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E-book Introdutório

DEFINIÇÃO E OBSERVAÇÕES DA
Análise do Comportamento
O1
Análise do comportamento

O2
Seleção por consequências

O3
Crítica ao mentalismo
ÍNDICE
01

ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
A análise do comportamento é uma ciência natural, formulada
pelo psicólogo americano B. F. Skinner, que estuda o
comportamento humano a partir da interação entre
organismo/ambiente. A atenção do pesquisador é assim
dirigida para as condições ambientais em que determinado
organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas
condições, para as consequências que essa reação lhe traz e
para os efeitos que essas consequências produzem - processo
denominado "tríplice contingência", unidade funcional dessa
ciência. Nesse sentido o comportamento é entendido como
uma relação interativa de transformação mútua entre o
organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de
conduta são naturalmente selecionados em função de seu valor
adaptativo. Trata-se de uma aplicação do modelo evolucionista
de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece
três níveis de seleção - o filogenético (que abrange
comportamentos adquiridos hereditariamente pela história de
seleção da espécie), o ontogenético (que abrange
comportamentos adquiridos pela história vivencial do indivíduo)
e o cultural (restrito à espécie humana, abrange os
comportamentos controlados por regras, estímulos verbais ou
simbólicos, transmitidos e acumulados ao longo de gerações
por meio da linguagem).

A análise pode ser experimental, no âmbito da pesquisa básica,


baseando-se sobretudo em experimentos empíricos,
controlados e de alto rigor metodológico com animais e
humanos (ainda que este último demande certas limitações
investigativas em virtude de maiores restrições ético-morais) ou
aplicada, onde os resultados experimentais são diretamente
aplicados a contextos não controláveis objetivamente, como
acontece na maioria das formulações de estratégias
terapêuticas.
Apesar da pesquisa básica centrar-se preferencialmente na
observação direta de comportamentos públicos/abertos,
considera-se nos âmbitos teórico e aplicado também o mundo
privado/encoberto do sujeito. O mundo privado, acessível
apenas ao próprio indivíduo e relatado (caso humano) ao
mundo externo por meio do relato discursivo (comportamento
verbal) é convencionalmente entendido por diversas
abordagens teóricas da Psicologia e pelo senso comum como
subjetividade. A problemática envolvida acerca da subjetividade
na análise do comportamento foi cuidadosamente abordada
por Skinner, principal representante dessa ciência:

Desde que é um processo, e não uma coisa, não pode ser


facilmente mobilizado para observação. É mutável, fluido e
evanescente, e, por esta razão, faz grandes exigências
técnicas da engenhosidade e energia do cientista. Contudo,
não há nada essencialmente insolúvel nos problemas que
surgem deste fato.

— Skinner, Ciência e Comportamento Humano

A análise científica do comportamento começa pelo isolamento


das partes (variáveis) simples de um evento complexo de modo
que esta parte possa ser melhor compreendida. A pesquisa
experimental de Skinner seguiu tal procedimento analítico,
restringindo-se a situações suscetíveis de uma análise científica
rigorosa. Os resultados de seus experimentos podem ser
verificados independentemente e sua conclusões podem ser
confrontadas com os dados registrados.
Assim, fazer análise do comportamento é determinar as
características/dimensões da ocasião em que o comportamento
ocorre, identificar as propriedades públicas e privadas da ação e
definir as mudanças produzidas pela emissão das respostas (no
ambiente, no organismo).

Para Skinner, um evento comportamental é o produto conjunto


da história de aprendizagem do sujeito. Assim, pode-se dizer
que o ambiente (externo - físico, social; interno - biológico,
histórico) seleciona grandes classes de comportamento.
02

SELEÇÃO POR
CONSEQUÊNCIAS
O modelo causal de seleção do comportamento por
consequências foi proposto por Skinner (1981). A explicação
selecionista do comportamento é eminentemente histórica, e
abre mão de argumentos semelhantes aqueles do paradigma
da mecânica clássica. Em relação a este ponto, um erro
frequente nas críticas à análise do comportamento é acreditar
que, dentro do behaviorismo, a causa de um comportamento
deve ser necessariamente imediata. Pelo contrário, a causa de
um comportamento não precisa estar próxima e imediata, já
que a causação imediata (se necessária) se opõe à explicação
histórica - que, por sua vez, incorpora a história da espécie, a
história do indivíduo e a história da cultura, considerando-se
estas como três processos de seleção do comportamento. A
análise recai sobre o produto integrado desses processos
históricos, e sua separação ou análise é um artifício meramente
didático ou metodológico. O comportamento humano é o
produto da ação integrada e contínua de contingências
filogenéticas, ontogenéticas e culturais (Skinner, 1981).

Isso evidentemente ainda passa pelo crivo de uma análise


funcional de cada elemento destes circunstancialmente. O que
faz da Análise do Comportamento uma ciência preocupada com
a "prática" e a "função das coisas" na vida do sujeito. Não se
trata, portanto, de "aniquilar" um dado comportamento
disfuncional, mas avaliar as razões pelas quais ocorre e como
implementar novos comportamentos e de que maneira isto
poderia ser útil na real vivência do indivíduo.

Esse método é muito utilizado pelas grandes organizações


mundialmente no mundo competitivo.
03

CRÍTICA AO
MENTALISMO
Esta ciência destaca-se, em regimento da filosofia e abordagem
teórica behaviorista, pela exclusiva rejeição do modelo de
pensamento dualista que divide a constituição humana em duas
realidades ontologicamente independentes, o corpo físico e a
mente metafísica - ou seja, nessa perspectiva processos
subjetivos tais como emoções, sentimentos e
pensamentos/cognições são entendidos como substancialmente
materiais e sujeitos às mesmas leis naturais do comportamento.
Tal entendimento não rejeita a existência da subjetividade
(como dito anteriormente), mas destituí a mesma de um
funcionamento automatista.

Logo, embora Freud e os psicodinâmicos estivessem igualmente


interessados na base ontológica da ação, Skinner adotou uma
posição mais extrema, afirmando que todos estes fatores
conhecidos tradicionalmente como mentais são, na realidade,
comportamentos e devem ser estudados como tais, não
classificados como causa do comportamento, o que o coloca em
oposição a explicações internalistas, sejam elas de carácter
mentalistas ou organicistas. Em resumo, para Skinner, os
pensamentos e as emoções não podem ser causa do
comportamento e sim classes comportamentais específicas.
Referências:

1. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Wikipedia.


https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_do_comportament
o
2. SOBRE O BEHAVIORISMO - SKINNER. ufrgs.
https://www.ufrgs.br/
3. MÁQUINA DE ENSINAR - SKINNER. Blog da Psicologia da
Edcuação. https://www.ufrgs.br/psicoeduc/

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