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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTR JUIZ DA 8ª VARA CÍVEL DESTA

COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

Processo nº 1012712-64.2016.8.26.0577

FABIO MARSON GOMES PEDREIRA, já qualificado,


nos autos da Ação de rescisão contratual cumulada com devolução de valores que moveu
em face de TERRA SIMAO SPLENDOR GARDEN INCORPORADORA SPE
LTDA, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência, em atendimento ao r.
Despacho de fls., apresentar suas contrarrazões à APELAÇÃO interposta, pelo que o faz
em separado, requerendo o seu processamento na forma legal.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

São José dos Campos, 17 de julho de 2017.

Dorival J. P. R. de Melo
OAB/SP 234.905

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO

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São José dos Campos, SP, R. Pandia Colageras, 110, Jardim Esplanada, CEP 12242-710,
Tel.: (12) 3943-2229/3943-2230
Brasília, DF, SCN, Quadra 1, Bloco F, Edifício América Office Tower, sala 502, CEP 70.711-903,
Rio de Janeiro, RJ, Rua Álvaro Alvim, 27, Sl. 111, Cinelândia, Centro, RJ,
Londrina, PR, Avenida Higienópolis nº. 32 – Sala 702/703 – Centro – CEP: 86.020-920

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Apelado: FABIO MARSON GOMES PEDREIRA
Apelante: TERRA SIMAO SPLENDOR GARDEN INCORPORADORA SPE LTDA

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Eméritos Julgadores:

A Apelante se insurge contra a decisão lançada nos autos da


“AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM DEVOLUÇÃO DE
VALORES”, que o Apelante promoveu, cuja sentença julgou o feito parcialmente
procedente, alegando que há excesso na sentença que, ao fim, acertadamente, a condena a
indenizar o Apelado nos termos ali mencionados.

A bem lançada decisão do Ilustre Magistrado “ a quo” não


merece reforma. Senão, veja-se:

O Apelado ingressou com a ação alegando, em apertada


síntese, que não poderia mais arcar com o valor das prestações do imóvel adquirido da
Apelante, pleiteando, em decorrência, a suspensão da cobrança das parcelas vincendas,
bem como a devolução dos valores pagos, corrigidos e acrescidos de juros.
Em resposta, a Apelada alegou que concordava com o
distrato, desde que retidos os percentuais devidos e a liberação liminar do imóvel para
possibilitar nova transação negocial que o tivesse por objeto.
Houve réplica.

As partes dispensaram produção de provas.


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O MM. Juiz a quo proferiu a sentença de fls. 147,
determinando a procedência parcial do pleito, condenando o Apelante à devolução dos
valores pagos e a retenção de 22% do total a título de indenização podendo, inclusive,
dispor do imóvel após o cumprimento da condenação.

Contra esta decisão, interpôs-se Embargos a fim de que


fosse sanada a omissão quanto a correção incidente sobre a restituição dos valores pagos.

Processado o recurso, o Magistrado afastou a omissão e


aperfeiçoou a sentença para rescindir o contrato e condenar a Apelante ao pagamento de
78% (setenta e oito por cento) do valor pago, corrigido desde o desembolso e acrescido
de juros de 1% (um por cento) ao mês, contados da citação, além de a Apelante poder
dispor do imóvel após o pagamento integral, como forma de garantir o Juízo (cf. fls. 158).
Insurgindo-se contra esta decisão, interpôs a Apelante o
presente recurso alegando, em apertadíssima síntese, que o percentual de retenção deve
ser majorado, o imóvel deve ser posto à sua disposição imediatamente e não após o
efetivo pagamento, a incidência dos juros de mora devem dar-se a partir do transito em
julgado da sentença e, finalmente, os honorários advocatícios e custas processuais devem
ser suportados exclusivamente pelo Apelante porque dele é a inciativa de rescindir o
contrato.

Trata-se de recurso meramente protelatório.

O Contrato firmado entre as partes e que se quer ver


rescindido, estabelece, no item 13.04 que:
“13.04 – Em razão da rescisão e quando for
o caso, a devolução ao COMPRADOR das
quantias pagas, atualizadas monetariamente, será
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efetuada, abatidos os seguintes encargos,
devidamente calculados sobre o valor total
atualizado sobre o preço de venda:
13.04.1 – Multa compensatória de 10% (dez
por cento)
13.04.2 – 12% (doze por cento), a título de
ressarcimento de custos, comissões, impostos,
custos com propaganda e demais despesas
administrativas realizadas pela VENDEDORA.”

Vê-se, assim, sem necessidade de maiores discussões, que o


Contrato de Adesão firmado entre Apelante e Apelado estabelece o percentual de 22%
(vinte e dois por cento) determinado pela r. Sentença injustamente atacada. Ao contrário
do que afirma a Apelante, neste lanço, a decisão lhe foi totalmente favorável e, não
havendo justificativa que favoreça, não há reparo possível.

Deste pedido absolutamente incabido, o Apelante passa para


a discussão acerca da retenção do imóvel para garantia do Juízo.
A Apelante alega, a fls. 171, que:

“No caso em questão como pode a Ré voltar ao


estado anterior, sendo que para a realização de
um empreendimento desse porte (876 unidades), a
incorporadora, assumiu dívidas com
financiamentos bancários, valendo-se do
cumprimento das promessas de compra e venda
para finalizar as obras e quitar o financiamento
com a instituição bancária, além de outras
despesas administrativas, com publicidades e
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outras congêneres e, ainda assim deverá arcar
com o ônus de não poder dispor do bem
transacionado no contrato?!?Por fim, ressalta-se
que a discussão do montante a ser devolvido ao
Apelado pode se estender ao longo do tempo e sem
a pretendida autorização para a venda–
imobilizando o bem em questão, acarretará uma
depreciação no preço do imóvel causando ainda
mais prejuízos–além das que a empresa já vem
arcando no presente momento. Ressalta-se que a
venda do imóvel antes do efetivo pagamento aos
Apelados em nada os prejudicará, visto que eles
terão de esperar o trânsito em julgado do referido
processo de qualquer maneira. ”

Ora, Excelências! Que afirmação pândega! O que pretendeu


o Juízo injustamente atacado foi, apenas e tão somente a preservação de patrimônio
mínimo para que o débito fosse saldado e não, como quer fazer crer a Apelante, causar-
lhe prejuízo. Mesmo porque, num universo de 876 unidades comercializadas, é
impossível vislumbrar a mínima condição de prejuízo na adoção de uma medida como
esta.
Não bastasse o absurdo aventado, a Apelante insinua que a
ação proposta pode se perpetuar pelo tempo, causando a depreciação do imóvel que não
pode ser alienado, causando-lhe ainda mais prejuízos, entre eles, a depreciação do imóvel.

Esta última afirmação é risível. Os imóveis novos no bairro


Jardim da Industrias nesta comarca, tiveram uma valorização média de 4% ao ano
segundo sites de avaliação imobiliária.
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Um chiste. Assim pode ser entendida a afirmação de que o
imóvel, permanecendo inalienável, deixará de cumprir sua função social. Sobre isso, nem
se tecerá qualquer consideração.

Atente-se para o fato de que o presente recurso foi


interposto pela própria Apelante, a inferir que a medida é, de fato, protelatória. Os
prejuízos vindouros, se existirem, recairão sobre o Apelado que, apesar de cumpridor de
suas obrigações contratuais, não terá seu patrimônio recomposto plenamente e, ainda, terá
que aguardar o julgamento de um recurso com longo processamento, dado o grande
volume de trabalho do Tribunal de Justiça Bandeirante, antes de ver-se recomposto
financeiramente como lhe assegura a lei.

É a própria Apelante que afirma que “quem contratou deve


cumprir sem eximir-se de suas responsabilidades” (cf. 3º parágrafo, fls. 167). Logo, tudo
o que se alegou em sede de recurso é uma tentativa de levar a ação a perpetuar-se no
tempo, indefinidamente, prejudicando o Apelado.

Insurge-se também, a Apelante, contra a fixação de juros


mensais de 1% (um por cento) a partir da citação, matéria de conteúdo cediço, inclusive
no Tribunal mencionado. Aliás, consta do site do STJ (www.stj.jus.br, acesso em
18.07.17) o quanto segue:

“Notícias. Juros devidos em execução convertida


em quantia certa são contados a partir da citação.

Nos processos de execução em que uma obrigação


não pecuniária é convertida em quantia certa, a
contagem inicial dos juros moratórios retroage à
data de citação na ação originária de cobrança.

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O entendimento foi firmado pela 4ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento
de recurso em que o devedor alegava a
impossibilidade de retroação antes da definição do
valor a ser executado. O recurso foi negado, de
forma unânime.

...

Em Recurso Especial dirigido ao STJ, o devedor


argumentou que não havia mora antes da
conversão da entrega de coisa para obrigação de
pagamento de quantia certa. Ele alegou, ainda, que,
em vez de juros moratórios retroativos, o TJPR
poderia ter aplicado multa prevista no artigo 621
do Código de Processo Civil.

A relatora do recurso na 4ª Turma, Ministra Isabel


Gallotti, esclareceu que, conforme estipula o
Código Civil, o devedor é obrigado a arcar com
juros de mora tanto nos casos de dívida em
dinheiro quanto nos débitos de outra natureza, uma
vez convertidos em obrigação pecuniária.

Dessa forma, ressaltou a Ministra, a retroação da


incidência dos juros à data de citação ocorre
mesmo no caso da conversão da obrigação
pecuniária. (...)”

Assim, afasta-se também este reclamo.

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Por fim, reclama a Apelante dos honorários advocatícios.
Também neste lanço, melhor razão não lhe assiste.

A jurisprudência tem entendido, através do tempo que,


quando uma ação é julgada parcialmente procedente, ambas as partes devem pagar
honorários.

Não se trata de compensação, determinação legal não


recepcionada pelo novo Código de Processo Civil, mas apenas e tão somente, a partilha
dos honorários e da sucumbência entre as partes que foram, a um só tempo, vencidas e
vencedoras. Os honorários mantêm, então, o caráter alimentar a que se destinam, arcando,
cada qual, com o de seu próprio patrono e dividindo a sucumbência como medida justa.

Ante o exposto e por tudo mais que dos Autos consta,


aguarda-se a manutenção da r. Sentença ora atacada, mantendo-se a decisão intacta como
meio de fazer-se a mais lídima e costumeira JUSTIÇA!

São José dos Campos,


São José dos Campos, 17 de julho de 2017.

Dorival J. P. R. de Melo
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