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CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
- As articulações são classificadas em três tipos: fibrosa ou sinartose, cartilaginosa ou anfiartrose e sinovial ou diartrose
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS OU ANFIARTROSES: ossos são unidos por fibrocartilagem, cartilagem hialina ou ambas
- Sínfise = articulação na qual os ossos são unidos inicialmente por fibrocartilagem, podendo apresentar movimentos
limitados sínfise pelvina
- Sincondrose = articulação temporária (a cartilagem é convertida em osso antes da idade adulta) articulação
intermandibular
ETIOPATOGENIA
- As diartroses são mais susceptíveis a luxação pela anatomia/biomecânica
- Nas luxações ocorrem rupturas de ligamentos e da cápsula, com graus variáveis de lesões musculares, vasculares e
nervosas
- O grau de comprometimento depende de vários fatores direção e velocidade do agente, posição do animal no
momento do trauma, da articulação atingida, dos fatores predisponentes
- A luxação pode ser fechada ou aberta
ARTICULAÇÕES ACOMETIDAS
- Todas podem ser acometidas mais frequentes: coxo-femoral, escápulo-umeral, úmero-rádio-ulnar, carpo-tarso
ESCÁPULO-UMERAL:
- Com o membro apoiado no solo, o úmero se mantém relativamente afastado do toráx
- Quando ocorre um impacto no sentido látero-medial no terço proximal, membro não absorve o choque e não o
transmite ao toráx o úmero é impelido medialmente, rompe-se a cápsula e o tendão subescapular, configurando a
luxação
- Em salto, o membro encontra-se inicialmente em extensão e, ao tocar o solo, determina abdução da articulação
escápulo-umeral nessa situação, cria-se um mecanismo de alavanca
◦ Quando o estresse é suficiente, o tendão subescapular e a cápsula se rompem e o úmero luxa medialmente à
cavidade glenóide
◦ O peso do animal, impelindo-se em direção ao solo, excede a capacidade de distribuição das forças de impacto
ao longo do membro torácico
- Membro torácico em semiflexão = submetido a traumatismo violento e abrupto, no sentido crânio-caudal, no terço
proximal do úmero este é facilmente deslocado para fora da cavidade glenóide
◦ Quando a força é suficiente, ocorrerá a luxação no sentido medial ou lateral, se romper primeiramente o tendão
subescapular ou o infra-espinhoso
ÚMERO-RÁDIO-ULNAR:
- Ocorre menos frequentemente do que as demais mais estável que escápulo-umeral
- Na maioria das vezes, ocorre por mecanismo de alavanca
- Um traumatismo violento é aplicado à garupa do animal gira o corpo em sentido horário ou anti-horário, ao redor de
um dos membros torácicos
- O animal em movimento com uma pata presa em um buraco provocará a mesma rotação
- Em ambos os casos, desde que as forças sejam suficientes, a ulna gira para fora da fossa do olécrano, ocorrendo a luxação
◦ Há ruptura da cápsula e de ligamentos
◦ A luxação pode ocorrer por traumatismo direto se a articulação estiver flexionada até 45º
◦ Em ângulos maiores, o processo ancôneo previne a luxação
◦ Em posição quadrupedal, um traumatismo no terço proximal da ulna, no sentido caudo-cranial, pode provocar
luxação do rádio e fratura da ulna
LUXAÇÕES DO CARPO:
- Geralmente ocorre na articulação rádio-cárpica por traumatismo direto sobre a articulação
- A hiperextensão/hiperflexão do carpo podem também provocar luxação
LUXAÇÃO COXO-FEMORAL:
- Relativamente frequente nos animais domésticos
- A integridade da cápsula, do ligamento e a anatomia da articulação são fundamentais para a prevenção desta ocorrência
- A causa é geralmente um traumatismo violento com adução ou abdução excessivas e ruptura da cápsula e do ligamento
- A luxação pode ocorrer em diferentes direções, mas a mais frequente é a crânio-dorsal (cerca de 80-90%)
LUXAÇÃO DE PATELA:
- Comum em cães de pequeno porte
- Geralmente associada a deformações do membro
- A maioria delas é medial em bovinos e em cães
- Equinos luxação/fixação dorsal = mais frequente (é atribuída à ausência de tônus muscular e à conformação do
membro, pode ter origem congênita com manifestação após 2-3 anos); luxação lateral/medial = decorre de alterações
congênitas, achatamento dos côndilos
- Anatomia da patela:
ETIOLOGIA
SINTOMATOLOGIA
- Variável tem-se sintomas subjetivos e objetivos
◦ Subjetivos: compreendem a dor e impotência funcional
◦ Objetivos: deformidade da região, encurtamento/alongamento, desvio do eixo articular, situação das
extremidades articulares
DIAGNÓSTICO
- Feito com base nos sintomas apresentados anamnese, inspeção, exame físico
- Radiografia
TRATAMENTO
- Redução fechada OU Redução aberta/cirúrgica
- A redução consiste na reconstituição do eixo, aplicação de bandagens e repouso articular por 4-6 semanas
- A redução fechada se aplica nos casos recentes não se aplica à luxação de patela
- Redução aberta: é exequível no cão; nos grandes animais, deve-se considerar a gravidade do caso e porte do animal
é indicada nos casos de luxações crônicas, associadas à fratura e em casos de reluxação
- Imobilização pós-operatória: bandagens por 10-14 dias (material deve ser leve e funcional), restrição de atividades por
4-6 semanas
PROGNÓSTICO
- Varia de acordo com a articulação envolvida, o grau de lesão e espécie acometida
- Luxações de vértebras: reservado
- Luxação sacro-ilíaca: favorável nos pequenos animais
- Luxação escápulo-umeral: desfavorável nos grandes animais e favorável nos pequenos
- Luxação úmero-rádio-ulnar: geralmente favorável em pequenos animais pode se tornar reservado nos casos crônicos
- Luxação do carpo: favorável nos pequenos animais e reservado em bezerros e potros
- Luxação coxo-femoral: desfavorável em animais de grande porte e geralmente favorável em pequenos animais