RESPOSTAS METABÓLICAS,

CARDIOVASCULARES E
ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO
RESISTIDO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 3
Ementa 4
Objetivo Geral 4
Organização do Caderno de Estudos 4

1 RESPOSTA METABÓLICA X TREINAMENTO

RESISTIDO 7

2 ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES X
EXERCÍCIO RESISTIDO 12

3 ADAPTAÇÕES ENDÓCRINAS X EXERCÍCIO

RESISTIDO 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27

2
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Neste módulo abordaremos a temática referente as respostas

metabólicas, cardiovasculares e endócrinas ao exercício resistido.
Todo o ensinamento foi baseado na pesquisa, a qual está intimamente
ligada a disciplina.

Esta apostila foi preparada com base nos conteúdos e materiais

de artigos científicos, bem como de referências complementares por
meio de livros, trazendo abrangência, a fim de fornecer conhecimento
básico a respeito da dor.

Lembrando que todo conteúdo disponibilizado aqui é rico em

informações e dará a base necessária para que possa entender melhor
o assunto e conseguir visualizar com mais destreza tal conteúdo.
Entretanto, vale ressaltar que todo e qualquer ensinamento só é
validado caso haja dedicação.

Ademais, desejamos a você um ótimo estudo!

3
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

Ementa

A Disciplina Respostas Metabólicas e Endócrinas ao Exercício

Resistido apresentará ao profissional da área da saúde como avaliar e
prescrever com segurança e efetividade o exercício resistido para
grupos especiais e saudáveis pelo âmbito das respostas metabólicas e
hormonais. Serão apresentados exercícios resistidos e métodos de
treinamento de força com a finalidade do profissional compreender
as principais adaptações metabólicas e hormonais ao treinamento
físico. A disciplina oferecerá conteúdo com embasamento científico
de como o profissional deve analisar as respostas metabólicas e
endócrinas durante sua atuação frente o cliente cardiopata ao
saudável.

Objetivo Geral

 Compreender as respostas perante o exercício físico

resistido.

Organização do Caderno de Estudos

Para facilitar o seu estudo, o material foi organizado em

unidades, subdivididas em capítulos de forma didática e objetiva.
Além disso, este conteúdo foi baseado levando em consideração a aula
presencial. A temática foi abordada por meio de textos básicos, com a
inserção de ícones para estimular a reflexão, organizar as ideias e
tornar a sua leitura mais agradável.

Ao final, serão indicadas, também, as referências bibliográficas

utilizadas neste material. Fique à vontade para utilizá-las como fonte
de consulta para aprofundar seus estudos.

A seguir, apresentamos a breve descrição dos ícones utilizados

na organização deste Cadernos de Estudos:

4
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

Chamadas inseridas no texto para

Atenção direcionar o seu pensamento a
pontos importantes.

Questões que buscam instigar o

estudante a refletir (a ter a sua
Provocação
opinião) sobre determinado
assunto.

Links ou informações
complementares para
Saiba Mais
complementar ou elucidar o
assunto abordado.

Sugestões de leituras adicionais

Leitura
(artigos científicos), vídeos e sites
Complemen
confiáveis para aprofundamento
tar
do estudo.

Texto que resume o conteúdo,

facilitando a compreensão pelo
Sintetizando
aluno sobre trechos mais
complexos.

5
6
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
1 RESPOSTA METABÓLICA X TREINAMENTO
RESISTIDO
Nos últimos anos, o
treino de força assumiu uma
importância significativa em
programas de intervenção
direcionados a indivíduos com
excesso de peso e/ou obesos. Os
principais argumentos que
justificam a sua proposição são
o incremento da massa livre de
gordura e o consequente
incremento das taxas
metabólicas de repouso e diária
(24-h), o qual repercute
decisivamente na balança
energética diária.
No entanto, um dos
pontos negativos associados ao
treinamento físico
relativamente à sua eficiência
em termos de composição
corporal é o reduzido impacto
metabólico promovido numa
sessão de treino desta natureza,
que parece apresentar um
dispêndio energético inferior ao
de modalidades aeróbias com
intensidades moderadas a altas,
fato este já referido por alguns
investigadores.
Atenção
“O exercício
físico vai muito
além do que
gastar calorias”
7
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
O exercício resistido
ocasiona alterações fisiológicas
e metabólicas e essas alterações
iniciam ajustes orgânicos para
procurar manter a homeostasia
orgânica. O aumento da
frequência cardíaca, débito
cardíaco, ventilação, respostas
hormonais são exemplos desses
ajustes fisiológicos para
realização do exercício físico e
manutenção do equilíbrio
interno.
Esses ajustes promovem
uma maior disponibilidade de
oxigênio aos órgãos e tecidos
envolvidos no exercício, bem
como, a liberação de hormônios
contrarreguladores como
glucagon, adrenalina, cortisol,
que diretamente ou
indiretamente aumentam a
glicemia e diminuem a secreção
de insulina no exercício.
Durante o exercício, o
principal substrato energético
envolvido é o carboidrato. O
carboidrato estocado sob a
forma de glicogênio no músculo
é limitado e rapidamente
depletado no exercício, sendo
que sua depleção em níveis
críticos está associada à fadiga.
A depleção de glicogênio no
exercício parece sofrer
influências tanto dos
hormônios circulantes, quanto
dos níveis séricos de substratos,
como glicose, lactato ou
piruvato.
Por tratar-se do
principal substrato energético
utilizado no exercício físico,
alguns pesquisadores
estudaram manobras para
maximizar os estoques de
glicogênio no músculo e fígado
e até mesmo o período
necessário de recuperação para
ocorrer maior ressíntese desse
substrato, procurando
melhorar a performance
esportiva.
O exercício físico, de
uma maneira geral, provoca
inúmeras adaptações no
organismo. Todas elas, afetam
positivamente seu
funcionamento. Sendo assim,
as respostas metabólicas
agudas são aquelas que
acontecem durante e depois da
prática e em algumas horas,
desaparecem. No exercício de
força que ocorre por volta de 30
segundos de pratica, tem uma
reposição de ATP oriunda da
hidrólise da creatina fosfato.
Com mais repetições,
teremos cada vez menos
eficiência neste mecanismo,
fazendo com que tenhamos a
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RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
utilização da via glicolítica,
onde teremos maiores
utilizações da glicose e
glicogênio como fonte
energética. Esta segunda, é a
principal via energética usada
na musculação.
Da mesma forma, o
exercício resistido, provoca um
aumento tanto no tamanho das
mitocôndrias celulares, como
também, no número das
mesmas. Como são elas que
geram a energia para o
exercício, isso aumenta em
muito a efetividade das vias
energéticas neste tipo de
solicitação. Adicionalmente, A
combinação do aumento do
volume e quantidade de
mitocôndrias, gera um
aumento no limiar de lactato,
bem como no limiar de
creatina.
Com isso, o corpo
aumenta sua eficiência nestas
vias energéticas, o que vai
impactar fortemente na
eficiência deste exercício. Com
a pratica constante do exercício,
há uma melhora a forma como
o corpo consome a energia.
Em resumo, temos
muito mais eficiência em
adaptações metabólicas quando
se mantém o treinamento
resistido em constância.
No caso das reações
oriundas da utilização da
glicose, temos uma melhora
que vai gerar mais energia e
eficiência. Já a lipólise tem
ainda o benefício de tornar o
emagrecimento mais efetivo,
devido a maior eficiência na
utilização dos lipídios.
A capacidade de
tamponamento, em termos
simples, está ligada a conseguir
suportar por mais tempo, o
aumento da acidose muscular, a
queda de pH.
Desta maneira, quanto
mais treinado você é, maior
será a sua resistência ao
aumento na produção de
lactato, por exemplo. Isso vai
fazer com que você consiga
treinar de maneira muito mais
eficiente.
Estas são algumas das
principais adaptações
metabólicas que o exercício
impõe. Elas estão diretamente
ligadas a nossa capacidade de
saúde, desempenho e
funcionalidade. Porém, como
você pode perceber, são as
9
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

adaptações crônicas que trazem  Menor uso do

os melhores resultados. glicogênio
muscular;
Lembrando que  Maior produção de
o metabolismo é controlado Glicose
pelo sistema nervoso e pelo  Maior
sistema endócrino. Já está bem potencialização das
estabelecido que os exercícios fibras musculares;
físicos resistidos estimulam o  Hipertrofia
funcionamento do sistema muscular;
endócrino de forma aguda e
crônica, aumentando a secreção
de alguns hormônios e inibindo
a de outros.

Assim, as adaptações
metabólicas podem ser
resumidas da seguinte maneira:

 O número
mitocondrial
aumenta
significantemente
na musculatura
esquelética no
exercício resistido;
 Melhora da
capacidade
mitocondrial em
gerar ATP
 Aumento da
oxidação de
gordura;
 Maior fluxo
intramuscular;
 Redução da
Liberação de
Catecolamina;

10
11
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

2 ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES X
EXERCÍCIO RESISTIDO

Durante muito tempo o fisiologia do exercício por parte

treinamento resistido, também dos profissionais da área de
conhecido como musculação, saúde pode trazer uma maior
foi desaconselhado e tranquilidade quanto à
contraindicado para indivíduos utilização dos exercícios
portadores de diversas resistidos em diversas
cardiopatias, pelo fato de, populações. Assim, essa
durante a execução dessa atividade passou a ser
modalidade de exercícios, a considerada adequada e
frequência cardíaca e a pressão aconselhada a vários grupos de
arterial poderiam sofrer uma indivíduos, como idosos,
elevação exacerbada o que portadores de doença
representaria um risco cardiovascular.
potencial para o rompimento de
aneurismas cerebrais A adaptação é um
preexistentes. fenômeno biológico
fundamental que tem grande
No entanto, o baixo relevância prática nas
índice de acidentes atividades físicas e no esporte.
cardiovasculares durante os Nesse sentido, o treinamento
exercícios resistidos, e um físico regular provoca uma série
melhor conhecimento da de estímulos que produzem

12
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

modificações e adaptações máximas, ou seja, intensidade

estruturais e funcionais. máxima.

As adaptações A elevação da pressão

cardiovasculares ao arterial está provavelmente
treinamento aeróbio são relacionada ao aumento do
diferentes das adaptações ao débito cardíaco, aumento das
treinamento resistido. Em pressões intra-abdominal e
geral, essas diferenças são intratorácica e ao aumento
causadas pela necessidade de acentuado da pressão
bombear uma grande intramuscular que ocorre
quantidade de sangue a uma durante o esforço contrátil.
pressão relativamente baixa no Esse aumento da pressão
caso dos exercícios aeróbios, ao intramuscular promove uma
passo que durante os exercícios diminuição acentuada ou, até
resistidos uma quantidade mesmo, uma obstrução do fluxo
relativamente pequena de sanguíneo, em razão do
sangue é bombeada a uma bloqueio mecânico imposto
pressão alta. Assim, para suprir pela massa muscular contraída.
a nova demanda metabólica e No entanto, o aumento
manter a homeostasia, várias repentino da pressão arterial
adaptações fisiológicas nos durante a contração muscular
sistemas corporais e, em pode também estar relacionado
particular, no cardiovascular à realização da manobra de
são necessárias. valsava que normalmente
acompanha as contrações
Durante a execução de musculares intensas.
uma série de exercícios
resistidos, a pressão arterial Na realização de
aumenta substancialmente, exercícios com componentes
podendo alcançar cifras de estáticos, a obstrução do fluxo
320/250 milímetros de sanguíneo leva a que os
mercúrio (mmHg) para pressão metabólicos produzidos
arterial sistólica e diastólica, durante a contração se
respectivamente, durante acumulem, ativando
exercícios realizados com ações quimiorreceptores musculares,
musculares voluntárias os quais promovem aumento
expressivo da atividade nervosa

13
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

simpática, ocasionando um Provocação

aumento da frequência
cardíaca. Até o momento.
Quais as
Dessa forma, o débito principais
cardíaco sofre pequenos adaptações
aumentos, que se devem à metabólicas?
elevação da frequência
cardíaca, não do volume Nesse sentido, pode-se
sistólico. A respeito, é dizer que os exercícios
interessante ressaltar que, nos resistidos realizados com
exercícios com componentes intensidade máxima
estáticos, a magnitude das apresentam uma frequência
respostas cardiovasculares é cardíaca e uma pressão arterial
influenciada pela intensidade mais elevada do que os
do exercício, pela duração e exercícios resistidos com
massa muscular envolvida. intensidades submáximas, por
possuírem um componente
Em contrapartida, nos estático maior.
exercícios com componente
dinâmico (isotônico), como as Quanto ao efeito da
contrações são seguidas de intensidade do exercício, tem
movimentos articulares, não sido verificado que para o
existe obstrução mecânica do mesmo número de repetições,
fluxo sanguíneo, de modo que, quanto maior for a intensidade
nesse tipo de exercício, também maior será o aumento da
se observa aumento da pressão arterial e da frequência
atividade nervosa simpática, cardíaca.
que é desencadeada pela
ativação do comando central, Contudo, se exercícios
mecanorreceptores musculares de diferentes intensidades
e, dependendo da intensidade forem realizados até a fadiga
do exercício, concêntrica, o mesmo valor
mecanorreceptores máximo de pressão arterial será
musculares. atingido. De modo semelhante,
comparando-se exercícios de
intensidades mais baixas
realizados até a fadiga ao

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RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
exercício de 1 RM, a elevação da
pressão arterial é maior no
exercício de menor intensidade,
devido ao maior número de
repetições. Dessa forma, a
resposta cardiovascular nesse
tipo de exercício depende tanto
da intensidade quanto do
número de repetições e,
principalmente, de a fadiga
concêntrica ser ou não atingida.
Além das características
do exercício, a execução da
manobra de Valsalva durante o
mesmo também aumenta a
resposta da pressão arterial. É
importante ressaltar, no
entanto, que a execução dessa
manobra é inevitável em
exercícios com intensidade
igual ou superior a 80% de 1
RM.
Um outro aspecto
interessante é o fato de que
frequentemente os exercícios
resistidos são realizados em
várias séries consecutivas
intercaladas por períodos
variáveis de pausas. No
entanto, em pessoas com
problemas cardiovasculares,
como cardiopatas e verificar a duração do efeito,
hipertensos, a pausa curta não
permite uma recuperação
completa da pressão arterial
sistólica, fazendo com que seu
acréscimo nas séries
subsequentes seja ainda maior.
Em resumo, as repostas
agudas aos exercícios resistidos
promovem, durante sua
execução, uma sobrecarga ao
sistema cardiovascular, a qual é
evidenciada pelo aumento
expressivo do duplo produto,
podendo atingir valores
semelhantes aos obtidos num
teste ergométrico máximo.
O controle dessa
sobrecarga pode ser feito
reduzindo-se a intensidade e a
massa muscular envolvidas no
exercício, e evitando-se a
manobra de Valsalva e a fadiga
concêntrica, ou seja,
interrompendo-se o exercício
quando a velocidade de
movimento diminuir ou se
observar apneia do executante.
Além disso, deve-se programar
um período de pausa suficiente
entre as séries para que a
pressão arterial retorne aos
valores basais.
Alguns estudos mais
recentes têm-se preocupado em
avaliando para tanto a pressão
arterial de 24h pós-exercício
pela monitoração ambulatorial
da pressão arterial, e não
15
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

encontraram alteração na  Aumento da

pressão arterial após o exercício contratilidade do
resistido, entretanto, miocárdio;
constataram redução na  Aumento da fração
primeira hora, e uma queda da de ejeção;
pressão arterial por até 10 horas  Aumento do débito
pós-exercício em mulheres cardíaco.
hipertensas em uso de
captopril. Todas essas adaptações
decorrentes do exercício
Assim, como se pode resistido são encontradas após
verificar, há indícios de que os um período de treinamento,
exercícios resistidos podem lembrando que há as
provocar queda da pressão adaptações agudas e crônicas.
arterial após sua realização,
porém o significado clínico
dessa queda, bem como seus
mecanismos, ainda precisa ser
mais bem estudado.

Além dessas adaptações,

também pode-se verificar:

 Aumento do volume
plasmático;
 Aumento da massa
das hemácias;
 Aumento da
complacência
ventricular;
 Aumento da
dimensão
ventricular;
 Aumento do
retorno venoso;

16
17
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

3 ADAPTAÇÕES ENDÓCRINAS X EXERCÍCIO

RESISTIDO

Catecolaminas primeiras sessões de

Plasmáticas: treinamento de força,
atenuando suas respostas ao
Uma característica final da sétima sessão. Contudo,
importante do treino de força é observou-se que as
o aumento da atividade da concentrações totais de glicerol
glândula adrenal durante a sanguíneo aumentaram
liberação de catecolaminas durante todo o treinamento de
(noradrenalina, adrenalina e alta intensidade protocolado.
dopamina), especialmente de
adrenalina, exercendo Também observado um
relevante ação sobre a lipólise aumento nas concentrações de
tanto por via subcutânea catecolaminas e de glicerol são
quanto intramuscular. concomitantes durante os
exercícios de alta intensidade.
Concentrações Essa maior capacidade
plasmáticas de adrenalina metabólica oxidativa pela
foram aumentadas durante as lipólise, mobilização de ácidos
graxos como substratos

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RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
energéticos sobre influência das
catecolaminas, pelo
treinamento de força, pode
induzir maiores alterações na
composição corporal, reduções
significativas na gordura
subcutânea e abdominal e
melhorias semelhantes na
rigidez arterial periférica e
dilatação.
Insulina:
O treinamento de força
também pode influenciar na
redução insulínica do
indivíduo.
Quando analisado a
literatura, o treinamento de
força por um período de 2
semanas, verificou que mesmo
com um volume baixo de
treinamento de alta
intensidade, consegue-se
reduzir significativamente a
curva de ação da glicose (-12%)
e de insulina (-37%).
Porém, fatores
correlacionados com a ação
insulínica como adiponectina e
ácidos graxos não esterilizados
e fatores derivados do pigmento
epitelial não apresentaram
correlação significativa, bem
como o treinamento de força
não afetou o gasto energético de
repouso ou a resposta
termogênica à estimulação do
receptor beta- adrenérgico.
As respostas aos
treinamentos de alta
intensidade de longo prazo
proporcionaram benefícios
mais duradouros para a ação da
insulina em comparação com o
exercício de moderada ou baixa
intensidade, o que dá
credibilidade à suposição de
que os exercícios intensos
podem induzir adaptações
originais sobre a ação muscular
especificamente do GLUT4,
mesmo que de curto prazo.
Da mesma forma que
observado valores de GLUT 4
total praticamente dobraram
em relação a sua linha de base,
bem como a sensibilidade à
insulina melhorou em 35%,
após treinamento de força em
apenas duas semanas.
Este hormônio tem sido
um dos mais estudados frente
ao treinamento resistido devido
a sua função anabólica. Mas as
mudanças induzidas
agudamente pelo exercício
resistido não estão claras, visto
que são necessárias de 8-16
horas para que haja a produção
do IGF-1 pelo tecido hepático
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RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
após a estimulação realizada
pelo GH.
Cortisol:
Os glicocorticóides são
liberados pela região do córtex
adrenal em resposta ao estresse
ou exercício físico.
Aproximadamente 95% das
atividades dos glicocorticóides
ocorre por meio do cortisol, este
hormônio tem funções
catabólicas especialmente em
fibras musculares do tipo II.
Somente 10% do cortisol
circulante encontra-se na sua
forma livre, 15% ligado a
albumina, e 75% interage com a
globulina ligadora de
corticosteroide. Em tecidos
periféricos, o cortisol estimula a
lipólise nas células adiposas,
aumenta da degradação e
decréscimo da síntese de
proteínas das células
musculares resultando em
grande liberação de lipídeos e
aminoácidos na circulação
sanguínea.
Alguns estudos
mostraram significativo
aumento do cortisol e do
hormônio adrenocorticotrópico
(ACTH), hormônio da pituitária
que estimula a liberação do
cortisol no córtex adrenal
durante e agudamente após o
treinamento resistido.
Os mecanismos
responsáveis pelo aumento da
secreção do cortisol estão
relacionados com a redução do
volume plasmático e aumentos
dos níveis de lactato. Alguns
fatores do treinamento podem
interferir nas respostas agudas
da concentração de cortisol pelo
treinamento resistido.
Cronicamente o
treinamento resistido parece
não produzir padrões
significativos consistentes nas
concentrações de cortisol em
repouso. Desta maneira, a
adaptação das concentrações de
cortisol frente ao treinamento
resistido parece não serem
consistentes. A razão
testosterona/cortisol ou
testosterona isolada e/ou
testosterona livre/cortisol tem
sido sugerido como indicador
de estado anabólico/catabólico
da musculatura esquelética
durante o treinamento
resistido, sendo o aumento
desta razão um indicador
anabólico e a redução um
indicador catabólico.
20
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
Alguns estudos têm
mostrado melhoras nesta razão
durante o treinamento de força
ou potência. Diante da melhora
da razão testosterona/cortisol
induzida pelo treinamento
resistido é possível que com o
aumento através do aumento
da testosterona e a redução do
cortisol contribua para a
hipertrofia do hormônio
anabólico contribua para a
hipertrofia muscular.
Hormônio do crescimento
(GH):
O hormônio do
crescimento (GH) tem
características anabólicas e
origem polipeptídica e transporte de aminoácidos para
secretado pela glândula da
pituitária, é secretado de
maneira pulsátil com picos de
liberação durante o sono. O GH
tem circulação livre e sua
interação com receptor ocorre
na membrana para sinalização
intracelular, mecanismo
denominado como segundo
mensageiro.
As principais funções do
GH estão relacionadas ao
metabolismo de substratos com
baixa utilização de glicose e alta
lipólise, redução da síntese de
glicogênio, aumento do
transporte de aminoácidos e
síntese de proteínas, atua
também como
contrarregulador de hormônios
do catabolismo.
O treinamento resistido
em situação aguda estimula a
secreção do GH, este aumento
parece ocorrer devido a
excitação adrenérgica e
principalmente pelo aumento
da concentração de lactato
plasmático.
A elevação aguda de suas
concentrações parece não
aumentar o processo de síntese
de proteína, porém demonstra
promover o aumento do
célula muscular. Importantes
fatores como volume do
treinamento, intervalo entre as
séries, tipos de exercícios
podem interferir diretamente
sobre as concentrações
plasmáticas do GH.
De um modo geral,
fatores ligados ao exercício
resistido como intensidade,
volume, intervalos até 1 minuto
entre as séries, tipo de
contração especifica e idade
podem influenciar as respostas
agudas deste tipo de exercício
sobre o GH.
21
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

O treinamento resistido hormônios sexuais (SBHG)

parece não afetar os níveis de cerca de 60%, ou albumina
GH em repouso. Não tem sido 38%, e na sua forma livre
demonstrada alterações nas apenas 2%.
concentrações do GH tanto em
homens quanto em mulheres de Somente a testosterona
várias idades. A literatura na sua forma livre é
também demonstra níveis biologicamente ativa e
semelhantes das concentrações disponível para ligar-se aos
de GH em repouso entre seus receptores andrógenos
indivíduos poucos treinados e (AR) específicos nos tecidos
atletas de levantamento de peso alvos. A interação com seu
olímpico ou de força. receptor andrógeno irá formar
o complexo hormônio-receptor
Testosterona: indo até o núcleo da célula,
regulando a transcrição gênica.
A testosterona é um
hormônio esteroide derivado Tem sido demonstrado
do colesterol são sintetizadas que o treinamento em situação
nas células de Leydig que se aguda aumenta a secreção de
encontram entre os túbulos testosterona total somente nos
seminíferos, nos testículos e em homens. Já a testosterona na
pequenas quantidades na sua forma livre parece
adrenal e ovários. aumentar tanto nos homens
quanto nas mulheres.
Os homens apresentam
uma quantidade circulante de A elevação aguda deste
testosterona 10 vezes maior que hormônio induzidas pelo
as mulheres e provavelmente exercício resistido ocorre pela
está grande diferença hormonal estimulação adrenérgica,
entre os sexos seja em parte aumento da concentração de
responsável pela grande massa lactato e reduções do volume
muscular observado após plasmático dos fluidos
puberdade dos homens. corporais. Este hormônio
promove o aumento da força
A maior concentração da por meio da interação com o
testosterona circulante está sistema nervoso central,
ligada a globulina de ligação dos interagindo-se com receptores

22
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
neurais e estimulando o as respostas da adaptação
neurônio motor.
A testosterona tem ações
anabólicas, através do aumento
do anabolismo muscular e
redução do catabolismo, seus
efeitos são amplificados quando
combinado com o treinamento
resistido. Além disso, este
hormônio parece auxiliar na
regeneração de nervos,
aumento do corpo celular e
crescimento do
diâmetro/comprimento dos
dendritos.
Algumas variáveis do
treinamento resistido parecem
ter influência sobre
concentrações agudas da
testosterona, sendo observado
em alguns estudos publicados
na literatura.
Maiores concentrações
plasmáticas de testosterona
após as primeiras sessões de
treinamento resistido,
composto com 1 minuto de
intervalo entre as séries quando
comparado ao intervalo de 2,5
minutos, isto ocorreu
provavelmente pelo aumento
das catecolaminas circulantes
devido ao menor tempo de
repouso entre as séries.
Entretanto, ainda não está claro
crônica da testosterona ao
exercício resistido.
Capacidade Oxidativa da
musculatura esquelética:
O treinamento resistido
promove algumas adaptações
na capacidade oxidativa, como
por exemplo aumento da
capacidade oxidativa total de
gordura (>36%). Em
contrapartida, a oxidação total
de carboidratos diminuiu em
23%.
Essas mudanças na
capacidade oxidativa muscular
e esquelética estão relacionadas
ao aumento da capacidade de
oxidação do piruvato via
piruvato desidrogenase (PHD);
ao aumento também da
atividade enzimática do citrato
sintase (cs), ao teor proteico do
citocromo c oxidase
subunidade 4 (COX4), ao
aumento do conteúdo proteico
de várias subunidades dos
complexos da cadeia de
transporte de elétrons, bem
como pela expressão de
proteínas ligadas a essas
respostas adaptativas pelo
PGC-1 (alpha).
23
RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

Fator de crescimento resistido não estão claras, visto

semelhante à insulina 1 que são necessárias de 8-16
(IGF-1): horas para que haja a produção
do IGF-1 pelo tecido hepático
Muitos efeitos do GH são após a estimulação realizada
mediados por meio de pelo GH. Entretanto, é possível
pequenos polipeptídios que o IGF possa ser liberado de
chamados de fator de células não hepáticas sem a
crescimento semelhante a mediação do GH. O IGF-1
insulina-1 (IGF-1), este apresenta diferentes isoformas
polipeptídio apresenta e parece que sua produção pode
estrutura semelhante a ser endócrina e autócrina, duas
insulina. Este hormônio é dessas isoformas foram
secretado pelo fígado após a identificadas na musculatura
estimulação do GH nas células esquelética.
hepáticas. A sinalização deste
hormônio ocorre via segundo Os níveis basais das
mensageiro e as cascatas de concentrações ainda do IGF-1
sinalização intracelular tem induzido como resposta
efeito anabólico e anti adaptativa ao treinamento
catabólico no tecido estriado, resistido requerem maiores
diante disso ocorre crescimento investigações. Além disso,
muscular. investigações futuras são
necessárias para determinar
As respostas do IGF-1 ao adaptações agudas e crônicas
TR ainda não estão totalmente na produção do IGF-1Ea e MGF
esclarecidas. Muitos estudos pelo musculo esquelético.
demonstraram mudanças deste
hormônio durante e Assim, existe diferentes
imediatamente após o exercício dimensões do treinamento
resistido. resistido como intensidade,
volume (número de séries e
Este hormônio tem sido repetições), tipo de ação
um dos mais estudados frente muscular (concêntrico,
ao treinamento resistido devido excêntrico, isométrico),
a sua função anabólica. Mas as resposta adrenérgica, volume
mudanças induzidas plasmático e produção de
agudamente pelo exercício lactato interferem diretamente

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RESPOSTAS METABÓLICAS, CARDIOVASCULARES E ENDÓCRINAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO

sobre as concentrações
hormonais plasmáticas
principalmente em respostas
agudas ao exercício.

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