Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Família Guiada Pela Fé
Família Guiada Pela Fé
Todo pai cristão deveria ler Família guiada pela fé. Nunca
encontrei um livro sobre vida familiar que reunisse tanto
ensino bíblico, reflexão estimulante, teologia sólida e ajuda
prática num só volume.
— Donald S. Whitney
Todas as citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA),,
salvo indicação em contrário.
1. EXPLORANDO O TERRENO
2. UM DEUS SEM RIVAIS
3. APRENDA A AMAR
4. DÊ-LHE SEU CORAÇÃO
5. ENSINE A PALAVRA NO LAR
6. VIVA A PALAVRA NO LAR
7. MARQUE O LAR COMO TERRITÓRIO DE DEUS
8. Desfrute os Dons sem se Esquecer do Doador
9. O REAvivamento Iminente: A Igreja Está Pronta para a Família Orientada pela Fé?
10. Um Rompimento Radical com a Norma
LEITURA RECOMENDADA
Para Jasmine, Trey, Elijah, Asher e outras “flechas” ainda por vir.
Soli Deo Gloria!
1. EXPLORANDO O TERRENO
“São dez horas da noite. Você sabe onde seus filhos estão?” Se você é da
mesma geração de minha mãe, você reconhece essa frase. É provável que a
tenha ouvido toda noite antes de assistir ao noticiário. A ideia era bastante
simples: os pais precisavam saber que seus filhos estavam em casa a uma
hora decente. Quem discordaria disso (além de um adolescente querendo
ficar até tarde na rua)?[1]
Hoje, a questão deveria ser colocada desta forma: “Você sabe onde seus
filhos estão, do ponto de vista espiritual?” O Dudu conhece bem a Bíblia? A
Bruninha sabe a diferença entre virgindade e pureza? Seus filhos caminham
para a maturidade cristã responsável, ou são parte de uma alarmante nova
tendência que tem assistido à esmagadora maioria de filhos pretensamente
cristãos apartando-se da fé?
Enquanto escrevia este livro, tive o privilégio de pregar uma série de sermões
na Universidade de West Palm Beach, Flórida. No culto da capela, na manhã
de quinta-feira, preguei uma mensagem sobre integridade cristã, ou firmeza
de um caráter cristão. Basicamente, caminhei por Efésios 5.25ss e fiz um
desafio aos moços e moças para que vivam e esperem nada menos que o
padrão bíblico, quando pensarem em casamento. Foi uma experiência
poderosa. Eu sabia que tinha tocado em um ponto sensível.
Depois da mensagem, tive oportunidade de conversar com alguns estudantes
que nunca tinham ouvido um desafio assim. Mesmo funcionários e membros
do corpo docente aproximaram-se de mim e disseram: “Como eu queria que
meu pai tivesse compartilhado isso comigo, vinte anos atrás”. Muitas jovens
me perguntaram se poderiam conversar comigo em particular. Vários rapazes
comentaram: “Você de fato estabeleceu um novo patamar”. O campus estava
em polvorosa.
Uma jovem em visível luta com o que ouviu sentou-se perto de mim, durante
o almoço. Respirou fundo e começou a compartilhar sua desoladora história.
Era uma estudante de 21 anos, no terceiro ano da faculdade, lutando com um
relacionamento sério. Disse que amava muito um rapaz, porém ele não era
nada do que a Bíblia ensina com clareza sobre o que um futuro marido deve
ser. Ela começou, procurando conter as lágrimas, enquanto perguntava: “O
que vou fazer?”
Depois de investigar um pouco, descobri que ela e aquele jovem namoravam
há mais de dois anos. Os dois tinham “um namoro sério” e, embora ela não
tenha dito, eu me surpreenderia se me dissesse que não tiveram um
relacionamento sexual. Ficou claro que ela vinha sofrendo com o futuro do
namoro bem antes do meu sermão, mas o que ouviu naquela manhã a levou
até o limite. Entretanto, o relacionamento era tão sério e de tanto tempo, que
ela se perguntava se não precisaria de um grupo de apoio para ajudá-la a
superar. Perguntei-lhe se conhecia alguma mulher cristã madura que pudesse
ajudá-la nesse tempo difícil; ela disse que não. Perguntei-lhe se participava de
alguma reunião de estudo bíblico ou de um pequeno grupo; ela não
participava. Perguntei-lhe, afinal, se estava frequentando alguma igreja; não
estava.
Passei trinta minutos com aquela moça. No fim dessa meia hora, tentei pensar
sobre a situação, a partir da minha perspectiva — a perspectiva de um pai
cuja filha é apenas alguns anos mais nova que aquela jovem mulher. De
imediato senti partir-se meu coração. Essa jovem com quem eu falava tinha
crescido na igreja. Vinha de uma boa família. Na verdade, sua família estava
tão comprometida com a filha e com seu futuro, que a enviaram para uma
universidade cara, particular, e cristã. Entretanto, apenas alguns anos depois
de sair de casa, ela não frequentava uma igreja, tinha investido dois anos em
um namoro com um rapaz que também tinha abandonado a igreja, e
desenvolvera uma visão de mundo que era tudo, menos bíblica.
O pior: esse não é um incidente isolado. De acordo com pesquisadores, de
70% a 88% dos adolescentes cristãos deixam a igreja no segundo ano de
faculdade.[2] Isso mesmo. O cristianismo norte-americano moderno tem uma
taxa de falha de oito (quase nove) em dez, quando se trata de criar filhos que
continuem na fé. Imagine a comoção entre os pais, se 90% de nossos filhos
ainda não tivessem aprendido a ler ao saírem do ensino médio. Não haveria
salas suficientes para conter todos os pais irados, em reuniões com a direção
de cada escola.
Embora sejam assustadores, esses números não deveriam nos surpreender.
Nos últimos anos, muitos pesquisadores têm descoberto que, em sua
esmagadora maioria, nossos adolescentes que ainda frequentam a igreja e se
identificam como cristãos têm um conjunto de crenças que contradizem ou
desmentem suas declarações. O pesquisador George Barna, por exemplo,
descobriu que 85% dos “adolescentes nascidos de novo” não acreditam na
existência de uma verdade absoluta.[3] Mais de 60% concordaram com a
afirmativa de que “não se pode saber nada com certeza, exceto as coisas que
você experimenta em sua própria vida”.[4] Mais da metade dos pesquisados
acreditava que Jesus pecou durante sua vida terrena!
Christian Smith e seu grupo de pesquisa na Universidade da Carolina do
Norte, em Chapel Hill, conduziram o maior estudo sobre religião entre
adolescentes, até hoje. Sua pesquisa foi publicada no livro Soul Searching
(Alma em Busca). O Estudo Nacional de Juventude e Religião descobriu que,
embora os adolescentes norte-americanos sejam muito religiosos, sua religião
é altamente ambígua. Essa ambiguidade se deve em grande parte à falta de
tempo e de atenção dedicados a assuntos espirituais quando comparados a
outras atividades. Smith nota:
Nossa pesquisa sugere que as igrejas estão perdendo para a escola e para a mídia,
em relação ao tempo e à atenção da juventude. Quando se trata da formação de vida
dos jovens, sob o ponto de vista sociológico, uma característica se destaca: as
comunidades de fé conseguem um pequeno lugar ao fundo, por um período muito
limitado de tempo. Em sua estrutura, o quadro de formação da juventude é
dominado por atores mais poderosos e chamativos. Dessa forma… a maioria dos
adolescentes conhece detalhes sobre personagens de televisão e pop stars, porém,
muitos são bem vagos quanto a Moisés e Jesus. A maioria dos jovens é bem
versada nos perigos de dirigir alcoolizado, AIDS, e drogas, porém, muitos não têm
uma noção das ideias centrais de sua própria tradição. A maioria dos pais com toda
clareza prioriza o dever de casa e os esportes sobre a presença na igreja ou em uma
reunião de mocidade.[5]
Como resultado, Smith e seu grupo de pesquisa descobriram que “a maioria
dos adolescentes americanos, pelo contrário, parece sustentar visões
abrangentes, pluralistas e individualistas sobre verdade religiosa, símbolos de
identidade e necessidade de ir à igreja”.[6] Em outras palavras, a cultura do
humanismo secular parece ter cooptado os adolescentes cristãos americanos.
Portanto, não devemos nos surpreender com jovens deixando a igreja aos
montes. Por que alguém permaneceria fiel a uma organização da qual
discorda amplamente? Como alguém permaneceria fiel a um sistema de
crenças que é relegado à periferia de sua vida? O problema não é que esses
filhos estejam abandonando o cristianismo. O problema é que a maioria
deles, na verdade, não é cristã! A partir disso, seu abandono faz total sentido.
O apóstolo João expressou isso melhor:
Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque,
se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia,
eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos
nossos. (1 João 2.19)
Percebo ter acabado de abrir uma caixa de Pandora, mas essa caixa precisava
ser aberta. E se os pais cristãos estiverem levando a vida, convencidos de
que seus filhos são regenerados, quando, na verdade, não o são? E se nossos
filhos e filhas estiverem apenas seguindo a corrente, enquanto passam a vida
como bodes entre ovelhas ou joio em meio ao trigo? E se aquela criança de
quatro ou cinco anos que batizamos porque foi capaz de encarar a
congregação e repetir as palavras “Jesus mora no meu coração” estava apenas
dizendo o que foi condicionada a dizer?
Infelizmente, isso está longe de ser uma raridade entre os cristãos, em nossa
cultura. A pesquisa de Thom Rainer entre os Batistas do Sul
(comprovadamente a denominação mais “evangélica” nos EUA) indica que
“quase metade de todos os membros de igreja podem não ser cristãos”.[7] Isso
não é preocupante apenas para igrejas da Convenção Batista do Sul — é
indicativo de um problema ainda maior. Milhares, se não milhões, de pessoas
têm sido manipuladas para fazer orações “repita comigo” e por apelos do tipo
“se você quiser ver novamente seus queridos que já faleceram…” — sem
revelar em suas vidas qualquer traço do poder regenerador do Espírito.
Meu objetivo aqui não é fazer os pais duvidarem da salvação de seus filhos.
Estou simplesmente tentando fazer soar um alarme desesperadamente
necessário. É como se nós, os pais cristãos nos EUA, tivéssemos sido levados
a dormir enquanto o ladrão vem para roubar, matar e destruir nossos filhos
bem debaixo de nossos narizes (veja João 10.10). Não escrevi este livro como
um especialista com todas as respostas. Sou apenas um ministro que viu essa
tendência alarmante por toda a década passada e um pai desejoso de ver sua
família tendo como característica uma fidelidade que atravesse gerações.
Duas faces da vida
Há duas faces em minha vida. Uma é pessoal, outra profissional. Por um lado
sou um pregador, um escritor, um presbítero em uma igreja local, e um
professor. Esse aspecto da minha vida é rico, pleno e recompensador. É o
espaço em que as pessoas me chamam de doutor e reverendo. É esse lado da
minha vida que me tem levado por todo o país, pregando, ensinando e
palestrando. É esse lado da minha vida que põe comida na mesa e me coloca
diante de multidões. Seria fácil para mim ser envolvido por esse lado
profissional. Entretanto, há outra face em mim, uma face mais importante.
Nessa face mais importante da minha vida é que carrego meus títulos mais
queridos — marido e pai. Não há nada neste mundo que signifique mais para
mim do que ser o marido de Bridget e o pai de Asher, Jasmine, Trey e Elijah.
Toda vez que digo isso, posso quase ouvir as pessoas pensando: “Sua relação
com Cristo não deveria significar mais para você que sua vida familiar?”
Creio que, em última análise, isso é verdade. Porém, é sobretudo na
convivência com minha família que minha caminhada com Jesus toma forma.
Uma coisa é eu ter um relacionamento pessoal com Jesus. Entretanto, se
gasto horas lendo a Bíblia, orando e investindo a maior parte do meu tempo
ministrando aos outros, enquanto negligencio meu papel como marido e pai,
meu relacionamento com Cristo é desequilibrado ou, pior, não é autêntico.
Meu relacionamento com minha esposa e meus filhos é que dá legitimidade à
minha caminhada com Cristo. Jesus deixou isso claro no Evangelho de
Mateus:
Entretanto, os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus,
reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da Lei,
experimentando-o, lhe perguntou: Mestre, qual é o grande
mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: AMARÁS O SENHOR,
TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA
E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo, semelhante a este, é: AMARÁS O TEU
PRÓXIMO COMO A TI MESMO. Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas. (Mateus 22.34-40)
Se minha esposa não se qualifica como meu próximo, então quem é o meu
próximo? Como eu poderia fazer uma defesa da integridade de minha
caminhada com Cristo, se não consigo amar meus próximos mais chegados?
João tem um argumento ainda melhor sobre isso:
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas
trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há
nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas
trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas
lhe cegaram os olhos. (1 João 2.9-11)
Aqui, outra vez a Bíblia deixa claro que meus relacionamentos terrenos são o
campo de prova para meu relacionamento celestial. Se amo a Deus, isso
ficará evidente em meu amor por meus irmãos e irmãs (sobretudo por aqueles
que vivem sob meu teto).
De fato, minha própria posição como ministro do Evangelho depende de
quão bem eu me conduzo como marido e pai. Embora existam muitas
qualidades que um ministro deva ter, há apenas duas habilidades requeridas
dos que ocupam uma posição de liderança pastoral. Primeiro, o pastor deve
ser apto a ensinar. Segundo, deve administrar bem sua casa (veja 1 Timóteo
3, Tito 1 e 1 Pedro 5). Em outras palavras: se não sou um bom marido, não
estou qualificado para liderar o povo de Deus. Mais que isso, se não tenho
um desempenho exemplar no esforço por criar meus filhos na disciplina e no
conselho do Senhor, nada tenho a ver com o pastoreio do rebanho de Deus.
“… pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja
de Deus?” (1 Timóteo 3.5).
É de se lamentar; porém, esse é um conceito estranho para a maioria dos
cristãos em nossa cultura. Muitas comissões encarregadas da procura de um
pastor para as igrejas em nenhum momento se importam em conhecer a
esposa e os filhos do candidato, quanto mais observá-lo em casa ou
questionar aqueles que lhe são próximos sobre como ele ensina a Palavra
para sua família; como os lidera no culto familiar; como disciplina, instrui, e
encoraja seus filhos; ou ama sua esposa.
Podem parecer assuntos independentes, mas garanto-lhes que estão
relacionados de modo absoluto. O fato de não mais exigirmos uma vida
familiar exemplar daqueles que nos lideram é um indicativo de que,
começando pela liderança, abandonamos a responsabilidade por essa questão.
De fato, o termo filho de pastor tornou-se um eufemismo para os filhos e
filhas mal-educados, rebeldes e negligenciados, de nossos líderes. Se nossos
líderes estão falhando como maridos e pais, que esperança há para o restante
de nossas famílias?
A jornada de um homem
Bridget e eu nos casamos no meu segundo ano de faculdade. Eu tinha
acabado de completar vinte anos. Na verdade, nem mesmo tinha carteira de
motorista. Lembro-me disso porque tive de obter uma, a fim de conseguir
uma autorização para o casamento. Éramos dois jovens iniciando uma
incrível jornada. Não tínhamos ideia de quão difíceis as coisas seriam, nem
percebíamos quão rápido nossas dificuldades começariam.
Quando iniciamos essa jornada, nós dois sabíamos que não teríamos muita
ajuda. Nem Bridget nem eu viemos de um contexto familiar ideal. Na
verdade, nas últimas duas gerações dos dois lados de nossa família houve
vinte e cinco casamentos e vinde e dois divórcios, fato que é ainda mais
assustador quando se vê que nosso casamento é um dos três que não
terminaram em divórcio. Não demorou muito para percebermos que
precisávamos procurar bons exemplos em outro lugar.
Em última análise, este livro é sobre nossa jornada. Eu fui de inexperiente
garoto de vinte anos, tentando descobrir como permanecer casado, a semi-
inexperiente veterano de 38 anos, endurecido na batalha, e pai de dois
adolescentes, de uma criança, e de outra chegando em breve. E nossa família
foi ricamente abençoada no processo. Tenho visto a diferença que observar
modelos bíblicos pode fazer. Presenciei Deus trazer outros jovens casais à
nossa porta em busca de conselho, devido às evidências em nossas vidas.
E o mais importante é que tenho visto Deus nos usar em nossa própria família
quando as pessoas ao nosso redor o veem trabalhar. Um dos maiores elogios
que já recebi (duas vezes) veio de duas das minhas primas mais novas. Em
duas discussões diferentes sobre casamento e família, as duas me disseram:
“Não quero simplesmente me casar — eu quero o que você e a Bridget têm”.
Fiquei surpreso! Quando olho para nossa família, minha tendência é olhar
para os defeitos, as áreas em que falhamos e precisamos melhorar. Entretanto,
algumas vezes Deus usa as pessoas próximas de mim para lembrar quão
longe ele nos tem levado.
Bridget e eu passamos alguns anos tentando descobrir como guardar três
compromissos. Primeiro, nos comprometemos a permanecer juntos e crescer
como casal. Segundo, nos comprometemos a investir em nossos filhos
visando a uma fidelidade que dure por gerações. Por último, nos
comprometemos a fazer o que for necessário para reproduzir esses dois
primeiros compromissos nas vidas de outros. Este livro é apenas um humilde
esforço por guardar o terceiro compromisso.
Uma família LCD em um mundo de telas tradicionais
Eu e minha família amamos filmes. Marcamos em nossas agendas a data da
estreia de um novo filme e fazemos o possível para estar no cinema no dia em
que o filme entra em cartaz. Também adoramos assistir a filmes em casa.
Nossa coleção de DVDs é bem grande. De fato, algumas vezes amigos
aparecem para pegar filmes nossos emprestados, em vez de ir até uma
locadora. Também temos muitos amigos e parentes que vêm de vez em
quando para uma Noite de Filmes.
Algumas vezes, entretanto, temos alguns problemas com nossos visitantes
menos versados em mídia. Há situações em que a Noite de Filmes
transforma-se em Noite de Brigas, quando discussões irrompem. Não estou
falando de debates sobre se devemos assistir a uma comédia ou a um drama;
nossas discussões são bem mais fundamentais que isso. Estou falando de um
temido debate sobre telas tradicionais ou telas de alta definição. Veja, somos
uma família de todo adepta das telas de alta definição — plasma ou LCD. Na
verdade, já devolvemos filmes à loja, depois de descobrir que sem perceber
havíamos adquirido uma versão de filme para telas tradicionais. Entretanto,
alguns de nossos amigos e parentes estão convencidos de que as faixas negras
em cima e embaixo da tela de plasma são indicadores de que se está perdendo
algum detalhe.[8]
O debate “tradicional contra LCD” mais intenso e mais demorado foi entre
mim e meu cunhado. Essa discussão levou anos! Além disso, o debate
persistiu mesmo depois de eu ter mais que provado meu argumento.
Um dia, eu e meu cunhado saímos com todos os nossos filhos, e decidimos
parar em nossa loja de eletrônicos. Como de costume, chegamos lá para
comprar um artigo; e voltamos com doze. Entretanto, enquanto eu e meus
filhos caminhávamos pela loja, nos perdemos do Tio Kevin. Por fim o
encontramos em frente às TVs de plasma, de tela grande, assistindo ao final
de um de seus filmes favoritos. Todos paramos lá, assistindo à cena da banda
no filme Ritmo Total, e Kevin disse duas coisas que deveriam ter encerrado
nosso debate, para sempre.
Primeiro, ele disse: “Eu nunca soube como era a formação do grupo”.
Enquanto assistia à apresentação da banda ao ar livre, no campo, ele
finalmente pôde ver que a formação do grupo resultava no número 2001.
Depois, acrescentou: “Agora entendo o que você quer dizer, quando fala que
estou perdendo um terço do filme”. Até que enfim! Depois de todos esses
anos, eu afinal convencera meu cunhado de que filmes em LCD apenas
parecem cortar parte do filme, mas, na realidade, é a versão tradicional que
engana os espectadores. Foi então que ele disse as palavras que continuam a
ressoar em minha mente. Em um momento de completa honestidade, ele
olhou para mim e falou: “Eu ainda não consigo suportar essas faixas pretas”.
Em outras palavras, mesmo que agora estivesse completamente ciente dos
benefícios dos filmes em alta definição, ele não queria deixar o mundo
tradicional. A essa altura, tudo que pude fazer foi balançar a cabeça e deixar
pra lá. Finalmente ele desistiu, e tenho orgulho em dizer que agora ele gosta
de filmes em LCD. Embora essa fosse uma discussão fútil, entre dois homens
bem obstinados, ela ilustra o poder da percepção e o perigo de não questionar
o status quo.
Em junho de 2004, Bill O’Reilly entrevistou a autora de um novo livro,
Home Invasion (Invasão do Lar). A autora, Rebecca Hagelin, era uma mãe de
três filhos que tinha uma visão bem restrita sobre o consumo de mídia e o
entretenimento de seus filhos. O’Reilly perguntou à escritora se seu filho de
dezessete anos assistia à MTV. Para sua surpresa, a resposta foi não. Em
seguida, ela explicou que, como resultado dos fundamentos morais que ela e
seu marido plantaram na vida das crianças, seu filho não tinha vontade de
consumir coisas desse tipo. Nesse momento, O’Reilly estava de todo
desconcertado. Ele fez vários comentários jocosos, mas sua mensagem básica
era: “Você tem sorte de ter filhos que querem ficar longe dessas bobagens”.
Em certo ponto, ele disse: “Eu deveria ter fugido disso”.
Não estou argumentando que Bill O’Reilly seja um padrão para a criação de
filhos. Entretanto, essa visão coincide muito com a visão que tenho escutado
de muitos pais cristãos. Não consigo contar quantas vezes eu e minha esposa
ouvimos que estamos oprimindo nossos filhos porque eles só podem assistir a
quatro horas de televisão por semana ( a média nacional tem sido entre quatro
horas e meia e cinco horas por dia) ou porque minha filha de quinze anos não
pode namorar. É inevitável ouvirmos o argumento evasivo: “Quando forem
para a faculdade, eles irão à loucura!” É curioso, porém nenhum daqueles
“malucos” de que me lembro nos meus anos universitários era iniciante.
Nenhum deles foi fundo na imoralidade depois de ter levado uma vida casta
em casa. Muitos deles apenas foram além da devassidão que anteriormente já
lhes havia sido permitido experimentar.
Há uma questão maior aqui. A questão não é se nossos filhos pecarão ou não,
mais tarde. A questão é Temos uma obrigação bíblica de treiná-los antes de
eles deixarem o lar? Há alguma validação bíblica para a ideia de que pais
cristãos deveriam permitir que seus filhos experimentem a impiedade?
Muitas famílias têm sido ludibriadas pelo que chamo de uma visão limitada
da criação de filhos (como na tela que esconde parte da imagem).
Observamos o mandato bíblico e o comparamos com as normas da sociedade,
e parece que algo está faltando. Em geral temos acreditado que, de alguma
forma, estamos privando nossos filhos de experiências que os farão mais
queridos, mais respeitados, mais normais. Com isso, temos trocado o padrão
bíblico por uma norma cultural que oscila um pouco abaixo da mediocridade.
De uma hora para outra, nossos desejos para nossos filhos mudaram. Agora,
tudo o que desejamos para eles é o que “todo pai” deseja para seus filhos.
O resultado é uma geração sobre quem Christian Smith escreveu: “A religião
parece ter se tornado uma pequena parte e tem sido desvalorizada nas vidas e
experiências da maioria dos adolescentes americanos”.[9] Essa redução do
espaço dado à religião é de todo compreensível à luz da importância mínima
dada aos assuntos espirituais. Smith explica:
Isso não surpreende. Simplesmente reflete o fato de que há muito pouco conteúdo
ou compromisso religioso incorporado à estrutura de tarefas e rotinas diárias da
maioria dos adolescentes norte-americanos. A vida desses jovens é dominada por
escola… e… lição de casa.[10]
Ele continua:
Muitos estão envolvidos com esportes e outras atividades. A maioria dos
adolescentes também gasta muito tempo com amigos, apenas para se encontrar ou
fazer coisas como passear pelo shopping ou jogar boliche. Além disso, a maioria
dos adolescentes gasta grande parte da vida assistindo a televisão e a filmes;
enviando e-mails ou conversando em chats com amigos; ouvindo música; e
consumindo outras mídias eletrônicas. Também, namorados e namoradas às vezes
consomem muito da atenção e do tempo dos adolescentes.[11]
Parece haver alguns interesses que consideramos mais importantes para
nossos filhos do que crescer na graça. Vamos analisar três deles.
Vencer na vida
Pergunte aos pais o que eles mais querem para seus filhos e é provável que
você consiga uma única resposta, sejam esses pais cristãos ou incrédulos
comuns. Eles por certo dirão: “Quero que meus filhos tenham uma boa
educação”. Na verdade, foi exatamente o que George Barna descobriu,
quando entrevistou pais cristãos e não cristãos. O objetivo de número um que
eles tinham para seus filhos é que conseguissem uma boa educação.[12]
Não estou sugerindo que haja algo de errado em se dar ênfase à educação de
nossos filhos. Pelo contrário, eu e minha esposa somos fanáticos quando se
trata da educação de nossos filhos. Entretanto, a educação deles não é nosso
alvo principal. Nosso objetivo principal para nossos filhos é que eles andem
com o Senhor. Porém, o estudo mencionado acima concluiu que apenas
metade dos pais (cristãos ou não) considerava um relacionamento de seus
filhos com Cristo tão importante quanto a educação deles.[13]
Esse é um exemplo típico de uma visão tradicional e limitada da criação de
filhos. A visão limitada do mundo diz que a coisa mais importante que se
pode fazer é tirar boas notas, entrar em uma boa faculdade (leia-se:
prestigiosa, de alto nível), concluir os estudos, e conseguir um bom emprego,
a fim de se ganhar mais dinheiro do que mamãe e papai conseguiram. Que
visão limitada do que é realmente importante! Há mais na vida do que
alcançar sucesso.
Ser escalado
Outro assunto relacionado a uma visão limitada encontra-se na sempre
popular área dos esportes. Há não muito tempo, tive o privilégio de
compartilhar meu ponto de vista sobre criação bíblica de filhos, em diversas
aulas, em um dos maiores seminários do mundo. Uma das questões que os
alunos acharam mais intrigante foi o fato de eu e minha esposa ministrarmos
aulas a nossos filhos, em nossa própria casa (mais sobre homeschooling
adiante). Muitos alunos me fizeram a mesma pergunta: “E quanto aos
esportes?” A curiosidade deles aumentou quando respondi: “Quem se
importa?” Eles não sabiam se eu estava provocando ou se apenas tinha
perdido a razão. Era inevitável que continuassem: “Como seus filhos
aprendem sobre trabalho em equipe e espírito esportivo?” ou “Como seus
filhos aprenderão a ser competitivos?” A essa altura, respondi a questão,
devolvendo outra pergunta. “Como Thomas Jefferson, Benjamim Franklin ou
George Washington aprenderam essas coisas?” Ou melhor, uma vez que
Jesus é nosso modelo principal de vigor ou força cristã, como ele aprendeu
essas coisas? Jesus jogou em equipes mirins?
Não estou tentando dizer que é sempre errado que crianças pratiquem
esportes organizados. Meu argumento é só este: fazer parte de um time
organizado e itinerante, de beisebol, aos dez anos, não acrescenta um dia
sequer à vida de ninguém. De fato, muitas dessas atividades impedem outras
atividades mais elevadas. Por toda a história conhecida, em sua maioria, as
pessoas transformaram garotos em homens, e meninas em mulheres, sem
carregá-los por toda a cidade com suas línguas pra fora, num esforço de
acompanhar seus colegas sempre em busca de superação — porém, sem
instrução e teologicamente analfabetos — enquanto tentam ganhar troféus
que no final juntarão poeira em algum porão.
Se ensino meu filho a manter os olhos na bola, mas falho em ensiná-lo a
manter os olhos em Cristo, falhei como pai. Devemos nos recusar a permitir
que atividades triviais e temporais interfiram no mais importante. Ser
escolhido para o time principal e escalado para o jogo é uma conquista
tremenda; entretanto, deve ser colocado numa perspectiva adequada. Nenhum
esforço esportivo será jamais tão importante quanto tornar-se um homem ou
uma mulher de Deus.
Fazendo hora
Certa tarde de segunda-feira, há alguns anos, eu tinha marcado de encontrar-
me com um grande grupo de uma proeminente igreja de Houston. Já havia
pregado naquela igreja muitas vezes antes, portanto, não era desconhecido
dos membros da congregação. Quando entrei no prédio, um cavalheiro
aproximou-se de mim e perguntou se eu precisava de ajuda para carregar
alguns livros e fitas que havia trazido comigo. Agradeci a gentileza e
alegremente aceitei sua oferta.
Assim que o homem pegou uma caixa sob os braços, ele a entregou a um
jovem musculoso, a quem me apresentou como seu futuro “genro”. De
imediato, me surpreendi pela aparência infantil do rapaz. Nessa época, o
jovem tinha quinze anos. Momentos depois, uma garota de treze anos
apareceu, e ele a apresentou como sua filha e a “namorada” do rapaz. Foi
necessário todo o controle que eu tinha para não gritar: “O que você está
pensando?” Queria perguntar àquele homem se ele tinha alguma ideia do que
significava para um pai proteger a pureza de sua filha. Queria perguntar-lhe
se ele tinha alguma ideia de quanta pressão colocava sobre aqueles dois
adolescentes, ao andar por aí falando sobre um casamento iminente entre
eles. Muito mais que isso, queria dar-lhe uma chave de braço e… bem,
voltando ao assunto.
O namoro moderno nos EUA nada mais é que um bem aceito treinamento
para o divórcio. Jovens estão aprendendo como entregar-se em um
relacionamento (às vezes sexual) exclusivo, romântico e de alto
compromisso, somente para terminar e começar tudo de novo. Deus nunca
teve a intenção de que seus filhos vivessem assim. E em vez de intervir e
tomar uma atitude, muitos pais cristãos simplesmente veem esse tipo de
relacionamento como fase normal e necessária do crescimento. A não ser que
seu filho seja mais sábio que Salomão, mais forte que Sansão e mais piedoso
que Davi (todos cometeram pecado sexual), eles são suscetíveis ao pecado
sexual, e esses relacionamentos prematuros servem como um convite aberto.
Quero que meus filhos cresçam e encontrem companheiros. Mal posso
esperar para levar minha filha ao altar. Mal posso esperar para ver cada um
dos meus filhos saindo para comprar alianças para uma pessoa especial.
Entretanto, neste momento, há coisas mais importantes na vida. Além disso,
envolver-se dessa maneira em relacionamentos exclusivos antes que se esteja
pronto para casar é como ir ao shopping sem dinheiro; ou você sai frustrado,
ou você pega alguma coisa que não lhe pertence.
Ser escalado, vencer na vida, fazer hora — todas essas coisas são boas em
seu contexto apropriado. O problema é que elas têm substituído interesses
mais importantes. Em vez de batalhar por piedade e fidelidade geração após
geração, muitos cristãos têm decidido apenas “se virar”. Infelizmente, nossos
filhos estão pagando o preço. Há, entretanto, um caminho superior. A Palavra
de Deus nos deu um mapa a seguir.
A cultura anticasamento
Outra área da qual tendemos a ter uma visão limitada é a do casamento. A
edição de janeiro de 2005 da revista Time trouxe um artigo sobre o fato
constatado, em nossa cultura, de se estender a adolescência pela idade jovem,
anos a fora. Jovens adultos nos Estados Unidos vêm agindo mais e mais
como crianças, a cada dia. Deixam suas casas para cursar a faculdade, para
voltar após a formatura, geralmente sem emprego. Eles também estão se
casando mais tarde.
R. Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, em
Louisville, desencadeou uma tempestade, em agosto de 2005, quando disse a
sua audiência pelo rádio: “Acho que o pecado que ameaça esta geração… é o
pecado de postergar o casamento como opção de estilo de vida. Tem sido a
opção dos que pretendem um dia casar-se, mas simplesmente ainda não o
fizeram”.[14] Numerosos órgãos de comunicação divulgaram os comentários
de Mohler, o que, parece, enfureceu muitos cristãos. Entretanto, acredito que
Mohler percebeu algo importante.
Quando viajo pelo país, fico admirado com o número de rapazes inclinados
ao ministério pastoral, inteligentes, que amam a Cristo, carregam a Bíblia,
mas que, ao mesmo tempo, se recusam em absoluto a crescer e arrumar uma
esposa! É como se tivessem descoberto um novo livro da Bíblia (suponho
eu, chamado 2Hesitações) que ensina: “Não te casarás antes da formatura, a
não ser que tenhas um salário de classe média e uma boa aposentadoria”. A
única coisa pior que isso é olhar nos olhos das várias moças que me
perguntam como elas têm de agir para fazer esses caras crescerem e casarem-
se com elas.
Talvez o aumento exponencial da taxa de divórcios é que tenha feito rapazes
e moças afastarem-se do casamento. Ou talvez tenham sido os casamentos
ruins que eles testemunharam enquanto cresciam. Ou poderia também ser que
o custo de vida é que tenha aumentado tanto, que alguém precise de um
salário bem mais alto, para sustentar uma esposa. Entretanto, se você me
perguntar, creio que a resposta não é nenhuma das anteriores. Os jovens que
encontrei na verdade acreditavam que houvesse por aí experiências que eles
precisavam ter antes de navegar pelo profundo, sombrio e opressivo mundo
do casamento. Para alguns, seria viajar para a Europa ou para a África.
Outros querem primeiro passar um tempo no campo missionário. Há também
outros que pensam que há alguma idade mágica em que alguém
automaticamente se torna “pronto” para o casamento. Qualquer que seja o
caso, está bem distante da recomendação bíblica. “O que acha uma esposa
acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR” (Provérbios 18.22).
A cultura antifilhos
Com frequência, tenho o privilégio de pregar para estudantes universitários.
Digo privilégio porque definitivamente amo o desafio e o potencial inerentes
a cada um desses encontros. Fico empolgado com a possibilidade de Deus me
usar para falar a um jovem ou uma jovem cuja situação na vida lhe dá a
liberdade de dizer: “Claro, Senhor, por que não?” Onde mais um pregador
pode trazer uma mensagem sobre missões e ver alguém se aproximando no
fim para dizer: “Eu precisava ouvir isso” ou “Tenho pensado se devo ou não
ir para a Europa Oriental no próximo ano e acho que encontrei a resposta”?
Entretanto, tenho descoberto um desafio que os universitários cristãos de
hoje de modo geral não estão dispostos a encarar — é o desafio de criar
filhos.
Uma passagem que gosto de compartilhar com universitários é Atos 1.6-8. O
resumo da minha mensagem é simples: Deus tem um propósito que é maior
que você. Deus tem um plano que inclui você. Deus tem um lugar adequado
a você. De modo geral, a reação é bem positiva. Isto é… até que começo a
aplicar o último ponto.
Direciono a atenção dos estudantes para o versículo 8, em que Jesus diz “…
mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos
confins da terra”. Mostro que nem todos os que ouviram Jesus chegaram aos
confins da terra. Na verdade, muitos deles nem chegaram a Samaria. O
argumento, claro, é que nem toda pessoa é chamada para um mesmo tipo ou
local de ministério. Continuo a aplicar essa verdade à vida dos estudantes,
sugerindo que cada um deles tem um local de ministério em que se encaixaria
em cada detalhe, à perfeição, e que descobrir esse lugar deveria ser a busca
mais apaixonada de suas vidas. Soa inofensivo o bastante, certo?
Há muitos meses, eu estava ensinando isso em um retiro de uma igreja bem
acomodada e a salvo no Cinturão Bíblico.[15] Durante esse retiro, sugeri que,
para alguns dos universitários ali presentes, a aplicação desse princípio
bíblico talvez significasse formar-se em linguística e traduzir a Bíblia para os
idiomas de povos não alcançados. Olhei para os grandes olhos de aprovação e
as cabeças balançando positivamente pelo salão, e acrescentei: “Outros de
vocês, no entanto, poderão ser chamados para ter grandes famílias e treinar
seus cinco ou seis filhos na justiça, a fim de que eles, por sua vez, impactem
o mundo para Cristo”. Você poderia cortar a tensão com uma faca. Aquele
salão cheio de moços e moças animados, cordatos e aprobativos,
transformou-se numa convenção de marcianos ouvindo alguém falar inglês
pela primeira vez. Eles olharam para mim como se dissessem: “Ok, essa foi
boa. Quando é que você vai dizer ‘Era só uma brincadeirinha’?”
Aproveitei a oportunidade para fazer uma observação importante. Destaquei
o desconforto óbvio na sala e perguntei: “Quando foi que começamos a odiar
filhos?” De súbito, a atitude no salão mudou. Aqueles jovens foram forçados
a considerar um pressuposto secular ao qual, por muito tempo, temos
permitido que abafe, em nossa cultura, uma verdade bíblica. De novo é
Mohler quem analisa essa nossa cultura: “Os cristãos devem reconhecer que a
rebelião contra a criação de filhos representa nada mais que uma absoluta
revolta contra o padrão de Deus”.[16]
A ideia de que maternidade, paternidade, e família, não são tão respeitáveis
quanto uma carreira de sucesso ou posições ministeriais chamativas é
biblicamente ignorante, na melhor das hipóteses; e gravemente herética, na
pior. Essa atitude tem se manifestado de várias formas nos anos recentes,
tanto dentro quanto fora da igreja. Na verdade, foi essa atitude que me levou
e a minha esposa à decisão mais dolorosa de nossas vidas.
Bridget e eu tivemos nosso primeiro bebê dez meses depois de nos casarmos.
Nosso segundo filho veio três anos depois. Durante esses três anos, ouvimos
todas as pessoas em nossas vidas naquela época dizerem que ter nosso
primeiro filho tão cedo era um erro (daí o espaço de três anos). Também
fomos informados de que se nosso segundo filho fosse um garoto (a primeira
foi uma menina), teríamos uma “pequena família perfeita”.
Depois que Bridget engravidou de nosso filho, começou a pressão.
Incontáveis pessoas com boas intenções estavam sussurrando no ouvido dela.
Alguns avisaram: “Garota, é melhor você não se complicar com um monte de
filhos”. Outros tentaram ser mais diplomáticos e simplesmente destacaram o
quanto o custo da faculdade subiu, ou o preço dos mantimentos. Infelizmente,
as vozes em nossos ouvidos silenciaram a voz de Deus. Quando Trey nasceu,
contratamos um médico para ser nosso porta-voz diante de Deus. Ele pegou
seu bisturi e suturas, e disse a Deus: “Os Bauchams por meio disto declaram
que não mais confiam, nem o recebem nessa área de suas vidas”.
Muitos anos depois, minha esposa ajoelhou-se diante de mim com lágrimas
nos olhos e me perguntou duas coisas. Primeiro, ela me perguntou se eu
poderia perdoá-la por fechar seu ventre. Segundo, ela me perguntou se
estaria tudo bem se ela tivesse o procedimento revertido. Eu estava chocado.
Não pude conter as lágrimas, enquanto dizia a ela como errara, acomodando-
me e permitindo que aquilo tivesse acontecido, e como ficaria feliz se
pudesse corrigir.
Consultamos um especialista na semana seguinte. Infelizmente, descobrimos
que o que os médicos fizeram não poderia ser revertido. Eu queria sumir.
Queria voltar no tempo, segurar minha versão de 23 anos pelo pescoço e
dizer: “Nem mesmo ouse permitir que isso aconteça!” Foi nesse momento
que decidimos aumentar nossa família, pela adoção. Enquanto escrevo, já
temos um filho adotado e estamos de prontidão para a chegada, a qualquer
momento, do bebê de número quatro. Não podemos voltar atrás e desfazer o
que fizemos. Entretanto, podemos gritar em alto e bom som, até que todos
que nos ouçam saibam que filhos são uma bênção e que só Deus abre e fecha
o ventre. Devemos receber filhos com alegria em vez de lamentar seu
nascimento.
Quantos filhos vocês têm?
Os Johnsons são um casal cristão, amável e comprometido, nos seus trinta
anos. São ativos em sua igreja e na comunidade. Também levam bem a sério
sua responsabilidade como pais. Seus filhos estão entre os mais inteligentes e
bem comportados que já conheci. Entretanto, um dia os Johnsons se
encontraram envolvidos em uma controvérsia eclesiástica. O que esse
piedoso casal cristão tinha feito? Eles estavam grávidos… de novo!
Os Johnsons tinham cinco crianças pequenas, quando entraram para a classe
de jovens casais, na Escola Dominical. No começo, eles davam pouca
atenção às observações jocosas de seus colegas de classe. Como todo casal
com cinco filhos, estavam acostumados ao típico “Você dois não têm uma
TV?” e “Ainda não descobriram como parar isso?” Na verdade, eles apenas
consideravam uma diversão inocente. Entretanto, quando anunciaram que
estavam grávidos novamente — e, desta vez, de gêmeos — os comentários
pioraram.
De repente, os colegas da classe da Escola Bíblica começaram a questionar a
sabedoria, a responsabilidade, e a sanidade deles. O problema foi tão longe
que um dos pastores teve de ser chamado para tratar a situação. Quando
pressionados a apresentar uma base bíblica para sua fúria em relação ao
tamanho da família Johnson, os membros ofendidos apenas disseram: “Se
Deus quisesse que tivéssemos tantos filhos, não teria nos dado o controle de
natalidade”. Um senhor que frequentava a classe perguntou: “Como eles vão
conseguir enviar essa quantidade de filhos para a faculdade?” Uma jovem,
observando a situação como uma ocupada mãe de dois, acrescentou: “Eu sei
quanto trabalho dá o ser mãe , e simplesmente acho que é falta de
consideração dele sobrecarregar tanto a mulher”.
O tamanho de nossas famílias tornou-se uma questão de salário e
conveniência. Nossa atitude em relação a filhos é: “Um garoto para mim e
uma garota para você, então, glória a Deus, nós encerramos!” Estou perplexo
com a quantidade de pessoas que conheço, que vivem em casas de duzentos
metros quadrados, com dois carros na garagem, as quais argumentam que só
“têm condições” para um ou dois filhos. Assustador! Nossos antepassados
criaram, com sucesso, lares cheios de crianças, em casas que hoje
consideraríamos, na melhor das hipóteses, simples. Porém, nós não temos
condições.
Antes que você jogue o livro fora (ou tenha um ataque cardíaco), não estou
sugerindo que todo mundo deva ter sete filhos. Creio que podem existir
razões legítimas para limitar o tamanho da família. Entretanto, só conheci um
punhado de gente cuja família teve seu tamanho limitado por uma dessas
razões legítimas. Normalmente, o que encontro são pessoas que pararam de
ter filhos porque conseguiram um menino e uma menina, logo, eles são “a
pequena família perfeita”. Ou então conheço pessoas que calcularam (e
superestimaram) o custo da faculdade dos filhos, das férias anuais e da
aposentadoria precoce, e perceberam que 1,9 filhos é seu limite. Também
conheci pessoas cujos filhos são indisciplinados, mal-educados, e fora de
controle, portanto, esses pais acham muito estressante ter mais filhos. Raro é
o casal que sai do consultório médico com uma legítima advertência contra
uma nova gravidez.
Uma nova lição de uma antiga fonte
Deus não nos deixou vagando sem rumo por um deserto, enquanto criamos
nossos filhos. Ele nos deu um plano para alcançar a fidelidade em família,
geração após geração. Esse plano está expresso por toda a Bíblia, porém, há
um lugar em que ele se parece com um manual de instruções. Esse lugar é
Deuteronômio 6.
Devo admitir que nem sempre gostei do livro de Deuteronômio. Na verdade,
quando o li pela primeira vez, não gostei muito. Parecia que o Deus a quem
aprendi a conhecer e amar nos Evangelhos e nas epístolas do Novo
Testamento estava ausente no livro de Deuteronômio. Lembro-me do meu
assombro quando percebi pela primeira vez que a Lei Mosaica defendia o
apedrejamento em caso de desobediência e quebra da Lei. Também me senti
desconcertado pelo que considerei leis e regulamentos arcaicos.
Tudo isso mudou quando aprendi quão importante é o livro de Deuteronômio
na estrutura geral da Bíblia. Além disso, fiquei maravilhado com a frequência
com que Jesus citava Deuteronômio e outro livro a ele relacionado, Levítico.
No final, comecei a amar esse livro da Lei. Minha apreciação por sua
relevância em minha vida cotidiana tem crescido também. Isso mesmo! Eu
disse que Deuteronômio é relevante hoje! Muito de sua relevância, entretanto,
está perdida para aqueles de nós que não estão dispostos a progredir em
nossas tentativas de ler, entender e apreciar o Antigo Testamento.
Pense sobre isto — Moisés senta-se e examina a situação. Israel está no
limiar de uma ocasião monumental. Estão prestes a possuir a “Terra
Prometida”. Tinham tido uma oportunidade quarenta anos antes, mas não
quiseram crer que Deus venceria os habitantes de Canaã. Apenas duas vozes
solitárias, Josué e Calebe, distinguiram-se da multidão assim que Calebe
dissera: “Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente,
prevaleceremos contra ela” (Números 13.30). Entretanto, o povo ficara do
lado dos pessimistas e não seguira adiante.
Agora, quarenta anos depois, Israel novamente está próximo de possuir a
Terra Prometida, e Moisés, como grande líder que é, decide dar-lhes algumas
instruções finais. Assim, coloca-se diante do povo para, de novo, entregar a
Lei. Portanto, o livro leva o nome de Deuteronômio (deutero = repetir; nomos
= lei), uma reafirmação da Lei.
O que você diria para um grupo de crentes prestes a entrar em uma terra
ocupada por pagãos? O que você diria ao fiel, se soubesse que a fé desse
homem ou mulher seria desafiada a cada momento? O que você diria a um
grupo de pessoas sobre quem pesa o fardo de levar e representar a mensagem
pactual de Deus? Moisés sabia exatamente o que dizer. Ele lhes deu a Palavra
de Deus. Essa palavra ecoa pelos salões da história e ainda ressoa hoje.
É muito sério: você e eu precisamos das palavras de desafio de Moisés. Você
e eu vivemos em uma época e em uma cultura que vem dilacerando a
comunidade cristã. Quantos de nós olhamos para nossos filhos e filhas
adolescentes e sabemos que eles não estão conosco? Quantos de nós nos
deitamos à noite e sabemos que, assim que nossos filhos deixarem o lar,
provavelmente também deixarão a fé? Todas as estatísticas apontam para
filhos abandonando a fé, quando forem para a faculdade; porém, minha
experiência e minhas conversas com pais cristãos me levam a acreditar que o
problema manifesta-se bem mais cedo.
Com frequência, após um sermão, sou abordado por uma mãe tentando conter
as lágrimas, enquanto me pergunta: “O que posso fazer?” Essas mulheres
querem saber como intervir na vida de seus adolescentes que estão deixando
a fé. Com frequência também, sou abordado por pais que meneiam suas
cabeças, enquanto dizem: “Eu queria ter ouvido isso vinte anos atrás”. De
minha parte, procuro confortá-los, enquanto os encorajo a tentar um
investimento em seus netos.
Não muito tempo atrás, um pai me parou depois que compartilhei uma
mensagem sobre fidelidade através de gerações e me disse: “Espere um
pouco”. Ele juntou toda a sua família, admitiu ter falhado em viver segundo o
mandato bíblico, e me pediu para orar por ele ali mesmo. Outro senhor se
aproximou de mim após a mensagem, segurou meus ombros, e chorou
enquanto implorava: “Diga-me que não é tarde”. Em outra ocasião, a mãe de
uma adolescente rebelde, que tinha crescido na igreja, segurou as minhas
mãos e disse: “Por favor, ore por minha filha; ela saiu de casa e não sei onde
está”. Sempre e sempre sou lembrado de quão alto é o preço nessa batalha.
Não estamos falando sobre filhos tirando notas ruins ou tendo problemas com
a lei. Estamos falando de rapazes e moças virando suas costas para a fé de
seus pais, e pior, para o próprio Deus.
Não sei se este livro responderá a todas as suas perguntas ou tratará de todas
as suas questões, mas prometo-lhe isto: vou mostrar-lhe como entrar na
batalha. Alguma coisa deve ser feita. Não podemos ficar parados, enquanto,
aos montes, nossos filhos deixam a fé. Não podemos simplesmente menear
nossas cabeças e aceitar a derrota. Devemos lutar por nossos filhos e filhas.
Noutro dia, eu observava minha filha adolescente enquanto caminhávamos
pelo shopping. De súbito, percebi-me chocado, pensando em quanto tempo
havíamos nós dois passado juntos, comparando-se com o tempo que ainda
nos restava. Eu simplesmente clamei ao Senhor e orei: Senhor, ajuda-me a
usar no máximo o tempo.
Há muitos objetivos honrados para este mundo, mas poucos deles chegam ao
nível da honra de treinar nossos filhos para seguirem o Senhor e guardarem
seus mandamentos. É sério e muito forte o meu desejo de que meus filhos e
filhas caminhem com Deus. E estou disposto a fazer o que for necessário, o
que a Bíblia disser que devo fazer, a fim de ser usado por Deus como veículo
para alcançar esse objetivo. Minha oração é que Deus desperte em você essa
mesma paixão. Algo me diz que ele já fez isso.
2. UM DEUS SEM RIVAIS
Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de toda a tua força.
Deuteronômio 6.5
Família orientada pela fé é mais que apenas uma família com um pai
melhor. É uma renovação completa de estilo de vida e cosmovisão. Se
cremos que Deus nos chama para adorá-lo sem rivais, construir nossos lares
sobre a fundação do amor bíblico, adotar uma cosmovisão bíblica, ensinar a
Palavra em nossos lares, marcar nossas casas como território de Deus e
manter a prosperidade sob controle, então também devemos crer que Deus
deseja que a igreja ajude e não atrapalhe as famílias nesse processo.
Infelizmente, há vezes em que esse não é o caso. Digo infelizmente porque
podemos estar perdendo um tremendo reavivamento.
Minha definição favorita de reavivamento vem da pena de Alvin L. Reid e
Malcolm McDow (professores de evangelismo dos Seminários Batistas do
Sudoeste e do Sudeste, respectivamente) em seu livro, Firefall [Fogo do
Céu]. De acordo com Reid e McDow, “Reavivamento é a invasão de Deus na
vida de um ou de muitos de seu povo, a fim de despertá-los espiritualmente
para o ministério do reino”.[71] É baseado nessa definição que acredito que o
recente crescimento da conscientização dos pais, da preocupação quanto ao
futuro de nossas famílias, igrejas e comunidades, dos movimentos de
educação no lar e igreja integrada à família, constitui um reavivamento
moderno no panorama norte-americano. Por todo o país, homens e mulheres
têm sido “despertados espiritualmente” para o “ministério do reino” do
compromisso total com a educação e discipulado dos seus filhos e dos filhos
dos seus filhos.
Falando como alguém que experimentou esse reavivamento em primeira
mão, posso dizer sem reservas que nossa decisão de educar nossos filhos em
casa foi um reavivamento espiritual em nossa família. Um dia, abrimos
nossos olhos e nossa filha já não era um bebê. Já estava com dez anos e era
uma aluna de quarta série em uma escola particular cristã onde se começavam
a desenvolver algumas atitudes e ideias que desagradavam a sua mãe e a
mim. E, embora aguardássemos o dia em que ela chegaria à idade do grupo
de jovens, já ficávamos mortificados ao pensar sobre nossa garotinha
entrando naquele segmento da vida da igreja. Imediatamente, colocamos o
rosto em terra e buscamos sabedoria de Deus sobre como ser bons
administradores do tempo que nos restava com todos os nossos filhos. Aquela
situação tinha de ter um fim.
Estávamos bastante cientes das vantagens acadêmicas da educação em casa,
mas foram os aspectos espirituais, emocionais e interpessoais que nos
levaram à decisão. Desde então, optamos por deixar a cultura da escola e,
finalmente, a típica cultura da juventude nas igrejas. Em outras palavras, esse
reavivamento em nossa família nos levou a uma crise de fé tanto quanto
nosso recém-descoberto compromisso gerou um choque de culturas entre
nossa família e nossa igreja. Infelizmente, não estávamos sozinhos em nossa
experiência.
Algumas vezes, famílias que adotam as filosofias esboçadas neste livro (que
acredito sejam as esboçadas por Deuteronômio 6) acabam sentindo-se como
estranhos. Mulheres que quebram a “regra” tradicional dos dois filhos por
família com frequência são assediadas com questões como “Cara, vocês não
sabem como os bebês nascem?” Algumas vezes, pais que escolhem enfatizar
o crescimento espiritual dos filhos à custa de participar da devoradora busca
por esporte terminam alienados por outros pais. Crianças que não frequentam
a escola pública local normalmente são desprezadas porque não sabem as
últimas gírias ou não vestem a última moda. A busca por uma família
orientada pela fé pode ser custosa.
Uma família me lembrou o alto custo dessa busca durante uma conferência
que organizei há pouco tempo. O primeiro membro da família que conheci
foi Jean, a mãe, que pratica a escola em casa. Ela e seu marido eram muito
ativos em sua igreja local e incansáveis no trabalho em sua comunidade. Os
filhos deles, surpreendentes. Todos muito educados, altamente inteligentes,
agradáveis e, para completar, músicos talentosos. Eles eram a versão
moderna da família de A Noviça Rebelde. E, mais importante, eram seis! Não
tinha como alguém não se impressionar.
Conheci Jean e seu marido quando dirigia aquela conferência em sua igreja.
Ele e muitos de seus filhos eram voluntários. Quando vi os filhos mais velhos
(três adolescentes) trabalhando no balcão de vendas, tinha certeza de que
eram diferentes. Aproximeme e perguntei: “Vocês cursam a escola em casa?”
Eles sorriram e a filha mais velha se manifestou perguntando: “Como você
sabe?” “-Dou aulas aos meus filhos em casa e cheguei ao ponto de
reconhecer alunos de uma escola em casa a quilômetros de distância”,
respondi. Não estou dizendo que crianças educadas em casa sejam melhores
ou piores que outras crianças. Elas são apenas diferentes. Especialmente
aquelas cujas famílias fizeram sua opção educacional baseada em escolhas de
estilo de vida e cosmovisão, em vez de apenas questões acadêmicas.
Enquanto a conferência acontecia, compartilhei muito das mesmas
informações que compartilho em todas as minhas conferências. Falei sobre
cosmovisão bíblica, a validade da Bíblia, a historicidade da ressurreição, etc.
E, como sempre, compartilhei muitas histórias pessoais sobre nossa família.
Durante os dois dias de conferência, elogiei minha esposa e meus filhos e
mencionei o fato de sermos comprometidos com a instrução escolar feita em
casa como um componente de discipulado e fidelidade multigeracional. Não
fiz um apelo especial ou chamei à frente pessoas que gostariam de instruir
seus filhos em casa até o restante de sua educação formal. Apenas falei sobre
minha vida, o que inclui experiências como culto familiar, discipulado em
família, e missões e evangelismo baseados na família. Apenas compartilhei
minha história. Entretanto, para Jean, eu tinha feito bem mais que isso.
Ela veio até mim no fim da conferência, com lágrimas descendo pelo rosto.
Havia uma multidão de gente ao redor, mas Jean não parecia se importar.
“Posso abraçá-lo?” — ela perguntou de braços abertos, como se estivesse se
alongando antes de um exercício. “Claro”, eu disse, me perguntando o que
estava por trás daquele gesto. Depois de me abraçar, ela sorriu e falou:
“Estamos nesta igreja por anos, e esta foi a primeira vez que nosso estilo de
vida foi legitimado neste púlpito”. Naquele instante, seus filhos se uniram a
ela e concordaram, balançando as cabeças, enquanto também começavam a
conter as lágrimas. “Não achamos que somos melhores que ninguém nesta
igreja. Apenas amamos nossos filhos e acreditamos que são uma bênção de
Deus. Apenas acreditamos que prestaremos contas a Deus pelo bem-estar
físico, espiritual, emocional e intelectual deles”. A partir daí, os filhos já não
conseguiam mais segurar as lágrimas. Ela tomou fôlego e disse: “Significou
tudo para mim e meus filhos podermos ouvir você pôr em palavras as
verdades pelas quais vivemos”.
Eu sabia exatamente do que Jean falava. Já estive do outro lado dos
comentários maldosos. Já jantei com membros de equipe ministerial que se
referiam a famílias como aquela (e à minha, aliás) com desdém total. Já ouvi
mulheres dizerem (com a cara limpa): “Eu jamais faria isso com meus filhos;
a gente não se dá tão bem”. Ou “Não acho que eu tenha o temperamento
certo para passar tanto tempo com meus filhos”. Mais uma vez, isso não é
uma questão de educação doméstica em oposição a educação escolar. A
questão é se estamos dispostos ou não a ajustar todo o nosso estilo de vida em
torno da responsabilidade incrível que Deus nos deu de preparar nossos filhos
para serem lançados de nossos lares como flechas (ou mísseis balísticos)
mirando o reino das trevas. E, se estamos, haverá uma igreja por aí para nos
abraçar, encorajar, equipar e animar?
No caso de você pensar que essa discussão é apenas sobre escola em casa,
leia o e-mail que um cavalheiro me enviou depois que visitei sua igreja no
meio-oeste americano.
Vou começar com o básico: estou na Força Aérea (ou seja, não sou um homem
rico) e fui engenheiro aeroespacial por dezenove anos. Agora, sou tenente-coronel e
tenho uma vida decente, mas quando começamos a ter filhos, eu era capitão,
ganhando muito menos. Tomamos muito cedo (antes de as crianças nascerem) a
decisão de que a mãe (Mestre em Ensino Fundamental) deixaria de ensinar e ficaria
em casa para criar os filhos — como educadora, ela viu em primeira mão o impacto
nada bom que a creche tinha sobre crianças. No começo, não sabíamos que iríamos
ter sete, mas sabíamos onde queríamos chegar ao permitirmos que Deus fosse o
guia nessa área. E para onde quer que ele direcionasse nosso caminho, aceitaríamos
alegremente.
Então, como fazer isso? É mais fácil agora do que foi no começo, quando tínhamos
menos dinheiro; mas ainda hoje precisamos continuar sem algumas coisas. Não há
férias elaboradas, nenhum carro zero, poucos móveis novos, nada de viagem para
Disney, nada de TV de plasma, nem TV a cabo, nem internet rápida, X-Box,
sistema de home theather ou reservas em pousadas de luxo. Minha televisão, já na
terceira idade (com aquela antena antiga), quebrou-se na última semana — talvez
levemos meses para conseguir substituí-la — porém, muito do que se transmite
pelas ondas de TV são coisas que eu gostaria de perder. Eu me sinto privado? Na
verdade, não. Vivemos em uma casa muito boa, com uma vizinhança muito segura,
temos acesso a uma ótima escola cristã, um forte envolvimento com a igreja, e uma
rede maravilhosa de amigos — logo, tenho coisas muito boas, acho.
Devo admitir que inicialmente fiquei surpreso com esse e-mail. Em um
tempo em que as famílias estão ficando menores, as casas maiores, as vidas
mais ocupadas e as crianças ficam em segundo plano na busca por coisas
“mais importantes”, esse militar e sua esposa têm desafiado completamente a
corrente. Sinto-me humilhado por seu comprometimento.
Deus está, de verdade, voltando os corações dos pais para seus filhos.
Qualquer pessoa que esteve em uma igreja cristã dos EUA sabe que essas
pessoas são totalmente fora do comum. As opções de estilo de vida feitas por
eles não são do tipo sobre as quais ouvimos na Escola Bíblica. Alguma coisa
aconteceu com esse pessoal. Algo que Deus ordenou.
Procurando uma Igreja
Naquela época, eu não sabia disso, mas em 2003, minha família e eu
embarcamos em uma das jornadas espirituais mais difíceis de nossas vidas.
Começamos a procurar uma igreja! Já participei da equipe de inúmeras
igrejas, mas desde nossos primeiros anos de casados, não tínhamos precisado
procurar uma igreja para frequentar, como membros. Sempre participávamos
da igreja em que eu trabalhava. Desta vez, no entanto, tínhamos de encontrar
uma igreja onde plantar nossas vidas e servir à parte de qualquer
compromisso oficial. Desta vez, tínhamos de fazer muitas perguntas difíceis.
Levou mais que um ano de oração, procura, questionamento e luta. Às vezes,
ficávamos desencorajados, frustrados e mesmo desiludidos. Passamos por
altos e baixos (a maioria, baixos) enquanto procurávamos uma igreja na
quarta maior cidade dos Estados Unidos. E não apenas qualquer igreja —
estávamos buscando uma batista do sul, liderada por presbíteros, integrada à
família, que praticasse disciplina eclesiástica e exposição sistemática, verso a
verso (pregação expositiva através dos livros ou grandes porções da Bíblia), e
que acreditasse em plantação de igrejas. Eu já disse que demorou um pouco?
Em todo lugar a que fomos, as pessoas nos bombardeavam com panfletos
esboçando os incríveis benefícios que sua igreja tinha a oferecer. E, como
tínhamos nossa filha adolescente a tiracolo, o reclame sempre incluía: “E nós
temos uma ótima juventude”. É claro, sabíamos exatamente o que isso
significava. Nos tornaríamos aberrações de novo. Veja, assim que adotamos
uma filosofia familiar multigeracional, isso mudou completamente a maneira
como víamos a igreja. Se a Bíblia claramente dá aos pais a responsabilidade
de discipular seus filhos, que papel a igreja cumpre no processo? E se a igreja
não está cumprindo seu papel, que opções aqueles que almejam uma família
orientada pela fé têm?
A jornada que se seguiu nos levou a uma longa, irregular e solitária estrada
cheia de autoexame, reflexão teológica, isolamento e, finalmente, vindicação.
O que se segue é uma tentativa de explicar essa jornada, para advertir aqueles
que ousam viajar por essa estrada e, talvez, despertar o gigante que dorme.
Não estou procurando mudar a igreja da noite para o dia, mas creio que a
igreja deve mudar. Eu apenas oro para que o Senhor permita-me viver o
bastante para ver.
Falhas no modelo Contemporâneo
Barna, George. A Biblical Worldview Has a Radical Effect on a Person’s Life. Ventura, CA: The Barna
Group, 2003; acessado em 29 de março de 2005; disponível em http://www.barna.org/FlexPage.aspx?
Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=154.
________. Parents Accept Responsibility for Their Child’s Spiritual Development but Struggle with
Effectiveness. Ventura, CA: The Barna Group, 2003; accessed December 10, 2004; available from
http://www.barna.org/FlexPage.aspx?Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=138.
________. Parents Describe How They Raise Their Children. Ventura, CA: The Barna Group, 2005;
accessed March 1, 2005; available from http://www. barna.org/FlexPage.aspx?
Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=183.
Baxter, Richard. The Reformed Pastor. Edinburgh, Scotland: Banner of Truth, 1979.
Black, David Allen. The Myth of Adolescence: Raising Responsible Children in an Irresponsible
Society. Yorba Linda, CA: Davidson Press, 1999.
Carson, D. A. Becoming Conversant with the Emerging Church. Grand Rapids, MI: Zondervan, 2005.
Eldredge, Tom. Safely Home. San Antonio, TX: The Vision Forum, Inc., 2003.
Fields, Doug. Purpose-Driven Youth Ministry. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1998.
Gordon, Antony, and Richard Horowitz. Will Your Grandchildren Be Jewish?Intermarriage Rates &
Statistics for Orthodox, Modern Orthodox, Conservative, Reform & Unaffiliated Jews 2005; accessed
November 23, 2005; available from
http://www.simpletoremember.com/vitals/WillYourGrandchildrenBeJews.htm.
Kimball, Dan. The Emerging Church: Vintage Christianity for New Generations. Grand Rapids, MI:
Zondervan, 2003.
MacArthur, John. Titus, The MacArthur New Testament Commentary. Chicago: Moody Press, 1996.
McDow, Malcolm, and Alvin Reid. Firefall: How God Has Shaped History Through Revivals.
Nashville: Broadman & Holman, 1997.
Pearcey, Nancy. Total Truth: Liberating Christianity from Its Cultural Captivity. Wheaton, IL:
Crossway Books, 2004.
Reid, Alvin. Raising the Bar: Ministry to Youth in the New Millennium. Grand Rapids, MI: Kregel,
2004.
Shortt, Bruce. The Harsh Truth About Public Schools. Vallecito, CA: Chalcedon, 2004.
Whitney, Donald S. Family Worship: In the Bible, in History, and in Your Home. Shepherdsville, KY:
Center for Biblical Spirituality, 2006.
Wonacott, Peter. “Zoroastrians Turn to Internet Dating to Rescue Religion: Declining Numbers
Threaten the Future of Ancient Faith; Fertility Drugs in Mumbai.” The Wall Street Journal, 6 de
fevereiro de 2006.
[1]
As televisões norte-americanas costumavam transmitir essa propaganda pública,
especialmente entre as décadas de 1960 e 1980. [N. do T.]
[2]
T.C. Pinkney, Relatório ao Comitê Executivo da Convenção Batista do Sul, Nashville,
Tennessee, 18 de setembro de 2001. Pinkney relatou que 70% dos adolescentes envolvidos
em grupos jovens das igrejas param de frequentar a igreja, dentro de dois anos na
universidade. Veja também o Relatório do Concílio Batista do Sul sobre Vida Familiar, de
2002, que registrou que 88% dos filhos de lares evangélicos deixam a igreja aos dezoito
anos.
[3]
George Barna, A Biblical Worldview Has a Radical Effect on a Person’s Life (Uma
Cosmovisão Bíblica Tem um Efeito Radical na Vida de uma Pessoa) — The Barna
Group, 2003, acessado em 29 de março de 2005; disponível em
http://www.barna.org/FlexPage.aspx?Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=154.
[4]
Ibid.
[5]
Christian Smith e Melinda Lundquist Denton, Soul Searching (Nova York: Oxford
University Press, 2005), p. 270.
[6]
Ibid., p. 115.
[7]
Thom Rainer, “A Resurgence Not Yet Realized: Evangelistic Effectiveness in the
Southern Baptist Convention Since 1979” (Um ressurgimento ainda não Alcançado:
Eficácia Evangelística na Convenção Batista do Sul desde 1979), The Southern Baptist
Journal of Theology (Jornal de Teologia Batista do Sul), Vol. 9, No. 1, Primavera de 2005,
p. 63.
[8]
Fullscreen e widescreen são os dois modelos básicos para telas de televisão. O primeiro
é o formato quadrangular, mais tradicional, usado em televisões de tubo e monitores de
computador antigos. Em geral, filmes reproduzidos nesse modelo perdem os cantos
esquerdos e direitos da tela. Já o widescreen é mais utilizado atualmente, segue um padrão
retangular, é comum em aparelhos de plasma e LCD, de alta definição (HD). Neste caso,
existem faixas pretas em cima e embaixo da exibição, a fim de que o espectador possa ver
totalmente o que se passa na tela. [N. do T.]
[9]
Smith, Soul Searching, p. 131.
[10]
Ibid., p. 130.
[11]
Ibid.
[12]
George Barna, Parents Describe How They Raise Their Children (Pais Descrevem
como Eles Criam Seus Filhos) (The Barna Group, 2005, accessado em 1º de março de
2005); disponível em http://www.barna.org/FlexPage.aspx?
Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=183.
[13]
Ibid.
[14]
R. Albert Mohler, citado na Imprensa Batista Online,
http://www.bpnews.net/bpnews.asp?ID=18611. Acessado em 15 de agosto de 2005. Os
comentários de Mohler foram feitos na transmissão de 22 de junho do programa de rádio
Family Life Today (Vida Familiar Hoje).
[15]
Cinturão Bíblico, ou Bible Belt, é uma região no sudeste dos EUA em que
denominações evangélicas e grupos conservadores têm uma presença mais forte, tornando-
se parte da própria cultura local. [N. do T.]
[16]
Al Mohler, “First Person: Deliberate Childlessness & Moral Rebellion” (Primeira
Pessoa: Infância Deliberada & Rebelião Moral". Imprensa Batista Online,
http://www.bpnews.net/bpnews.asp?ID=21298. Acessado em 15 de agosto de 2005.
[17]
Antigo lema dos Estados Unidos, expressão latina que significa “De muitos, um”, ou
“A partir de muitos, um”. [N. do T.]
[18]
O autor menciona apresentadores e psicólogos populares nos EUA. Dr. Phil é Phil
McGraw, que faz um programa de auditório ao estilo “Casos de Família”, mostrando
histórias tocantes e debatendo temas polêmicos, em cada episódio. Dr. Spock é Benjamin
Spock, ativista político, pediatra e psicanalista, autor de vários livros de sucesso sobre
criação de filhos. Dra. Ruth refere-se a Ruth Westheimer, terapeuta sexual, famosa por suas
visões liberais e por programas de televisão dedicados à sexualidade. [N. do T.]
[19] O que se segue é, na verdade, uma combinação de três histórias bem semelhantes, com
alguns nomes mudados para proteger a identidade das pessoas envolvidas, e com um
esporte aleatoriamente escolhido pelo mesmo motivo. Entretanto, o encontro é real e de
fato tem acontecido muitas vezes com muitas famílias diferentes.
[20]
Encontro de jovens, comum na igreja americana, em que um pequeno grupo de jovens
passa um fim de semana na casa de membros mais velhos da igreja. [N. do T.]
[21]
No original, Double-play: Jogada em que a defesa consegue eliminar dois adversários a
partir de uma só rebatida. [N. do T.]
[22]
Beisebol infantil. [N. do T.]
[23]
L iga nacional de futebol americano dos Estados Unidos.
[24]
Trecho e título da música “What have you done for me lately?” [N. do T.]
[25]
O autor refere-se a uma das jogadas mais difíceis de ser no Futebol Americano e ao
evento mais importante desse esporte, o Super Bowl. [N. do T.]
[26]
Rede Comida. Canal de televisão especializado em programas sobre comida e
alimentação. [N. do T.]
[27]
Peter C. Craigie, “The Book of Deuteronomy” [O Livro de Deuteronômio], The New
International Commentary on the Old Testament [O Novo Comentário Internacional do
Antigo Testamento], R. K. Harrison e Robert L. Hubbard, Jr., editores. (Grand Rapids, MI:
Wm. B. Eerdmans, 1976), p. 170.
[28]
João Calvino, Harmony of the Law [Harmonia da Lei], Vol. I; Disponível em
http://www.ccel.org/c/calvin/comment3/comm_vol03/htm/v.xv.htm. Acessado em 30 de
agosto de 2005.
[29]
The Barna Group; http://www.barna.org/FlexPage.aspx?
Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=156.
[30]
Francis Schaeffer, Como Viveremos? (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003).
[31]
James Sire. Dando Nome ao Elefante (Brasília: Editora Monergismo, 2012).
[32]
Charles Colson e Nancy Pearcey, E Agora, Como Viveremos? (Rio de Janeiro: CPAD,
2000).
[33]
Christian Smith e Melinda Lundquist Denton, Soul Searching (Nova York: Oxford
University Press, 2005), p. 133.
[34]
Ibid.
[35]
Adaptado de the Barna Group; Disponível em http://www.barna.org/FlexPage.aspx?
Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=156. Acessado em 7 de outubro de 2004.
[36]
Em inglês, partial-birth abortion, técnica de aborto tardio, utilizada nos últimos meses
de gravidez, em que se realiza um parto intravaginal parcial do feto vivo. [N. do T.]
[37]
Encarta® World English Dictionary [Dicionário de Inglês Encarta], Microsoft
Corporation, 1999.
[38]
Nos EUA, a classificação etária leva em consideração a orientação dos pais. Assim,
existem filmes que só podem ser assistidos por menores acompanhados de responsáveis.
Estes recebem a classficação R, de restrito. [N. do T.]
[39]
Em português, monergismo.com e monergismo.net.br. [N. do E.]
[40]
Christian Smith e Melinda Lundquist Denton, Soul Searching [Alma em Busca] (Nova
York: Oxford University Press, 2005), p. 28.
[41]
Ibid., p.269.
[42]
Ibid., p.269-270.
[43]
Escola em Casa, isto é, modalidade de ensino em casa, com instrução em todas as
disciplinas escolares, dada normalmente pelos pais; em substituição ao ensino em
instituições como escolas pública e particular. [N. do T.]
[44]
John Bunyan, “Christian Family” [Família Cristã]; http://www.biblebb.com/files/JB-
001.htm.
[45]
Hillary Rodham Clinton, It Takes A Village and Other Lessons Children Teach Us [É
preciso uma Vila e Outras Lições que as Crianças nos Ensinam] (Nova York: Touchstone
Books, 1996).
[46]
David Wegener, “A Father’s Role in Family Worship” [O Papel do Pai no Culto
Familiar], Journal of Biblical Manhood and Womanhood [Periódico de Masculinidade e
Feminilidade Bíblicos], Vol. 3, Número 4, 1998.
[47]
Nos EUA, o aluno vai até a 12ª série, que normalmente se completa aos 17 ou 18 anos.
[N. do T.]
[48]
Famoso livro de Dr. Seuss. [N. do T.]
[49]
John Rosemond, A Family of Value [Uma Família de Valor] (Kansas City: Andrew &
McMeel, 1995), p.2.
[50]
Ibid., p.144.
[51]
Ibid., p.148.
[52]
Ibid..
[53]
Ibid.
[54]
Ibid., p.149
[55]
Ibid., p.150.
[56]
Ibid., p.149.
[57]
Em português, existe o livro Catecúmenos, publicado pela Editora Monergismo. [N. do
T.]
[58]
O Nehemiah Institute vem conduzindo testes sobre cosmovisão desde 1988. Seu
modelo de testes classifica os participantes em uma de quatro categorias (Cosmovisão
Cristã, Moderadamente Cristã, Humanismo Secular, Socialismo). De acordo com os
resultados, os alunos cristãos matriculados em escolas públicas consistentemente ficam
entre Humanismo Secular e Socialismo. Veja uma apresentação em PowerPoint sobre os
resultados em www.nehemiahinstitute.com.
[59]
Cal Thomas, “Steamy Teen Love in Tampa” [Romance Adolescente em Tampa],
Jewish World Review, 15 de dezembro de 2005;
www.jewishworldreview.com/cols/thomas121505.asp. Acessado em 19 de dezembro de
2005.
[60]
Ibid.
[61]
Bruce Shortt, The Harsh Truth About Public Schools [A Dura Verdade Sobre as
Escolas Públicas] (Vallecito, CA: Chalcedon,2004), p.192-194.
[62]
Veja http://www.naturallyconnected.com.au/fengshui.htm. Relacionado a isso está a
crença sobre o chi, que, de acordo com o pensamento místico oriental, é a energia ou força
que envolve a terra e conecta as pessoas umas às outras e ao seu ambiente. Isso está bem
ligado aos conceitos do Monismo (tudo é um) e do Panteísmo (tudo é deus).
[63]
A.W. Pink, Family Worship [Culto Familiar] (acessado em 9 de abril de 2005);
disponível em http://www.mountzion.org/fgb/Fall99/FgbF1-99.html.
[64]
Literalmente, “mães do futebol” ou algo como “mãe chuteira”. No Brasil, seria
semelhante ao que chamamos de uma mãe coruja. [N. do T.]
[65]
David Wegener, “The Father’s Role in Family Worship” [O Papel do Pai no Culto
Familiar], Journal of Biblical Manhood and Womanhood, Vol. 3, nº 4, 1998.
[66]
Donald S. Whitney, Family Worship: In the Bible, in History, and in Your Home [Culto
Familiar: Na Bíblia, na História e em Sua Casa] (Shepherdsville, KY: Center for Biblical
Spirituality, 2006), p.37.
[67]
John Bunyan, “Christian Family” [Família Cristã]; http://www.biblebb.com/files/JB-
001.htm.
[68]
Esse termo é usado para descrever igrejas que não segregam seus membros por idade.
Não há classes só para jovens casados ou adolescentes ou adultos. Não há grupos jovens ou
áreas para crianças. Vemos a igreja como uma família de famílias e esperamos que as
famílias adorem juntas e ensinem as Escrituras em suas casas (por isso, não há Escola
Bíblica Dominical). Os filhos a quem me refiro normalmente vêm de famílias que nunca
tiveram suas crianças no culto até que vieram para nossa igreja. Para mais informações
sobre o movimento igreja integrada à família, veja www.visionforumministries.com ou
visite a página da nossa igreja em www.gracecommunityinfo.org.
[69]
. A história foi ao ar em 9 de maio de 2004, em Houston, na KPRC, canal 2 e, mais
tarde, transcrita em http://www.click2houston.com/family/3287972/detail.html. Acessado
em 10 de maio de 2004. Associated Press, todos os direitos reservados, © 2004.
[70]
A mais famosa apresentadora de televisão nos EUA. [N. do T.]
[71]
Malcolm McDow e Alvin L. Reid, Firefall: How God Has Shaped History Through
Revivals [Fogo do Céu: Como Deus Moldou a História por Meio de Reavivamentos]
(Nashville: Broadman & Holman, 1997).
[72]
Thom Rainer, "“A Resurgence Not Yet Realized: Evangelistic Effectiveness in the
Southern Baptist Convention Since 1979” [Um Ressurgimento Ainda Não Alcançado:
Eficácia Evangelística na Convenção Batista do Sul desde 1979], The Southern Baptist
Journal of Theology [Periódico de Teologia Batista do Sul], Vol. 9, No. 1, 2005.
[73]
Roger L. Dudley, “Indicators of Commitment to the Church: A Longitudinal Study of
Church-Affiliated Youth” [Indicadores de Compromisso com a Igreja: Um Estudo
Longitudinal das Juventude Afiliada à Igreja], Adolescence [Adolescência], 28, Nº 109,
1993; http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5000179401. Acessado em 20 de dezembro
de 2005.
[74]
Rainer, “A Resurgence Not Yet Realized”, p.63. Rainer está trabalhando com os
Batistas do Sul, mas os números podem ser assumidos como pelo menos tão ruins para as
outras denominações.
[75]
Site especializado em ministério de jovens. [N. do T.]
[76]
Mike Yaconelli, “Youth Ministry: A Contemplative Approach” [Ministério Jovem: Uma
Abordagem Contemplativa], The Christian Century, 21 de abril de 1999, p.450;
http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5001255487.Yaconelli foi cofundador do Youth
Specialties e um expoente ávido do ministério de jovens. No entanto, no fim de sua vida,
ele viu e admitiu as falhas do modelo, e buscou reformas por meio do misticismo e da
"nova espiritualidade". Ele se tornou uma voz basilar do que se tornaria o movimento
Igreja Emergente.
[77]
Doug Fields, Um Ministério com Propósitos – Para Líderes de Jovens (São Paulo:
Vida, 2001).
[78]
Mike Yaconelli, “Youth Ministry: A Contemplative Approach”, p. 450.
[79]
Ibid.
[80]
Movimento que propõe que os cultos sejam voltados para os visitantes incrédulos,
pregando apenas o que é considerado “necessidade” para essas pessoas, de maneira que
elas não se ofendam com a mensagem. Além disso, toda a estrutura da igreja, como
músicas, decoração, e até assentos, estão voltados basicamente a agradar o visitante. No
Brasil, os maiores representantes relacionam-se ao movimento Igreja com Propósitos. [N.
do T.]
[81]
Pamela Smith McCall, "All in the Family" [Tudo em Família], The Christian Century,
18 de abril de 2001, p.22; http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5000988811. Acessado
em 4 de fevereiro de 2006.
[82]
Alvin Reid, Raising the Bar: Ministry to Youth in the New Millennium [Elevando o
Padrão: Ministério para a Juventude no Novo Milênio], (Grand Rapids, MI: Kregel, 2004).
[83]
Ibid.
[84]
Mark DeVries, citado em “Passing It On: Reflections on Youth Ministry” [Passando a
Responsabilidade: Reflexões sobre Ministério Jovem], The Christian Century, 4 de outubro
de 2003; http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5002019458. Acessado em 3 de
fevereiro de 2006.
[85]
Pamela Smith McCall, “All in the Family” [Tudo na Família], The Christian Century,
18 de abril de 2001, p.22; http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5000988811. Acessado
em 4 de fevereiro de 2006.
[86]
D.A. Carson, Igreja Emergente – o Movimento e suas Implicações. (São Paulo: Vida
Nova, 2010).
[87]
Ibid.
[88]
Dan Kimball, Igreja Emergente – Cristianismo de Nova Safra para as Novas Gerações
(São Paulo: Vida, 2008).
[89]
Ibid.
[90] Movimento cristão surgido em meio à cultura hippie. [N. do T.]
[91]
Alvin Reid, Raising the Bar: Ministry to Youth in the New Millennium [Elevando o
Padrão: Ministério com Jovense no Novo Milênio], (Grand Rapids, MI: Kregel, 2004).
[92]
Muitas supostas igrejas integradas à família são simples claustros de famílias adeptas
da escola em casa (homeschool) que se cansaram das metodologias segregadas de muitas
igrejas. Vários desses grupos classificam a si mesmos como igrejas em casa, embora lhes
faltem muitos dos elementos fundamentais do movimento de igrejas em casa. Esses grupos
são, muitas vezes, introvertidos e têm pouco interesse em missões e/ou evangelismo. Não
estou me referindo a eles aqui.
[93]
Veja http://www.familybasedym.com/about_faq.php.
[94]
Ibid.
[95]
David Allen Black, The Myth of Adolescence: Raising Responsible Children in an
Irresponsible Society [O Mito da Adolescência: Criando Filhos Responsáveis em um
Sociedade Irresponsável], (Yorba Linda, CA: Davidson Press, 1999).
[96]
Nancy Pearcey, Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro
Cultural (Rio de Janeiro: CPAD, 2006).
[97]
Tom Eldredge, Safely Home [Em Segurança] (San Antonio, TX: The Vision Forum,
Inc., 2003).
[98]
Bruce Shortt, The Harsh Truth About Public Schools [A Dura Verdade sobre as
Escolas Públicas] (Vallecito, CA: Chalcedon,2004), p. 192-194.
[99]
Aproximadamente 90% das famílias da Grace Community Church [Igreja Comunidade
da Graça] em Magnólia, Texas (a igreja onde sirvo) dão instrução escolar a seus filhos, em
casa.
[100]
David P. Baker e Cornelius Riordan, “The ‘Eliting’ of the Common American
Catholic School and the National Education Crisis” [A Elitização da Escola Católica
Americana Comunitária e a Crise Nacional de Educação]. Phi Delta Kappan, p.80, Nº 1;
http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=5001373454. Acessado em 20 de dezembro de
2005.
[101]
Antony Gordon e Richard Horowitz, Will Your Grandchildren Be Jewish?
Intermarriage Rates & Statistics for Orthodox, Modern Orthodox, Conservative, Reform &
Unaffiliated Jews [Seus Netos Serão Judeus? Taxas e Estatísticas de Intercasamento para
Judeus Ortodoxos, Ortodoxos Modernos, Conservadores, Reformistas e Não Filiados;
http://www.simpletoremember.com/vitals/WillYourGrandchildrenBeJews.htm. Acessado
em 23 de novembro de 2005.
[102]
Ibid.
[103]
Peter Wonacott, “Zoroastrians Turn to Internet Dating to Rescue Religion: Declining
Numbers Threaten the Future of Ancient Faith”, The Wall Street Journal, 6 de Fevereiro de
2006.
[104]
Daniel Akin, “The Future of Southern Baptists: Mandates for What We Should Be in
the Twenty-First Century” [O Futuro dos Batistas do Sul: Mandatos Que Deveríamos
Seguir no Século XXI], The Southern Baptist Journal of Theology [Periódico de Teologia
Batista do Sul], 9, Nº 1 (2005).
[105]
AWANA, que significa Approved Workmen Are Not Ashamed (Obreiro aprovado que
não tem de que se envergonhar — 2 Timóteo 2.15), é uma organização não denominacional
que oferece cursos para pais e igrejas sobre criação de filhos na vida cristã. [N. do T.]
[106]
George Barna, Parents Accept Responsibility for Their Child’s Spiritual Development
but Struggle with Effectiveness [Pais Aceitam a Responsabilidade pelo Desenvolvimento
Espiritual dos Filhos, mas Lutam por Eficácia] (The Barna Group, 2003;
http://www.barna.org/FlexPage.aspx?Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=138).
Acessado em 10 de dezembro de 2004.
[107]
A tradução para o inglês dessa entrevista está disponível em
http://www.formermuslims.com/forum/viewtopic.php?t=972.
[108]
Richard Baxter, The Reformed Pastor (Edinburgh, Scotland: Banner of Truth,1979).
Há uma versão resumida, publicada pela editora PES, sob o título O Pastor Aprovado.
[109]
Eldredge, Safely Home.
[110]
Veja Tito 1.5-9; 1 Timóteo 3.1-7; 1 Pedro 5.1-4. Existem várias qualidades de caráter
exigidas daqueles que servem como pastor/presbítero, mas apenas duas habilidades.
[111]
Basicamente, uma página de classificados especializada em cargos de igreja. [N. do
T.]
[112]
John MacArthur, Titus, The MacArthur New Testament Commentary [Tito,
Comentário MacArthur do Novo Testamento] (Chicago:Moody Press, 1996).
[113]
Baxter, The Reformed Pastor.
[114]
MacArthur, Titus.
[115]
Baxter, The Reformed Pastor.