; às diretrizes da política de segurança cibernética;
VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a
cibernética na instituição, incluindo: serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con-
a) a implementação de programas de capacitação e de avalia- formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e
ção periódica de pessoal; III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de
b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre- incidentes relevantes.
cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire-
c) o comprometimento da alta administração com a melhoria tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu-
contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber- ção do plano de ação e de resposta a incidentes.
nética; e
Editora
245
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem- d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para
penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito a prestação do serviço a ser contratado;
de interesses. e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela- por empresa de auditoria especializada independente contratada
tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con-
a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de- troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
zembro. f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo: quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;
I - a efetividade da implementação das ações descritas no art. g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins-
6º, parágrafo único, inciso I; tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro- h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos
tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem dados e das informações dos clientes da instituição.
utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art. § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado,
6º, parágrafo único, inciso II; mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci- considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
bernético ocorridos no período; e das informações a serem processados, armazenados e gerenciados
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con- pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza-
siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes. da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor-
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine- documentados.
xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet,
ao da data-base. referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o
Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os
o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões
devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua do aplicativo.
inexistência, pela diretoria da instituição. § 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces-
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados,
de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no inclusive para análise de informações e uso de recursos providos
mínimo, anualmente. nos termos da alínea “f” do inciso II do caput.
Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços
CAPÍTULO III de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um
ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM dos seguintes serviços:
NUVEM I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra-
estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po-
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela
riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no instituição ou por ela adquiridos;
tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela
contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen- instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País computacionais do prestador de serviços; ou
ou no exterior. III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados
ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re-
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à cursos computacionais do próprio prestador de serviços.
contratação de serviços relevantes de processamento e armazena- Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce- art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis-
dimentos que contemplem: ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços
I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu-
proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a lamentação em vigor.
que estejam expostas; e Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen-
II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser- to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser
viço de assegurar: comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central
a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor; do Brasil.
b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem § 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se-
processados ou armazenados pelo prestador de serviço; guintes informações:
c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu- I - a denominação da empresa contratada;
peração dos dados e das informações processados ou armazenados II - os serviços relevantes contratados; e
pelo prestador de serviço;

Editora
246
246
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os V - o acesso da instituição contratante a:
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena- a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a
dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput;
art. 16, no caso de contratação no exterior. b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au-
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
dez dias após a contratação dos serviços. c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora-
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II,
informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco alínea “f”;
Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual. VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição
Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen- contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta- instituição;
dos no exterior deve observar os seguintes requisitos: VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con-
I - a existência de convênio para troca de informações entre o tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu-
Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos
onde os serviços poderão ser prestados; dados armazenados e às informações sobre seus processamentos,
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos
serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun- códigos de acesso aos dados e às informações;
cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil; VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de-
III - a instituição contratante deve definir, previamente à con- corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e
tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po- IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição
derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces- contratante permanentemente informada sobre eventuais limita-
sados e gerenciados; e ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a da legislação e da regulamentação em vigor.
continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu- Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem
tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços. prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti-
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso tuição contratante pelo Banco Central do Brasil:
I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir-
Banco Central do Brasil para: restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con-
I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes
antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações
Resolução; e sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das
II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in- informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII
formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo do caput que estejam em poder da empresa contratada; e
de sessenta dias antes da alteração contratual. II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re-
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in-
deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de
e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:
não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan- a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido
tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações. de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra- pelo responsável pelo regime de resolução; e
tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em
trata o § 2º devem ser documentados. que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante.
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação
processamento, armazenamento de dados e computação em nu- de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
vem devem prever: compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi-
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser- dades de registro ou de depósito centralizado.
viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
processados e gerenciados; CAPÍTULO IV
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e DISPOSIÇÕES GERAIS
armazenamento dos dados citados no inciso I do caput;
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se- Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que
gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen-
informações dos clientes; tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios,
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de: sobre:
a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o
prestador de serviços ou à instituição contratante; e ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV;
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa
contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos
dados recebidos;
Editora
247
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da- inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe- III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci-
lecimento da operação normal da instituição; e dentes, de que trata o art. 6º;
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti- IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”. V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge- 12, § 2º;
renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de- VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: serviços prestados no exterior;
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi-
relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos do no caput a partir da extinção do contrato;
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
de computação em nuvem contratados; canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21,
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in- citados mecanismos; e
ciso I do caput; e IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ-
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser- Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- como estabelecer:
dências para o reinício das suas atividades. I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento
Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen- de informações, nos termos do art. 22;
tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a
o inciso III do caput. serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan-
Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as- III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei-
segurar a implementação e a efetividade da política de segurança nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in-
cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re- terrompidos; e
quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze- IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se-
namento de dados e de computação em nuvem, incluindo: rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re-
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; solução.
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi- de processamento, armazenamento de dados e de computação em
ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera- nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
das na definição dos mecanismos de que trata o caput. I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º,
no caso de serviços prestados no exterior; e
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme- II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável, Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto
compatíveis com os controles internos da instituição. no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021.
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restri-
as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati- ções para a contratação de serviços de processamento e armazena-
vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes mento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a
relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV. qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecen-
informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas do prazo para a adequação dos referidos serviços.
prestadoras de serviços a terceiros. Art. 27. Ficam revogadas:
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
ao Banco Central do Brasil. II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil


pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de
que trata o art. 2º;

Editora
248
248
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

5. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente


QUESTÕES Comercial - Prova A- O Internet banking facilita a realização de tran-
sações bancárias, mas também oferece risco para usuários finais
que são pessoas naturais. Para minimizar os riscos, o Banco Central
1. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia do Brasil determina que os participantes provedores de conta tran-
- Microrregião 158 - TI- No Sistema Financeiro Nacional, identifi- sacional do Pix devem estabelecer limites máximos de valor para
cam-se os bancos-sombra (shadow banks) como bancos que iniciação de um Pix com finalidade de compra ou de transferência,
(A) possuem diversos tipos de carteiras em suas operações ati- por conta transacional, e possibilidade de diferenciação do limite
vas. estabelecido para o período diurno e para o período noturno.
(B) se especializam em transações financeiras como bancos es- Os participantes poderão, a seu critério, ofertar funcionalidade
trangeiros. para que o usuário final possa solicitar que o período noturno com-
(C) se concentram em transações financeiras no mercado local. preenda o período entre
(D) realizam operações financeiras à margem do sistema de re- (A) 21 horas e 6 horas
gulação e supervisão do Banco Central do Brasil. (B) 22 horas e 6 horas
(E) se originam a partir de indivíduos que se associam para (C) 23 horas e 6 horas
prestar serviços financeiros a seus associados. (D) 0 hora e 7 horas
(E) 1 hora e 7 horas
2. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia
- Microrregião 158 - TI- Ao longo das crises financeiras agudas, em 6. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente
que se observam elevada incerteza e temor em relação à solvência Comercial - Prova A- Um pesquisador em ciências da informação
de empresas e bancos, a extrema preferência por liquidez tende busca descobrir como os vários sistemas financeiros nacionais tra-
a fazer com que os agentes econômicos aumentem as práticas de tam a proteção dos seus bancos de dados contra ataques cibernéti-
entesouramento. cos que se tornaram comuns na contemporaneidade.
Nesse contexto, a moeda assume, precipuamente, a função de Nos termos da Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de
(A) meio de financiamento dos investimentos 2018, que dispõe sobre a política de segurança cibernética aplicável
(B) meio de troca às instituições financeiras, devem ser observados, no mínimo, os
(C) unidade de conta controles específicos, incluindo os voltados para a rastreabilidade
(D) escambo da informação, que busquem garantir a segurança das
(E) reserva de valor (A) relações empresariais
(B) situações sigilosas
3. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia (C) bases financeiras
- Microrregião 158 - TI- A economia digital propiciou a criação de (D) questões litigiosas
um modelo de negócios em que uma empresa gerencia uma plata- (E) informações sensíveis
forma digital por meio da qual diversas empresas, concorrentes ou
não, ofertam e vendem produtos e serviços on-line num ambiente 7. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial -
que se assemelha a um shopping virtual. A plataforma digital des- Prova B- Quando um cliente paga uma conta mensal de energia elé-
crita acima é denominada trica em uma casa lotérica, essa lotérica está atuando como
(A) startup (A) correspondente bancário
(B) marketplace (B) banco digital
(C) fintech (C) banco comercial
(D) mobile banking (D) banco múltiplo
(E) internet banking (E) agência postal

4. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia 8. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial -
- Microrregião 158 - TI- A principal característica dos bancos exclu- Prova B- Os contratos celebrados entre um banco e seus clientes
sivamente digitais é a estabelecem tarifas, limites de crédito, taxas de juros, pagamentos
(A) oferta de produtos e serviços por meio digital. mínimos, datas e prazos para pagamento, dentre outros aspectos
(B) oferta de serviços por meio de agências bancárias. regulados. O estabelecimento de contratos só pode ocorrer devido
(C) oferta de todos os serviços operados pelos bancos múlti- à função de unidade de conta da moeda.
plos. A função de unidade de conta da moeda diz respeito à
(D) ausência de operações com moeda estrangeira. (A) possibilidade de separar no tempo e no espaço as transa-
(E) cobrança de taxas similares às cobradas pelos bancos tra- ções de compra das transações de venda.
dicionais. (B) coincidência de interesses entre as partes envolvidas nas
transações, possibilitando que o contrato seja firmado.
(C) preservação do valor da moeda em data futura, com relação
ao momento da assinatura do contrato

Editora
249
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

(D) determinação da quantidade de unidades monetárias que 13. CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia - Técnico Cientí-
liquidam as obrigações de um contrato. fico - Tecnologia da Informação- Existe um tipo de instituição finan-
(E) capacidade da moeda ser facilmente trocada por outros ati- ceira, formada pela associação de pessoas, cujo objetivo é prestar
vos sem perda significativa do seu valor. serviços financeiros exclusivamente aos seus associados, tais como
conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, emprésti-
9. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - mos e financiamentos. Trata-se de instituição financeira que, em-
Prova B- Liquidez é a capacidade de conversão de um bem em di- bora supervisionada pelo Banco Central do Brasil, não tem acesso à
nheiro. câmara de compensação de cheques, aos créditos oficiais, à reserva
Considerando-se apenas os efeitos da transformação digital do bancária e ao mercado interfinanceiro.
sistema financeiro sobre a liquidez dos ativos financeiros, espera-se A instituição financeira descrita é denominada
que todos os ativos abaixo possam apresentar ganhos de liquidez, (A) banco comercial
EXCETO (B) caixa econômica
(A) Cédulas e moedas (C) cooperativa de crédito
(B) Certificados de Depósito Bancário e de Depósito Interban- (D) banco comercial cooperativo
cário (CDB e CDI) (E) corretora de títulos e valores mobiliários
(C) Depósitos em caderneta de poupança
(D) Títulos privados, como letras hipotecárias e letras de câm- 14. CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia - Técnico Ban-
bio cário- Na composição do Sistema Financeiro Nacional no Brasil, o
(E) Títulos Públicos órgão normativo responsável pela fixação das metas para a inflação,
pelas diretrizes da política cambial e pelas normas inerentes ao fun-
10. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - cionamento das instituições financeiras é o(a)
Prova B- O crédito rural é a modalidade de financiamento destinado (A) Banco Central do Brasil
ao segmento rural. Ele atende a diversas finalidades das empresas (B) Banco do Brasil
que atuam no setor agropecuário. (C) Conselho Monetário Nacional
O crédito rural destinado ao financiamento da aquisição de (D) Caixa Econômica Federal
equipamentos, como tratores e colheitadeiras, por parte dos pro- (E) Comissão de Valores Mobiliários
dutores agropecuários, atende à finalidade de crédito de
(A) investimento
15. CESGRANRIO - 2023 - BANRISUL - Escriturário- O Pix possui
(B) custeio
uma estrutura flexível e aberta de participação a fim de garantir o
(C) comercialização
acesso e o surgimento de participantes que ofertem serviços inova-
(D) industrialização
dores e diferenciados que atendam às necessidades dos usuários
(E) exportação
finais.
11. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial A participação no Pix é obrigatória para as instituições finan-
- Prova B- Nos financiamentos destinados à compra de imóveis, as ceiras e para as instituições de pagamento autorizadas a funcionar
instituições financeiras exigem, do devedor, uma modalidade de pelo Banco Central do Brasil, que tenham uma quantidade de con-
garantia, operacionalizada através da oferta de um bem, que geral- tas de clientes ativas acima de
mente assume a forma de um imóvel. (A) 100.000
A garantia em questão é denominada (B) 200.000
(A) fiança (C) 300.000
(B) penhor mercantil (D) 400.000
(C) aval (E) 500.000
(D) fiança bancária
(E) hipoteca
GABARITO
12. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial
- Prova B- Como parte integrante do Sistema Financeiro Nacional,
o Conselho Monetário Nacional (CMN) funciona como instituição 1 D
cuja função é predominantemente 2 E
(A) normativa
(B) executora 3 B
(C) bancária 4 A
(D) produtiva 5 B
(E) financeira
6 E
7 A
8 D

Editora
250
250
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

9 A
10 A
11 E
12 A
13 C
14 C
15 E

ANOTAÇÕES
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Editora
251
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Editora
252
252
a solução para o seu concurso!

Você também pode gostar