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"(...) B) RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. REVISTA ÍNTIMA. A jurisprudência atual desta
Corte é a de que a mera revista visual realizada nos pertences dos empregados (bolsas, armários
e outros), de forma razoável e sem caráter discriminatório, não configura, por si só, ato ilícito a
ensejar a indenização por dano moral, constituindo exercício regular do poder de direção e
fiscalização do empregador. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido" (ARR-21-
25.2017.5.10.0018, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 10/02/2020).
- Pode ser realizada na presença de clientes? Divergência
CF
Art. 5º (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
"PROVA ILÍCITA. E-MAIL CORPORATIVO. JUSTA CAUSA. DIVULGAÇÃO DE MATERIAL
PORNOGRÁFICO. 1. Os sacrossantos direitos do cidadão à privacidade e ao sigilo de
correspondência, constitucionalmente assegurados, concernem à comunicação estritamente
pessoal, ainda que virtual (e-mail particular). Assim, apenas o e-mail pessoal ou particular do
empregado, socorrendo-se de provedor próprio, desfruta da proteção constitucional e legal de
inviolabilidade. (...)" (RR-61300-23.2000.5.10.0013, 1ª Turma, Relator Ministro João Oreste
Dalazen, DEJT 10/06/2005).
Obs4: Uso do banheiro
a) a restrição ao uso, seja por tempo, seja por frequência, gera violação à dignidade
"(...) INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. RESTRIÇÃO DE USO DO BANHEIRO. VALOR. 1 - Esta Corte
Superior considera que a restrição ao uso do banheiro (tempo e frequência) expõe de forma
desnecessária a privacidade e a intimidade do trabalhador, ofendendo a sua dignidade. É que
não há como estabelecer de forma objetiva o tempo e a frequência do uso do banheiro para
todas as pessoas, devido às particularidades fisiológicas ou de saúde de cada um. No caso, o TRT
registrou que havia restrição ao uso do banheiro (tempo e frequência). Assim, o procedimento
adotado pela reclamada, no caso dos autos, é passível de indenização por dano moral. (...)"
(ARR-109-03.2015.5.09.0005, 6ª Turma, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, DEJT
26/04/2019).
b) a mera necessidade de comunicação para fins de substituição da pessoa não gera dano
"I - RECURSO ORDINÁRIO DOS SUSCITADOS FIESP, SINDIREPA E SINAEMO - DISSÍDIO COLETIVO
DE NATUREZA ECONÔMICA - CLÁUSULA 25 - VIGILÂNCIA INTERNA Como a questão diz respeito
à garantia da dignidade humana (art. 1º, III, da Constituição) e à inviolabilidade da intimidade e
da vida privada das pessoas (art. 5º, X, da Constituição), a instalação de câmeras de vigilância
não se restringe à negociação entre as partes, podendo ser objeto do exercício do poder
normativo para adequá-la às normas constitucionais. A jurisprudência da C. SDC entende só ser
possível utilizar câmeras de vigilância em locais que não violem as mencionadas garantias
constitucionais, como pátio, corredores e locais de trabalho, sendo vedada a instalação em
vestiários, banheiros, refeitórios e locais similares, razão por que a cláusula deve ser alterada
para refletir o entendimento desta Corte. (...)" (RO-51049-84.2012.5.02.0000, Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT
04/03/2016).
Obs6: Monitoramento de redes sociais
a) utilização de informações para exercício de poder disciplinar
"RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. DISPENSA POR JUSTA CAUSA. ARTIGO 482, ALÍNEA
"G", DA CLT. DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DE FALTA GRAVE. VIOLAÇÃO DE SEGREDO DA
EMPRESA CARACTERIZADA. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126 DO TST. RECLAMANTE ESTÁVEL.
MEMBRO DE CIPA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 339 DO TST. GARANTIA NÃO ABSOLUTA.
(...) II - Para tanto, assentou o TRT que " é patente que o autor publicou no seu facebook
informações de cunho sigiloso, o que implica quebra de fidúcia e, portanto, atrai a incidência do
disposto no artigo 482, g, da CLT ". III - Nesse passo, asseverou que "é indene de dúvidas de que
o reclamante tinha ciência de que era proibido tirar e publicar fotos do estaleiro, ainda que
tenha impugnado o termo de confidencialidade, pois, todas as testemunhas ouvidas no
processo confirmaram a ciência da aludida obrigação". IV - E ponderou que "analisado as fotos
colacionadas, verifico que o reclamante não publicou uma ou duas fotos, mas dezenas de fotos
dos mais diversos ângulos, onde é possível observar todo o parque industrial e processo
de montagem de um navio, não precisando ser um profissional da área para deduzir que violam
segredo da reclamada". V - Ressaltou, ainda, que "a hipótese não comporta a aplicação de gradação
de penas pedagógicas, como pretende o reclamante, vez que o ato praticado pelo empregado é
grave o suficiente para autorizar, de imediato, o rompimento do pacto laboral, por justa causa". (...)
IX - Nesse sentido, concluiu que "não há dúvidas, portanto, que a atitude do reclamante gera, para a
empresa, o direito de rescindir o contrato de trabalho por justa causa, ante a impossibilidade de se
continuar a relação empregatícia sem a necessária confiança, que constitui seu elo de manutenção".
X - Cumpre salientar que a base fática da controvérsia não pode ser revolvida pelo TST. A este órgão
incumbe apenas a conclusão jurídica dela resultante, ou seja, examinar se os fatos lançados no
acórdão impugnado tiveram o correto enquadramento jurídico. XI - Fixado pelo TRT que "não há
dúvidas, portanto, que a atitude do reclamante gera, para a empresa, o direito de rescindir o
contrato de trabalho por justa causa, ante a impossibilidade de se continuar a relação empregatícia
sem a necessária confiança, que constitui seu elo de manutenção", só seria possível a reforma do
julgado mediante o revolvimento da prova, atividade refratária ao âmbito de cognição do TST, a teor
da Súmula nº 126. (...)" (AIRR-544-92.2015.5.17.0121, 5ª Turma, Relator Ministro Antonio José de
Barros Levenhagen, DEJT 25/11/2016).
b) uso para verificação de suspeição ou impedimento de testemunha
Normalmente, existem três tipos básicos de penalidade: justa causa (punição mais grave),
suspensão e advertência.