Você está na página 1de 32

Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.

128-60

AS CEM LINGUAGENS DA CRIANÇA


“Abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância” e
“A experiência de Reggio Emilia em transformação”
(EDWARDS, GANDINI,FORMAN)
INTRODUÇÃO

- Reggio Emilia – cidade da região de Emilia Romagna: possui um dos melhores sistemas de educação do mundo.
- Pedagogia: abordagem de Reggio Emilia
- Abordagem que incentiva o desenvolvimento intelectual das crianças por meio de um foco sistemático sobre a representação
simbólica. As crianças pequenas são encorajadas a explorar seu ambiente e a expressar a si mesma através de todas as suas
“linguagens” naturais ou modos de expressão, incluindo palavras, movimento, desenhos, pinturas, montagens, escultura, teatro de
sombras, colagens, dramatizações e música.
- Salas de aula: organizadas para apoiar a aprendizagem por meio de um enfoque altamente cooperativo de solução de problemas.
- Agrupamento: uso de pequenos grupos na aprendizagem de projetos.
- Professores: continuidade de professores/alunos, em que dois professores trabalham juntos com a mesma classe por três anos.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

HISTÓRICO

- A educação precoce na Itália tem sido uma presa da emaranhada teia de relações entre a Igreja e o Estado (conflitos de poder).
- 1820: no nordeste e no centro da Itália começaram a emergir as instituições de caridade. Surgiram os centros para a primeira infância (Asili
Nido – atendimento a bebês de 4 meses a 3 anos e escolas de primeira infância, atendendo crianças de 3 a 6 anos de idade).
- Industriais estabeleceram as primeiras creches em suas fábricas.
- Fim do século XIX: tentativa de instauração de programas que combinassem prevenção e assistência financiados por setores privados e
públicos.
- 1925: aprovação da lei nacional para a Proteção e Assistência à Infância (organização de centros infantis).
- 1922: já havia assumido o poder em 1922, tomou para si todos os méritos dessa iniciativa (Os centros da Organização Nacional para a
Maternidade e Infância adotaram o modelo médico-sanitário de cuidados infantis.
- 1971: nova lei nacional institui uma nova espécie de centro para cuidados na primeira infância (Novos centros: oferta de serviço social para
as famílias e garantia do desenvolvimento harmonioso dos bebês). A cidade de Reggio Emilia inaugurou os primeiros centros municipais
para a primeira infância).

- Observação: Método Montessori – aplicado nas Casa dei Bambini (influência de educadores progressistas). O método foi deposto pelo
regime fascista.

- Anos 50: muitos educadores e pais se conscientizaram da urgência de uma educação precoce maior e melhor. O movimento “escola
popular” vindo da França e os escritos trazidos de educadores progressistas como Celestin Freinet e John Dewey serviram de influência e
base para os debates.
- Em 1951 o Movimento de Cooperação Educativa foi formado. Bruno Ciari liderou o movimento e introduziu inovações didáticas. Loris
Malaguzzi participou dos debates e conheceu Ciari. (Crença: a educação deveria liberar a energia e as capacidades infantis e promover o
desenvolvimento harmonioso da criança como um todo, em todas as áreas).
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- Mudanças importantes entre 1968 e 1977


- 1968: Estabelecimento da educação pré-escolar mantida pelo Governo.
- 1971: Estabelecimento de licença-maternidade.
- 1971: Estabelecimento de Asili Nido (centros para a primeira infância), mantidos pelo Governo.
- 1975: Instituição de uma nova lei sobre a família.
- 1977: Instituição de paridade no trabalho (pagamento igualitário pelo trabalho igual) entre homens e mulheres.

- Nessa paisagem social em transformação, com conquistas legislativas notáveis, os educadores foram recompensados por suas visões
sobre educação e cuidados infantis, que respondiam às novas expectativas.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

O QUE PODEMOS APRENDER COM REGGIO EMILIA?

Ideias baseadas em visitas a escolas de Reggio Emilia (lições extraídas)


1) TRABALHO COM PROJETOS E ARTES VISUAIS PARA CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES
- O trabalho com projetos visa a ajudar crianças pequenas a extrair um sentido mais profundo e completo de eventos e fenômenos de seu
próprio ambiente e de experiências que mereçam sua atenção. As crianças são encorajadas a tomar suas próprias decisões e a fazerem suas
próprias escolhas, geralmente em cooperação com seus colegas, sobre o trabalho a ser realizado.
2) TRATANDO COM SERIEDADE O TRABALHO DAS CRIANÇAS
- As representações visuais não são apenas produtos decorativos para serem levados para casa no final do dia. Elas são como recursos para
uma exploração adicional e para um maior aprofundamento do conhecimento sobre o tópico.
3) REPRESENTAÇÃO REALÍSTICA E IMAGINATIVA
- A extensa experiência das crianças de desenhar a partir de suas próprias observações não parece inibir o desejo ou a capacidade de
desenhar, pintar, e assim por diante, a partir de sua imaginação. (Não existem razões para se acreditar que os professores devem optar entre
encorajar a expressão visual realística ou imaginativa como duas alternativas mutuamente exclusivas).
4) O CONTEÚDO DO RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSOR-CRIANÇA
- Os relacionamentos precisam conter interesse e envolvimento mútuo,, cujos pretextos e textos proporcionem a interação adulto-criança.
5) IMPRESSÃO DAS CRIANÇAS SOBRE O QUE OS ADULTOS CONSIDERAM IMPORTANTE
- As crianças sentem e têm um certo nível de consciência do que é importante para os adultos ao seu redor, sobre o que eles consideram
válido, interessante ou digno provar, dispender tempo e focalizar a atenção. (Entendem que os adultos consideram seu trabalho e suas ideias
muito seriamente).
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

Ideias baseadas em visitas a escolas de Reggio Emilia (lições extraídas)


6) MODELOS E METÁFORAS PARA OS PROGRAMAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA
- O modelo da grande família: De diversas maneiras, as escolas de Reggio Emilia são modeladas de acordo com as grandes famílias e
comunidades. As pré-escolas parecem casas; são aconchegantes, confortáveis e atraentes (intimidade associada à vida familiar).
7) OTIMIZAÇÃO DOS RECURSOS DE FAMÍLIAS E INSTITUIÇÕES
- As pré-escolas municipais de Reggio Emilia nos mostram uma combinação ótima das qualidades dos relacionamentos em família e
integridade das práticas profissionais de diversas maneiras.
Primeiro: a inclusão e envolvimento dos pais em cada aspecto do funcionamento da escola é deliberado e fundamental ao planejamento e
operação das escolas pré-primárias.
Segundo: a abordagem do currículo parece ser a de que as características, aptidões, necessidades e interesses de cada criança individual são
examinadas e monitoradas por extensos registros e documentação.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

OS EDUCADORES DE REGGIO EMILIA DESCREVEM SEU PROGRAMA (ENTREVISTAS)

- FILOSOFIA: As fontes da nossa inspiração


- 1960: Os trabalhos de J. Dewey, Henri Wallon, Edward Claparède, Ovide Decroly, Anton Makarenko, Lev Vygotsky ... Tornavam-se
conhecidos. (Tradição italiana: baseava-se em Rosa Agazzi e Maria Montessori).
- 1970: influência de psicólogos e outros autores da neurociência, dentre eles, Howard Gardner.
- Em busca de uma abordagem educacional para as crianças mais jovens: a casa e o centro se tornaram dois locais agradáveis na vida
da criança.

- PRINCÍPIOS BÁSICOS
- A combinação estrutural de opções educacionais e organização: a escola para crianças pequenas foi pensada para ser um organismo
dinâmico, de interações, integrações (ambiente amistoso onde crianças, famílias e professores sintam-se confortáveis).
- Estrutura: hall de entrada, praça, ateliê, laboratório, sala de música, paredes para exibição dos trabalhos dos alunos.
- Trabalho coletivo (planejamento).
- Por uma pedagogia da relação: professores focados nas crianças, mais intensas relações entre família e escolas. Estrutura-se uma
educação baseada no relacionamento e na participação.
- Relacionamento e aprendizagem: os relacionamentos e a aprendizagem coincidem dentro de um processo ativo de educação (O que
as crianças aprendem não ocorre como um resultado automático do que lhes é ensinado. Ao contrário, isso se deve em grande parte
à própria realização das crianças como uma consequência de suas atividades e de nossos recursos.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- IMAGENS DA INFÂNCIA
- Varrendo a infância para baixo do tapete: As crianças são seres capazes, cheios de energia, curiosos, autônomos, competentes.
Porém, algumas imagens retratam a infância como vazia, impotente e completamente moldada por adultos.
- Diferenças entre as crianças: Devemos ampliar a variedade de tópicos e objetivos, os tipos de situações que oferecemos e seu nível
de estrutura, os tipos e as combinações de recursos e materiais e as possíveis interações com objetos, companheiros e adultos. A
ampliação da faixa de possibilidade para as crianças faz com que os professores sejam mais atentos e conscientes, e torna-os mais
capazes de observar e de interpretar os gestos e a fala das crianças (tornam-se mais sensíveis aos feedbacks oferecidos pelas
crianças).

- TEORIAS DA APRENDIZAGEM
- Adulto: tem papel determinante no oferecimento de estruturas semânticas e sistemas de significado que permitem que a mente
infantil se comunique.
- Criança: são capazes, de um modo autônomo, de extrair significado de suas experiências cotidianas através de atos mentais
envolvendo planejamento, coordenação de ideias e abstrações.
- Importância de Piaget: levar as crianças a sério, através do diálogo com elas. (Construtivismo – as palavras não devem ser usadas
como atalho para o conhecimento).
- Importância de Vygotsky: pensamento e linguagem operam juntos para a formação de ideias e para o planejamento da ação e,
depois, para a execução, controle, descrição e discussão desta ação.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- DA TEORIA À PRÁTICA
- Uma profissão que não pensa pequeno: o efeito das teorias pode ser inspirador e oneroso ao mesmo tempo. Isso é especialmente
verdade quando é o momento de arregaçar nossas mangas e avançar com a prática educacional.

- O sucesso de uma teoria vem na prática: em geral, quando os colegas trabalham juntos e compartilham problemas comuns, isto
facilita o alinhamento de comportamentos e uma modificação das teorias pessoais. A teoria ajuda os professores a entenderem
melhor a natureza dos seus problemas.

- Da pesquisa à ação: Os professores também precisam ser pesquisadores. Aprender e a reaprender com as crianças é a linha de
trabalho das escolas de Reggio Emilia.

- Nenhum planejamento, muito reconhecimento: as escolas de Reggio Emilia não têm um currículo planejado com unidades e
subunidades (planos de lições). (Malaguzzi: “Isso levaria nossas escolas para o ensino sem aprendizagem”).Naturalmente, os
professores dos bebês e de crianças pré-escolares não começam cada ano escolar do zero. Eles têm em sua retaguarda um
patrimônio de talento, de conhecimentos, de experimentos, de pesquisas, de documentação e de exemplos mostrando sucessos e
fracassos. Os professores seguem as crianças, não seguem planos.

- Se os currículos são encontrados nas crianças: A escola para crianças pequenas precisa responder a elas, deve ser um rodeio
gigantesco, onde aprendem como cavalgar 100 cavalos, reais ou imaginários. O que se sabe é que estar com crianças é trabalhar
menos com certezas e mais com incertezas e inovações. (Muitos experimentos são assumidos com as crianças).
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

A PARCERIA COMUNIDADE-PROFESSOR NA ADMINISTRAÇÃO DAS ESCOLAS

- Participação social (ou comunitária) das crianças pequenas: desde os anos 70, essa participação evoluiu em duas formas diferentes: em
primeiro lugar, por meio do sistema de administração baseada na comunidade (gestão social) em creches e pré-escolas operadas pelo
município; e, em segundo lugar, por meio de comitês nas escolas públicas, com ampla representação em cada nível – primário, médio e
secundário.
- 1971: formalização da ideia de participação com a aprovação de leis nacionais.
- A Junta de Conselheiros: atenção voltada para a abordagem expressa das necessidades das famílias e dos educadores. (Trabalham nela
educadores, pais e munícipes).

- Formas de envolvimento dos pais nas creches e pré-escolas:


1. Encontros no nível de sala de aula individual.
2. Pequenas reuniões em grupos
3. Conversas individuais entre pai-mãe/professor
4. Reuniões envolvendo um tema
5. Encontros com um especialista
6. Sessões de trabalho
7. Laboratórios
8. Feriados e celebrações
9. Outras possibilidades.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

CURRÍCULO EMERGENTE

- Debates sobre o planejamento do currículo

- Um ponto de vista define planejamento como um método de trabalho que estabelece de antemão objetivos educacionais gerais,
juntamente com objetivos específicos para cada atividade.

- Um segundo ponto de vista define planejamento como um método de trabalho no qual os professores apresentam apenas objetivos
educacionais gerais. Em vez dos objetivos específicos, formulam hipóteses sobre o que poderia ocorrer, com base em seu
conhecimento das crianças e das experiências anteriores.
- Carlina Rinaldi: “Em nosso trabalho, falamos sobre planejamento, entendido no sentido de preparação e organização do
espaço, dos materiais, dos pensamentos, das situações e das ocasiões para aprendizagem. Isso permite o intercâmbio e a
comunicação entre os três protagonistas e parceiros interativos da escola: crianças, educadores e famílias. A instituição
educacional é um sistema de comunicação e interação entre esses três protagonistas.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

O PAPEL DO ATELIERISTA

- O atelier serve para duas funções:


- PRIMEIRO: oferece um local onde as crianças podem tornar-se mestres de todos os tipos de técnicas, tais como pintura, desenho e
trabalhos com argila (todas as linguagens simbólicas).
- SEGUNDO: ele ajuda que os professores compreendam como as crianças inventam veículos autônomos de liberdade expressiva, de
liberdade cognitiva, de liberdade simbólica e vias de comunicação.

- Interesse atual do trabalho: direciona-se cada vez mais para a análise dos processos de aprendizagem e interconexões entre as diferentes
ideias, atividades e representações das crianças.

- Importante: Toda a documentação – as descrições escritas, as transcrições das palavras das crianças, as fotografias e atualmente as
gravações em vídeo – torna-se uma fonte indispensável de materiais que usamos todos os dias, para sermos capazes de “ler” e refletir,
tanto individual quanto coletivamente, sobre a experiência que estamos vivendo, sobre o projeto que estamos explorando.

- Ponto fundamental: O prazer e a diversão são assumidos pelas crianças em seu processo autodirigido de aprendizagem.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

ESPAÇOS EDUCACIONAIS E DE ENVOLVIMENTO PESSOAL

- Espaço como um elemento essencial da abordagem educacional


- Logo na entrada: Pôster com os direitos das crianças (de ter amigos, de viver em paz, de sonhar, de errar etc.), fotos dos profissionais,
fotos de eventos de formação de professores etc.
- O ambiente diz muito sobre os relacionamentos entre adultos e crianças que acontecem ali.

- O espaço arquitetônico planejado e o espaço maior em torno da escola, da cidade e além


- Prédios construídos ou modificados: trabalho conjunto entre arquitetos, engenheiros, professores, coordenadores, pais.
- Os centros precisam ser partes integrais do plano urbano.
- Extensões: Exemplo – projeto que analisa as mudanças que a cidade sofre nos períodos de chuva (fotos, medições, coletas etc.).

- Espaço hospitaleiro como um reflexo das camadas de cultura


- Clima de hospitalidade, , atmosfera de descoberta e de serenidade.
- O espaço reflete a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas; revela até mesmo camadas distintas dessa influência
cultural. (A cultura da cidade também é detectada nas paredes e nos ambientes).

- Espaço social, espaço individual e espaço aparentemente marginal


- O espaço é planejado e estabelecido para facilitar encontros, interações e intercâmbios entre elas.
- Exemplos: piazza (espaço comum); atelier (espaço para explorar mãos e mentes), cozinha, sala de refeições etc.

- Espaço apropriado para diferentes idades e níveis de desenvolvimento


- Espaços para crianças bem pequenas engatinhar, descansar ... E espaços para criação e exploração, como os ateliers.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- Espaço organizado, espaço ativo e espaço particular


- Reunião de chegada; as crianças optam pelas atividades disponíveis e buscam seus materiais que estão devidamente separados e
organizados (os materiais são selecionados com antecedência).
- Professores: observam e registram o que as crianças fazem com os materiais em suas atividades.

- O espaço que documenta


- As paredes falam e documentam. São usadas como espaços para exposições temporárias e permanentes de tudo o que as crianças e
os adultos trazem à vida.
- Os trabalhos próprios das crianças são exibidos por todos os cantos da escola.

- Espaço e tempo
- A consideração pelas necessidades e pelos ritmos das próprias crianças molda o arranjo do espaço e do ambiente físico enquanto,
por sua vez, o tempo de que dispomos permite o uso e o desfrute, no ritmo da criança, desse espaço cuidadosamente elaborado.
- Malaguzzi: Precisamos respeitar o tempo de maturação, de desenvolvimento das ferramentas do fazer e do entender, da emergência
plena, lenta, extravagante, lúcida e em constante evolução das capacidades das crianças; esta é uma medida do bom senso cultural e
biológico.

- Espaço que ensina


- O ambiente é visto como algo que educa a criança; na verdade ele é considerado o “terceiro educador”, juntamente com a equipe de
dois professores. (É importante que o ambiente seja flexível, devendo passar por uma modificação frequente pelas crianças e pelos
professores a fim de permanecer atualizado e sensível às suas necessidades de serem protagonistas na construção de seu
conhecimento).
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

PARCEIRO, PROMOTOR DO CRESCIMENTO E GUIA – OS PAPÉIS DOS PROFESSORES DE REGGIO EM AÇÃO

- Papéis dos professores em Reggio Emilia:


a) Promoção da aprendizagem da criança nos domínios cognitivo, social, físico e afetivo.
b) Manejo da sala de aula.
c) Preparação do ambiente.
d) Oferecimento de incentivo e orientação.
e) Comunicação com outras pessoas importantes (pais, colegas, administradores públicos etc.).
f) Busca de crescimento profissional.
g) Engajamento no ativismo político para defender a causa da educação pública precoce.
h) Condução de pesquisas sistemáticas sobre o trabalho diário em sala de aula para finalidades de difusão profissional, planejamento
do currículo e desenvolvimento do professor.

- A dificuldade do papel do professor


- O trabalho diário dos professores envolve desafios e decisões constantes, em vista do uso do currículo emergente.
- Uma tarefa difícil para os professores é a de ajudar as crianças a encontrarem problemas suficientemente grandes e difíceis para
engajarem sua maior energia e pensamento ao longo do tempo.
- Não apenas o projeto maior deve conter problemas excitantes, mas até mesmo uma sessão diária de trabalho deve, idealmente,
conter pontos mais difíceis, ou “nós”.
- Feedback: é importante notar que a análise e feedback em Reggio Emilia envolve tanto apoio quanto críticas. (O conflito intelectual é
considerado agradável tanto para adultos quanto para crianças).
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- Exemplos de comportamentos dos professores

- O professor dá início á ação das crianças: a professora age como um “ofertante de ocasiões”, ajudando as crianças a fazer a transição
da reunião matinal do grupo para sua primeira atividade.
- A professora oferece instrução sobre o uso de ferramentas e técnicas: a professora oferece a ajuda e os conselhos necessários para
que as crianças atinjam suas próprias metas artísticas e representativas e não sejam derrotadas pelos materiais.
- A professora transforma uma disputa em uma hipótese a ser testada: nos trabalhos é comum que cada criança ofereça uma
sugestão diferente e se inicie um conflito de ideias e de sugestões. A professora permite que todas as crianças façam suas produções
e posteriormente decidam qual é a que melhor atende o propósito da atividade.
- A professora encoraja as crianças a solucionarem suas próprias disputas: por meio de diálogo e perguntas estratégicas.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: UMA PRÁTICA PARA A NEGOCIAÇÃO E A DEMOCRACIA

- O poder da documentação pedagógica


- A documentação pedagógica promove a ideia da escola como um lugar de prática política democrática, permitindo que cidadãos,
jovens e idosos envolvam-se em questões importantes, tais como a infância, o cuidado infantil, a educação e o conhecimento. É uma
prática que abre um espaço público, onde os discursos dominantes podem ser visualizados e negociados.

- A documentação pedagógica como forma de desafiar os discursos dominantes


- Por meio da documentação é possível estudar e fazer perguntas mais facilmente sobre a prática. Qual é a imagem que devemos ter
da criança? Que discursos do ensino e da aprendizagem aceitamos? Que voz, direitos e respeito as crianças recebem nos nossos
programas infantis? Etc.
- A documentação encoraja os professores a se familiarizarem com o desconhecido, a dar visibilidade a suposições e valores implícitos
e a explicitar os pensamentos tácitos na forma em que governam e são governados.
- Carlina Rinaldi: A documentação pode oferecer, tanto às crianças quanto aos adultos, momentos reais de democracia – democracia
que tem suas origens no reconhecimento e na visualização das diferenças trazidas pelo diálogo. Isso é uma questão de valores e
ética.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

A PEDAGOGIA DA ESCUTA: A PERSPECTIVA DA ESCUTA EM REGGIO EMILIA

- A escuta e a busca por significado


- Tanto para adultos com para crianças, a compreensão significa conseguir desenvolver uma teoria interpretativa, uma narrativa que
dá significado ao mundo ao seu redor. Para os professores em Reggio Emilia, essas teorias são extremamente importantes para
revelar como as crianças pensam, questionam e interpretam a realidade, além do seu relacionamento com a realidade e com os
Professores. As teorias, para existirem, precisam ser expressadas, comunicadas e ouvidas.
- O que é a escuta?
• A escuta precisa ser aberta a sensível à necessidade de escutar com todos os nossos sentidos, não só com os ouvidos.
• A escuta deve reconhecer as muitas linguagens, os muitos símbolos e códigos que as pessoas usam para se expressar e se
comunicar.
• A escuta interna (escutar a nós mesmos) nos encoraja a ouvir os outros (...).
• Escutar demanda tempo.
• A escuta é gerada por curiosidade (...).
• A escuta produz perguntas, não respostas.
• A escuta deve receber e ser aberta às diferenças, reconhecendo o valor das interpretações e dos pontos de vista dos outros.
• Escutar não é fácil.
• A escuta ocorre dentro de um “contexto de escuta”.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

- Professores como ouvintes: o processo de documentação


- É impossível, de fato, documentar sem observação e interpretação. Por meio da documentação, o pensamento ou a interpretação do
documentador torna-se tangível e passível de interpretação. As notas, as gravações, os slides e as fotografias representam os
fragmentos de uma memória. Cada fragmento é imbuído com a subjetividade do documentador, mas também fica sujeito à
interpretação dos outros, como parte de uma processo coletivo de construção do conhecimento. (Resultado: conhecimento
abundante, coconstruído com a participação de muitos).

- Importante: as crianças também podem elaborar teorias, as quais precisam ser compartilhadas com os outros e comunicadas usando
todas as linguagens que conhecemos para que existam.

- Processo de avaliação
- Quando o professor documenta, está compartilhando a aprendizagem das crianças e a dele – o que entende, sua perspectiva, além
do que ele considera significativo. Dentro da palavra avaliação está a palavra valor. Valorizar significa dar valor a esse contexto de
ensino e a certas experiências e interações dentro daquele contexto. Compartilhar a documentação com as crianças demonstra que o
que elas fazem têm valor e significado.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

O PAPEL DO PEDAGOGISTA

- O pedagogista trabalha para promover em si mesmo e nos professores uma atitude de ‘aprendendo a aprender’, uma receptividade à
mudança e uma disposição para a discussão de pontos de vista opostos.
- Os pedagogistas das escolas de Reggio organizam encontros para que os professores possam melhorar suas habilidades de observar e
ouvir as crianças, de documentar projetos e conduzir suas próprias pesquisas. Temas que tratem do desenvolvimento infantil são sempre
abordados e ainda há a possibilidade de um tema considerado interessante por todos.
- Certamente, a arte de trabalhar e de compartilhar com outros adultos – sejam colegas ou professores – demanda um longo aprendizado, o
que não é fácil, mas é o caminho para o pleno desenvolvimento profissional e pessoal. Minha tarefa, de colaborar com os professores, é
analisar e interpretar os direitos e necessidade de cada criança e cada família, e depois usar este conhecimento em me trabalho com as
crianças. Igualmente importante é desenvolver relacionamento melhores entre pais e professores e estabelecer reuniões, de modo que
todos venham a se conhecer e os projetos de currículo que estão a caminho possam ser explorados e criados juntos.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

QUESTÃO 01
No livro As Cem linguagens da criança, pode-se encontrar uma variedade de projetos e atividades desenvolvidas com as crianças, tais como:
investigação sobre o funcionamento de um supermercado, incluindo entrevistas com o gerente e os funcionários; visita das crianças aos locais onde
seus pais trabalham; expressão gráfica de sons e de emoções. É correto afirmar que esses projetos e atividades são bons exemplos para o trabalho do
professor:

A) que podem ser adaptados, ou inspirar outros para a educação infantil brasileira.
B) porém complexos demais para o nível de desenvolvimento das crianças das creches e pré-escolas brasileiras.
C) que podem ser repetidos, mas apenas no ensino fundamental no Brasil.
D) mas que não podem ser aproveitados na educação das crianças brasileiras por não terem correspondentes na nossa cultura.
E) que pode replicá-los no Brasil tal como descritos no livro para obter os mesmos resultados.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

QUESTÃO 02

Segundo Edwards, Gandini e Forman (2015), a abordagem Reggio Emilia incentiva o desenvolvimento intelectual das crianças por meio de um foco
sistemático sobrea representação simbólica. De acordo com Edwards, Gandini e Forman, é correto afirmar, a respeito da proposta realizada por essa
abordagem, que:
(A) as escolas de Reggio Emilia têm um currículo planejado, o qual apresenta unidades e subunidades que devem ser concluídas ao final de um ciclo de
aprendizagem por cada criança. Bianualmente, são realizadas reuniões entre os profissionais da educação e os pais, para discutirem e reelaborarem o
currículo conforme a realidade local.
(B) anualmente, a secretaria de educação de Reggio Emilia determina para as escolas de educação infantil os projetos que devem ser desenvolvidos,
assim como suas respectivas durações. Esses temas servem de referência às escolas, que discutem os detalhes dos projetos e como se darão a
apresentação e a avaliação deles.
(C) por ser esta inovadora, as escolas de Reggio Emilia não apresentam currículo ou planejamento; baseiam-se na improvisação e acreditam no acaso;
ouvem e observam a expressão infantil, o que as crianças desejam ou sugerem, e, a partir dessas observações, desenvolvem propostas diárias nas
instituições de ensino.
(D) é vasta a documentação das escolas de Reggio Emilia; são documentários, imagens, registros e arquivos que são expostos por todo o mundo. Esse
material visa arrecadar fundos para o financiamento das atividades nessas escolas, que apresentam alto custo de manutenção, pois são instituições
privadas instaladas em contextos de elite.
(E) nas escolas de Reggio Emilia, as crianças pequenas são encorajadas a explorar seu ambiente e a expressar a si mesmas por meio de todas as suas
“linguagens” naturais ou modos de expressão, incluindo, entre outros, palavras, movimento, desenhos, pinturas, modelagens, esculturas, teatros de
sombras, dramatizações e música.
Licensed to GESSICA FARIAS DA SILVA - ge.ilha@hotmail.com - 383.030.128-60

QUESTÃO 03

Carolyn, em sua obra “As cem linguagens da criança”, afirma que uma das grandes experiências desenvolvidas pelas pré-escolas municipais de
Reggio Emilia, no trabalho com projetos e artes visuais, está na forma como as crianças (de 3 a 5 anos) podem registrar suas ideias,
observações, recordações e sentimentos, usando o que se chama de linguagens

a) Rítmicas
b) Sonoras
c) Gráficas
d) Cinestésicas
e) Espaciais

Você também pode gostar