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PORTO ALEGRE – RS
Contextos:
Etapas:
Para Filipini (2014) esse é o momento em que cenas que mais tomam
conta e provocam impasses possibilitam ser dramatizadas. Com intuito de
buscar ações renovadas, o grupo pode criar e experimentar diferentes
possibilidades do desempenho de papel. Em 1928, Moreno trouxe o conceito
de acting out (passagem ao ato) para o contexto do “como se”. Tem seu
significado em atuar para fora aquilo que está dentro do paciente”
(GONÇALVES, 1988).
Para ele existem dois significados de acting out: o prejudicial e irracional
que toma lugar na própria vida e relações do sujeito; o outro (acting in) é o
terapêutico e controlado, que é vivido no contexto dramático pelo protagonista,
e que o indivíduo a expressar e a organizar esses atos que estão o
atrapalhando em sua vida. Dando lugar ao acting in na dramatização
esvazia-se e diminui a chance do indivíduo de fazer o acting out em sua
realidade social.
O compartilhamento, a última etapa, é como uma participação
terapêutica do grupo. Esse momento permite que cada integrante do grupo
possa expressar como sentiu-se durante a dramatização, os sentimentos
vividos e vivências das quais se lembrou. É importante que cada participante
fale de si mesmo e não do protagonista, por isso o Diretor deve atentar e não
possibilitar que surjam críticas, conselhos ou julgamentos direcionados ao
protagonista, visto que muitas vezes o analisar e falar do outro é pura
resistência por parte do grupo de também se expor (BUSTOS, 1974).
Há ainda duas etapas que podem ocorrer no Psicodrama: a elaboração
e o processamento. A elaboração é sugerida pelo Diretor, após o compartilhar
ou no início da sessão seguinte. Relembra o ocorrido durante a dramatização
para auxiliar o protagonista a compreender o conteúdo expresso
relacionando-o com seu processo terapêutico. O processamento ocorre apenar
em grupos didáticos de Psicodrama, onde se busca, após o compartilhar,
analisar e registrar os conteúdos e passos técnicos realizados durante a
dramatização ou jogos. O processamento também inclui rever a dinâmica do
protagonista, analisando o tema protagônico e seus referenciais teóricos
(BUSTOS, 1974).
Instrumentos:
Aquecimento
Níveis de Dramatização
Técnicas Básicas
Moreno (1975) afirma que sua primeira sessão psicodramática foi aos
quatro anos e meio de idade, quando se aventurou brincando de ser Deus com
os seus amigos. Segundo ele, muitas de suas ideias a respeito da sua
metodologia surgiram dessa experiência do jogo infantil. Desta forma, é
possível afirmar que o Psicodrama nasceu de um jogo. Além disso, Moreno
costumava reunir crianças pelos jardins de Viena e formava grupos para que
elas representassem teatros de improviso com assuntos de seu mundo infantil.
Motta (2002) afirma que o jogo vai além do plano objetivo, ou seja, há
uma separação espacial da vida cotidiana. O jogo possui, além de seu
ambiente de alegria e de suas características, outro traço fundamental: a
consciência de que se está “fazendo de conta” (HUIZINGA, 1971). A essência
do jogo, desta forma, está na capacidade de ir em direção à liberdade e a
permissão do trânsito entre o imaginário e o real.
Referências:
YOZO, R. Y. K. 100 Jogos para Grupos. São Paulo: Editora Ágora, 1995.