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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho é de âmbito académico e tem como tema a materialidade, a informação é


material se a sua omissão ou distorção influenciarem as decisões económicas dos utentes, tomadas
na base das demonstrações financeiras.

Nesse âmbito, é importante que o auditor identifique e avalie os riscos de distorções material
através do conhecimento da entidade e do seu ambiente, de forma a garantir um grau de
razoabilidade aceitável na emissão da sua opinião quanto a real situação da entidade, ou seja, se as
demonstrações financeiras espelham a real situação da entidade. Desta forma, para o presente
trabalho denominado será apresentado a definição da materialidade, o julgamento sobre a
materialidade, o julgamento preliminar sobre a materialidade as rubricas do balanço e a relação
existente entre a materialidade e o risco de auditoria.

Desta forma, o objectivo deste trabalho de pesquisa é de comprrender como a materialidade


inluencia no processo de planeamento de uma auditoria.

O trabalho obedece a seguinte estrutura:

I CAPÍTULO – diz respeito a breve introdução do trabalho, a apresentação do tema, as notas


introdutórias bem como os objectivos e a estrutura do trabalho.

II CAPÍTULO – faz menção a revisão da literatura e desenvolveu-se o tema por meio de uso de
algumas consultas bibliográficas; e

III CAPÍTULO: - a conclusão sobre o trabalho em conformidade com os objectivos propostos.

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1.1.Problematização

Segundo Mascarenhas (2011), “o problema é uma dificuldade, teórica ou pratica, no conhecimento


de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução”.

Segundo Gil (2002), define problema como sendo uma frase objetiva, compreensível e
operacional, a dúvida com qual nos deparamos e que planeamos resolver. Consiste de forma
explícita, clara e compreensível, identificar e resolver a dificuldade que nos é colocado.

Entretanto, é importante que o auditor identifique e avalie os riscos de distorções material através
do conhecimento da entidade e do seu ambiente, de forma a garantir um grau de razoabilidade
aceitável na emissão da sua opinião quanto a real situação da entidade, ou seja, se as demonstrações
financeiras espelham a real situação da entidade.

Como pergunta de partida temos a seguinte questão: Qual é a relevância da determinação da


materialidade durante o planeamento e execução do trabalho de auditoria?

1.2. Objectivos:
1.2.1. Objectivo geral
 Analisar a relevância da determinação da materialidade no processo da auditoria.

1.2.2. Objectivos específicos


 Definir a Materialidade;
 Identificar e debruçar sobre o julgamento preliminar da materialidade;
 Explicar a relação existente entre a materialidade, o risco e a prova de auditoria no
processo de auditoria.

1.3. Metodologia

1.3.1. Natureza de Pesquisa

A presente pesquisa, classifica-se quanto á natureza por pesquisa básica, pois a sua elaboração
não terá uma aplicação prática, dado que visa fundamentalmente dar a conhecer aspectos

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referentes ao problema de pesquisa, pelo que poderá contribuir com os estudos que vem sendo
feitos em torno deste tema.

1.3.2. Quanto á abordagem do problema

A presente pesquisa, classifica-se quanto á abordagem por pesquisa qualitativa, pois permite uma
compreensão detalhada e profunda do fenômeno em estudo.

1.3.3. Quanto aos objetivos

A pesquisa, classifica-se quanto aos objetivos, como sendo uma pesquisa explicativa, pois ela
aborda os fenômenos e causas que rondam em torno dos desafios enfrentados pelos contabilistas
no âmbito da contabilidade digital e analítica.

1.3.4. Procedimentos técnicos

Esta é uma pesquisa bibliográfica pois para sua elaboração utilizou-se material já publicado,
constituída basicamente por livros, artigos periódicos, Teses e informações extraídas da internet.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Conceitos Centrais

Segundo o Financial accounting Standards Board (FASB) a materialidade refere-se a magnitude


de uma omissão ou relato errado da informação financeira que, à luz das circunstâncias
envolventes, torne provável que o julgamento de uma pessoa razoável e confiante nessa
informação possa ser alterado ou influenciado pela omissão ou erros.

Segundo Costa (2010) a materialidade pode ser entendida em termos qualitativos ou quantitativos,
sendo que a materialidade em termos qualitativos traduz precisamente a questão da natureza da
distorção.

Segundo Imoniana (2019), A informação é material, uma vez que ela pode influenciar nas decisões
dos usuários das demonstrações financeiras. É o menor nível agregado de erro contábil, que pode
ser considerado relevante para um ou mas componentes que integram as demonstrações
financeiras. Considera-se que uma informação é materialmente relevante se a sua omissão ou
distorção poder influenciar nas decisões dos utilizadores das demonstrações financeiras.

A materialidade é definida como o significado e a importância relativas de um assunto (quer


considerado individualmente, quer de forma agregada) no contexto das demonstrações financeiras
tomadas como um todo.

Desta forma, um assunto é materialmente relevante para as contas, se a sua omissão ou erro for
susceptivel de influenciar as decisões dos utentes tomadas com base nessas contas. Nestas
circunstâncias, a materialidade e a relevância estão intimamente ligadas, partindo a relevância da
natureza ou qualidade do assunto, e a materialidade da sua dimensão.

A ISA 320 refere que apesar do conceito de materialidade não ser consensual, a generalidade das
definições toca nos seguintes aspectos:

 As distorções, incluindo as omissões, são consideradas materiais se espera que elas,


individualmente ou em agregado, possam influenciar as decisões económicas dos utilizadores
tomadas na base das demonstrações financeiras;
 Os julgamentos acerca da materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolventes, e são
afectados pela dimensão e de uma distorção, ou de uma combinação de ambas;

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 Os julgamentos acerca de matérias que sejam materiais para os utentes são baseados numa
consideração das necessidades comuns de informação financeira dos utentes como um grupo.
Não é considerado o possível efeito de distorções em específicos utilizadores individuais, cujas
necessidades podem variar largamente.

2.2.Objectivos da materialidade

Os principais objetivos na determinação de materialidade de planeamento são:

 Estimar, em níveis toleráveis, os erros de desvios dos números transferidos de razão geral
para as demonstrações financeiras;
 Auxiliar na determinação dos escopos de trabalho;
 Auxiliar na avaliação de efeitos dos erros e de desvio sobre as demonstrações financeiras.

2.3. Perspectiva da materialidade

A materialidade pode ser entendida quer em termos quantitativos (quantias) quer em termos
qualitativos (natureza), pois esta não se restringe apenas em aspectos monetários como também
nas circunstâncias da sua ocorrência.

2.4.Termos quantitativos

É determinada pela definição de um valor numérico que serve como um determinante tanto no
cálculo das dimensões das amostras para os testes de detalhes como na conclusão sobre os
impactos das distorções nas demonstrações financeiras. O valor numérico e calculado utilizando-
se uma percentagem sobre um referencial escolhido como ponto de partida que reflete, no
julgamento do auditor, as medidas mais sensíveis para influenciar a tomada de decisão dos usuários
da informação.

A escolha do referencial quantitativo a ser usado no cálculo da materialidade envolve exercício de


julgamento profissional do auditor e se fundamenta no conhecimento adquirido sobre a entidade,
levando ainda em consideração:

 Os elementos das demonstrações financeiras (activo, passivo, património liquido, receita e


despesa);

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 Se há itens que tendem a atrair a atenção dos usuários das demonstrações financeiras da
entidade específica (por exemplo, com o objetivo de avaliar o desempenho das operações, os
usuários tendem a focar sua atenção em resultado, receita ou patrimônio líquido);
 A natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu sector e o ambiente econômico em
que actua;
 A natureza jurídica da entidade e como ela é financiada (por exemplo, se a entidade é
financiada somente por dívida em vez de capital próprio, os usuários dão mais importância a
informações sobre os ativos, e processos que os envolvam, do que nos resultados da entidade).

2.5.Termos qualitativos

Segundo Costa (2014) em termos qualitativos, a materialidade reflete-se geralmente, por anexo
por via de inadequadas divulgações que devem desenvolver, complementar e comentar as quantias
constantes nas demonstrações financeiras. Por exemplo, da deficiente divulgação das políticas
contabilísticas adotadas na preparação das demonstrações financeiras ou da não divulgação dos
honorários dos auditores e das remunerações de cada um dos membros dos órgãos sociais.

3. Tipos de Materialidade
3.1.Materialidade global

A materialidade das demonstrações financeiras como um todo (materialidade global), é a quantia


a partir do qual as distorções são susceptiveis de alterar o comportamento ou decisão do utilizador
da informação financeira.

3.2.Materialidade específica

A materialidade específica (inferior a materialidade global), é aplicável quando as distorções


inferiores em certas rubricas das demonstrações financeiras são susceptiveis de alterar as decisões
do utilizador da informação financeira.

3.3.Materialidade de execução

A ISA 320 aborda o conceito de Materialidade de execução, entende-se a quantias estabelecidas


pelo auditor, inferiores à materialidade estabelecida para as demonstrações financeiras como um
todo, com vista a reduzir para um nível apropriadamente baixo a probabilidade as distorções não

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corrigidas e não detectadas agregadas excederem a materialidade de execução refere-se também à
quantia ou quantias estabelecidas pelo auditor, inferiores ao nível de materialidade, para classes
particulares de transações, saldos de contas e divulgações.

A definição da materialidade de execução está dependente do julgamento do auditor. Caso as


distorções detectadas, e não corrigidas, sejam superiores à materialidade de execução mas
inferiores à materialidade global, o auditor necessitará de rever os seus procedimentos, alterando
a extensão, natureza e oportunidade dos mesmos, ou seja, se o auditor concluir que os efeitos das
distorções, em agregações ou individualmente, não são materialmente relevantes, o auditor tem
que ter atenção que, uma vez que o seu trabalho é feito por amostragem há a possibilidade de
existirem distorções materiais. Á medida que as distorções estarem materialmente distorcidas
também aumenta, assim o auditor deve avaliar o efeito das distorções não detectadas na conclusão
a retirar sobre a qualidade das demonstrações financeiras.

Na aplicação da materialidade os auditores seguem cinco passos:

1º Efectuar um julgamento preliminar sobre a materialidade.

2º Alocar esse julgamento às rubricas do balanço.

3º Estimar o total de distorções por rubrica.

4º Estimar o total de distorções agregadas.

5º Comparar o total de distorções estimadas com a materialidade preliminar ou revista.

4. Efectuar um julgamento preliminar sobre a materialidade

O julgamento preliminar sobre a materialidade é a quantidade máxima em que os auditores


estimam que as demonstrações financeiras podem estar distorcidas, sem, no entanto, afectar as
decisões dos utilizadores da informação financeira. Este julgamento depende sempre, em última
instância, do juízo do auditor.

O auditor fixa a materialidade preliminar para o ajudar a planear a qualidade de prova necessária
para fundamentar a sua opinião. Assim, quanto menor for a materialidade maior é a quantidade de
prova que o auditor deve recolher.

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No decorrer da auditoria, o auditor pode alterar o seu julgamento preliminar sobre a materialidade,
devido a mudanças que possam ter acontecido nos pressupostos utilizados para efectuar esse
julgamento.

5. Factores afectam julgamento preliminar sobre a materialidade


 A materialidade como conceito relativo que absoluto

Uma distorção de um determinado montante pode ser material para pequena empresa e não
material para uma grande empresa, o que torna impossível estabelecer um ponto de corte igual
para todas as empresas.

Exemplo: Um erro de 100000,00Mt seria materialmente relevante numa empresa que apresenta
um activo de 500000,00Mt e ser irrelevante numa empresa que apresente um activo de
500000,00Mt.

 Bases para determinar a materialidade

Uma vez que a materialidade é um conceito relativo é necessário ao auditor apoiar-se em bases
que lhe permitam aferir essa materialidade. Nem as directrizes de auditoria, nem as normas
internacionais de auditoria focam linhas de orientações específicas em relação a esta matéria, uma
vez que existe o receio dessas orientações influenciarem a decisão do auditor. As bases para o
cálculo da materialidade são variadas, podem ter por base o resultado, o activo, o volume de
vendas, etc.

 Factores qualitativos e sua influenciam na materialidade

A materialidade também pode ser influenciada por factores qualitativos. Por exemplo valores não
materiais podem ter um impacto material caso existam consequências derivadas de obrigações
contratuais, no caso da empresa ter contraído um empréstimo que obrigue a ter um rácio de
autonomia financeira acima de um determinado patamar, caso contrário, o empréstimo vence-se
imediatamente, valores não materialmente relevantes que influenciem esse rácio são importantes
qualitativamente.

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6. Julgamento preliminar da materialidade as rúbricas do balanço

A afetação do julgamento preliminar às rubricas do balanco é necessária porque os auditores


acumulam provas por rubricas e não pelas demonstrações financeiras como um todo. Esta afetação
ajuda a decidir a qualidade e quantidade de provas que necessitam de obter; por exemplo, no caso
das vendas apresentarem um saldo de 10.000.000,00 MT, o auditor deve acumular mais prova se
uma distorção de 10.000,00 MT for considerada material do que se uma distorção de 250.000,00
MT for considerada material

Quando o auditor afecta a materialidade preliminar as rubricas, a materialidade de cada uma é


designada de distorção tolerável, significa que as distorções encontradas foram inferiores a
distorções tolerável. Essa rubrica se encontra adequadamente apresentada, se forem superiores não
se encontram adequadamente apresentada. (Costa, 2014)

7. Relação entre risco, materialidade e prova

Os conceitos de risco e de materialidade estão relacionados e são indissociáveis. O risco esta


relacionado com a incerteza, por sua vez a materialidade esta relacionada com os aspectos
quantitativos e/ou qualitativos de distorções que influenciam as demonstrações financeiras.
(Almeida, 2017)

Conforme Almeida (2017), o auditor deve estabelecer um limite percentual e qualitativo às


informações para que tenham sentido. Assim, apenas definir o nível de risco sem especificar a
materialidade poderia indicar que uma distorção de 1.000,00 MT ou de 1.000.000,00 MT seria
aceitável. Da mesma forma definir a materialidade sem especificar o risco de auditoria teria
subjacente que um risco de auditoria de 1% ou de 60% seria aceitável.

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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

Findo o trabalho de pesquisa pode-se concluir que a materialidade consiste no estabelecimento de


limites toleráveis de erros ou omissões nas Demonstrações Financeiras. A materialidade
desempenha um papel crucial no que tange ao processo de planeamento de uma auditoria pois
permite uma alocação eficiente de recursos e foco nos aspecto mais relevantes, ajudando a garantir
a credibilidade e a confiabilidade das demonstrações financeiras auditadas.

A materialidade refere-se à magnitude ou natureza do erro da informação financeira, individual ou


agregada, suscetível de influenciar o comportamento dos utilizadores da informação financeira e,
naturalmente, a abordagem do próprio trabalho de auditoria.

O nível de materialidade varia de acordo com o julgamento profissional do auditor, mas também
com a dimensão da empresa, com a complexidade da mesma, com a experiência do auditor e com
os conhecimentos do mesmo sobre o negócio. Para se determinar a materialidade a que se tomar
em consideração tanto os aspectos quantitativos (associados a distorções nas Df’s) bem como os
qualitativos (incorreta divulgação).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Board, I.A. (2015). Manual das Normas Internacionais de Controlo de Qualidade, Auditoria,
Revisão, outros trabalhadores de Garantia de Fiabilidade e Serviços Relacionados.

Costa, C. B. (2014). Auditoria Financeira- teoria e prática. 10ª ed.

Lopes, I. T. (2019). Auditoria do Controlo Interno ao Controlo Externa Independente.

Mascarenhas, S. A. (2012). Metodologia Cientifica. São Paulo: Pearson education do Brasil.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projectos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas.

Imoniana, J. O. (2019). Informação Financeira.

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