Você está na página 1de 2

NOÇÕES GERAIS

1.4. Fontes do Direito

As fontes referem-se a origem, bem como aos modos de manifestação e


revelação das normas jurídicas.

1.4.1. A Lei
1.4.1.1. Processo de Elaboração

Para que uma Lei passa a existir, a iniciativa Legislativa cabe por excelência a
Assembleia Nacional (através dum Projecto de Lei), porém, pode
eventualmente a iniciativa partir do Presidente da República (mediante uma
Proposta de Lei). Artº 167 CRA

Uma vez tomada a iniciativa (pelos Deputados, Grupos Parlamentares, pelo


grupo de Cidadãos Eleitores ou pelo P.R), ela é submetida ao Plenário da A.N
para a sua discussão e aprovação. Apos ser aprovada, o texto é encaminhado
ao P.R para promulgar (podendo antes consultar o T.C para efeitos de
fiscalização preventiva). Poderá eventualmente o P.R manifestar o seu direito
de veto (Jurídico ou Politico).

O P.R igualmente, no exercício de sua tarefa legislativa pode exarar Decretos


Legislativos (Decretos Presidenciais).

1.4.1.2. Início e Termo de Vigência

Após o Acto de Promulgação feita pelo P.R (art.122º CRA), a lei ganha a sua
existência jurídica e depois segue a fase da Publicação (Diário da
República), a fim de torna-la pública a todo o cidadão. A vigência da lei não
depende do seu conhecimento efectivo (a ignorância da lei não aproveita a
ninguém), por isso após a sua publicação, segue um espaço temporal
denominado Vacatio Legis, para que o cidadão tome o conhecimento de
existência da lei. Terminado esse período, pode-se então falar da Entrada em
Vigor. Porém sempre que o Diploma legal tiver um caracter urgente, pode o
legislador impor uma entrada em vigor imediata.

Na sua normalidade, após entrada em vigor, a lei tem uma vigência ilimitada,
entretanto não significa que ela existirá eternamente. As modalidades de
cessação da vigência da lei são: A Caducidade e a Revogação (Tácita,
Expressa, Total ou Parcial).

1.5. Normas Jurídicas


1.5.1. Norma Jurídica e Ordem Jurídica

O Direito exprime um certo tipo de ordem, a Ordem Jurídica, e esta ordem


efectiva-se através de um conjunto de normas jurídicas.

@Prof. Fernando Futy


1.5.2. Noção da Norma Jurídica e Características

A Norma Jurídica é uma regra de conduta imperativa, geral e abstracta,


imposta de forma coerciva pelo Estado. Elas têm por função orientar a conduta
social do homem, no respeito dos valores e interesses que a Ordem Jurídica
pretende acautelar. Isso nos permite definir as suas características:
Bilateralidade, Imperatividade, Generalidade, Abstração e Coercibilidade.

1.5.3. Incumprimento das Normas Jurídicas e Sanções.

Os actos jurídicos, a depender da sua conformidade ou não a Ordem Jurídica,


podem ser Lícitos ou Ilícitos. As Ilicitudes podem ser: Civil, Criminal, Disciplinar
e Ilicitudes de Mera Ordenação Social.

Pela violação de normas jurídicas, concorrem a aplicação de Sanções (Civil,


Criminal (Penas Principais, Penas Acessórias e Medidas de Segurança),
Sanção Disciplinar e Coima.

1.6. Relação Jurídica


1.6.1. Noção e Elementos

A Relação Jurídica é todo e qualquer relação da vida social disciplinada pelo


Direito, que define e impõe por um lado um sujeito activo (titular do direito
Subjectivo) e por outro, um sujeito passivo (a quem recai o dever jurídico),
conectados mediante um objecto juridicamente relevante e um facto, e
assegurados por uma garantia.

Neste âmbito, os elementos que constituem uma relação jurídica são: Sujeitos,
Objecto, Facto Jurídico e a Garantia.

1.6.2. Personalidade e Capacidade Jurídica

A Personalidade Jurídica é a aptidão de alguém ser titular de direitos e


obrigações na sociedade. Assim, todo o sujeito de Direito (tanto pessoas
Singulares, quanto Colectivas) tem a Personalidade jurídica. (Matéria referente
a P.J, ver art.º 66 e seguintes do CC).

O Capacidade Jurídica (art. 67º CC), por sua vez, nas pessoas singulares, o seu
conceito pode ser encarado sob duas perspectivas diferentes: a da
Titularidade ou Gozo e de Exercício dos direitos (art.24º CRA). Diferentes
das pessoas singulares que adquirem a Capacidade Jurídica em dois
momentos distintos, as pessoas colectivas adquirem a sua capacidade (tanto
de gozo, quanto de exercício) no momento que elas passam ter existência
jurídica. Nem toda a pessoa é titular de Capacidade de Exercício. Eis os factos
geradores da Incapacidade: Por Menoridade (art. 122º CC e segts), por
Interdição (art. 138º e seguintes do CC) e por Inabilitação (art. 152º e segts
do CC).

@Prof. Fernando Futy

Você também pode gostar