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1º Ano de Direito
William Guidione
Valdomiro De chano
Yuri Lopes
2.3. Ontognoseologia...............................................................................................................5
2.4. Axiologia...........................................................................................................................6
2.5. Metafísica..........................................................................................................................7
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................13
5. CONCLUSÃO........................................................................................................................14
1. INTRODUÇÃO
A filosofia, como disciplina intelectual, é uma busca incessante pela compreensão profunda e
reflexiva das questões fundamentais que permeiam a existência humana. Nesse contexto, a
filosofia se desdobra em várias disciplinas e ramos que exploram diferentes aspectos do
conhecimento e da realidade. Este trabalho se dedica a explorar a divisão da filosofia em duas
grandes áreas: a filosofia geral e a filosofia do direito. Além disso, abordaremos quatro
disciplinas filosóficas essenciais que compõem a teoria geral do conhecimento: lógica e
ontognoseologia, axiologia e metafísica. Cada uma dessas disciplinas desempenha um papel
fundamental na busca pelo entendimento do mundo e das questões morais e jurídicas que afetam
a sociedade. Ao analisarmos esses campos, compreenderemos melhor como a filosofia contribui
para a nossa compreensão mais profunda da realidade e das complexidades éticas e legais que
enfrentamos.
2. DIVISÃO DA FILOSOFIA GERAL
Já a Metodologia, algumas vezes chamada Lógica aplicada — mas que poderia ser considerada
Lógica material —, tem por objeto o estudo dos diversos processos que devem disciplinar a
pesquisa do real, de acordo com as peculiaridades de cada campo de indagação.
A Dialética não se reduz aos distintos métodos dialéticos de possível aplicação nos domínios da
Física ou das ciências sociais: o pensamento é, em si mesmo, dialético, isto é, desenvolve-se
dinamicamente atingindo estágios ou momentos que são, progressivamente, objeto de pesquisas
de ordem analítica.
Que é que se conhece? Como se conhece? Até que ponto o conhecimento do real é válido e
certo? Quais as atitudes de nosso espírito diante daquilo que é conhecido?
2.3. Ontognoseologia
Desdobra-se, por abstração, em duas ordens ou momentos distintos de pesquisas: ora indaga das
condições do conhecimento pertinentes ao sujeito que conhece (Gnoseologia); ora indaga das
condições segundo as quais algo torna-se objeto do conhecimento, ou, em última análise, do ser
enquanto conhecido ou cognoscível (Ontologia, tomada esta palavra em sentido estrito).
Poderíamos, em síntese, dizer que a Ontognoseologia desenvolve e integra em si duas ordens de
pesquisas: uma sobre as condições do conhecimento do ponto de vista do sujeito (a parte
subjecti) e a outra sobre essas condições do ponto de vista do objeto (a parte objecti).
A Filosofia abrange a Ciência, para criticá-la; mas isto não quer dizer que seja superior, como
valia, à própria ciência que também se revela autônoma. São campos de indagação distintos, não
existindo entre eles laços hierárquicos, de maneira que nem a Filosofia é uma ancilla scientiae,
nem tampouco a ciência é algo de subordinado à Filosofia. São, ao contrário, conhecimentos que
marcham em mútua dependência, de tal sorte que não nos é possível filosofar em nossa época
com abstração ou desconhecimento total dos resultados da Ciência contemporânea. Conceber
uma Filosofia destacada do meio histórico e cultural a que pertencemos é algo de absurdo.
A Filosofia está sempre condicionada a uma situação histórica, embora haja problemas
filosóficos que transcendem às contingências sociais e históricas mesmas.
Evidencia-se, portanto, que há problemas da Filosofia que não se confundem com os problemas
da Ciência, estrito senso. São os pertinentes ao valor da própria Ciência, ou ao valor do
conhecimento.
Kant situou tal problema com grande clareza, dando uma resposta que merece a nossa atenção.
Disse ele que as ciências estudam a realidade e a Filosofia também o faz. Toda vez que uma
ciência estuda determinado problema, a Filosofia poderia considerar-se supérflua. Há, porém, um
caso, uma realidade, que a Ciência não estuda, nem pode estudar, que é a própria Ciência posta
como objeto.
A Filosofia apresenta-se, pois, como o exame crítico das condições de certeza das próprias
ciências: das ciências, em sua universalidade, como produtos do espírito, o que constitui a
precípua razão de ser da Gnoseologia, ou, mais genericamente, da Ontognoseologia, bem como
das ciências nos distintos campos particulares em que se desenvolvem as suas estruturas e
linguagem, tal como é estudado pela Lógica.
2.4. Axiologia
A ética é entendida como doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa realizar, ela
não é senão uma das formas de "atualização ou de experiência de valores", que constitui uma das
esferas autônomas de problemas postos pela pesquisa ontognoscológica, pois o ato de conhecer
já implica o problema do valor daquilo que se conhece.
Cada homem é guiado em sua existência pelo primado de determinado valor, pela supremacia
de um foco de estimativa que dá sentido à sua concepção da vida. Para uns, o belo confere
significado a tudo quanto existe, de maneira que um poeta ou um escultor, por exemplo, possui
uma concepção estética da existência, enquanto que um outro se subordina a uma concepção
ética, e outros ainda são levados a viver segundo uma concepção utilitária e econômica à qual
rigidamente se subordinam. Segundo o prisma dos valores dominantes, a Axiologia se manifesta,
pois, como Ética, Estética, Filosofia da Religião etc.
Se lembrarmos que toda especulação filosófica é necessariamente crítica, e que criticar implica
valorar, apreciar algo sob prisma de valor, chegaremos à conclusão de que, nesse sentido
especial ou a essa luz, a Filosofia é Axiologia.
2.5. Metafísica
Alguns autores pensam que a Filosofia se esgota nas duas questões fundamentais de ordem
lógica e axiológica, sendo apenas uma teoria do conhecer e uma teoria do agir; porém, o homem
não é um ser que tão-somente conhece e age, mas é também, e antes de mais nada, um ser, uma
"existência", um ente que sabe que existe entre outros entes, de igual ou de diversa categoria: —
donde os problemas radicais do ser e da existência, em uma palavra, da Metafísica, postos
também, de forma autônoma, pela pesquisa ontognoseológica.
Como logo mais se demonstrará, conhecer é conhecer algo, donde a necessidade de determinar-
se a natureza daquilo que é conhecido, o que nos leva a formular perguntas sobre a "coisa em si"
ou o absoluto, mesmo que depois se chegue à conclusão de ser impossível alcançar respostas
dotadas de certeza.
Não se trata de perguntar apenas sobre o que vale o pensamento ou o que vale a conduta, mas
sim de considerar o valor de nós mesmos e de tudo aquilo que nos cerca.
Que vale a existência? Que vale ou representa o universo? Que vale o homem inserido no
universo? Que ser é o homem? Que é ser? Existe algo como suporte do "objeto" do
conhecimento?
Outros autores limitam, porém, a tarefa ou a missão final da Filosofia a apresentar as bases de
uma "concepção do universo e da vida", sem cuidar dos problemas do ser, que seriam
incognoscíveis ou inverificáveis. Sustentam que o homem não pode resolver os problemas do ser
em si ou do absoluto, por ser este insuscetível de compreensão racional, mas que podemos
alcançar uma concepção total dos problemas, passando, assim, a Metafísica a ser vista apenas
como "fato histórico" inevitável, como uma das "experiências" indeclináveis do homem, não
obstante o seu repetido insucesso. Apresentam, pois, o terceiro problema fundamental da
Filosofia como uma cosmovisão ou Weltanschauung, palavra que se emprega usualmente em
Filosofia, para definir exatamente a tendência ou inclinação no sentido de uma concepção geral
do universo e da vida, que situa o homem perante si mesmo, os demais homens e o cosmos,
segundo diversos tipos, historicamente identificáveis. A Filosofia, que culmina em uma
concepção do universo e da vida, é contestada por aqueles que dizem que toda cosmovisão
pressupõe sempre a pesquisa sobre a realidade em si mesma, constituindo o estudo especifico da
Metafísica. Se logramos formar uma teoria geral do cosmos e da existência, é porque temos,
efetivamente, a respeito dos problemas últimos do ser determinada compreensão que a
condiciona. Não raro os que mais deblateram contra a Metafísica são metafísicos que se
ignoram...
Hegel observa que o conceito do Direito, conforme o seu devir, não se inclui na Ciência do
Direito, mas é antes por esta admitido como um pressuposto ou um dado. Já no conhecimento
filosófico a necessidade de um conceito é primordial, oferecendo-se desde logo à nossa
meditação como problema a ser resolvido.
Esta última é uma pergunta mais importante do que se pensa, visto como o contratualismo ocupa
campo vastíssimo na história da cultura jurídico-política, e ainda hoje está implícito em doutrinas
que se vangloriam de pureza metódica.
Daí falarmos em valores fundantes do Direito, cuja harmonia em unidade compõe o justo. A
justiça social é uma composição harmônica de valores sociais, de maneira que cada homem
possa realizar a plenitude de seu ser, e a sociedade atingir o máximo de bem-estar, compatível
com a convivência pacífica e solidária.
Não se trata, notemos bem, de fazer-se um estudo de História do Direito, estabelecendo conexões
entre fatos jurídicos no tempo ou buscando uma explicação genética dos acontecimentos
jurídicos. Trata-se de receber os dados que o historiador do Direito fornece, para indagar de seu
sentido ideal, de seu significado essencial, não apenas na órbita de uma experiência particular,
mas na totalidade da existência do homem.
Haverá uma lei de progresso marcando a evolução jurídica total ou há "crises" e "retornos"
como traços inevitáveis na experiência do justo, no evolver das civilizações?
A esta terceira parte damos o nome de Culturologia Jurídica, porque é, no fundo, a vivência do
Direito como cultura, como esforço humano de conquista c de preservação daquilo que se
concebeu ou se sentiu como valioso. Poder-se-ia também denominar a esta parte de Axiologia
histórico-jurídica, porque se trata, em síntese, de um estudo de Filosofia da História do Direito,
que se não deve confundir com o da História da Filosofia do Direito. É muito fácil confundir o
ponto de vista do historiador ou do sociólogo, nesta matéria, com o do filósofo do Direito, mas
uma coisa é a História e outra a Filosofia da História. É claro que um historiador, cuidando de
um problema cultural, tendo como objeto de indagação a própria experiência humana, não pode
deixar de ter uma atitude filosófica.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A filosofia é uma jornada intelectual que se estende por séculos e continua a nos desafiar a
explorar os mistérios do conhecimento, da moralidade e da realidade. Ao analisar a divisão da
filosofia em filosofia geral e filosofia do direito, bem como as disciplinas centrais da teoria geral
do conhecimento - lógica e ontognoseologia, axiologia e metafísica - reconhecemos a
diversidade de caminhos que os filósofos trilham na busca pelo entendimento.
A lógica nos fornece as ferramentas para a análise rigorosa e a argumentação válida, enquanto a
ontognoseologia se concentra na natureza do conhecimento e da cognição. A axiologia nos leva a
explorar os valores e a moral que guiam nossas escolhas e ações, e a metafísica nos desafia a
contemplar os aspectos mais profundos e transcendentais da existência.
Na filosofia do direito, encontramos uma aplicação prática da filosofia, onde questões éticas e
jurídicas são cuidadosamente examinadas à luz das disciplinas filosóficas. Assim, a filosofia não
é apenas uma busca acadêmica, mas também uma ferramenta valiosa para a reflexão crítica e a
tomada de decisões informadas na vida cotidiana e na sociedade em geral.
Em última análise, ao explorar esses campos filosóficos, somos desafiados a ampliar nossa
compreensão do mundo e a considerar as questões que moldam nossas vidas. A filosofia
continua a ser uma disciplina vital que nos lembra da importância da reflexão e da busca do
conhecimento, da ética e da justiça em um mundo complexo e em constante evolução.