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ATIVIDADE: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS – FILIAÇÃO

1 - Considerando que João e Maria foram casados por 20 anos e que desta união
resultou em um filho, Marcelo, atualmente com 18 anos, se João descobrir que
Marcelo não é seu filho, pode propor alguma medida judicial no sentido de negá-
lo? Fundamente.

Sim, há algumas medidas que João pode tentar, a primeira e mais comum é a chamada
ação negatória, prevista no art. 1599 do CC, onde houve presunção de paternidade, essa
ação é imprescritível, ou seja, pode ser invocada a qualquer tempo. Pode-se pedir o teste
de DNA, porém como há toda uma questão de socioafinidade nesse caso, João não
poderá pedir que exclua-se o sobrenome de Marcelo na certidão de nascimento.

2- No caso acima narrado, é possível que João ingresse com um processo de


indenização contra Maria, alegando que a mesma sabia e não lhe contou que
Marcelo tem outro pai biológico?

186 do Código Civil, "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito". No tocante ao caso, o magistrado afirma que "a responsabilidade
civil caracteriza-se pela conduta omissiva voluntariamente praticada pela parte apelante,
seguida do dano advindo à parte apelada que, após onze anos, descobriu não ser pai
biológico do menor".

Então sim, é possível.

3- Tiago, alegando ser o pai da filha da ex-companheira, ajuiza ação de


investigação de paternidade dois anos após o nascimento da criança, alegando que
não sabia do nascimento, mas que desejava ser pai. Ocorre que, a criança foi
registrada pelo atual companheiro da mãe, que também deseja ser o pai da
criança. Nessa hipótese, indique se o pedido é possível e alguma solução para o
caso.

Tiago pode além de propor a investigação de paternidade, a investigação de paternidade.

4- Janete e José tiveram um relacionamento amoroso e desse nasceu Josefina,


atualmente com 23 anos de idade. Logo após o relacionamento, desentenderam-se e
Janete casou-se com Pedro, que sabia da gravidez e não se importou em registrar
Josefina como filha, sempre tratando-a como se filha biológica fosse, sendo que
esta também era sabedora de que seu genitor era José. Em 2019, sabendo que o pai
biológico faleceu, Josefina ingressa com ação de investigação de paternidade
contra o pai biológico (sucessores) e o pai que a registrou, com o intuito de colocar
na sua certidão de nascimento apenas o nome do pai biológico. Considerando o
fato narrado, qual seria a solução jurídica para o caso.

A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o


reconhecimento do vínculo de filiação baseado na origem biológica, com todas as
suas consequências patrimoniais e extrapatrimoniais. Ainda mais quando a Ação
Investigatória de Paternidade é ajuizada por iniciativa do próprio filho, o maior
interessado.

5- No caso acima narrado, imagine que o pai biológico e o pai que registrou
Josefina estão vivos. Considerando o tempo decorrido, seria possível apenas
averbar a filiação biológica na certidão de nascimento de Josefina e fazer
permanecer a paternidade registral e afetiva de José?

Sim, através do reconhecimento de paternidade.

6 – Se fosse do interesse de Josefina a inserção do seu genitor na sua certidão de


nascimento concomitante ao pai registral, tal pedido seria possível?

Sim, através da multiparentalidade, logo ela que é a mais interessada.

7- Ana e Maria convivem em uma união estável desde 2002, sendo desejo de
ambas a maternidade. Sabedoras dos dilemas e da tramitação do processo para
adotar uma criança, resolvem utilizar-se das técnicas de reprodução assistida para
atingir o desejo da maternidade. Nessa situação, como ficaria o registro de
nascimento da criança? Na sua avaliação, seria necessária alguma medida judicial
para registrá-la?

Para efetuar o registro, será preciso apresentar declaração de nascido vivo,


declaração do diretor técnico da clínica, centro ou serviço de reprodução
humana em que foi realizada reprodução assistida, indicando a técnica
adotada e o nome do doador, entre outros dados.

Publicou o provimento 52, do CNJ, antes, esse registro só era feito por meio
de decisão judicial, já que não havia regras específicas para esses tipos de
casos.
8 – Paula e Felipe, recém-casados, descobrem que Paula não poderá ser mãe biológica.
Nessa situação, há alguma indicação que possa ser feita para o casal, no sentido de
serem pais?

Sim, existe a possibilidade de adoção.

9- Existe a possibilidade jurídica de Luan ingressar com uma ação contra o pai
biológico e registral para requerer a retificação do registro civil e excluí-lo do
mesmo e incluir o padrasto no seu registro de nascimento?

No caso de reconhecimento de paternidade socioafetiva entre o


padrasto e o enteado, por analogia, poderá ocorrer a substituição do
nome do pai no registro.

Em resumo, com a expressa concordância do filho, reconhecido o


abandono pelo pai biológico e a socioafetividade em relação ao
padrasto, é possível a troca do nome do pai biológico pelo do pai
socioafetivo.

10 – João deseja registrar Mateus, seu filho de criação, diretamente no Registro


Civil, reconhecendo a paternidade socioafetiva. É possível?

Provimento 63, CNJ.

a) Para qualquer idade.

b) Não pode servir para burlar o processo de adoção.

c) Diferença de pelo menos dezesseis anos entre pretenso pai ou


mãe e o filho.

d) Filho maior de 12 anos, deve consentir com o registro.

e) Pai e mãe devem consentir também -


MULTIPARENTALIDADE PODE SER POSSÍVEL DE
RECONHECIMENTO NO REGISTRO CIVIL, DESDE QUE HAJA
PROVA CABAL. - Posicionamento majoritário conforme artigos 11 e
14 do provimento.

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