Você está na página 1de 2

jusbrasil.com.

br
27 de Novembro de 2019

2º Grau

Tribunal Superior do Trabalho TST - AGRAVO DE


INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA : AIRR 619-
72.2016.5.06.0002

Processo

AIRR 619-72.2016.5.06.0002

Órgão Julgador

2ª Turma

Publicação

DEJT 06/09/2018

Julgamento

4 de Setembro de 2018

Relator

José Roberto Freire Pimenta

Ementa

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014 . DANOS EXISTENCIAIS INDEVIDOS. PREJUÍZO
CAUSADO NAS RELAÇÕES SOCIAIS E PROJETO DE VIDA NÃO
COMPROVADOS. MATÉRIA FÁTICA.
O dano existencial consiste em espécie de dano extrapatrimonial e tem
como principal característica a frustração do projeto de vida ou
comprometimento das relações sociais do trabalhador, impedindo a
sua efetiva integração à sociedade e o seu pleno desenvolvimento
enquanto ser humano, em decorrência de ato ilícito do empregador. Na
hipótese dos autos, entretanto, ficou consignado , no acórdão regional ,
/
que o reclamante não se desincumbiu do ônus que lhe incumbia, "eis
que não se pode concluir, uma vez comprovada a prestação de horas
extraordinárias, apenas por isso, tenha havido dano às relações sociais
do trabalhador ou que ele se viu obrigado a alijar seu projeto de vida".
A Corte de origem assentou que, "conforme disposições desta decisão,
os espelhos de ponto foram reputados válidos como meio para se aferir
a verdadeira jornada prestada pelo demandante" e que, "dos horários
ali consignados, não se verifica trabalho prestado em jornadas que
superem as 12 horas diárias" . Destacou, ainda, que, "apenas para
efeito de registro, o alardeado desrespeito aos horários de descanso
intervalares não restou caracterizado" e que "não consta dos autos
outro elemento de prova a supedanear o título em estudo" . Concluiu,
assim, pela manutenção da sentença em que se indeferiu o pedido do
reclamante de indenização por danos morais, pois, "diante desse
cenário, à míngua de comprovação de conduta ilícita patronal a
justificar sua responsabilização por eventual dano à 'vida de relações'
do autor, revela-se injustificável a indenização postulada" . Dessa
forma, para se concluir que o reclamante se desincumbiu do ônus de
comprovar o prejuízo causado às suas relações sociais e a ruína de seu
projeto de vida, seria necessário reexaminar a valoração das premissas
fáticas dos autos feita pelas esferas ordinárias, procedimento vedado a
esta instância recursal de natureza extraordinária, nos termos da
Súmula nº 126 desta Corte . Agravo de instrumento desprovido.

Disponível em: https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/622974109/agravo-de-instrumento-


em-recurso-de-revista-airr-6197220165060002

Você também pode gostar