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Plano de Aula: PLANO DE AULA 2

PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO - CCJ0144


Título
PLANO DE AULA 2

Número de Aulas por Semana

Número de Semana de Aula


2

Tema

Teorias da Psicologia. A Psicologia no Brasil. A interseção entre a Psicologia e o Direito.

Objetivos

Compreender algumas perspectivas teóricas da Psicologia.

Conhecer a história da Psicologia no Brasil.

Identificar as áreas de atuação dos psicólogos.

Entender as possíveis relações da Psicologia com o Direito.

Estrutura do Conteúdo

Páginas do material didático que devem ser lidas antes da aula: p. 15 a 25.

- Perspectivas teóricas da Psicologia ? apresenta as cinco perspectivas da Psicologia que podem ser
consideradas as de maiores evidências no estudo da Psicologia. São elas: a psicanálise, o behaviorismo
(comportamentalismo), o humanismo, o gestaltismo e o social pelo viés da matriz sócio -histórica.

-História da Psicologia no Brasil - problematiza o surgimento em 1962, pela lei nº 4.119, a criação e
regulamentação da profissão de psicólogo com a função de adequar, ajustar e adaptar o indivíduo ao
mundo moderno, apesar de seu discurso "psi" já se encontrar disseminado, em práticas cotidianas, na
escola, no hospital e até mesmo no Judiciário.

- Interseção entre Psicologia e Direito - situa a Psicologia Juridica, no Brasil, historicamente, a partir de
vários autores.

Aplicação Prática Teórica

1- De acordo com a matriz sócio-histórica da Psicologia, é correto afirmar com relação ao sujeito:
a. a história de vida do indivíduo não é importante na construção de sua singularidade.

b. as experiências da primeira infância são decisivas na formação da identidade do indivíduo.

c. o indivíduo é um ser social em constante interação com as relações sociais, econômicas e políticas.

d. na constituição do sujeito não há articulação entre dimensões pessoais e coletivas.

e. nenhuma das respostas acima.

2- No que tange à atuação do psicólogo, no contexto prisional, analise as afirmativas abaixo:

a. O profissional de Psicologia que atua no sistema prisional deve entender a complexidade das questões
relacionadas ao encarceramento e promover a construção da cidadania em detrimento da primazia da
segurança e da vingança social.

( ) certo ( ) errado

b. Em caso de perícias psicológicas de processos penais, o estudo do delito é secundário, sendo o


indivíduo que cometeu o delito o foco principal.

( ) certo ( ) errado

3- Ana Lúcia foi casada com Joaquim durante 13 anos, juntos tiveram dois filhos: Thiago(10 anos) e
Beatrice (8 anos). O casal se conheceu na adolescência, tinham uma relação bastante afetiva marcada
por muita cumplicidade e comunhão de vidas. Muitas foram as conquistas afetivas e de crescimento
mútuo: viajaram juntos, gostavam de ler Raduam Nassar, ouvir Amy Winnehouse, adoravam Dorival
Caymmi e curtiam blues das antigas. Dentre as muitas conquistas juntos, compraram um amplo
apartamento em um bairro confortável de sua cidade, assim como economizaram em pequenos luxos
para obtenção da confortável casa de praia em que as crianças podiam correr pelo quintal com pés
descalços e plantar e hortinha com alfaces e salsa. Todavia, após o nascimento de Beatrice, Ana Lúc ia
pediu demissão do emprego e ficou em casa para dedicar-se aos filhos, gostava da maternagem e queria
acompanhar cada detalhe do desenvolvimento das crianças, isso a deixava absurdamente feliz. E vendo
a felicidade e bem estar de seus filhos, Joaquim, mesmo sem poder manter as despesas da casa, foi um
entusiasta da nova situação.

Joaquim, em função de uma maior responsabilidade com as despesas da casa foi trabalhar numa outra
empresa que tomava-lhe muito tempo e dedicação. Não era um trabalho criativo e n em tão pouco era
uma atividade que ele gostava de exercer, mas o fazia já que havia ganhos financeiros maiores que o
emprego anterior.

Nos três últimos anos de casamento, Joaquim manteve-se frio e distante de Ana Lúcia sem nenhum
motivo aparente. Ao perguntar o motivo da mudança de comportamento, Joaquim dizia que precisava
trabalhar muito para manter o padrão de vida da família e não tinha “cabeça” para afetos e/ou sexo. Este
último era feito de maneira mecânica e sem a magia de outrora. Em conversas com amigas, estas diziam
que se tratava de um comportamento normal advindo do cansaço, da presença dos filhos e da idade dos
homens.

Ana Lúcia sentia-se culpada por gastar demais e por ter parado de trabalhar e ao perceber o cansaço e
olheiras de seu marido se consumia emocionalmente. Tentava estimular sexualmente seu marido, assim
como buscava agradar-lhe de todas as formas mas não lograva êxito. A esposa buscou ajuda em
psicoterapias, centro espírita e até cartomantes e nada conseguiu mudar o comportamento frio
que Joaquim estabelecia com sua esposa. Não conseguindo suportar a permanência daquele tão frio
tratamento, Ana Lúcia, mesmo apaixonada por seu marido, procurou uma advogada de sua confiança e
entrou com o pedido de divórcio.

Ana Lúcia acreditava que tinha sido a grande culpada do fracasso do seu casamento, sofria com a
saudade que seus filhos sentiam do pai e nos dias que Joaquim levava as crianças para a visita na casa
da avó paterna, após a saída das crianças, Ana Lúcia chorava quieta e sozinha no sofá da sala. Em
função desta silenciosa culpa e compaixão com o cansaço de Joaquim, Ana Lúcia deixou a casa de praia
integralmente com Joaquim (a casa passou a pertencer somente a Joaquim), enquanto o apartamento
que ambos adquiriram foi dividido e mantinha-se no nome dos dois. Após a separação, com as crianças
maiores, Ana Lúcia retornou ao mercado de trabalho e por ter uma formação acadêmica melhor que
Joaquim, conseguiu uma boa colocação numa grande e poderosa empresa na área de telecomunicações.
A remuneração de Ana Lúcia era tão boa que mantinha oitenta por cento das necessidades das crianças.
Enquanto Joaquim mantinha-se no emprego que trabalhava antes da separação e, por vezes, fazia
“bicos” nos finais de semana já que o mesmo dizia se esforçar para acompanhar o padrão de vida que as
crianças sempre tiveram. Esses comportamentos de Joaquim emocionavam Ana Lúcia que mesmo
divorciada via em Joaquim um grande e afetuoso homem.

Aos olhos de todos os amigos e dos familiares, foi Ana Lúcia que teve o desej o inicial da separação, já
que foi ela que deu o ponta pé inicial para feitura do divórcio. Entretanto Ana Lúcia amargava uma
rejeição enorme e um constante sentimento de tristeza. Pensou por diversas vezes buscar uma
psicoterapia mas foi desestimulada pelas amigas que diziam que o bom da vida está num passeio ao
shopping e numa bela cirurgia plástica. Objetivando sanar esta tristeza, sentimento de rejeição e baixa
autoestima, Ana Lúcia colocou silicone nos seios e deu início a uma série de treinamento de
condicionamento físico na academia de ginástica próxima a sua casa. Aproveitou e contratou um personal
para facilitar o ganho de massa muscular. Ana Lúcia deu início a relações sexuais com o seu
personal mas não conseguia se apaixonar pelo mesmo já que ma ntinha-se afetivamente ligada ao ex-
marido. Logo após a separação, teve uma noite de sexo bastante feliz com um ex-namorado e sentiu
tanta culpa que esta foi a mola propulsora para dar integralmente a casa de praia para Joaquim.

Dois anos após o divórcio, Ana Lúcia soube que Joaquim estava vivendo maritalmente com uma mulher
quinze anos mais jovem que ele e que juntos já tinham um filho de quatro anos, cujo nome era Joaquim
Júnior. Ao saber, Ana Lúcia ligou imediatamente para sua advogada e pediu que fos se revista a pensão
de alimentos assim como deu início a uma série de comportamentos que dificultaram a manutenção do
contato entre Joaquim e os filhos nascidos do casamento com Ana Lúcia. Em seguida, entrou num estado
depressivo grave em que ficou catatônica em sua cama, sem conseguir comer ou levantar da cama.

A partir do caso concreto acima descrito, em sua opinião, qual a interface da Psicologia com o Discurso
Jurídico?

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