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Seria fácil se o direito natural dissesse que tudo o que fazemos de errado
deva ser punido, tudo o que fazemos de correto, permitido. Mas apenas
por que um cristão entende que as pessoas não devem se embriagar, ele
deve pedir que o estado criminalize a bebida? Não necessariamente,
responderia Tomás de Aquino. Aquino entendia que não cabe ao estado
corrigir todos os nossos vícios:
“Ora, a lei humana impõe-se à multidão dos homens, cuja maior parte é
de homens não perfeitos na virtude. Eis por que não são proibidos pela
lei humana todos os vícios dos quais os virtuosos se abstêm, mas só os
mais graves, dos quais é possível abster-se a maior parte da multidão e
sobretudo os que são em detrimento de outros, sem cuja proibição a
sociedade humana não poderia conservar-se, como são proibidos por lei
humana os homicídios, os furtos e outros semelhantes”. (ST, 96, 2)