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LESÕES EM TECIDOS MOLES

• CARLOS RODRIGO AMORIM SILVA

• DOUTORANDO EM PSICOLOGIA CLINICA


• ESPECIALIZAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGENCIA EM APH
• ESPECIALIZAÇÃO DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
• ESPECIALIZAÇÃO SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PANICO
• ENFERMEIRO – ESTÁCIO DE SÁ
• EMERGENCISTA PRÉ HOSPITALAR -
• EMERGÊNCIA RADIOLÓGICA NUCLEAR
• OPERAÇÕES COM P. PERIGOSOS
• PROF. BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL-
• BOMBEIRO MILITAR
Resende – RJ / 2019
OBJETIVOS

 Abordar as principais condutas as vítimas de ferimentos


graves;
 Conhecer a fisiopatologia;
 Estabelecer os parâmetros adequados para atendimento
adequado
INTRODUÇÃO
Ferimento é qualquer lesão ou perturbação produzida em qualquer tecido
por um agente externo, físico ou químico.
Os agentes capazes de produzir um ferimento podem ser físicos
(mecânico, elétrico, irradiante e térmico) e químicos (ácidos ou álcalis).

Sociedade Brasileira de Feridologia


FERIMENTOS
Os ferimentos podem variar conforme a profundidade, complexidade,
contaminação e natureza do agente agressor classificando-se conforme
indicado abaixo:
TIPO DE FERIDAS
- INCISÃO

ESCORIAÇÃO

PERFURAÇÃO LACERAÇÃO
TIPO DE FERIDAS

- CONTUNDENTE
CLASSIFICAÇÃO DOS FERIMENTOS
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FERIMENTOS
Ferimentos Fechados

São os ferimentos onde não existe solução de continuidade da pele, a pele


se mantém íntegra. Podendo ser classificada em:

Contusão;

Hematoma;

Equimose
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FERIMENTOS
Ferimentos Abertos

São os ferimentos que rompem a integridade da pele, expondo tecidos


internos, geralmente com sangramento. Também são denominados
feridas.
Segundo este conceito, as feridas podem ser classificadas em:

Incisivas/cortantes;  Perfurocontusas
Contusas; •Perfurocortantes
Perfurantes; •Penetrante
Escoriações ou abrasões;  Transfixante
Avulsão ou amputação •Orifício de Entrada
Lacerações •Orifício de Saída
CUIDADOS PARA COM AS VÍTIMAS DE FERIMENTOS
O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa a três objetivos
principais:
 Proteger a ferida contra o trauma secundário;
 Conter sangramentos;
 Proteger contra infecção.

No atendimento à vítima com ferimentos deve-se seguir os seguintes


passos e cuidados:
Controle do ABC;
Avaliação do ferimento
Inspeção da área lesada
Limpeza da superfície do ferimento
Proteção da lesão com gaze estéril
RESUMO DO ATENDIMENTO À VÍTIMA DE FERIMENTO
1. Controle do ABC e análise do mecanismo de lesão;
2. Expor o ferimento para inspeção;
3. Controle do sangramento;
4. Limpeza de superfície da lesão;
5. Proteção com gaze estéril;
6. Bandagem triangular ou atadura de crepe para fixar a gaze;
7. Certifique-se da presença de pulso distal após a colocação da
bandagem porque pode estar muito apertada;
8. Mantenha a vítima imóvel, quando possível. Movimentos
desnecessários podem precipitar ou aumentar sangramentos;
9. Conforte a vítima, informando os procedimentos adotados,
assim ela se tranqüiliza e colabora com o atendimento;
10.Cuidados para choque hipovolêmico como: oxigênio,
aquecimento e elevação de MMII nos ferimentos graves com
sangramentos importantes;
11.Não retardar o transporte desnecessariamente.
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
MECANISMO DE INFECÇÃO
De um modo geral, as feridas devem ser convenientemente tratadas logo
que ocorram, para prevenir infecções locais e generalizadas (efeito
sistêmico).
Ao penetrar no ferimento, os microorganismos existentes no objeto lesivo
e os da própria pele começam a reproduzir-se rapidamente.
Imediatamente o organismo começa a sua defesa através dos glóbulos
brancos, que chegam ao local atravessando as paredes dos vasos
capilares. A esta altura, a região em torno do ferimento fica ruborizada e
quente, devido a dilatação desses vasos. Surgem também edema e dor,
ocasionada pelo acúmulo de substâncias reagindo e compressão de
filetes nervosos. Se todos os germes forem destruídos por esta
primeira defesa, o ferimento logo ficará curado. Caso haja
resistência, os glóbulos brancos mortos e restos de tecidos
formarão um exsudato (pus).
FISIOLOGIA PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
MECANISMO DE CICATRIZAÇÃO

A cicatrização é um processo fisiológico e dinâmico, que busca


restaurar a continuidade dos tecidos. A liberação de mediadores ocorre
em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada.
Devemos conhecer o mínimo a fisiopatologia da cicatrização, saber
quais são os fatores que podem acelerá-la ou retardá-la.
Este fator é sistêmico e está relacionado a Condições gerais do
Organismo.
FISIOLOGIA PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
FASES CICATRICIAL

Inflamatória ou Exsudativa - Sua duração é de aproximadamente


72horas. Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais prodrômicos da
inflamação: dor, calor, rubor e edema. Mediadores químicos provocam
vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a
quimiotaxia dos leucócitos.
Proliferativa - tem a duração de aprox 14 dias. Ocorrem neo-
angiogênese, produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa
migração celular, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto
avermelhado.
Fase de Maturação ou Remodelação - terceira etapa pode durar de
mês a nos. Ocorre reorganização do colágeno, que adquire maior força
tênsil e empalidece. A cicatriz assume a coloração semelhante à pele
adjacente.
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO

PSICOLÓGICOS;
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL;
FATORES SISTÊMICOS;
TRATAMENTO TÓPICO INADEQUADO.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO

PRIMÁRIA - Advém da sutura por planos anatômicos. Na cicatrização


primária não há perda tecidual.
Pode ocorrer complicações como isquemia peri-sutura em decorrência de
técnica inadequada, presença de corpo estranho, coleção de líquidos,
hematomas e infecção superficial. Esses fatores poderão evoluir à
deiscência de sutura cirúrgica.

SECUNDÁRIA - Quando a evolução cicatricial da ferida é espontânea.


Às vezes, para acelerar o processo de cicatrização secundária pode-se
realizar aproximação das bordas da ferida com pontos de sutura simples
denomina-se esta forma como Primária Tardia.
TIPO DE CICATRIZES
NORMOTRÓFICA - quando a pele adquire o aspecto de textura e
consistência anterior ao trauma.

HIPERTRÓFICA - quando o colágeno é produzido em quantidade


normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto não
harmônico. A cicatriz respeita o limite anatômico da pele.

ATRÓFICA - quando sua maturação não atinge o trofismo fisiológico


esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual ou
sutura cutânea inadequada.
TIPO DE CICATRIZES
Brida Cicatricial - indesejadas localizadas nas regiões articulares e,
por essa razão, podem provocar limitações funcionais.

Quelóide - É decorrente da contínua produção de colágeno jovem


devido à ausência de fatores inibitórios. Ela pode estar ligada a fatores
raciais. Quando localizadas em áreas peri-articulares podem provocar
limitação do movimento e originar ulcerações pré-cancerosas,
conhecidas como úlceras de Marjolin.
CURATIVOS E BANDAGENS
Curativos são procedimentos que consistem na limpeza e aplicação de uma
Curativo
cobertura estéril em uma ferida, com a finalidade de promover a
Bandagem
hemostasia, cicatrização, bem como, prevenir contaminação e infecção.
Geralmente nos serviços pré-hospitalares os curativos são realizados com
aplicação de gaze ou compressas cirúrgicas e fixadas com esparadrapo.

Fixar curativos, cobrindo as compressas;


Imobilizar e apoiar seguimentos traumatizados;
Promover hemostasia (conter sangramentos).

Qualquer que seja o tipo, conforto da vítima e a segurança do curativo


dependem da sua correta aplicação. Uma bandagem desalinhada e
insegura, além de útil, pode ser nociva.
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM PARA COBRIR FERIMENTOS EM CRÂNIO

Frontal

Centralizá-la na testa. Cruzá-la no occiptal. Fixá-la na fronte


TIPOS DE BANDAGENS
BANDAGEM PARA COBRIR FERIMENTOS EM CRÂNIO
BANDAGEM TEMPORAL OU FACIAL

Centralizar

Fixar Fixar

Cruzar
TIPOS DE BANDAGENS
BANDAGEM ABERTA (TIPO CAZUZA)
Ajustar

Centralizar

Fixar

Cruzar
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM ABERTA PARA FIXAÇÃO EM VÍTIMA DEITADA (BAIANA)

Posicionar Ajustar Fixar


TIPOS DE BANDAGENS
BANDAGEM EM OMBRO

Bandagem guia Ajuste no ombro Fixação.


TIPOS DE BANDAGENS
BANDAGEM EM PESCOÇO

Ajustar.

Fixar a guia

Fixar

Bandaguem
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM EM TÓRAX SEM GUIA


Posicionar a bandagem no tórax. Fixação no dorso.
TIPOS DE BANDAGENS

Bandagem em Tórax com Guia


Posicionar a guia e a bandagem no tórax. Fixação próximo ao pescoço e no dorso
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM EM COXA E/OU GLÚTEO


Posicionar a guia e a bandagem. Fixação a bandagem na coxa.
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM EM ARTICULAÇÕES

Centralizar a bandagem na articulação. Ajustar e fixar a bandagem.


TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGEM EM MÃO

Centralizar a bandagem na mão Ajustar e fixar a bandagem no punho.


TIPOS DE BANDAGENS
BANDAGEM ABERTA EM MÃO
Posicionar Ajustar

Ajustar pressão

Ajustar pontas

Fixar
TIPOS DE BANDAGENS

BANDAGENS EM OSSOS LONGOS

Centralizar bandagem. Ajustar Fixar


BANDAGEM EM ROLO OU ATADURA DE CREPE
ATADURA CIRCULAR
BANDAGEM EM ROLO OU ATADURA DE CREPE
ATADURA CRUZADA OU "EM OITO"
CONSIDERAÇÕES NO UTILIZAÇÃO DE ATADURAS

As ataduras ou bandagens devem ter aspecto agradável,


proporcionando conforto e bem estar à vítima. Ao aplicar uma bandagem,
observar o local e a extensão da lesão e as condições da circulação;

As bandagens não devem ser muito apertadas para não impedir o afluxo
e refluxo do sangue, pois isto pode provocar edema e/ou causar dores
intensas. Entretanto, devem ficar firmes e indeslocáveis, adaptando-se às
formas corporais;

Na aplicação da bandagem, coloque o membro em posição funcional e


evite contato entre duas superfícies cutâneas, para que não haja
'aderências e fricções.
CASO CLÍNICO
A equipe de resgate foi designada para um atendimento de um
acidente automobilístico. O motorista é o único sobrevivente dos
quatro ocupantes, e está com ferimento perfurante no tórax e
dificuldade respiratória. Um dos cuidados básicos ao se atender esse
paciente é:

(A) realizar curativo compressivo, evitando a entrada de ar no espaço pleural;

(B) pressionar a artéria axilar, para diminuir a hemorragia;

(C) manter a cabeça em nível mais baixo que o corpo, garantindo circulação
cerebral;

(D) dar apoio emocional e manter área de lesão com bolsa de gelo para
diminuir hemorragia;

(E) mantê-lo em decúbito lateral esquerdo para facilitar a respiração e evitar


broncoaspiração.
(A) realizar curativo compressivo, evitando a entrada de
ar no espaço pleural
SAIBA MAIS
 Apostila:

 vídeos:

 https://www.youtube.com/watch?v=xdwssZGIC4E
 https://www.youtube.com/watch?v=fhKvZplgAwk
 https://www.youtube.com/watch?v=YTaLp1CC_mg
CONTATOS

Contato: (24) 974020589 cel e zap


Email: amorimbm@msn.com

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